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Língua Portuguesa | Material de Apoio

Professor Pablo Jamilk.

Colocação Pronominal

1. Conceitos e explicações iniciais

A colocação pronominal, que também pode ser conhecida como sintaxe de colocação, toponímia ou tmese, é a
parte do conteúdo de sintaxe que estuda a posição dos pronomes oblíquos átonos nas sentenças. Notadamente, a
análise que se faz a respeito desses pronomes está atrelada à posição do pronome em relação a um verbo,
entretanto, pode haver casos da relação entre pronome e pronome ou da relação entre advérbio e pronome.
Antes de investigar a posição desses pronomes, é bem importante lembrar quais são eles, afinal, se você não se
ligou no estudo da Morfologia, é bem provável que você esteja “boiando” no que seja um pronome oblíquo átono.

Pronomes oblíquos átonos


Me
Te
O, a, lhe, se
Nos
Vos
Os, as, lhes, se

Esse toque serve para rememorar quais são esses elementos da Morfologia. Também serve para você não
achar que a criatividade acabou e que os exemplos são sempre com os mesmos pronomes.
Vejamos quais sãos a ditas posições dos pronomes oblíquos átonos:

Casos de Colocação Pronominal

1. Próclise: colocação do pronome oblíquo antes do verbo.

Ex.: Nunca lhe retiraram as esperanças de vitória.

2. Mesóclise: colocação do pronome oblíquo no meio do verbo.

Ex.: Avisá-la-emos quando chegar a hora.

3. Ênclise: colocação do pronome oblíquo após o verbo.

Ex.: Diz-se que o país sofre com a crise internacional.

4. Apossínclise: intercalação de palavras entre o pronome oblíquo e o verbo.

Ex.: Provavelmente você me não acredite se eu contar.


Uma pergunta deve ficar aí martelando em sua cabeça: como isso pode cair em uma prova?
Bem, isso depende muito da banca. Vamos pensar nas duas bancas-alvo para nossa prova em questão:
CESPE e ESAF. No caso da banca CESPE, o usual é que a banca solicite a mudança da posição do pronome, ou seja,
que ela pergunte sobre a possibilidade de alterar a colocação, mantendo a correção gramatical e o sentido do texto.
Já, a banca ESAF costuma propor um trecho de texto em que alguns elementos aparecem repetidos, então solicita a
reescrita do segmento, empregando pronomes a fim de evitar as “viciosas repetições”.
Para garantir o acerto desse tipo de questão, é preciso memorizar as regras de colocação pronominal.
Passemos a esse estudo!

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2. Regras de Próclise

A Próclise usualmente ocorre em casos nos quais se faz notar a presença das chamadas “palavras atrativas”, isto
é, as palavras que – em razão do princípio da eufonia (bom soar das palavras) – atraem os pronomes para perto de
si. Vamos dizer que essas palavras são “sexy” demais, os pronomes não se aguentam e vão para perto delas.
Memorize esses casos!

1. Com palavras ou expressões de sentido negativo.

Ex.: Não me negue o direito à cidadania, nunca o empenhei em trambiques.

Comentário da regra: perceba que os advérbios de negação atraem os pronomes (que estão sublinhados) para perto
de si. Há um erro muito comum de colocação pronominal que consiste em passar esses pronomes para uma forma
enclítica (depois do verbo, algo como “Não negue-me”). A isso, dá-se o nome de hipercorreção.

2. Com conjunções subordinativas (ou locuções conjuntivas subordinativas).

Ex.: Sempre que me pego em situações difíceis, costumo rever minhas prioridades.

Comentário da regra: no exemplo que mencionei acima, temos uma locução conjuntiva, que é uma espécie de
conjunto de termos com apenas uma função. No caso, duas palavras que funcionam como uma conjunção.

Sugiro, guerreiro do concurso, que você relembre as conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas para faciliar
o estudo dessa regra. Vejamos uma pequenta tabela:

Conjunções subordinativas adverbiais:

Categoria Conjunções Exemplos


Causal: Já que, como, porque uma Já que me interessa o
vez que assunto, estudarei.
Comparativa: Como, mais (do) que, menos Falei mais do que me
(do) que, tanto quanto, tal permitiram
que.
Condicional: Caso, se, contanto, desde Caso o veja por aqui, passe o
que. aviso.
Consecutiva: Tanto que, de modo que, deInvesti tanto que me vi
sorte que. pronto a passar.
Conformativa: Conforme, consoante,
A empregada limpou a casa
segundo. conforme lhe ordenaram.
Concessiva: Embora, ainda que, mesmo Embora me faça falta,
que, conquanto, apesar de abdicarei de alguns
que. alimentos.
Final: Para que, a fim de que, Concentre-se para que a
porque. possa compreender
propriamente.
Proporcional: À medida que, à proporção João ficava cansado à medida
que, ao passo que. que me contava suas
aventuras.
Temporal: Quanto, sempre que, logo Logo que me libertei daquela
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que, mal. situação, comemorei.

Além das subordinativas adverbiais, lembre-se das subordinativas integrantes (que e se), as quais
introduzem Orações Subordinadas Substantivas. Vejamos um exemplo:

Ex.: O fiscal disse que me trariam um novo modelo de prova após o exame.

3) Pronome relativo:

Ex.: Os conceitos a que me refiro pertencem a Heidegger.

Perceba que a palavra destacada nessa frase é classificada como pronome relativo, pois faz a conexão entre
um substantivo e um verbo e, além disso, pode ser permutada pelo termo “os quais”, resultando em “aos quais”, em
razão de somar com a preposição.
Relembrando quais são os pronomes relativos da língua:

• Que;
• O qual (a qual);
• Quem;
• Quanto;
• Onde;
• Cujo.

4) Pronomes Indefinidos:

Ex.: Naquele lugar que deveria ser estranho, tudo me parecia familiar.

Dentre os elementos para memorizar, estão os pronomes indefinidos. As questões com esses pronomes são
comuns, porque os candidatos usualmente negligenciam a importância de memorizar esses termos.

Pronome Pronome
Alguém Algum
Ninguém Nenhum
Outro Outrem
Cada Tudo
Todo Nada
Qualquer Certo
5) Pronomes interrogativos:

Ex: De todas as alternativas possíveis, qual me fará passar no concurso?

Vejamos os pronomes interrogativos da língua:

• Que.
• Quem;
• Qual;
• Quanto.

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6) Advérbios:

Ex.: O contrato? Talvez o assinem amanhã.

A tabela a seguir traz alguns advérbios para memorizarmos:

Categoria Exemplos
Afirmação Sim, certamente, evidentemente,
claramente.
Negação Não, nunca, jamais, absolutamente.
Dúvida Talvez, será, tomara, quiçá.
Tempo Hoje, já, agora, depois, antes.
Lugar Ali, aqui, lá, acolá, algures, alhures, nenhures.
Modo Bem, mal, rapidamente, adrede.
Intensidade Muito, pouco, mais, menos, bastante.
Interrogação Por que, como, quando, onde, aonde, donde.
Inclusão Também, além, inclusive.
Designação Eis.

7) “Em” + gerúndio:

Ex.: Em se desculpando pela ofensa, não haverá dificuldades atreladas ao processo.

8) Verbo no particípio:

O caso do verbo no particípio é um pouco diferente. O que acontece, na verdade, é que o particípio repele a
ênclise, ou seja, há mais maneira de se fazer a colocação do pronome oblíquo. O problema reside,
fundamentalmente, na ênclise.

- O Governo me havia remetido o documento.


- O Governo havia-me remetido o documento. (Comum em Portugal)
- O Governo havia me remetido o documento. (Comum no Brasil)

9) Sentenças optativas:

Uma oração optativa é aquela que exprime um desejo. Costumam ser sentenças de organização simples.

Ex.: Deus lhe pague!

Observação: não caia na pegadinha!

Pode ser que a banca faça uma intercalação na sentença, buscando ludibriar você! Não caia nessa! Veja o
exemplo:
Ex.: Ele disse que, já fazia mais de duas semanas, me pagou.

Preste atenção que a sentença interferente “já fazia mais de duas semanas” está intercalada na sentença e
separa o pronome de uma conjunção subordinativa integrante. Isso é algo muito comum em questões de concurso.
Não se deixe enganar, é impossível fazer uma ênclise nesse caso.

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Regras de mesóclise

As regras de mesóclise são as mais fracas. Isso quer dizer que, em um caso de mesóclise, se houver qualquer
alteração (como a anteposição de palavra atrativa), a colocação deverá ser alterada. Nesse caso, para uma próclise.
Vejamos os casos de mesóclise.

1) Verbo conjugado no futuro do presente do indicativo:

Ex.: Notificá-lo-emos em razão de tal injúria. (Verbo “notificar” no futuro: notificaremos + o pronome oblíquo).

2) Verbo conjugado no futuro do pretérito do indicativo:

Ex.: Informá-la-ia quando retornasse de viagem. (Verbo “informar” no futuro do pretérito: informaria + o
pronome oblíquo).

Nota: se houver algum caso de próclise nessas frases acima, a regra de mesóclise há de ceder lugar para a
próclise. Como disse anteriormente, as palavras “atrativas” são mais fortes.

A mesóclise, apesar de elegante, é pouco empregada na linguagem corrente. Não é muito recomendável
utilizá-la se estiver escrevendo uma redação.

Regras de ênclise

1) Início de sentença: não se inicia sentença com pronome oblíquo átono.

