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Objetivos Específicos:
Conhecer e entender o processo de letramentos e da alfabetização para analisar os aspectos históricos e legais
que respaldam a atuação do professor alfabetizador.
Distinguir a postura do professor alfabetizador para compreender a importância do seu papel na mediação das
habilidades que serão construídas no processo de leitura e de escrita.
Compreender e identificar a prática do letrar e do alfabetizar para analisar as melhores modalidades,
procedimentos didáticos e recursos pedagógicos que atendam as necessidades deste processo de aquisição.
Elementares.
As pinturas rupestres
Prova Brasil
ANA
Situação-problema
Uma classe de alfabetização de jovens e adultos precisa organizar uma exposição para um evento escolar.
A professora da turma precisa usar a criatividade e pensar em uma forma de motivar seus alunos, pois não
escrevem de forma convencional.
Quais seriam as melhores opções perante o medo de exporem seus textos?
Alfabetização e Criatividade
TAXA ANALFABETISMO
FORMAÇÃO
EQUIPARAÇÃO DO PISO
A alfabetização é o mais complexo e evidente problema no que se refere à qualidade do processo educativo.
A discussão sobre os métodos ganhou papel central.
Mortatti (2006) define quatro momentos históricos.
Estágio/Estádios: Sensório motor; Pré-operacional;
Ao terem contato com o mundo da leitura e da escrita, os aprendizes desenvolvem ideias sobre como esses
objetos funcionam.
Há aprendizagem até mesmo antes do processo de escolarização formal.
A criança não é refém do conhecimento sistemático e gradual.
Emília Ferreiro utiliza escritas espontâneas para conhecer as hipóteses.
Características:
Todos os estudantes passam pelas mesmas etapas em tempos diferentes.
Pré-silábica - Silábica - Silábico-alfabética – Alfabética
O professor deve analisar e ajudar o aprendiz a progredir.
Situação-problema
Lucas é uma criança que entrou na escola aos 6 anos. Ele tinha acesso a muitos livros e revistas e brincava
muito com esse material. Todos os dias, sua avó lia muitas histórias. Quando chegou à escola e a professora lhe
deu papel e lápis para desenho livre, o menino escreveu muitas coisas. A professora, intrigada, perguntou-lhe o
que havia escrito em um dos trechos e ele respondeu: cavalo, onde estava grafado “XAO”. A professora
observou que a escrita de Lucas apresentava uma coerência interna, pois, em geral, ele utilizava uma letra para
representar cada sílaba.
Problematizando SP2
Agora reflita: Com base na psicogênese da língua escrita, o que a escrita desse aluno representa?
Possibilidades de resolução
Representa a formulação de hipóteses sobre a escrita.
Hipótese silábica sem valor sonoro.
A elaboração de hipóteses não tem início apenas com a entrada da criança na escola.
Importância do acesso a cultura letrada.
Exemplificando
O tempo que o aluno leva para aprender é também repensado, não como uma deficiência, mas como uma
fase de construção do aprendizado. Pensar a alfabetização como um processo de construção de hipóteses
modifica a visão tradicional e o foco da aprendizagem passa a ser o sujeito cognoscente.
Letramento
A partir disso, o aluno constrói hipóteses e avança no seu processo de aprendizagem. Ou seja, a escola não é
o único lugar de aprendizado, pois vivemos em uma sociedade letrada.
A Escola
É importante pensar que a escola é o lugar de aprendizado sistematizado, é o lugar no qual as intervenções
didáticas devem ser realizadas de forma qualitativa.
CONTEXTUALIZAÇÃO
SABERES DOCENTES
Freire (1988, p. 9) nos alerta que: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
O que seria a “leitura de mundo”? Sob qual ótica o mundo pode ser “lido”?
Como compreender o fenômeno da aquisição da escrita a partir dos múltiplos olhares se sua funcionalidade do
registro está ligada à experiências e necessidades do indivíduo?
ALFABETIZAÇÃO:
Soares (2016) Alfabetização: enfoque somente no sistema de escrita alfabética não garante que o sujeito se
aproprie de todas as funções da escrita.
MULTILETRAMENTOS
Formas de emprego da leitura e da escrita como a linguagem midiática, da informática, internet e tantos
outros fenômenos sociolinguísticos.
