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RESUMO: A avaliação da aprendizagem constitui uma fase primordial para o ensino em todas as fases escola-
res, sendo o caminho pelo qual é possível saber se a aprendizagem foi ou não alcançada. Nessa perspectiva, a
avaliação tem sua relevância em sala de aula uma vez que fornece subsídios para o professor desenvolver seu
trabalho voltado a atingir a aprendizagem do aluno. A presente comunicação possui como objetivo analisar a
concepção e os métodos que pautam a prática avaliativa de uma professora do 2º ano do ensino fundamental,
bem como os efeitos referentes aos resultados de aprendizagem. Para as análises dos dados fundamenta-se nos
estudos de Haydt (2002; 2004) Hoffamann (2003; 2006) Libâneo (1994) Luckesi (2005) Vasconcellos (2005)
entre outros que abordam e socializam o estudo da avaliação como prática educativa. Trata-se de uma pesquisa
teórico empírica, constituída pela aplicação de cinco questões discursivas destinadas à professora. Os relatos
contidos no questionário permitem analisar que os efeitos atingidos na aprendizagem dos alunos possuem re-
lação com a concepção adotada pela professora em sua prática avaliativa.
1. INTRODUÇÃO
Este texto foi produzido a partir da pesquisa da prática avaliativa de uma professora do 2º no do Ensino
Fundamental, para tanto é necessário compreender a natureza do tema em questão. A avaliação faz parte de
nossas vidas. Desde o nosso nascimento somos acompanhados, e assim o processo avaliativo tem seu começo:
pelo médico, por nossos pais até chegarmos à escola. A avaliação fundamenta sua relevância na medida em
que ela fornece subsídios que proporcionam ao professor desenvolver um trabalho voltado a atingir a aprendi-
zagem do ensino pelo aluno, sendo assim, é necessário que ele (professor) tenha esse principio muito claro em
sua concepção. Nesse sentido, definimos que os objetivos constituindo as metas a serem alcançadas. Sendo que
o trabalho realizado prioriza analisar a prática avaliativa de uma professora do 2º ano o que inclui identificar
sua concepção da avaliação em sala de aula, apontando os métodos utilizados por ela, bem como os efeitos
causados na aprendizagem dos alunos.
Portanto, o presente artigo expõe seu conteúdo inicialmente pela revisão bibliográfica constituída pe-
los autores que abordam o tema, a seguir apresenta-se a metodologia utilizada para desenvolver a pesquisa
e as análises dos dados coletados até o momento, por fim consideramos a conclusões obtidas pelas análises
realizadas.
Este estudo abordou autores que discutem a avaliação como instrumento da aprendizagem, sendo um
processo construtivo da uma prática avaliativa.
Destacando, por exemplo, as idéias de Hoffmann (2003; 2006) com Avaliação: mito e desafio uma
perspectiva construtivista que discute a avaliação numa tentativa de desmistificação em torno do currículo do
professor. A autora busca traçar caminhos destacando a experiência de professores na prática avaliativa mos-
trando a importância de discutir sobre a questão melhoria da qualidade de ensino, numa perspectiva inovadora
de avaliação, que considera o amadurecimento do aluno.
Em Avaliação do Processo Ensino – Aprendizagem Haydt (2004) conceitua o termo avaliar estando
associado a fazer prova, fazer exame, atribuir nota, repetir ou passar de ano, isso é resultado de uma concep-
ção pedagógica arcaica, onde a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações
prontas e o aluno é visto como ser passivo e receptivo, onde a avaliação restringe a quantidade de informações
retidas, assumindo um caráter seletivo e competitivo.
No quadro abaixo e possível evidenciar a distinção entre testar, medir e avaliar.
3. Metodologia
A pesquisa se configura por uma metodologia de caráter teórico – empírico procedimento que envolve
trabalho de campo e revisão teórica afim de que após a coleta dos dados possa ser desenvolvida a análise dos
dados, na teoria tida por referencial. Tendo a avaliação como objeto de estudo os colaboradores da pesquisa
foram uma professora do 2º ano do Ensino Fundamental, e eventualmente os alunos154.
No contexto da sala temos a professora e seus 29 alunos. Formada em História (nível superior), desde
1994, trabalhando na Educação há 25 anos, e atuando em sala de aula nos anos iniciais há 16 anos, a professora
trabalha 40 horas semanais, nos turnos matutino (2º ano) e vespertino (1º ano). Para coleta dos dados foi entre-
gue à professora um questionário contendo cinco questões discursivas em que ela deveria descrever aspectos
de sua prática avaliativa.
154 Ressaltamos que estando a pesquisa em andamento apenas a professora participou até o presente momento, havendo necessidade os alunos serão
solicitados a colaborar com o estudo.
