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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Análise comparativa entre os textos dos escritores moçambicanos e angolanos.


(Ungulani Ba Ka khosa e Pepetela)

Nome completo: Docente:

Sidónia Eugénio Guila Dra Teresa Ana Vieira

Código Nr: 708190370

Licenciatura em ensino de português

Lit.Afric. em Língua Portuguesa II

4ᵒ Ano

Maputo, Julho de 2022

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Nome completo: Docente:

Sidónia Eugénio Guila Dra Teresa Ana Vieira

Código nr: 708190370

Trabalho a ser apresentado a Instituição de


educação à distancia, centro de recurso de
Maputo, no curso de licenciatura em ensino
de português na cadeira de Lit.Afric. em
Língua Portuguesa II, 4º ano.

Maputo, julho de 2022

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Índice
Introdução...................................................................................................................................5

Objectivo geral............................................................................................................................5

Objectivos específicos................................................................................................................5

Metodologia................................................................................................................................5

1º Capítulo: Vida e obra do Ba Ka khosa e Pepetela..................................................................6

1.1 Ungulani Ba Ka Khosa.........................................................................................................6

1.2 Pepetela.................................................................................................................................6

Capitulo II: Analise comparativa das obras do Ungulani Ba Ka Khosa e Pepetela..................8

2.1 Ualalapi do ba ka khosa e aventuras de Ngunga do Pepetela...............................................8

2.2 O Muana Puó e Mayombe do Pepetela e Orgia dos loucos do Ba ka khosa........................9

2.3 O cão e os caluandas e yaka da Pepetela............................................................................10

3.0 Obras do Ba ka khosa de 2000 a 2010................................................................................11

3.1 Obras do Pepetela de 2000 a 2010.....................................................................................11

3.2 Obras do Ba ka khosa de 2000 a 2010................................................................................12

3.3 Obras do Pepetela de 2011 a 2018.....................................................................................12

4.0 Conclusao............................................................................................................................13

5.0 Referências Bibliográficas..................................................................................................14

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Introdução
O presente estudo, surge no âmbito das actividades curriculares do módulo de Literatura
Africana em Língua Portuguesa, que se enquadrado na licenciatura de português, que de uma
forma detalhada vai analisar as obras de dois grandes escritores africanos Ba Ka khosa e
Pepetela que a partir da literatura sempre defenderam a liberdade dos africanos lutando desse
modo contra a dominação politica e cultural dos europeus. Neste caso, a parir da literatura
publicaram varias obras revindicando o africanismo e a negritude.

Objectivo geral
O presente estudo tem como objectivo geral, compreender a Literatura africana fazendo um
estudo comparativo entre as obras do Ba Ka khosa e Pepetela.

Objectivos específicos
 Mencionar as obras de Ba Ka khosa e Pepetela;
 Descrever as caraterísticas das obras do Ba Ka khosa e Pepetela.

Metodologia
Define-se metodologia como o tipo de processo seguido para a elaboração e um maior
aprofundamento sobre um assunto específico, procurando sempre solucionar o problema
mencionado no assunto de forma clara e objetiva, como também, alcançar os objetivos
estipulados. A metodologia empregada no decorrer da elaboração do trabalho terá como base
as pesquisas bibliográficas realizadas em livros, revistas e artigos científicos, que tenham por
conteúdo relacionados com a ética Para Gil (1991) a pesquisa bibliográfica tem como
objetivo conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes a partir de um
determinado tema ou problema, procurando expor a realidade estudada, suas características e
princípios vinculados. (p.63).
Portanto, com este procedimento obteve-se várias informações que constituíram o corpo
teórico da pesquisa, assim como a elaboração de instrumentos e sua aplicação durante a
realização do trabalho de campo.
Excluindo os elementos pré-textuais e introdução, este trabalho encontra-se dividido em dois
capítulos: 1º Capítulo vai descrever a vida e obra dos dois grandes autores africanos: Ba Ka
khosa e Pepetela, 2º Capítulo vai fazer uma Analise comparativa das obras do Ungulani Ba
Ka Khosa e Pepetela. Na conclusão, procuramos responder de uma forma sucinta, as questões
de investigação através da triangulação de dados e das análises de conteúdo dos documentos
com o quadro teórico.
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1º Capítulo: Vida e obra do Ba Ka khosa e Pepetela