Ex.: Faz-se muito com a dedicação e esforço.

Ex.: Atualmente, vive-se com medo nas grandes cidades. (Perceba que o pronome está enclîtico, porque se
considera início de sentença após aquela vírgula – uma vez que ela isola um elemento antecipado na sentença).

2) Verbo no infinitivo impessoal:

Ex.: É fundamental esforçar-se para novos rumos.

3) Verbo no gerúndio:

Ex.: O suspeito saiu afastando-se do local do crime.

4) Verbo no imperativo afirmativo:

Ex.: Tragam-me o livro solicitado!

5) Verbo no infinitivo + preposição “a” antecedendo o verbo + pronomes “o” ou “a”.

Ex.: O lenhador saiu pela floresta a procurá-la apressadamente.


Ex.: O promotor fitou o acusado a ofendê-lo desmesuradamente.

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Colocação Facultativa

Memorize esses casos! É muito comum as bancas questionarem se o pronome pode ser “deslocado” na
sentença, sem problemas para a correção gramatical. Há apenas dois casos.

1) Sujeito expresso próximo ao verbo.

Ex.: Machado de Assis se refere à sociedade da época.


Ex.: Machado de Assis refere-se à sociedade da época.

2) Verbo no infinitivo antecedido por “não” ou por preposição.

Ex.: Todos sabemos que, ao se acostumar com a vida, tendemos ao comodismo.


Ex.: Todos sabemos que, ao acostumar-se com a vida, tendemos ao comodismo.

Questão 1: FCC - DP RS/DPE RS/2014


Assunto: Sintaxe
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo, conferência pronunciada por Joaquim Nabuco a 20 de
junho de 1909 na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos.

Viajando uma vez da Europa para o Brasil, ouvi o finado William Gifford Palgrave, meu companheiro de mesa,
escritor inglês muito viajado no Oriente, perguntar ao comandante do navio que vantagem lhe parecia ter advindo
da descoberta da América. Por sua parte, não lhe ocorria nenhuma, salvo, apenas, o tabaco. Foi a primeira vez que
ouvi exprimir essa dúvida, mas anos depois vim a comprar um velho livro francês, de um Abbé Genty, livro intitulado:
L’Influence de la découverte de L'Amérique sur le bonheur du genre humain, e soube então que a curiosa questão
havia sido proposta seriamente para um prêmio pela Academia de Lyon, antes da Revolução Francesa, e que estava
formulada do seguinte modo: "Tem sido útil ou prejudicial ao gênero humano a descoberta da América?". O trabalho
de Genty não passa, em seu conjunto, de uma declamação oca, onde não há nada a colher além da esperança que o
autor exprime na regeneração da humanidade pela nova nação americana. Na independência dos anglo-americanos,
vê "o sucesso mais apto a apressar a revolução que reconduzirá a felicidade à face da Terra". E acrescenta: "É no seio
da República recém-nascida que se acham depositados os verdadeiros tesouros destinados a enriquecer o mundo". O
livro merece por isso ser conservado, mas a época em que foi escrito, 1787, não permitia ainda que se pudesse
avaliar a contribuição do Novo Mundo para o bem-estar da humanidade. Era já a aurora do dia da América, mas
nada mais senão a aurora. George Washington presidia à Convenção Constitucional, porém a influência desse grande
acontecimento ainda não fora além do choque causado ao Velho Mundo. Ainda não produzira a Revolução Francesa.
Sua importância não podia por enquanto ser imaginada.

Há na vida das nações um período em que ainda não lhes foi revelado o papel que deverão desempenhar. O feitio
que a influência romana tomaria não podia ser previsto nem nos grandes dias da República. Uma conversa entre
César e Cícero sobre o papel histórico da Gália ou da Bretanha não poderia levar em conta a França ou a Inglaterra.
Hoje mesmo, quem poderia dizer algo de essencial sobre o Japão ou a China? Do Japão, pode-se afirmar que, para o
mundo exterior, está apenas na aurora. Quanto à China, continua velada na sua longa noite, brilhando apenas para
si própria. Na história da humanidade, a impressão de qualquer um deles poderá sequer imaginar-se? Mas já se pode
estudar a parte da América na civilização. Podemos desconhecer suas possibilidades no futuro, como desconhecemos
as da eletricidade; mas já sabemos o que é eletricidade, e também conhecemos a individualidade nacional do vosso
país. As nações alcançam em época determinada o pleno desenvolvimento de sua individualidade; e parece que já
alcançastes o vosso. Assim podemos falar com mais base que o sacerdote francês nas vésperas da Revolução
Francesa.

(A parte da América na civilização. In Essencial Joaquim Nabuco. org. e introd. Evaldo Cabral de Mello. São Paulo:
Penguin Classics Companhia das Letras, 2010, p. 531/532)

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Há na vida das nações um período em que ainda não lhes foi revelado o papel que deverão desempenhar.

Sobre o pronome destacado acima, afirma-se com correção, considerada a norma padrão escrita:
a) pode ser apropriadamente substituído por "à elas", posicionada a expressão após a palavra revelado.
b) constitui um dos complementos exigidos pela forma verbal presente na oração.
c) está empregado com sentido possessivo, como se tem em "Dois equívocos comprometeram-lhe o texto".
d) dado o contexto em que está inserido, se sofrer elipse, não altera o sentido original da frase.
e) está empregado em próclise, mas poderia adequadamente estar enclítico à forma verbal.

Questão 2: FCC - TJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2012


Assunto: Função sintática dos pronomes
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Se nunca foi fácil traçar a linha divisória entre arte erudita e arte popular, agora é mais difícil levar a cabo essa tarefa
ociosa. Indiferente à palha seca da controvérsia, a arte segue o seu caminho. A vertente é uma só e é nela que se dá
o encontro das águas. Pouco importam as fontes de onde procedem. Purificadoras e purificadas, seu caráter lustral
as universaliza. Caetano Veloso, por exemplo. Quem ousaria classificá-lo?

Em princípio, a arte deveria permanecer ao relento. Maldito, o poeta não era aceito. Na escala de valores, popular,
mais que um adjetivo, era um estigma. Daí o escândalo do sarau de d. Nair de Tefé. Primeira-dama, ela própria
artista, afrontou a conspícua Velha República.

Em pleno palácio do Catete, ouviu-se por sua iniciativa o "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga. Delirante sucesso na
rua, a música era aplaudida em cena aberta e assobiada em botequins. Viajou a Portugal e lá arrebatou a plateia.
Mas no Catete só podia ser insânia.

A maturidade de Caetano Veloso coincide com o amadurecimento cultural que lhe proporciona o reconhecimento
nacional. Caducas as classificações, sua arte aniquila toda e qualquer discriminação. Exaltada aqui dentro, repercute
lá fora. A música lhe dá dimensão internacional. O que ele é, porém, é universal. A poesia de fato nunca esteve
divorciada da expressão popular. Manuel Bandeira tirava o chapéu, respeitoso, para Sinhô, Pixinguinha, Noel.

Dos poetas, foi dos mais musicais, Manuel. E musicado. Arranhava o seu violão. Saiu extasiado da casa em que ouviu
João Gilberto e sua recente batida bossa-novista. Fui testemunha ocular e auditiva. Tudo isso vem a propósito da
fusão que Caetano Veloso hoje encarna. Metabolizada, a grande arte canta nesse legítimo poeta do Brasil.

(Adaptado de Otto Lara Resende. "Poeta do encontro". Bom dia para nascer. São Paulo, Cia. das Letras, 2011, p.
281-282)

A substituição do termo grifado por um pronome, com as necessárias alterações, foi efetuada de modo correto em:

a) traçar a linha divisória = traçar-lhe


b) arrebatou a plateia = lhe arrebatou
c) levar a cabo essa tarefa ociosa = levá-la a cabo
d) segue o seu caminho = segue-no
e) Arranhava o seu violão = lhe arranhava

Questão 3: FCC - PMP (INSS)/INSS/2006


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)

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O único segmento grifado que NÃO está empregado em conformidade com o padrão culto escrito é:

a) Não é muito agradável estar com aqueles meus primos, porque eles falam ininterruptamente de si.
b) Esse é o tipo de questão que você terá de resolver com nós mesmos.
c) A fim de não encontrá-lo no consultório, deixei para ir no dia seguinte.
d) Ele preencheu o formulário de modo inadequado, é onde o coordenador chamou sua atenção.
e) Cabelos cacheados e sedosos moldam-lhe o rosto afilado e claro.

Questão 4: FCC - DP RS/DPE RS/2011


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Responda à questão com base no texto.

Texto

Lição de bom senso

O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom senso a polêmica gerada em torno do veto, pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE), de um livro do escritor Monteiro Lobato, sob o pretexto de que contém
expressões racistas. A alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar um esclarecimento de que, em 1933,
quando a obra foi publicada pela primeira vez, o país tinha hábitos diferentes e algumas expressões não eram
consideradas ofensivas, como ocorre hoje. É importante que esse tipo de decisão sirva de parâmetro para situações
semelhantes, em contraposição a tentações apressadas de recorrer à censura.

O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na
qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito
décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem
de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em
extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais.

Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que esteve sob ameaça de censura precisa
ter seu conteúdo contextualizado. Se a personagem Tia Nastácia chegou a ser associada a estereótipos hoje vistos
como racistas, é importante que os educadores se preocupem em deixar claro para os alunos alguns aspectos que
hoje chamam a atenção apenas pelo fato de o país ter evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos
humanos.

