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Sugestão de resolução

1. As imagens e ideias sugeridas pelo voo de ave são de leveza e de certeza, de harmonia ou de
encanto e de liberdade. A leveza nota-se no voo “ligeiro, leve, certo”, a certeza é percetível não
apenas na referência a “certo” (v. 5), mas também quando vai “sob o céu aberto/Sem um
desvio”(vv. 7-8), a harmonia e o encanto estão não só nesta leveza e certeza, mas também no
“ar de amavio” (v.6), ou seja, no ar de encantamento, harmonioso. Quanto à liberdade, é o
próprio poema a referir que “ter asas simboliza/A Iiberdade” (vv. 9-10).

2. O sujeito lírico ao fazer as três interrogações traduz o seu fascínio pela ave e pela sua
liberdade. Sente, porém, que “a vida nega”, isto é, percebe que a vida concreta não permite
usufruir da liberdade de que “a alma precisa”.

3. Invadido por um sentimento “horror” ou pela repulsa e dor de ser como é, aprisionado em si
e no seu pensamento insatisfeito, o sujeito lírico deseja “Ter não sei quê do voo suave/Dentro
em meu ser. “ e atingir a leveza que anseia. Apesar da consciência da impossibilidade de “ser
ave” e de ter a sua liberdade, sente dentro de si um indefinível anseio de se libertar.

4. A aliteração em “v” entre outros aspetos:


— serve para intensificar o ritmo e provocar uma certa harmonia expressiva ou imitativa ao
poema;
— pode sugerir a imagem ondulante do voo da ave;
— pode associar-se ao som do bater das asas.

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