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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

Clarice José

Dinone Manuel

Dulce Eduardo

Floriana Pedro

Quiteria Da Silva

Salmira Daniel

Zelia José

REGIÃO DA SADC

DESAFIOS DA SADC NA ÁREA DA ELECTRICIDDADE

Quelimane
2024
Clarice José

Dinone Manuel

Dulce Eduardo

Floriana Pedro

Quiteria Da Silva

Salmira Daniel

Zelia José

REGIÃO DA SADC

DESAFIOS DA SADC NA ÁREA DA ELECTRICIDDADE

O trabalho é de caracter avaliativo da


cadeira de Regional 1, a ser submetido
no departamento de educacão
Orientado pelo

docente: D.r. Jóse Nicumua

Quelimane
2024
Índice

1 Introdução ................................................................................................................................. 3

3 Região da SADC ..................................................................................................................... 4

3.1 Objectivos da SADC ........................................................................................................... 4

3.2 Países membros da SADC .................................................................................................. 5

3.2 Mapa dos estados membros da SADC .............................................................................. 6

3.3 Desafios da SADC na área de electricidade ..................................................................... 7

4. Conclusão .............................................................................................................................. 11

5. Referências bibliográficas ................................................................................................... 12


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1 Introdução

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é uma das mais


importantes organizações regionais do continente africano, englobando 16 países e
tendo como objectivo principal promover o desenvolvimento económico, social e
político da região. Dentro desse contexto, a questão da electricidade emerge como um
dos desafios mais prementes enfrentados pela SADC. Nos últimos anos, a demanda por
energia eléctrica na região tem crescido de forma significativa, impulsionada pelo
aumento populacional, pelo desenvolvimento industrial e pela expansão dos sectores
comerciais e de serviços. No entanto, a oferta de electricidade tem enfrentado uma série
de obstáculos, que vão desde a falta de infra-estrutura adequada até problemas
relacionados à gestão e governança do sector.

Neste trabalho, analisaremos os principais desafios enfrentados pela SADC na área da


electricidade, explorando suas causas, impactos e possíveis soluções. Ao
compreendermos a complexidade desses desafios e buscarmos soluções sustentáveis,
poderemos contribuir para o desenvolvimento económico e social da região, garantindo
o acesso equitativo e seguro à energia eléctrica para todos os seus habitantes.

2 Objectivos:

2.1 Objectivo Geral:

 Investigar os desafios enfrentados pela Região da Comunidade de


Desenvolvimento da África Austral (SADC) no sector eléctrico, visando
compreender os factores que impactam a segurança energética e propor medidas
para promover o desenvolvimento sustentável nessa área.

2.2 Objectivos Específicos:

 Identificar os principais desafios relacionados à geração, distribuição e


transmissão de electricidade na região da SADC;
 Avaliar o impacto dos desafios energéticos na economia, sociedade e meio
ambiente dos países membros da SADC;
 Propor medidas e soluções para promover a segurança energética, diversificar a
matriz energética e fortalecer a cooperação regional na área da electricidade
dentro da SADC.
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3 Região da SADC

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é uma organização


regional que visa promover a cooperação e integração económica entre os países do sul
da África.

A SADC Foi criada em 1992, para incentivar as relações comerciais entre seus países
membros. Tem o objectivo de criar um mercado comum, a médio prazo, seguindo o
modelo básico da União Europeia e alguns aspectos do Mercosul. Tem também o
propósito de promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada
região meridional africana.

3.1 Objectivos da SADC

Os principais objectivos da SADC consistem em alcançar o desenvolvimento


económico, a paz e a segurança, o crescimento, reduzir a pobreza, elevar o nível e a
qualidade de vida das populações da África Austral, e apoiar as camadas sociais
desfavorecidas, mediante a integração regional. Estes objectivos deverão ser alcançados
através de uma maior integração regional, assente em princípios democráticos e no
desenvolvimento equitativo e sustentável.