No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação a atos como o racismo. Isso não significa,
porém, que seja preciso revolver o passado, muito menos sem levar em conta as circunstâncias da época.

(Editorial Zero Hora, 18/10/2010)

O pronome se pode se deslocar sintaticamente, sem provocar erro gramatical, na afirmativa


a) não conseguiu livrar-se, porque é próclise ao verbo no infinitivo.
b) não se conseguiu livrar, porque é próclise ao advérbio.
c) não se conseguiu livrar, porque é ênclise ao auxiliar.
d) não conseguiu livrar se, porque é próclise ao verbo principal.
e) não conseguiu livrar-se, porque é ênclise ao verbo no infinitivo.

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Questão 5: FCC - TJ TST/TST/Administrativa/"Sem Especialidade"/2012


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Todos os jogos se compõem de duas partes: um jogo exterior e um jogo interior. O exterior é jogado contra um
adversário para superar obstáculos exteriores e atingir uma meta externa. Para o domínio desse jogo, especialistas
dão instruções sobre como utilizar uma raquete ou um taco e como posicionar os braços, as pernas ou o tronco para
alcançar os melhores resultados. Mas, por algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para lembrar
estas instruções do que para executá-las.

Minha tese é que não encontraremos maestria nem satisfação em algum jogo se negligenciarmos as habilidades do
jogo interior. Este é o jogo que se desenrola na mente do jogador, e é jogado contra obstáculos como falta de
concentração, nervosismo, ausência de confiança em si mesmo e autocondenação. Em resumo, este jogo tem como
finalidade superar todos os hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho.

Muitas vezes nos perguntamos: Por que jogamos tão bem num dia e tão mal no outro? Por que ficamos tensos numa
competição ou desperdiçamos jogadas fáceis? Por que demoramos tanto para nos livrar de um mau hábito e
aprender um novo? As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus, mas elas trazem recompensas
valiosas, que são permanentes e que contribuem de forma significativa para nosso sucesso posterior, tanto na
quadra como fora dela.

(Adaptado de W. Timothy Gallwey. O jogo interior de tênis. Trad. de Mario R. Krausz. S.Paulo: Textonovo, 1996.
p.13)

Substituindo-se os elementos grifados em segmentos do texto, com os ajustes necessários, ambos os pronomes
foram empregados corretamente em:
a) como posicionar os braços / alcançar os melhores resultados = como posicioná-los / alcançar-lhes
b) não encontraremos maestria / negligenciarmos as habilidades = não encontraremo-la / negligenciarmo-nas
c) especialistas dão instruções / como utilizar uma raquete = especialistas dão-nas / como utilizá-la
d) superar obstáculos exteriores / atingir uma meta externa = superar-nos / atingi-la
e) não acrescentem novos troféus / elas trazem recompensas = não lhes acrescentem / elas as trazem

Questão 6: FCC - AJ TRE MS/TRE MS/Judiciária/2007


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Ensino que ensine

Jogar com as ambigüidades, cultivar o improviso, juntar o que se pretende irreconciliável e dividir o que se supõe
unitário, usar falta de método como método, tratar enigmas como soluções e o inesperado como caminho − são
traços da cultura do povo brasileiro. Estratégias de sobrevivência? Por que não também manancial de grandes feitos,
tanto na prática como no pensamento? A orientação de nosso ensino costuma ser o oposto dessa fecundidade
indisciplinada: dogmas confundidos com idéias, informações sobrepostas a capacitações, insistência em métodos
“corretos” e em respostas “certas”, ditadura da falta de imaginação. Nega-se voz aos talentos, difusos e frustrados,
da nação. Essa contradição nunca foi tema do nosso debate nacional.

Entre nós, educação é assunto para economistas e engenheiros, não para educadores, como se o alvo fosse construir
escolas, não construir pessoas. Preconizo revolução na orientação do ensino brasileiro. Nada tem a ver com falta de
rigor ou com modismo pedagógico. E exige professorado formado, equipado e remunerado para cumprir essa tarefa
libertadora.

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Em matemática, por exemplo, em vez de enfoque nas soluções únicas, atenção para as formulações alternativas, as
soluções múltiplas ou inexistentes e a descoberta de problemas, tão importante quanto o encontro de soluções. Em
leitura e escrita, análise de textos com a preocupação de aprofundar, não de suprimir possibilidades de
interpretação; defesa, crítica e revisão de idéias; obrigação de escrever todos os dias, formulando e reformulando
sem fim. Em ciência, o despertar para a dialética entre explicações e experimentos e para os mistérios da relação
entre os nexos de causa e efeito e sua representação matemática. Em história, e em todas as disciplinas, as
transformações analisadas de pontos de vista contrastantes.

Isso é educação. O resto é perda de tempo. (...) Quem lutará para que a educação no Brasil se eduque?

(Roberto Mangabeira Unger, Folha de S. Paulo, 09/01/2007)

Nosso sistema de ensino tem falhas estruturais; para revolucionar nosso sistema de ensino, seria preciso despir
nosso sistema de ensino dos dogmas que norteiam nosso sistema de ensino.

Evitam-se as viciosas repetições do trecho acima substituindo- se os segmentos sublinhados, respectivamente, por
a) revolucioná-lo − despi-lo − o norteiam
b) o revolucionar − despi-lo − lhe norteiam
c) revolucionar-lhe − despir-lhe − o norteiam
d) revolucioná-lo − despir-lhe − norteiam-no
e) o revolucionar − despir-lhe − o norteiam

Questão 7: FCC - EST (BB)/BB/2012


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Da solidão

Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em redor delas se arme o silêncio, que não se manifeste
aos seus olhos nenhuma presença humana, para que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do céu
desabasse sobre a sua cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio do fim do mundo.

No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que
não são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a
esclarecer o nosso próprio mistério.

Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de ângulos, jogos de luz, eloquência de formas, para
revelarem aquilo que lhes parece não o mais estático dos seus aspectos, mas o mais comunicável, o mais rico de
sugestões, o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses objetos, constituindo, de certo modo,
seu espírito e sua alma.

Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a
transparência das vidraças, os dóceis panos tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a beleza que
arrebata logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – é inábil e desajeitado. Amemos
nessas humildes coisas a carga de experiências que representam, a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho e
história humana. Concentradas em sua essência, só se revelam quando nossos sentidos estão aptos para as
descobrirem. Em silêncio, nos oferecerão sua múltipla companhia, generosa e quase invisível.

(Adaptado de Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)

Solidão? Muitos de nós tememos a solidão, julgamos invencível a solidão, atribuímos à solidão os mais terríveis
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contornos, mas nunca estamos absolutamente sós no mundo.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a) lhe tememos - a julgamos invencível - a atribuímos
b) tememo-la - julgamo-la invencível - atribuímo-la
c) tememos a ela - lhe julgamos invencível - lhe atribuímos
d) a tememos - julgamo-la invencível - atribuímos-lhe
e) a tememos - julgamos invencível a ela - lhe atribuímos

Questão 8: FCC - TJ TRT6/TRT 6/Administrativa/Segurança/2012


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Os livros de história sempre tiveram dificuldade em falar de mulheres que não respeitam os padrões de gênero, e em
nenhuma área essa limitação é tão evidente como na guerra e no que se refere ao manejo de armas.

No entanto, da Antiguidade aos tempos modernos a história é fértil em relatos protagonizados por guerreiras. Com
efeito, a sucessão política regularmente coloca uma mulher no trono, por mais desagradável que essa verdade soe.
Sendo as guerras insensíveis ao gênero e ocorrendo até mesmo quando uma mulher dirige o país, os livros de história
são obrigados a registrar certo número de guerreiras levadas, consequentemente, a se comportar como qualquer
Churchill, Stálin ou Roosevelt. Semíramis de Nínive, fundadora do Império Assírio, e Boadiceia, que liderou uma das
mais sangrentas revoltas contra os romanos, são dois exemplos. Esta última, aliás, tem uma estátua à margem do
Tâmisa, em frente ao Big Ben, em Londres. Não deixemos de cumprimentá-la caso estejamos passando por ali.

Em compensação, os livros de história são, em geral, bastante discretos sobre as guerreiras que atuam como simples
soldados, integrando os regimentos e participando das batalhas contra exércitos inimigos em condições idênticas às
dos homens. Essas mulheres, contudo, sempre existiram. Praticamente nenhuma guerra foi travada sem alguma
participação feminina.

(Adaptado de Stieg Larsson. A rainha do castelo de ar. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. p. 7-8)

Levando-se em conta as alterações necessárias, o termo grifado foi corretamente substituído por um pronome em:
a) coloca uma mulher no trono = coloca-na no trono
b) dirige o país = lhe dirige
c) integrando os regimentos = integrando-lhes
d) liderou uma das mais sangrentas revoltas = liderou-na
e) registrar certo número de guerreiras = registrá-lo

Questão 9: FCC - AJ TRT1/TRT 1/Judiciária/Execução de Mandados/2013


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Confiar e desconfiar

Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu
acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da
aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência
essencial.
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Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o
passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.

O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que lamentarmos o que deixamos
de fazer. Como se vê, a sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu
arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela
positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a
confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar
vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da cautela temerosa, o
desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe,
não viajam nunca, apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.

“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação conciliatória, que manda
ganhar abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.

