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Encontro 14.06.

20 - O Sagrado Coração de Jesus e a Eucaristia

Tema: O Sagrado Coração de Jesus e a Eucaristia


Objetivo: Perceber o profundo Amor que faz palpitar o coração humano de Jesus e que
está vivo e presente para nós na Santa Eucaristia

Vamos relembrar de coisas que já falamos nos últimos encontros:

1) Que Jesus Cristo é o Verbo de Deus, que é um só Deus com o Pai e o Espírito Santo, na
Santíssima Trindade, comunhão eterna de Amor  Jesus é Deus

2) Que Jesus é Deus, que se fez carne e habitou entre nós através do “Sim” de Maria
Santíssima  Jesus é homem

3) Que Jesus apresenta a chamada “União hipostática”, ou seja, Ele é Deus e homem ao
mesmo tempo. Não é nem só Deus, nem só homem, nem 50% Deus e 50% homem, mas
totalmente Deus e totalmente homem.

E qual é a doutrina católica a respeito do culto


ao Sagrado Coração de Jesus?

Em primeiro lugar, a Igreja ensina que esse culto


consiste em uma verdadeira adoração. A razão
disso está na doutrina da "união hipostática" de
Cristo: "Uma vez que Deus Verbo se encarnou, a
carne de Cristo é adorada não por si mesma, mas
porque o Verbo de Deus está unido a ela segundo a
hipóstase". Assim, pois, comenta Santo Tomás de
Aquino, "adorar a carne de Cristo nada mais é do
que adorar o Verbo de Deus encarnado, assim
como adorar a roupa do rei nada mais é do que
adorar o rei que a veste". É por isso que quem reza
a Ladainha do Sagrado Coração recorda que esse
órgão de Cristo está "unido substancialmente ao
Verbo de Deus" e que nele "habita toda a plenitude
da divindade". Os católicos, portanto, não só podem, como devem, adorar o Sagrado
Coração de Jesus, sem nenhum temor ou escrúpulo.

Foi pela encarnação de Jesus Cristo no seio de Maria Santíssima que foi possível a
redenção dos nossos pecados, pelo seu sacrifício na Cruz. Assim, Jesus pagou com toda a
sua vida e com sua morte o preço que não poderíamos pagar por nós mesmos, o preço por
tantos pecados que cometemos. Foi pelo seu sofrimento, por suas angústias, por suas
dores, pelo seu Corpo ferido e Sangue derramado na cruz, mas acima de tudo pelo seu
Amor Misericordioso que fomos salvos. Toda a Igreja nasce do Coração aberto de Jesus!

Jesus Cristo é o novo Adão. Em Cristo, nascemos para uma nova vida. (ver Gn 2, 21-23;
ver Jo 19, 30-37)

Após Deus ter colocado Adão em um sono profundo, foi aberto o seu lado e dali nasceu
Eva, a sua esposa, ao que Adão afirma: "Eis agora aqui ossos e a carne de minha carne".
Também do lado aberto de Jesus, que havia sido morto, mas que em três dias ressuscitaria,
foi que nasceu a Igreja. Em Jesus, toda a Criação de Deus, e principalmente o ser humano,
se renova e adquire uma ‘nova vida’.

Do coração de Jesus Cristo pendente


da Cruz e aberto pela lança do
soldado jorraram sangue e água (cf.
Jo 19,34s). O evangelista S. João dá
grande importância a este fato
aparentemente secundário: “Aquele
que viu, dá testemunho, e o seu
testemunho é verdadeiro. E Ele
(Jesus) sabe que João diz a verdade,
para que vós creiais”.

Por que tanta ênfase em tal


pormenor? Por causa do significado
simbólico que têm esses dois
elementos, simbolismo explanado pelos antigos escritores cristãos, fazendo eco genuíno
ao pensamento do evangelista; este escreveu uma obra que se compraz em fazer do visível
o sinal do Invisível ou do Transcendental.

Porque jorrou sangue e água do coração de Jesus?

