Você está na página 1de 1

SANTOS, Eduardo Natalino dos. “Unidade histórica e cultural”.

In: Deuses do México


Indígena: Estudo comparativo entre narrativas espanholas e nativas. (São Paulo: Palas
Athena, 2002. pp.39-79

● A história mesoamericana é marcada por migrações e interações culturais, culminando


na ascensão dos mexicas como herdeiros da tradição cultural mesoamericana.
● Achados arqueológicos desafiam teorias tradicionais que a ocupação da mesoamérica
ocorreu há mais de 10/12 mil anos.
● Mesmo após o “Colapso do Século IX”, as civilizações mesoamericanas deixaram um
legado que influenciou povos que para lá migraram na era pós clássica.

A historiografia eurocêntrica por muito tempo negligenciou e subestimou a riqueza e a


complexidade das culturas pré-colombianas das Américas, especialmente da
Mesoamérica. O foco predominante nos feitos e conquistas europeias tendia a
diminuir ou mesmo ignorar completamente as contribuições e realizações dos povos
indígenas, como os mexicas, zapotecas e maias. No entanto, ao examinarmos o
material histórico apresentado por Napolitano, torna-se evidente que as civilizações
mesoamericanas eram sociedades sofisticadas e avançadas, com sistemas políticos,
religiosos e culturais complexos que influenciaram não apenas a região, mas também
as civilizações futuras — especialmente os povos toltecas e mexicas, após o Colapso
do Século IX. A visão de mundo mesoamericana, enraizada em uma profunda conexão
espiritual com o cosmos e o mundo natural, desafia as concepções eurocêntricas sobre
o desenvolvimento histórico e a definição de "civilização".

Napolitano elaborou uma abordagem inclusiva e contextualizada da história


mesoamericana. A compreensão das culturas pré-colombianas vai além das fronteiras
políticas modernas, exigindo uma apreciação da diversidade e complexidade que
caracterizavam essa região multifacetada. As descobertas arqueológicas recentes, que
desafiaram as narrativas estabelecidas sobre a antiguidade da presença humana nas
Américas, evidenciam a importância dos estudos arqueológicos, bem como a
contestação de pensamentos tradicionais e reavaliação das histórias pré-colombianas
para obter uma compreensão mais completa do passado humano no continente. É
crucial reconhecer e valorizar as contribuições das culturas mesoamericanas para a
história global, rompendo com a tendência eurocêntrica de subestimação desses povos.

Você também pode gostar