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Introdução

A avaliação no processo de ensino aprendizagem é uma tarefa didáctica necessária e


permanente no trabalho do professor, ela deve acompanhar todos os passos do processo
de ensino e aprendizagem. É através dela que vão sendo comparados os resultados obtidos
no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, conforme os objectivos
propostos, a fim de verificar progressos, dificuldades e orientar o trabalho para as correcções
necessárias.
A avaliação insere-se não só nas funções didácticas, mas também na própria dinâmica e
estrutura do Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA). A avaliação é um elemento muito
importante no Processo de Ensino e Aprendizagem, porque é através dela que se consegue
fazer uma análise dos conteúdos tratados num dado capítulo ou unidade temática.
A avaliação reflecte sobre o nível do trabalho do professor como do aluno, por isso a sua
realização não deve apenas culminar com atribuição de notas aos alunos, mas sim deve ser
utilizada como um instrumento de colecta de dados sobre o aproveitamento dos alunos.
Esta, porém, determina o grau da assimilação dos conceitos e das técnicas/normas; ajudam
o professor a melhorar a sua metodologia de trabalho, também ajuda os alunos a
desenvolverem a auto confiança na aprendizagem do aluno; determina o grau de assimilação
dos conceitos.
A motivação do docente no ensino e a sua adequada formação deve dar o direito de
comunicar ou se expressar, representando algo que seja para a criança se comunicar a partir
do vocabulário formal a partir de uma linguagem "normalizada" determinada pela sua
evolução mental, com capacidades para descobrir, investigar, experimentar, aprender e
fazer, aprofundando os seus conhecimentos no domínio da natureza e da sociedade.

Embora a avaliação da aprendizagem


seja uma das facetas do processo de
avaliação, infelizmente no âmbito do
ensino universitário pouco se estuda e
analisa como se realiza essa avaliação,
predominando o empirismo e o
amadorismo. Neste trabalho
sintetizaremos o conceito de avaliação do
ponto de vista de vários autores, tipos de
avaliação e elaboração de questões de
teste.

1. Conceito de avaliação
O termo avaliação é muito abrangente. A consulta ao significado de avaliação em dicionários
mostra as diferentes acepções do termo. Avaliação é o aspecto modal do processo educativo
formal: ela “... espelha ou reflete, de maneira implícita ou explícita, algum valor que
possibilita ao avaliador julgar e comparar diferentes realidades num determinado contexto
educacional “. (Vale:1979:2).
Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, citado por Libâneo (1991:196) "a avaliação é
uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem
que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho."
Para Golias (1995; p90) a avaliação é "entendida como um processo dinâmico, continuo e
sistemático que acompanha o desenrolar do acto educativo".
"Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa a interpretar os conhecimentos,
habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento
dos alunos, propostas nos objectivos, a fim de que haja condições de decidir sobre
alternativas de planificação do trabalho e da escola como um todo" Piletti (1986:190)
Libâneo (1991; p196) define "avaliação como uma componente do processo de ensino que
visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, a determinar a
correspondência destes com os objectivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões
em relação às actividades didácticas seguintes".
Nérici (1985; p449) "relaciona avaliação com a verificação de aprendizagem pois, para ela, a
avaliação é o processo de atribuir valores ou notas aos resultados obtidos na verificação da
aprendizagem".
2. Os conteúdos da avaliação
A determinação dos resultados esperados implica a consideração obvia dos objectivos de
cada programa de desciplina, capitulo e aula.No fim de um programa de desciplina, capitulo
e aula espera-se alcançar um determinado comportamento nos domínios cognitivos,
afectivos e psicomotor, usando determinados meios e com um certo padrão de medida.
Apartir dos objectivos de cada programa de disciplina, capitulo e aula o professor selecciona
os conte
Os conteúdos a serem avaliados, o que se reflete na elaboração dos tiopos de questões ou
tarefas ou actividades a colocar aos alunos.

4. Tipos de avaliação

A avaliação é uma tarefa didática necessária e


permanente do trabalho docente, que deve
acompanhar passo a passo o processo de ensino e
aprendizagem. A nós estudantes universitário, é uma
reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar
tanto do professor como dos alunos.

Para Libâneo (2004, p.253), a avaliação sempre deve


ter caráter de diagnóstico e processual, pois ela precisa
ajudar os professores a identificarem aspectos em que
os alunos apresentam dificuldades. A partir daí, os
professores poderão refletir sobre sua prática e buscar
formas de solucionar problemas de aprendizagem
ainda durante o processo e não apenas no final da
unidade ou no final do ano.