1.1 Ungulani Ba Ka Khosa


Ungulani Ba Ka Khosa é um escritor moçambicano, pseudónimo de Francisco Esaú Cossa,
nascido em Inhaminga, 1 de agosto de 1957. Khosa fez o ensino primário em Sofala e o
ensino secundário, parte em Lourenço Marques e parte na Zambézia. Em Maputo tira o
bacharelato em História e Geografia na Faculdade de Educação da Universidade Eduardo
Mondlane e exerceu a função de professor do ensino secundário.

Iniciou a sua carreira como escritor com a publicação de vários contos e participou na
fundação da revista Charrua da AEMO. Foi a realidade vivida em Niassa e Cabo Delgado,
onde existiam as zonas de campos de reeducação que eram mal-organizadas, que o fez
inclinar mais para a literatura e, por isso, sentiu a necessidade de escrever para falar e expor
essa realidade para as pessoas. Em relação aos prémios tem se a destacar:

 Grande Prémio de Ficção Narrativa com Ualalapi (1987), 1990.


 Prémio Nacional de Ficção, com Ualalapi (1987), 1994.
 Um dos 100 melhores romances africanos do século XX: Ualalapi (1987), 2002.
 Prémio José Craveirinha de Literatura, com os sobreviventes da noite (2005),
 Prémio BCI de Literatura, com entre as memórias silenciadas (2013), 2013.
 Ordem de Rio Branco, Grau de Comendador (2018) concedido pelo Governo
Brasileiro, pelos 30 anos de carreira literária, iniciada com a publicação de Ualalapi,
em 1987 e
 Prémio José Craveirinha de Literatura, pelo conjunto da obra literária (2018.

1.2 Pepetela
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela, nasceu
em Benguela, na Angola, em 29 de outubro de 1941. Cursou os estudos primários e
secundários em Benguela e em Lubango. Em 1958, mudou-se para Lisboa, onde frequentou o
Instituto Superior Técnico e onde iniciou suas atividades políticas e literárias.

Em 1962, saiu de Portugal com destino a Paris, França, onde passou seis meses.
Posteriormente, seguiu para a Argélia, onde se formou em sociologia, vindo a trabalhar na
representação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e no centro de
Estudos Angolanos, que ajudou a criar.

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Regressou a Angola e participou diretamente da luta armada como guerrilheiro e como
responsável pelo setor da educação, de 1969 a 1974. Foi nesse contexto de guerra que ele
adotou o nome Pepetela, que significa, na língua umbundo, “pestana”, e que passou a utilizar
como pseudônimo literário. Integrou, em 1974, a primeira delegação do MPLA que chegou à
capital, Luanda.

Desempenhou os cargos de diretor do Departamento de Educação e Cultura e do


Departamento de Orientação Política. Além disso, foi membro do Estado Maior da Frente
Centro. De 1975 a 1982, foi vice-ministro da Educação. Posteriormente, passou a lecionar
sociologia na Universidade de Luanda. Pepetela publicou inúmeros romances, livros de
crônica e teatro. Atualmente suas obras são traduzidas para vários idiomas, e é membro
fundador da União dos Escritores Angolanos. Em relação aos prémios do Pepetela temos a
estacar:

 Prêmio Nacional de Literatura (1980)


 Prêmio Especial dos Críticos de São Paulo, Brasil (1993)
 Prêmio Camões (1997)
 Prêmio Prinz Claus, na Holanda (1999)
 Prêmio Nacional de Cultura e Artes (2002)
 Prêmio Internacional da Associação dos Escritores Galegos (2007)
 Grau de doutor honoris causa pela Universidade do Algarve, Portugal (2010)
 Prêmio do Pen da Galiza Rosália de Castro (2014)
 Prêmio Fonlon-Nichols Award da Associação Africana de Literatura (2015)
 Prêmio Correntes de Escrita (2020).