(Ascendino Salles, inédito)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


a) Ao contrário da maioria, onde se prefere desconfiar do que confiar, o autor do texto preferiu ficar com esta,
expondo seus argumentos.
b) Desconfiar é para muitos preferível do que confiar, pois lhes parecem que a confiança requer ingenuidade,
em vez da necessária cautela.
c) A desconfiança é normalmente valorizada, se associada à prudência, mas há quem veja nela um entrave para
a criação mais ousada.
d) Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações, não pode prender-se a desconfiança, em cuja reverte em
paralisia o que devia ser ação.
e) Ser ousado para criar com liberdade requer de que a desconfiança não venha bloquear nosso caminho, ou
mesmo chegar a paralisá-lo.

Questão 10: FCC - TL (ALERN)/ALERN/Técnico Legislativo/2013


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do passado intuíam que, nessa matéria,
tudo é relativo. A maré segue o relógio da lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do
ano é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo se renova. Repetidamente.

A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta não era uma unanimidade –
tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios, as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio
comportamento biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram muitos povos da
Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos, como se sua natureza fosse circular e repetitiva.

Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período recebia o nome de lamat, após o qual o
primeiro dia voltaria a acontecer. Os estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a
mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado. Não é por acaso que toda a trama de
uma típica peça de teatro grego se resolvia num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao
encerrar um ciclo de representação.

Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo. A


crença no nascimento, morte e ressurreição de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se
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incorporando ao cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos, as culturas que residualmente
cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo se movimenta de um passado para um futuro.

Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo. Muitas
palavras que indicam duração tinham outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente.
Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos mares e de toda a terra. Da costa que banhou
o latim e o grego estalaram ondas e ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano
greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que significava em direção ao porto. São,
de fato, oportunos os ventos que nos levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos
mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.

(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial. Etimologia. São Paulo: Segmento, ano I, janeiro 2006, p. 38 e
39, com adaptações)

O segmento grifado nas expressões abaixo está corretamente substituído pelo pronome correspondente em:
a) que enfunavam as velas dos barcos = enfunavam-nos
b) sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos = sentir-lhe
c) só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo = adotavam-a
d) A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo = preservou-o
e) as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno = cultuavam-no

Questão 11: FCC - AJ TRE RO/TRE RO/Judiciária/2013


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
No âmbito da arte contemporânea, a pintura de Chagall ...... pela importância que tem nela o elemento temático, de
fundo onírico, que, por sua vez, ...... as profundas raízes afetivas e culturais do artista. Sua obra, moderna, ...... todas
as conquistas formais da arte contemporânea.

(Adaptado de: educação.uol.com.br/biografias/marc-chagall.html)

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:


a) se destaca − refletem − assimila
b) destaca − refletem − assimilava
c) destaca-se − refletiam − assimilaram
d) destaca − refletia − assimilara
e) se destaca − reflete − assimilou

Questão 12: FCC - AJ TRT2/TRT 2/Administrativa/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de
gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou
mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.

Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste
da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto,
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estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de
argumentar. Afinal, gosto não se discute.

Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença − tudo se
relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão
ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do
gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem
goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições.

(Emiliano Barreira, inédito)

Muita gente não enfrenta uma argumentação, prefere substituir uma argumentação pela alegação do
gosto, atribuindo ao gosto o valor de um princípio inteiramente defensável, em vez de tomar o gosto como uma
instância caprichosa.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados por, respectivamente,
a) substituir-lhe - atribuindo-o - tomá-lo
b) substituí-la - atribuindo-lhe - tomá-lo
c) substituí-la - lhe atribuindo - tomar-lhe
d) substituir a ela - atribuindo a ele - lhe tomar
e) substituir-lhe - atribuindo-lhe - tomar-lhe

Questão 13: FCC - TJ TRT2/TRT 2/Administrativa/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Instrução: Para responder à questão, considere o texto a seguir.

Reduzido a um clique

RIO DE JANEIRO − A notícia é alarmante: "Amazon se prepara para vender livros físicos no Brasil". O alarme não se
limita à iminente entrada da Amazon no mercado brasileiro de livros − algo que lembrará o passeio de um
brontossauro pela Colombo.

A ameaça começa pela expressão "livros físicos". É o que, a partir de agora, o diferenciará dos livros digitais.

Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos impressos a laser, os livros têm sido chamados de
livros. Nunca precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios, das guilhotinas ou das cenouras. Quando se
dizia "livro", todos entendiam um objeto de peso e volume, composto de folhas encadernadas, protegidas por
papelão ou couro, nas quais se gravavam a tinta palavras ou imagens.

Há 200 anos, os livros deixaram de ser privilégio das bibliotecas públicas ou particulares e passaram a ser vendidos
em lojas especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as livrarias se caracterizaram por estantes altas,
vendedores atenciosos, uma atmosfera de paz e a ocasional presença de um gato. Foi nelas que leitores e escritores
aprenderam a se encontrar e trocar ideias, gerando uma emulação com a qual a cultura teve muito a ganhar.

A Amazon dispensa tudo isso. Ela vende livros "físicos", mas a partir de um endereço imaterial − nada físico −,
acessível apenas pela internet. Dispensa as livrarias. Se você se interessar por um livro (certamente recomendado por
uma lista de best-sellers), basta o número do seu cartão de crédito e um clique. Em dois dias, ele estará em suas
mãos − e a um preço mais em conta, porque a Amazon não tem gastos com aluguel, escritório, luz, funcionários
humanos e nem mesmo a ração do gato.

Com sorte, os livros continuarão "físicos".


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Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a um número de cartão de crédito e um clique.

(CASTRO, Ruy, Folha de S.Paulo, opinião, 7 de ag. de 2013. p. A2)

Observações:
1. brontossauro / espécie de dinossauro;
2. Colombo / tradicional confeitaria do Rio de Janeiro, com sua refinada arquitetura e mobiliário, seus requintados
cristais e jogos de porcelana, hoje patrimônio cultural e artístico da cidade;
3. incunábulo / livro impresso que data dos primeiros tempos da imprensa (até o ano de 1500).

Nunca precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios... (3º parágrafo)

A forma pronominal acima, em negrito, será também encontrada em uma das frases abaixo, quando o termo nela
sublinhado for substituído pelo pronome que lhe corresponde. Essa frase é:
a) Convocou todos os funcionários para agradecer a eles a especial colaboração.
b) O sagaz lutador tem enfrentado seu adversário com coragem.
c) Viu o filho da vizinha e não cumprimentou o menino pelo seu aniversário.
d) Sabia que os nadadores estariam lá e realmente chegou a encontrar os rapazes.
e) Reconheceram o valor do auxiliar e indicaram o jovem para promoção.

Questão 14: FCC - TJ TRF3/TRF 3/Administrativa/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Texto I

O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As
versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.

As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do
Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes, graças ao irresistível poder de sedução do seu
canto. Atraídos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da beira-mar e naufragavam. As
sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.

Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas
soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.

Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu
impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O
navio atravessou incólume a zona de perigo.

A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da
sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos seus inescapáveis limites humanos.

Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em
que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e ordenou
que o amarrassem ao mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios
ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os
tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de
não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo.
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Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do
herói era clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de vida −
prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi contra ele
mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em sua própria
alma.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)

As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.

... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça...

... e fez de tudo para convencer os tripulantes...

Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em:
a) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
b) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
c) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
d) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
e) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los

Questão 15: FCC - AJ TRT19/TRT 19/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

No texto abaixo, Graciliano Ramos narra seu encontro com Nise da Silveira.

Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde
ficava a sala 4? Um sujeito conduziu-me ao fim da plataforma, subiu o corrimão e daí, com agilidade forte, galgou
uma janela. Esteve alguns minutos conversando, gesticulando, pulou no chão e convidou-me a substituí-lo. Que?
Trepar-me àquelas alturas, com tamancos?

Examinei a distância, receoso, descalcei-me, resolvi tentar a difícil acrobacia. A desconhecida amiga exigia de mim
um sacrifício; a perna, estragada na operação, movia-se lenta e perra; se me desequilibrasse, iria esborrachar-me no
pavimento inferior. Não houve desastre. Numa passada larga, atingi o vão da janela; agarrei-me aos varões de ferro,
olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito por que me achava ali. Uma voz chegou-me, fraca, mas no primeiro
instante não atinei com a pessoa que falava. Enxerguei o pátio, o vestíbulo, a escada já vista no dia anterior. No
patamar, abaixo de meu observatório, uma cortina de lona ocultava a Praça Vermelha. Junto, à direita, além de uma
grade larga, distingui afinal uma senhora pálida e magra, de olhos fixos, arregalados. O rosto moço revelava fadiga,
aos cabelos negros misturavam-se alguns fios grisalhos. Referiu-se a Maceió, apresentou-se:

− Nise da Silveira.

Noutro lugar o encontro me daria prazer. O que senti foi surpresa, lamentei ver minha conterrânea fora do mundo,
longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a
grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se de tomar espaço.
Nunca me havia aparecido criatura mais simpática. O marido, também médico, era meu velho conhecido Mário
Magalhães. Pedi notícias dele: estava em liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento.

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De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio; certamente causava impressão muito infeliz.
Nise, acanhada, tinha um sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a perturbação,
magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio, provavelmente se arrependeu de me haver convidado
para deixar-me assim confuso.

(RAMOS, Graciliano, Memórias do Cárcere, vol. 1. São Paulo, Record, 1996, p. 340 e 341)

Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida...

