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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE NUTRIÇÃO

Ana Caroline de Souza de Freita Francisca


Linara Fernandes Andrade Rafaella de
Alcantara Laranjeira AlvesTatiane Hidene
Zukeram
Thaiana Moura de Queiros
Viviane dos Reis Marques

Projeto:
Doenças do Pâncreas e da Vesícula Biliar

Rio de Janeiro 2023


Sumário
1. Pâncreas ........................................................................................................................................ 3
2. Doenças Pancreáticas ................................................................................................................... 4
2.1 Diabetes Mellitus ...................................................................................................................... 4
2.2 Pancreatite ................................................................................................................................. 6
2.2.1 Pancreatite Aguda .................................................................................................................. 6
2.2.2 Pancreatite Crônica ................................................................................................................ 7
2.3 Câncer ....................................................................................................................................... 9
3. Vesícula Biliar ............................................................................................................................. 11
4. Doenças da Vesícula Biliar ......................................................................................................... 12
4.1 Colestase ................................................................................................................................. 13
4.2 Colelitíase................................................................................................................................ 14
4.3 Colecistite................................................................................................................................ 15
4.4 Colangite ................................................................................................................................. 17
4.4.1 Colangite Biliar Primária ..................................................................................................... 17
4.4.2 Colangite Aguda .................................................................................................................. 18
4.4.3 Colangite Esclerosante Primária .......................................................................................... 18
4.4.4 Colangite Esclerosante Secundária ...................................................................................... 19
5. Dietoterapia ................................................................................................................................. 19
6. Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 20
1. Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista que atua de forma exócrina e endócrina, produzindo
substâncias que atuam na digestão e hormônios, respectivamente.

Em sua função exócrina, é responsável pela produção do suco pancreático, o qual é


constituído por enzimas que, lançadas no duodeno, atuam na digestão de gordura, de proteínas e
de carboidratos. Já em sua função endócrina, essa glândula é constituída pelas ilhotas pancreáticas
(ou de Langerhans), que secretam os hormônios, como a insulina, o glucagon e a somatostatina.

A insulina facilita o ingresso e a utilização de glicose nas células, reduzindo a quantidade


de glicose sanguínea (ação hipoglicemiante). O glucagon, ao contrário, aumenta a concentração
de glicose no sangue, mediante o estímulo da glicogenólise e da gliconeogênese hepáticas. A
somatostatina inibe a liberação de insulina e de glucagon.

Algumas doenças podem afetar o pâncreas, dentre elas podemos citar diabetes mellitus,
pancreatite e câncer.
2. Doenças Pancreáticas

2.1 Diabetes Mellitus

Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da


falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A
insulina produzida pelo pâncreas é responsável pela manutenção do metabolismo da glicose e a
falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes.
Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Dois tipos de diabetes prevalecem na maior parte da população, o diabetes tipo 1 e o 2,
sendo o tipo 2 que mais prevalece, em torno de 90% das pessoas diabéticas.

Fatores de risco
● Diagnóstico de pré-diabetes;
● Pressão alta;
● Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
● Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura,
mulheres deve ser inferior a 80cm, e homens inferior a 102cm;
● Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
● Doenças renais crônicas;
● Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
● Diabetes gestacional;
● Síndrome de ovários policísticos;
● Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
● Apneia do sono;
● Uso de medicamentos da classe dos glicocorticóides.

Sintomas do diabetes tipo 1


● Fome frequente;
● Sede constante;
● Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
● Perda de peso;
● Fraqueza;
● Fadiga;
● Mudanças de humor;
● Náusea e vômito.

Sintomas do diabetes tipo 2


● Fome frequente;
● Sede constante;
● Formigamento nos pés e mãos;
● Vontade de urinar diversas vezes;
● Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
● Feridas que demoram para cicatrizar;
● Visão embaçada.

Tratamento clínico
Uso de medicamentos como metformina, os inibidores de alfa glicosidase, orlistate e
tiazolidinedionas ajudam na diminuição do diabetes. Atividade física aeróbica moderada
recomendada pelo menos 30 minutos, 5 dias na semana, juntamente ao exercício de força,
monitoramento, automonitoramento e apoio.