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Capitulo II: Analise comparativa das obras do Ungulani Ba Ka Khosa e Pepetela.
As principais inspirações para os escritores da literatura africana são, certamente, a terra, os
conflitos vividos na região, assim como a beleza dos lugares que existem por lá e dos
sofrimentos que passaram nos setores social e político. Outro importante assunto abordado
pelos escritores, são os contrastes que são vividos diariamente na região.

Sem fugir da regra, Ba Ka Khosa e Pepetela são dois dos grandes escritores africanos que se
destacaram na libertação dos seus pais contra a colonização portuguesa tanto em angola por
parte do Pepetela e em Moçambique por parte do Ba Ka Khosa.

Portanto, é possível observar nas obras de Pepetela e Ba Ka Khosa que eles buscam
representar e reinterpretar a história de seu país por meio da ficção.

2.1 Ualalapi do ba ka khosa e aventuras de Ngunga do Pepetela


A obra Ualalapi do ba ka khosa lançado em 1987 aborda exactamente o momento inicial da
ocupação efectiva pelos portugueses e a passagem do tempo pré-colonial ao período colonial.
Ualalapi, no entanto, não é uma obra que apresenta os grandes feitos heroicos de um Grande
Homem contra a violência do domínio colonial, como Ngungunhane vai ser retratado no
Moçambique da pós-independência. Em vez disso dedica-se muito mais a uma representação
de Ngungunhane que corresponde à realidade histórica, mostrando a imagem de um tirano
cruel em relação aos outros povos africanos, mas também para com o seu próprio povo. E

E a pepetela publica as aventuras de Ngunga em 1972, livro produzido em um contexto


único, marcado pela ebulição histórica, entre as décadas de 1950 e 1970, dos movimentos de
libertação nacional nos países africanos, antigas colônias europeias e, especificamente, em
Angola. Esse livro foi escrito como tentativa de provocar, na mentalidade dos jovens e
adolescentes, a sensação dos lugares de pertencimentos coletivos, a localização e definição do
inimigo comum, o estabelecimento discursivo de identidade, a valorização da noção de
angolanidade e a inauguração da conquista pela liberdade. Além disso, o conto também tem
uma “função didática e foi usado na educação das crianças não apenas durante a guerrilha,
como também depois da independência de Angola
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Nas narrativas dos autores em análise, observa – se registros diversos, tais como: a presença
da ancestralidade; a realidade cotidiana do povo; a oralidade, sobretudo dos mais velhos,
figuras que resgatam mitos; e a natureza como meio para compreender o mundo.

Diante disso, nota-se ainda uma preocupação identitária que, segundo críticos, assume a
característica de “escrita da nação”. Trata-se de uma construção narrativa que desconstrói o
discurso oficial a fim de construir uma memória coletiva, reinventando Angola pelo viés da
ficção.

2.2 O Muana Puó e Mayombe do Pepetela e Orgia dos loucos do Ba ka khosa.

Seis anos depois o Petepela publica duas obras em anos seguidos o Muana Puó em 1978 e o
Mayombe em 1979. Em Muana Puó o Pepetela faz um jogo meteórico com mascaras da
cultura tchokwe. Petetela constrói um romance com base na tradição oral angolana a par de
uma técnica narrativa moderna, neste caso, a intervenção dessas mascaras divide o mundo
entre justo e injustos, legitimo e ilegítimos e a celebração do amor. é uma obra de conteúdo
filosófico, tudo pode ser lido em varias direções e todas as palavras são polissémicas.

Em relação ao Mayombe recompõe o cotidiano dos guerrilheiros do movimento popular de


libertação de angola em luta contra as tropas portuguesas. romance, inovador, aborda as
ações, os sentimentos e as reflexões do grupo, e as contradições e os conflitos que permeavam
as relações daqueles que buscavam construir uma nova Angola, livre da colonização. A obra é
organizada em seis capítulos nos quais há variação do foco narrativo – um narrador onisciente
e onipresente se intercala com as personagens, guerrilheiros do MPLA, no papel de narrador
da historia. Com isso Pepetela demostra que nem mesmo a revolução se organiza com um
conjunto, sendo enxergada de forma diferente e conflitante pelos seus próprios membros.

