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º ano – Gestão
Gestão
- Paradigmas da gestão
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Introdução à Gestão – 1.º ano – Gestão
- Paradigmas da gestão
Antes de iniciarmos a abordagem às escolas do pensamento ao nível da gestão e por forma
permitir uma mais fácil perceção dessas teorias, importa ter em conta os seguintes
paradigmas ao nível gestão:
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Vários aspetos de cada teoria, que foram dominante num determinado período,
continuam a ser válidos e aplicados atualmente.
Para alcançar o seu objetivo, Taylor desenvolveu a sua teoria com base nas seguintes
principais ideia chave:
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Visão Mecanicista do Homem. O Homem era visto como uma máquina essencial
no sistema produtivo. Desta forma, o trabalhador era reduzido a um puro
executante, onde não lhe era concedida qualquer capacidade de iniciativa.
Superespecialização dos Operários, que por um lado facilita o treinamento e a
supervisão do trabalho, porém, contribui para reduzir a satisfação dos
trabalhadores que apenas têm uma visão limitada do processo produtivo.
Visão Limitada do Homem. O desempenho dos trabalhadores é analisado apenas
pelas tarefas executadas na linha de produção. Taylor defendia que a única
motivação que levava as pessoas a trabalhar, eram apenas as retribuições
financeiras. Não considerava o lado social e humano do trabalhador.
Ausência de Comprovação Cientifica. Apesar de se designar de Administração
Científica de Taylor, a formulação dos métodos e princípios desenvolvidos por
Taylor e seus seguidores foram baseados em conhecimento empírico sem
comprovação científica. Para ser científico, era necessário usar grupos de
controlo, avaliar o grupo com mais produtividade, etc.
Abordagem incompleta da organização, porque as teorias de Taylor focam-se
apenas na parte operacional da organização, também designado de “chão de
fábrica”. São esquecidas questões fundamentais da vida de uma organização como
a parte financeira, comercial, logística, etc.
As organizações eram consideradas como sistemas fechados. Significa que a
organização era vista como um sistema autónomo e fechado, que não sofria
qualquer influência do seu ambiente externo. Taylor preocupa-se apenas com
aquilo que existia dentro da organização, não levando em conta a influência do
seu ambiente externo.
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Ao mesmo tempo que Taylor desenvolvia as suas teorias nos EUA, Fayol desenvolvia a
sua teoria em França, designada de Teoria Geral da Administração. Estamos perante
duas teorias desenvolvidas na mesma época mas em partes do globo diferentes.
Embora haja algo de comum entre os dois (ambos os autores procuravam alcançar a
eficiência nas organizações), podendo mesmo dizer-se que ambos os trabalhos se
complementam. Enquanto que Taylor se preocupou mais com a parte operacional das
organizações, Fayol desenvolveu as suas teorias numa perspetiva global, sendo os seus
princípios destinados à organização no seu todo, focalizando-se essencialmente na
estrutura da organização.
Uma das principais preocupações de Fayol passava por organizar a gestão das
organizações, resultando daí a divisão das organizações em seis funções fundamentais,
concretamente:
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Fayol defendia que a função de administração é diferente das outras funções e, por isso,
criou 14 princípios que devem ser aplicados à gestão, concretamente:
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pelo que os trabalhadores devem orientar a sua atuação de acordo com as regras e
normas da empresa.
4. Unidade de Comando: Cada trabalhador deve receber ordens de apenas uma
pessoa. Desta forma evitar-se-iam mal entendidos.
5. Unidade de Direção: a empresa deve ser orientada para um objetivo comum,
numa direção (única) bem definida.
6. Subordinação do interesse individual ao interesse coletivo: os interesses de
uma pessoa nunca devem ter preferência em relação ao interesse da organização
como um todo.
7. Remuneração do pessoal: a compensação pelo trabalho realizado deve ser justa
tanto para quem recebe, empregado, como para quem paga, o empregador. Para
isso diversas variáveis, como o custo de vida, qualificação do trabalhador, o
sucesso da empresa, o nível de responsabilidade do trabalhador na organização,
etc. devem ser tidas em conta.