4. Apresentação e análise dos dados
As questões perguntadas à professora forma elencadas em tabelas, abrangendo. Posterior a cada qua-
dro de pergunta e resposta apresentamos as análises realizadas com a teoria que ancora o estudo.
“Os métodos que utilizo para avaliar meus alunos são através de leituras, textos orais e es-
critos, histórias, atividades diversificadas, cruzadinhas, desafios, lista de palavras, cartazes
de textos com ilustração, ditado visual, alfabeto móvel, receitas, bulas de remédios, panfletos
de lojas e supermercados, produção de textos através de histórias contadas, quebra cabeça
e jogos variados. Na matemática são usado mais matérias lúdicos”.
Aqui a resposta dada à questão refere-se aos métodos aplicados em duas disciplinas: português e ma-
temática. O que parece reforçar a preocupação que a escola tem no ensino das duas disciplinas. A professora
demonstra abranger várias atividades, mas não especifica a forma de avaliar que utiliza: avaliação inicial, ava-
liação formativa e avaliação final. Assim evidencia que não possui um método para avaliar seus alunos. Para
Haydt (2002), existem três técnicas básicas e uma grande variedade de instrumentos de avaliação: observação,
auto – avaliação e aplicação de provas dos seguintes tipos: argüição, dissertação e testagem. Os instrumentos
podem ser: registro da observação em fichas e caderno, registro da auto avaliação, prova oral, prova escrita
(dissertação o objetiva). Esses instrumentos têm como objetivos básicos: verificar o desenvolvimento cogni-
tivo, afetivo e psicosocial do educando em decorrência das experiências vivenciadas e determinar o aprovei-
tamento cognitivo do aluno, em decorrência da aprendizagem, isto de acordo com a técnica, ou seja, método
escolhido pelo professor.
“Os métodos que eu utilizo e acho que são válidos e os resultados são bem satisfatórios, pois
os alunos conseguem ter uma boa visão e domínio do conteúdo que são repassados.”
A professora demonstra acreditar na eficácia dos métodos que utiliza, tendo como parâmetro a assimi-
lação do conteúdo pelos alunos, porém Luckesi (2004, p. 4-6) em seus estudos nos mostra que a avaliação deve
ser um instrumento de construção da aprendizagem, ele afirma que: “avaliar significa subsidiar a construção do
melhor resultado possível e não pura e simplesmente aprovar ou reprovar alguma coisa.” Diante desse quadro
o que fica evidente é que na visão da professora basta o aluno dizer que entendeu o conteúdo ensinado, para que
a aprendizagem se efetive concretamente na verdade a avaliação serve para orientar os processos formadores,
evitando assim, resultados insatisfatórios.
a) “Nada.”
b) “Eu gostaria que fossemos mais valorizados e respeitados.”
c) “Mesmo que eu queira eu não tenho superioridade para fazer mudanças dentro da escola.”
d) “Na minha sala de aula as mudanças que deveriam ser feitas, já foram realizadas.”
“O bom professor é aquele que é honesto que cumpre rigorosamente seus deveres, tem amor
ao próximo e acredita em Deus.”
Percebemos que há uma grande preocupação da professora em cumprir em as exigências da escola em
detrimento às necessidades do aluno, mas “[...] o equivoco se encontra nas exigências burocráticas da escola
e do sistema.” HOFFMANN (2006, p.15). Também é possível perceber o aspecto da responsabilidade que o
professor deve ter no cumprimento das suas tarefas. Vale ressaltar o aspecto humano, no sentido de afeição
quando a professora fala do amor ao próximo e da fé em Deus. A professora nesse caso não se refere ao tra-
balho docente, não fala das atribuições cabidas ao professor e não evidencia o papel profissional do professor
enquanto mediador do conhecimento aos alunos. Libâneo (1994, p. 202) afirma que a avaliação pode ajudar na
autopercepção do professor, ele explica que “a avaliação é, também, um termômetro dos esforços do professor.
Ao analisar os resultados do rendimento escolar dos alunos, obtêm informações sobre o desenvolvimento do
seu próprio trabalho.” Sendo papel da avaliação cuidar da aprendizagem o papel do bom professor seria o de
cuidar do ensino, contando então com o respaldo da avaliação.
5. Conclusão
ANDRÉ, M. E. D.A. (Org.). Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 2006.
DEMO, P. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Editora Mediação, 2005.
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Editora Mediação, 2006.
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré – escola à universidade. Porto
Alegre: Editora Mediação, 2003.
VASCOCELLOS, C.S. Avaliação da aprendizagem: praticas de mudança por uma práxis transformadora.
São Paulo: Libertad, 2005.