Diferentemente do Pepetela o Ba ka khosa lança o seu segundo livro 3 anos depois intitulado
orgia dos loucos, lançado em 1990, composto por 9 contos que retratam aspectos de um
movimento da realidade moçambicana, como a seca, a fome, o aparecimento dos novos
curtumes a discrepância entre o campo e a cidade, bem como a reprensão policial e o
desencanto da população. Orgia dos loucos contos que dá nome ao livro retrata a realidade
que se anuncia é tão avessa à ideia de humanidade, que só um estado alterado de consciência
poderia com ela conviver. Por entre os escombros de seres que, um dia, foram homens, um
jovem procura por seu pai. O corpo do mais velho está vivo, mas a vida não existe mais. A
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solidão e a morte, a solidão da morte, são experiências extremamente democráticas entre os
espaços moçambicanos, desde os grandes centros urbanos até às recônditas províncias do
interior.

2.3 O cão e os caluandas e yaka da Pepetela


Na década 80 concretamente no ano de 1985 o Pepetela lança duas obras intituladas cão e os
caluandas e a outra yaka. o Pepetela projeta em “O cão e os caluandas” a voz do povo por
meio de um olhar sobre a realidade da pós-independência angolana. Marcado pelo
nacionalismo, a literatura angolana não só apresenta a sociedade como ela é provida de
críticas ao colonialismo e suas marcas pós-colonial, como expõe e dá a oportunidade da
população se expressar e contar a sua história. O caos pós-colonial enfrentado pela sociedade
angolana, uma sociedade proletária, corrupta, burocrática, cheia de desconfianças entre os
diferentes extractos sociais e racista foi a motivação usada pelo autor para falar dos problemas
enfrentados em Angola, com isso, vê-se no texto de Pepetela uma busca das raízes, uma
identidade nacional, em conjunto com a dualidade tradição, modernidade e o lugar da
violência na sociedade contemporânea e o Yaka o escritor procura recuperar e problematizar,
por meio da ficção,

figuras tradicionais e acontecimentos do período colonial em Angola. Utilizando


dois planos temporais no romance Lueji– uma reconstituição do passado e uma projeção de
futuro –, o autor “recria” em seu texto a figura histórico-mítica da rainha Lueji, do Reino da
Lunda, que teria vivido aproximadamente no século XVI
representa o longo processo de luta pela autonomia, o fio condutor da trama é o conflito
identitário do patriarca, dividido entre os valores portugueses e as constantes demonstrações
de injustiça contra o colonizado. A escravidão, o roubo de terras e os massacres de negros são
algumas das ações indicadas como os fomentadores da prosperidade da burguesia colonial,
que se via como aqueles que traziam a “civilização” e que, portanto, poderiam se utilizar de
Angola como quisessem. Tais considerações deixam clara a problemática central de Yaka, no
que concerne à sedimentação de um sentimento nacional: a reivindicação da posse da terra
angolana frente à reivindicação de um efetivo pertencimento à tellus mater angolana, visão
que se afasta da ideia da propriedade atribuída pela primeira opção.

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3.0 Obras do Ba ka khosa de 2000 a 2010
Neste período de tempo o escritor moçambicano lança três obras, nomeadamente: no reino
dos abutres em 2002, os sobreviventes da noite em 2007 e por fim o Choriro em 2009.

O sobrevivente da noite foi vencedor do premio José Craveirinha em 2007 e trata historias
mais recentes apos a independência declarada. o autor explora uma realidade histórica mais
recente, nem por isso menos problemática que é da guerra civil moçambicana, abordando
particularmente o recrutamento das crianças – soldados e de concubinas- crianças.