Considerações
O prolongamento da hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue) pode causar sérios
danos à saúde, retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia diabética, pé diabético,
infarto do miocárdio e acidente vascular e infecções, o alto índice de açúcar no sangue é propício
para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés,
genitais e local de incisão cirúrgica. O bom controle da glicose, manutenção do peso com uma
alimentação equilibrada e saudável, somado à atividade física e medicamentos que possam
combater a pressão alta e o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas
imprescindíveis para prevenção e controle da doença.
2.2 Pancreatite

A pancreatite é uma inflamação do pâncreas que se caracteriza por edema, exsudato


celular e necrose gordurosa. A doença pode variar desde leve e autolimitada a grave, com
autodigestão, necrose e hemorragia do tecido pancreático. A pancreatite é classificada em aguda
ou crônica.

2.2.1 Pancreatite Aguda

A pancreatite aguda refere-se à inflamação do pâncreas que causa dor abdominal violenta
súbita, além de inchaço do abdômen, na maioria das vezes, pela passagem de um cálculo biliar
pela papila duodenal, a saída comum a bile e o suco pancreático para o intestino.

Fatores de risco
As causas mais comuns de pancreatite em adultos são o tabagismo (ato de fumar), a
presença de cálculos biliares (fluidos digestivos que se tornam sólidos e formam pedras na
vesícula biliar), consumo de bebidas alcoólicas, distúrbios genéticos do pâncreas e alguns
medicamentos (como corticoides e antibióticos).

Sintomas
O principal sintoma da pancreatite aguda é a dor abdominal, que dependendo da
intensidade, pode levar o paciente para internação, outros sintomas são:
● Dor abdominal intensa, quase sempre de início abrupto, na região superior do
abdômen, que se irradia em faixa para as costas;
● Náuseas;
● Vômitos;
● Icterícia.
A pancreatite aguda grave (PAG) resulta em um estado hipermetabólico e catabólico,
com alterações metabólicas imediatas no pâncreas, bem como em órgãos distantes.

Diagnóstico
O diagnóstico pode ser confirmado através dos sintomas (dor, náuseas, vômitos), exames
de laboratório (as dosagens de amilase e leucócitos no exame de sangue podem estar aumentadas)
e exames de imagem (tomografia computadorizada do abdome).
Nos casos das iatrogenias (acidentes durante procedimentos), estas podem ocorrer durante
procedimentos para retirada de pedras no canal da bile (colangiopancreatografia endoscópica
retrógrada – CPRE) ou colocação de sondas e próteses no canal da bile, para melhorar o seu
esvaziamento.

2.2.2 Pancreatite Crônica

É a inflamação crônica que causa graves lesões no pâncreas, glândula situada atrás do
estômago que segrega o suco pancreático, além da insulina e do glucagon. A pancreatite crônica
resulta na destruição do pâncreas pela inflamação de longa data, a inflamação contínua resulta
invariavelmente no desenvolvimento de insuficiência pancreática que corresponde à incapacidade
de o pâncreas funcionar normalmente.
Os doentes com pancreatite crônica necessitam de cuidados a longo prazo para minimizar
os sintomas (sobretudo a dor abdominal), reduzir a progressão do dano estrutural do pâncreas e
resolver as complicações.

Fatores de risco
A pancreatite crônica acontece principalmente relacionado ao uso crônico
(prolongado) de bebidas alcoólicas e cigarros, e também:
● Doenças autoimunes
● Doenças genéticas
● Canal pancreático estreito
● Bloqueio do ducto pancreático por um cálculo biliar ou tumor
● Ingestão de certos medicamentos
● Desnutrição
● Herança genética
● Altos níveis de certas gorduras no sangue

Sintomas
O principal sintoma da pancreatite crônica é a dor abdominal superior, que pode piorar na
hora de ingestão de comidas ou bebidas e tornar-se recorrente e incapacitante, mas dependendo
da evolução o paciente pode apresentar perda de peso, diarreia e diabetes.
Outros sintomas que podem aparecer são: náusea, vômitos, perda de peso não intencional,
diarreia e fezes com alterações (oleosas e esbranquiçadas).
Diagnóstico
Normalmente o diagnóstico é feito através de exames de imagem (tomografia
computadorizada de abdome). A pancreatite crônica deve ser suspeitada em pacientes com dor
abdominal crônica e/ou história de pancreatite aguda recorrente, sintomas de insuficiência
pancreática exócrina, como diarreia, esteatorreia ou perda de peso, ou endócrina.
2.3 Câncer

