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Histologia – Gls.

Salivares
As glândulas salivares constituem um grupo de glândulas exócrinas localizadas na região da boca, as quais vertem
seus produtos de secreção para a cavidade oral, formando, no conjunto, a saliva. Essas glândulas são constituídas
por elementos PARENQUIMATOSOS que são revestidos e suportados por um tecido conjuntivo. As estruturas do
parênquima derivam do ectoderma e são compostas pelas unidades secretoras terminais e um sistema de ductos. O
estroma (tecido conjuntivos) é composto por uma cápsula e septos conjuntivos, apresentam vasos sanguíneos e
linfáticos, além de nervoso que suprem a glândula. A unidade funcional das glândulas salivares é denominada de
ADENÔMERO e é constituída pelas unidades secretoras terminais que se abrem em ductos.

COMPOSIÇÃO:

1) Parênquima glandular: consiste em uma estrutura composta por unidades secretoras terminais que
desembocam em uma série de ductos. DUCTOS INTERCALARES (pequenos e curtos) -> DUCTOS ESTRIADOS
(maiores) -> EXCRETORES (mais calibrosos) -> EXCRETOR TERMINAL). A unidade secretora terminal pode
formar ácinos (esférica e não tubular – geralmente SEROSA)) ou túbulos (geralmente MUCOSA).

Há três tipos de células que formam as unidades secretoras das glândulas:

AS CÉLS SEROSAS: secretam proteínas assim como uma quantidade de polissacarídeos, se assemelham a
pirâmides truncadas e possuem núcleos arredondados, localizados no citoplasma basal, retículo
endoplasmática granular e aparelho de golgi bem desenvolvido, muitas mitocôndrias e abundantes grânulos
de secreção no citoplasma apical ricos em amilase salivar, que é secretada junto com calicreínas, lactoferrina
e lisozima, possuem um CITOPLASMA BEM CORADO.

AS CÉLS MUCOSAS: formato piramidal também. Núcleo mais achatados, apresentam menos mitocôndrias,
um REG menos extenso e uma aparelho de golgi maior, indicando maior parcela de carboidratos no seu
produto de secreção. Possui um CITOPLASMA POUCO CORADO.

AS CÉLS MIOEPITELIAIS: compartilham a lâmina basal das células acinosas. Corpo celular com núcleo e vários
prolongamentos que envolvem o ácino secretor e os ductos intercalares. Possui pequena quantidade de
organelas e forma junções através de hemidesmossomas com a lâmina basal. Os prolongamentos
citoplasmáticos que envolvem as células dos ácidos e dos ductos intercalares são ricos em actina e miosina.
Sua capacidade contrátil pressiona o ácino, facilitando a liberação do produto de secreção para o ducto da
glândula. ESTRUTURA SEMELHANTE AS CÉLULAS MUSCULARES LISAS.

Tipos de Ductos:

DUCTOS INTERCALARES: são os menores ductos do sistema e mais próximas as unidades secretoras. São
estruturas glandulares revestidas por células cúbicas baixas com núcleos centrais e escasso citoplasma.
Contêm retículo endoplasmático rugoso na região basal e sáculos de complexo de Golgi na região apical.
Podem conter grânulos de secreção e apresentam microvilosidades na luz do dueto. Estudos recentes
sugerem que esses duetos contribuem ativamente para a produção de secreção, especialmente em
glândulas com secreção mais fluida como a parótida, e podem conter proteínas antibacterianas como
lisozima e lactoferrina.

DUCTOS ESTRIADOS: são revestidos por células colunares com citoplasma acidófilo e núcleo central,
destacando-se pela estriação na região basal. Essas estrias são invaginações profundas da membrana basal,
formando projeções em forma de pés que aumentam a área da membrana e são ricas em mitocôndrias
para transporte ativo. A região apical contém vesículas e a secreção dos dutos intercalares é proteica e
isotônica, enquanto nos dutos estriados torna-se hipotônica devido ao bombeamento de Na+ para fora da
célula. Isso estabelece um gradiente de concentração que permite o transporte de Na+ para o interior das
células e K+ para fora. Isso ocorre para igular ao pH do plasma.

DUCTOS EXCRETORES: Os fluidos salivares passam pelos duetos estriados e depois por um grupo de duetos
excretores, que se unem em duetos de calibre crescente antes de serem eliminados na cavidade oral. A
estrutura dos duetos muda à medida que se aproximam da saída, começando com um epitélio
pseudoestratificado semelhante aos dutos estriados e evoluindo para um tipo estratificado na porção
interlobular. Os duetos excretores próximos aos dutos estriados são compostos por células colunares altas
alternadas com células basais pequenas, enquanto na porção interlobular se alternam com células
caliciformes, adicionando componentes mucosos à secreção final.