Atribuindo-se caráter hipotético ao trecho acima, mantém-se a correção gramatical substituindo-se os elementos
grifados pelo que se encontra em:
a) Saberia-a − tinha-me afirmado
b) Tê-la-ia sabido − teria-me afirmado
c) Sabê-la-ia − me afirmaria
d) Saberia-a − ter-me-ia afirmada
e) Sabê-la-ia − me teria afirmado

Questão 16: FCC - AJ TRT19/TRT 19/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos
prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China.

O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à
Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso,
seis séculos atrás.

Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de
informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.

A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e
cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de
terracota − era a capital da China.

As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as
fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e
além.

Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se
expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção
da costa.

Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China
dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.

O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios
que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse
tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por
mar é considerável.

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Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete
ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das
temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.

(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

cruzando os desertos do oeste da China − que contornam a Índia − adotam complexas providências

Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, respectivamente, em:
a) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
b) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
c) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
d) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
e) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam

Questão 17: FCC - Cons Leg (CamMun SP)/CM SP/Biblioteconomia/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Reféns da palavra

Durante muito tempo, os gregos desconfiaram da palavra escrita como a linguagem cifrada de um mundo obscuro
que só levava à danação, diferentemente do que se aprende “de cor”, ou com o coração, como está na etimologia.
Homero, o inventor da literatura ocidental, era maior porque também nunca escrevera nada e suas estrofes
inaugurais tinham sido transmitidas oralmente, de coração em coração.

Meu convívio forçado com o computador, sua conveniência, seus mistérios e seus perigos, me faz pensar muito sobre
a precariedade da palavra. Pois um pré-eletrônico como eu está sempre na iminência de ver textos inteiros
desaparecerem sem deixar vestígio na tela. O computador nos transforma todos em reféns sem fuga possível da
palavra e pode acabar, num segundo, com um dia inteiro de trabalho da pobre musa dos cronistas em trânsito. Ao
mesmo tempo, nos transformou na primeira geração da História que tem toda a memória do mundo ao alcance de
um dedo.

O computador resgata a memória como mestre da História ou, ao contrário, nos exime de ter memória própria, e
decreta o domínio definitivo da escrita sobre quem a pratica? Sei lá. É melhor acabar aqui antes que este texto
desapareça.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Diálogos impossíveis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 58)

Com a chegada do computador, passamos a reconhecer no computador não apenas os predicados eletrônicos, mas
a admitir o computador como um parceiro de todas as ciências, artes e conhecimentos, passamos a cultuar o
computador como um aliado superior.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:
a) reconhecê-lo - admitir-lhe - cultuá-lo
b) reconhecer-lhe - admitir-lhe - cultuá-lo
c) reconhecer-lhe - admiti-lo - lhe cultuar
d) reconhecer nele - lhe admitir - cultuar-lhe
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e) reconhecer nele - admiti-lo - cultuá-lo

Questão 18: FCC - AFTE (SEFAZ PE)/SEFAZ PE/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Instruções: A questão refere-se ao texto abaixo.

Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior
universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo
idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as
personagens das velhas farsas de mamulengos.

Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma
criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas erradas.

Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.

Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de
arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.

O vestuário da personagem − fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha −


também se fixou pelo consenso do público.

Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou
graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a
unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.

Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada de especialmente
extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui
o dandismo do grotesco.

Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da
personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do
ouro e O circo.

Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento psicológico. Não obstante, se não houvesse nele
profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas
medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.

Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário
ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados
pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se
diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas.

(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”. Crônicas da província do Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac
Naify, 2006, p. 219-20)

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada de modo INCORRETO em:
a) arremedar a marcha desgovernada de um tabético = arremedá-la
b) trocou por outras as botinas escarrapachadas = trocou- as por outras
c) ela destruía a unidade física do tipo = ela a destruía
d) pôs em evidência o fator comum = pô-lo em evidência
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e) eliminou imediatamente a variante = eliminou-na imediatamente

Questão 19: FCC - AJ TRT1/TRT 1/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2014


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

A cultura brasileira em tempos de utopia

Durante os anos 1950 e 1960 a cultura e as artes brasileiras expressaram as utopias e os projetos políticos que
marcaram o debate nacional. Na década de 1950, emergiu a valorização da cultura popular, que tentava conciliar
aspectos da tradição com temas e formas de expressão modernas.

No cinema, por exemplo, Nelson Pereira dos Santos, nos seus filmes Rio, 40 graus (1955) e Rio, zona norte (1957)
mostrava a fotogenia das classes populares, denunciando a exclusão social. Na literatura, Guimarães Rosa
publicou Grande sertão: veredas (1956) e João Cabral de Melo Neto escreveu o poema Morte e vida Severina −
ambos assimilando traços da linguagem popular do sertanejo, submetida ao rigor estético da literatura erudita.

Na música popular, a Bossa Nova, lançada em 1959 por Tom Jobim e João Gilberto, entre outros, inspirava-se no jazz,
rejeitando a música passional e a interpretação dramática que se dava aos sambas-canções e aos boleros que
dominavam as rádios brasileiras. A Bossa Nova apontava para o despojamento das letras das canções, dos arranjos
instrumentais e da vocalização, para melhor expressar o “Brasil moderno”.

Já a primeira metade da década de 1960 foi marcada pelo encontro entre a vida cultural e a luta pelas Reformas de
Base. Já não se tratava mais de buscar apenas uma expressão moderna, mas de pontuar os dilemas brasileiros e
denunciar o subdesenvolvimento do país. Organizava-se, assim, a cultura engajada de esquerda, em torno do
Movimento de Cultura Popular do Recife e do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE),
num processo que culminaria no Cinema Novo e na canção engajada, base da moderna música popular brasileira, a
MPB.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2013, p.
738)

É preciso corrigir, por apresentar falha estrutural, a redação da seguinte frase:


a) Ao longo dos anos de 1950 e 1960, verificaram-se, em nosso país, relações muito proveitosas e expressivas
entre manifestações artísticas e projetos políticos.
b) Não há como ignorar o precioso legado artístico que nos deixaram os artistas que, naquelas duas décadas, se
empenharam na renovação da nossa cultura.
c) Há quem conteste a influência que a Bossa Nova supostamente teria recebido do jazz; seja como for, é
incontestável o valor das canções de um Tom Jobim.
d) As ideologias políticas tomaram uma feição radical ao longo dos anos 60; isso transparece quando se
examinam as letras das canções de protesto.
e) Em virtude de fortes interesses políticos, muito embora nem sempre ocorressem, já que na década de 60 as
canções de protesto se disseminaram.

Questão 20: FCC - ACE (TCM-GO)/TCM-GO/Controle Externo/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus filhos
em escolas privadas. O investimento faz sentido? A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se
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fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é "provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e
se dá por vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final
dos anos 90.

Para Harris, os jovens vêm programados para ser socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que
ela usa para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não terminam falando com a pronúncia dos
genitores, mas sim com a dos jovens que os cercam.

As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por
bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de
várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais com
coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com a exacerbação de
características mais marcantes. Meninas se tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno encontra
outros maus alunos, que constituirão uma subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O
mesmo vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura e a aplicação nos
estudos.

Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e a
escola que frequentará.

(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014)

Formam-se grupos de alunos nas escolas. O que determina esses grupos não é uma orientação formal; o
que constitui esses grupos, o que traça os contornos desses grupos, são as afinidades individuais.

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por
a) lhes determina − lhes constitui − traça-lhes os contornos
b) os determina − constitui-lhes − os traça seus contornos
c) os determina − os constitui − lhes traça os contornos
d) determina-lhes − os constitui − traça a seus contornos
e) determina-os − constitui-os − os traça contornos

Questão 21: FCC - AJ TRT15/TRT 15/Apoio Especializado/Odontologia (Endodontia)/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder às questões de números, considere o texto abaixo.

Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da
humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é
uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como
responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia.

Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título
era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à
conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana.

Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados
Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de
milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...]

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Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual.
Promovido pela Associação Walk Free, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]

A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar o mundo em termos absolutos com
um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente
que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições
semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças.

Conclusões principais do estudo? Pessoalmente, interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index, é
que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".

De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos
abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem
negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir.

Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da
intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na
Ásia e até na América Latina? [...]

O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas
confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos
infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não têm final feliz.

(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br)

Mas é possível retirar uma segunda conclusão... (8º parágrafo)

... pode relembrar ao mundo algumas vergonhas... (último parágrafo)

... não têm final feliz. (último parágrafo)

Os segmentos sublinhados acima são corretamente substituídos por pronomes em:


a) retirá-la - relembrar-lhe - o têm
b) retirá-la - relembrá-las - têm-no
c) retirar-lhe - lhe relembrar - têm-no
d) a retirar - relembrá-lo - o têm
e) lhe retirar - o relembrar - o têm

Questão 22: FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrativa/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado e vivo, extremamente rico. Uma
colônia extravagante de organismos que saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das
folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha. Funciona assim como um mar suspenso,
que contém uma miríade de células vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando
mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se átomos e moléculas, determinando e
regulando fluxos de substâncias e energias.

A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies ameaçadas e representa muito mais
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do que um simples depósito de carbono. Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior
parque tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões, é uma maravilha de
miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor
intrínseco.

Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e pressionado as mesmas teclas. Neste
comportamento, identificamos o que Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo,
esperando resultados diferentes”.

Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização dos interesses da sociedade
contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa. Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia,
dedicação e compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos agregar inteligência à
ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos
também revelar muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e, com isso, ir muito
além de compreender seus mecanismos.

A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos princípios que guiam o funcionamento da
natureza. Uma lista curta desses princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é
propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla todas as coisas; aposta na diversidade;
demanda conhecimento local; limita os excessos internamente; e aproveita o poder dos limites.

(Adaptado de: NOBRE, Antônio Donato. O Futuro Climático da Amazônia. Disponível em: www.ccst.inpe.br)

Considere:

recuperar esse valor intrínseco


mostram numerosas oportunidades
compreender seus mecanismos

Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em:
a) o recuperar − mostram-lhes − os compreender
b) lhe recuperar − as mostram − compreendê-los
c) recuperar-lhe − mostram-nas − compreender-lhes
d) recuperá-lo − mostram-nas − compreendê-los
e) recuperá-lo − lhes mostram − lhes compreender

Questão 23: FCC - TM (MPE PB)/MPE PB/Técnico Ministerial/Suporte/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

O capitão Tomás Cabral de Melo chegara do Ingá do Bacamarte para a Várzea do Paraíba, antes da revolução de
1848, trazendo muito gado. O capitão vinha dos Cabrais do Ingá, gente de posses, de nome feito na província. Os
roçados de algodão destes homens tinham fama. Mas o capitão Tomás descera para a Várzea. Tinha filhos e pensava
dar aos herdeiros uma criação melhor. E assim liquidara a herança na partilha e chegara ao Pilar, para ser senhor de
engenho. Trazia haveres, as suas moedas de ouro, um gado de primeira e muita vontade de trabalhar. Tivera que
lutar no princípio com toda dificuldade. Nada sabia de açúcar. Para ele, porém, não havia empecilhos. Levantou o
engenho, e dois anos após a sua chegada ao Santa Fé tirara a primeira safra. O povo, a princípio, não levava a sério o
Santa Fé. Viam aquele homem de fora, trabalhando com as suas próprias mãos, e não acreditavam que nada daquilo
desse certo.

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(Adaptado: REGO, José Lins do. Fogo Morto. Rio de Janeiro, José Olympio, 50. ed., 1998. p.115)

Tinha filhos e pensava dar aos herdeiros uma criação melhor.

O povo, a princípio, não levava a sério o Santa Fé.

Viam aquele homem de fora...

Fazendo as devidas alterações, os segmentos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome,
na ordem dada, em:
a) dá-los - não levava-lhe a sério - Viam-o
b) dá-los - não levava-o a sério - Viam-lhe
c) lhes dar - não lhe levava a sério - Viam-o
d) dar-lhes - não o levava a sério - Viam-no
e) dar-lhes - não levava-lhe a sério - Viam-no

Questão 24: FCC - TJ (TRE PB)/TRE PB/Administrativa/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Nos últimos dias, fomos bombardeados com estatísticas e reportagens alarmantes sobre pais angustiados por não
poder gastar o mesmo que gastaram no ano de 2014 no dia da criança − em letras minúsculas. Não acredito em dia
da criança em maiúsculas. Não há celebração da infância (ou da maternidade e paternidade) que careça de compras.
Todos sabemos que são datas para movimentar o comércio e nada há de errado em aquecer a atividade econômica.
Mas, no caso das crianças, que não compreendem a comercialização do afeto, é triste ver pais se desculpando por
não poder comprar algo como se isto represente uma falha em demonstrar dedicação aos filhos. Falar de dinheiro
com os filhos parece quase tão difícil quanto falar de sexo.

Num distante longo feriado, visitando uma família querida na costa oeste americana, me surpreendi com a
naturalidade de uma menina de oito anos, quando perguntei: “Qual é o plano para amanhã?”. “Compras”, foi a
resposta. A menina não me disse que precisava de um casaco de inverno ou um livro para a escola. É possível que
nada lhe faltasse no momento, mas o programa seria comprar, verbo intransitivo. Minha surpresa era explicada pelo
choque de cultura e geração. Crescendo no Rio de Janeiro, o verbo comprar como uma atividade, tal como ir à praia
ou ao teatro, não era usado por crianças.

Um jornalista americano, que foi um dos inventores da cobertura sobre finanças pessoais, lançou, este ano, o livro O
Oposto de Mimados: Criando Filhos Generosos, Bem Fundamentados e Inteligentes Sobre Dinheiro. Ron Lieber
começou a ser emparedado pela própria filha de três anos com perguntas sobre dinheiro que o faziam engasgar. Ele
se deu conta de que uma das maiores ofensas que se pode fazer a mães e pais é descrever seus filhos como mimados.
O verbo é passivo. Mimados por quem?

Assim, não chega a surpreender que pais vejam o impedimento para comprar como um fracasso pessoal.

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. Comprar, verbo intransitivo.


In: Cultura-Estadão, 12/10/2015)

... nada há de errado em aquecer a atividade econômica. (1º parágrafo)


... que não compreendem a comercialização do afeto... (1º parágrafo)
... uma falha em demonstrar dedicação aos filhos. (1º parágrafo)

Na ordem dada, os complementos verbais sublinhados acima são corretamente substituídos por pronomes em:
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a) aquecê-la − compreendem-no − demonstrar-lo


b) aquecer-lhe − compreendem-na − demonstrar-lhes
c) aquecer-la − o compreendem − demonstrar-lo
d) aquecer-lhe − compreender-lhe − demonstrá-los
e) aquecê-la − a compreendem − demonstrar-lhes

Questão 25: FCC - Adm (DPE RR)/DPE RR/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem
nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita
corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido.

Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes do bairro. Pedi ao moço de recados, quando
veio apanhar a crônica para o jornal, que me comprasse um chapéu-de-chuva que não fosse vagabundo demais, mas
também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros.

Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo.
Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu a um estranho carinho, e
eu mesmo fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho.

Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a
mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma
primitiva.

O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e
tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas.

Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e
algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.

Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas
características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre
teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel
a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios; a estes,
respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para sumir.

(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Coisas antigas. In: 200 Crônicas escolhidas. 13. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998,
p.217-9)

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi feita
corretamente em:
a) quando veio apanhar a crônica = quando veio apanhar-lhe
b) Depois de cumprir meus afazeres = Depois de cumprir-nos
c) Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas = Já lhes tive
d) pendurei o guarda-chuva = pendurei-no
e) Pedi ao moço de recados = Pedi-lhe
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Questão 26: FCC - TJ TRT9/TRT 9/Administrativa/Segurança/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

#PARTIU VIVER?

Sabe o que eu mais acho incrível nas redes sociais? Como as pessoas acabam se tornando diferentes do que são.
Diferentes mesmo. Todo mundo é bonito, sai de casa maquiado, com o cabelo certinho, come um prato digno
de chef e leva essa vida de comercial de margarina. Eu tenho perfil em quase tudo o que é rede, mas também tenho
uma teoria que funciona, pra mim pelo menos: quanto mais ativo você está na internet, mais chato está seu dia a
dia. Sério, eu acredito nisso.

Boa parte das pessoas, nas redes sociais, vive a vida que queria viver. Dá a impressão de que a internet se
transformou em um trailer do seu dia a dia. Mas qualquertrailer no cinema parece interessante. Mais do que o filme
em si. É só editar e apagar os defeitinhos com um filtro poderoso.

Eu mesma não vou curtir sair com o cabelo arrepiado em foto, o problema é acreditar que a vida alheia é assim,
100% irretocável e divertida. Qualquer pessoa viva experimenta momentos de tristeza, tédio, preguiça, falta de
inspiração, comida feia no prato, cabelo rebelde, olheira, dúvida sobre um tema... Supernormal não ser perfeito, não
ter uma opinião formada sobre algo. Anormal mesmo é essa vida plástica que a gente nota pelo Snapchat,
Facebook e Instagram.

(Adaptado de Scherma, Mariana, 01/10/2015. Disponível em: <www.cronicadodia.com.


br/2015/10/partiu-viver-mariana-scherma.html>. Acessado em: 01/10/2015)

A colocação pronominal está correta em:


a) As pessoas têm dedicado-se a compartilhar fotos de várias situações.
b) Ela repara como tornam-se diferentes algumas pessoas nas redes sociais.
c) A autora parece incomodar-se com algumas postagens nas redes sociais.
d) Há vários recursos digitais que prestam-se a corrigir os defeitos das imagens.
e) Atualmente, as pessoas sempre lembram-se de sorrir ao serem fotografadas.

Questão 27: FCC - ADP (DPE SP)/DPE SP/Administrador/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Barbárie e civilização

Em 1777, o ferino filósofo francês Voltaire escreveu:

“O mundo começa a civilizar-se um pouco; mas que ferrugem espessa, que noite grosseira, que barbárie dominam
ainda certas províncias, sobretudo entre os probos agricultores tão louvados em elegias e éclogas, entre lavradores
inocentes e vigários de aldeia, que por um escudo arrastariam os irmãos para a prisão e vos apedrejariam se duas
velhas, vendo-vos passar, exclamassem: herege!