O corpo humano é formado por milhões de células que se reproduzem através de um


processo chamado divisão celular. Em condições normais, esse processo é ordenado e controlado,
sendo responsável pela formação, crescimento e regeneração dos tecidos saudáveis do corpo
(GREENE et al., 2002).
Em contrapartida, existem situações nas quais estas células, por razões variadas, sofrem
uma “metamorfose” tecnicamente chamada de carcinogênese, e assumem características
aberrantes quando comparadas com as células normais. Na presença de qualquer erro nestas
instruções (mutação), pode surgir uma célula doente que, ao se proliferar,causará um câncer.

Fatores de Risco
A causa do câncer de pâncreas ainda é desconhecida, porém alguns fatores de risco podem
tornar o paciente mais propenso à doença, como o tabagismo, a obesidade, a diabete tipo 2 e a
pancreatite crônica.
O fumo é o principal fator de risco, os fumantes possuem cinco vezes mais chances de
desenvolver a doença do que os não fumantes.
Outro fator de risco é o consumo excessivo de gordura, carnes e de bebidas alcoólicas e a
exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo, durante um longo período
(RUMANCIK et al., 1984).

Sintomas
Os sinais e sintomas mais frequentes incluem a dor abdominal, rápida perda de peso
involuntária, anorexia, obstrução biliar, náuseas, vómitos, esteatorreia e saciedade precoce.
Um dos primeiros sinais do câncer de pâncreas é a icterícia, que é causada pelo acúmulo
de bilirrubina, uma substância marrom-amarelada escura produzida no fígado. Normalmente, o
fígado libera a bile que contém a bilirrubina. A bile atravessa o ducto biliar comum para chegar
ao intestino, onde ajuda a quebrar as gorduras, e eventualmente deixa o corpo nas fezes. Quando o
ducto biliar comum fica bloqueado, a bile não alcança os intestinos e a quantidade de bilirrubina
no corpo se acumula.
Os cânceres que começam na cabeça do pâncreas podem comprimir o ducto biliar, na
parte proximal, levando à icterícia. Quando o câncer de pâncreas se dissemina para o fígado,
também pode causar icterícia. Mas os cânceres que começam no corpo ou na cauda do
pâncreas não pressionam o ducto até que se disseminem pelo pâncreas. A essa altura, o tumor
geralmente já se disseminou além do pâncreas.

Diagnóstico
O câncer do pâncreas (CP), embora seja uma doença rara, está associado a uma elevada
mortalidade devido à dificuldade de fazer o seu diagnóstico precoce e à ausência de tratamento
eficaz.
Na maioria dos casos é reconhecido clinicamente em estágios muito avançados. São raros
antes dos 30 anos e, muito comuns após os 60 anos. A incidência aumenta gradualmente conforme
o avanço da idade. A maioria dos tumores pancreáticos se desenvolve na cabeça e colo do
pâncreas (RIES et al., 2006). Os pacientes geralmente não apresentam sintomas até que a doença
já tenha se disseminado para outros órgãos.
Os exames usados para diagnosticar o câncer de pâncreas são radiografia,
ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, biópsia, exames de
função hepática e marcadores tumorais (CA 19-9 e Antígeno carcinoembrionário).
O meio mais seguro de diagnóstico de câncer é a biópsia. O procedimento consiste na
remoção de uma pequena quantidade de tecido para exame ao microscópio.

Considerações
A etiologia do Câncer de Pâncreas é multifatorial e está relacionada com estilos de vida e
hábitos alimentares, e com fatores inerentes ao próprio indivíduo, fatores genéticos.
O câncer de pâncreas é um dos mais letais de todos os cânceres. A maior parte dos casos é
identificada em um estágio clínico muito avançado. São tumores raros antes dos 30 anos, sendo
mais comuns entre 60 e 70 anos.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas relevantes durante o desenvolvimento do
câncer pancreático, desta forma, a não sinalização dolorosa do tumor promove um crescimento
lento do mesmo, dificultando o diagnóstico.
Não há forma precisa e comprovada para a prevenção do câncer de pâncreas. Algumas
medidas preventivas podem ser adotadas, como uma alimentação saudável, diminuição de
consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, refrigerantes e carne vermelha.
3. Vesícula Biliar

