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Gestão da informação

(GI) diz respeito a um ciclo de atividade organizacional: a aquisição de informações a partir


de uma ou mais fontes, a custódia e a distribuição de informações para aqueles que
precisam, e a sua melhor disposição através de arquivamento ou eliminação. Todavia, a
área responsável pelo gerenciamento e administração dos dados gerados por uma
empresa é a gestão da informação.

A gestão refere-se ao processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com


a participação de outras pessoas. Pressupõem a existência de uma organização, isto é,
várias pessoas que desenvolvem uma atividade em conjunto para melhorem atingirem
objetivos comuns. Logo, a gestão moderna exige que a tomada de decisão seja feita com
o máximo de informação.

Informação é um conjunto de dados organizados, que possam construir referências sobre


um determinado fato ou fenômeno. Por meio dela resolvemos problemas e tomamos
decisões, pois o seu uso racional é base do conhecimento. Podemos dizer também que
informação é descrito como dados estruturados, organizados e processados, apresentados
dentro do contexto, o que torna relevante e útil para a pessoa que o deseja.

Há vários conceitos de gestão da informação que surgiram desde o fenômeno da "explosão


informacional" pós II guerra mundial. Segundo Valentim (2004) a gestão da informação é
uma atividade estratégica com o objetivo de identificação e mapeamento das necessidades
de informações dos usuários, proporcionando o suporte necessário para o desenvolvimento
das atividades em uma organização ou qualquer outro contexto que estiver inserido.

A importância da Gestão da Informação se relaciona ao fato da "informação [ser] um ativo


imprescindível para qualquer organização, independente da sua dimensão ou área de
atuação."[1] O seu principal objetivo é identificar e potencializar recursos informacionais de
uma organização ou empresa e sua capacidade de informação, ensinando-a aprender e
adaptar-se a mudanças ambientais (TARAPANOFF, 2006, p.22).

Para Choo (2003) o principal objetivo da gestão da informação é o aproveitamento de


habilidades e recursos de maneira com que os indivíduos da organização aprendam e se
adaptem aos novos contextos internos e de mercado, por exemplo.
A gestão da informação envolve todos os conceitos genéricos de gestão, incluindo:
planejamento, organização, estruturação, processamento, controle, avaliação e relatório de
atividades de informação, tudo o que é necessário para satisfazer as necessidades de
quem possui papel organizacional ou funções que dependem de informações.

TRATAMENTO E DIFUSÃO

Tratamento e Difusão da Informação: Maximizando o Valor dos Dados

Após a recolha de informações, o próximo passo crítico na gestão da informação é o seu


tratamento e difusão eficazes. Este processo envolve a organização, análise e
disseminação das informações de maneira apropriada para garantir que sejam utilizadas
de forma estratégica e produtiva em toda a organização.

Tratamento da Informação: Maximizando a Utilidade dos Dados

O tratamento da informação é uma etapa crucial no processo de gestão da informação, que


visa transformar os dados brutos em informações significativas e úteis para a organização.
Esse processo envolve uma série de atividades destinadas a limpar, organizar, analisar e
enriquecer os dados, a fim de extrair insights valiosos.

Limpeza de Dados:

Este é o primeiro passo no tratamento da informação, onde os dados são examinados em


busca de erros, inconsistências, duplicatas e valores ausentes. A limpeza de dados é
fundamental para garantir a precisão e a integridade dos dados.

Normalização e Padronização:

Os dados frequentemente vêm de fontes diversas e podem estar em formatos diferentes.


Normalizar e padronizar os dados envolve transformá-los em um formato consistente e
uniforme, facilitando a análise e comparação entre eles.

Organização e Estruturação:

Os dados precisam ser organizados de maneira lógica e estruturada para facilitar sua
análise e recuperação posterior. Isso pode incluir categorização, indexação e atribuição de
metadados aos dados.
Análise de Dados:

Uma vez que os dados estejam limpos e organizados, eles podem ser submetidos a
análises mais aprofundadas para identificar padrões, tendências e insights relevantes. Isso
pode envolver técnicas estatísticas, modelagem de dados, mineração de dados e análise
de séries temporais, entre outras abordagens.