8. Centralização: Fayol acreditava que deveriam ser os gestores a tomar a decisão
final, mas eles também precisam de dar autoridade aos seus subordinados para
que eles pudessem realizar o seu trabalho adequadamente. O problema é encontrar
o melhor grau de centralização em cada caso, pelo que, o grau de centralização ou
descentralização da gestão dependerá das características de cada organização.
9. Cadeia de Comando: Numa organização, a linha de autoridade, frequentemente
representada pela linha que une os retângulos de um organograma, vai por ordem
de escalões da gestão de topo até aos níveis mais baixos da hierarquia.
Visualizando um organograma, partindo da base para o topo, cada departamento
está subordinado ao que se encontra numa posição acima, servindo de base a uma
comunicação essencialmente vertical.
10. Ordem: Os materiais como as pessoas devem estar nos lugares certos e nas horas
certas. A ordem está relacionada com o layout da organização, isto é, a divisão da
organização e a disposição do ambiente de trabalho deve respeitar uma sequência
lógica, com o objetivo de combater o desperdício de tempo e recursos, para que
as pessoas e consequentemente a organização seja cada vez mais produtiva.
11. Equidade: os empregados devem ser tratados de uma forma justa e com base em
princípios de igualdade.
12. Estabilidade: Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre
desempenho da empresa e a moral dos funcionários, pelo que a gestão deve ser
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A teoria burocrática está intimamente ligada a Max Weber, um sociólogo alemão, que a
partir do estudo das organizações europeias durante o sec. XIX, marcou
significativamente a história do pensamento em gestão ao apresentar a burocracia como
forma ideal de organização.
Não obrante Max Weber ter vivido entre 1984 e 1920, a sua teoria conheceu significa
divulgação e adesão apenas a partir da década de quarenta, altura em que as suas obras
foram traduzidas para Inglês.
Para resolver estes problemas, a alternativa formulada por Weber foi encontrada na
burocracia, que não é mais do que uma forma de organizar a instituição, baseada em
regras e regulamentos que eram descritos detalhadamente em manuais, o que permitiria
que os gestores, bem como os restantes colaboradores, assentassem a sua atuação em
regras consistentes, completas e com a possibilidade de serem ensinadas. O lema da
Burocracia é de que as regras são essenciais para o funcionamento eficiente de uma
organização. Segundo Max Weber, a organização burocrática deve reger-se segundo os
seguintes princípios:
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Caráter legal das normas e regulamentos - É uma organização ligada por normas e
regulamentos previamente estabelecidos por escrito. É baseada em legislação própria que
define com antecedência como a organização deve funcionar. Em queː
São escritas.
Procuram cobrir todas as áreas da organização.
Possibilitam a padronização dentro da empresa
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Cada participante passa a ter o seu cargo específico, suas funções específicas e
sua área de competência e de responsabilidade;
Cada participante sabe qual é a sua capacidade de comando sobre os outros e quais
os limites de sua tarefa;
O ocupante do cargo não pode fazer o que quiser, mas o que a burocracia impõe
que ele faça;
A disciplina no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um
conjunto de regras e normas, que tentam ajustar o funcionário às exigências do
cargo e das organizações;
Todas as atividades de cada cargo são desempenhadas segundo padrões
claramente definidos.
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Contribuiu para uma avaliação de desempenho mais justa, de acordo com os dados
objetivos e não influenciada por julgamentos subjetivos e emocionais.
A identificação e formalização de um conjunto de competências conduziu a uma
seleção mais racional dos trabalhadores, diminuindo o peso das influências e das
relações pessoais de favoritismo.
A definição clara de regras e sistemas de autoridade facilita, igualmente, o
controlo e a responsabilização, definindo ao mesmo tempo, a quem compete
tomar certo tipo de decisões.
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A teoria das relações humanas, que ganhou visibilidade no final dos anos 20 do século
passado, surge da necessidade de considerar os processos sociais e de grupo no estudo
das organizações, substituindo a conceção, até aí dominante, das organizações enquanto
máquinas.
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Ainda que a teoria das relações humanas seja geralmente vista em oposição à abordagem
científica da gestão (progressivamente responsabilizada pelo aumento do desemprego e
das tensões sociais), é possível vê-la também numa certa perspetiva de continuidade,
sobretudo se atendermos ao facto de a experiência de Hawthorne se ter iniciado com a
investigação dos efeitos da iluminação na produtividade. Pretendia-se saber se o fator
iluminação teria um impacto na produtividade dos operários. Esta experiência foi dividida
em quatro fases.