A vesícula biliar, localizada na superfície inferior do lobo direito do fígado, tem como
principal função concentrar, armazenar e excretar a bile produzida pelo fígado. A bile é composta
de sais biliares, compostos endógenos e exógenos excretores, ácidos graxos, colesterol,
fosfolipídeos, bilirrubina, proteína e outros compostos.
Os sais biliares, produzidos pelos hepatócitos a partir do colesterol, são essenciais para
digestão e absorção de lipídeos, vitaminas lipossolúveis e alguns minerais. O principal pigmento
da bile é a bilirrubina, advém da liberação de hemoglobina pela destruição de eritrócitos. O ducto
cístico, que leva a bile do fígado para a vesícula, se une ao ducto hepático e formam o ducto biliar
comum, e este se une ao ducto pancreático que transporta enzimas digestivas.
Na digestão, quando o alimenta chega no duodeno, causa a liberação de hormônios
intestinais que estimulam a vesícula biliar e o pâncreas, fazendo com que o esfíncter de Oddi
relaxe, permitindo o fluxo do suco pancreático e da bile para dentro do duodeno na ampola de
Vater, auxiliando na digestão da gordura. Doenças do fígado, vesícula e pâncreas normalmente
estão inter-relacionadas em função dessa fisiologia.
Mesmo a vesícula biliar tendo grande importância, sua retirada não traz grandes prejuízos
à saúde do indivíduo, pois o corpo irá se adaptar à sua ausência.
4. Doenças da Vesícula Biliar

As principais doenças da vesícula se dão a partir de cálculos biliares, que em sua maioria
tem o colesterol como o principal constituinte deste cálculo, e ocorre com maior incidência em
mulheres. Os demais casos são dos chamados cálculos de pigmentos, que contêm principalmente
bilirrubina não conjugada. Os dois tipos de cálculos são pouco solúveis em água
O colesterol em geral não é precipitado na bile porque ela contém sais biliares conjugados
e fosfatidilcolina suficiente para que esteja em uma solução micelar. Quando o conteúdo relativo
de colesterol aumenta muito, são formadas vesículas multimicelares, que são menos estáveis e
liberam colesterol, sendo precipitado no ambiente aquoso na forma de cristais de colesterol e são
esses cristais os precursores dos cálculos biliares. Como causas importantes de aumento dessa
razão temos:
● Secreção de colesterol aumentada que ocorre quando há aumento da síntese de colesterol
ou uma inibição da esterificação do colesterol, por exemplo, pela progesterona durante a
gestação;
● Secreção reduzida de sais biliares acontece devido a uma diminuição no pool de sais
biliares, como na doença de Crohn ou após ressecção intestinal, ou a sequestro prolongado
de sais biliares na vesícula biliar, como no jejum mesmo se apenas por uma noite ou na
nutrição parenteral;
● Secreção reduzida de fosfatidilcolina, como encontrado em mulheres chilenas que vivem
quase exclusivamente de vegetais.
Os cálculos de pigmentos são constituídos, em 50% dos casos, em bilirrubinato de cálcio
o qual dá a eles sua cor preta, quando contêm carbonato e fosfato de cálcio, ou cor marrom,
quando também contém estearato, palmitato e colesterol. Grande quantidade de bilirrubina não
conjugada na bile é a principal causa da formação de cálculos de pigmentos. Dentre essas causas
temos:
● Liberação aumentada de hemoglobina, por exemplo, na anemia hemolítica, na qual há
tanta bilirrubina que o processo de conjugação mediado por glicuronidase no fígado não
corresponde à demanda
● Redução da capacidade de conjugação no fígado, por exemplo, na cirrose hepática
● Desconjugação não enzimática (especialmente monoglicuronados) de bilirrubina na bile;
● Desconjugação enzimática (β-gIicosidase) por bactérias.
4.1 Colestase

Colestase é definida quando ocorre a diminuição ou interrupção do fluxo biliar para o


sistema digestório. Pode ser observada em pacientes sem nutrição oral ou enteral por um
longo período, o que pode predispor à colecistite calculosa. Para prevenir a colestase é necessário
estimular a motilidade e secreção biliar através de uma nutrição enteral mínima, e caso não seja
possível, deve-se recorrer à terapia farmacológica.

