Você está na página 1de 6

Fatores Modificadores = Lindhe, capitulo 12 / Carranza, capitulo 11

Diabetes Mellitus
Doença sistêmica que pode apresentar varios graus de complicação
dependendo do seu nivel de controle metabolico. A diminuicao da produção
de insulina, o comprometimento da sua ação, ou uma combinação de
ambos os fatores, resulta na inabilidade de transportar glicose da corrente
sangüínea para os tecidos, o que gera alto nível de glicose e excreção de
açúcar na urina. O metabolismo dos lipídios e proteínas também fica
alterado.

Tipo 1
• Produção reduzida de insulina

• Destruição das celulas beta do pâncreas (produtoras de insulina)

• Pode ocorrer quando indivíduos geneticamente predispostos sucumbem a


algum evento indutor (ex viral) que desencadeia uma resposta autoimune

• Apresentam rápido inicio de sintomas, que pode ser associado a escassez


total ou deficiência de insulina

• Muito instável e muito difícil de controlar

• Mais propensos a desenvolver doenças periodontais

Tipo 2
• Utilização deficiente de insulina

• Resistência a insulina

• Contribui para doenças cardiovasculares e metabólicas

• Nesta, a produção de insulina também pode ser afetada durante o curso


da doença

• Forma mais gradual e menos grave

• Geralmente se apresenta após os 40 anos de idade

Sintomas clínicos: poliuria (urina em excesso), polifagia (comer


excessivamente), prurido (irritações na pele), fraqueza e fadiga.

Diabetes descompensada:

• Diminuição do fluxo salivar

• Queimacao na boca e língua

• Xerostomia (boca seca)

• Predisposição a doenças oportunistas como candidiase

• Aparecimento de abscessos periodontais (destruição rápida do


suporte periodontal)

• Perda de inserção periodontal

• Maior profundidade de bolsas periodontais

• Maior reabsorção óssea (desgaste ósseo)

OBS: Pacientes com a diabetes descompensada estão mais


propensos a desenvolver a periodontite mais grave e com mais freqüência.

Complicações: Retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença macrovascular,


dificuldade de cicatrização. A diabetes mellitus pode ser considerada um
fator predisponente para a formação de abscessos periodontais e
periapicais.

Tratamento: Com objetivo de reduzir os níveis de glicose no sangue para


prevenir possíveis complicacoes, monitores de glicose para ajuste da
dosagem de insulina. Tratamentos periodontais em fases iniciais em
diabéticos tipo 2 resultou em melhor controle metabólico da diabete,
concluiu em melhora significativa no controle glicêmico, colesterol total,
triglicerides, lipoproteinas, ou seja o status da doença periodontal pode
contribuir para o controle metabólico da diabetes.

Relação íntima com a Periodontia:

1. Infecção bacteriana, doença periodontal

2. Resistência a insulina

3. Pior controle metabólico nos pacientes diabéticos

(Resultado de estudos)

- Indivíduos com doença periodontal grave apresentaram piora no controle


da condição da sua diabetes do que indivíduos com envolvimento
periodontal mínimo

- Lesões inflamatórias significativas na doença periodontal podem piorar o


quadro de diabetes

- Estabilização da condição periodontal com tratamento mecânico


combinado a tetraciclina sistêmica melhora a condição diabética destes
pacientes

- Dosagem de insulina sendo reduzida após o tratamento periodontal


(melhora significativa)

OBS: Os estudos se atem a resultados mais significativos em tratamentos


periodontais cirúrgicos e em casos de periodontia mais grave em pacientes
diabéticos descompensados.

Relação microbiótica
- Funcao reduzida dos leucócitos polimorfonucleares (PMN) prejudicando
as defesas do hospedeiro e progressão da infecção

- Redução do crescimento, proliferação, síntese da matriz pelos


fibroblastos do ligamento periodontal, gengival e osteoblastos

- Diminuição da síntese de colageno pelos fibroblastos

- Aumento da degradação pela colagenose

Puberdade, gravidez e menopausa


- Alterações de nível hormonal

1. Adenohipófise secreta hormônio foliculo-estimulante (FSH) e


hormônio luteinizante (LH)

2. Maturação do ovário e produção cíclica de estrogênio e progesterona

- Gengiva - tecido alvo para ação de hormônios esteroides, logo se gera


uma alteração clinica no periodonto em períodos de flutuação hormonal

- Estrogênio

• Afeta peroxidases salivares (atuam contra microorganismos)

• Estimula o metabolismo de colágeno e angiogênese

• Estimula a modulação de respostas vasculares e renovação de tecido


conjuntivo no periodonto

• Níveis de inflamação aumentados durante períodos de flutuação


hormonal

Puberdade e menstruação

- Resposta exagerada da gengiva à placa

- Prevalencia da gengivite

- Aumento de testosterona em homens e estradiol em mulheres

- Aumento de inflamações gengivais pelos hormônios da puberdade

- Aumento do risco de sangramento gengival

- Durante a menstruação, as mulheres com gengivite estariam mais


propensas ao aumento de inflamação (tanto durante a menstruação como
o período que procedia o ciclo menstrual).

Gravidez
- Mulher gravida produz grandes quantidades de estradiol, estriol e
progesterona

- Aumento significativo de Prevotella Intermedia - microrganismo anaeróbio


Gram negativo, considerado um dos agentes etiológicos de doenças
periodontais - durante a gravidez

- Gengivite da gravidez:

• Inflamação gengival iniciada pela placa e exacerbada pelos hormônios

• Notando-se aumento de profundidade da sonda de profundidade


gengival, sangramentos, aumento de fluxo gengival.

• A manutenção e um bom controle da placa podem ser considerados


fatores preventivos.