De uma maneira geral, há três tipos de avaliação


associadas à suas funções: Diagnóstica, Formativa e
Somativa.
4.1. Avaliação diagnostica
Este tipo de avaliação realiza-se no início do curso, do ano lectivo, do semestre/ trimestre,
da unidade ou de um novo tema e pretende verificar o seguinte:
 Identificar alunos com padrão aceitável de conhecimentos;
 Constata deficiências em termos de pré-requisitos;
 Constata particularidades
4.2. Avaliação formativa
Esta avaliação ocorre ao longo do ano lectivo. É através desta avaliação que se faz o
acompanhamento progressivo do aluno; ajuda o aluno a desenvolver as capacidades
cognitivas, ao mesmo tempo fornece informações sobre o seu desempenho.
A avaliação formativa visa:
 Informar sobre os objectivos se estão ou não a ser atingidos pelos alunos;
 Identificar obstáculos que estão a comprometer a aprendizagem;
 Localizar a deficiência ou dificuldades.

4.3. Avaliação somativa


Segundo Bruner e Zeltner (1994), avaliação somativa, refere-se ao julgamento geral, após
conclusão de um progecto.
Esta avaliação classifica os alunos no fim de um semestre ou trimestre, do curso, do ano
lectivo, segundo níveis de aproveitamento. Tem a função classificadora (classificação final).
5. Elaboração de questões de teste
Para a melhor elaboração dos testes, deve se considerar em primeiro lugar, a maneira como
as questoes devem ser formuladas.Portanto esta formulacao exige a consideracao dos
aspectos anivel das exigencias e a sua redacção.
Em relação ao nivel das exigências tomará se em conta os Niveis do Dominio Cognitivo, da
Taxonomia de Bloom.Para além do dominio cognitivo, destacam se os de Conhecimentos
essenciais,de Compreensao,de Analise e Síntese, de Aplicação e Avaliação.
No nivel de conhecimentos essenciais,são formuladas as questões da seguinte forma:
 Diga o nome, os factos, o numero a data e o local.
 O que é;
 Defina, defina o conceito de...
No entanto o Nivel de exigencias de compreensao refere se a apresentação de conteudos
aprendidos anteriormente sob a forma de seus significados ou explicando por suas proprias
palavras.Por isso as suas questões sao elaboradas sob a forma:
 Diga o sinonimo de;
 Diga com suas palavras o que leu.
No Nivel de Análise e Síntese trata se da relação dos conhecimentos,atraves da
decomposicao dos conteudos,descoberta de suas carateristicas comuns e mais essenciais e
sua respectiva classificação.Portanto, neste nivel as questoes sao formuladas da seguinte
maneira:
 Caracterize, Compare, Diferencie, Indique as características, Analise e sintectise...
Segundo tais exemplos apresentados, nos levam a acreditar e a compreender que as
questões apresentam Niveis diferentes das suas exigências, utlizando hierarquias em que as
questões mais elevadas sejam de Analise, Sintese e aplicação e, as inferiores estão
orinetadas para Conhecimentos essenciais e Compreensão.
Com certeza, de acordo com os objectivos colocados é obrigação do professor ter em conta
os niveis de dominio cognitivo na elaboração das suas questões para o teste, ou seja as
perguntas deverão abranjir nestes três níveis.
As questões dos testes também podem orientar se ao domínio Afectivo, isto é, a medição de
atitudes e sentimentos.Com isso, o domínio afectivo pode apresentar questões de seguinte
forma:
 O que é que acha sobre a convivência de pessoas portadoras de HIV/SIDA com as não
portadoras;
 Que opinião tem sobre o recurso as queimadas para limpar os terrenos para a agricultura.
As questões dos testes podem orientar se ao dominio Psicomotor, refere se dos aspectos
sensorio-motriz e do movimento dos musculos. Neste caso por exemplo para um professor
de lingua Portuguesa pode pedir para o aluno ler um texto na aula de leitura e interpretação
e verifica como é que o aluno pronuncia as palavras, a velocidade na leitura e a entoação.

6. Tipos de questões quanto a redacção


Quanto a redacção, as questões dos testes podem ser Objectivas e Subjectivas.
As questões objectivas sao perguntas que exigem respostas exactas, inequivocas,limitando a
liberdade de resposta do aluno. Estas perguntas classificam se em:
 perguntas de escolhas múltiplas;
 questões alternativas;
 questões de emparelhamento;
 preenchimento de espaços vazios;
 ordenação e legendagem.
Para Abrecht (1994: 97-98) diz que as perguntas de escolha múltiplas apresentam
enunciados e varias respostas possíveis para o aluno identificar a resposta ou respostas
certas, podendo apresentar as seguintes variantes:
 identificação da única resposta certa;
 identificação da melhor resposta;
 descoberta da unica resposta falsa;
 descoberta de todas as respostas certas;
 descoberta de respostas que fornece a ordem exacta de uma serie de respostas.
As questões Subjectivas são perguntas que dão uma certa liberdade de resposta por parte
do aluno.As perguntas subjectivas aparecem da seguinte forma:
 fale sobre, de a sua opinião sobre, compare, diferencie, caracterize, analise, sintectise,faca
uma redaccao sobre, descreva.