Fatores de risco
● Hepatite;
● Doença hepática relacionada ao álcool;
● Cirrose biliar primária;
● Cirrose devido à hepatite B ou C;
● Uso de alguns medicamentos;
● Efeitos hormonais sobre dutos biliares durante a gestação;
● Câncer hepático;
● Alteração genética.

Sintomas

Os sintomas característicos da colestase são icterícia, urina escura, fezes claras e


coceira generalizada.
4.2 Colelitíase
A colelitíase é a presença de pedras (cálculo) no interior da vesícula biliar (um pequeno
órgão com a forma de um saco e localizada próximo ao fígado, medindo de 7cm a 10 cm de
comprimento). A vesícula armazena a bile, que é produzida pelo fígado.

Fatores de risco
Dentre os fatores de risco para desenvolver cálculos de vesícula biliar destacam-se: sexo
feminino, obesidade, idade avançada, algumas etnias (índios americanos), dieta de padrão
ocidental, perda ponderal rápida e história familiar. A maioria das doenças do trato biliar resulta
de cálculos.

Sintomas

Assintomática (80%): Os cálculos biliares são encontrados incidentalmente em


exames de imagem.

Cólica biliar:

● O cálculo biliar move-se e obstrui transitoriamente o ducto cístico.


● Dor constante e em moedeira no quadrante superior direito (QSD):

Duração < 6 horas


Pós-prandial ou noturna
Pode irradiar para o epigastro, ombro direito e costas

● Náuseas, vómitos
● Sem sinais peritoneais

Diagnóstico

Por em muitos casos não apresentar sintomas, é muito comum que a doença seja
diagnosticada durante a realização de exames anuais de rotina ou até mesmo quando o corpo está
sendo examinado em busca de outros problemas de saúde.
O diagnóstico da doença geralmente é feito por meio de um exame de ultrassom.
4.3 Colecistite
Colecistite é considerada o problema mais comum, sendo uma inflamação da vesícula
biliar decorrente da obstrução do ducto cístico por um cálculo biliar, podendo ser considerada
aguda ou crônica. Quando a obstrução impede que a bile alcance o intestino, ocorre seu refluxo e
ela retorna à circulação, e como a bilirrubina apresenta afinidade por tecidos elásticos (olho e
pele), quando ocorre o transbordamento para a circulação geral, causa a pigmentação amarelada
da pele e a coloração dos olhos típica da icterícia.
A colecistite aguda (acalculosa) pode ocorrer em pacientes criticamente doentes, ou
quando a vesícula biliar e a bile estão paralisadas. O comprometimento do esvaziamento da
vesícula biliar parece estar relacionado com a diminuição da atividade contrátil espontânea e
responsividade contrátil diminuída à colecistocinina, deixando as paredes da vesícula biliar
inflamadas e distendidas, podendo ocorrer infecção.
A colecistite crônica é uma inflamação contínua da vesícula biliar, causada por repetidos
episódios leves de colecistite aguda, deixando as paredes da vesícula biliar cada vez mais grossas.
A vesícula biliar começa a se contrair e acaba perdendo a capacidade de desempenhar as suas
funções. O consumo de alimentos ricos em lipídios pode agravar os sintomas da colecistite devido
à necessidade de bile para digerir esses alimentos.

Fatores de risco
● Histórico pessoal e familiar de cálculos biliares;
● Idade: mulheres acima de 50 anos e homens acima de 60;
● Sexo feminino;
● Sobrepeso e obesidade;
● Diabetes;
● Gravidez;
● Uso de reposição hormonal e de pílulas anticoncepcionais;
● Perda acelerada de peso;
● Cigarro;
● Predisposição genética e hereditária.