Enriquecimento de Dados:

Em alguns casos, pode ser necessário enriquecer os dados existentes com informações
adicionais de outras fontes para torná-los mais completos e informativos. Isso pode incluir
dados externos, como dados demográficos, geoespaciais ou de mercado.

Segurança e Privacidade:

Durante todo o processo de tratamento da informação, é fundamental garantir a segurança


e a privacidade dos dados, especialmente quando se trata de dados sensíveis ou
confidenciais. Isso envolve a implementação de medidas de segurança, como criptografia,
controle de acesso e conformidade com regulamentações de proteção de dados.

Documentação e Rastreabilidade:

É importante documentar todo o processo de tratamento da informação, incluindo as etapas


realizadas, as decisões tomadas e as transformações aplicadas aos dados. Isso garante a
rastreabilidade e a transparência do processo, facilitando a auditoria e a replicação dos
resultados.
DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO

Acesso e Acessibilidade:

É crucial que as informações tratadas estejam facilmente acessíveis a todos os membros


relevantes da organização. Isso pode envolver o uso de sistemas de gestão de informação
e bases de dados acessíveis por meio de interfaces amigáveis e intuitivas.

Comunicação Efetiva:

Além de tornar os dados acessíveis, é importante comunicar efetivamente os insights


derivados desses dados. Isso pode incluir a apresentação de relatórios, visualizações de
dados interativos que destacam as principais conclusões de forma clara e compreensível.

Personalização:

Reconhecendo que diferentes partes da organização podem ter necessidades e interesses


distintos em relação aos dados, é importante oferecer opções de personalização na difusão
da informação. Isso pode envolver a criação de relatórios ou painéis específicos para
departamentos ou equipes individuais.

Treinamento e Educação:

Para garantir que os membros da organização saibam como interpretar e utilizar os dados
de forma eficaz, pode ser necessário fornecer treinamento e educação sobre os princípios
de gestão da informação, análise de dados e ferramentas relevantes.
PSICOLOGIA DA SAÚDE

Psicologia da Saúde: conceito e aplicação, conselho dos médicos a respeito da saúde


também diz respeito a mente e comportamento. A mente humana precisa de cuidados no
tratamento e prevenção das doenças psíquicas. Para explicar melhor como essa ação
acontece, nós vamos entender o conceito de Psicologia da saúde e a sua aplicação. Índice
de conteúdos:

O que é Psicologia da saúde?

A Psicologia da saúde é um ramo psicológico recente entre os profissionais da saúde.


Essa especialidade tem o intuito de desenvolver e preservar a saúde humana usando
conhecimentos pedagógicos, psicológicos e científicos.

Para a tarefa dessa área, da psicologia, estuda as causas das doenças dos pacientes a fim
de garantir o bem-estar deles.

Origens e aplicação A Psicologia da saúde

Origens e aplicação A Psicologia da saúde é apresentada em 1980 por Matarazzo para


desenvolver uma área dedicada a prevenção e cuidados com a saúde. A princípio, é
considerado o sujeito e seus funcionamentos cognitivos, afetivo, social e comportamental.
Ou seja, se considera a família, doença ou momentos de ajuste psicológico sem alterações
na saúde, como a gravidez ou menopausa.

Nesse sentido, um psicólogo da saúde faz uma intervenção psicológica que ultrapassa o
campo da medicina. Desse modo, fatores econômicos, sociais ou culturais relacionados a
saúde do paciente também são considerados.

A psicologia e saúde, estão presentes em todos os lugares, como na prevenção de


acidentes domésticos ou rodoviários. Como as consultas são feitas. Após entendermos a
importância da Psicologia da saúde, iremos ver como a consulta é realizada.

O psicólogo da saúde faz o que os profissionais chamam de reabilitação psicológica. Em


outras palavras, é ensinado ao doente alguns métodos e técnicas para controlar a doença
e ter bem-estar na sua vida.

Ainda que a pessoa não consiga ser curado das doenças crônicas, ele aprende a cuidar
delas. Por exemplo, quando a pessoa sofre os efeitos da pressão arterial elevada com
frequência. Esse paciente vai aprender técnicas como a meditação, a fim de melhorar o seu
estilo de vida. Dito de outro modo, essa área tenta compreender a parte biológica, social e
psicológica das pessoas.