Na primeira fase foram escolhidos dois grupos de operários, que faziam o mesmo trabalho
e nas mesmas condições. Grupo experimental onde a intensidade da iluminação era
variável. Grupo de controlo onde a intensidade da iluminação era fixa.
Face ao exposto, para a surpresa dos pesquisadores, não foi encontrada uma relação entre
as duas variáveis (iluminação e produtividade dos operários), mas sim a existência de
outras variáveis como o fator psicológico.
1.º Período: Decidiram avaliar a quantidade que era possível produzir em condições
normais, por forma a poder comparar com os restantes períodos.
2.º Período: No segundo período, o grupo de teste foi para a sala de provas, continuando
a trabalhar em condições normais. Este período tinha como objetivo analisar a mudança
de local de trabalho.
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3.º Período: No terceiro período, tanto para o grupo de controlo (grupo grande) como
para o grupo experimental (grupo pequeno constituído apenas por seis operárias), o
pagamento foi feito por tarefa em grupo. O grupo de controlo era muito grande, o que
fazia com que quando cada operária produzisse acima da média, como o valor era
distribuído por todos os elementos do grupo, isso tinha um impacto reduzido no salário.
Já no grupo experimental, como era constituído por um grupo pequeno, quando uma
operária produzia acima na média, tinha um impacto significativo no salário das restantes.
Neste período verificou-se um aumento na produção em ambos os grupos.
5.º Período: No quinto período os inervá-los de descanso previstos nos período anterior
passaram de 5 para 10 minutos, o que fez com que a produção aumentasse novamente.
9.º Período: No nono período, o grupo experimental passou a trabalhar apenas até às 16
horas. Nesta experiência não se verificou um aumento da produção.
10.º Período: Face ao que tinha ocorrido no período anterior, as operárias voltaram a
trabalhar até às 17 horas e verificou-se que a produção continuou a aumentar.
11. Período: Foi retirado o Sábado como dia de trabalho e a produção nesta fase
continuou a aumentar significativamente.
12. Período: Por incrível que pareça, no décimo segundo período, foram retirados todos
os benefícios previstos nos períodos anteriores e a produção alcançou o maior índice de
3.000 peças por pessoa.
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Face ao exposto, os investigadores concluíram que o aumento da produção não podia ser
explicado apenas pelo melhoramento das condições de trabalho. Existia um outro fator,
concretamente o fator psicológico, que já tinha aparecido na experiência sobre
iluminação. Mais uma vez o fator psicológico sobressaiu sobre o fator fisiológico, pois:
Nesta fase, ainda pouco se sabia sobre os fatores determinantes das atitudes das operárias
em relação à supervisão, aos equipamentos de trabalho e a própria empresa.
Dos 40.000 empregados da fábrica, entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de
21.000. Por motivo de grande quantidade de operários, o sistema de entrevistas sofreu
alterações, isto é, passou-se a adotar a técnica da entrevista não-estruturada, na qual o
operário se expressava livremente sem que o entrevistador interferisse ou estabelecesse
um roteiro prévio.
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A 4ª Fase iniciou-se em novembro de 1931 e durou até maio de 1932, tendo como objetivo
analisar a organização informal dos operários.
Para isso foi formado um grupo experimental, composto de nove soldadores e dois
inspetores, sendo que eles eram observados por um investigador e entrevistados
esporadicamente por outro. Nesta fase o salário dos trabalhadores tinha uma parte fixa e
uma parte variável, sendo que o salário dos trabalhadores só poderia aumentar se a
produção do grupo aumentasse.
A experiência de Hawthorne foi o grande marco na teoria das relações humanas e após a
finalização dos estudos, os investigadores chegaram às seguintes conclusões:
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suas normas próprias e elementos com papéis próprios. Uns, por exemplo, podiam
ser identificados como líderes e outros como seguidores. Os que saíssem das
regras por produzirem acima do nível aceite pelos líderes eram afastados, bem
como os que produzissem exageradamente pouco.