A água do Batismo, apresentado por Jesus a Nicodemos como sendo um renascer da água
e do Espírito (cf. Jo 3,5). A água, vivificada pelo Espírito Santo e feita sacramento, é o canal
pelo qual passa a vida do Filho de Deus para aqueles que são feitos filhos adotivos de Deus
ou filhos no Filho.

O sangue que jorra do lado de Cristo junto com seu corpo imolado são a Eucaristia, o
sacramento central e o enlevo da comunhão do homem com Deus. Quem comunga torna-
se um só com Deus e com toda a Igreja.

Estes dois sacramentos constroem a Igreja; enxertando os fiéis em Cristo, perfazem o


Corpo Místico ou a Igreja. Pode-se então dizer que esta nasce do lado de Cristo pendente
da Cruz, como Eva teve origem do lado de Adão adormecido, conforme Gn 2, 21s (numa
exegese literal do texto sagrado). A Igreja é a nova Eva (Mãe da Vida), que nasce do novo
Adão (Jesus Cristo). Maria Santíssima., como protótipo e miniatura da Igreja, participa do
título e da função de nova Eva. Ela é a Mãe da Vida (Jesus Cristo).

As pulsações do Coração de Jesus revelam a sua humanidade

O Papa Pio XII nos explica que "mais do que qualquer outro membro do seu corpo, o seu
coração é o índice natural ou o símbolo da sua imensa caridade para com o gênero
humano". Os católicos adoram o Coração de Jesus porque a fé cristã é, acima de tudo, a
"religião do amor". Na verdade, não existe nenhuma virtude maior do que a caridade (cf. 1
Cor 13, 13); nenhum mandamento maior do que o amor (cf. Mt 22, 34-40); nada tão
importante quando o fato de que "Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o Seu
Filho único, para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).

Além disso, cremos que Deus, assumindo um coração verdadeiramente humano, sujeitou-
se livremente a experimentar os sentimentos mais comuns da vida de qualquer pessoa,
tais como o amor e a alegria, a tristeza e o temor etc . O Papa Pio XII confirma que "o
coração de Cristo (...) sem dúvida deve ter palpitado de amor e de outros afetos sensíveis".

Por isso, convém "meditar as pulsações do seu coração", a fim de que também os nossos
corações possam, com suas batidas, tributar um hino de louvor a Deus.

Passagens:

1 - O Coração de Jesus pulsa de amor ao mesmo tempo humano e divino desde que a
virgem Maria pronunciou aquela palavra magnânima 'Fiat'- faça-se em mim conforme a tua
palavra (Lc 1, 26-38).

2 - O Coração de Jesus pulsou de amor quando se perdeu de seus pais e, tomado por um
zelo que O consumia, aninhou-se no templo e tratou de cuidar das coisas de Seu Pai (cf. Lc
2, 49).

3 - O Coração de Jesus pulsou de amor quando trabalhou na carpintaria de Nazaré,


rodeado por São José, Seu pai adotivo, e por Sua santíssima mãe, a qual O nutria e O via
crescer "em estatura, graça e sabedoria, diante de Deus e dos homens" (Lc 2, 52).

4 - O Coração de Jesus pulsou de amor quando sentiu compaixão das multidões que O
cercavam (cf. Mc 8, 2), quando deu vista aos cegos, quando curou os enfermos e quando
ressuscitou os mortos.

5 - O Coração de Jesus pulsou de amor e admiração, quando viu a grande fé daquele


soldado romano, cujas palavras são repetidas todos os dias na Santa Missa: Senhor, eu não
sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva
(cf. Mt 8, 8).