Numa narrativa aparentemente desconexa onde o presente do enunciação, de um tempo morto


em que nada parece acontecer é constantemente interrompido por recuos a propósito da
entrada em cena de algumas personagens, o que logo cria uma justificativa para se introduzir
a sua historia. Além disso há extensas falas de personagens completamente inseridas no
discurso do narrador em que os seus testemunhos em discurso direto são apropriados no seio
do discurso indirecto do narrador.

3.1 Obras do Pepetela de 2000 a 2010


Para o Pepetela no mesmo período lança oito obras nomeadamente: A montanha da água
Lilas em 2000, Jaime Bunda o agente secreto em 2001, Predadores em 2005, O terrorista de
Califórnia em 2007, O quase fim do mundo em 2008, Os contos de morte em 2008 e O
planalto e a estepe em 2009.

Neste período o Pepetela focaliza –se mais no dia a dia dos angolanos, na esperança e no
amor. portanto distancia- se um pouco da colonização tema que era mais tratado nas suas
obras literárias, como é o caso de O Muana Puó e Mayombe a anos atas.

O quase fim do mundo, é um romance futurista lançado em 2008que se inicia em Calpe,


cidade fictícia em algum ponto da África, entre as regiões Central e Austral, onde um grupo
de pessoas sobrevive a um evento apocalíptico de origem desconhecida. O médico Simba
Ukolo, ao voltar para casa após um dia de trabalho, presencia um clarão que ilumina todo o
céu. Na sequência, toda a vida na terra é aniquilada, sobrando apenas as roupas das pessoas,
algumas plantas e poucos animais. Aos poucos, Simba percebe que não está só. Um grupo de
sobreviventes, de origem e perfis diversos, começa a se formar: uma senhora religiosa, uma
adolescente, uma pesquisadora americana, um aviador sul-africano, um curandeiro etíope,

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uma historiadora somali, um ladrão, um mecânico, um pescador, uma criança. A narrativa é
cativante, com personagens complexas e a África como o lugar simbólico do renascer da
humanidade.

3.2 Obras do Ba ka khosa de 2000 a 2010


Este é o período que o Ba ka khosa comparando com o Pepetela lança mais obras visto que no
seu total são cinco obras nomeadamente: Entre as memorias silenciadas em 2013, O rei
mocho em 2016, Orgia dos loucos no mesmo ano 2016, Cartas de Inhaminga em 2017 e por
fim o mais popular Gungunhana lançado em 2018.

O livro "Gungunhane". A obra, dedicada ao reinado de Ngungunhane, imperador do Reino de


Gaza ao longo da segunda metade do século XIX, reúne dois livros, nomeadamente
“Ualalapi” e o romance “As Mulheres de Ngungunhane”

Neste romance, “procura-se recuperar uma parcela da história de Moçambique: o reinado de


Ngungunhane e concretamente o declínio e queda do Império de Gaza, materializado na
captura e partida do imperador para Portugal, cenas com as quais encerra a narrativa.

A valorização da tradição e a fundamentação do tratamento historiográfico da figura de


Ngungunhane, a partir dos dados da oralidade, interliga-se estruturalmente com a presença,
explícita nuns casos e implícita noutros, de modelos literários ocidentais

3.3 Obras do Pepetela de 2011 a 2018


Neste período o angolano Pepetela lança quatro obras nomeadamente: A sul. O sombreiro em
2011, O tímido e as mulheres em 2013, Se o passado não tivesse asas em 2016 e por fim o
Sua excelência do corpo presente em 2018.

Em tímido e as mulheres o Pepetela parte de um triângulo amoroso para fazer um retrato da


sociedade angolana atual. Luanda nos dias de hoje. Acompanhamos Heitor, um escritor em
início de carreira, o tímido. Heitor, o escritor tímido; a encantadora e fiel jornalista Marisa;
Lucrécio, o cadeirante intelectual marido de Marisa; Jeremias, o Senhor do Dia 13; Antunes e
Lucas, os amigos de Heitor; a família da candongueira dona luzi tu, de onde destaca-se a
jovem e bela Orquídea, que será atraída pelo charme do tímido. É este o trio que une as
diversas histórias e personagens deste romance.