Apesar dos reconhecidos contributos, algumas críticas são formuladas à escola das
relações humanas:
Teoria Comportamental
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Apesar das críticas apontadas à teoria de Maslow, ela trouxe importantes implicações no
campo das organizações, nomeadamente a necessidade de compreender o nível a que,
num determinado momento, um trabalhador se situa na hierarquia nas necessidades, para
que depois se pudessem ajustar os incentivos a conceder.
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As Teorias X e Y de McGregor
As teorias X e Y de McGregor foi criada no final da década de 50, pelo psicólogo Douglas
McGregor. Porquê a designação de teorias x e y? O psicólogo não pretendia que fosse
associado qualquer juízo do valor, pelo facto de o grupo de indivíduo pertencer à teoria x
ou y.
A primeira (teoria x) trata-se de um conceito mais antigo baseado numa visão negativa
das pessoas e na desconfiança. De acordo com a teoria X:
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Contrastando com a visão negativa das pessoas traduzida na teoria X a teoria Y baseia-a
na confiança e apresenta um conceito mais atual. A teoria Y defende que:
A adoção de uma ou outra teoria tem implicações importantes na gestão das organizações.
McGregor, não obstante reconhecer que muitos gestores ainda se inclinam para a teoria
X, considera no entanto que a teoria Y é mais realista e os seus pressupostos têm mais
validade. A aceitação da teoria Y conduzirá a técnicas de gestão mais participativas, com
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Exemplo: Imaginemos o corpo humano que é composto por diversas partes que estão
interrelacionadas, ou seja, umas dependem das outras. Cada órgão é responsável por uma
ou mais atividades sendo que todos os elementos desse sistema possuem um objetivo
comum, que é manter o corpo humano em funcionamento. Se existir uma alteração num
dos órgãos, isso vai ter um impacto no todo.
Passando do campo da biologia para o campo da gestão, a teoria sistémica fornece uma
forma de olhar as organizações como um todo, considerando as suas interações com o
meio envolvente e a relação de interdependência entre os vários subsistemas, cujo
funcionamento do sistema é norteado por um objetivo comum. Ao assumir uma
perspetiva sistémica, o gestor tem em atenção todos os elementos organizacionais que são
afetados por uma determinada decisão.
Sistemas Fechados
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Sistemas Abertos
Aquilo que acabámos de expor nos dois parágrafos anteriores podemos observar no
esquema seguinte.
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Fronteiras: São elas que separam o sistema do meio ambiente e estabelecem o domínio
das atividades organizacionais. São limites a partir dos quais deixamos de estar no sistema
e passamos a estar no ambiente.
Sinergia – Corresponde à ideia de que “o todo é maior do que a soma das partes”, ou
seja, o resultado da interação entre as partes é maior do que a mera soma dos componentes
do sistema. Exemplo: A soma de todas as células de um corpo humano, não é um conjunto
de células, mas sim um ser humano, isto é, algo superior.
Holismo – O sistema é um todo em que qualquer mudança numa das componentes tem
impacto noutros elementos do sistema, porque as partes estão interrelacionadas.
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Ao adotar uma abordagem sistémica, ao nível das teorias da gestão foram identificados
os subsistemas principais que compõem as organizações.
Subsistema de valores - diz respeito aos seus fins e valores da organização. Sendo a
empresa um subsistema da sociedade onde se insere, é natural que uma boa parte dos seus
valores sejam determinados pelo contexto sociocultural em que se insere.
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Para concluir a abordagem sistémica, importa voltar a frisar que a sua principal vantagem
prende-se com o facto de pôr em evidência as relações da organização com o meio
envolvente, negligenciado pelas abordagens anteriores. Com a adoção da perspetiva
sistémica, a evolução das organizações passa a ser considerada como um processo natural,
dado que as mesmas para sobreviverem têm a necessidade de se adaptar a um meio
envolvente cada vez mais dinâmico e em contante mudança.
Daqui resulta que os gestores e os estudiosos das organizações têm de ser capazes de
perceber o contexto que envolve as organizações antes de prescreverem as respostas
organizacionais a adotar. A eficácia das opções tomadas pela gestão depende da sua
adequação às características do meio (externo e interno) da organização.