• Os níveis de progesterona aumentam a permeabilidade capilar e a


dilatação, aumentando o exsudato gengival (fluidos purulentos relativos
de infecção)

• Alta permeabilidade vascular o que causa uma resposta exagerada a


placa bacteriana durante a gravidez

- Granuloma gravídico

• Lesão fibrogranulomatosa e penduculada

• Se forma graças a uma resposta vascular induzida pela progesterona e


efeitos estimuladores da matriz pelo estradiol

• Se desenvolve geralmente em locais de gengivite pré existente

• Pode haver sangramento em caso de trauma

• A remoção é indicada para o período pós parto

• Lesão de natureza não neoplásica representa uma resposta tecidual


exuberante a uma irritação local ou trauma

Tabagismo
- Cigarro com várias substancias nocivas: monóxido de carbono, cianeto
de hidrogenio, radicais oxidantes reativos, carcinógenos, nicotina.

- Inalação do tabaco permite uma rápida absorção de nicotina para o


sangue e para o cérebro

- A nicotina do cigarro não é bem absorvida pela mucosa bucal devido ao


seu pH ácido, diferentemente do cachimbo e do charuto

- Monoxido de carbono - aumenta a pressão arterial e é um vasoconstritor,


o que significa que faz com que as artérias em todo o corpo se tornem
menores. Isso torna mais difícil para o coração bombear o sangue através
das artérias constritas e faz com que o corpo libere suas reservas de
gordura e colesterol no sangue.

- Fumantes apresentando estatisticamente mais doenças independente do


nível de higiene oral

- Aumento de especies bacterianas associadas a periodontite presentes na


microbiota oral (quando comparados a um nao fumante)

- Tendencia a apresentar sangramento reduzido já que histologicamente


apresentam menos vasos sangüíneos, o que acaba sendo revertido em
caso de cessamento do tabagismo (volta de sangramento gengival)

- Diminuição de vascularização dos tecidos de fumantes

- Fumantes apresentam menos tendencia a gengivite se comparados a nao


fumantes (menos tendencia a sangramentos e menor vascularização)

- Os fumantes apresentam numero aumentado de leucócitos na circulação


sistêmica

- Diapedese - processo de migração da celula do meio intracelular para o


meio extracelular, quando ocorre um trauma local os leucócitos irão
migrar da celula para ajudar ao combate da substancia. Os fumantes
terão alterações na diapedese, o que seria a dificuldade dessa migração

- Cicatrização - prejudica a cicatrização em casos de implantes, cirurgias,


traumas, etc,

Sintomatologia periodontal
- Sondagem mais profunda

- Bolsas periodontais mais profundas

- Maior perda de inserção

- Mais perda de osso alveolar

- Maior perda dentaria

- Niveis mais elevados de placa supragengival

- *****Menos gengivite e sangramento a sondagem

OBS: Tendem a apresentar menos gengivite e menos sangramento, com


níveis relativamente baixos de inflamação marginal e poucos edemas, o que
se observa é a tendencia de bolsas marginais mais profundas, perda de
inserção avançada e perda óssea.

Medicamentos
Efeitos adversos de medicamentos sobre os tecidos periodontais,
cicatrização de feridas e resposta imune ao hospedeiro. Notória a maior
produção de colágeno.

Hiperplasia gengival medicamentosa


Uma condição em que a gengiva apresenta um aumento de volume, devido
ao uso frequente dos fármacos:

- Fenitoína - medicamento anticonvulsivante (epilepsia)

- Nifepedina - Antihipertensivo, bloqueadores de canais de cálcio

- Ciclosporina - imunossupressores

• Hiperplasia se desenvolve durante os primeiros meses após a


administração da droga, causando alteração na forma e na consistência
das papilas.

• O crescimento gengival torna difícil o controle da placa bacteriana, o que


causa um processo inflamatório

• A gengivectomia pode ser uma alternativa para controlar esse crescimento


visto que o uso do medicamento tende a nao ser interrompido, portanto
deve ser feito um acompanhamento odontologico frequente

HIV
• O HIV é um vírus que promove uma infecção das células CD4, resultando
em imunossupressão do paciente, favorecendo infecções oportunistas.
• Essa infecção viral atua como um possível fator de risco para o
desenvolvimento da destruição dos tecidos de sustentação dos dentes e
até mesmo para o agravamento de uma condição já pré-existente
• Formas menos comum de gengivite associadas a HIV foram a gengivite e
periodontite ulcerativa necrosante
Fatores Nutricionais
Deficiência da Vitamina C (Ácido Ascórbico)

- Escorbuto

• Atraso na cicatrização de feridas

• Formação e manutenção defeituosa de colageno

• Comprometimento ou a cessação da formação de osteoide

• Funcao osteoblastica prejudicada

• Aumento de permeabilidade capilar

• Suscetibilidade a sangramentos e hemorragias traumáticas

• Lentidão do fluxo sanguíneo

• Sangramento, gengiva incgada, dentes amolecidos

• Afeta a capacidade do periodonto de se regenerar

• Perda do osso periodontal

Fatores Psicosomáticos
- Relação positiva entre o estresse e as formas crônicas de doença
periodontal, bruxismo, oclusão traumática, carie dentaria

- Função imunológica: o comprometimento do sistema imune em situações


de estresse, o estresse promove o aumento da produção de cortisol, o
que aumenta o potencial para a destruição de patogenos periodontais.
Também pode ocorrer um aumento na liberação de neurotransmissores e
que causam destruição tecidual. OBS: Somente o estresse não causa a
periodontite, são necessários patogenos periodontais.

- Negligencia na higiene oral como fator contribuinte para o acumulo de


placa bacteriana

- Não aceitação do tratamento periodontal

Você também pode gostar