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Anderson Flogner

OAB/PR – 78.164
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Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!

MM JUIZO.

O patrono já devidamente qualificado nos autos em epigrafe, vem requerer o


que se segue:

Ao mov. 76.1, o autor pugnou pela não homologação do acordo entabulado,


alegando que revogou a procuração outorgada ao procurador Anderson
Flogner. Pois bem. Analisando o que dos autos consta, denota-se que o acordo
foi firmado em 02 de dezembro de 2022, sendo que a procuração somente foi
revogada em 22 de dezembro de 2022 (mov. 76.2).

Assim, inconteste que no momento da transação, o procurador ainda


representava a parte. De mais a mais, é sabido que é incabível o arrependimento
e a rescisão unilateral do acordo, a qual somente se torna possível "por dolo,
coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa" (CC/2002 , art.
849):

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. SÚMULA 182/STJ. NÃO
INCIDÊNCIA. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO DA
PRESIDÊNCIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ACORDO
EXTRAJUDICIAL. DESISTÊNCIA UNILATERAL ANTES DA
HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ.
ANULAÇÃO DA TRANSAÇÃO. NECESSIDADE DE AÇÃO
PRÓPRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DO RECORRIDO PARA O
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECONHECIDA.
DISCUSSÃO SOBRE A VALIDADE DO ACORDO.
AGRAVO INTERNO PROVIDO. RECURSO ESPECIAL NÃO
PROVIDO. 1. Sendo objeto do agravo de instrumento
o reconhecimento da validade do acordo firmado
entre as partes, e não apenas a discussão quanto
aos honorários advocatícios, conforme
consignado no acórdão recorrido, não há que se
falar em ausência de interesse recursal da parte
agravante. 2. Nos termos da jurisprudência deste
Tribunal Superior, é incabível a desistência
unilateral do acordo firmado, ainda que anterior à
homologação judicial. Concluída a transação,

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Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!

Documento assinado digitalmente, conforme MP


nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do
Projudi, do TJPR/OE Validação deste em
https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador:
PJYKQ FVZMZ KH8PX EHJKK PROJUDI - Processo:
0006736-84.2020.8.16.0075 - Ref. mov. 91.1 -
Assinado digitalmente por Thais Terumi Oto:17021
28/06/2023: DEFERIDO O PEDIDO. Arq: Decisão sua
rescisão só se torna possível "por dolo, coação, ou
erro essencial quanto à pessoa ou coisa
controversa" ( CC/2002, art. 849). Ademais,
eventual nulidade na transação deve ser arguida
em ação própria. 3. Agravo interno provido para
conhecer do agravo e negar provimento ao
recurso especial. (STJ - AgInt no AREsp: 1763324 SC
2020/0248210-0, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO,
Data de Julgamento: 30/08/2021, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 01/10/2021).
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. EXECUÇÃO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DESISTÊNCIA DO ACORDO ANTES DE
SUA HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ. AGRAVO
INTERNO IMPROVIDO. I. Agravo interno aviado contra
decisão que julgara recursointerposto contra
decisum publicado na vigência do CPC/2015. II. Na
origem, trata-se de Agravo de Instrumento,
interposto pela parte agravante contra decisão do
Juízo de 1º Grau, que, em processo executivo
decorrente de Ação de Desapropriação Indireta,
ajuizada pela recorrente contra o Município de
Diadema/SP, não homologou o acordo entabulado
entre as partes e determinou o prosseguimento da
execução. O acórdão do Tribunal de origem negou
provimento ao Agravo de Instrumento,
defendendo ser "legítima a desistência do acordo,
antes de sua homologação". III. Na forma da

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jurisprudência do STJ, é incabível o


arrependimento e a rescisão unilateral do acordo
firmado entre as partes, ainda que anterior à
homologação judicial. Nesse sentido: STJ, AgInt no
REsp 1.922.351/MG, Rel. MINISTRO MARCO BUZZI,
QUARTA TURMA, DJe de 08/10/2021; AgInt no REsp
1.926.701/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, DJe de 15/10/2021; AgInt no REsp 1.472.899
/DF, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA
TURMA, DJe de 01/10/2020; AgRg no AREsp
612.086/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, DJe de 03/12/2015; AgRg no REsp 1.197.138
/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, DJe de 29 /03/2011.

