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A ideia ou noção contemporânea de autor não é possível em qualquer época ou cultura. Esta ideia
não é fixa nem delimitada, sendo influenciada por constantes mudanças nas práticas de produção,
inscrição e circulação. Foucault afirma que é inadequado tratar o autor como algo universal, assim
como é inapropriado tentar perquirir o momento do nascimento ou origem da figura autoral.
Entretanto, é possível identificar alguns arranjos específicos, que emergem em alguns momentos
histórico-culturais, ademais, é possível também falar em diferentes funções-autor na Antiguidade. O
conjunto de funções associadas à figura do autor emergiu na modernidade.
Com isso, uma questão se coloca: como delimitar as especificidades e analisar essa emergência
(surgimento) do autor no sentido propriamente moderno? De certa maneira, todos os elementos, tais
como a mentalidade da época, novas práticas de escrita, novas leis e instituições, os usos comerciais
e as inovações tecnológicas, articulam-se na composição da figura do autor. Para isso, será feito um
estudo da genealogia (emergência ou surgimento) do autor na modernidade, sendo que com o uso
do termo “modernidade”, não se intenta nomear uma época ou uma episteme (conhecimento), mas
sim, de uma forma geral e vaga, definir como a experiência medieval, de um período do século XIV
ao XVIII. Ademais, ao invés de se pensar em rupturas históricas, a análise da emergência do autor
em termos de transformações, que operam em diferentes estratos históricos, ora se acumulando, ora
se revendo, ora se reforçando, ora se contradizendo.