Conceito abrangente, pois trata das diversas formas e práticas diante da leitura e da escrita.
A discussão sobre a alfabetização vem sendo realizada desde o final do século XIX, sendo intensificada nas
últimas décadas. Num primeiro momento, restringia-se aos métodos de alfabetização a seguir.
A partir da perspectiva construtivista, fica claro que a criança elabora hipóteses sobre a escrita. Como partir
das hipóteses dos alunos para alfabetizar letrando?
Para Ferreiro e Teberosky (1991, p. 26), a criança se constitui como “um sujeito que aprende basicamente
através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de
pensamento ao mesmo tempo em que organiza seu mundo”.
Gêneros textuais
Letra de canção Receita culinária Bilhete Fábula Carta pessoal Regras de brincadeiras
“A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação
da família e da comunidade.”(BRASIL, 1996, s.p.)
RCNEI
BNCC
Campos de experiências
“a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no
ensino fundamental e médio na idade própria.” (BRASIL, 1996, [s.p])
A luta ideológica e social tem sido personificada nas legislações e documentos educacionais, enfrentando a
exclusão social característica desse ensino.
Estratégias de leitura
Situação-problema
A professora apresenta as normas da nova escola e um aluno pergunta: E onde é o parquinho para
brincarmos?" Então, como agir diante dessa demanda dos pequenos? Ouvi-las ou seguir com o programa já
planejado? O planejamento não é de responsabilidade do professor? Como dar conta do currículo proposto
pela escola e as demandas que as crianças trazem?
Segundo Sacristán (2000), o conceito de currículo se caracteriza da seguinte maneira: “um projeto seletivo de
cultura, cultural, social, política e administrativamente condicionado, que preenche a atividade escolar e que
se torna realidade dentro das condições da escola tal como se acha configurada” (SACRISTÁN, 2000, p. 36).
Currículo
Eixo central
Influenciar qualidade das experiências
Com finalidade
Atribuições e denominações
Currículo prescrito: experiências, interpretações e saberes das crianças, professores e demais sujeitos a partir
do currículo, ou seja, a transposição dos conteúdos para o cotidiano.
Currículo real: refere-se aos conhecimentos vivenciados e que, necessariamente, não são planejados, mas
possibilitam trocas e aquisição de outras tantas aprendizagens.
Currículo oculto: refere-se às aprendizagens que ultrapassam a gestão da unidade escolar e do docente e que,
por vezes, passam despercebidas, mas têm uma ação formadora (positiva ou negativa) muito intensa.
A alteração dos Artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), por
meio da Lei 11.274/2006.
Você já pensou sobre os processos de adaptação e construção cognitiva, afetiva e psicológica pelos quais passa
uma criança ao mudar de etapa, escola e metodologias? A educação infantil dialoga com os contextos do
ensino fundamental? A criança deixa de ser criança ao mudar de etapa?
Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade
Conhecendo as indicações da Base Nacional Comum Curricular
ALFABETIZAR LETRANDO
A professora da turma já sabe da necessidade de levar em consideração as diferentes experiências das
crianças, seus processos de aquisição da linguagem oral e escrita e as competências diante das práticas sociais
relacionadas à escrita. A professor acredita ser muito difícil “alfabetizar letrando”. Que possibilidades didático-
metodológicas poderiam auxiliar a professora diante desse dilema?
Possibilidades de resolução
Duplas produtivas, em que as crianças em níveis diferentes de alfabetização ou letramento podem produzir
textos juntas; produção de textos coletivos, sendo o professor ou outra criança alfabetizada o escriba; a
utilização de diferentes portadores e gêneros textuais; e a visita a espaços em que a comunicação escrita seja
verificada em toda sua funcionalidade (o cartaz na portaria do cinema, por exemplo)
Ciclo de alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental: Práticas e intervenções didáticas
“os grafemas representam os sons da fala, e o sistema de escrita alfabético foi inventado como um
sistema de representação”. (SOARES, 2016)
Para a autora, “a alfabetização – faceta linguística da aprendizagem inicial da língua escrita – focaliza,
basicamente, a conversão da cadeia sonora da fala em escrita” . (SOARES, 2016)
Reflexão: [...] ensinar o sistema de escrita alfabética proporcionando às crianças experiências de leitura e de
produção de texto que façam parte do seu dia a dia, de sua cultura, de suas necessidades de comunicação
etc. (SOARES, 1998).