Assim, estando o acórdão recorrido em dissonância com a jurisprudência


sedimentada nesta Corte, merece ser mantida a decisão ora agravada, em face
do disposto no enunciado da Súmula 568 do STJ. IV.
Agravo interno improvido. (STJ - AgInt no AREsp:
1159529 SP 2017 /0214140-9, Data de Julgamento:
08/08/2022, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 12/08/2022) Por essa razão,
HOMOLOGO o acordo realizado entre as partes nos
seus próprios termos, para que surta seus jurídicos
e legais efeitos. Deixo de determinar a extinção do
feito, com fulcro no art. 487, III, “b” do CPC, em razão
da necessidade de tramitação em relação ao
débito principal (item g do acordo).

Requer seja comprida determinação judicial de transferência de valores como


determinou nobre magistrada, por medida de justiça.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL

O princípio da boa-fé processual, segundo o qual a conduta de todos os

sujeitos processuais, e não somente das partes, deve seguir um padrão ético e

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objetivo de honestidade, diligência e confiança. Trata-se de exigência atrelada

ao exercício do contraditório, uma vez que a efetiva participação das partes,

em paridade de tratamento e faculdades, só se exaure quando essa

participação observa os princípios da cooperação e da boa-fé processual.

NO CPC

Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-

se de acordo com a boa-fé.

Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se

obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a

pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento

do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que

esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas

que efetuou.

ATOS DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Atos de litigância de má-fé causam potencial dano a uma das partes e dano

marginal ao Estado-juiz.

Os casos de litigância de má-fé estão previstos no artigo 80 do Código de

Processo Civil,

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

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II - Alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - Opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - Provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor,

réu ou interveniente.

ATOS ATENTATÓRIOS À DIGNIDADE DA JUSTIÇA

Por sua vez, os atos atentatórios à dignidade da Justiça violam o necessário

respeito às decisões do Poder Judiciário ou à autoridade judiciária no que se

refere à execução forçada.

Conforme observa Fredie Didier, “a execução é um dos ambientes mais propícios

para a prática de comportamentos desleais, abusivos ou fraudulentos”.

Os atos atentatórios à dignidade da justiça estão enumerados no

artigo 774 do Código de Processo Civil:

Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva

ou omissiva do executado que:

I - Frauda a execução;

II - Se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;

III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;

IV - Resiste injustificadamente às ordens judiciais;

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V - Intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora

e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso,

certidão negativa de ônus.

Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em

montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em

execução, a qual será revertida em proveito do REQUERIDO, exigível nos próprios

autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou

material.

ATOS ATENTATÓRIOS AO EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO

Por fim, os atos atentatórios ao exercício da jurisdição também violam o

necessário respeito ao Poder Judiciário ou à autoridade judiciária, mas quanto

ao cumprimento dos provimentos mandamentais em geral, previsto no,

artigo 497 e artigo 77, IV , ambos do CPC.

Os atos atentatórios ao exercício da jurisdição estão previstos no artigo 77,

inciso IV, do CPC:

Art. 77. (...)

(...)

IV – Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou

final, e não criar embaraços à sua efetivação;

O descumprimento dos imperativos de conduta processual acarreta prejuízos

tanto à parte contrária quanto ao Estado-juiz e, a partir do enfoque publicista do

processo, viola o interesse público que visa ao correto e eficiente exercício da

jurisdição.

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Portanto, tais atos devem ser coibidos como forma de garantir o respeito à

lealdade e à boa-fé e, consequentemente, a razoável duração do processo e a

celeridade de sua tramitação.

O caso em tela, restou demonstrado, se amolda perfeitamente, nos dispositivos

legais, ou seja todo processo deve ser declarado nulo.

Assim, inconteste que no momento da transação, o procurador ainda


representava a parte.

Atenciosamente.
Datado e assinado digitalmente.

Anderson Flogner
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