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Valores:

Empreendedorismo e Finanças
Suélen Franco

Mercado de livros em Paseo del Prado, Madri, Espanha.

MANUAL DO EDUCADOR
FORMAÇÃO CONTINUADA
Mercado de livros em Paseo del Prado, Madri, Espanha. 9
Ensino Fundamental

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Valores:
Empreendedorismo e Finanças
Suélen Franco

Mercado de livros em Paseo del Prado, Madri, Espanha.

MANUAL DO EDUCADOR
FORMAÇÃO CONTINUADA 9
Ensino Fundamental

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Valores: Capa
Empreendedorismo e Finanças Adriana Ribeiro
9o ano do Ensino Fundamental Foto: Sun_Shine - shuterstock.com

Suélen Franco Direção de arte


Elto Koltz
Editor
Lécio Cordeiro Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Revisão de texto Rua Neto Campelo Júnior, 37
Departamento Editorial Mustardinha - Recife / PE
CEP: 50760-330
Projeto gráfico Fone: (81) 3447.1178
Editoração eletrônica CNPJ: 00.726.498/0001-74
Box Design Editorial IE: 0214538-37
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos
textos contidos neste livro. A editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

ISBN aluno: 978-65-87997-39-1


ISBN professor: 978-65-87997-69-8

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil.

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APRESENTAÇÃO
Prezado educador,
O mundo atual exige decisões ágeis e bem pensadas, além de um comportamento empreendedor e disciplinado.
Cabe a nós, educadores, desenvolver essas características em nossos estudantes ao mesmo tempo que buscamos o
melhor de nós nesse processo. E foi baseada nesta premissa — aprender ensinando — que pensamos em cada deta-
lhe da coleção Valores: empreendedorismo e finanças.
O empreendedorismo e a educação financeira têm sido importantes pilares das transformações que o mundo atra-
vessa: precisamos ser realizadores, tomar decisões, assumir riscos, mobilizar recursos de forma eficiente e ser pro-
tagonistas das transformações que queremos ver e, ao mesmo tempo, responsáveis pelas consequências das nossas
escolhas. Não por acaso, o empreendedorismo e a educação financeira compõem a Base Nacional Curricular Comum
e nos desafiam a repensar nossa relação com os recursos de que dispomos. E, buscando tornar essa experiência ainda
mais interessante para uma geração hiperconectada e multitarefa, criamos atividades que exploram essas caracterís-
ticas e desafiam os estudantes a solucionarem problemas.
Pensando nisso, convidamos você, educador, para conhecer melhor a face empreendedora que todos nós possuí-
mos. Que você possa partilhar experiências e envolver os educandos em uma jornada de autoconhecimento, criativi-
dade e iniciativa, e que este livro ofereça o apoio necessário para empreender essa jornada. Seja bem-vindo e tenha
um excelente ano letivo!

Suélen Franco

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SUMÁRIO

Capítulo 1 Capítulo 2
Crédito: oportunidade Plano de negócios I: a oferta............. 17
ou perigo?............................................. 6 Para início de conversa.............................. 18
Para início de conversa.............................. 7 Antes de pôr a mão na massa
Crédito: edificando projetos Discutindo o conteúdo.............................. 18
Discutindo o conteúdo.............................. 8 Primeiros passos: o que temos a
Compreendendo o crédito oferecer?
Atividade................................................... 14 Atividade................................................... 24
Refletindo sobre o capítulo........................ 16 Refletindo sobre o capítulo........................ 25

Capítulo 3 Capítulo 4
Plano de negócios III:
Plano de negócios II: o ambiente...... 26
o funcionamento................................. 35
Para início de conversa.............................. 27
Para início de conversa.............................. 36
Conheça para dialogar
De olho nas tarefas
Discutindo o conteúdo.............................. 28
Discutindo o conteúdo.............................. 36
Soluções para quem?
Trabalho em equipe: movendo as
Atividade................................................... 31
engrenagens
Refletindo sobre o capítulo........................ 34
Atividade................................................... 39
Refletindo sobre o capítulo........................ 42

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Capítulo 5
Plano de negócios IV:
a comunicação..................................... 43
Para início de conversa.............................. 44
Da divulgação ao relacionamento
Discutindo o conteúdo.............................. 48
Mãos à obra
Atividade................................................... 49
Refletindo sobre o capítulo........................ 50
Capítulo 7
Previdência: o futuro de
grão em grão........................................ 58

Capítulo 6 Para início de conversa.............................. 59


Prevenir para não faltar
Investimentos: fazendo Discutindo o conteúdo.............................. 60
o dinheiro “trabalhar”........................ 51 Pensar no futuro próximo ou
Para início de conversa.............................. 52 distante
Poupar ou investir Atividade................................................... 62
Discutindo o conteúdo.............................. 53 Refletindo sobre o capítulo........................ 64
Para o dinheiro render
Atividade................................................... 56
Refletindo sobre o capítulo........................ 57

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Abordagem
preliminar
É chegado o momento de en-
cerrar um ciclo de trabalho em
Educação Financeira e Empreen-
dedorismo. Se nos dois primeiros
anos abordamos conteúdos pre-
dominantemente formativos e
comportamentais, nos anos finais
do Ensino Fundamental aborda-
remos um volume considerável
de informações sobre temas que,
para muitos estudantes, podem
ser distantes do cotidiano. CAPÍTULO 1
O último volume da nossa co-
leção será dedicado a conteúdos Crédito: oportunidade
predominantemente informati-
vos e práticos. Para isso, abrimos
ou perigo?
o ano letivo desenvolvendo um
tema bastante delicado: o crédito.
As operações de crédito podem
ser vistas como verdadeiras vilãs
de uma vida financeira saudá-
vel, e a ideia aqui é desmistificar
essa visão, para que o educando
compreenda que o crédito é tão
somente uma operação, e o pe-
rigo reside no uso que fazemos
dela. Este capítulo é fundamental
tanto para aprender a gerenciar
as finanças pessoais e familiares
quanto para respaldar a ação em-
preendedora.
Na sequência, abordaremos as
etapas do plano de negócios em
quatro capítulos para consolidar o
conteúdo estudado nos anos an-
teriores e, ao mesmo tempo, para
Estamos começando um novo ano de muitos desafios e, ao mesmo tempo, encerrando um ciclo
oportunizar àqueles que porven-
muito importante da nossa formação: o Ensino Fundamental. A passagem para uma nova etapa é
tura não tenham trabalhado com
um momento de muitas expectativas, e de revermos muito do que vivenciamos. Já aprendemos a
a coleção em outros anos. Por ser
importância de tomar decisões de forma calculada, a desenvolver nossa criatividade e nossos com-
uma vivência breve desses assun-
portamentos empreendedores, a cuidar das finanças pessoais e familiares de forma responsável,
tos, caso considere necessário ou
entre muitas outras vivências.
proveitoso, realize pequenas revi-
sões de conteúdos mais basilares
ao longo do desenvolvimento do 6
plano de negócios.
Por fim, uma série de con- Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 6 09/12/2021 16:26
teúdos voltados para a saúde fi-
nanceira no futuro e no presente
serão abordados nos capítulos, Anotações
envolvendo operações financei-
ras, como empréstimos, financia-
mentos, investimentos, além de
abordar, preliminarmente, a ques-
tão da previdência.

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Essa sondagem prévia, portanto,
Nesta jornada, que começamos agora, vamos enriquecer nossos conhecimentos empreendedo- permite-nos mapear tanto o nível
res aliado ao passo a passo de como planejar um negócio — e você certamente já aprendeu que um de familiaridade com operações
bom planejamento é fundamental para concretizar qualquer sonho ou projeto. Além de planejar de crédito quanto o grau de en-
um negócio, conheceremos um pouco mais sobre transações financeiras fundamentais para seus volvimento dos educandos com
futuros negócios e sua vida financeira pessoal. questões referentes ao orçamento
E não podemos deixar de falar em comportamento. Independente de desejar ter ou não o pró- familiar.
prio negócio, temos um futuro pela frente, e é fundamental pensarmos em como o construiremos Além do grau de familiaridade
desde já. Precisamos edificar nosso futuro como uma formiguinha, no seu trabalho incessante, grão com essas operações, outro ponto
em grão. Por isso, vamos conhecer a previdência e compreender a importância de pensar nela cada fundamental do capítulo a ser tra-
vez mais cedo. Prepare as ideias e seja bem-vindo! balhado é o julgamento acerca das
operações de crédito. A rigor, as
transações de crédito não são boas
Para início de conversa ou más por si só, mas, por trás de
todas as questões formais, o uso
Crédito: edificando projetos do crédito é permeado por ques-
tões culturais e comportamentais
Início de ano na escola é sempre o momento de dividir as novidades com os colegas, não é ver- que podem convertê-lo de uma
dade? Os amigos, Larissa, Luana, Paulo e Sérgio, estudam juntos há muitos anos e estão sempre simples ferramenta em uma sen-
dividindo seus desafios e suas conquistas. E quem começou o ano cheia de novidades foi a Luana: tença de endividamento crônico.
ela está de mudança. Seus pais estão realizando um sonho, ter a casa própria, e Luana está apren- Assim, nessa conversa inicial, é im-
dendo muito com esse momento, pois ela acaba de descobrir que os preparativos vão bem além de portante identificar opiniões muito
encaixotar e organizar objetos. extremas, tais como “crédito facili-
Isso porque, para adquirirem a casa própria, os pais de Luana precisaram recorrer a uma linha de ta tudo” ou “crédito é uma dívida
crédito em um banco, algo mais ou menos assim: o banco antecipa uma quantia para o vendedor eterna”, para que essas ideias se-
do imóvel, e os pais de Luana vão pagando mês a mês ao banco. Pois é, além de encaixotar os per- jam trabalhadas e desconstruídas
tences, a família de Luana adquiriu um compromisso financeiro a ser pago todo mês por um perío- ao longo do capítulo.
do relativamente longo. Além disso, é necessário pensar nas despesas com a mudança, reparos no Uma ferramenta didática que
pode ajudar nesse processo é a
nuvem tag. Você pode criar uma
nuvem interativa utilizando pro-
gramas disponíveis on-line (por
exemplo, Mentimeter) e permitir
que os alunos criem em tempo
real uma nuvem de palavras-cha-
ve associadas ao crédito — eles
podem utilizar seus próprios dis-
positivos móveis, caso a escola
autorize o uso. Ao final do capítu-
lo, após conhecer os usos, prós e
contras dessas ferramentas, você
pode solicitar uma nova rodada
de palavras-chave e disponibili-
zar a primeira para que os alunos
comparem suas percepções antes
7
e depois.
Escaneie o QR Code a seguir, e
veja possibilidades de explorar di-
Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 7 09/12/2021 16:26 daticamente o recurso da nuvem
de palavras.
Sugestão de abordagem
Para iniciar uma abordagem mais deta- próprio, sob supervisão dos pais; também
lhada sobre transações de crédito, é funda- é provável que outros tenham ciência de
mental mapear o nível de familiaridade dos algum processo de crédito a longo prazo
estudantes com essas operações. Assim, (empréstimo ou financiamento) que este-
um bom começo é realizar uma sondagem ja em curso na família — muitas vezes, a
prévia sobre a vivência que os estudantes “parcela” de algum desses processos exige
possuem com esse tipo de transação. Al- que toda a família faça ajustes no orçamen-
guns, provavelmente, já dispõem de cartão to, e os filhos são convidados a participar.

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Diálogo com imóvel, novas instalações, etc. Ou seja, para que o sonho da casa própria não se transforme em um
o professor pesadelo, eles estão planejando cada etapa com muita cautela, e isso vai exigir algumas mudanças
No volume anterior desta co- de hábito e economias, pelo menos a curto e médio prazo. Mas já aprendemos que nossas decisões
leção, abordamos o crédito, mas financeiras são assim, não é verdade? Precisamos eleger prioridades e renunciar, muitas vezes, a
inserido em um contexto maior, prazeres menos prioritários.
o de uso dos cartões (seja de A maioria dos cidadãos e das famílias precisa recorrer a operações de crédito antes de realizar
crédito ou débito). Dessa forma, projetos que envolvem quantias maiores, como a compra de um imóvel ou automóvel, a abertura
as transações operadas via “di- de um negócio, o financiamento de um intercâmbio ou de uma viagem internacional. E, a partir de
nheiro de plástico”, mais presen- agora, vamos conhecer melhor esse tipo de transação financeira, que está longe de ser um bicho de
tes no cotidiano deles, tornam sete cabeças e que, se utilizada com sabedoria, pode nos ajudar a realizar sonhos.
a discussão mais concreta e fácil
de compreender. Ao abordarmos Discutindo o conteúdo
conceitualmente as operações de
crédito, temos desafios maiores: Compreendendo o crédito
primeiro, a compreensão desses
processos inseridos na moldura de
um sistema financeiro; segundo, o
fato de lidarmos com operações
que nem sempre pertencem ao
cotidiano dos estudantes (como
financiamentos, por exemplo).
Caso a sondagem inicial apon-
te para pouca familiaridade dos
estudantes com operações de
crédito para além do conhecido
cartão, será extremamente desa-
fiador explorar essas operações,
uma vez que exigirá um grande
exercício de abstração dos estu-
dantes. Dessa forma, é aconse-
lhável convidar alguém que tenha
histórias para contar (por exem-
plo, um consultor, orientador ou Como vimos, a família de Luana está prestes a realizar um sonho e, para tanto, assim como muitas
educador financeiro), pois os ca- famílias brasileiras, recorreu a uma operação de crédito. Você certamente já deve ter ouvido alguém
sos narrados ajudam o estudante falar em: crédito de celular, cartão de crédito, créditos para games, etc. Para pensar o que isso signi-
a dar mais concretude aos concei- fica, vamos entender cada um desses exemplos:
tos que abordaremos. • Crédito de celular ou games: antecipamos o pagamento de uma quantia que nos dá direito a
É válido, também, recordar usar uma quantidade X de serviços de telefonia e dados móveis ou games.
conteúdos de volumes anteriores • Cartão de crédito: pagamos por um produto ou serviço sem que ainda tenhamos aquela quan-
(por exemplo, processo decisório, tia — a operadora do cartão antecipa a quantia ao vendedor.
sistema financeiro, juros, faturas) O que essas operações têm em comum? A antecipação do dinheiro. Quando inserimos créditos
não apenas para situar os alunos em nosso celular ou em uma loja de games, pagamos antecipadamente por um serviço que ainda
neste capítulo, mas, também, vamos utilizar. Quando realizamos uma compra no cartão de crédito, estamos adquirindo anteci-
como uma oportunidade de forne-
cer suporte àqueles que porventu- 8
ra não tenham trabalhado com a
coleção nos outros anos.
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Anotações Leitura complementar


Endividamento no consignado cresce; À primeira vista, o empréstimo consig-
saiba como se proteger nado é de encher os olhos. Para os bancos,
inadimplência contida e menos risco de ca-
Somente em 2019, o endividamento de ser-
lotes; aos clientes, juros menores e, na teo-
vidores públicos, trabalhadores do setor pri-
ria, até 30% do salário na conta ou um car-
vado e aposentados ou pensionistas do INSS
tão de crédito disponível para gastar. Nesse
com esse tipo de empréstimo cresceu 15%
cenário, onde parece que todo mundo ga-
nha, há uma série de riscos e abusos que
Por Lucas Moraes
estão entrando na mira do Banco Central e

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os aposentados. Tem se tentado
padamente o bem, para só depois pagar por ele (alguém pagou ao vendedor, e nós pagaremos a criar mecanismos para diminuir
esse alguém pelo dinheiro que utilizamos). Antecipação é a palavra-chave. isso. Na maioria dos casos, o que
Chamamos de crédito uma transação em que um usuário toma decisões financeiras usando acaba acontecendo é que esse
recursos de terceiros, ou seja, antecipamos uma quantia que só conseguiríamos acumular futu- crédito beneficia quem está con-
ramente, mas que precisamos dela neste momento. Quando falamos de recursos de terceiros, tratando, porque os idosos, bem-
podemos falar tanto de pessoas quanto de instituições. -intencionados, contratam para
Imagine que você foi à escola e esqueceu o dinheiro do lanche em casa. Na hora do interva- ajudar filhos, amigos e parentes”,
lo, você, naturalmente, estava com fome, e sua amiga emprestou-lhe a quantia necessária para diz o personal financeiro, Leandro
que você se alimentasse e, no dia seguinte, você a reembolsou, conforme combinaram. Naquele Trajano.
momento, você usou o dinheiro de terceiros (sua amiga) para realizar uma necessidade presente Como forma de atrair os clien-
(comer) sob a promessa de devolver o recurso no dia seguinte (futuro). Essa é uma transação tes, os juros do consignado são
pessoal, baseada nos laços de confiança e na empatia que vocês têm uma pela outra. Esse tipo mais baixos que os praticados em
de acordo é bem comum e bastante simples, mas o que nos interessa mesmo é compreender as outras modalidades de recursos
operações de crédito realizadas em instituições — envolvendo quantias maiores, garantias mais livres. Porém, mesmo assim, as
rigorosas e prazos mais amplos. taxas ainda estão longe das me-
Sabemos que o Sistema Financeiro é um conjunto de instituições que conectam poupadores e dianas de corte da taxa básica
tomadores de empréstimo em condições mais seguras possível. Por isso, instituições financeiras, de juros. Para os servidores pú-
como bancos, reúnem uma série de critérios e condições para garantir aos seus clientes crédito e, blicos, as taxas de juros ao ano
ao mesmo tempo, minimizar os riscos de inadimplência (o famoso “calote”). Assim, para conceder fecharam em 18,2% em 2019. Os
dinheiro àqueles que o solicitam, o banco precisa analisar o perfil do cliente e da operação de trabalhadores do setor privado
crédito que ele precisa, de forma a minimizar o risco de ter prejuízo. pagaram taxas na casa dos 32%,
enquanto os beneficiários do
INSS, 22,2% — deixando a média
geral em 20,5%. Em relação ao
mês de dezembro de 2018, as ta-
Risco, incerteza e retorno: o que isso tem a ver com minha vida xas caíram, respectivamente, 4%;
financeira? 4,4% e 3,1%.
A explicação para as taxas mais
Você certamente já ouviu as palavras risco e incerteza e talvez até as tenha utilizado como sinô- baixas vem da forma de pagamen-
nimas. Será? Risco e incerteza têm realmente algo em comum: o fato de não termos como prever o to: o desconto em folha. Com mais
futuro. O que temos são informações sobre o presente que nos ajudam a projetar cenários futuros garantia do recebimento, os ban-
mais prováveis. E as ideias de risco e incerteza estão ligadas a essa informação. cos cobram menos pelo crédito e
Imagine duas situações. Você precisa se deslocar em uma cidade, que tradicionalmente tem trân- mantém uma taxa de inadimplên-
sito caótico durante um horário de pico, para fazer uma avaliação muito importante, e você não cia que vai de 1,9% (servidores) a
pode perdê-la sob hipótese alguma! Situação 1: você dispõe de um aplicativo que lhe mostra o nível 4% (trabalhadores setor privado)
de congestionamento nos caminhos possíveis e, com base nessa informação, até estima uma previ- e 2,6% (beneficiários INSS).
são de duração do seu trajeto. Com base nisso, você calcula o melhor horário para sair de casa e o “Empréstimo consignado pode
melhor percurso. Situação 2: sem recurso algum e sem ter o hábito de se deslocar regularmente por ser perigoso no sentido de que
aquele caminho, você estima o melhor horário e o melhor percurso. aquilo é debitado direto no seu
Qual é a diferença entre essas duas situações? É a quantidade e completude das informações. recebimento, deixando o clien-
No primeiro caso, podemos falar em risco. Se você possui mais informações em tempo real sobre te sem acesso àquela fatia que
os melhores percursos, saberá se está acontecendo algum protesto ou acidente que congestione o se comprometeu. Isso pode ser
caminho, entre outras possibilidades. O risco de se atrasar ainda existe, pois, o futuro é incerto: um cruel, no sentido de que quem
pegou empréstimo de 60 meses
só terá parte do salário de volta
9 quando quitar. Em um emprésti-
mo pessoal, por exemplo, você vai
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ter acesso a juros mais altos, mas
se viver uma situação extrema e
precisar priorizar alguma outra
do governo federal, sobretudo no caso dos os servidores públicos tiveram a maior alta questão, você tem como não pa-
beneficiários do INSS, que chegam a ser as- (17,8%), seguidos pelos trabalhadores do gar ou renegociar a dívida”, refor-
sediados antes mesmo de passar a receber setor privado (17,4%) e os aposentados e ça Trajano.
o benefício. pensionistas do INSS (10,7%). [...]
Somente em 2019, o endividamento de Embora o percentual de endividamen- Disponível em: https://jc.ne10.uol.
servidores públicos, trabalhadores do setor to tenha crescido menos entre os bene- com.br/canal/economia/nacional/
privado e aposentados ou pensionistas do ficiários do INSS, essa categoria é a mais noticia/2020/02/05/endividamento-
no-consignado-cresce-saiba-como-
INSS com esse tipo de empréstimo cresceu assediada pelos bancos para contratação. se-proteger-399111.php. Acesso em:
15%, saltando de R$ 333,2 bilhões para “A modalidade é muita oferecida, com 05/03/2020. Adaptado.
R$ 383,7 bilhões. Em resultados isolados, uma abordagem massiva, sobretudo com

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Sugestão de
abordagem imprevisto de qualquer natureza pode acontecer durante o trajeto. No entanto, você fez a sua esco-
lha com um volume considerável de informações, permitindo-lhe conhecer os riscos e as probabili-
As opções de crédito disponí- dades. No segundo caso, você age sob alto grau de incerteza: existe pouquíssima informação sobre
veis no rotativo e no cheque espe- seu percurso e há muito mais insegurança ao tomar a decisão sobre que horário e trajeto escolher.
cial são transações financeiras que Transações financeiras, em geral, são transações de risco. Por isso, existe uma série de informa-
oferecem muitas possibilidades ções que as instituições reúnem para tomar a decisão de conceder ou não crédito a determinado
de discutir muitos tópicos da edu- cliente, reduzindo o grau de incerteza dessas operações. Os bancos podem avaliar se sua renda
cação financeira, tais como: mensal é compatível com o pagamento das suas parcelas, se você tem histórico de bom pagador, se
• Tomada de decisão: poupar você já possui outras dívidas em curso, sua idade, sua escolaridade, enfim: uma série de indicadores
ou antecipar o consumo? financeiros, etários, comportamentais, etc. Com o maior número possível de informações, uma ins-
• Relação com a publicidade: tituição financeira calcula o risco que ela correrá ao conceder o crédito. Por exemplo: se você quer
o bem já é oferecido em “10 tomar um empréstimo e pretende pagar em parcelas que correspondem a mais da metade do seu
parcelas de X reais”, condi- salário, o banco calcula que há alto risco de você não conseguir honrar seu compromisso. E qual é a
cionando a ver o preço do relação desse risco com o retorno das transações financeiras?
bem pela parcela. Já aprendemos que, quando usamos o dinheiro de terceiros, pagamos uma espécie de “aluguel
• Facilidade de acesso ao do dinheiro”, chamado juros. Esses juros são cobrados em percentuais sobre o valor emprestado.
crédito: o crédito está pré- Pois bem, quanto mais arriscada é uma transação, maiores serão as taxas de juros, pois as institui-
-aprovado e disponível para ções financeiras cobrarão mais caro pelo “aluguel” do dinheiro dado em empréstimo, já que existe
uso a qualquer momento. maior risco de perdas. Imagine o seguinte: se você aluga um apartamento para alguém que tem
• Risco versus retorno: se o maior probabilidade de danificá-lo, é bem razoável que você cobre mais caro para “cobrir” eventuais
dinheiro chega muito fácil perdas, não é verdade? Por isso, é sempre bom lembrar: maior risco, maiores taxas.
e rapidamente, o preço a
ser pago por essa facilidade
é alto (altas taxas), pois se
trata de uma operação de
maior risco.