Consciência Fonológica
Entendemos consciência fonológica como um “vasto conjunto de habilidades que nos permitem
refletir sobre as partes sonoras das palavras” (BRASIL, 2012, p. 20).
Quando a criança reflete sobre os segmentos das palavras, “ela está pondo em ação a consciência
fonológica” (BRASIL, 2012, p. 21).
A produção de um texto de memória sempre tem como fundamento um texto (pode ser
letra de música, cantiga, trava-língua, etc.) que a criança sabe de cor, que ela consegue
recitar ou cantar com autonomia.
• A professora ou o professor podem propor que cada criança escreva o trecho (ou a letra
toda) de uma música que elas gostem muito.
[...] a materialização em sequência linguística (texto verbal) ou por meio de diferentes formas de
expressão, como as imagens ou melodias (texto não verbal), do que se quer comunicar. É resultado
de uma produção que faz sentido numa situação específica de interlocução. O texto seria, assim, o
elemento mediador no processo de interação verbal estabelecido entre os interlocutores, numa
dada situação de interação. (BRASIL, 2012, p. 26)
Os textos orais e a linguagem oral precisam ocupar mais espaço no currículo dos primeiros anos do
ensino fundamental. Ao compreendermos a oralidade como conteúdo de ensino, entendemos que
ela demanda, por parte das professoras e dos professores, o planejamento de atividades/situações
didáticas nas quais a criança possa falar, escutar e refletir sobre a língua.
A professora Júlia também precisa planejar atividades de leitura para crianças de sua turma que já
se apropriaram do sistema de escrita alfabética e que já conseguem ler com certa autonomia.
Vamos ajudá-la a planejar essas atividades.
Cada criança (ou dupla de crianças) recebe uma frase dentro de um envelope e precisa colocá-la
na ordem correta. Uma estratégia de leitura que a criança pode utilizar é encontrar a palavra que
contém o ponto final e já saber que ela é a última palavra da frase.
Possibilidades de prática
Modalidades organizativas
Quatro crianças da turma do segundo ano da professora Júlia ainda
não estão na hipótese alfabética de escrita: uma encontra-se na hipótese silábica sem
valor e três na hipótese silábica com valor.. De que modo ela pode investigar os
conhecimentos de escrita particulares de cada criança, mesmo que estejam na mesma
hipótese de escrita? Quais mediações Júlia pode realizar para que essas crianças
avancem nos seus processos de alfabetização?
Júlia pode organizar as crianças em duplas, conforme os critérios a seguir:
Dupla A: criança na hipótese de escrita silábica sem valor sonoro com a criança na hipótese
de escrita silábica com valor que utiliza apenas vogais.
Dupla B: criança na hipótese de escrita silábica com valor sonoro, com rico repertório de
letras, com criança na hipótese de escrita silábica com valor sonoro, com repertório restrito
de letras.
Recursos didáticos na alfabetização
Sistematizar e consolidar os
conteúdos/temas/assuntos aprendidos.
• Promover a aprendizagem de
conceitos que foram objetos de ensino.
• Elaborar resumo/resenha de um
determinado texto.
• Localizar, selecionar e interpretar
informações sobre determinado
assunto/tema.
Importante
A organização das crianças em grupos para jogar precisa levar em consideração os conhecimentos
que elas já têm sobre a língua escrita: crianças com saberes diferentes, porém próximos, devem
permanecer no mesmo grupo.
[...] poderosos aliados para que os alunos possam refletir sobre o sistema de escrita, sem, necessariamente,
serem obrigados realizar treinos enfadonhos e sem sentido. Nos momentos de jogo, as crianças mobilizam
saberes acerca da lógica de funcionamento da escrita, consolidando aprendizagens já realizadas ou se
apropriando de novos conhecimentos nessa área. Brincando, elas podem compreender os princípios de
funcionamento do sistema alfabético e podem socializar seus saberes com os colegas (BRANDÃO et al.,
2008, p. 13-14).