2) Estroma glandular: é o tecido conjuntivo presente nas glândulas salivares que é rico em vasos sanguíneos,
linfáticos e nervos. Ele suporta as estruturas parenquimatosas das glândulas e é composto por células como
fibroblastos, macrófagos, mastócitos e leucócitos, envolvidas em uma matriz extracelular de fibrilas
colágenas tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas. Nas glândulas maiores, o estroma divide o parênquima
glandular em lóbulos e abriga os duetos excretores interlobulares, além dos elementos sanguíneos e
nervosos que suprem a glândula.

TIPOS: são dividas em MAIORES e MENORES.

1) MAIORES: são três pares que estão localizadas em regiões fora da cavidade oral propriamente dita, para
onde enviam suas secreções. Ela são constituídos por um grande número de unidades secretoras terminais,
envolvidos por um estroma bem desenvolvida e ainda isso tudo é rodeado por uma cápsula de tecido
conjuntivo que as separa nitidamente dos tec. Adjacentes. Ela são as PARÓTIDAS, SUBMANDIBULARES e
SUBLINGUAIS.

PARÓTIDAS: localizada anterioremente ao meato acústico externo, lateralmente e posteriormente ao ramo


da mandíbula e ao m. masseter, um pouco abaixo do arco zigomático. Está relacionado com o nervo facial.
Seu ducto excretor é chamado de DUCTO DE STENO e abre-se na cavidade oral próximo a altura do segundo
molar superior. A parótida é uma glândula com unidades secretoras tipo ácino, compostas
EXCLUSIVAMENTE por células serosas. Os ácinos têm formato esférico, com células piramidais, citoplasma
basófilo (BEM CORADO) e núcleo na base. Os duetos intercalares são longos e ramificados, sendo visíveis em
cortes de microscopia de luz. Os duetos estriados também são bem desenvolvidos na glândula. O estroma da
parótida contém tecido adiposo, que aumenta com a idade, e geralmente contém linfonodos incorporados
durante o desenvolvimento, possivelmente atravessados por duetos glandulares. Possui células adiposas
(GORDURINHA DE BICHAT). Produz apenas 30% total da saliva e ela é rica em amilase salivar e de IgA
secretora.

SUBMANDIBULAR: localizada na fossa submandibular da mandíbula, possui íntima relação com a Artéria
Facial, Veia Facial, m. milo-hioide e pterigoide medial. Seu ducto excretor recebem o nome de Wharton e se
abre no assoalho da cavidade oral, ao lado do frio lingual. É uma glândula mista com predomínio SEROSO.
Apresenta grande número de DUCTOS ESTRIADOS. Produz 60% da saliva.

SUBLINGUAL: A glândula sublingual é principalmente mucosa, mas contém algumas semiluas serosas. Ela
difere das outras glândulas salivares por ser um conjunto de glândulas próximas ligadas por um estroma
comum e envolvidas por uma cápsula delicada, localizadas no assoalho da boca. Geralmente, possui vários
ductos excretores terminais, às vezes chamados de duetos de Bartholin. Os ácinos serosos são raros, com a
maioria das unidades secretoras sendo tubulares mucosas com semiluas serosas. Os ductos intercalares e
estriados são curtos nessa glândula.

2) MENORES: mucosa oral, todas com secreção mucosa (VON EBNER, por exemplo).
SALIVA: Constituída principalmente pela secreção conjunta das glândulas salivares maiores e menores. É um líquido
incolor, com certa viscosidade, em geral com pH levemente ácido. Da saliva total, 85% são secretados pelas
glândulas salivares maiores e 15% pelas menores. Das maiores, 70% pela submandibular, 25% pela parótida e 5%
pela sublingual. A secreção da glândula parótida é bastante fluida, abundante em amilase. A secreção da
submandibular é mista enquanto da sublingual e menores é principalmente mucosa. Além das secreções
glandulares, contribuem para a saliva os exsudatos oriundos da mucosa oral e da região do epitélio juncional. Dessa
maneira, encontram-se também na saliva elementos celulares, epiteliais e do sangue, bactérias, vírus,
imunoglobulinas (IgA secretória), íons, enzimas como a lisozima, fatores de crescimento e outras moléculas. Essa
complexa mistura confere à saliva, além de suas funções de lubrificação e formação do bolo alimentar, certas
propriedades, entre as quais atividades antiagentes infecciosos, de maturação e de remineralização do esmalte,
devido ao cálcio e fosfato encontrados. Acredita-se também que a saliva está envolvida na reparação tecidual da
mucosa oral. A secreção salivar é consideravelmente menor durante o sono; por isso, a ação de limpeza da saliva
sobre os dentes torna-se diminuída. Contudo, a diminuição do fluxo salivar decorrente de patologias gerais ou locais
pode resultar em xerostomia (boca seca), que, dependendo da intensidade, pode aumentar a suscetibilidade a
infecções, cárie dentária e doença periodontal.

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