6 - O Coração de Jesus pulsou de amor e de santa ira, quando expulsou os cambistas e


vendilhões do templo, ordenando que não fizessem da casa de Seu Pai uma casa de
comércio (cf. Mt 21, 13).
7 - O Coração de Jesus pulsou de amor e de
alegria, quando instituiu o Santíssimo
Sacramento da Eucaristia, deixando a Si
mesmo como alimento para todos os que O
haviam de seguir, até o fim dos tempos. (Lc
22, 7-20)

8 - O Coração de Jesus pulsou de amor, de


tristeza e de temor, quando rezou no Horto
das Oliveiras, implorando misericórdia e
suando gotas de sangue pela humanidade
pecadora (cf. Mt 26, 38; Mc 14, 33).

9 - O Coração de Jesus pulsou disparadamente quando Se entregou na Cruz, palpitando


"mais pela força do amor do que pela violência dos algozes" [9]. (Mc 15, 1-35)

10 - O Coração de Jesus pulsou de amor e misericórdia, quando acolheu no Céu o bom


ladrão (cf. Lc 23, 43) e perdoou os Seus carrascos do crime que cometeram (cf. Lc 23, 34).

11 - O Coração de Jesus pulsou de amor quando entregou Maria Santíssima aos cuidados
de Seu discípulo amado, designando-a mãe de toda a Igreja (cf. Jo 19, 25-27).

Finalmente, no Céu, "o seu coração sacratíssimo nunca deixou nem deixará de palpitar
com imperturbável e plácida pulsação", já que a aliança que firmou com a Sua Igreja é
irrevogável e o Seu amor para com ela é eterno, como Ele mesmo tinha prometido: "Esta é
a aliança que farei com a casa de Israel a partir daquele dia – oráculo do Senhor, colocarei
a minha lei no seu coração, vou gravá-la em seu coração; serei o Deus deles, e eles, o meu
povo" (Jr 31, 33).

Por todas essas pulsações do Sagrado Coração de Jesus, que também nós vivamos a nossa
vida como um completo e constante ato de amor a Ele. Peçamos-Lhe a graça de imitar o Seu
manso e humilde coração (cf. Mt 11, 29) e que, assim como o Seu, também os nossos se
convertam em uma "fornalha ardente de caridade".

A Eucaristia e o Sagrado Coração de Jesus

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (J 6, 47-58)

"47.Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. 48.Eu sou o pão
da vida. 49.Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. 50.Este é o pão que desceu
do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. 51.Eu sou o pão vivo que desceu do
céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne
para a salvação do mundo”. 52.A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo:
“Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?”. 53.Então, Jesus lhes disse: “Em
verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o
seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 54.Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 55.Pois a minha carne é
verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 56.Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57.Assim como o Pai que
me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por
mim. 58.Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e
morreram. Quem come deste pão viverá eternamente”."

A Santíssima Eucaristia é dom preciosíssimo do Amor que pulsa no Sagrado Coração de


Jesus, e é verdadeiramente o seu Corpo e Sangue. Jesus disse: “Em verdade, em verdade
vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não
tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” Esta vida só Ele pode dar, e dá através do
mistério da Eucaristia, Deus escondido nas espécies do pão e do vinho.

É na Eucaristia que o Sagrado Coração revela o seu amor. Enquanto os anjos e os santos
contemplam, admiram, adoram e cantam o amor do Coração de Jesus, nos esplendores da
glória, os homens são chamados a honrá-lo, a amá-lo, de preferência, na vida eucarística.

Foi diante da Eucaristia também que Santa Margarida-Maria Alacoque ouviu a grande
revelação tão conhecida: Eis Coração que tanto amou os homens! Noutra vez, escreve,
estando diante do Santíssimo Sacramento – o meu Deus, descobrindo-me o seu divino
Coração, disse-me: «Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se
esgotar e consumir, para lhes testemunhar o seu amor».

É sempre a Eucaristia. A devoção ao Sagrado Coração é sobretudo eucarística. Onde


procuramos o Coração de Jesus melhor que na Eucaristia? Os abaixamentos do presépio e
as angústias da Paixão não são mais do que uma recordação; a glória do céu não é mais do
que uma esperança; Jesus não nos é acessível senão na Eucaristia. Lá o seu Coração bate
junto de nós.

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