7. Classificação dos testes


Os testes podem classificar se quanto a redacção de questões e a periodicidade.
 quanto a redacção de questões os testes classificam se em: objectivos e subjectivos;
 quanto a periodicidade estes podem ser diagnósticos, permanentes, periódicos e finais.

8. Conclusão
A avaliação no seio da actividade de aprendizagem é uma necessidade, tanto para o
professor como para o aluno. A avaliação permite ao professor adquirir os elementos de
conhecimentos que o tornem capaz de situar, do modo mais correcto e eficaz possível, a
ação de estímulo, de guia ao aluno. A este último, então permite verificar em que aspectos
ele deve melhorar durante seu processo de aprendizagem.
A avaliação reflecte sobre o nível do trabalho do professor como do aluno, por isso a sua
realização não deve apenas culminar com atribuição de notas aos alunos, mas sim deve ser
utilizada como um instrumento de colecta de dados sobre o aproveitamento dos alunos.
Esta, porém, determina o grau da assimilação dos conceitos e das técnicas ou normas;
ajudam o professor a melhorar a sua metodologia de trabalho, também ajuda os alunos a
desenvolverem a auto confiança na aprendizagem do aluno; determina o grau de assimilação
dos conceitos.
A avaliação, em síntese, serve de informação para a melhoria não só do produto final, mas
do processo de sua formação. Se a avaliação falhar, não será possível dispor de orientação
sobre a relação entre o plano e os resultados obtidos. Daí resultam a frustração, a sensação
de insegurança, a falta de direção precisa.
A avaliação diagnóstica deve acontecer no início de cada ciclo ou ano letivo, pois assim fica
mais fácil detectar os erros e planejar as atividades que serão realizadas. Avaliação
formativa tem como propósito informar ao professor e aluno sobre os resultados da
aprendizagem, durante as atividades escolares. Onde possibilita a reformulação no mesmo e
assegurar o alcance dos objetivos. Tem o nome formativa, pois indica como os alunos estão
se modificando em direção aos objetivos. A avaliação somativa tem a função de classificar os
alunos ao final da unidade, semestre ou ano letivo, segundo níveis de aproveitamento
apresentados. Objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos
têm sido alcançados ao longo e ao final de um curso.
A maioria dos professores concorda, segundo estudo de Frary, Cross e Weber (1993), que a
avaliação tem de considerar a destreza do aluno, o seu esforço e o seu comportamento.
Mas para que seja possível uma avaliação alternativa, segundo Fernandes (1993), é
necessário atribuir-se relevo aquilo que os alunos sabem, segundo o princípio da
positividade, que os instrumentos sejam diversificados, que a avaliação concorde com o
currículo, as estratégias e as metodologias de ensino, devendo existir coerência entre as
tarefas de aprendizagem e a avaliação.
Os professores deverão conhecer os tipos da avaliação que efectivamente concretizam no
seu dia-a-dia e desenvolver compromissos que se orientem para novas práticas avaliativas.
Essa consciencialização e esse compromisso implica a reflexão baseada na prática, de tal
modo que possa valorizar diferentes modalidades de avaliação pela experiência da utilidade
das mesmas. Esta componente de reflexão a partir de situações reais de avaliação, de
integração entre teoria e prática, parece-nos fundamental para garantir práticas profissionais
de avaliação de qualidade.

9. Bibliografia
ABRECHT, R Avaliacao formativa 1 edicao. Rio Tinto, Edicoes ASA 1994 páginas (31-38).
BRUNER e ZELTNER Dicionario de Psicopedagogia e psicologia Educacional.
Petropoles, vozes, 1994.
FIRME, T. P. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro
1994.
GADOTTI, M. Uma escola para todos os caminhos da autonomia escolar. Petrópolis:
Vozes, 1991.
LIBÂNEO, José; A Prática Pedagógica de Professores da Escola Pública. São Paulo,
1985.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
MELO, M. M. (org.) Avaliação na educação. São Paulo: Editora Melo, 2007.
MINED, regulamento geral do ensino básico. Maputo, 2003
PILET, Nelson; Psicologia Educacional, Editora Ática, 17ª Edição, São Paulo, 2000.

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