Nesse vies, a proposta é en-


riquecer essa abordagem com
exemplos que ilustrem o quanto
as famílias são superestimuladas a
buscarem crédito fácil (e, portan-
to, caro). Caso a escola disponha
de laboratório de informática ou
suporte para aulas com recur-
sos audiovisuais, faça uma cura-
doria de peças publicitárias que
ilustrem as situações abordadas
acima: podem ser campanhas de
varejo que oferecem bens como
celulares ou eletrodomésticos já
com o parcelamento em desta-
que; campanhas de instituições
stock.adobe.com/THANANIT
financeiras que oferecem consig-
nados; campanhas de bancos; etc. 10
É interessante, também, pes-
quisar imagens de ofertas em
pontos de venda com o preço Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 10 09/12/2021 16:26

parcelado em destaque e o pre- mentos mais prolongados. Assim,


ço integral do produto em uma os anúncios podem levar o aluno Anotações
região menos destacada do anún- a deduzir, a partir das reflexões, os
cio. Será interessante pedir que os perigos dos estímulos excessivos
alunos somem as parcelas e, na ao crédito fácil.
sequência, comparem o preço do
bem se comprado à vista ao pre-
ço do bem parcelado. Em muitas
situações, o preço pode ser signifi-
cativamente acrescido, sobretudo
se o consumidor opta por parcela-

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Sugestão de
As operações de crédito são uma ferramenta para que a maioria das pessoas realize projetos abordagem
maiores. Por outro lado, também recorremos a operações de créditos para necessidades mais ime-
diatas ou não planejadas, oportunidades ou mesmo desejos momentâneos. Para essa abordagem, faz-se
necessário o suporte da discipli-
• Realizar projetos: trocar de carro, realizar uma reforma na casa. na de matemática. Nesse sentido,
• Necessidades inesperadas: adoecer subitamente e precisar de um medicamento, precisar com- convide o docente para um tra-
prar um livro para um trabalho que surgiu. balho conjunto. Existem muitos
• Oportunidades: o curso que desejava realizar há muito tempo está abrindo nova turma. aspectos das operações de crédi-
• Desejos momentâneos: um sapato belíssimo na vitrine (e você sem “grana” na carteira) — nem to que podem ser trabalhados de
precisamos dizer que usar crédito para este fim é nada interessante, não é? forma mais aprofundada nas aulas
de matemática, tais como as taxas
Assim como existem situações distintas que motivam alguém a buscar crédito, também existem de juros em função do tempo, a di-
modalidades diferentes, levando em consideração os seguintes fatores: valor obtido, juros cobra- ferença entre juros simples e juros
dos, destinação do dinheiro, prazos de pagamento, relacionamento da pessoa com aquela insti- compostos (e como isso impacta
tuição financeira, e, consequentemente, grau de confiança e incerteza. Por isso, vamos conhecer nas operações de crédito), etc. É
algumas transações de crédito mais comuns e seus usos principais. também uma oportunidade de
aplicar os conteúdos de matemá-
tica ao cotidiano dos estudantes.

Anotações

O cartão de crédito é, certamente, a transação mais conhecida de todos nós e a que mais per-
tence ao nosso cotidiano. Por meio de um cartão individual, e geralmente operado sob senha, o
usuário “paga” pela aquisição de um bem ou serviço sem utilizar dinheiro físico e sem tirar dinheiro
da sua conta. Uma vez que o banco concedeu aquele cartão ao seu cliente, significa que este já pos-
sui uma espécie de empréstimo pré-autorizado, que ele pagará via fatura — integralmente ou de
forma parcelada. Isso significa que eu posso pagar qualquer valor com meu cartão de crédito? Não!
Como vimos, os bancos realizam diversas análises para reduzir o risco das transações financeiras de
que eles participam. Por isso, o cartão de crédito apresenta um limite de uso, que é estipulado pelo

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stock.adobe.com/RomixImage
banco com base na análise dos seus dados e na emergência ao qual o usuário recorre sem precisar
sua capacidade de pagar. Caso você não cumpra de análise prévia. E, como sabemos, maior risco,
com os seus pagamentos, o uso desse cartão maiores taxas.
pode ser bloqueado até que você regularize sua Já um empréstimo propriamente dito fun-
situação — mais uma medida de segurança para ciona de maneira diferente. Um cliente solicita
evitar perdas do banco e maior endividamento a uma instituição financeira uma quantia e sela
do cliente. junto a esta instituição um acordo referente à
Cartões de crédito normalmente são utilizados forma de pagamento, às taxas, aos prazos, etc. A
para compras de valores pequenos a médios. É destinação do valor obtido via empréstimo fica a
importante que utilizemos esse recurso para apro- critério do cliente: pode ser uma reforma, uma
veitar oportunidades ou realizar compras quando mudança, uma compra de medicamentos, a qui-
surgem necessidades e estamos sem reservas. tação de uma dívida, entre outras situações. Os
Compras de rotina ou compras por impulso não empréstimos podem ser consignados, ou seja, o
devem ser feitas no cartão de crédito, pois isso cliente paga suas parcelas à instituição financeira
pode resultar em uma bola de neve de dívidas. de forma automática: o salário já é depositado na
O mesmo cuidado vale para o cheque espe- conta do tomador de empréstimo com essa quan-
cial. Assim como o cartão de crédito, ele equivale tia descontada, que segue para o credor. Nesse
a uma modalidade em que o usuário já dispõe de caso, quanto mais segura for a renda do tomador
um limite pré-aprovado, que, teoricamente, está de empréstimo, menor o risco que a instituição
adicionado ao saldo da sua conta bancária. Ele fica financeira corre. Por isso, aposentados e pen-
ali, disponível para ser usado quando necessário. sionistas recebem várias ofertas de empréstimo
E, mais uma vez, o perigo envolvendo essa moda- consignado: eles não correm o risco de perder o
lidade é sobretudo comportamental: há usuários emprego e, consequentemente, a renda.
que veem aquela quantia na conta e inconscien- O financiamento é uma transação financei-
temente já a incorporam à sua renda, passando a ra em que o valor concedido pela instituição ao
usá-la regularmente como se fizesse parte das suas cliente é destinado a uma finalidade específica.
receitas. Neste caso, é fundamental que o usuário Neste caso, o cliente que solicitou financiamento
esteja ciente, pois o cheque especial tem taxas de não recebe o dinheiro, essa quantia é destinada
juros altíssimas, justamente por ser um crédito de ao vendedor do bem ou serviço que será finan-

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ciado. Por exemplo: quando financiamos um imóvel, como no exemplo apresentado no início deste
capítulo, o banco entrega o valor diretamente ao vendedor do imóvel, e o cliente do banco devolve ao
banco geralmente sob a forma de parcelas mensais. Existem casos em que o bem financiado funciona
como uma espécie de garantia, podendo ser tomado de volta pela financeira caso o cliente não consiga
honrar suas parcelas.
Operações financeiras ocorrem no regime de juros compostos. Assim, se eu solicito um emprés-
timo parcelado em 10 meses com juros de 2% ao mês, não significa que pagarei 20% ao ano. Isso
porque esses 2% vão incidir mensalmente no valor acumulado. Por isso, quanto mais longo o perío-
do do parcelamento, mais juros pagamos, pois vamos pagando juros em cima de juros. Imagine que
eu solicito R$ 500 para pagar em 10 parcelas mensais com juros de 2% ao mês:

Inicialmente: 500 ÷ 10 = 50.


Parcela 1: 50 . 2% = 51.
Parcela 2: 51 . 2% = 52,02.
Parcela 3: 52,02 . 2% = 53,06 (e assim sucessivamente).

Por isso, alguns riscos das operações de crédito são comportamentais. Por exemplo: quando
compramos algum produto parcelado, muitas vezes não prestamos atenção ao preço do bem ou
à taxa de juros que incide nas parcelas. Outro problema é quando assumimos parcelas demais e
chegamos ao ponto de criar um volume de dívidas que compromete parte considerável da nossa
renda. Isso termina por nos obrigar a pagar despesas mensais regulares, como alimentação e contas
de consumo, usando o cartão de crédito, o que cria uma situação chamada endividamento crônico,
pois sempre solucionamos uma dívida gerando outra.
Então, agora que você sabe como funcionam as operações de crédito, já deve ter percebido que
o crédito não é um herói nem um vilão. É tão somente uma ferramenta para viabilizar a aquisição de
bens e serviços e pode ser nossa melhor amiga ou pior inimiga, dependendo de como a utilizamos.
Ou seja, use com sabedoria!

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Sugestão de
abordagem Atividade
A opção por fechar o capítulo
com um exercício desta natureza 1. Em que situações, normalmente, as transações de crédito são utilizadas? E, em qual delas deve-
deve-se ao intuito de despertar mos evitar utilizá-las? Justifique.
a criticidade dos alunos e a des- Sugestão de resposta: Para realizar projetos, resolver situações inesperadas que exigem gasto de
confiança dos “excessos de fa-
cilidade”. É importante que eles uma quantia que não temos, aproveitar oportunidades ou satisfazer desejos momentâneos. Deve-
acessem sua bagagem de conhe- mos evitar utilizar em compras por impulso, pois sempre surgirão novos desejos momentâneos e
cimento para identificar que o
crédito consignado é um bom podemos acumular parcelas.
negócio para os bancos, principal-
mente se ofertados a tomadores 2. Complete corretamente as lacunas.
de renda garantida, uma vez que
o pagamento efetuado pelo to- a) As instituições financeiras reúnem o máximo de informações sobre os clientes antes de lhes con-
mador é automático, já debitado ceder crédito para minimizar o risco .
do salário. Por isso, os estímulos
são direcionados sobretudo a b) O cartão de crédito consiste em um “empréstimo pré-autorizado” no qual o usuário adquire
servidores públicos, aposentados bens ou serviços e paga posteriormente via fatura.
e pensionistas, que não apresen-
tam riscos de cessação súbita da c) Quando adquirimos crédito via financiamento para a aquisição de um bem, não recebe-
renda. Para ajudar os alunos a de- mos a quantia em si, ela é destinada diretamente ao vendedor desse bem.
senvolverem essa análise, procure
explorar os elementos visuais e d) Quanto maior é o risco de uma operação financeira, maior será a taxa de juros .
textuais dos anúncios, tais como
leque de dinheiro remetendo a 3. Quando acontece o endividamento crônico?
abundância, idosos sorrindo, ter-
mos como “fácil”, “na hora”, “sem Sugestão de resposta: O endividamento crônico acontece quando o usuário do crédito acumula dí-
sair de casa”, entre outros apelos. vidas constantemente e passa a recorrer a mais crédito para sanar as dívidas, tornando-se preso a

uma situação de endividamento.


Anotações
4. Assinale V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.

a) ( V ) Ao adquirirmos um empréstimo, recebemos a quantia diretamente, para aplicar conforme


nossa necessidade.
b) ( V ) Operações de crédito podem ser grandes aliadas na realização de projetos, desde que usa-
das com sabedoria.
c) ( F ) O uso do cartão de crédito é recomendado para despesas corriqueiras e regulares, como
alimentação e contas de consumo.
d) ( F ) Os bancos que oferecem operações de crédito não assumem qualquer tipo de risco, pois
eles analisam um grande volume de informações sobre o cliente.

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5. Analise as situações a seguir.

a) João é servidor público e solicitou um empréstimo consignado para realizar uns reparos em pro-
blemas de infiltração que surgiram em sua casa durante um período de chuvas muito fortes. Ele
não possui outros empréstimos em curso. O valor das parcelas é equivalente a 7% do seu salário,
e em seis meses ele terá quitado seu empréstimo.
b) Fernando é recém-formado e acabou de ser promovido de estagiário a funcionário efetivo, com
carteira assinada. Ele solicitou um empréstimo consignado para quitar uma dívida do seu cartão
de crédito, cuja parcela equivale a 10% do seu salário em 12 meses.

Qual dos dois provavelmente irá arcar com taxas mais altas? Justifique.

Fernando, pois ele tem menos estabilidade no vínculo empregatício, já possui um histórico de endi-

vidamento e irá parcelar em um período mais longo. Espera-se que o aluno perceba que Fernando
tem um perfil mais arriscado e que, por isso, as financeiras tendem a adotar taxas mais altas.

6. É possível realizar compras de qualquer valor utilizando o cartão de crédito? Justifique sua
resposta.
Não, pois o usuário possui um limite predefinido calculado pela operadora de crédito com base na
sua capacidade de pagar.

7. Pesquise por que o cartão de crédito é bloqueado caso o usuário não pague suas faturas em
tempo hábil.

Para evitar perdas por parte do banco e um maior endividamento por parte do cliente.

8. Qual é a diferença entre um financiamento e um empréstimo tradicional?


Sugestão de resposta: No financiamento, o valor emprestado pela instituição financeira é destinado
a uma finalidade específica e, portanto, o dinheiro emprestado não é entregue ao cliente, e sim ao

vendedor do bem ou serviço a ser financiado. Já no empréstimo, o cliente faz um acordo com a

instituição financeira sobre os valores, as taxas e o tempo de pagamento e recebe diretamente o


valor emprestado, que ele pode destinar a seu critério.

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9. Qual é a relação entre o risco e a taxa de juros nas transações financeiras?
Sugestão de resposta: Quanto mais arriscada é a transação, maiores serão as taxas de juros.

Refletindo sobre o capítulo


Observe os anúncios a seguir.

Reprodução.
Na sua opinião, por que existe tanta facilidade de crédito ou até mesmo insistência para que usuá-
rios realizem operações de empréstimo consignado?

Resposta pessoal.

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Abordagem
preliminar
A partir de agora, o aluno co-
meçará a pensar empreendedoris-
mo aplicando seus conhecimentos
na abertura de uma empresa fic-
tícia. No entanto, vale salientar
a importância que o professor/
mediador tem de buscar relações
entre os comportamentos, entre
as competências e habilidades
empreendedoras e o cotidiano de

CAPÍTULO 2 cada um dos educandos. Dessa


maneira, os estudantes percebe-
rão o real sentido do estudo do
Plano de negócios I: a oferta empreendedorismo.
O plano de negócios a ser tra-
balhado neste capítulo apresenta
uma sequência desenvolvida para
fins didáticos e em consonância
com o grau de maturidade da
faixa etária. Na prática, muitas
dessas etapas podem acontecer
simultaneamente (por exemplo,
uma pesquisa mercadológica
pode apontar tanto o segmen-
to de mercado em que investir
quanto concorrentes e ofertas da
empresa) ou serem desenvolvidas
posteriormente, com o negócio
já em andamento, à medida que
as demandas de mercado vão se
Em nosso dia a dia, estamos rodeados de negócios e precisamos de muitos deles para suprir nos-
apresentando.
sas necessidades: eles oferecem bens e serviços de que precisamos e, em troca, pagamos uma quan-
As etapas foram agrupadas
tia por essas ofertas. Você já se perguntou como surgiram os negócios que conhecemos? O curso de
em quatro capítulos, cada um
idiomas, o supermercado, a loja de brinquedos, a sorveteria, o salão de cabeleireiro e muitos outros
explorando grupos de atividades
negócios começam antes mesmo de abrir as portas e iniciar as atividades: eles são planejados.
análogas: a oferta, o ambiente, o
funcionamento e a comunicação.
Nem todo negócio passa por um planejamento formal, alguns deles iniciam suas atividades sem
Neste capítulo, além de recordar-
muita estruturação. Mas planejar é um requisito importantíssimo para o sucesso de qualquer proje-
mos o conceito de planejamento,
to, e com a abertura de um negócio não poderia ser diferente.
sobretudo para estudantes que
A partir deste capítulo, vamos vivenciar as etapas de planejar um negócio. Neste projeto, vamos
não utilizaram os volumes ante-
pôr em prática tudo o que estudamos, exercitar o trabalho em equipe, a tomada de decisão e a cria-
riores desta coleção, vamos nos
tividade. Então, reúna-se com sua equipe e mãos à obra!
dedicar à oferta, quando os alu-
nos poderão criar e nomear uma
17 proposta de valor que esteja de
acordo com as necessidades do
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mercado. É importante conduzi-
-los com paciência e cautela, pois,
Anotações nesta etapa, os educandos farão
a escolha de algo que eles desen-
volverão até o fim do ano letivo,
sendo, portanto, uma tomada de
decisão de grande importância.

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Diálogo com
o professor Para início de conversa
Daremos início a um trabalho
de médio prazo que demanda in- Antes de pôr a mão na massa
terdisciplinaridade e, em determi-
nadas situações, infraestrutura de O desenvolvimento do plano de negócios de um empreendimento é uma etapa de grande impor-
apoio. Antes de iniciá-la, é funda- tância, pois é nela que se faz todo o estudo prévio e o planejamento do negócio a ser implantado.
mental reunir os possíveis agentes A princípio, o novo empreendedor deve pensar em algumas ações antes mesmo de traçar o plano
envolvidos no processo: professo- de negócios. Veja o quadro seguinte:
res de outras disciplinas, coorde-
nação, direção, etc. Por exemplo, Quando se pergunta A resposta é...
o professor de Matemática pode O quê? O objetivo e as metas.
fornecer apoio nos conteúdos so-
bre os custos. Quando? O cronograma para atingir o objetivo e as metas.
Por se tratar de um trabalho Onde? Qual será o local e a estrutura utilizada.
de grande porte, a ideia de culmi-
nar com uma feira onde os alunos Por quê? Justificativas para a implantação do negócio.
possam expor o fruto de meses de Quem? Responsáveis pelo projeto e pelos respectivos setores.
trabalho é importante para moti-
vá-los e obter deles o empenho Como? Definição das tarefas e dos processos.
necessário. Assim, é preciso acer- Quanto? Definição de custos e recursos.
tar com a direção da escola uma
data no calendário letivo, bem Com as respostas para as perguntas listadas no quadro, o mais novo empreendedor poderá ini-
como a infraestrutura de que os ciar a elaboração do seu plano de negócios.
educandos disporão para expor Como iremos criar um empreendimento fictício, você deverá seguir as orientações passadas ao
seus trabalhos, nos moldes de longo do capítulo e, em uma equipe formada com o auxílio do professor, você deverá se atentar a
uma feira de conhecimentos tradi- todos os conceitos até aqui estudados, para que, assim, possa desempenhar da melhor forma pos-
cionalmente realizada nas escolas. sível sua função no negócio que será criado.
Caso a escola possua alguma
restrição ao comércio realizado
em suas dependências, é preci- Discutindo o conteúdo
so acertar antecipadamente essa
questão com a direção, uma vez
que aspectos como receita e lu- Primeiros passos: o que temos a oferecer?
cro serão estudados, e os alunos
poderão realizar vendas de fato. Sabemos que planejamento é o processo de programar antecipadamente e de forma ordenada
Outro ponto importante é a divul- as ações necessárias para a realização de algo no futuro. Esse futuro não necessariamente é algo
gação do evento nas dependên- distante. Quando planejamos, analisamos a situação e, a partir dessa análise e de nossos objetivos,
cias da escola ou em redes sociais: tomamos decisões sobre que caminhos seguir. O resultado desse processo é um plano, ou seja, um
tudo isso requer autorização e registro organizado das análises feitas e das decisões tomadas.
planejamento prévios. A partir de agora, trabalharemos um tipo específico de plano, o plano de negócios, cuja função é
Ao término do trabalho, pode- registrar as etapas necessárias à realização de um negócio, de modo a empregar os recursos de for-
-se convidar os pais dos alunos e ma mais eficiente e reduzir as chances de insucesso. O plano de negócios pode auxiliar o empreen-
a comunidade escolar para que se
prestigie todo o processo de pro- 18
dução dos negócios.

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Anotações

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dedor tanto no início de seus negócios quanto em processos de ampliação ou inovação.
Sugestão de
Muitas vezes, o empreendedor tem ótimas ideias para criar ou ampliar sua empresa, mas não abordagem
dispõe de recursos para financiá-la. Nessas situações, algumas instituições podem oferecer uma O tema planejamento foi bas-
espécie de empréstimo para financiar esse estabelecimento. Para tanto, o plano de negócios é im- tante explorado no volume ante-
prescindível, pois ajuda a oferecer a essas instituições indicadores de que a empresa tem chances rior desta coleção. Dessa forma,
reais de sucesso e que o empreendedor terá como pagar o empréstimo obtido. uma boa maneira de introduzir
O plano de negócios, que desenvolveremos, a partir de agora, será estruturado em uma série de este trabalho é relembrando as
passos, agrupados em quatro grandes blocos: a oferta, o ambiente, o funcionamento e a comuni- diversas situações em que os edu-
cação. Um plano de negócios não necessariamente se estrutura nessa ordem nem contempla exa- candos precisaram planejar, a im-
tamente as mesmas etapas, mas essa divisão nos ajuda a exercitar o trabalho em equipe e a aplicar portância desse planejamento e
tudo que aprendemos ao longo desta coleção. os ganhos obtidos ao planejar.
Com a ajuda do professor, forme sua equipe de negócios. A empresa será fictícia. Neste primeiro É válido explicar que nem todas
momento, vamos nos dedicar a pensar em nossa oferta. Para isso, daremos os seguintes passos: as empresas são fruto de um pla-
Passo 1: Identificar a oportunidade de mercado e definir o tipo de negócio. nejamento prévio. As competên-
Passo 2: Definir os produtos e serviços. cias gerenciais também envolvem a
Passo 3: Definir um nome para seu negócio. capacidade de improviso e respos-
tas rápidas a situações contingen-
Conheceremos, a seguir, o processo de cada etapa e as ferramentas que podem auxiliar você e ciais. No entanto, o planejamento
sua equipe na criação do plano de negócios. faz com que o empreendedor lide
melhor com tais situações e que
Passo 1: Identificar a oportunidade de mercado e definir o tipo desperdice menos tempo ou evite
de negócio retrabalho ao traçar cursos de ação
mais embasados e seguros. Muitas
Quando um futuro empreendedor opta por investir seu tempo e seu dinheiro em um negócio, o empresas que começam suas ativi-
primeiro passo prático é identificar uma oportunidade dentro do mercado. Com essa visão, um em- dades no improviso sentem a ne-
preendedor poderá definir o tipo de negócio no qual trabalhará. No entanto, é muito comum acon- cessidade de instrumentos formais
tecer o contrário: primeiro ele se depara com uma necessidade ou oportunidade e então opta por de planejamento à medida que vão
investir nela. Imagine que você é muito bom na cozinha, e todos os seus amigos elogiam seus doces. crescendo e complexificando suas
Um belo dia, precisando de recursos para realizar uma viagem, você decide vendê-los. Imagine, atividades.
ainda, que seus doces têm uma enorme demanda e que você precisa obter ajuda de outras pessoas
para produzir cada vez mais. Ou seja, muitas vezes, a oportunidade advém de uma necessidade para
a qual o empreendedor decide destinar seus recursos (como tempo e dinheiro).
Mas, como fazer para saber quando uma oportunidade é boa ou não? Esta é uma das perguntas
mais difíceis para uma pessoa que deseja se tornar empreendedora ou que já empreende, mas de-
Diálogo com
seja mudar a área de atuação. o professor
Inicialmente, a pessoa interessada deve observar quais são as necessidades que essa oportuni-
dade de negócio busca atender ou quais problemas poderão ser sanados. Isso é o que chamamos
Sugerimos que cada grupo te-
de necessidades identificadas. As oportunidades de mercado precisam ser analisadas quanto à pro-
nha em média cinco alunos, po-
dendo variar, preferencialmente,
babilidade de serem bem-sucedidas e quanto à sua atratividade. Quanto mais atrativas e propensas
para mais integrantes, uma vez que
ao sucesso, menos risco há em investir nessa oportunidade. No exemplo lido, imagine que nosso
é um trabalho longo e exigirá bas-
empreendedor more em um local onde há poucas docerias e que seus doces são reconhecidamente
tante deles. Permita que os alunos
saborosos. Temos um mercado atrativo, pois provavelmente haverá demanda e com probabilidade
se organizem, visto que esta etapa
de sucesso, uma vez que o público aprecia seu produto.
já pode ser observada e analisada.
Guarde o máximo de informações
19 possíveis sobre todas as etapas: ao
final é indicado que você faça uma
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avaliação geral dos estudantes, su-
gerindo que cada um aponte o que
Anotações foi positivo e negativo ao longo do
desenvolvimento do negócio.

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Sugestão de
abordagem
Sugerimos alguns itens e ser-
viços a serem explorados pelos
alunos no desenvolvimento de
seus respectivos negócios. Toda-
via, você, também pode sugerir
outras propostas, assim como
demandar dos alunos que tragam
algumas ideias. Sugerimos que
leve em consideração, tanto ao
propor ideias quanto ao acatar as
dos educandos, as etapas a serem
estudadas e que tipo de ativida-
de permitirá que o aluno de fato
exercite as competências envol-
vidas nos próximos capítulos. Por
exemplo, embora o capítulo en- Outro ponto de relevância na hora de optar por uma área de atuação no mercado é ficar atento
volva tanto produtos quanto ser- ao público-alvo e ao porte de seu empreendimento. Ou seja, nem sempre as chances de sucesso
viços, há uma etapa que envolve são maiores, quando for maior a abrangência da clientela. Muitas vezes, ter foco é a melhor estra-
rudimentos de contabilidade de tégia: você pode escolher um segmento de público ou de produto e procurar ser o melhor possível
custos, o que pode ser explorado naquela especificidade. Estreitar o foco pode fazer com que você conheça melhor as peculiaridades
mais facilmente, nessa faixa etá- do setor em que atua, aprimorando sua atuação.
ria, se forem oferecidos produtos Criatividade e inovação também são fundamentais para a definição da área de atuação de seu
cujos insumos sejam facilmente negócio e para obter vantagem. Você pode se destacar no mercado com produtos e serviços exclu-
identificáveis e quantificáveis. sivos, aprimorados, ou mesmo com preços abaixo da média.
Vale ressaltar que insumo não Para compreender todos esses aspectos e tomar decisões, o empreendedor necessita buscar in-
é o mesmo que matéria-prima, formações e manter-se atualizado. Quanto mais conhecimento ele tiver sobre o mercado, produtos,
embora esta seja um tipo de insu- área, concorrência, público-alvo — assim como questões mais amplas, como política, economia,
mo: todos os elementos envolvi- sociedade, cultura, meio ambiente e legislações —, menores serão as chances de se cometer equí-
dos na elaboração de um produ- vocos a ponto de comprometer seu negócio.
to ou serviço, incluindo energia e
mão de obra, é um insumo. É im-
portante trabalhar essa distinção Passo 2: Definir os produtos e os serviços
com os educandos, uma vez que,
por se tratar de um trabalho esco- A próxima etapa do plano de negócio é a definição dos produtos e serviços com os quais você e
lar, aspectos, como energia elétri- sua equipe desejam trabalhar. A seguir, sugerimos alguns produtos ou serviços que você e sua equi-
ca e ligações telefônicas (utiliza- pe poderão escolher para originar o empreendimento:
das em casa) e força de trabalho
Arranjos com produtos reutilizáveis.
(os próprios educandos) tendem
Roupas customizadas.
a ser desconsiderados. Mesmo
Brechó de roupas e adereços.
que estes não possam ser quanti-
Cadernos, agendas e blocos de notas personalizados ou artesanais.
ficados, é importante lembrar aos
Doces, salgados ou sobremesas.
alunos que esses fatores existem e
compõem os custos dos produtos/ 20
serviços.

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Anotações

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Converse com sua equipe, e discutam a complexidade e a viabilidade dos produtos e/ou serviços
Diálogo com
escolhidos. Não se esqueçam de levar em consideração todos os pontos trabalhados até o momen- o professor
to. Pense que seu mercado consumidor será o público de sua escola, incluindo colegas de outras Já discutimos, no volume ante-
turmas, professores e funcionários em geral. rior, a diferença entre preço e valor
sob o ponto de vista do marketing.
Um conceito importante para esse
entendimento é o de brand equity,
isto é, o valor que se adiciona a um
produto ou serviço em virtude de
sua marca. Isso vem da constata-
ção, que ganhou força nas últimas
décadas, de a marca ser muito
mais que a representação gráfica
que identifica um negócio ou pro-
duto: a marca é a síntese de todo
um negócio, o que ele significa, a
confiança atrelada a seu nome,
entre outros. É justamente a força
Passo 3: Definir um nome para seu negócio dessa marca que faz uma simples
calça jeans custar três vezes mais
Essa etapa pode ser muito prazerosa para um empreendedor, mas ao mesmo tempo desafiadora. em virtude das associações que
Criar um nome para a empresa e uma marca é uma decisão que deve ser tomada com muita cautela sua marca evoca, tanto do ponto
e criatividade, visto que essa definição tanto poderá ser um ponto positivo para o sucesso do negó- de vista da qualidade a ela associa-
cio, como também poderá não ser tão bem-aceita pelos futuros clientes, o que contribuirá para o da quanto da lealdade do consumi-
insucesso do empreendimento. O nome da empresa precisa ser memorável, fácil de pronunciar e dor àquela marca.
escrever. Além disso, para que ele seja registrado, precisa ser único e inédito naquele setor.
stock.adobe.com/wolterke

Anotações

Google, empresa multinacional de tecnologia da informação, e sua inconfudível sequência de cores nas letras.

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Pensado o nome, é chegado o momento de criar uma representação gráfica para seu negócio,
a marca. Geralmente, a marca é composta da escrita do nome com alguma forma predefinida (lo-
gotipo) e de algum elemento figurativo (símbolo). Nem toda marca possui os dois elementos, mas,
quando possui, é importante que o símbolo possibilite ao público identificar a marca mesmo quando
ela apareça sem o elemento escrito.
Muito provavelmente, você conhece as mar-
cas apresentadas. Isso se deve a variadas estra-
tégias empresariais, entre elas a promoção e a
consolidação de um produto por meio de sua
qualidade.
Óbvio que a consolidação de uma marca não
é tão simples como parece. Não basta criar um
nome e uma marca bonita para ser bem-sucedi-
do no negócio. Vimos ao longo de nossos estu-
dos que muitas são as variáveis para o sucesso.
Mas saber escolher com sabedoria o nome para
a marca de sua futura empresa é algo fundamen- Natura, empresa brasileira de perfumes e cosméticos, pode ser
identificada pelo seu símbolo, mesmo na ausência do nome.
tal para que se inicie bem um empreendimento.

Cadê a “grana” para abrir meu negócio?


Sabemos que um empreendedor pode agir sob várias circunstâncias: o desejo de ofertar um
produto ou serviço ao público; a perda súbita de emprego, obrigando-o a buscar uma nova fonte
de renda; uma oportunidade inesperada de negociar, entre outras circunstâncias. Em todos esses
casos, para empreender, precisamos ter um capital. Quando falamos em capital, podemos nos
referir não só a dinheiro, mas também a bens e materiais que podemos utilizar para aplicar na
produção de bens e serviços e, portanto, gerar rendimentos. De uma maneira bastante simplifi-
cada, podemos pensar assim: se você tem uma máquina de costura e decide comprar materiais
(tecido, linha, elástico) para confeccionar e vender máscaras faciais, por exemplo, tanto o dinheiro
investido como a máquina são considerados capital.
Quando pensamos em capital, pensamos apenas em bens tangíveis, certo? Mas a verdade é que
também temos capital de natureza intangível: quando um arquiteto usa seus conhecimentos para
planejar um ambiente, por exemplo, ele utiliza, entre outros tipos de capital, seu capital intelectual.
E aí vem aquela velha questão que sempre aparece quando o assunto é capital: cadê a “grana”
para abrir meu negócio? Nem todo negócio precisa de um alto investimento financeiro, mas qua-
se sempre é necessário aplicar alguma quantia. E, muitas vezes, o empreendedor pode ter ótimas
ideias, disposição para executá-las, mercado muito favorável, mas não ter dinheiro para concretizar
esse negócio. Nessas situações, será que vale a pena abrir mão de uma oportunidade por falta de
dinheiro? É para isso que existe o crédito.

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Já aprendemos que operações de crédito po- com isso, ampliar suas receitas. Dessa forma,
dem ser muito proveitosas se utilizadas com sa- você não contraiu apenas uma dívida, você am-
bedoria e com atenção a todas as questões en- pliou sua capacidade de produzir e, portanto, lu-
volvidas (taxas, custos, tempo, etc.). Existe uma crar. O crédito alavancou seu negócio.
diferença entre o crédito para uso pessoal e para Operações de crédito são tão importantes
uso em negócios: a alavancagem. Vamos usar o para quem deseja iniciar ou ampliar negócios
financiamento de um automóvel como exemplo: que as instituições fornecem linhas de crédito
se você financia seu automóvel em 24 parcelas específicas para esse fim. Existem até as transa-
mensais, você terá uma dívida, pelos próximos ções de microcrédito, para auxiliar empreende-
24 meses, além de um bem que deve durar mui- dores de pequeno porte e com recursos muito
to mais que esse período. Se, ao final desse pe- limitados.
ríodo, você optar por vender o automóvel, pro- Este é mais um motivo para termos bastante
vavelmente terá de vendê-lo a um preço inferior atenção na elaboração de um plano de negócio.
ao que comprou, porque esse bem foi bastante E, como você já sabe, uma instituição financeira
usado nesse período e sofreu uma depreciação, precisa reunir o maior número possível de garan-
que seria a redução do preço e a desvalorização tias sobre sua capacidade de quitar suas dívidas
da qualidade do produto. para minimizar o risco de inadimplência. Assim,
Agora imagine que você tem um serviço de quando se trata de empréstimo para alavancar
transporte escolar e compra o mesmo automó- um negócio, é importante avaliar se esse negócio
vel nas mesmas 24 parcelas mensais. Da mesma é promissor, se tem chances de se firmar e gerar
forma, você contraiu uma dívida pelos próxi- receita, se existe demanda no mercado, etc. O
mos 24 meses e seu bem será igualmente (tal- plano de negócio é o documento mais indicado
vez mais) depreciado. Mas existe uma diferença para apresentar essas análises a um eventual fi-
fundamental: o novo automóvel permite um au- nanciador, por isso muitas instituições exigem o
mento na capacidade do seu serviço (transpor- plano de negócio antes de conceder suas linhas
te escolar), podendo atender a mais pessoas e, de crédito para empreendedores.

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Sugestão de
abordagem Atividade
É importante dedicar um tem-
po razoável a esta atividade, uma
vez que o negócio criado será de- 1. Dentro da escolha da equipe em relação aos produtos e/ou serviços que pretendem oferecer aos
senvolvido pelos educandos até futuros clientes, responda com sua equipe ao questionário, a seguir, para que vocês possam ter
o fim do ano letivo. A criação do uma melhor decisão sobre o empreendimento.
nome e da representação visual
do negócio propicia atividades in- a) Quais produtos e/ou serviços sua equipe está pensando em ofertar?
terdisciplinares: a criação da marca Resposta pessoal.
pode ser uma atividade desenvol-
vida em parceria com a discipli-
na de Artes, permitindo explorar
cores, formas e outros elementos
visuais. b) O mercado consumidor, ou seja, o público-alvo ao qual você pretende comercializar, é conside-
Na disciplina de Informática, rável e disposto a adquirir seus produtos e/ou serviços?
por sua vez, é possível desenvol-
ver várias etapas dessa atividade. Resposta pessoal.
É possível incentivar os alunos a
utilizarem ferramentas de busca
tanto para pesquisar referências de
nomes quanto para se certificar de
que não há um negócio do mesmo c) Quais serão os materiais utilizados para fabricar os produtos oferecidos no negócio?
setor com o nome escolhido. Além Resposta pessoal.
disso, caso os alunos tenham algu-
ma familiaridade com programas
gráficos ou esse conteúdo seja ex-
plorado na disciplina de Informáti-
ca, eles podem criar a versão final d) Quais técnicas serão utilizadas durante a produção?
da marca em formato digital.
Se a escola dispuser de labo- Resposta pessoal.
ratório de Informática e software
gráfico, procure reservar um horá-
rio para essa atividade.

Anotações e) Como funcionará o sistema de vendas de seu empreendimento?


Resposta pessoal. O aluno deverá projetar algumas etapas do sistema de vendas e descrever tal
processo.

24

Sugestão de
abordagem Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 24 09/12/2021 16:27

Sugerimos que você desenvol- elaboração de questionários e já fornecem torize a distribuição do questionário após
va, com os educandos, um peque- a tabulação de resultados. Algumas são pa- revisar as perguntas e verificar se são de
no questionário a ser aplicado aos gas, outras são gratuitas e há ainda as que fato compatíveis com os objetivos de traba-
demais alunos do colégio. Nesse oferecem uso gratuito até determinado nú- lho da equipe.
questionário, os alunos podem mero de respondentes. Com o advento das Caso julgue conveniente, recupere ra-
perguntar sobre o interesse de redes sociais, é possível que o questionário pidamente o conteúdo referente ao micro-
seus futuros clientes em adquirir seja compartilhado via link e respondido crédito abordado no livro do 8º ano desta
tais produtos a serem desenvol- em poucos minutos. Oriente os alunos na coleção.
vidos. Caso o tempo seja uma li- elaboração desse levantamento: é impor-
mitação, há ferramentas disponí- tante que as perguntas sejam precisas para
veis na Internet que permitem a fornecer resultados seguros. Assim, só au-

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f) Calcule a quantia que será investida, estipule o preço final e o valor que você pretende lucrar em
Diálogo com
média com a venda de cada um dos produtos comercializados. o professor
Resposta pessoal. A pesquisa mercadológica é um
processo sistemático de coleta e
análise de dados para dar suporte à
tomada de decisões de marketing.
Embora seja um processo muito
2. Chegou a hora de criar um nome e uma marca para seu negócio. Com sua equipe, reúna-se para complexo para esta faixa etária,
trocar ideias e esboçar desenhos. Registre as ideias em folhas avulsas e vá aprimorando junto aos podemos trabalhar uma pequena
seus colegas. Ao final, quando a equipe escolher uma versão definitiva, registre-a em um cartaz coleta de dados apenas para que
usando as cores escolhidas. Resposta pessoal. o educando entenda a importância
de ouvir o que seu público tem a
3. Ainda reunidos em equipe, discuta com todos os integrantes um nome para a empresa e cons- dizer, de conhecer suas necessida-
truam, juntos, uma logomarca para ela. Para isso, você poderá utilizar o seu caderno escolar para des e realizar eventuais ajustes na
realizar alguns desenhos e apresentá-los aos demais colegas. Ao final, vocês podem votar para a sua proposta original.
escolha do nome da empresa e da respectiva logo e apresentá-la ao professor. Oriente-os a elaborarem um
questionário curto, de no máximo
cinco questões, preferencialmen-
te fechadas. Assim como no exer-
cício anterior, essa atividade tam-
Refletindo sobre o capítulo bém proporciona uma abordagem
interdisciplinar. O questionário
Antes de avançar para as próximas etapas do nosso plano de negócios, que tal avaliar as chances pode ser aplicado manualmen-
de sucesso da nossa ideia? A melhor maneira de tomar decisões é buscar informações relevantes ao te e, em seguida, com auxílio do
nosso negócio. Quanto mais informações possuímos, menores são os riscos que corremos ao inves- professor de Informática, é pos-
tir nossos recursos em um negócio. sível criar gráficos e tabelas com
os resultados. Outra alternativa
Antes de criar a empresa, é preciso fazer algumas perguntas sobre a atividade que você esco- é utilizar formulários eletrônicos;
lheu e quer desenvolver — em particular sobre a ideia da empresa. existem diversas plataformas que
Por que essa empresa deve existir? Qual será sua particularidade? Em que aspecto ela é úni- oferecem formulários gratuitos
ca? Será competitiva? Quais os seus clientes? Em que sua existência modificará as coisas? [...]
para um número pequeno de res-
Após a definição bem detalhada da ideia de empresa, é preciso estudar seriamente o merca-
pondentes.
do. Qual é a importância de testar a ideia que você quer desenvolver? O empreendedor vai ava-
Já em Matemática, é possí-
liar o potencial de sucesso da ideia antes de abrir a empresa e, portanto, antes de gastar muito
vel trabalhar noções básicas de
dinheiro.
estatística, como população e
Fonte: DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. p. 100.
amostra; revisar conceitos ligados
a porcentagem, entre outros. É
muito comum pessoas fazerem in-
dagações a respeito de pesquisas
eleitorais ou de audiência do tipo
Com a ajuda do professor, elabore um pequeno questionário para coletar dados e compreender “Como vou acreditar em uma pes-
o perfil do seu público e aplique-o com os colegas de outras turmas. Ao final da sua atividade, divida quisa, se não fui entrevistada?”.
seus resultados com as demais equipes. Esse tipo de vivência permite ao
educando compreender como as
25
amostras são importantes na exe-
cução de pesquisas.

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Anotações

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Abordagem
preliminar
A noção de ambiente externo
é muito importante para pensar
qualquer negócio. Ele correspon-
de a todo o ambiente no qual o
negócio está inserido, sendo o mi-
croambiente formado por clien-
tes, fornecedores, distribuidores,
concorrentes, e o macroambien-
te formado por aspectos mais
amplos, mas que interferem nos
negócios, tais como crises econô- CAPÍTULO 3
micas, legislações, migrações, etc.
Nenhum negócio se desenvolve Plano de negócios II: o ambiente
de forma descontextualizada: a lo-
gomarca, o público, a concorrên-
cia e a localização são aspectos so-
bre os quais os empreendedores
não exercem propriamente con-
trole, mas podem tomar decisões
estratégicas para aproveitá-los da

FOTO
melhor forma.
Procure explorar a capacidade
de observação do educando, pro-
movendo diálogos que os levem a
pensar sobre as potencialidades e
as limitações do ambiente de ne-
gócios. Para isso, discuta sobre os
tópicos a seguir:
• Saturação de um determina-
do nicho comercial no local
escolhido.
• A importância de inovar e
de trazer novidades para o
público. Agora que demos os passos iniciais do nosso plano de negócios e desenvolvemos nossa oferta, va-
• A atenção às necessidades mos inserir esse empreendimento no contexto do mercado. Nenhuma empresa atua isoladamente:
dos clientes a serem supri-
ela precisa lidar com questões físicas (localização, trânsito, proximidade do cliente, etc.), conhecer
das por meio do empreendi-
bem o público que pretende atingir (idade, renda, hábitos, gostos, etc.) e conhecer os concorrentes
mento.
(negócios que podem oferecer produtos ou serviços similares).
Como sabemos, todo negócio realiza trocas, entregando ofertas àqueles que podem se beneficiar
delas. Por isso, é muito importante mapear o contexto em que essa troca ocorre, para termos a se-
Anotações gurança de que estamos empregando nossos recursos no que efetivamente eles serão demandados.

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Anotações
Neste capítulo, dando continuidade ao nosso plano de negócios, pensaremos no ambiente em que
ele será inserido. Para tanto, nossos próximos passos serão:
Passo 4: Definir o público-alvo do negócio.
Passo 5: Conhecer os concorrentes.
Passo 6: Optar por um local adequado para instalação do seu negócio.

Para início de conversa

Conhecer para dialogar


Quem precisa do meu produto? A quais necessidades desse consumidor meu produto atende?
Onde esse consumidor está? Será que ele pode encontrar produtos similares ao meu? Por que ele
escolheria o meu produto, e não os outros?
Iniciamos mais uma etapa do nosso negócio, que exige de nós um olhar atento ao nosso redor. De
uma forma geral, negócios estão inseridos em ambientes competitivos, onde é possível obter não
só recursos e vantagens, mas também se deparar com desafios. Esse ambiente é bastante dinâmico:
populações crescem e envelhecem, novos concorrentes surgem ou velhos concorrentes mudam de
roupagem, novos hábitos se consolidam, ou seja, os elementos estão em constante mudança. Embora
nenhuma empresa possa ter total controle sobre o que acontece ao seu redor, conhecer essa dinâmica
é fundamental para ter controle sobre seus recursos e saber lidar com as “surpresas” do mercado.
No capítulo anterior, encerramos trabalhando uma ferramenta importantíssima para tomar de-
cisões: a pesquisa (você deve lembrar que a busca de informações é uma característica do compor-
tamento empreendedor, correto?). Que tal retomarmos a partir dessa atividade para refletirmos informações seguras e valiosas.
melhor sobre o nosso público-alvo? O Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Se-
brae) lista, como possíveis fontes
de dados:
• Prefeituras Municipais.
• Secretarias de Estado.
• Órgãos do Governo Federal.
• Entidades de classe.
• Universidades.
• Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE).
• Sebrae.
• Associações comerciais, in-
dustriais e sindicatos.
• Centros de pesquisa, coope-
rativas e agências de desen-
volvimento.
• Centros tecnológicos.
• Jornais, revistas e publica-
ções especializadas.
27
Embora muitas destas fontes
sejam demasiadamente comple-
xas de se consultar para a faixa
Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 27 09/12/2021 16:27 etária dos educandos, é possível
explorar as ferramentas de busca
Sugestão de abordagem em uma atividade supervisionada,
pois, sob a supervisão do profes-
Esta é uma oportunidade de retomar a to empreendedor: a busca de informações sor, o aluno pode ser direcionado
pesquisa realizada no capítulo anterior. Ela propriamente dita, mas também a questão quanto à escolha de suas fontes
deve ser o ponto de partida para estruturar o dos riscos calculados, pois, quanto mais in- e orientado a comparar informa-
quarto passo do plano de negócios: o estudo formações coletamos, mais segurança po- ções divergentes, complementá-
do público-alvo. Utilize esse momento para demos ter em nossa tomada de decisão. -las ou mesmo filtrá-las. Por isso,
refletir com os alunos sobre a importância da Apesar de termos trabalhado com uma se possível, leve-os ao laboratório
informação para qualquer empreendedor. pequena coleta de dados com um instru- de Informática e separe um tempo
Aqui podemos traçar uma conexão com mento de coleta estruturado (o formulário generoso para que eles coletem e
algumas características do comportamen- do capítulo 2), existem outras fontes de organizem as informações.

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Diálogo com
Discutindo o conteúdo
o professor
Desde o começo do empreen- Soluções para quem?
dimento, é necessário trabalhar
com os alunos sobre tomarem Vamos conhecer agora mais três passos do planejamento do seu negócio.
decisões embasadas. Infelizmen-
te, ainda é comum que empresas Passo 4: Definir o público-alvo
reais tomem decisões importantes
na base do “achismo” e compro- Esse tópico se propõe a definir e conhecer o perfil da sua clientela e de potenciais clientes para
metam seu orçamento ou mesmo que você possa destinar seus produtos de maneira mais específica. Assim, busque identificar quais
sua sobrevivência. A seleção do seriam os grupos de pessoas que se interessariam por comprar os produtos de seu negócio, quais
público-alvo é muito importante. são os hábitos dessas pessoas, quais necessidades desse público sua oferta poderia sanar, etc.
Atualmente, para além das pes- É fundamental que sua empresa realize uma pesquisa de mercado para saber qual seria seu
quisas mercadológicas tradicio- público-alvo. Com ela, podemos ter ideia da faixa etária que mais se interessaria por seus produtos
nais, realizadas de forma quanti- e/ou serviços, perfil socioeconômico, perfil cultural, etc.
tativa por formulários fechados e Por exemplo, se o seu empreendimento fosse um brechó de livros e revistas, assumindo que ele
questionários eletrônicos, é pos- seria destinado, inicialmente, aos estudantes da sua escola, poderíamos ter conhecimento de que
sível acompanhar os hábitos, as tipo de leitura atrairia cada uma das faixas etárias. Para ampliar as chances de venda, seus produtos
necessidades, os estilos de vida precisam estar direcionados às especificidades desse público, por exemplo: literatura infantojuvenil
do seu público pelo seu comporta- para a clientela do Ensino Fundamental e livros de colorir para a da Educação Infantil.
mento nas mídias sociais. Por isso,
o analista de mídias sociais é um
profissional cada vez mais requisi-
tado para acompanhar em tempo
real as marcas na rede.
O processo de seleção de
mercado-alvo passa pelo estudo
da segmentação: primeiramente,
o mercado é definido em fatias,
conforme critérios predefinidos;
em seguida, define-se, com base
nos objetivos do negócio e nos re-
cursos disponíveis, a qual(is) seg-
mento(s) direcionar seus esforços.
Que tal descobrirmos qual será o perfil de seu empreendimento? Volte a se reunir em equipe
com os demais integrantes de seu negócio e responda:

Anotações 1. Quais seriam os pontos de destaque dos produtos e/ou serviços que vocês ofertarão aos clien-
tes? Aponte ao menos seis características que vocês consideram atrativas.

Espera-se que o aluno identifique qualidades altamente atrativas ao cliente, tendo em vista a ques-

tão da criatividade em seus produtos.

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Diálogo com
Passo 5: Conhecer seus concorrentes o professor
A concorrência ocorre quando duas ou mais pessoas ou empresas disputam a escolha dos clientes A estratégia de marketing de
nas vendas, sejam os produtos parecidos ou não. Nem sempre dois concorrentes atuam no mesmo um negócio baseia-se em três pila-
segmento. Por exemplo, uma loja de brinquedos pode ser concorrente de uma loja de eletrônicos, res: segmentação, mercado-alvo e
uma vez que uma criança pode pedir de presente de Natal uma bicicleta ou um smartphone. posicionamento. Vimos no Passo 4
Como é comum acontecer, duas ou mais pessoas ou empresas podem produzir e vender produ- rudimentos dos dois primeiros e
tos e/ou serviços parecidos ou mesmo iguais. Essa prática, de certa forma, pode ser considerada agora, ainda que de forma intro-
extremamente positiva para empreendimentos que buscam se consolidar no mercado, seja por suas dutória e simplificada, estamos tra-
qualidades, ao oferecer um atributo extra e diferenciado; seja por alguma estratégia que permita re- tando do posicionamento, ou seja,
duzir os custos e consequentemente os preços praticados, visto que a concorrência pode estimular a maneira como um negócio ofere-
a melhoria constante dos produtos oferecidos e dos serviços prestados. ce valor ao seu público-alvo e pro-
Imagine se em um bairro só existisse um mercado. Isso seria ruim para os clientes, pois não ha- jeta uma imagem na mente dele.
veria concorrência, e essa escassez poderia resultar em preços elevados ou qualidade precária. A Esse processo requer o conhe-
longo prazo, isso pode ser ruim também para o empreendedor: imagine que, após um longo tempo cimento da concorrência, uma vez
oferecendo produtos de má qualidade ou preços exorbitantes, outro mercado se instale nesse bairro que a marca se posiciona dentro
e ofereça melhores preços e qualidade superior. O empreendimento dificilmente sobreviverá a essa de uma estrutura concorrencial,
concorrência se não melhorar as ofertas e a reputação. competitiva, para identificar quais
Então, para sobressair em relação a seus concorrentes ou simplesmente garantir sua fatia de categorias de produtos competem
mercado, faz-se necessário ofertar produtos e serviços de qualidade e preços competitivos. Para com seu negócio. Um equívoco
tanto, conhecê-los é fundamental para identificar quais os nossos pontos fortes e fracos com re- comum a esse processo é achar
lação aos concorrentes. que ele consiste unicamente em
diferenciar-se: estabelecer parida-
de com uma categoria de produ-
tos/serviços a que o negócio per-
tença, de forma a fazer com que o
público reconheça e legitime sua
marca como pertencente àquela
categoria, é o primeiro e mais fun-
damental dos passos.

Sugestão de
abordagem
O negócio a ser criado pelas
equipes faz parte de um mercado
real, uma vez que as atividades
sugeridas existem e estão sujeitas
à dinâmica mercadológica. Assim,
no exercício de análise da concor-
rência, eles deverão apontar ne-
gócios reais.
Talvez o segmento no qual a
29 empresa criada pelos alunos pre-
tende atuar não possua concor-
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rentes com propostas idênticas às
da equipe, então peça-lhes que
busquem empresas que realizem
Anotações ofertas semelhantes ou que ofe-
reçam um bem/serviço substituto.

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Sugestão de
abordagem
O Passo 6 requer um pouco
mais de atenção ao planejamen-
to de aulas. De todos os passos, o
menos provável de ser efetivado é
este. Logo, mesmo sabendo que o
espaço laboral das equipes será a
escola ou a casa dos integrantes,
e a culminância será, provavel-
mente, a feira realizada nas pró-
prias instalações da escola, a ideia
de sede (ou mesmo home office)
como uma decisão estratégica do
negócio precisa ser trabalhada.
Promova um debate com os
alunos sobre novos arranjos físi-
cos de negócios, a exemplo daque-
les que vendem doces de forma
móvel em bicicletas, parando em Passo 6: Optar por um local adequado para a instalação de
pontos estratégicos, como praças,
seu negócio
a partir dos seguintes tópicos:
• A burocracia necessária para Saber onde estabelecer seu empreendimento não é uma tarefa simples. Antes de ocupar um
a comercialização nos pon- ponto, é importante que se realize um levantamento do perfil do consumidor que deseja atingir.
tos públicos. Como essa etapa já foi trabalhada no passo 4, fica mais simples de aplicarmos os conhecimentos
• O trabalho com a identidade adquiridos para avaliar esse aspecto.
visual para proporcionar boa Quando se trabalha com vendas de produtos ou prestação de serviços, é fundamental que se
visibilidade em instalações tenha no ponto comercial uma área com boa visibilidade e de grande circulação de pessoas. Além
móveis. disso, outros pontos devem ser considerados, como:
• Os ambientes em que o pro-
duto é produzido, e quais Verificar a higiene no ponto e de seus arredores.
são as instalações necessá- Observar o perfil do consumidor da área pretendida e adequar a infraestrutura a esse perfil.
rias para manter a qualidade Preferir pontos que possuam boa iluminação e sejam arejados.
durante o deslocamento. Buscar localidades que tenham um perfil para o empreendimento que deseja instalar.
Lembre aos alunos que, mes-
mo que o negócio se desenvolva, Temos de pensar, sobretudo, na comodidade do nosso público. Muitos serviços, por exemplo,
predominantemente, sobre uma nem sempre carecem de uma instalação física. Hoje, há inúmeros profissionais que trabalham em
plataforma virtual, como um bre-
regime de home office, ou seja, realizam suas atividades no próprio ambiente doméstico e podem
chó ou sebo onde todo o proces-
realizar contatos com os clientes via telecomunicações ou visitas para reuniões presenciais. Um web
so de busca e compra é realizado
designer, por exemplo, precisará de computadores robustos e muita criatividade para criar seus
via Web, é necessário um espaço
websites, mas não necessariamente de um ponto comercial: em sua própria casa, poderá organizar
físico, de maior ou menor porte,
um escritório e prestar seus serviços, mesmo a clientes que habitem do outro lado da cidade ou do
para acondicionamento de merca-
país. A tecnologia oferece essa facilidade!
doria ou realização dos serviços.
A desterritorialização de negócios 30
implica uma série de desafios ao
pensar as instalações físicas dos
negócios, que, na maioria das ve- Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 30 09/12/2021 16:27

zes, não deixam de existir, apenas


assumem novas dimensões e fun- Anotações
cionalidades.

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Sugestão de
Atividade
abordagem
É importante conhecer os principais concorrentes de modo a melhorar nossos pontos fracos em As tabelas indicadas nesta ati-
relação a eles e investir em nossos pontos fortes. Assim, poderemos absorver novos clientes e fide- vidade são sugestões de formata-
lizar os que já consomem nossos produtos e/ou serviços. ção, para que os alunos organizem
Para a realização da atividade seguinte, reúna-se com a equipe que compõe seu negócio. e visualizem melhor as informa-
ções. Sabemos que a informação
1. Junto à sua equipe, analise as considerações aplicadas no Passo 6 e organize as informações so- é um dos recursos mais valiosos
bre seu público-alvo, em seu caderno, utilizando como exemplo esta tabela. do empreendedor, mas um gran-
de volume de informações, sem a
Faixa etária:
devida organização, pode ser um
Bairro onde residem: obstáculo na tomada de decisões.
Por isso, recomende aos alu-
Principais interesses: nos que organizem os dados em
tabela (a organização em “linha
2. Quais seriam seus principais concorrentes? X coluna” facilita a recuperação
Espera-se que o aluno aponte não apenas seus concorrentes formados por empreendimentos na rápida da informação desejada)
e que arquivem suas tabelas em
própria escola, mas também empresas que atuem profissionalmente no espaço extraescolar. uma pasta organizada com toda
a produção da equipe. Essa pasta
deve, preferencialmente, ficar sob
3. Diante do levantamento de seus maiores concorrentes dentro do segmento no qual sua empresa a guarda do professor e ser ali-
atuará, busque preencher o quadro a seguir levando em consideração as principais característi- mentada pelos educandos a cada
cas da sua concorrência. passo concluído, para evitar que
Resposta pessoal. eles disputem a posse da pasta ou
mesmo que percam algum traba-
Principais concorrentes lho importante ao transportá-la
Produtos Preço Qualidade dos fora da escola.
Nome da empresa
comercializados dos produtos produtos
Esta atividade também pode
ser feita com o auxílio de software,
tanto editores de texto quanto
editores de planilhas podem ser
utilizados, portanto, caso julgue
pertinente, o professor de Infor-
mática pode colaborar realizando
uma atividade interdisciplinar.

Anotações

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Sugestão de 4. Agora que vocês realizaram um levantamento dos seus principais concorrentes, é hora de buscar
abordagem estratégias para se diferenciar dos demais e obter vantagem nesse mercado. Preencha a tabela
A presença do professor de a seguir com seus pontos fortes e fracos e os dos seus concorrentes listados.
Geografia na realização dessa ati-
vidade com os alunos pode ser Pontos fortes Pontos fracos
bastante favorável, visto que o
estudo de Cartografia é um tema Meu negócio
essencial para os anos finais do
Ensino Fundamental. Outra pos-
sibilidade é discutir previamente Concorrente 1
com o professor dessa disciplina
propostas de realização dessa ati-
Concorrente 2
vidade de forma interdisciplinar.

Concorrente 3

Anotações
Analise a imagem abaixo para responder à questão 5.

Legenda Hospital Biblioteca Banco

Escola Lanchonete Posto de combustível

Padaria Correios Sorveteria

Supermercado Igreja Indústria

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5. Utilizando-se da planta de um bairro hipotético, responda coerentemente a cada uma das per-
Sugestão de
guntas a seguir. abordagem
Uma sugestão interessante
a) Levando em consideração que há uma escola na porção norte do bairro, qual a justificativa mais para o encerramento do capítulo
coerente de se ter uma sorveteria no outro lado da rua? é a atividade debate. Essa estraté-
Espera-se que o aluno reconheça que a presença da sorveteria, assim como da lanchonete, que se gia de trabalho permite ao profes-
sor verificar o rendimento de cada
localiza um pouco mais ao leste, responde a uma clientela de jovens estudantes nos horários em que equipe e também funciona para
eles não estão na escola ou estão se deslocando em direção a ela. que maneje e oriente cada um dos
possíveis conflitos que possam vir
a surgir entre os integrantes dos
b) Qual a relação existente entre o supermercado, o banco e a padaria? Justifique sua resposta. grupos.
Sugestão de resposta: Os clientes do supermercado podem necessitar de dinheiro para realizar a Os conflitos são inerentes ao
trabalho em equipe. Eles podem
compra dos produtos e, portanto, buscar um banco para sacar o necessário. A presença da pada- ser motivados tanto por divergên-
ria complementa os serviços do supermercado, podendo oferecer maior variedade de produtos aos cia com relação à forma de conce-
ber os processos quanto por diver-
clientes, quando estes não os encontrarem no supermercado. No entanto, o aluno pode alegar que, gências pessoais. No primeiro caso,
dependendo do porte do supermercado, ele pode conter caixas eletrônicos e padaria em seu interior. costumam ser extremamente pro-
dutivos, na medida em que podem
c) Levando em consideração a localização dos empreendimentos no mapa e que você desejasse gerar soluções criativas para im-
abrir, juntamente com seus colegas de equipe, uma loja de roupas, qual seria o local escolhido passes. Por isso, é importante ob-
por vocês? Justifique sua resposta. servar a natureza dos conflitos que
despontam nas equipes, de forma
Resposta pessoal. Entre as várias opções justificáveis, o aluno poderá optar pelas proximidades da a evitar que a discussão seja levada
escola, de modo a buscar atingir o público que circula frequentemente na região, ou mesmo nas pro- para o lado pessoal e comprometa
o foco da equipe.
ximidades do banco, onde a elevada circulação de pessoas poderia auxiliar no processo de vendas. É importante problematizar
essa questão, uma vez que traba-
d) Qual é o local ideal no mapa para a instalação de uma farmácia? Abaixo, aponte suas razões. lhar em equipe requer não apenas
Resposta pessoal. Um local de bom potencial é próximo ao hospital, visto que muitas pessoas bus-
a uniformidade de pensamentos
e ideias, mas o estabelecimento
cam medicamentos após consultas e cirurgias. de acordos. Isso implica desenvol-
ver a maturidade para identificar
o momento certo de ceder, com-
e) E o seu empreendimento, caso desejasse instalar no bairro desse mapa, onde seria localizado?
preendendo que, muitas vezes, a
Justifique sua resposta.
solução proposta pelo colega, em-
bora não lhe pareça mais interes-
Resposta pessoal. sante, pode levar a resultados me-
lhores do ponto de vista coletivo.

Anotações
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Refletindo sobre o capítulo
Vamos relembrar as atividades e os conhecimentos que adquirimos juntos neste capítulo.
Estudamos e realizamos baterias de atividades práticas e de maneira coletiva sobre o público-al-
vo do negócio a ser instalado, os principais concorrentes e o local ideal para a abertura do empreen-
dimento. Dessa forma, agimos como empreendedores, pois tivemos a oportunidade de executar os
passos com o planejamento, a criatividade e o trabalho em equipe.
Embora não tenhamos concluído, já percebemos que não há sucesso senão por meio de estudo
e planejamento do que desejamos realizar. Isso, como bem sabemos, não se encaixa apenas para a
abertura de um negócio, mas para a vida pessoal de cada um de nós.
Saber lidar com as diferenças de cada integrante de uma equipe é outro grande desafio. Ser tole-
rante e resiliente são duas características fundamentais ao empreendedor, portanto saber respeitar as
mais variadas opiniões e expor as nossas sem ser agressivo com as palavras, não as impondo, mas, sim,
discutindo-as, já é um enorme passo para que possamos perceber nossa evolução ao longo do curso
de empreendedorismo.
Portanto, ao longo dessas seis primeiras etapas, conseguimos visualizar as principais lideranças,
em que aspectos somos criativos, proativos, etc. Nesse caso, faz-se possível uma breve discussão
entre os integrantes da equipe de modo que haja um acordo acerca da divisão de tarefas.
Passado este capítulo, abordaremos mais três passos para o nosso plano de negócios. Ao traba-
lho, pessoal!

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Abordagem
preliminar
As etapas exploradas neste ca-
pítulo envolvem a dimensão mais
tangível do negócio: o gerencia-
mento de tarefas e recursos ma-
teriais. Definir o funcionamento
do negócio exigirá do educando
capacidade analítica para decom-
por a produção do bem ou servi-

CAPÍTULO 4
ço em etapas padronizáveis. Por
isso, optamos por negócios mais
simples, cuja produção é facil-
Plano de negócios III: mente modelável.
Um ponto crítico da etapa fun-
o funcionamento cionamento é a atribuição de ta-
refas e responsabilidades entre os
membros da equipe. Procure me-
diar eventuais conflitos e explorar
a noção de complementaridade,
ajudando-os a entenderem que o
negócio só é viável com funções
que se completam. Além disso,
busque coibir atitudes autoritárias
de alguns membros, que podem
se manifestar durante a divisão de
funções.
É uma excelente oportunidade
de pensarmos competências inter-
pessoais, aquelas que se manifes-
tam no trato com os pares e de-
mais colaboradores. Por isso, caso
Agora que já cumprimos duas etapas do nosso plano de negócios, é chegada a hora de fazê-lo
julgue pertinente, revise o con-
funcionar. Neste momento, vamos exercitar nossas habilidades e competências no sentido de listar
teúdo de liderança com os alunos.
as tarefas necessárias ao funcionamento do nosso negócio, pensar a melhor maneira de executá-
Definidas as etapas de produção, é
-las, distribuir as atribuições entre os membros da equipe e organizar os recursos disponíveis. Tudo
fundamental estudar a estrutura
isso exigirá de nós bastante diálogo, capacidade de negociação e disposição para firmar e cumprir
de custos de produção. Nesse sen-
tido, veremos rudimentos de con-
acordos com nossos colegas, ou seja, o trabalho em equipe.
tabilidade de custos necessários à
Neste capítulo, vamos nos dedicar ao funcionamento do nosso negócio. Para isso, daremos os
precificação dos produtos. Eis uma
seguintes passos:
oportunidade de trabalho inter-
Passo 7: Definir as etapas de produção e as ações para elaboração dos produtos e/ou serviços.
disciplinar tanto com Matemática
Passo 8: Organizar e atribuir tarefas aos responsáveis pelos setores do negócio.
quanto com Informática, a depen-
Passo 9: Realizar um levantamento dos recursos necessários para a implantação do negócio.
der da opção pela manipulação
35
das planilhas de custos de forma
manual ou eletrônica.

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Anotações

35

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Anotações
Que tal começarmos pensando no que cada um de nós sabe fazer de melhor? É hora de nos reu-
nirmos com nossos colegas, tendo em mente que toda a equipe é movida por um objetivo comum:
o sucesso do negócio.

Para início de conversa

De olho nas tarefas


Diálogo com Para fazer nosso negócio funcionar, é preciso pensar nas tarefas a serem cumpridas, nas carac-
o professor terísticas da equipe de trabalho e nos recursos materiais e financeiros a serem empregados.
Todo empreendedor possui um perfil, ou seja, uma característica para atuar em seus negócios.
Compreender processos em Alguns são habilidosos em finanças, outros em marketing, outros na produção. Conhecer suas
detalhes é fundamental para sua principais habilidades e competências pode ajudar o empreendedor no desempenho de sua fun-
eficiência, bem como para a uni- ção dentro das várias áreas da empresa. Muitas vezes, quando o empreendimento está iniciando,
formização da linguagem em equi- seu idealizador precisa desempenhar várias atividades e funções, como elaborar produtos, geren-
pes de trabalho. Para isso, uma ciar finanças e divulgar.
ferramenta gráfica de bastante Que tal começarmos a pensar em nosso perfil observando nossa atuação nos trabalhos em
utilidade é o fluxograma. Ele con- equipe? O que geralmente você faz: organiza a agenda e lidera reuniões? Arrecada e destina os
siste em um diagrama de elemen- recursos materiais? Propõe ideias criativas para apresentar o trabalho?
tos envolvidos em uma operação,
o fluxo de processos e a sequência
em que a operação se desenvolve.
A disposição dos processos em Discutindo o conteúdo
um fluxograma também permite
avaliar pontos de ineficiência e Trabalho em equipe: movendo as engrenagens
pensar em melhores maneiras de
corrigi-los. Entre os grandes segredos de um negócio de sucesso, podemos citar a organização empreende-
Definir o funcionamento do dora e o espírito de equipe existente na empresa quando esta não é um empreendimento individual.
negócio exigirá do educando ca- Para que existam esses dois elementos fundamentais, faz-se necessária a definição de etapas de
pacidade analítica para decom- produção e a distribuição das ações para a realização das tarefas de desenvolvimento dos produtos
por a produção do bem ou servi- e/ou prestação dos serviços.
ço em etapas padronizáveis. Por
isso, optamos por negócios mais Passo 7: Definir as etapas de produção e as ações para a
simples, cuja produção é facil- elaboração de seus produtos e/ou serviços
mente modelável.
O tipo mais simples de fluxo- Quando tratamos da definição das etapas de produção e das ações que serão necessárias para
grama, o linear, é composto de o desenvolvimento dos produtos e/ou serviços, consideramos que os empreendedores responsá-
figuras geométricas e setas. Cada veis pelo negócio devem discutir e planejar a função de cada integrante nessa etapa de criação e
forma geométrica indica a natu- elaboração dos itens que serão comercializados.
reza de um processo, sendo as Para isso, precisamos pensar em um passo a passo para a produção dos itens do empreendi-
principais o retângulo de cantos mento. Portanto, reúna-se com os demais integrantes da equipe para a realização desta etapa.
arredondados (indica começo ou O primeiro passo é listar, assim como uma receita para o almoço de fim de semana, o que será
fim do processo), o losango (indi- necessário ser desenvolvido e, em seguida, dividir as funções entre cada um dos integrantes da
ca decisão) e o retângulo (indica
processo). Observe o exemplo a 36
seguir:
Fluxograma linear Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 36 09/12/2021 16:27

Descartar o produto
e abrir uma
ocorrência de não
conformidade.

Sim

Colocar o Iniciar a operação


Verificar se o Enviar
insumo na da máquina e Embalar o
Início. produto está dentro para o Fim.
máquina para a produção do produto.
da especificação. cliente.
produção. produto.

http://www.citisystems.com.br/fluxograma/

36

ME_ValoresEdFinanceira_9A_2021.indd 36 19/04/2022 09:11


Anotações
equipe, levando em consideração habilidades e competências individuais. Nem sempre é neces-
sário que uma liderança assuma sozinha essa divisão de tarefas. É comum, e até mais fácil, que os
membros de uma equipe decidam de forma colaborativa como cada um irá contribuir, com qual
tarefa possui mais afinidade, e assim estabeleçam acordos.

Passo 8: Organizar e atribuir tarefas aos responsáveis pelos


setores do negócio
Aprendemos, desde o princípio, que o trabalho em coletividade é muito mais fácil quando há
uma boa divisão de tarefas do que quando alguns poucos integrantes da equipe ou de uma empresa
são sobrecarregados de atribuições.
As pessoas formam a força de trabalho de uma empresa e são elas as responsáveis por fazer o negócio
dar certo. Assim, podemos dizer que o ser humano é o principal pilar de um empreendimento, visto que,
dentro da organização, há uma necessária divisão de tarefas e atribuições. Para que elas sejam bem
executadas, é fundamental a presença de líderes que tenham responsabilidade de gerir grupos e
equipes de trabalho. O líder ou gestor possui a incumbência de identificar o perfil profissional e as
características particulares de cada um dos membros, distribuindo, assim, as funções por meio das
peculiaridades de cada uma das pessoas.
Quando há uma unidade de trabalho em que cada um executa uma tarefa condizente com suas
habilidades e competências, os resultados tendem a ser mais eficientes. Isso acontece por algumas
razões, como a satisfação pessoal do funcionário e a desenvoltura ao realizar uma tarefa para a qual
está preparado.
Outro elemento indispensável para o trabalho em equipe é o bom relacionamento interpessoal, ou
seja, com o outro, que cada um deve construir. Discussões e fofocas são comuns em ambientes coleti-
vos de trabalho, mas devem ser evitadas, porque são atitudes eticamente questionáveis.

Grupo versus Equipe


É bastante comum encontrarmos os termos grupo e equipe utilizados como sinônimos.
Mas sabia que é necessário diferenciá-los?
A diferença diz respeito, sobretudo, ao grau de coesão entre os membros. Um grupo
desempenha tarefas conjuntamente para atingir objetivos comuns, somando esforços indi-
viduais. Já a equipe apresenta um nível de coesão maior, desempenhando um esforço coor-
denado que resulta em um desempenho superior à soma dos esforços de cada integrante.
Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo consegue chegar à coesão de uma equipe.

Passo 9: Realizar um levantamento dos recursos necessários


para a implantação do negócio
É fundamental para a sustentabilidade de uma empresa saber lidar com os recursos financeiros
disponíveis. Saber calcular os custos e as despesas pode fazer seus produtos serem mais competiti-
vos no mercado.

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Caso perceba dificuldade dos


alunos em mapear ou uniformi- Sugestão de abordagem
zar os processos laborais de suas
equipes, você pode representá-los Os Passos 7 e 9 serão certamente os mais traba-
graficamente no quadro, facilitan- lhosos do ponto de vista operacional. Nesse sentido,
do, assim, a visualização dos even- reserve um período maior no seu planejamento para
tuais pontos críticos pelos alunos. esta etapa, considerando a necessidade de ajustes ao
longo da execução.

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Leitura
complementar
Trabalho em grupo e trabalho Custos versus Despesas
em equipe: há diferença?
Por Flávia Vivaldi Custos são gastos inerentes ao processo produtivo, à atividade-fim da empresa. Assim,
Enquanto eu assistia aos desfi- energia elétrica e matéria-prima podem ser consideradas custos. Já as despesas são direcio-
les das escolas de samba pela te- nadas às atividades-meio do empreendimento, e não diretamente aos produtos e/ou serviços
levisão um pensamento me acom- ofertados, como exemplo, podemos citar o investimento em publicidade e propaganda.
panhava: “olha o que um trabalho A realização de uma pesquisa de mercado para que se tenha ideia de quanto os clientes
em equipe é capaz de fazer!”. estão dispostos a pagar por produtos similares também é importante para a determinação do
Imediatamente transportei esse preço dos itens que serão postos à venda. Assim, você poderá definir um preço justo para seus
pensamento para o contexto da produtos levando em consideração não só os custos necessários para sua produção e margem
educação. Se pararmos para anali- de lucro pretendida, mas também a reputação do negócio em relação aos concorrentes.
sar o que há por trás de cada des- De modo a constituir uma tabela de preços para seus produtos, é importante uma análise
file, logo chegaremos à conclusão de preços de seus maiores concorrentes.
de que há trabalho e espírito de O grande desafio de um empreendedor é saber lidar com os custos e as despesas de sua
equipe — equipe, e não somente empresa, cobri-los com as vendas e ainda obter um ganho que possibilite reinvestir e retirar
grupo. uma margem de lucro.
Sabemos da necessidade de Os primeiros anos de uma empresa são marcados por incertezas e grandes desafios. O
promover as atividades em gru- índice de falência dos negócios no Brasil, antes da chegada ao segundo ano de atuação, foi de
po na sala de aula, mas podemos 22% em 2014. Já os pedidos de encerramento das atividades para empresas com menos de
nos aprofundar mais e refletir que cinco anos de existência superaram 50%.
o verdadeiro sentido que quere- Os números de pedidos de falência empresarial demonstram que não basta querer abrir
mos dar para as atividades coleti- um negócio. Para que haja uma vida longa para o empreendimento, precisa-se estudar muito
vas não é o de grupo e sim o de os produtos que serão comercializados, realizar uma pesquisa aprofundada de mercado, ter
equipe. Há diferença? Sim, qua- um perfil empreendedor, com suas habilidades e competências, e desenvolver à risca cada
litativa. Analisar os termos pode passo do plano de negócios elaborado.
nos ajudar a selecionar propostas Um aspecto importante que o empreendedor precisa conhecer ao planejar um negócio é
favoráveis a essa modalidade de a noção de custos fixos e custos variáveis.
trabalho.
Um grupo não garante o exer- Custos fixos são aqueles cujo valor não varia em função da quantidade produzida e que
cício da cooperação por si só, mes- podem existir mesmo se não houver produção. Podemos citar, como exemplo, o aluguel do
mo que seus integrantes estejam ponto ou a remuneração de funcionários. Nesses casos, para embutir esse valor no preço
focados em um mesmo objetivo. final do produto, realiza-se um rateio, ou seja, divide-se esse valor pelo número de unidades
Ou seja, não necessariamente ha- produzidas.
verá trocas entre os pares, trans-
parência e clareza nos papéis, e Custos variáveis são aqueles que crescem ou diminuem conforme a produção do em-
cada membro executa — ou não preendimento, ou seja, quando há uma intensa atividade produtiva, há, proporcional-
— sua tarefa sem que haja uma mente, um aumento do uso de matéria-prima. Por exemplo: para produzir uma torta,
reflexão sobre o todo. Costuma- precisamos de “x” unidades de ingredientes. Para produzir duas, precisaremos de “2x”.
mos dizer que essas são atividades Insumos de produção, como água e energia elétrica, também são variáveis.
no formato pizza, ou seja, quando
cada um é responsável por sua fa-
tia, correndo-se o risco, inclusive,
de não haver combinação entre 38
elas, o que pode comprometer o
resultado final. Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 38 09/12/2021 16:27
Já uma equipe age com trans-
parência e define claramente os naval, imaginem quantas pessoas deram Não há dúvida de que desejamos para
papéis, unindo o que é necessário seu melhor para que os enredos ganhassem nossos alunos a competência para o traba-
para a realização do trabalho com vida na avenida. Eles reconheceram, con- lho em equipe. Resta saber se as propostas
os aspectos nos quais cada inte- sideraram e harmonizaram as diferenças, apresentadas a eles permitem esse exer-
grante se destaca, como criativi- articulando os diversos fazeres e saberes. cício. Há espaço para que conheçam e re-
dade, organização e assertividade. Dessa maneira, além da concretização do conheçam seus potenciais? E espaço para
Em outras palavras, uma equipe trabalho, tem-se um resultado ainda mais que ajam e se sintam pertencentes a uma
define, coletivamente, pelo diá- significativo que é a conquista do sentimen- equipe?
logo, qual a melhor contribuição to de pertencimento, quando nos orgulha- Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/
que cada um pode dar. mos de perceber que somos parte funda- conteudo/992/trabalho-em-grupo-e-trabalho-
Voltando ao exemplo do Car- mental do todo. em-equipe-ha-diferenca. Acesso em: 14/10/2021.
Adaptado.

38

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Diálogo com
Atividade o professor
O maior objetivo para esse es-
1. Preencha, com sua equipe, a seguinte tabela referente aos produtos que serão produzidos. Defi- tudo matemático é o de orientar
na em equipe as etapas de produção, além, é claro, do que cada integrante vai se encarregar ao os educandos diante da definição
longo desse processo. Resposta pessoal. dos recursos financeiros necessá-
rios para a abertura do negócio,
Etapas e ações de produção bem como orientar o processo de
Item ou serviço a ser Itens necessários para a Integrante(s) responsável(veis) precificação de modo a proporcio-
Etapa
produzido ou realizado produção da etapa pela etapa nar a cobertura de custos e despe-
1 sas e gerar lucros. Oriente os alu-
nos durante o preenchimento dos
2 quadros seguintes. Faça-os perce-
3 berem que a quantidade de peças
produzidas irá refletir diretamente
4 no quantitativo de material neces-
sário para sua respectiva produ-
5
ção, no entanto, não é só isso que
6 deve ser levado em consideração.
Discuta com os alunos a ideia
de ganho de escala: uma vez que os
2. Realize um levantamento de todo o material que será necessário para a produção dos itens que custos fixos independem do núme-
serão comercializados por sua empresa. Para melhor organizar, utilize a tabela seguinte. ro de unidades produzidas, quanto
Resposta pessoal. maior for este número, mais diluí-
dos esses custos ficam nas unida-
Planilha de estimativa de custos
des produzidas. Por exemplo, se
Quantidade Custo estimado uma empresa paga um salário de
Produto Material necessário
de produtos total (R$) R$ 1.300 a um funcionário, o salá-
rio dele será o mesmo se a empresa
produzir 1.000 ou 1.300 unidades.
Assim, se a empresa vende 1.000
unidades, o custo do funcionário
embutido em cada unidade de
produto acabado é: 1.200 ÷ 1.000 =
R$ 1,20. Já se a minha produção
for de 1.300 unidades, esse mes-
mo custo será de 1.200 ÷ 1.300 =
R$ 0,92 por unidade produzida.
Isso explica porque muitas vezes
um produto se torna mais barato à
medida que aumenta o número de
unidades adquiridas.

Sugestão de
39
abordagem
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Nas questões 1 e 2, incentive
os alunos a pesquisarem custos
reais de cada material, bem como
se informarem sobre a possibili-
dade de descontos caso adquiram
em grande quantidade.
Neste bloco de atividades que
iniciamos agora, é importante que
a versão final das planilhas seja fei-
ta em folhas avulsas (manualmen-
te ou com o auxílio de software, a
critério docente) para ser arquiva-
da na pasta da respectiva equipe.

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Sugestão de
abordagem Vamos, agora, calcular os possíveis custos de nossa empresa? Para isso, precisamos supor algu-
mas situações para que possamos compreender melhor os conceitos abordados nas páginas 37 e 38.
Ao trabalhar a questão 3, é
possível realizar um trabalho in- 3. Converse com toda a equipe envolvida no empreendimento, e, juntos, preencham as tabelas
terdisciplinar com os docentes seguintes com os produtos que vocês pretendem comercializar. Nelas, vocês irão apontar os cus-
de Matemática e Informática. As tos variáveis de cada um dos produtos, indicando os valores de cada material necessário para a
tabelas que se seguem são ape- produção. Resposta pessoal.
nas modelos a serem utilizados
pelas equipes: oriente os alunos Produto 1
a preencherem a lápis para que Unidade de
possam efetuar os ajustes que se Materiais Quantidade Valor unitário Valor total
medida (se houver)
mostrarão necessários ao longo R$ R$
desta etapa.
R$ R$
R$ R$
Anotações R$ R$
R$ R$
Total R$ Total R$

Produto 2
Unidade de
Materiais Quantidade Valor unitário Valor total
medida (se houver)
R$ R$
R$ R$
R$ R$
R$ R$
R$ R$
Total R$ Total R$

Produto 3
Unidade de
Materiais Quantidade Valor unitário Valor total
medida (se houver)
R$ R$
R$ R$
R$ R$
R$ R$
R$ R$
Total R$ Total R$

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Diálogo com
4. Em seguida, reúna todos os custos fixos e divida-os pelo total de unidades a serem produzidas. o professor
Resposta pessoal.
O maior objetivo dessa questão
Custos fixos é demonstrar ao aluno que há mé-
Discriminação Valor todos mais detalhados para que se
chegue ao preço de venda de um
R$
produto. Assim, há a possibilidade
R$ de que os produtos comercializa-
dos pelos alunos tenham resultado
R$
no valor de venda diferente do que
R$ foi estipulado na questão anterior.
R$ Portanto, o grupo deve discutir e
refletir os mais variados pontos de
R$ modo a estipular o valor de venda
R$ de seus produtos.
Por outro lado, ressalve aos
R$
alunos que a precificação não é
Vamos, agora, definir o valor médio dos produtos por meio dos cálculos de rateio de custos variáveis, decorrente unicamente da estru-
conforme apresentado a seguir: tura de custos, mas de aspectos
mercadológicos. É aqui que entra
Rateio de custos variáveis a noção de brand equity, discuti-
da anteriormente. Embora preço
Discriminação Valor:
e valor sejam conceitos distintos,
Unidades para serem produzidas
Unids.: a dimensão do valor participa na
(produtos 1+2+3)
composição de preços de um pro-
Total (soma dos custos variáveis/unidades) R$ duto, e o valor que a marca possui
para o seu público é um importan-
5. Após o estudo e a discussão sobre o valor final dos produtos, preencha o quadro a seguir, e apre- te fator nessa equação. É isso que
sente os resultados ao professor e aos demais colegas de turma. Resposta pessoal. faz com que dois produtos com
Preço de vendas estruturas de custos similares se-
jam precificados de maneira com-
Produto Quantidade Valor unitário pletamente distinta, uma vez que
R$ o valor agregado pelas respectivas
marcas é diferente.
R$ Neste exercício, no entanto,
R$ concentramo-nos na precificação
baseada na estrutura de custos
R$
para fins didáticos, já que apreen-
R$ der o valor agregado por uma
R$ marca ao preço de um produto re-
quer um conhecimento avançado
R$ do composto de marketing e da
R$ estrutura concorrencial.

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Após o cálculo dos custos de cada produto que será comercializado, chegou a hora de definir o
valor de venda de cada um deles.
Para tal definição, levem em consideração três pontos fundamentais:

Os custos de cada produto.


Quanto os clientes estão dispostos a desembolsar, após a realização da pesquisa.
Os preços de produtos semelhantes vendidos pela concorrência.

Após a observância desses três itens, reúnam-se em equipe para que possam discutir quanto
cada um de seus produtos irá custar, lembrando que devem ser levados em consideração os custos
fixos e variáveis da produção e a margem de lucro.

Refletindo sobre o capítulo


Você já reparou que produtos muito semelhantes, com custos de produção muito similares, são
comercializados com uma enorme diferença de preço? Na sua opinião, o que leva dois produtos
muito parecidos e com custos de produção igualmente similares à diferença de preço final ao con-
sumidor? Discuta com sua equipe de trabalho sobre essa situação e pesquise a respeito. Depois da
sua análise, elabore um texto a ser compartilhado com os colegas em sala de aula.
Resposta pessoal.

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Abordagem
preliminar
Encerrando o processo de
criação de negócios, temos uma
etapa fundamental, em que o pro-
jeto será aberto para apreciação
da comunidade escolar. É natural
que, nesse momento, os alunos
estejam desmotivados, mas é
importante esclarecer a eles que
nenhum negócio, por mais bem

CAPÍTULO 5
planejado que seja, será bem-su-
cedido se não se comunicar de
forma adequada com seu público.
Plano de negócios IV: As atividades deste capítulo
permitem ações interdisciplina-
a comunicação res com os professores de Artes e
Língua Portuguesa. As ações de di-
Encerrando nossa jornada empreendedora, vamos dar os últimos passos para a abertura do nos- vulgação e valorização do negócio,
so negócio. Até aqui, planejamos, observamos, pesquisamos, calculamos, distribuímos tarefas e sobretudo a criação de peças pu-
listamos recursos. Agora, é o momento de estabelecer o contato e relacionamento com nosso prin- blicitárias, requer tanto a produção
cipal interessado: nosso público-alvo. de texto quanto a elaboração de
O sucesso do nosso negócio depende muito de como nos relacionamos com esse público: ele pre- desenhos/layout. Também é pos-
cisa saber que nós existimos, reconhecer nosso valor e saber que pode contar conosco sempre que sível contar com o apoio da disci-
precisar. É por isso que esta etapa, mesmo que o negócio pareça já estar pronto, é tão importante. plina de Informática, caso a escola
Neste capítulo, trabalharemos a comunicação. Esta etapa é responsável por conectar o nosso disponha de software gráfico para
negócio aos clientes e, para isso, daremos os seguintes passos: a elaboração das campanhas.
As atividades finais, que envol-
Desenvolver ações de comunicação para divulgação vem a autoavaliação e a avaliação
da marca. do negócio, podem ser um bom
Avaliar os resultados do negócio e desen- momento para resgatar a autoa-
volver o pós-venda. valiação dos educandos, prática
estimulada desde o início desta
Agora, vamos nos dedicar à comunica- coleção, convidando-os a refletir
ção do nosso negócio pensando nas di- sobre o quanto amadureceram ao
versas maneiras de mostrar nosso valor longo dessa jornada.
ao cliente. Para isso, daremos os seguin-
tes passos:
Passo 10: Desenvolver ações de comu- Anotações
nicação para a divulgação de sua marca.
Passo 11: Avaliar e reavaliar os resul-
tados no negócio, objetivando a fideliza-
ção do cliente.

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Sugestão de abordagem
Este é o momento de estimular a cria- Retome a ideia da identidade visual do Se possível, trabalhe conjunta-
tividade dos alunos. Proponha a criação de negócio, criada anteriormente. Deixe-os à mente com o professor de Língua
duas peças publicitárias para a inauguração vontade para ajustarem a logo ou quaisquer Portuguesa ou Redação no sentido
do negócio, sendo uma delas um cartaz a elementos gráficos, caso sintam necessida- de revisar as funções da linguagem
ser divulgado nas dependências internas de. Converse com eles sobre a importância (referencial, emotiva, apelativa,
da escola e a outra uma postagem na rede de a logo ser de fato uma representação poética, fática e metalinguística) e
social de escolha da equipe, endereçada gráfica do negócio, demandando-lhes um buscar relacioná-las com os objeti-
sobretudo aos pais e convidados externos esforço no sentido de alinhar essa represen- vos da comunicação a ser estabele-
à escola. tação à ideia que desejam passar. cida com o público-alvo.

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Diálogo com
Para início de conversa
o professor
A criação de peças publici- Da divulgação ao relacionamento
tárias, embora envolva a criati-
vidade, não é um processo de Passo 10: Desenvolver ações de comunicação para a
criação livre. Toda a criatividade divulgação de sua marca
deve ser alinhada aos objetivos
estratégicos do negócio, afinal, a Grande parte da caminhada de implantação do negócio já foi percorrida. Neste passo, vamos uti-
publicidade é uma comunicação lizar a palavra-chave para a divulgação de um empreendimento: marketing. Marketing é um conjun-
mercadológica, que visa, em últi- to de práticas para desenvolver produtos que atendam às demandas do mercado; distribuí-los nos
ma instância, promover trocas e locais adequados para que as pessoas os encontrem e possam comprá-los; estabelecer preços que
transações. A criação publicitária cubram seus custos e deixem uma margem à empresa; e comunicar sua existência, suas vantagens,
costuma ser orientada por um seus diferenciais, para que o comprador possa conhecê-los, analisar seus atributos e compará-los
documento com uma síntese do com demais produtos para fazer suas escolhas.
que o cliente precisa, seus prin- Nas etapas anteriores do plano de negócios, passamos por alguns desses aspectos. É chegada a
cipais problemas e seus objetivos hora de mostrar ao público quem somos e o que oferecemos, ou seja, realizar a comunicação da
de comunicação: esse documento nossa empresa.
se chama briefing. Uma vez que Lembra que você e os demais integrantes da equipe definiram o nome e a marca do empreendi-
as equipes são, elas mesmas, do- mento? Agora, vamos retomar essa etapa e pensar em técnicas de divulgação para que tenhamos
nas do negócio e criadoras das maior popularização da marca.
ações de comunicação, sugira que Veja, a seguir, alguns exemplos de ações promocionais:
realizem um brainstorming para
organizar as ideias sobre a peça
publicitária.

Anotações

Fachada Brindes
Sundry Photography, MclittleStock, He2 | stock.adobe

Outdoor
“Viaje e inspire sua vida”, em tradução livre.

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Sugestão de
As ações de comunicação têm como principal objetivo atrair a atenção do cliente, despertando a abordagem
curiosidade e o interesse do público-alvo diante dos produtos e serviços ofertados, bem como valorizar
os atributos da marca. Nas imagens anteriores, vimos diversas formas de comunicação mercadológica: Utilize o espaço escolar para
A fachada sinalizada envolve os elementos visuais que identificam a empresa, tais como a logo, que os alunos realizem este passo
as cores e as imagens utilizadas, compondo a identidade visual. do trabalho. Busque, juntamen-
A distribuição de brindes corresponde à promoção de vendas, uma ação mais direcionada para te com os estudantes, diversos
desencadear a venda em curto prazo, muitas vezes no próprio local de vendas. meios de expressão das ideias:
O outdoor é um exemplo de peça publicitária, que busca promover as marcas por meio das mídias, pequenos textos, imagens, asso-
tais como jornais, revistas, rádio, TV, Internet, etc. ciações, áudios, etc. Dessa forma,
o educando poderá explorar di-
Passo 11: Avaliar e reavaliar os resultados no negócio, além de versos suportes.
Caso o processo de criação
desenvolver o sistema de pós-venda, objetivando a fidelização seja manual, disponibilize revistas,
do cliente recortes diversos, cartolinas, te-
Chegamos à última etapa do plano de negócios, em que o empreendedor deve refletir sobre to- soura, canetas coloridas, etc. para
das as etapas vivenciadas no empreendimento e avaliar os resultados até o momento. a elaboração dos cartazes. Se for
Na verdade, quanto mais contínuo o processo de autoavaliação, seja no aspecto pessoal, seja no informatizado, é uma oportunida-
âmbito empresarial, maiores as chances de acerto para os passos seguintes. Assim, podemos enten- de de trabalhar, conjuntamente,
der que essa etapa pode ser aplicada não só antes da abertura do negócio aos clientes, mas durante com o professor de Informática:
toda a sua atuação. leve os educandos ao laboratório
Nesta etapa, é importante elaborar com a sua equipe indicadores de qualidade para que, juntos, de Informática para que elaborem
vocês possam avaliar o que aconteceu conforme o planejado, o que saiu diferente — se essa diferença suas peças, incluindo o registro
foi para melhor ou pior — e o que pode ser ajustado em atividades futuras. Esses indicadores podem de áudio. Se a escola dispuser de
estar relacionados à apresentação do produto final, aos prazos, ao atendimento, etc. software de edição de imagem e
Também é importante ter em mente que a conexão com nosso público não termina quando ele som, estes podem ser utilizados,
toma a decisão de compra. Após essa etapa, podemos e devemos dar assistência ao nosso cliente: desde que sob a supervisão de um
houve algum defeito? Se sim, providencie a troca ágil. O cliente tem dúvidas no manuseio? Esclareça-
profissional da área.
-as o mais rápido possível. O cliente tem alguma
reclamação? Ouça-a atentamente, dê-lhe um re-
torno e divida a queixa com a equipe: juntos vo- Anotações
cês podem avaliar o que pode ser aprimorado.
Consideremos que a avaliação e a reavaliação
sejam realizadas periodicamente, tendo em con-
ta o que foi acertado e o que precisou de melho-
rias para se alcançar o objetivo esperado.
Com tais experiências, vale destacar a ne-
cessidade de se preparar de maneira adequada
para que se possam atender melhor os futuros
clientes. Veja, a seguir, algumas dicas passadas
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas (Sebrae).

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Quinze dicas para o bom atendimento ao cliente

1. Seja consciente e cortês 4. Demonstre boa vontade


Atenda bem a qualquer pessoa que se Mesmo fora de seu setor, cumprimente
dirigir ao seu comércio. Para isso, esqueça a todos. Não só os colegas de trabalho, mas
seus próprios preconceitos. Pare de formar também os clientes. A gentileza não precisa
impressões antecipadas e distorcidas dos se restringir ao setor de atuação, mas pode (e
clientes. O tratamento “senhor” ou “senho- deve) se estender a toda a empresa. É sem-
ra” deve ser dirigido mesmo a jovens, a não pre gratificante para o consumidor ser reco-
ser que o cliente o autorize a chamá-lo por nhecido e cumprimentado.
“você”.
5. Dispense muita atenção ao cliente
2. Dê as boas-vindas Faça com que ele se sinta bem-vindo. Tra-
Cumprimente a todos com um sorriso. te-o como alguém importante para a empre-
Este é um modo de nos mostrarmos agra- sa. Comentários agradáveis valorizam a rela-
dáveis e receptivos, o que facilita o contato ção, mas nunca fale além do necessário, dê
com o cliente. Sempre que possível, chame- tempo para que ele explique o que deseja.
-o pelo nome, procurando pronunciá-lo cor-
retamente. 6. Aja com rapidez
O tempo é um fator importante na hora do
3. Atenda de imediato atendimento. Geralmente, o cliente quer que
Nunca deixe uma pessoa esperando, prin- sua necessidade seja satisfeita o mais rápi-
cipalmente se o serviço que estiver fazendo do possível. Porém, cuidado para não passar
não tiver relação com o assunto que o cliente a impressão de que você deseja se ver livre
irá tratar. Para quem espera, um minuto tor- dele rapidamente. Não confunda rapidez com
na-se uma eternidade. Há pessoas que aguar- descaso!
dam por dois minutos, e depois são capazes
de dizer que esperaram por mais de dez! No 7. Preste orientação segura
entanto, após ter sido inicialmente atendida, Muitas vezes, o cliente fica inibido diante
a pessoa aguarda com mais calma. Exemplo: do funcionário, por isso deixe o consumidor à
uma cliente aguarda o atendimento do cai- vontade e lhe preste um atendimento eficien-
xa, enquanto este está procurando o bloco te, orientando-o em sua compra de maneira
de notas para usá-lo. Neste caso, é bem mais clara e educada. Iniciar o contato com uma
simpático que o caixa olhe para a pessoa e expressão do tipo “Em que posso servi-lo, se-
diga: “Um momentinho, já vou atendê-la”, nhor?” é sempre bem-aceito.
em vez de nada dizer. Assim, ela fica ciente de
que já foi vista e não se sente rejeitada.

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8. Evite termos técnicos 12. Fale a verdade
Se você conhece a terminologia técnica Nas informações prestadas ao cliente, a
dos produtos com que lida, deve abster-se de verdade é extremamente importante. Mes-
usá-la quando se dirigir aos clientes, sob o ris- mo sendo desagradável, é preferível assumir
co de confundi-los. Isso pode causar incom- uma falha a passar ao cliente a impressão de
preensão e constrangimento ao consumi- que esconde informações ou omite proble-
dor. Abreviações e siglas também devem ser mas.
evitadas. O ideal é usar expressões simples,
pronunciadas em voz moderada e clara. É im- 13. Dê atenção às reclamações
portante que tenha paciência caso a pessoa Fique atento a qualquer reclamação, quei-
queira uma informação. Se isso acontecer, xa ou sugestão vinda do cliente e encaminhe-
repita-a quantas vezes forem necessárias. As -as ao superior imediato para verificação.
pessoas não são culpadas por deixar de en-
tender determinada expressão. 14. Demonstre simpatia, como um
bom cartão de visitas
9. Jamais dê ordens Lembre-se de que sua imagem correspon-
Nunca, nunca mesmo, dê uma ordem ao de à da empresa. Cuide de sua aparência e
cliente. Ninguém gosta de ouvir algo como “O seu vestuário, para que esteja sempre apre-
senhor tem de assinar aqui”. Uma expressão sentável, mantendo-o limpo e bem cuidado,
cordial tem mais valor: “Por favor, o senhor e do seu material de trabalho, mantendo-o
poderia assinar nesta linha?”. organizado. Use palavras cordiais e dê infor-
mações corretas.
10. Chame o chefe em casos especiais
Diante de um cliente autoritário, que acha 15. Garanta qualidade para seu
que é dono da verdade, tente usar de sua ambiente de trabalho
habilidade para atendê-lo da melhor forma Faça a manutenção diária da limpeza e cui-
e para contornar qualquer mal-entendido. de dos móveis e objetos de trabalho. Deixe
Caso perceba que uma determinada situação sempre à mão os objetos de que necessita.
pode piorar, procure ajuda de seu supervisor Em um ambiente limpo e organizado, todos
ou gerente. desempenham melhor suas funções.

11. Evite atitudes negativas


Expressões negativas tendem a criar um
clima negativo. O ideal é evitar expressões
como: “não pode”, “está errado”, “não deve”.

Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/15-dicas-para-atender-bem,e565438af1c92410VgnVCM100000b2


72010aRCRD. Acesso em: 11/01/2019. Adaptado.

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Diálogo com
o professor Discutindo o conteúdo
Auxilie os alunos nesta etapa.
Os estandes deve ter um aspecto
Mãos à obra
visual que atraia o visitante. Para Chegou a hora mais esperada de todo o projeto. Durante meses, sua equipe discutiu ideias, pro-
melhor demonstrar aos alunos jetou passo a passo e idealizou este momento, a inauguração do negócio!
a importância de um bom traba- Para que tudo saia do jeito planejado, reúna-se com a equipe e discuta os últimos detalhes do
lho nessa etapa, apresente-lhes negócio que vocês inaugurarão. Para isso, é importante que revejam:
alguns exemplos de empreendi-
Montagem do estande
mentos reais. Tais imagens podem
ajudar na criatividade dessa pro- Como será a apresentação visual do negócio? É importante que se tenha uma ideia das di-
dução. mensões do estande ou espaço onde vocês instalarão o empreendimento. Com isso, fica mais
fácil providenciar o material necessário para ornamentar seu espaço. É importante utilizar
todo material que possa ser reutilizado. Seja criativo e aproveite bem os materiais para não
desperdiçar desnecessariamente.
Anotações Controle de estoque e financeiro
O controle de estoque antes da abertura de um negócio é algo imprescindível para um con-
trole de vendas ao longo do tempo. A boa organização do estoque e das vendas é determinante
para uma subsistência no longo prazo de um empreendimento. Normalmente, há dois tipos de
controle administrativo: o controle de estoque e o controle de movimentação financeira, sendo
este gerado quando ocorre a venda dos produtos.
Uma regra básica para qualquer negócio é anotar ou computar tudo que for vendido ou gasto.
A falta de controle das finanças é um dos maiores causadores de falência dos empreendimentos.

Agora é o momento de realizarmos uma reflexão sobre todas as etapas vivenciadas pela equipe
ao longo do ano. As dificuldades e os problemas enfrentados são comuns em trabalhos em equipe,
ainda mais quando se trata de algo novo, como é o caso de uma abertura de um negócio, mesmo
que seja em formato de trabalho escolar.
As atividades desta página levarão a equipe a repensar alguns atos e estratégias que, se positivas,
deverão ser repetidas, mas, se negativas, deverão ser corrigidas. Portanto, reúna-se com sua equipe
e faça o que se pede.

1. Abaixo, encontram-se termos que indicam possíveis situações vivenciadas pela equipe ao longo
do processo de construção do empreendimento que está a um passo de ser inaugurado. Escreva,
em seu caderno, o que você achou de cada uma dessas situações e, em seguida, discuta com os
outros integrantes o que eles pensam a respeito. Resposta pessoal.
a) Pontualidade.
b) Comunicação entre membros.
c) Proatividade.
d) Comprometimento.
e) Flexibilidade.

2. Discuta com seus colegas de equipe todos os pontos levantados na questão anterior. Em seguida,
relatem suas maiores dificuldades aos demais colegas de sala e ao professor.
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Sugestão de
Atividade abordagem
Agora, planeje algumas ações de comunicação para a sua empresa. Reúna-se com sua equipe e Sugerimos a participação de
siga as etapas seguintes. um professor de Matemática para
auxiliar os alunos na produção do
1. Sabendo que a publicidade é uma importante ferramenta do composto de marketing, defina em projeto de planta ou desenho do
equipe quais serão as estratégias utilizadas nesse sentido. Marque os itens que serão priorizados estande. Assim, o docente poderá
nessa etapa. demonstrar alguns conceitos de
( ) Preparar e divulgar panfletos. razão e proporção, por exemplo.
( ) Fazer cartazes e espalhar pela escola ou em outros espaços.
( ) Criar vídeos de sua marca e divulgar em redes sociais.
( ) Divulgar sua marca e produtos em redes sociais.
Escreva em seu caderno outras ideias que serão postas em prática pela equipe. Sugestão de
abordagem
2. Entre as opções escolhidas na questão anterior para a comunicação de sua empresa, defina, em
acordo com os demais integrantes de sua equipe, quais serão os recursos utilizados na elabora- Chegou o momento de inaugu-
ção de peças publicitárias. rar o tão planejado negócio. Caso
Para elaborar as peças publicitárias de sua empresa, será necessário: a Feira de Empreendedorismo te-
Trabalhar em equipe. nha sido viabilizada pela direção
Organizar as ideias de todos os integrantes e estruturar as ações. da escola, reúna os alunos com
Explorar a criatividade dos integrantes. antecedência e defina os espaços
Utilizar ao máximo materiais reutilizáveis e desperdiçar o mínimo possível. a serem ocupados por eles, bem
como os critérios para a ocupação
3. Agora que a publicidade de seu empreendimento está pronta, apresente-a aos demais colegas desse espaço. Oriente-os quanto
de turma. Aproveite este momento para, também, aprender com as produções dos colegas de à apresentação, ao vestuário, ao
turma. Dialogue com todos, discuta o quanto foi prazerosa a realização desta atividade e expo- trato com os visitantes, etc. Convi-
nha suas principais dificuldades ao longo de cada etapa. de os pais, os familiares e os ami-
gos para prestigiar e adquirir os
4. Em uma folha de cartolina, procure criar, junto à sua equipe, um projeto do seu estande. Em produtos dos alunos.
seguida, apresente-o para seu professor e para o restante da turma. Nessa ocasião, procure abrir
o evento com um breve diálogo
5. A atividade a seguir propõe um modelo de organização e controle de caixa, algo fundamental com os convidados, descrevendo
para que o negócio criado por você e sua equipe passe a gerar lucros. Preencha em equipe os
o processo, apontando os desa-
quadros abaixo com total fidelidade de dados.
fios que os educandos tiveram de
superar e elogiando o empenho
Número do empreendimento
deles na elaboração do projeto.
Dados da inauguração/Dia da Feira
Local Data Horário
de Empreendedorismo

Controle de estoque Anotações


Quantidade Valor de Valor de
Nome do produto
em estoque produção (R$) venda (R$)

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Leitura
complementar 6. Assim que o negócio for inaugurado, o responsável financeiro deverá preencher os espaços do
quadro, a seguir, de modo a controlar o estoque, e, ao final do dia de trabalho, todos os integran-
Sebrae lista maiores erros de tes deverão fechar o caixa, contabilizando quantos produtos foram vendidos, quantos ficaram no
quem vai à falência estoque e qual foi o valor arrecadado pela equipe.

[...] Segundo pesquisa do Se- Controle de caixa


brae Nacional, a taxa de mortalida- Quantidade em Valor total
Quantidade
de de empresas nos primeiros dois Nome do produto estoque após contabilizado por
vendida
anos de atividade é de 26,9% no vendas do dia produto (R$)
País. Em alguns estados, a situação
se agrava. Em Pernambuco, que
tem o maior índice de falências,
42% das empresas fecham as por-
tas antes de completar dois anos.
Valor total contabilizado por produto (R$)
Para o economista do Sebrae/
SP, Pedro Gonçalves, “não existe
uma causa única para justificar o
fechamento de um negócio, mas, Refletindo sobre o capítulo
sim, um conjunto de fatores”. A
falta de pesquisa sobre concor- Chegamos ao final de mais um ciclo de trabalhos sobre empreendedorismo e, desta vez, sonha-
rência, localização, fornecedores mos, planejamos e realizamos um negócio! Como foi a experiência de ser um empreendedor? Sen-
e público-alvo é um erro bastan- tiu dificuldade para trabalhar em equipe? Certamente, momentos complicados foram vivenciados
te comum entre os empresários por você e todos os colegas, isso é natural.
que não conseguem se manter Aprendemos que a autocrítica é importantíssima para nossa vida como cidadão e empreendedor.
no mercado. “Quem busca infor- Então, vamos praticá-la com base em nossa vivência no projeto que estamos encerrando. Chegou o
mações sobre o ramo de ativida- momento de realizarmos uma reflexão sobre todas as etapas vivenciadas pela equipe ao longo do
de antecipadamente tem maior ano. Abaixo, encontram-se termos que indicam possíveis situações vivenciadas pela equipe. Escre-
chance de sucesso”, afirma. va, nas linhas disponíveis, como você e sua equipe se avaliam com relação aos seguintes aspectos:
O economista também aponta Resposta pessoal.
como erros frequentes de gestão a) Pontualidade.
o descontrole do fluxo de caixa e
o distanciamento da rotina da em-
presa. Nos primeiros anos, o em- b) Comunicação entre membros.
presário deve estar presente na
empresa e acompanhar de perto
todos os seus processos. Depois, c) Proatividade.
ele pode contratar um time para
assumir determinadas funções.
“Empreender é uma atividade de d) Comprometimento.
risco, é preciso cuidar do negócio
durante todo o tempo em que ele
estiver no mercado.” e) Flexibilidade.
Disponível em: http://economia.uol.com.
br/ultimas-noticias/redacao/2012/04/04/
sebrae-lista-os-6-maiores-erros-de-quem-
vai-a-falencia-saiba-como-evita-los.jhtm.
50
Acesso em: 14/10/2021. Adaptado.

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Sugestão de abordagem Anotações


Mesmo que a equipe tenha obtido resultado
positivo nas vendas, é importante que os educan-
dos destaquem as opiniões sobre a possibilidade de
deficit financeiro pós-venda. O importante para esse
momento é escutar as diversas opiniões e discutir si-
tuações que indiquem soluções para as dificuldades
e os problemas. Este momento pode ser trabalhado
em formato de debate.

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Abordagem
preliminar
Nos capítulos e volumes an-
teriores, exploramos bastante as
possibilidades de se tomar crédito
junto às instituições financeiras,
seus riscos e suas potencialidades.
Neste capítulo, o estudante terá
a oportunidade de se colocar na
posição do “emprestador”, afinal,
quando ele emprega seu dinhei-
ro em uma instituição financeira,

CAPÍTULO 6
está realizando uma espécie de
empréstimo a essa instituição e
será remunerado por isso: os ren-
Investimentos: fazendo o dimentos dessa operação.
É bastante provável que o
dinheiro “trabalhar” estudante já tenha ouvido falar
na mais popular transação des-
Em nosso estudo sobre empreendedorismo, podemos compreender que o dinheiro é um meio se tipo: a poupança. No entanto,
para obtermos os bens e serviços de que precisamos. Aprendemos várias operações e entendemos o que a maioria dos estudantes
sobre finanças, bem como as ciladas em que podemos cair se usarmos o dinheiro sem usar a cabeça. compreende (e esta é a realidade
Sim, o sistema financeiro oferece inúmeras possibilidades de realizarmos projetos e sonhos, mesmo de muitos adultos que já utilizam
que, naquele momento, ainda não tenhamos a quantia necessária, mas essas transações precisam os serviços financeiros) é que o di-
ser utilizadas com toda a cautela, senão podem ser verdadeiras vilãs do nosso orçamento. nheiro fica “guardado” no banco e
Ao estudarmos empreendedorismo, também aprendemos que é possível fazer o dinheiro “cres- que rende um pouco a cada mês.
cer”, quando o aplicamos na produção de bens ou serviços que podem ser ofertados e geram Por isso, a compreensão do siste-
receita e lucro. Isso porque, com o trabalho, é possível gerar esse retorno. Mas você já parou para ma financeiro, de forma global, é
pensar que o dinheiro pode “trabalhar” por si só? Sim, é possível usar o dinheiro para gerar mais importante para que o aluno re-
dinheiro, mesmo que para isso não haja uma troca por bens ou serviços. Você já aprendeu que corde que, a quantia “guardada”
pagamos uma remuneração pelo uso do dinheiro: são os juros, uma espécie de “aluguel” do di- está a serviço da instituição finan-
nheiro. Afinal, se você tiver uma quantia e deixar uma instituição usá-la por algum tempo, ela vai
ceira, que a empresta a outros
lhe pagar esse “aluguel” na forma de juros sobre o valor que você deixou com a instituição. Parece
clientes com taxas mais elevadas
confuso? É só pensar na famosa poupança: o dinheiro guardado rende um “dinheirinho” a cada
e, assim, obtém um retorno e re-
mês, ou seja, você recebe um pouco mais do que guardou por ter deixado o dinheiro lá, a serviço
passa parte dele aos poupadores.
da instituição financeira.
Dessa forma, é importante ini-
Aprendemos, também, que nosso orçamento pessoal ou familiar deve ser pensado de forma a ter
ciar o trabalho esclarecendo que
o dinheiro “guardado” em uma
receitas maiores que as despesas, para que sempre tenhamos um excedente e possamos construir
instituição financeira nunca está
nossas reservas. Mas o que fazer com esse dinheiro? Bem, estamos em pleno século XXI e provavel-
parado. Compreender a maneira
mente você não deve ter cogitado guardá-lo em um colchão. E, se você pensou no sistema financei-
como ele circula e os riscos en-
ro, acertou. Neste capítulo, vamos aprender que há diversas formas de destinar esse dinheiro a uma
volvidos nessa circulação é funda-
instituição financeira para que ele possa “trabalhar” por você.
mental para que, no futuro, os es-
tudantes possam tomar decisões
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mais seguras sobre o dinheiro que
poupou.

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Anotações

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Sugestão de
abordagem Para início de conversa
É fundamental trabalhar a no-
ção de investimentos tendo em
mente o funcionamento do sis- Poupar ou investir?
tema financeiro, por isso, neste Paulo não se separa de sua câmera fotográfica. Com a ajuda dos pais e algumas economias,
início de conversa, procure desen- conseguiu comprar sua câmera e alguns acessórios para tornar ainda mais bonitos os registros de
volver o conhecimento da turma paisagens e momentos. Na semana passada, a câmera de Paulo parou de funcionar. Ele foi à assis-
acerca desse conteúdo. tência técnica e fez o orçamento do reparo, que custa mais do que sua mesada. Pedir ajuda aos pais
Outro aspecto importante a seria uma opção, mas ele tinha recebido generosos presentes de aniversário há pouco tempo e não
ser mapeado é a existência ou gostaria de sobrecarregar seus pais financeiramente.
não de uma cultura de prevenção Ele aprendeu desde cedo a “guardar” seu dinheiro em uma conta-poupança. Então, pediu a seus
na família dos estudantes. Sabe- pais que olhassem o saldo dessa conta para ver se seria possível retirar a quantia necessária para o
mos que a educação financeira, conserto de sua câmera. Seus pais autorizaram o saque, e Paulo conseguiu consertar sua fiel amiga
por mais que seja praticada na es- sem precisar recorrer ao crédito. Mas será mesmo que o dinheiro que Paulo depositou no banco
cola, envolve muito do contexto estava “guardado” como se fosse uma gavetinha virtual? Na verdade, havia ali um pouco mais do
familiar e requer dos educandos que ele tinha guardado, graças ao rendimento dessa transação financeira.
o reconhecimento dos hábitos O que acontece quando guardamos nosso dinheiro em uma poupança? Que outras maneiras
adquiridos no ambiente familiar. temos de fazer o dinheiro “trabalhar” para nós?
Apesar de não ser comum na
cultura do Brasil, muitas famílias
procuram iniciar uma poupança
em nome dos filhos e controlam
essa reserva visando projetos
futuros, como o financiamento
de um carro, de uma viagem ou
de um intercambio. Nesse senti-
do, é interessante perguntar aos
alunos se eles têm conhecimento
de uma poupança em sua família,
e se essa reserva dispõe de uma
destinação específica.
Por fim, a situação apresenta-
da nesta página é uma oportuni-
dade de discutir com os educan-
dos — e eles já têm condições de
avaliar isso — se é mais interes-
sante fazer uma retirada da pou-
pança ou se teria sido melhor Pau-
lo recorrer ao cartão de crédito.
Pergunte-lhes em quais circuns-
tâncias eles consideram prudente
recorrer a uma reserva pessoal e
em qual momento é possível me-
xermos em nossas provisões.
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Anotações

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Diálogo com
Discutindo o conteúdo o professor
Um dos grandes desafios de
Para o dinheiro render conduzir um trabalho de educação
financeira para os educadores é o
Nos capítulos anteriores, aprendemos que é possível antecipar o dinheiro que ainda não possuí- fato de a grande maioria não ter
mos para aproveitar alguma oportunidade ou resolver algum problema inesperado: essa operação vivenciado essas experiências du-
chama-se crédito. Agora, vamos conhecer um caminho um pouco diferente: reservar o dinheiro que rante sua formação — muitos de
já possuímos para uma necessidade ou oportunidade futura: essa operação chama-se poupança. nós aprendemos na idade adulta,
Quando falamos em poupança, é comum pensarmos naquela transação bancária em que depo- por vivências positivas e negativas.
sitamos nosso dinheirinho e esperamos obter algum rendimento enquanto ele “descansa” no ban- E, como educação financeira pos-
co (a verdade é que ele está “trabalhando”, e não “descansando”). Essa transação chama-se conta- sui importantes raízes culturais e
-poupança ou caderneta de poupança, e tem o propósito de oferecer rentabilidade, ou seja, fazer o comportamentais, é preciso, mui-
dinheiro depositado acumular. A poupança, contudo, diz respeito ao ato de poupar, ou seja, aquilo tas vezes, conhecer nossos hábitos
que aprendemos anteriormente: ter um volume de receitas maior que o de despesas e guardar a di- (funcionais e disfuncionais) para
ferença entre receita e despesa. Na verdade, o ideal não é guardar o que sobrar, mas, sim, programar conduzir os educandos com mais
a destinação de parte da sua receita para uma reserva, a sua poupança. segurança por esse território.
A prática de acumular o excedente para necessidades futuras é algo relativamente natural: se Por isso, seguem algumas di-
“sobrou” e não há destinação, o caminho mais óbvio é guardar. Aqui vale a pena uma ressalva: na cas de leitura para ajudar a refletir
sociedade de consumo em que vivemos, e diante do bombardeio de estímulos à compra, é pratica- sobre nossos hábitos financeiros.
mente impossível que haja “sobras” se não houver um planejamento. Menos provável ainda é que
você não encontre em que gastar as sobras — sempre haverá uma tentação na vitrine, seja física Do mil ao milhão – sem cortar
ou virtual. Por isso é tão importante a prática não de esperar sobrar para fazer uma reserva, mas de o cafezinho
planejar uma reserva coerente com suas possibilidades. Neste livro, o investidor e
influencer criador da plataforma O
primo rico, Thiago Nigro, defende
que a independência financeira
é possível para todos e que essa
independência está ancorada em
três pilares: gastar bem, investir
melhor e ganhar mais. Uma obra
sobre prosperidade, riscos e opor-
tunidades.
Orçamento sem falhas – saia
do vermelho e aprenda a poupar
com pouco dinheiro
Em uma linguagem jovial e
realista, a influencer Nath Finan-
ças aborda as possibilidades de
ter uma vida financeira saudável
mesmo para aqueles que passam
dificuldades e vivem para pagar
boleto. A obra aborda contas, pla-
nejamento, juros, dívidas, meta,
stock.adobe.com/Mykyta relação com o consumo, entre
53 outros temas atuais e necessários
para quem acredita que viver não
Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 53 09/12/2021 16:28
se limita a pagar boletos.

Anotações

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Sugestão de
Situação 2: comprou material para artesa-
abordagem Sabemos, no entanto, que o sistema finan-
ceiro conecta os poupadores e tomadores de nato e confeccionou alguns chaveiros super-
Ao abordar investimentos, é empréstimo. Neste caso, além de poupar, você criativos, que foram vendidos e resultaram
fundamental ter bastante cautela pode inserir suas reservas nesse sistema e fazer em um ganho maior do que a quantia em-
para não soar como uma promes- com que o dinheiro “trabalhe”. O que significa pregada nos materiais.
sa de enriquecimento rápido e fá- dizer isso? Significa que, ao entrar nesse siste-
cil. Diversos livros, sites, blogs, ca- ma, ele não está exatamente parado ou guarda- Em ambas as situações, houve um gasto, uma
nais de YouTube têm se dedicado do em uma gavetinha: o dinheiro que entrega- vez que foi retirada uma parte da sua receita.
a abordar o tema e, muitas vezes, mos ao banco está circulando. Com ele, o banco Mas, na segunda situação, a quantia gasta pro-
o tom pode levar a uma interpre- pode viabilizar crédito àqueles que precisam e, porcionou um retorno, por isso dizemos que ela
tação equivocada de que prospe- com os juros obtidos nessa operação, remunerar foi um investimento.
ridade é sinônimo de riqueza fácil. o poupador e ainda tirar uma margem de lucro. Quando nosso dinheiro é empregado em
A proposta é esclarecer a im- Isso porque os bancos cobram taxas maiores dos uma instituição financeira e com isso obtemos
portância do investimento não tomadores de empréstimo e remuneram a taxas algum rendimento, dizemos que houve um in-
como uma promessa de enrique- menores os poupadores. vestimento. A rigor, a conta-poupança pode ser
cimento, mas como uma forma de Neste momento, você deve estar pensando: considerada um investimento, mas precisamos
realizar projetos e prevenir adversi- então, quando eu precisar do meu dinheiro, ele compreender que há duas grandes categorias de
dades. Nesta faixa etária, a ênfase pode não estar disponível? Bem, o sistema fi- investimento: renda fixa e renda variável.
deve ser muito mais na capacidade nanceiro, com suas normas e regulamentações, Um investimento de renda fixa tem seu re-
de constituir reservas e tomar de- existe justamente para garantir essa circulação torno sob a forma de juros, ou seja, um percen-
cisões embasadas sobre onde apli- de forma segura. Para isso, precisa haver uma tual é aplicado sobre aquela quantia periodica-
car essas reservas que propriamen- sincronia perfeita entre volume poupado e vo- mente (como você já aprendeu, em regime de
te o volume de rendimentos. lume emprestado para que uma reserva per- juros compostos, já que as taxas são aplicadas
Cada vez mais, o grande públi- maneça sempre guardada, enquanto o restante periodicamente sobre o resultado do período
co dispõe de informações sobre circula. Os bancos são obrigados a manterem anterior). Esse tipo de transação funciona como
transações financeiras, diversos uma reserva mínima diariamente. Por isso, uma espécie de “empréstimo” — desta vez, nós
produtores de conteúdo têm ofe- sempre que olhamos o saldo da nossa conta- que emprestamos à instituição financeira —, por
recido orientações sobre como -poupança, podemos visualizar o crescimento isso somos remunerados na forma de juros. Es-
investir. Isso é bastante positivo, do nosso dinheiro. ses juros podem ser pré-fixados — definidos no
pois podemos observar um cres- Isso significa dizer que, quando depositamos início da operação — ou pós-fixados — a serem
cimento de uma cultura de inves- nosso dinheiro em uma conta-poupança, não es- definidos e podendo variar no futuro (por exem-
timento entre o grande público. tamos simplesmente poupando, mas, sim, inves- plo, com base na taxa Selic, que veremos daqui
Entretanto, é necessário ter bas- tindo. Antes de falar de investimentos, vamos a pouco como funciona). Mesmo que as transa-
tante cautela com abordagens falar genericamente de gastos. Imagine que, da ções pós-fixadas tenham juros passíveis de osci-
que valorizam demasiadamente sua mesada, sobrou uma quantia, que você gas- lação, ainda assim trata-se de um investimento
o enriquecimento fácil em detri- tou em duas situações fictícias: de renda fixa, porque o valor aplicado será re-
mento da cultura da prevenção. cebido — afinal, você “emprestou”, e o que se
Nesse sentido, caso opte por uti- Situação 1: comprou um kit de doces e sal-
modifica é apenas o valor adicional, retorno, que
lizar esses conteúdos como ferra- gados para aproveitar uma tarde assistin-
pode ser maior ou menor conforme a taxa de ju-
menta didática, faça uma curado- do a séries e saboreando delícias junto aos
ros que incidir na operação.
ria, procurando evitar aqueles que amigos.
se afastam demais dos objetivos
deste capítulo, que se propõe a
introduzir o educando no univer-
so dos investimentos, desenvolver
disciplina e capacidade de tomar 54
decisões avaliando riscos e possí-
veis ganhos e, sobretudo, estimu- Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 54 09/12/2021 16:28
lá-los a pouparem.
Anotações

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Diálogo com
o professor
A famosa taxa Selic Para entender melhor como
A sigla Selic soa familiar para você, não é? Vez por outra, é dita no noticiário, funciona a taxa Selic e sua rela-
quando o assunto é dinheiro ou a temida “inflação”. Selic significa Sistema Especial ção com a inflação, escaneie o QR
de Liquidação e Custódia. O nome é grande, mas na prática precisamos entender Code a seguir e visite a página do
que Selic é a taxa básica de juros da nossa economia, ou seja, o custo do dinheiro. Banco Central.
Essa taxa não é fixada aleatoriamente e suas oscilações têm mais impacto na nossa
vida do que podemos imaginar.
Para começar, existe um grupo encarregado de definir a meta da taxa Selic. Esse
grupo é o Comitê de Política Monetária (Copom) e pertence ao Sistema Financeiro
Nacional (SFN). Essa meta é muito importante, porque repercute na inflação. Se a
taxa Selic está baixa, temos um baixo custo do dinheiro, ou seja, juros mais baixos.
Com juros mais baixos, é mais vantajoso para os tomadores de crédito obterem
empréstimos, o que aquece o consumo. Se mais pessoas estão consumindo, a de-
manda por bens é maior, e isso faz com que o preço desses bens aumente (afinal, a
procura aumentou): a famosa inflação. Por outro lado, se a Selic sobe e os juros se
tornam mais altos, o acesso ao crédito e o poder de compra ficam comprometidos.
A inflação cai? Sim, mas, à medida que o poder de consumo cai, as empresas ven-
dem menos, possuem menos receitas, o que resulta em menos empregos, ou seja, Este vídeo, bastante acessível,
uma situação bem difícil, pois não há crescimento econômico. também pode ajudar no planeja-
Por isso, falamos em metas: a inflação por si só não é o bicho de sete cabeças, mento das suas aulas ou para ilus-
ela só precisa ser mantida sob controle para que haja um crescimento sustentável. trar a discussão sobre a taxa Selic.
E o meio para esse controle é a taxa Selic. Escaneie o QR Code para assisti-lo.

Para essa diferença ficar ainda mais clara, vamos conhecer outra categoria de investimentos.
Quando realizamos um investimento de renda variável, não estamos “emprestando” dinheiro para
recebê-lo depois com juros, estamos, na verdade, comprando um ativo, que, de forma bem simpli-
ficada, é algo que tem valor comercial e pode ser negociado. Por exemplo: você pode comprar uma
minúscula “fatia” de uma empresa (chamamos essas fatias de ações). Esses ativos podem gerar Anotações
renda de duas maneiras:

Podem se tornar mais ou menos valorizados: imagine que você comprou um carro por X reais e
daqui a dois meses ele está 25% mais caro: dizemos que esse bem se valorizou e, ao vendê-lo,

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Sugestão de
abordagem você pode ganhar até 25% mais do que gastou. O mesmo pode acontecer com fatias de empre-
sas ou mesmo imóveis: você adquire um ativo e, quando ele valorizar, você pode vendê-lo por
É interessante encerrar este um preço maior.
capítulo promovendo uma roda- Podem resultar em renda: se você comprou uma minúscula fatia de uma empresa, você em-
da de diálogo com os estudantes pregou seu dinheiro no funcionamento dela. Então, nada mais justo que, quando essa empresa
para que eles falem abertamente lucrar, você receba uma parte desses resultados, proporcional ao que você empregou.
sobre a relação que possuem com
os riscos. Existem diversos fatores Isso significa que os investimentos de renda variável não rendem juros, mas possuem um
que levam um indivíduo a perce- mecanismo próprio de rentabilidade. Esses ativos costumam ser comprados por um mercado
ber uma transação como mais ou chamado bolsa de valores.
menos arriscada. Em situações de Qual é a melhor opção de investimento? Em primeiro lugar, precisamos recordar a relação entre
consumo, por exemplo, falamos risco e retorno: investimentos como a conta-poupança têm seu rendimento limitado aos juros que
em risco percebido. Isso porque podem incidir sobre aquela operação. Sua rentabilidade (ou seja, possibilidade de retorno) é muito
uma mesma compra — um mes- limitada, mas os riscos são baixíssimos: é muito pouco provável que você não resgate o que inves-
mo produto, mesmo preço, mes- tiu. Já os investimentos de renda variável podem valorizar muito e resultar em um imenso ganho,
ma garantia e mesmas condições mas também podem desvalorizar na mesma proporção e aí, sim, você perde dinheiro — afinal de
— pode gerar uma percepção de contas, você não emprestou, você adquiriu um ativo e, se ele não “funcionar” bem, seu dinheirinho
riscos diferentes para consumido- pode “encolher”.
res distintos. Imagine, por exem- Sendo assim, a melhor opção de investimento será de acordo com: 1) o seu perfil de investidor
plo, a compra de um computador: (Você prefere ganhar mais, mesmo que corra riscos? Ou ganhar menos, mas de forma segura?); 2) o
o primeiro consumidor juntou to- objetivo do investimento; e 3) o prazo, afinal você pretende retirar logo o que empregou ou deixá-lo
das as suas economias e precisa descansando a perder de vista?
de uma máquina robusta e resis- Agora que você já sabe que investimento não é um bicho de sete cabeças e que não faz o menor
tente, que não exija manutenções sentido deixar o dinheiro parado, que tal começar exercitando o hábito de guardar uma fatia da me-
frequentes; sua renda é baixa a sada em uma conta-poupança? Mesmo rendendo devagarinho, será bem interessante ver na prática
média, e seu novo computador que o dinheiro está “trabalhando” enquanto você edifica seu futuro.
é uma realização que foi planeja-
da por muitos meses. O segundo
consumidor fará a mesma compra
que o primeiro, mas este costuma
Atividade
trocar de computador anualmen- 1. Assinale V para verdadeiro e F para falso.
te, sempre que a configuração e
o design lhe parecem ultrapassa-
a) ( V ) No investimento de renda variável, há um risco mais elevado.
dos; sua renda é de média a alta.
b) ( F ) Quando fazemos um investimento de renda fixa, estamos comprando um ativo.
Qual desses dois tendem a avaliar
c) ( F ) Os investimentos de renda variável rendem juros, que variam conforme a taxa Selic.
com mais cautela os riscos dessa
d) ( V ) A conta-poupança é a forma mais comum de investir em renda variável
compra? Muito provavelmente, o
consumidor de menor renda, que
2. Qual é a diferença entre poupança e conta-poupança?
não pode comprometer sua recei-
ta com manutenções frequentes e Sugestão de resposta: Poupança é o ato de poupar, construindo uma reserva; já a conta-poupança
que precisa tomar a decisão certa,
é uma modalidade de investimento, visto que o dinheiro depositado terá algum rendimento em
pois tem menos recursos para re-
verter uma decisão malsucedida. função do tempo.
Esse tipo de exemplo é interes-
sante por dois motivos: o primei-
ro, porque aproxima a avaliação 56
de risco de uma situação mais
familiar no cotidiano deles, uma Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 56 09/12/2021 16:28
vez que investimentos ainda não
costumam ser uma realidade nes- a personalidade, o momento de
sa faixa etária; segundo, porque vida, experiências prévias. Por
Anotações
ajuda-os a perceberem que a re- isso, apresente-lhes o máximo
lação com o risco é fruto inúmeras de situações hipotéticas que lhes
variáveis, como personalidade e permitam olhar para si mesmos e
contexto de vida. Por outro lado, deduzir quais reações o risco pro-
há de se ter cuidado para evitar voca neles.
determinismos: a propensão ou
aversão a riscos não decorre ex-
clusivamente da reserva de recur-
sos, mas de outros fatores, como

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3. A partir do que vimos, você considera que todo gasto é um investimento? Justifique sua resposta.
Não. Todo dinheiro que empregamos em algo é um gasto, mas, quando esse gasto gera um retorno
financeiro, chamamos de investimento.

4. O que devemos levar em consideração ao escolher a categoria de investimentos mais adequada?


Sugestão de resposta: Devemos observar nossa relação com o risco, nossos objetivos e o prazo em
que pretendemos resgatar nosso dinheiro.

5. Qual é a diferença entre poupar e investir?


Sugestão de resposta: Ao pouparmos dinheiro, estamos apenas constituindo uma reserva; ao

realizarmos um investimento, temos a perspectiva de que aquela quantia gere algum percentual de
retorno.

6. Como funciona um investimento de renda variável?


Sugestão de resposta: Ao investir nesse perfil, a pessoa compra um ativo, ou seja, algo a ser
negociado, que pode ser vendido ou gerar lucros.

7. Como funciona um investimento de renda fixa?


Sugestão de resposta: Nesta modalidade, o investidor realiza uma espécie de empréstimo para a
instituição financeira e é remunerado sob a forma de juros, que incidem na quantia investida

durante o período do investimento.

Refletindo sobre o capítulo


Chegamos ao fim de mais um capítulo, e talvez você esteja pensando que ainda é muito cedo
para pensar em investimentos. Tudo bem! Mas nunca é cedo demais para exercitar o autoconheci-
mento. Todo investimento envolve uma tomada de decisão, e toda tomada de decisão envolve lidar
com riscos. Quando se trata de investimentos, sabemos que os mais rentáveis são mais arriscados,
enquanto os menos rentáveis oferecem mais segurança. Costumam-se classificar os investidores em
três perfis: conservador, moderado e arrojado. Que tal analisar sua relação com os riscos? Pesquise
esses perfis e, com base na avaliação da relação com os riscos, identifique o que mais se aproxima
de você. Resposta pessoal.

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Abordagem
preliminar
O capítulo que encerra a cole-
ção é dedicado a pensar o futuro
como um resultado de inúmeros
fatores, entre eles o nosso com-
portamento presente. Para isso,
abordaremos conceitos como
saúde financeira, patrimônio e
previdência, que, por sua vez, es-
tão conectados a outros conceitos
previamente trabalhados, como
orçamento, planejamento, pro-
CAPÍTULO 7
cesso decisório, investimentos.
O intuito não é levar o aluno a Previdência: o futuro de
eleger um regime de previdência
ou formular uma avaliação crítica
grão em grão
sobre questões previdenciárias Vamos encerrar nossa jornada, e nada mais apropriado para este momento do que falarmos no
no Brasil — que naturalmente futuro. Já aprendemos que o futuro é naturalmente incerto. E, para lidar com essa incerteza, bus-
são perpassadas por discussões camos mecanismos que nos deem o mínimo de segurança, além de informações que nos permitem
controversas. A proposta é com- traçar cenários e avaliar os riscos de cada caminho possível. Isso minimiza os riscos que corremos,
preender a preparação para o mas não nos livra deles. Isso porque o futuro não é determinístico, não tem como garantirmos que,
futuro como algo que requer um se escolhermos o caminho A, as consequências previstas realmente se concretizem.
profundo autoconhecimento e a Assim, seguimos pensando no futuro e buscando meios de minimizar os riscos que corremos, ao
busca por compreender os riscos mesmo tempo que traçamos alternativas para eventuais escolhas malsucedidas ou contingências.
e lidar com eles. Por isso, temos de ser previdentes, ou seja, precavidos, capazes de nos antecipar a situações adver-
sas. Tomamos vacinas para evitar doenças graves e de difícil controle. Olhamos a previsão do tempo
para evitarmos sair agasalhados no calor ou desprevenidos no temporal.
Da mesma forma, quando falamos na garantia de meios para nossa sobrevivência, também pre-
cisamos ser prevenidos. Por isso, vamos encerrar esse ciclo falando da importância de planejarmos
o futuro e prevenirmos adversidades. É hora de falarmos sobre previdência.
Anotações

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Sugestão de
Para início de conversa abordagem
Para estimular a reflexão, op-
Prevenir para não faltar tamos por abrir este capítulo com
um exemplo de licença-médi-
ca. Isso porque o adoecimento é
uma experiência comum a todos
nós, permitindo aos alunos com-
preender as questões envolvidas
no afastamento das atividades
laborais. Como os próprios alunos
já sabem, a doença, assim como
outras contingências, não avisa
quando vai surgir e, consequente-
mente, quando impedirá o traba-
lhador de produzir.
É provável que o aluno já co-
nheça a seguridade social, ainda
que não domine precisamente
seu mecanismo. Dessa forma,
procure levantar questionamen-
tos sobre como “Quem paga ao
profissional quando ele não pode
produzir?”. Muitos estudantes co-
nhecem aposentados ou outros
beneficiários e sabe que o benefí-
cio é sua fonte de renda, mas nem
A professora Joana ficará um tempo sem trabalhar. É que ela acabou de fazer uma cirurgia e está sempre tem a consciência de que
de licença do trabalho para se recuperar. Os amigos, Larissa, Luana, Paulo e Sérgio, ficaram inquie- esse benefício só é possível por-
tos com a notícia, não só pela saúde da sua professora, mas também pelo sustento dela: afinal, se a que o profissional “pagou” por ele
professora obtém seu sustento por meio do seu trabalho, como fará para se manter nos meses em previamente.
que estará afastada da escola? Foram, então, perguntar à professora Sílvia, que vai substituir Joa- Procure, também, levantar
na durante sua licença médica. Sílvia lhes explicou que ela continua recebendo uma remuneração, questionamentos sobre como eles
chamada benefício, que é paga porque a professora contribui regularmente com uma quantia para acham que deve funcionar com
uma instituição. Essa instituição, quando o trabalhador precisa se afastar de suas atividades por um empreendedores ou profissionais
período mais longo, garante-lhe um benefício até que ele esteja apto a retomar suas atividades. autônomos. É importante dedicar
Isso acontece porque temos um sistema de seguridade social aqui no Brasil, que obedece a re- um pouco de atenção a esse ponto,
gulamentações específicas, para garantir tanto aos trabalhadores empregados como também autô- uma vez que muitos trabalhadores
nomos e empreendedores, o mínimo de segurança não só quando imprevistos acontecem (como autônomos desconhecem como
o problema que motivou a cirurgia da professora Joana), mas também quando envelhecemos e organizar sua previdência.
precisamos encerrar nossas atividades laborais: a famosa aposentadoria.
Vamos entender, a partir de agora, o que é previdência e qual a sua importância para nosso futuro
— próximo ou distante.
Anotações
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Leitura
complementar Discutindo o conteúdo
Previdência Privada Infantil: o
que é e como funciona? Pensar no futuro próximo ou distante
Uma das grandes preocupa- Quando pensamos em nosso futuro, seja próximo ou mais distante, é natural que haja aquela
ções dos pais é com relação ao dúvida sobre os meios para se manter, de preferência ter uma vida segura e confortável. E, sim,
futuro financeiro dos filhos. Nesse essa preocupação é legítima: precisamos chegar à idade adulta e envelhecer mantendo, além
sentido, os planos de Previdência da saúde do corpo, a saúde financeira em dia. Mas será que isso significa ser rico ou acumular
Privada Infantil podem ser uma muitos bens? Por incrível que pareça, podem existir pessoas muito abastadas que não possuem
alternativa interessante para co- boa saúde financeira. Isso porque essa questão envolve não só o volume de dinheiro e bens, mas
meçar a acumular capital para as sobretudo nosso comportamento diante dele.
crianças. Saúde financeira diz respeito à possibilidade de garantir os meios necessários a uma vida segura
Ela é um tipo de investimento e confortável de forma continuada ao longo do tempo. Uma pessoa com boa saúde financeira con-
para trazer suporte financeiro no segue honrar seus compromissos e obrigações, garantir o necessário para sua vida, realizar alguns
longo prazo. Então, pode amparar sonhos e projetos e estar prevenido para emergências ou imprevistos. Por isso dizemos que existem
necessidades futuras diversas e pessoas com renda muito alta que não possuem boa saúde financeira, pois gastam descontrolada-
não precisa ser utilizada apenas mente e não constituem reservas, além de ter um comportamento de risco diante do dinheiro. Por
para aposentadoria. É possível, isso, saúde financeira não é apenas sobre o quanto se ganha, mas sobre como se aplica.
por exemplo, contar com o dinhei- Um elemento importante dessa saúde é o patrimônio. Quando falamos em patrimônio, nos refe-
ro para custear estudos ou a com- rimos a tudo aquilo que uma pessoa ou uma família possui. Isso inclui seus bens, suas reservas, seus
pra de bens duráveis. investimentos, etc. A rigor, uma pessoa com maior patrimônio tende a apresentar melhor saúde
[...] financeira, pois, em caso de perda de emprego ou de outra fonte de renda, seu patrimônio pode ser
O que é a previdência privada utilizado para gerar renda. Por outro lado, quando uma pessoa se endivida bastante, ela corre o risco
infantil? de reduzir ou, até mesmo, perder seu patrimônio.
A Previdência Privada Infantil é
uma modalidade de investimento
com foco em médio e longo prazo
que visa garantir ao titular bene-
ficiário uma renda futura. A partir
dos aportes, é possível acumular
capital ao longo dos anos para a
criança desfrutar a partir da sua
maioridade. O plano é organizado
por uma instituição privada e o
cliente determina uma contribui-
ção a pagar mensalmente. O valor
é investido por gestores profissio-
nais responsáveis pelo fundo, de
acordo com a estratégia de inves-
timentos adotada.
Assim, o beneficiário pode-
rá contar, no futuro, tanto com o
dinheiro aportado quanto com a
rentabilidade do investimento —
a depender das condições combi- 60
nadas em contrato.
[...] Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 60 09/12/2021 16:28
Quem pode contratar a
Previdência Privada Infantil?
Os próprios pais ou terceiros é o responsável financeiro pela Previdência pode ajudar a ensinar a importância dos
podem contratar a Previdência quem tem autorização para realizar movi- investimentos e a estimular o espírito pou-
Privada Infantil. Ou seja, qualquer mentações nas reservas e tomar decisões pador no seu filho.
pessoa que se preocupe com a — como solicitar resgates, atualizar ende- Disponível em: https://www.oguiafinanceiro.com.br/
estabilidade financeira da criança reço residencial e pedir a portabilidade para textos/previdencia-privada-infantil-o-que-e-e-como-
no longo prazo — mesmo que não outra entidade. funciona/. Acesso em: 14/10/2021. Adaptado.
existam vínculos familiares. Mas, [...]
para isso, é necessário ter uma Quando a criança atinge a fase adulta,
autorização do responsável legal. ela poderá contar com um montante signi-
Até a maioridade da criança, ficativo para utilizar. Assim, a previdência

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Diálogo com
Outro ponto importante é a chamada reser- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é respon- o professor
va de emergência. Trata-se de uma quantia que sável pelo sistema público de previdência. É para
deve estar guardada para situações imprevistas esse sistema que as contribuições automaticamente A ênfase deste capítulo não é
que extrapolem seu orçamento. Uma boa ma- descontadas do salário do trabalhador seguem, e é a abordar os regimes previdenciá-
neira de constituir essa reserva de emergência ele que o trabalhador recorre em casos de necessi- rios no Brasil nem as fragilidades
é a conta-poupança, pois ela é uma modalida- dades temporárias (doença, acidente, maternidade) que a Previdência Social enfrenta,
de de investimento que você pode sacar a qual- ou permanentes (aposentadorias por idade, tempo mas estimular o comportamento
quer momento — e imprevistos não avisam de serviço ou invalidez). previdente, o exercício de pensar
quando vão chegar. Existem no Brasil dois regimes de previdência so- no futuro e buscar meios de se
Para além das reservas de emergência, tam- cial: Regime Geral da Previdência Social (RGPS), ao manter, sob a perspectiva da saú-
bém precisamos contar com reservas a longo qual os trabalhadores de carteira assinada são au- de financeira. No entanto, pode
prazo. Um afastamento por doença por um pe- tomaticamente vinculados; e o Regime Próprio de ser proveitoso elaborar, junto aos
ríodo mais prolongado, uma perda súbita de vín- Previdência Social (RPPS), que atende a servidores professores de História e/ou Geo-
culo empregatício ou até mesmo uma condição públicos de diversas esferas. grafia, uma pesquisa sobre a Pre-
que impossibilite permanentemente o trabalha- Só para entender como funciona, vamos relembrar vidência Social no Brasil, abordan-
dor de prosseguir sua vida laboral, exige que te- o exemplo da professora Joana. Ela precisou se sub- do sua criação, as transformações
nhamos alternativas para sobreviver. É para isso meter a uma cirurgia, portanto há uma condição de sofridas ao longo do tempo e as
que existe a previdência social. saúde que a impede de trabalhar temporariamente. polêmicas mudanças recentes.
A previdência social funciona como um seguro. Como Joana contribui mensalmente — uma vez que
Mensalmente, todo trabalhador que possui vínculo ela possui carteira assinada, e a contribuição nesse
empregatício com carteira assinada contribui para caso é automática —, ela receberá um benefício men- Anotações
esse seguro com um valor que é automaticamente sal proporcional à sua contribuição (e, portanto, à sua
descontado do seu salário e que é proporcional a faixa salarial) enquanto estiver afastada. Caso a sua
ele. Se um trabalhador não possui carteira assinada, condição de saúde a impedisse de voltar a trabalhar
isso não o impede de contribuir: basta que ele tome definitivamente, ela seria aposentada e passaria a
a iniciativa de contribuir mensalmente. No Brasil, o receber seu benefício mesmo sem trabalhar.

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Você deve estar se perguntando: e de onde dade, terão seu benefício financiado pelos ati-
esse instituto tira o dinheiro suficiente para pa- vos do futuro. Mas, se há poucos filhos por lar, é
gar a essas pessoas que precisam de benefício? bem provável que no futuro tenhamos mais ina-
Da nossa contribuição, claro! Mas o mecanis- tivos que ativos, e essa conta pode não fechar.
mo não é tão simples. Segundo dados de 2019 Por outro lado, algumas pessoas optam por
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aderir a um regime de previdência privada ou
(IBGE), o quantitativo de idosos no Brasil foi de complementar. Nessa modalidade, o trabalha-
32,9 milhões, pois o envelhecimento da popu- dor recorre a uma instituição financeira e esco-
lação brasileira vem se mantendo e o número lhe um plano, que define o valor a contribuir,
de pessoas com mais de 60 anos já é superior o tempo de contribuição, a forma de recebi-
ao de crianças com até 9 anos de idade. Isso é mento, as garantias, entre outras condições.
muito bom, pois significa que nossa expectativa Mesmo que o trabalhador opte pela previdên-
de vida está aumentando. Contudo, as famílias cia complementar, ainda assim, seu vínculo à
também estão se tornando menores, com me- previdência social e a sua contribuição mensal
nos filhos por lar. Isso significa que a médio e permanecem.
longo prazos podemos ter um problema nessa Depois de tudo isso, você deve estar se per-
equação. guntando quando e por onde começar a construir
Agora, vamos pensar o seguinte: os contri- esse futuro. Ou deve estar achando que é cedo
buintes podem ser divididos em ativos, aqueles demais. Não é bem assim. Antes de pensar em
que estão trabalhando e contribuindo; e inati- previdência e seguridade social, devemos pensar
vos, aqueles que vivem da contribuição que ou- em uma cultura de prevenção. Por isso, o ponto
trora ofertaram. Se muitas pessoas estão enve- de partida é cultivar uma relação saudável com o
lhecendo e temos cada vez menos adultos, que dinheiro, praticar o planejamento e, se possível,
normalmente são os ativos, os que contribuem, poupar e investir um pouquinho que seja. A saú-
podemos ter pouco dinheiro para muitos que re- de financeira é, antes de tudo, comportamental,
quisitam o benefício. Isso porque o valor que os e isso podemos praticar desde sempre e diante
ativos recolhem financia o benefício dos inativos das mínimas oportunidades e dificuldades do dia
e, quando os ativos de hoje atingirem a inativi- a dia. Ou seja: a hora já é agora.

Atividade
1. O que é saúde financeira?
Sugestão de resposta: É a possibilidade de garantir os meios necessários a uma vida segura e confortável de for-

ma continuada ao longo do tempo, ainda que haja imprevistos ou situações de redução ou cessação de renda.

2. Pessoas com elevado patrimônio possuem necessariamente boa saúde financeira? Por quê?
Não. Pessoas com elevado patrimônio tendem a ter uma melhor saúde financeira, porque em situa-
ções adversas elas podem contar com seu patrimônio para se manter, mas, se elas forem indiscipli-

nadas, podem contrair dívidas a ponto de gastarem seu patrimônio.

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3. Pesquise o que é a previdência social.
Sugestão de resposta: É uma espécie de seguro que o trabalhador ativo paga mensalmente e que
garante uma renda em casos de impossibilidade temporária ou permanente de trabalhar.

4. Preencha as lacunas.
a) Os contribuintes ativos são responsáveis pelo financiamento dos pagamentos

dos inativos .
b) Na previdência privada ou complementar , o contribuinte escolhe uma
instituição financeira e um plano que se ajusta às suas necessidades.
c) O trabalhador autônomo pode contribuir para a previdência social, mas isso não

acontece de forma automática como ocorre com os de carteira assinada.


d) Para se ter saúde financeira, não se deve necessariamente ser rico ou
acumular muitos bens.

5. Qual é a diferença entre contribuinte ativo e inativo?


Sugestão de resposta: O contribuinte ativo está trabalhando e, com isso, contribuindo para a
previdência; enquanto o inativo já encerrou suas atividades e vive das contribuições da previdência.

6. O que é uma reserva de emergência?


Sugestão de resposta: É uma quantia que deve estar guardada para situações imprevistas que extrapolem o

orçamento da pessoa ou família, e que esteja disponível para ser sacada a qualquer momento.

7. Na sua opinião, por que um bom patrimônio está atrelado a uma boa saúde financeira?
Sugestão de resposta: Porque, diante de uma situação de perda de emprego ou outra fonte de
renda, a pessoa que dispõe de um patrimônio pode utilizá-lo para gerar renda.

8. A previdência social é importante para garantirmos nossa seguridade quando chegarmos ao


momento de encerrar nossas atividades laborais, ou seja, a aposentadoria — algo previsto na
vida de todos os trabalhadores. Porém, existem situações imprevisíveis em que o trabalhador
também precisa contar com uma seguridade. Faça uma breve pesquisa sobre esses imprevistos.

Sugestão de resposta: A perda súbita de vínculo empregatício, um afastamento por doença em


um período mais prolongado ou até mesmo uma doença ou acidente que impeça permanentemente
que o trabalhador prossiga sua vida laboral.

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Sugestão de
abordagem Refletindo sobre o capítulo
Para ajudar os alunos a reali- 1. Aprendemos que a saúde financeira é, sobretudo, comportamental. E tivemos a oportunidade
zarem esta autoavaliação, procure de compreender muitos comportamentos positivos e negativos diante da nossa vida financeira.
enumerar aspectos importantes Assim, com base em tudo que você aprendeu ao longo deste ano (e por que não em anos ante-
que eles devem levar em conside- riores?), analise sua relação com dinheiro e consumo e responda:
ração. Na alternativa a, você pode
provocá-los a falarem de cartão a) Que comportamentos positivos e negativos tenho com relação ao dinheiro?
de crédito, compras por impulso,
poupança, preocupação em con- Resposta pessoal.
tribuir para o orçamento familiar
(nem todos têm a oportunidade,
apesar de desejarem), etc. Antes
de eles, efetivamente, preenche-
rem o livro com suas respostas, b) O que devo fazer para ter uma boa saúde financeira na minha vida adulta?
procure ouvi-los, estimule-os a dar Resposta pessoal.
exemplos, contar histórias, procu-
rando sempre aplicar os conceitos
estudados nas vivências narradas,
de forma que eles possam cons-
truir importantes associações na 2. No apagar das luzes de nossa jornada, é chegada a hora de olhar para trás e refletir sobre tudo
hora de se avaliar. Já na alternati- que experimentamos. Ao longo dela, que para alguns durou os quatro anos finais do Ensino Fun-
va b, estimule-os a pensarem em damental, tivemos a oportunidade de olhar para coisas muito corriqueiras do nosso cotidiano
investimentos, em empreende- com outros olhos: nosso dinheiro, nosso senso de organização, nossa capacidade de planejar e
dorismo, em carreira, em riscos e realizar, nossas tomadas de decisões... E toda jornada é feita de tentativas e erros, de escolhas
incertezas, ao mesmo tempo que certeiras e equivocadas. Por isso, convidamos você a esta avaliação, indicando os pontos em que
olham para si mesmos e avaliam você considera ter evoluído e aqueles em que você gostaria de se aprimorar. Desejamos um fu-
seu comportamento e suas atitu- turo de muita realização e uma caminhada segura e bem planejada!
des diante dessas questões.
Melhorei bastante Gostaria de melhorar

Sugestão de
abordagem
O encerramento de um ano le-
tivo é um período bastante corri-
do e repleto de atividades. É tam-
bém o momento em que todos
nós, estudantes e professores, en-
contram-se cansados e ansiosos
pelo recesso, mas é fundamental
ouvir os feedbacks dos estudantes
no encerramento desse cicl, in-
clusive porque eles podem gerar 64
insights para planejar os próximos
anos letivos.
Por isso, você pode promo- Ed_Finan_Empreed_9A_01a64.indd 64 09/12/2021 16:28

ver um ambiente descontraído,


como um lanche coletivo ou uma Anotações
confraternização e estimular uma
conversa leve e espontânea, mas
sem perder o foco. Procure regis-
trar os pontos mais importantes
levantados pelos estudantes e
deixe-os à vontade para exercitar
a autocrítica de maneira leve e
sem culpas ou censuras.

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Valores:
Empreendedorismo e Finanças
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