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Em relação a obra, Se o passado não tivesse asas lançada em 2016 mais uma vez o autor fala
sobre historia do seu país. Neste caso, a obra constrói-se a partir de duas estórias paralelas,
apresentadas em idas e vindas no tempo de Angola como se fossem as ondas do mar que
banha a ilha de Luanda, um dos territórios privilegiados na narrativa. Intercalando os anos de
1995 e 2012, vamos conhecendo os desafios enfrentados pelos amigos Himba e Kassule, que
lutam por sua sobrevivência em tempo de guerra civil; e os dramas vividos pelos irmãos Sofia
e Diego Moreira já no pós-guerra. Mais uma vez o autor, por meio de sua potente ficção.
O romance se inicia anunciando como marco temporal o ano de 1995, portanto, época de
guerra civil. Nós, leitores, passamos a acompanhar a trajetória de Himba, uma menina de 13
anos que perdeu a família na fuga de Huambo para Luanda após terem abandonado tudo.

4.0 Conclusão
Chegando ao fim do presente estudo comparativo entre Ungulani e o Pepetela, notou se varias
semelhanças entre os dois em vários aspectos isto porque, tanto o Ungulani assim como o
Pepetela a partir da literatura expressaram o seu descontentamento em relação a colonização,
a forma de governação imposta pelos políticos não sérios nos seus países, a fome, o
desemprego e o dia a dia das suas comunidades.

Portanto, as suas obras têm como características: Revisitação de fatos históricos dos seus
países (Angola e Moçambique) com criticidade; Constante referência aos mitos tradicionais
angolanos; Tentativa de problematização da formação identitária; Uso recorrente de figuras de
linguagem; Prosa tendendo à linguagem poética; Fluxo narrativo tendendo à mescla de focos
narrativos em uma mesma obra; Personagens complexos psicologicamente; Exploração do
tempo e do espaço de forma não linear.

Sobre o próprio trabalho é visto como ganho significativo na medida em que é possível
aplicar o conhecimento adquirido na prática, atendendo e considerando que o levantamento e
a descrição do próprio conteúdo teve maior enfoque na literatura moçambicana e angolana
como forma de adequar ao objetivo final da formação. A partir deste trabalho é possível
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afirmar ainda que, trouxe um ganho muito significativo e que surtira efeito positivo na
carreira profissional, garantindo deste modo que trabalhos de género são bem-vindos.

5.0 Referências Bibliográficas


Universidade católica de Moçambique (2015) Manual de investigação científica. Beira,
Moçambique.
Universidade Pedagógica (2017). Regulamento académico para os cursos de graduação e
de pós-graduação. Maputo, Moçambique
Oliveira, J. J. (2007) As Literaturas Africanas e o Jornalismo no Período Colonial. O
marrare, v. 8

Afonso, M. F. (2004). O conto mocambicano: Escritas pos-coloniais. Lisboa:


Caminhoonso, M. F. (2004). O conto mocambicano: Escritas pos-coloniais. Lisboa: Caminho

Ferro, M.(1996) História das colonizações: das conquistas às independências dos sécs. XIX e
XX. Lisboa: Editora Estampa.
Halbwachs, M.(2006) A memória coletiva. São Paulo: Centauro.
Júnior, R. (1945) Aventura do Mato e colonização dirigida. Lisboa. Estudo de Assuntos
Coloniais

ALMADA, J. (2014) Ngungunhane. Maputo: Plural Editores, Coleção Personalidades


Moçambicanas.

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CHAVES, R. (2005).Pepetela: romance e utopia nahistória de Angola. In: Angola e
Moçambique: experiência colonial e territórios literários. São paulo Cotia.Ateliê.
Matusse, G. (1998). A construcao da imagem da mocambicanidade em Jose Craveirinha,
Mia Couto e UngulaniBa Ka Khosa. Maputo: Livraria Universitaria, UEM.

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