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Joan Woodward defende que a escolha do tipo de estrutura que melhor se adapta a uma
determinada empresa é influenciada pela tecnologia que ela usa. Assim:
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De acordo com a autora, a tecnologia depende o tipo de produto e mercado e quanto maior
for o ajuste entre a tecnologia e a estrutura, maior é a eficácia da organização.
Face ao exposto, podemos dizer que a teoria neoclássica é considerada uma teoria
eclética, o que significa que não surgiu para se opor a nenhuma outra teoria. O seu âmbito
passa por absorver os conceitos de outras teorias, atualizando-os à realidade atual das
organizações.
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A Teoria Neoclássica é uma teoria que prima pela objetividade. Embora não
desconsidere os conceitos teóricos, apenas são válidos aqueles que forem possíveis de
colocar em prática. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática. Na
Escola Neoclássica os conceitos são desenvolvidos de forma prática e utilizável,
buscando sempre resultados concretos e palpáveis.
Ainda neste ponto, importa destacar na Teoria Neoclássica as principais funções do gestor
desenvolvidas por Fayol (Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar) foram
transformadas em quatro funções (Planear, Organizar, Dirigir e Controlar). As funções
servem para orientar o papel do gestor na empresa.
Os conceitos associados a cada uma das funções do gestor (Planear, Organizar, Dirigir e
Controlar) foram apresentados de forma sumária no capítulo I e serão desenvolvidos mais
aprofundadamente no capítulo III.
As organizações existem, não para si mesmas, mas para atingir objetivos e produzir
resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser
dimensionada, estruturada e orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos
organizacionais e nos resultados pretendidos como forma de avaliar o desempenho das
organizações.
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Quanto aos objetivos gerais: as organizações não vivem para si próprias, mas
são meios para a sociedade melhorar e são órgãos sociais que visam a realização
de uma tarefa social.
Por exemplo, se uma fábrica tiver como objetivo produzir quinhentas mesas por dia, é
relativamente simples avaliar se é ou não eficaz no cumprimento deste objetivo: no final
de cada dia, teríamos de contar o número de mesas produzidas e verificar se atingem as
quinhentas unidades. Se sim, a fábrica é eficaz. Se não, é ineficaz.
Eficiência – está relacionada com o meio, ou seja, com os recursos utilizados para
concretizar o objetivo. Para alcançar a eficiência, em termos económicos as empresas
procuram obter o máximo rendimento com o mínimo de recursos (humanos, financeiros,
materiais, tempo, etc.).
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Centralização/Descentralização
Centralização significa que a autoridade para tomar decisões está centrada no topo da
organização.
Vantagens da Centralização:
As decisões são tomadas por pessoas que têm uma visão global da empresa.
Normalmente as pessoas que estão no topo das organizações estão mais bem
treinadas e preparadas para tomar decisões do que os colaboradores que estão nos
níveis mais baixos.
Desvantagens da Centralização
As decisões são tomadas por administradores que estão distantes dos fatos.
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Vantagens da Descentralização
Permite que os gestores de topo se concentrem nas decisões mais importantes para
a organização.
Contribuiu para a formação dos gestores intermédios e ao mesmo tempo que estes
tenham uma maior consciência dos seus resultados operacionais.
Desvantagens da Descentralização
Ao nível das organizações, importa referir que não existem empresas totalmente
centralizadas e totalmente descentralizadas. Tudo depende das características de cada
organização. A tendência nos tempos atuais é descentralizar para potenciar um melhor
aproveitamento dos recursos humanos da organização.
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A tendência para o fim do emprego tradicional e a sua substituição por novas formas de
trabalho como o emprego flexível, temporário e o teletrabalho, por exemplo, é algo que
nos começa a ser familiar. A ética nos negócios e a responsabilidade social das empresas
e dos gestores são também conceitos que se vão instalando.
Face ao exposto, as organizações atuais tendem a tornar-se cada vez mais achatadas, mais
abertas à inovação, ao autocontrolo, menos burocráticas e mais empreendedoras, onde
muitas vezes não existe uma distinção clara entre gestores e não gestores.
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Bibliografia
Grey, C. (2012). A very short, fairly interesting and reasonably cheap book about studying
organizations. 3rd ed. London, Thousand Oaks and New Delhi: Sage Publications
O Docente
Pedro Silva
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