Os objectivos da SADC, estipulados no artigo 5.º do Tratado da SADC (1992) são:

 Alcançar o desenvolvimento e o crescimento, reduzir a pobreza, melhorar o


nível e a qualidade de vida das populações da África Austral e apoiar as camadas
sociais desfavorecidas, mediante a integração regional;
 Promover valores, sistemas e instituições políticas comuns;
 Promover e defender a paz e a segurança;
 Promover o desenvolvimento auto-sustentável, com base na auto-suficiência
colectiva e na interdependência dos Estados-Membros;
 Assegurar a complementaridade entre as estratégias e os programas nacionais e
regionais;
 Promover e maximizar o emprego produtivo e o aproveitamento dos recursos da
região.
 Assegurar o aproveitamento sustentável dos recursos naturais e a protecção
efectiva do meio-ambiente;
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 Fortalecer e consolidar as afinidades e os laços históricos, sociais e culturais


existentes à longa data entre os povos da região.

A SADC tem estado no centro de desenvolvimento político e económico na África

Austral e é um defensor crucial dos esforços de integração regional em África. Os

progressos da SADC fizeram importantes na promoção da cooperação económica,

estabilidade política e desenvolvimento social entre os seus membros. Hoje, a região

conta com 16 Estados membros e continua a desempenhar um papel central na transição

económica e política dos seus membros e na integração da região. Mas a CER

apresentou alguns desafios como, por exemplo: baixos níveis de comércio intra-

regional, lento aprofundamento da integração regional e instabilidade política recorrente

e crescente. O processo de integração regional é complexo. Embora o processo político

de assinatura de acordos estabeleça as bases para as parcerias económicas público-

privadas que, na última análise, resultaram na integração regional, o processo relatado é

linear. Esta edição do Monitor de Integração Regional da PESA fornece uma

actualização sobre o estado actual da integração regional na SADC, avaliando os

desafios, conquistas e perspectivas para o futuro.

3.2 Países membros da SADC

São Países-Membros da SADC: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Malawi,

Maurícia, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles,

Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabué e Ilhas Comores.

Esses países estão localizados no sul da África e formam uma região geograficamente

diversificada, com uma variedade de recursos naturais e economias em diferentes

estágios de desenvolvimento.
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3.2 Mapa dos estados membros da SADC

A SADC tem vários órgãos e instituições que trabalham para promover a integração
regional, incluindo o Conselho de Ministros, o Comité de Coordenação, o Tribunal de
Justiça da SADC e o Secretariado Executivo.

No entanto, é importante notar que a SADC enfrenta desafios em sua busca pela
integração regional, incluindo diferenças de desenvolvimento entre os países membros,
questões políticas e de segurança e obstáculos logísticos e de infra-estrutura. O
progresso em direcção à integração regional pode ser lento e sujeito a retrocessos, mas a
SADC continua a ser um importante fórum para a cooperação entre os países do sul da
África.
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3.3 Desafios da SADC na área de electricidade

Os principais desafios encarados pelo sector da energia na região da SADC são o


acesso a electricidade, a segurança energética, a saúde e o meio ambiente, e
também o financiamento de infra-estruturas.

 Acesso à electricidade

O acesso à rede eléctrica melhorou significativamente desde 2015, com a


implementação de programas de extensão de rede ambiciosos que têm ainda
continuidade em vários Estados-Membros da SADC. O acesso à electricidade em
zonas urbanas é muito superior ao acesso em zonas rurais na maioria dos Estados-
Membros, com a excepção das Maurícias e das Seicheles, para os quais em as
percentagens de acesso rural e urbano são equivalentes e ambas muito elevadas.

O acesso a serviços de electricidade tem sido reforçado pelo contínuo


desenvolvimento de agências e autoridades especializadas em electrificação rural na
Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe, bem como pelo rápido crescimento de empresas
privadas de comercialização de produtos de energia limpa em microescala como,
pico-lanternas, iluminação de rua e energia para bombas de irrigação, sendo que
muitos destes produtos utilizam sistemas pay-as-you-go (PAYG) para gerar
rendimentos e oferecer serviços de assistência.