O que é produzir um texto?
[...] a utilização do jogo potencializa a exploração e construção do conhecimento, por contar
com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de
estímulos externos e a influência de parceiros bem como a sistematização de conceitos em
outras situações que não jogos (KISHIMOTO, 2003, p. 37-38).
Papel do livro didático na alfabetização
Lição de casa
Júlia precisa elaborar duas atividades de lição de casa para o segundo ano do ciclo de alfabetização,
que vão compor o “Banco de lição de casa do segundo ano”. Você precisa ajudá-la a elaborar essas
atividades de acordo com o que foi estudado nesta seção. Agora é com você!
Resolvendo a SP2
Atividade 1: Brincadeira preferida. As crianças devem escolher uma brincadeira preferida e: 1.
Desenhar, escrever o nome e regras
Atividade 2: Música que gosto. Escolher e escrever.
Atividade 3: Invenção de comida, escrever a receita e desenhar.
Atividade 4: Como eu nasci. Atividade 5: Por que tenho esse nome?
Fundamentos Teórico- Metodológicos do Processo de Alfabetização
Situação-problema
Joana foi aprovada para trabalhar em uma escola pública, em uma cidade do interior de São Paulo.
Trabalhar com a alfabetização sempre foi seu sonho, pois seus pais não sabem ler e escrever. No entanto, no
momento em que foi conhecer a turma do terceiro ano do ciclo para a qual lecionaria, teve uma surpresa:
grande parte dos alunos não sabiam ler nem escrever.
Vamos refletir sobre o caso de Joana, pensando sobre a escrita, os métodos de alfabetização e as políticas
públicas?
A escrita
O surgimento da escrita permitiu uma nova organização dentro das civilizações, pois a lei passou a ser
escrita, bem como a religião, etc. A tradição e a cultura oral perderam sua centralidade. É importante
lembrar que antes da escrita a humanidade utilizou diversos meios para comunicação: sinais de tambor,
linguagem dos gestos, envio de flechas e objetos, envio de mensageiros, etc. A escrita é muito mais que um
instrumento. Ela não apenas expressa o pensamento, ela o organiza. A escrita permanece e atravessa o
tempo, ela comunica e também tem seu desenvolvimento atrelado aos inúmeros avanços na história das
civilizações.
Políticas públicas: as políticas públicas são organizadas pelo Estado e são expressas em forma de leis,
planejamentos e financiamentos. Um bom exemplo de uma política pública na área da educação é o
Plano Nacional de Educação (PNE), um conjunto de metas que devem ser alcançadas em um prazo de
dez anos.
Momentos da escrita
O ensino da leitura e escrita, no Brasil, foi permeado por alguns métodos ou ideias:
Contribuições da psicogênese da língua escrita
Iniciaremos mais uma seção de estudos. O tema desta seção, as contribuições da psicogênese da
língua escrita, é essencial para o professor compreender o processo de alfabetização. Na última
seção, tratamos um pouco dos métodos de alfabetização no Brasil. O último período, citado por
Mortatti (2010), tratava da influência das ideias construtivistas no Brasil. Nesse período, o foco do
processo de ensino e aprendizagem deixou de ser o método e passou a ser o sujeito que aprende
Situação-problema: Assim que Joana iniciou o trabalho com sua turma, percebeu que seus alunos
tinham conhecimentos diferenciados sobre o processo de escrita entre si: alguns não escreviam,
outros escreviam com muitos erros. A fim de conseguir realizar um trabalho de qualidade, ela pediu
ajuda à sua orientadora pedagógica. Você poderia exercer o papel dessa orientadora pedagógica e
guiar a professora no início dessa trajetória?
"Ao concebermos a escrita como um código de transcrição que converte as unidades sonoras em
unidades gráficas, coloca-se em primeiro plano a discriminação perceptiva nas modalidades
envolvidas (visual e auditiva). Os programas de preparação para a leitura e a escrita que derivam
desta concepção centram-se, assim, na exercitação da discriminação, sem se questionar sobre a
natureza das unidades utilizadas”. Por outro lado, quando concebemos a leitura e a escrita como uma
representação da linguagem, condicionamos sua aprendizagem à compreensão e à construção de um
sistema.