O mundo está melhorando um pouco; sim, o mundo pensante, mas o mundo bruto será ainda por muito tempo um
composto de animais, e a canalha será sempre de cem para um. É para ela que tantos homens, mesmo com desdém,
mostram compostura e dissimulam; é a ela que todos querem agradar; é dela que todos querem arrancar vivas; é
para ela que se realizam cerimônias pomposas; é só para ela, enfim, que se faz do suplício de um infeliz um grande e
soberbo espetáculo”
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(O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 29-30)

Estão adequadas ambas as construções pronominais indicadas entre parênteses, como alternativas válidas, no
contexto, para as expressões sublinhadas em:
a) Voltaire atribui aos grosseiros (atribui-lhes) a responsabilidade por aplaudirem a barbárie (lhe aplaudirem).
b) As velhas acusam a vítima (acusam-lhe) de herege e os bárbaros seguem as velhas (seguem-nas) em seu
preconceito.
c) Os poetas idealistas louvam os campesinos (lhes louvam), ignorando os defeitos deles (ignorando-lhes os
defeitos).
d) Muitos homens querem agradar as massas (as agradar), não hesitando em cortejar as mesmas (cortejar-
lhes).
e) Para que aprimoremos a civilização (a aprimoremos), é preciso prestigiar os pensantes (prestigiá-los).

Questão 28: FCC - TJ TRT23/TRT 23/Administrativa/2016


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

O que é assinatura digital?

A assinatura digital é uma modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza
algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.

A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração
neste, a assinatura se torna inválida. A técnica permite não só verificar a autoria do documento, como estabelece
também uma “imutabilidade lógica” de seu conteúdo, pois qualquer alteração do documento, como por exemplo a
inserção de mais um espaço entre duas palavras, invalida a assinatura.

Necessário distinguir assinatura digital da assinatura digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da


assinatura autógrafa como imagem por um equipamento tipo scanner. Ela não garante a autoria e integridade do
documento eletrônico, porquanto não existe uma associação inequívoca entre o subscritor e o texto digitalizado, uma
vez que ela pode ser facilmente copiada e inserida em outro documento.

(Disponível em: http://portal.trt23.jus.br/ecmdemo/public/trt23/Informese/ assinaturaDigital. Acesso em:


02.12.2015)

O pronome está empregado corretamente na seguinte frase redigida a partir do texto:


a) A técnica da assinatura digital permite proteger documentos, porque os atribui uma espécie de código
inviolável.
b) O documento com assinatura digital recebe uma criptografia assimétrica, conferindo-lhe uma
“imutabilidade lógica”.
c) Uma maneira de deixar o documento eletrônico mais seguro contra fraudes é acrescentá-lo uma assinatura
digital.
d) Os algoritmos usados na assinatura digital de documentos lhes tornam mais confiáveis, pois evitam a
adulteração.
e) A inserção de mais um espaço em um documento com assinatura digital pode invalidar-lhe definitivamente.

Questão 29: FCC - AJ TRT23/TRT 23/Administrativa/"Sem Especialidade"/2016


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Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)


Em 1949, quando o pai morreu, Manoel herdou suas terras em Corumbá. Pensou inicialmente em vender as terras,
mas a mulher convenceu Manoel a restabelecer raízes no Pantanal. Por ocasião do lançamento de "O Guardador das
Águas", que daria a Manoel o seu primeiro Prêmio Jabuti, afirmou: "Entre o poeta e a natureza ocorre uma
eucaristia”.

Fazendo-se as alterações necessárias, os elementos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em:
a) vendê-las − convenceu-o − lhe daria
b) vender-lhes − convenceu-lhe − daria-lhe
c) as vender − convenceu-lhe − o daria
d) vendê-las − lhe convenceu − daria-no
e) vender-lhes − o convenceu − lhe daria

Questão 30: FCC - AJ TRF3/TRF 3/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2016


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter
sido convertida, no empenho de fazê-la alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público
frequentador de livrarias, em remédio chato de tomar. Indicados pelos professores como leitura obrigatória a alunos
sem maior curiosidade intelectual, esses livros, essas antologias ministradas sob receita pedagógica traem a
finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética, pouco me
importando saber se é falsa, possível ou verdadeira. Vejo-o nucleado na palavra “leite”, o alimento primeiro e
essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o
faz imaginá-lo, como nos poemas de William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o
prosaico reino de deveres da idade da experiência.

(Adaptado de: PAES, José Paulo. Apud. SILVA, Marcia Cristina. José
Paulo Paes: entre o crítico literário e o poeta para crianças. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 8, julho de 2012.)

fazê-la alcançar − Vejo-o nucleado − faz imaginá-lo

Os pronomes dos segmentos acima se referem, respectivamente, a:


a) literatura não imediatamente comercial – este verbo – o paraíso
b) literatura não imediatamente comercial − leite − o alimento primeiro
c) leitura obrigatória − o alimento primeiro − o mundo
d) poesia brasileira − o nascituro − o paraíso
e) poesia brasileira − este verbo − o mundo

Questão 31: FCC - AJ (TRE PE)/TRE PE/Judiciária/2011


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Bárbaros

A hipocrisia é uma característica comum dos impérios, mas alguns exageram. Quando a rainha Vitória se declarou
chocada com os bárbaros chineses em revolta contra os ingleses, no fim do século XIX, não mencionou que a revolta
era uma reação dos chineses à obrigação de importar o ópio que os ingleses plantavam na Índia, tendo destruído sua
agronomia no processo.
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Os ingleses obrigavam os hindus a abandonarem culturas tradicionais para produzir o ópio e foram à guerra para
obrigar os chineses a consumi-lo, num momento particularmente bárbaro de sua história.

Havia sempre bárbaros convenientes nas fronteiras dos impérios: orientais fanáticos, monstros primitivos, tiranos
sanguinários. Legitimavam a conquista colonial, transformando-a em missão civilizadora, enobreciam a raça
conquistadora pelo contraste e – em episódios como o da Guerra do Ópio – disfarçavam a barbaridade maior dos
civilizados alegando a truculência /já esperada de raças inferiores.

As razões do mais forte continuam chamando-se razões históricas. As razões dos mais fracos são “protestos raivosos
desses bárbaros rebeldes”, que teimam em se opor à sua dominação pelos mais fortes. E como são os vencedores que
se encarregam de contar a História...

(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)

Os mais fortes empreendiam a conquista colonial, legitimavam a conquista colonial, atribuindo à conquista
colonial o mérito de uma transformação civilizadora que tornava a conquista colonial uma espécie de benemerência.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a) legitimavam-na - atribuindo-lhe - a tornava
b) a legitimavam - atribuindo-na - tornava-lhe
c) legitimavam-na - lhe atribuindo - lhe tornava
d) legitimavam-lhe - a atribuindo - a tornava
e) legitimavam-a - lhe atribuindo - tornava-a

Questão 32: FCC - TJ (TRE AM)/TRE AM/Administrativa/2010


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Nos anos setenta, no auge dos grandes projetos de infraestrutura implantados pelos governos militares, a Amazônia
era conhecida como o inferno verde. Uma mata fechada e insalubre, empesteada de mosquitos e animais
peçonhentos, que deveria ser derrubada a todo custo – sempre com incentivo público – pelos colonos, operários e
garimpeiros que se aventuravam pela região. Essa visão mudou bastante nas últimas duas décadas, à medida que os
brasileiros perceberam que a região é um patrimônio nacional que não pode ser dilacerado sem comprometer o
futuro do próprio país.

Com seus 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia representa mais da metade do território brasileiro, 3,6%
da superfície seca do planeta, área equivalente a nove vezes o território da França. O rio Amazonas, o maior do
mundo em extensão e volume, despeja no mar em um único dia a mesma quantidade de água que o Tâmisa, que
atravessa Londres, leva um ano para lançar. O vapor de água que a Amazônia produz por meio da evaporação
responde por 60% das chuvas que caem nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Mesmo agora, com o reconhecimento de sua grandeza, a Floresta Amazônica permanece um domínio da natureza no
qual o homem não é bem-vindo. No entanto, vivem lá 25 milhões de brasileiros, pessoas que enfrentaram o desafio
do ambiente hostil e fincaram raízes na porção norte do país. Assusta observar que, no intenso debate que se trava
sobre a melhor forma de preservar (ou, na maior parte das vezes, ocupar) a floresta, esteja praticamente ausente o
maior protagonista da saga amazônica: o homem.

É uma forma atravessada de ver a situação, pois o destino da região depende muito mais de seus habitantes do que
de medidas adotadas por autoridades do governo ou por organizações não-governamentais. A prioridade de todas as
iniciativas deveria ser melhorar a qualidade de vida e criar condições econômicas para que seus habitantes tenham
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alternativas à exploração predatória. Só assim eles vão preservar a floresta em vez de destruí-la, porque terão
orgulho de sua riqueza natural, única no mundo.

(O fator humano. Veja especial, São Paulo, Ano 42, Setembro 2009, pp. 22-24, com adaptações)

O segmento grifado foi substituído de modo INCORRETO pelo pronome em:


a) sem comprometer o futuro do próprio país // sem comprometê-lo.
b) que enfrentaram o desafio do ambiente hostil // que o enfrentaram.
c) e fincaram raízes na porção norte do país // e fincaram-nas.
d) e criar condições econômicas // e criá-las.
e) eles vão preservar a floresta // preservar-lhe.

Questão 33: FCC - TJ (TRE CE)/TRE CE/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2002


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Atenção: A questão baseia-se no texto apresentado abaixo.