O Plano de Estratégia e acção Regional para o Acesso à Energia na SADC (REASAP,


Regional Energy Access Strategy and Action Plan), aprovado pelos ministros da
energia da SADC em 2010, está agora totalmente operacional, apesar de a sua primeira
fase operacional expirar em 2020. A REASAP propõe dois objectivos alargados para
o acesso à energia na região:

• Um objectivo estratégico, aproveitar os recursos energéticos regionais para


assegurar, através da acção nacional e regional, que todas as pessoas da região SADC
têm acesso a serviços de energia fiáveis, de custo acessível e sustentáveis para o
meio ambiente;

• Um objectivo operacional, tentar reduzir em metade a proporção de pessoas sem


acesso à electricidade em 10 anos para cada tipo de utilização final, e para voltar a
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reduzir em metade este valor, em períodos sucessivos de cinco anos até haver acesso
universal para todos os utilizadores finais.

 Segurança energética e capacidade energética

As melhorias nas interligações entre países da SADC são um importante factor no


reforço da segurança energética, e o Grupo de Energia da África Subsariana
(SAPP) tem continuado a trabalhar para a melhoria das interligações regionais.
Fundado em 1995, o SAPP tem sido uma grande força na identificação de novos
projectos de transporte e produção e na priorização de projectos, tendo em conta as
necessidades de segurança e abastecimento da região como um todo.

O aumento da segurança energética através de ligações transfronteiriças de transporte


de electricidade não é um fenómeno novo na África Subsariana. No final dos
anos 1950, foi construída uma linha de transporte da RDC (então Zaire) para a
Província de Copperbelt na Zâmbia, que se mantém como o principal centro
mineiro do país. Nessa mesma década, iniciou a construção da barragem de Kariba, um
projecto conjunto entre a Rodésia do Norte e a Rodésia do Sul (agora Zâmbia e
Zimbabwe), com centrais eléctricas situadas em ambos os lados da fronteira. Nos anos
1980, foi planeada a expansão de uma interligação entre o Zimbabwe e o Botswana
(que transportasse electricidade da RDC pela Zâmbia de forma eficaz) para reduzir a
dependência energética do Botswana da África do Sul, mas esta nunca foi totalmente
implementada devido a problemas técnicos. Em meados de 2018, a Angola, o Malawi
e a Tanzânia eram os únicos Estados-Membros da SADC continental sem ligação à
rede SAPP.

No seu relatório anual de 2017, a SAPP indicou que foi delegada uma capacidade de
total de produção equivalente a 4 180 MW em 2016.40 Os projetos foram licenciados
por serviços públicos e IPPs, com as IPPs a contribuírem com 54% (2 236 MW) da
nova capacidade de produção nesse ano.41 Os sistemas de energia renovável
(incluindo a grande hídrica) contribuíram com 21% (886MW) da capacidade de
produção total.42 Em 2017, foi adicionada 3 008 MW de capacidade renovável
instalada, da qual 38,5% era hídrica, 8,9% era solar e 6,7% era eólica.43 Está ainda
planeado o licenciamento para a instalação de 30 646 MW de capacidade renovável
adicional entre 2017 e 2022.
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Estes valores sugerem que os objectivos delineados no plano de infra-estrutura


energética RIDMP para o período de 2012-2027 são concretizáveis, incluindo as
contribuições de 31% de carvão, 24% de hídrica, 15% de eólica, 11% de solar, 11%
de nuclear, 3% de gás natural e 5% de destilados de petróleo.45 Para cumprir estes
objectivos, a capacidade renovável instalada deve aumentar 13719 MW em 2017.
Mesmo com uma contribuição significativamente ampliada da tecnologia hídrica, é
esperado que o carvão continue a ser a fonte de electricidade predominante na região
SADC, em grande parte devido à instalação de capacidade adicional de centrais a
carvão, já planeadas ou em construção no Botswana, Moçambique, África do Sul e
Tanzânia.