Precisamos ainda pensar que a invenção da escrita foi um processo histórico de construção. Logo,
não é natural que o aprendizado desse processo seja uma codificação, conforme escreve Ferreiro
(2011, p.16-17):
“No caso dos dois sistemas envolvidos no início da escolarização (o sistema de representação dos
números e os sistemas de representação da linguagem), as dificuldades que as crianças enfrentam
são dificuldades conceituais semelhantes às da construção do sistema e, por isso, pode-se dizer, em
ambos os casos, que a criança reinventa esses sistemas. Bem entendido: não se trata de que as
crianças reinventam as letras nem os números, mas que, para poderem se servir desses elementos
como elementos de um sistema, devem compreender o seu processo de construção e as suas regras
de produção”.
A partir da análise das escritas infantis, Ferreiro (2010) chegou a algumas conclusões. Clique nos
botões para conhecê-las.
As fases de construção e aprendizado da escrita propostas por Emília Ferreiro
Agora que você conheceu um pouco sobre a psicogênese da língua escrita, você poderá:
• Observar que o aprendizado da escrita é um processo de construção social que modifica a forma
de planejamento do professor.
A escrita infantil, segundo a psicogênese. As ideias construtivistas, verificando que elas não são
traduzidas especificamente em nenhum método de alfabetização.
Situação-problema
Uma professora que dava aula para o primeiro ano do ciclo aposentou-se e Joana foi incumbida de
assumir a classe. Ao conversar com a coordenadora da escola, Joana ficou sabendo que a professora
que se aposentou era tradicional e utilizava cartilha e método fônico para a alfabetização. Ela ficou
apreensiva, pois tinha bastante experiência de trabalho dentro das concepções construtivistas.
Qual deveria ser, na sua opinião, a primeira atitude de Joana em relação ao processo de alfabetização
dos seus alunos? Você acredita que seria sensata a modificação da organização do processo
pedagógico?
As pesquisas de Emília Ferreiro partiram de análises de textos produzidos por crianças. Para a autora,
o que importa nesse processo de avaliação são as produções infantis e os esquemas de construção
mental que podem ser apreendidos nesse processo. As produções traduzem o nível de elaboração
entre o aprendiz e o objeto do conhecimento.
Conheça um caso concreto identificado nas pesquisas de Ferreiro (2011), explorando a galeria a
seguir
Escrita pré-silábica
Utiliza letras para escrever, embora não haja
qualquer correspondência entre letra e som.
Por que é importante acompanhar e fazer uma avaliação da escrita das crianças como fez Ferreira?
Ferreira (2011) afirma que o fundamental na avaliação que se faz da escrita da criança é identificar formas de
intervenção didática que facilitem a passagem na mudança dos esquemas interpretativos do aprendiz. Como
vimos, Emília Ferreiro trouxe uma excelente contribuição para a área da alfabetização com suas pesquisas,
pois salientou que a criança que aprende a ler e escrever desenvolve um constante esforço cognitivo no
sentido de recriar o sistema de escrita. Essa recriação mostra o quanto a pessoa que aprende é ativa e deve
ter suas expressões valorizadas, a fim de que possa ser um real usuário do sistema de escrita
Escrita como função culturalmente mediada:
Porém, como Paulo Freire nos alerta, a competência leitora e escritora perpassa outras nuances para
além da codificação / decodificação, sendo construídas possibilidades de contextos leitores diversos a
partir dos significados e funções de cada objeto / situação / fenômeno.
Ferreiro (2011) entende o processo de alfabetização como uma vivência pontual, ou seja, está ligado
à competência de codificar/decodificar a leitura e a escrita. Para a estudiosa, o letramento é um
fenômeno intrínseco à alfabetização, já que considera os aspectos sociais na composição dos
conhecimentos linguísticos.
A partir da década de 1980, o termo “alfabetismo funcional” foi adotado, sendo utilizado para indicar
indivíduos que conseguiam interpretar textos, gráficos, sinais e mensagens. No Brasil, o instituto
Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa realizam uma pesquisa denominada Indicador Nacional
de Alfabetismo Funcional (INAF), que tem como objetivo mensurar e analisar as competências de
leitura e escrita, sendo articulada em quatro níveis:
Analfabetos: não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases.