Sintomas
O paciente apresenta dor abdominal no quadrante superior, acompanhada de náusea,
vômitos e flatulência. Na colecistite aguda é uma forte dor súbita e constante, inicialmente
sem infecção. Já a crônica é uma inflamação de longa duração com dor menos intensa e com
pouca duração. Para ambos os casos, depois do diagnóstico confirmado, o tratamento é a remoção
da vesícula.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da colecistite leva-se em conta sintomas e levantamento do histórico


pessoal e familiar sobre cálculos biliares. E dentre os exames podem ser solicitados exame de
sangue (para a valiar contagem de leucócitos), o ultrassom abdominal, a colecintigrafia com
contraste, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Contudo o ultrassom
abdominal continua sendo o mais utilizado para chegar ao diagnóstico.
4.4 Colangite
Colangites são inflamações dos canais biliares, tubos que transportam a bile (líquido
produzido pelo fígado) do fígado para a vesícula biliar e o intestino.

Fatores de risco
● Sexo feminino
● Idade: entre os 30 e 60 anos
● Hereditariedade (genética)
● Certas infeções, como uma infeção do trato urinário
● Tabagismo e exposição a produtos químicos tóxicos

Diagnóstico
Em geral, o diagnóstico de colangite é feito após a realização de exames de sangue que avaliam o
funcionamento do fígado, ou seja, verificam a existência de alterações como o aumento de
bilirrubina ou enzimas hepáticas. Também podem ser solicitados outros exames, mais específicos,
como o GGT, anticorpos antimitocondriais e anticorpos antinucleares. Outros exames indicados
para a confirmação do diagnóstico são os exames de imagem, como tomografia, colangiografia e
ultrassom, que avaliam as estruturas do fígado. Pode ser necessária uma biópsia, em caso de
dúvidas dos médicos.

4.4.1 Colangite Biliar Primária


É uma doença inflamatória crônica dos ductos biliares intra-hepáticos, que são os canais
dentro do fígado responsáveis pela secreção da bile. Acomete mais frequentemente mulheres após
os 40 anos e pode evoluir para cirrose e necessidade de transplante de fígado. Era anteriormente
chamada de cirrose biliar primária. Atualmente, prefere-se o nome colangite biliar primária uma
vez que o melhor conhecimento da doença tem permitido o diagnóstico mais precoce antes do
quadro de cirrose.

Sintomas
Essa doença pode não apresentar sintomas inicialmente, os sintomas mais comuns são a
fadiga e a coceira (prurido). O prurido pode ser localizado ou difuso, mais intenso à noite e
muitas vezes incapacitante, podendo ocorrer por meses ou anos antes do aparecimento de
icterícia, que é a coloração amarelada da pele e mucosas
4.4.2 Colangite Aguda
É causada por uma infecção bacteriana em pacientes que possuem obstrução dos canais
biliares. Estas bactérias sobem pelo duodeno, local onde o canal biliar (colédoco) desemboca. A
infecção vinda de forma hematogênica (pelo sangue), não é comum. Afeta principalmente
homens

Sintomas
Os sintomas clássicos são febre, icterícia e dor abdominal.

figura 1: representação Colangite Aguda

4.4.3 Colangite Esclerosante Primária


A causa é desconhecida. Esta doença afeta os ductos biliares, dentro e fora do fígado,
levando a retenção de bile nas células, o que desencadeia fibrose e posteriormente cirrose. Leva a
várias áreas de estenoses dos ductos biliares. Provavelmente está relacionada com o sistema
imune, porém os mecanismos que causam a doença são desconhecidos.

Sintomas
Fraqueza, prurido, icterícia e dor abdominal.

figura 2: representação dos sintomas da Colangite Esclerosante Primária


4.4.4 Colangite Esclerosante Secundária
Normalmente é causada por cálculos biliares, ou por problemas na manipulação
endoscópica da via biliar. Os cálculos biliares, que geralmente são produzidos e armazenados na
vesícula biliar, podem encaminhar-se para o colédoco, causando sua obstrução parcial ou total.

Sintomas
Geralmente os sintomas são febre, calafrios, icterícia, náuseas e dor abdominal.

5. Dietoterapia
6. Referências Bibliográficas

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Grande, Brasil. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26025372013. Acessado
em: 10 set. 2023.

SCIELO. DIABETES MELITO: DIAGNÓSTICO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO


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SCIELO. PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS E SUAS COMPLICAÇÕES E


CARACTERIZAÇÃO DAS LACUNAS NA ATENÇÃO À SAÚDE A PARTIR DA
TRIANGULAÇÃO DE PESQUISAS. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csp/a/B9Fhg54pjQ677YVx9g3mHwL. Acessado em: 11 set. 2023.

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