 Saúde e meio ambiente

Os Estados-Membros da SADC, com a excepção das Maurícias e Seicheles, continuam


muito dependentes da biomassa tradicional e de outros combustíveis sólidos, como
carvão, para cozinhar, o que conduz a efeitos negativos na saúde, principalmente no
caso das mulheres e crianças, que tendem a passar mais tempo perto de fogueiras e
fogões ou fornos tradicionais.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 174 561


mortes na região SADC foram atribuídas à poluição do ar em zonas de agregados
familiares, principalmente como resultado da utilização de combustível sólido para
cozinhar e para aquecimento. Globalmente, a OMS calcula o número de mortes
prematuras por poluição do ar em zonas de agregados familiares em 3,8 milhões por
ano.

 Financiamento da infra- estrutura

O financiamento da infra-estrutura energética no geral e da energia renovável em


particular, continua a ser um grande desafio para a região da SADC. Vários Estados-
Membros da SADC avançaram com esquemas de financiamento inovadores para
renováveis, por exemplo, a criação de FITs ou de sistemas de concurso
competitivos. Em ambos os casos, o financiamento foi motivado pelo sector privado,
incluindo varias instituições financeira de grandes dimensões e serviços públicos que
estão dispostos a assinar contratos de energia renovável para os serviços públicos.
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Foram propostos programas FIT na África do Sul (agora interrompidos e substituídos


por um sistema de leilões), na Namíbia (para projectos de energia eólica, solar e de
biomassa inferiores a 5 MW), na Tanzânia (para projectos hidroeléctricos de pequena
escala inferiores a 10 MW e para aplicações sem ligação à rede eléctrica) e na Zâmbia
(até 20 MW por instalação). Espera- se que sejam introduzidos em breve novos
programas de FIT em Moçambique e no Zimbabwe, enquanto que, no Botswana, foi
tomada a decisão de adiar o sistema FIT. Espera-se que sejam introduzidos leilões de
energia eólica e solar em Moçambique em2019.

O financiamento a partir dos designados fundos de investimento ambiental e dos


programas de apoio global e regional está a ter um impacto significativo na adopção
de tecnologias de energias renováveis e de eficiência energética. Vários Estados-
Membros da SADC concluíram avaliações rápidas/análises de lacunas ao abrigo da
iniciativa Energia Sustentável para Todos (SEforALL) das Nações Unidas, e vários
desenvolveram as suas agendas de acção e prospecções de investimento.
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4. Conclusão

A análise dos desafios enfrentados pela Região da Comunidade de Desenvolvimento da


África Austral (SADC) no sector eléctrico revela uma série de questões complexas que
impactam profundamente o desenvolvimento socioeconómico e ambiental da região. Ao
longo deste trabalho, examinamos as causas subjacentes à escassez de capacidade de
geração, distribuição e transmissão de energia na região, bem como os efeitos desses
desafios na economia, sociedade e meio ambiente dos países membros da SADC.

Ficou evidente que a dependência de fontes energéticas não renováveis, a falta de


investimento em infra-estrutura adequada, as deficiências na governança e gestão do
sector e os desafios políticos e institucionais têm contribuído significativamente para a
crise energética na região. Além disso, a falta de cooperação regional eficaz tem
limitado os esforços para enfrentar esses problemas de forma coordenada e sustentável.

Em última análise, a superação dos desafios energéticos na região da SADC não apenas
impulsionará o crescimento económico e o desenvolvimento humano, mas também
contribuirá para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e sustentável para
as gerações presentes e futuras.
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5. Referências bibliográficas

Objectivos da SADC disponível em https://www.sadc.int/pt-


pt/p%C3%A1ginas/objectivos-da-sadc.

MEIRA, Kelly Cristin Oliveira. CARVALHO Patrícia Nasser integração regional e


desenvolvimento da SADC.2010.

Relatório da situação das energias renováveis e eficiências na SADC.2018. disponível


em file://Documents/ren21_2018_relatorio-da-situacao-das-energias-renovaveis-e-
eficiencia-energetica-na-sadc_1222.pdf

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