Alfabetizados de nível básico: compreendem textos de média extensão, resolvem problemas e têm
noção de proporcionalidade.
Alfabetizados de nível pleno: leem textos mais longos, avaliam informações, realizam inferências e
sínteses, e interpretam tabelas, mapas e gráficos.
Assim, o sujeito letrado, para além da competência leitora e escritora, detém, utiliza e articula a
funcionalidade de cada recurso comunicativo, de acordo com suas necessidades individuais e sociais.
Já a dimensão social do letramento é entendida sob duas vertentes: como fenômeno que possibilita
o funcionamento de uma sociedade já instaurada (versão fraca) ou como um fenômeno
potencializador para a transformação das relações e contextos sociais injustos (versão forte).
Situação problema
Numa escola pública, a professora de uma turma de alfabetização precisou se ausentar, e o único
docente disponível para a substituição era um professor especialista em Matemática. A coordenadora
pedagógica solicitou ao professor que assumisse a turma, podendo trabalhar conteúdos de
matemática.
O professor, embora estivesse um pouco inseguro, entendia que os alunos não poderiam ser
prejudicados em suas aulas de Língua Portuguesa, já que se tratava de uma turma de alfabetização.
Diante desse impasse, como o professor poderia solucionar a questão? Quais possibilidades didático-
metodológicas poderiam ser utilizadas na solução desse desafio?
Procedimentos didáticos para os letramentos na educação infantil: o que dizem as orientações
oficiais
Entre os documentos que se constituem a partir da concepção de criança como sujeito de direitos, os
Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI) têm como função orientar e
subsidiar educadores na constituição de vivências e experiências no contexto da educação infantil,
enfatizando os elementos do letramento nessa fase.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil foi elaborado conforme as diretrizes e
concepções apresentadas na LDB (Lei nº 9.394/1996). Está organizado em três volumes: Introdução,
Âmbito de Formação Pessoal e Social e Âmbito de Conhecimento de Mundo.
Os RCNEIs apresentam a linguagem oral e escrita como parte integrante da rotina das crianças, sendo
que os contextos de aprendizagem dessa linguagem se concretizam nas interações realizadas. Assim,
segundo os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil, a ação pedagógica ancora-se nas
seguintes práticas:
Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, opiniões e
sentimentos.
Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos
de vista.
Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequência temporal e causal.
Reconto de histórias conhecidas, com aproximação às características da história original.
Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais, como trava-línguas, parlendas, adivinhas,
quadrinhas, poemas e canções.
Do mesmo modo, o documento Base Nacional Comum Curricular, ainda em construção, trata das
aprendizagens infantis através das diferentes vivências e experiências, possuindo cinco eixos
norteadores. São eles:
Situação-problema
No início do ano letivo de uma turma do 1ª ano do ensino fundamental, os pais e a professora se
reuniram para conversar sobre como será o ano para as crianças. Nesse contexto, uma mãe
perguntou quais serão os conteúdos a serem trabalhados e os prazos para que as crianças dominem
as competências elaboradas. Como a professora, cuja compreensão de currículo está ancorada em
um contexto emancipatório, poderia responder a essa questão?
O conceito de currículo se caracteriza da seguinte maneira: “um projeto seletivo de cultura, cultural,
social, política e administrativamente condicionado, que preenche a atividade escolar e que se
torna realidade dentro das condições da escola tal como se acha configurada” (SACRISTÁN, 2000, p.
36).
O currículo é o eixo central da ação educativa, já que poderá influenciar a qualidade das
experiências escolares. Sua finalidade engloba delimitar atividades, conteúdos, experiências dos
alunos e também de seus professores.
escrita
A alteração de artigos da Lei nº 9.394/96, por meio da Lei nº 11.274/06, dispõe sobre
partir dos seis anos de idade. Diz respeito também ao currículo do ensino
O currículo do 1º ano do ensino fundamental de nove anos não deve coincidir com o
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como finalidade a orientação e elaboração
de propostas curriculares para as diversas etapas da educação básica dos estados brasileiros,
do Distrito Federal e dos municípios. Ela define quatro eixos de formação, com a finalidade
de articulação do currículo em todas as etapas. São eles: