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Esta análise revela a divisão existente na cultura material intelectual, que é produzida
historicamente. Essa divisão é uma consequência da separação social do trabalho, na qual
diferentes indivíduos são responsáveis por atividades materiais e intelectuais distintas. Como
resultado, ocorre uma distinção entre atividade material e intelectual, entre prazer e trabalho,
entre produção e consumo, e essas esferas são atribuídas a diferentes grupos de pessoas - logo,
embora a atividade humana globalmente se enriqueça e diversifique, a atividade de cada
indivíduo em particular se torna mais estreita e empobrecida. Essa concentração das riquezas
materiais e culturais nas mãos de uma classe dominante é um fenômeno característico desse
contexto. Enquanto alguns indivíduos têm acesso privilegiado aos recursos e à cultura
intelectual, outros são excluídos e têm suas possibilidades de desenvolvimento limitadas
(LEONTIEV, 1978, p. 8-9).
A partir disso, podemos observar a crescente incidência de crianças diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a relevância da atuação da Psicologia Escolar nesse
contexto, que impulsiona a necessidade de uma análise crítica das produções científicas
existentes. O presente trabalho justifica-se pela escassez de revisões sistemáticas sob a
perspectiva da psicologia histórico-cultural, que abordem a relação entre a Psicologia Escolar
e o diagnóstico de TEA.
A fim de entender melhor o papel do psicólogo escolar nessa circunstância, foi realizado o
seguinte estudo a partir de publicações científicas sobre o tema, que aponta as dificuldades
enfrentadas no sistema educacional, pelos pais, crianças e equipe pedagógica no diagnóstico
do Espectro Autista. Também salientando a forma em que questões sociais, culturais e
econômicas afetam suas vivências e desenvolvimento na escola, elencando qual a participação
do psicólogo nesse contexto.
O estudo busca assimilar que o diagnóstico de TEA, interpretado de maneira equivocada ou
leiga, pode afetar a conduta acadêmica das crianças com esta condição. Evidencia a
necessidade de apoio individualizado, competência, e flexibilidade, conforme o impacto que
o diagnóstico pode causar. Sendo um assunto de extrema pertinência, deve possibilitar o
desenvolvimento de um pensamento crítico e atuante na problemática exposta; a possibilidade
de novas metodologias educacionais e soluções para problemas frequentes no âmbito escolar.
3 DISCUSSÃO
A partir da seleção de artigos, dissertações e teses as quais tiveram seus resumos lidos e
analisados, pode-se constatar prevalências temáticas: 33 não tratavam do assunto, tendo temas
diversos além da psicologia escolar e diagnóstico de TEA, outros falam especificamente sobre
a inclusão escolar e abordam a relação entre escola e família;
4 CONCLUSÃO
Através desta revisão sistemática de publicações científicas sobre a atuação dos
psicólogos escolares no cuidado de crianças com TEA, foi possível destacar uma visão
abrangente e esclarecedora sobre um campo de pesquisa e prática que está evoluindo e
ganhando relevância nas escolas e na comunidade científica. Ademais, constatou-se uma
diversidade de abordagens e estratégias empregadas pelos psicólogos escolares para auxiliar
crianças com TEA durante seu desenvolvimento acadêmico e sócio emocional. Estas
intervenções podem variar desde programas de treinamento para professores e pais até
abordagens terapêuticas em grupo e individuais, sendo cada uma dessas, importante para a
promoção do bem-estar e sucesso acadêmico da criança.
Outrora, ao avaliar a eficácia dessas intervenções, identificamos uma tendência positiva
na literatura, indicando que o psicólogo escolar, em seu envolvimento, resulta em melhorias
significativas nas habilidades acadêmicas e sociais das crianças com TEA, reforçando a
importância de insistir no investimento na formação e presença destes nas instituições de
ensino, a fim de oferecer um suporte integral e inclusivo às crianças. Contudo, durante a
análise, destacamos algumas lacunas e desafios apresentados, como a heterogeneidade dos
estudos revisados, tanto em termos de metodologias quanto de resultados, destacando a
necessidade de mais pesquisas com abordagens padronizadas e profundidades consistentes.
Em tese, este trabalho contribuiu significativamente para a compreensão do papel do
psicólogo escolar no atendimento a crianças com TEA. Os resultados apresentam evidências
sólidas que apoiam a importância desse profissional na promoção de ambientes educacionais
inclusivos. Entretanto, é crucial que futuras pesquisas e práticas avancem, abordando as
lacunas e desafios identificados, garantindo assim que, todas as crianças tenham acesso a uma
educação de qualidade e apoio psicológico adequado, independentemente de suas
necessidades.
REFERÊNCIAS
GÊNESE da atividade consciente humana. In: TULESKI, Silvana Calvo. A relação entre
texto e contexto na obra de Luria: apontamentos para uma leitura marxista. Maringá:
EDUEM, 2001. cap. 4.1, p. 172-202.