O mercado não deixa de ser uma criatura assaz estranha, pois ela é apresentada como se fosse portadora de
vontade. Ouvimos freqüentemente que o mercado "quer" isto ou aquilo, que ele tem tal ou qual expectativa, como se
tratássemos com um ente volitivo, dotado de desejos, paixões e esperanças. Como uma criança mimada, se a sua
vontade é contrariada, o seu mau humor imediatamente se manifesta, expressando-se na queda das bolsas, no
aumento da cotação do dólar e do dito risco Brasil.

Não se trata, evidentemente, de negar que o mercado tenha regras que devem ser obedecidas, sob pena de uma
disfunção total do corpo social e econômico. Seguir regras faz parte de qualquer comportamento, sem que daí se
infira necessariamente que obedecer a um conjunto de regras torna esse conjunto um ser dotado de vontade. Se sigo
regras de trânsito, daí não se segue que essas regras "queiram" tal ou qual coisa, senão no sentido derivado de que
seres volitivos impuseram a si mesmos esse conjunto de regras. (...)

No domínio econômico observamos dois tipos de processos, de essência diferente, que tendem a ser identificados,
sobretudo na vida política e, mais especificamente, eleitoral. Se um determinado governo, seguindo certas políticas,
não segue regras econômicas básicas, ele certamente produzirá um descalabro completo das contas públicas e uma
desorganização total das relações socioeconômicas. As experiências socialistas e comunistas do século XX são plenas
de ensinamento nesse sentido, pois, ao serem conduzidas contra o mercado, produziram regimes totalitários com
milhões de mortos. A supressão das liberdades democráticas foi a sua primeira manifestação mais visível.

Não se pode, contudo, dizer que o mercado não comporte um leque muito variado de políticas, algumas muito
distantes entre si. (...)

Quem quer determinadas políticas, e não outras, são os agentes econômicos, sociais e políticos que, dependendo das
orientações seguidas, não "querem" a sua implementação. Como não se assumem diretamente, apresentam os seus
interesses sob uma forma impessoal, como se uma entidade coletiva e mirabolante não quisesse certas ações. Toda
política favorece determinados interesses e contraria outros, sem que se possa dizer que exista uma política de custo
zero que beneficiaria todos os agentes envolvidos. Uma política que favoreça as exportações e a substituição de
importações, por exemplo, irá contrariar outros interesses que são hoje satisfeitos. Uma política de redistribuição de
renda necessariamente tirará de alguns para favorecer os mais carentes.

A especulação que temos observado no mercado financeiro obedece precisamente a esse jogo de interesses
contrariados ou favorecidos, em que simples rumores de subida ou de descida de determinados candidatos nas
pesquisas de opinião produzem lucros para alguns e prejuízos para outros. Em alguns casos, os rumores relativos a
essas pesquisas nem se confirmam, porém lucros e perdas não cessam de ser produzidos. E o que é pior: os prejuízos
dizem respeito a todo o País.
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(Denis Lerrer Rosenfeld, O Estado de S. Paulo, agosto de 2002)

Os segmentos grifados nas frases que seguem estão substituídos pelos pronomes adequados e colocados de modo
INCORRETO na alternativa:
a) obedecer a um conjunto de regras = obedecer-lhes.
b) se sigo regras de trânsito = se as sigo.
c) que ele tem tal ou qual expectativa = que ele tem-na.
d) que o mercado tenha regras = que o mercado as tenha.
e) seguir regras faz parte = segui-las faz parte.

Questão 34: FCC - TRE (SEFAZ MA)/SEFAZ MA/Arrecadação e Fiscalização de Mercadorias em Trânsito/2016
Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Os árabes usavam mosaicos de azulejos para ornamentar as paredes de seus palácios, conferindo às paredes brilho e
ostentação. Influenciados pela técnica mourisca, artesãos espanhóis e portugueses simplificaram a técnica e
adaptaram a técnica aos padrões ocidentais.

Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima estão corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em:
a) conferindo-as – adaptaram-lhe
b) lhe conferindo − a adaptaram
c) conferindo-lhes − adaptaram-na
d) conferindo-a – lhes adaptaram
e) conferindo-as – as adaptaram

Questão 35: FCC - AJ TRE AP/TRE AP/Judiciária/2006


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc)
Atenção: Para responder à questão, considere a crônica (Texto I) e o poema (Texto II) que seguem.

Texto I
O jivaro

Um sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um jornal sua conversa com um índio
jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas
operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.

O Sr. Matter:

− Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.

E o índio:

− Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!

(Rubem Braga, Recado de primavera)

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Texto II
Anedota búlgara

Era uma vez um czar naturalista


que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas
[e andorinhas ficou muito espantado
e achou uma barbaridade.
(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia)

O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em vez de homens, se caçassem andorinhas e borboletas,
parecendo-lhe uma barbaridade levar andorinhas e borboletas à morte.

Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se, de forma correta, os elementos sublinhados por,
respectivamente,
a) não o ocorrendo - de tais - levá-las.
b) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes.
c) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes.
d) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.
e) não lhe ocorrendo - destes - levá-las.

Questão 36: FCC - AJ TRT16/TRT 16/Administrativa/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo − um fragmento de O espírito das leis, obra clássica do
filósofo francês Montesquieu, publicada em 1748.

[Do espírito das leis]

Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo
inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo
físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua
natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos.
(...)

O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser
inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser
poderia, a todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo
instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral.

(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)

As leis humanas são falíveis, os homens desrespeitam as leis humanas e destituem as leis humanas do sentido de
uma profunda equidade que deveria reger as leis humanas.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a) desrespeitam a elas − destituem-nas − deveria reger- lhes
b) desrespeitam-lhes − as destituem − deveria regêlas
c) desrespeitam-nas − lhes destituem − lhes deveria reger
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d) lhes desrespeitam − destituem-lhes − deveria regê- las


e) desrespeitam-nas − destituem-nas − as deveria reger

Questão 37: FCC - AJ TRT1/TRT 1/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2014


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc)
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Novas fronteiras do mundo globalizado

Apesar do desenvolvimento espetacular das tecnologias, não devemos imaginar que vivemos em um mundo sem
fronteiras, como se o espaço estivesse definitivamente superado pela velocidade do tempo. Seria mais correto dizer
que a modernidade, ao romper com a geografia tradicional, cria novos limites. Se a diferença entre o “Primeiro” e o
“Terceiro” mundo é diluída, outras surgem no interior deste último, agrupando ou excluindo as pessoas.

Nossa contemporaneidade faz do próximo o distante, separando-nos daquilo que nos cerca, ao nos avizinhar de
lugares remotos. Neste caso, não seria o outro aquilo que o “nós” gostaria de excluir? Como o islamismo (associado à
noção de irracionalidade), ou os espaços de pobreza (África, setores de países em desenvolvimento), que apesar de
muitas vezes próximos se afastam dos ideais cultivados pela modernidade.

(Adaptado de: ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 220)

As novas tecnologias estão em vertiginoso desenvolvimento, mas não tomemos as novas tecnologias como um
caminho inteiramente seguro, pois falta às novas tecnologias, pela velocidade mesma com que se impõem, o
controle ético que submeta as novas tecnologias a um padrão de valores humanistas.

Para evitar as viciosas repetições do texto acima é preciso substituir os segmentos sublinhados, na ordem dada,
pelas seguintes formas:
a) lhes tomemos − falta-lhes − submeta-lhes
b) tomemos a elas − lhes falta − lhes submeta
c) as tomemos − falta-lhes − as submeta
d) lhes tomemos − lhes falta − as submeta
e) as tomemos − falta a elas − submeta-las

Questão 38: FCC - AJ TRT1/TRT 1/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Semântica
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de crônica
do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu livro Esse inferno vai acabar:

“− Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima, apalpando as melenas.

Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso que ela, com o seu solangês, às vezes me pega desprevenido.

− Seu cabelo está o quê?

− Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de quem explica algo elementar a um total ignorante, traduz:

− Bifurcando nas extremidades.

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É assim a Solange, criatura para a qual ninguém morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto
acontecimento, tem seu corpo acondicionado num ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em
alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado em crematório. Cabelo de gente assim não se torna
vulgarmente quebradiço: pendoa.”

Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente
vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha, a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no
vocabulário. A certa altura pediu ela a mim, que estava sentado numa extremidade da mesa:

− Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão?

− Por falta de preparo linguístico não sabia como atender a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente:

− Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim na casa dos outros.

− A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é, dardejou-a
com olhos censórios.

Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck:

“Você pode achar que estou sendo implicante, metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é assim mesmo,
adora embonitar a conversa para impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já andei escrevendo sobre o que
chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma de, numa discussão, reduzir ao silêncio o
interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.”
(Cândido Barbosa Filho, inédito)

“Ruibarbosismo” é um neologismo do qual se valeu o autor do texto para lembrar o estilo retórico pelo qual se
notabilizou o escritor baiano.

Não haverá prejuízo para a correção da frase acima ao se substituírem os segmentos sublinhados, na ordem dada,
por:
a) a que recorreu - que fez notável.
b) do qual incorreu - com que se afamou.
c) a cujo recorreu - o qual celebrizou.
d) em que fez uso - em cujo deu notabilidade.
e) em cujo incorreu - com o qual se propagou.

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Gabarito

1) B 2) C 3) D 4) E 5) C 6) A 7) D8) E 9) C 10) E 11) E 12) B 13) D 14) E15) E 16) D 17) E 18) E 19) E 20) C 21) A22) D
23) D 24) E 25) E 26) C 27) E 28) B29) A 30) E 31) A 32) E 33) C 34) C 35) E36) E 37) C 38) A

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