Estilo de vida e saúde bucal Todos os hábitos diários têm relação direta com o nosso organismo, seja na alimentação ou nos hábitos deletérios, como fumar e ingerir bebidas alcoólicas.
O tabagismo compromete a expectativa e a qualidade de
vida das pessoas, sendo um dos mais importantes fatores de risco para a doença periodontal, atuando na diminuição da resposta imunológica, na vasoconstrição tecidual e alteração da microbiota oral.
A CHINA É A MAIOR PRODUTORA E CONSUMIDORA DE
CIGARROS, TENDO APROXIMADAMENTE 350 MILHÕES DE FUMANTES CONSUMINDO CERCA DE 33% DE TODOS OS CIGARROS FUMADOS MUNDIALMENTE E POSSUI UM ÍNDICE DE 4 MILHÕES DE MORTES POR ANO. A DIFERENÇA DE SOBREVIDA ENTRE FUMANTE E NÃO FUMANTE É DE 7,5 ANOS. O tabagismo como fator de risco para a doença periodontal É notável que o impacto sobre a saúde decorrente do uso do tabaco é latente e, neste contexto, vê-se que o consumo de cigarros está entre um dos principais fatores de risco para câncer de pulmão e muitas outras doenças, a exemplo da periodontite.
O fumo modifica a resposta imune do indivíduo contra os
microorganismos periodontopatogênicos, comprometendo assim o sistema de defesa local, o que, por conseguinte, termina resultando no aumento da profundidade de sondagem, da perda de inserção periodontal e da reabsorção óssea alveolar, elevando com isso a probabilidade de perda dentária e podendo corroborar para o fracasso do tratamento convencional ou cirúrgico, sendo que os resultados dos procedimentos de regeneração tecidual guiada e recobrimento radicular são os mais intensamente afetados. Os componentes químicos do tabaco e seus mecanismos de efeito
O tabaco tem muitas substâncias citotóxicas presentes em sua
composição, sendo a nicotina e o monóxido de carbono as substâncias que mais causam alterações na cavidade bucal.
A nicotina em baixas concentrações gera a migração (químiotaxia)
dos neutrófilos, mas em alta concentração pode prejudicar mecanismos de defesa celular como a fagocitose, além da diminuição dos anticorpos salivares, consequência da vasoconstrição que essa substância causa nos tecidos, diminuindo os níveis de oxigênio e aumentando a proliferação de bactérias anaeróbicas Gram-negativas. Aspectos clínicos O usuário de tabaco tem 6x mais chance de desenvolver doenças periodontais e está 2x mais suscetível à perda dental. Clinicamente se apresentam pouco característicos tais sinais das doenças periodontais em tabagistas, já que eritema e sangramentos gengivais não costumam estar presentes, haja vista que a nicotina causa como efeito final uma certa vasoconstrição, contraindo essa micro circulação do tecido periodontal, impedindo a chegada de células inflamatórias e comprometendo o sistema de defesa local. Consequência disto, são as falsas impressões de um periodonto saudável.
A reconstituição e tratamento do periodonto se demonstra menos
ineficaz com o uso contínuo do tabaco na cavidade oral, tendo vista que apesar da microbiota não ser drasticamente alterada, a presença de células de defesa são claramente diminuídas pela ação da nicotina no meio bucal, dificultando o processo de regeneração tecidual não somente pela não presença de células inflamatórias, mas também pelo menor suprimento sanguíneo influenciado pela liberação de epinefrina como ação secundária da nicotina, realizando vasoconstrição da micro irrigação periodontal. Todavia, alguns aspectos clínicos são recorrentes de um tabagista, como, os dentes de coloração amarelada, presença de cálculos gengivais, halitose, reabsorção óssea e retração gengival.
O tratamento deve ser em conjunto com o paciente, contando com
a colaboração no sentindo de interromper o uso contínuo do tabaco. O fumo constitui importante fator de risco para o desenvolvimento da doença periodontal, podendo corroborar para o fracasso do tratamento convencional ou cirúrgico, sendo que os resultados dos procedimentos de regeneração tecidual guiada e recobrimento radicular são os mais intensamente afetados.
A necessidade do convencimento de que o paciente precisa
colaborar com o tratamento é evidente. Apesar de tal hábito deletério do paciente, é dever do cirurgião-dentista evidenciar os malefícios que o fumo traz à saúde bucal e quais benefícios a interrupção do uso contínuo do tabaco pode trazer ao paciente, em todos os aspectos. Referências GAETTI-JARDIM JÚNIOR, E.; ZANOLI, T.; PEDRINI, D. Smoking as a risk factor for periodontal diseases: microbiological aspects. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 12, n. 4, p. 315-321, out./dez. 1998.
MEDEIROS, Graziele Veronica P.; DIAS, Karina Sarno Paes Alves.
A influência do tabagismo na doença periodontal: Uma Revisão de Literatura. Id on Line Rev.Mult. Psic., 2018, vol.12, n.40, p.470-479. ISSN: 1981-1179.
Calsina G, Ramon JM, Fcheverria H. Effects of smoking on
MEDEIROS, Graziele Veronica P.; DIAS, Karina Sarno Paes Alves.
A influência do tabagismo na doença periodontal: Uma Revisão de Literatura. Id on Line Rev.Mult. Psic., 2018, vol.12, n.40, p.470-479. ISSN: 1981-1179. Calsina G, Ramon JM, Fcheverria H. Effects of smoking on periodontal tissue. J Clin Periodontol 2002; 29(8): 771- 6.