Objectivos da Psicologia da saúde

Objectivos da Psicologia da saúde, atua como resgatar a visão do ser humano como um
todo. Para esse objetivo reúne conhecimentos de outras áreas a fim de proporcionar clareza
a respeito da saúde mental para a população.

À medida que foram coletados dados sobre a influência do bem-estar mental de uma
pessoa em sua saúde física, tornou-se cada vez mais evidente a necessidade de treinar
profissionais que pudessem servir de ponte entre a psicologia e a medicina. Foi assim que
surgiu a figura do psicólogo da saúde.

Qual é a teoria do reforço de Skinner?

A seguir, veremos quais são os principais métodos usados pelos psicólogos da saúde para
ajudar a prevenir doenças de todos os tipos. Mudança de comportamento a maneira mais
básica pela qual os psicólogos desse ramo podem ajudar seus pacientes a evitar o
aparecimento de doenças é alterando hábitos diferentes que geralmente levam a todos os
tipos de problemas de saúde.

COGNIÇÕES DE DOENÇAS

Problemas cognitivos ocorrem quando uma pessoa tem dificuldades no processamento de


informações, incluindo tarefas mentais como atenção, raciocínio e memória.

Sintomas

Os problemas cognitivos incluem dificuldades em muitas áreas:

• Dificuldade de concentração ou atenção.


• Perda de memória ou dificuldade para lembrar-se das coisas.
• Problemas com a compreensão ou entendimento.
• Dificuldades com o julgamento e raciocínio.
• Habilidades prejudicadas.
• Problemas na execução de várias tarefas.
• Mudanças comportamentais e emocionais.
• Confusão.

Causas

As alterações cognitivas podem ser causadas por vários factores:

• Câncer cerebral.
• Metástases cerebrais.
• Quimioterapia, especialmente em altas doses.
• Radioterapia da cabeça e pescoço ou irradiação do corpo todo.
• Cirurgia do cérebro, em áreas danificadas por uma biopsia ou remoção de tumor.
• Terapia hormonal.
• Imunoterapia.
• Medicamentos antináusea, antibióticos, analgésicos, imunossupressores,
antidepressivos, para o coração ou para tratar distúrbios do sono.
• Infecções, especialmente do sistema nervoso central e as que causam febre alta.

Gerenciamento

Os problemas cognitivos causados por uma condição reversível, como anemia ou um


desequilíbrio electrolítico, geralmente são solucionados com o tratamento adequado. Da
mesma forma, os problemas causados por uma determinada medicação desaparecem
quando cessa o uso da mesma.

O gerenciamento desses problemas, a longo prazo, pode incluir:

• Medicamentos, incluindo estimulantes.


• Terapia ocupacional e reabilitação profissional.
• Reabilitação cognitiva e treinamento cognitivo.

Sugestões para Gerenciar Problemas Cognitivos


• Use um calendário ou agenda diária para não esquecer actividades e datas importantes.
• Peça às pessoas para repetir as informações e anote as novas informações.
• Use lembretes e faça listas.
• Exercite seu cérebro com actividades mentais, como palavras cruzadas, quebra-
cabeças, pintura, tocando um instrumento musical ou aprendendo um novo hobby.
• A actividade física pode aumentar a agilidade mental, tente caminhar, nadar, fazer yoga,
ou jardinagem.

Problemas Cognitivos em Crianças

As crianças pequenas são especialmente sensíveis a longo prazo. Esses déficits são mais
comuns em crianças que fazem quimioterapia ou radioterapia. Crianças tratadas antes dos
cinco anos são mais susceptíveis ao déficit cognitivo.

Os déficits cognitivos a longo prazo podem ocorrer em meses ou até anos após o término
do tratamento e continuar na idade adulta. O déficit cognitivo a longo prazo, em
sobreviventes de câncer infantil pode incluir:

• Diminuição da inteligência geral (QI inferior).


• Deficiência de aprendizagem.
• Decréscimo da capacidade de atenção.
• Desenvolvimento atrasado, incluindo no desenvolvimento social, emocional e
comportamental.
• Desenvolvimento académico inferior, especialmente na leitura, linguagem e matemática.
• Diminuição das habilidades de linguagem receptiva e expressiva.
• Diminuição das habilidades de memória verbal e não-verbal.

O que significa perda cognitiva?

A perda ou declínio cognitivo nada mais é do que a perda da capacidade de realizar


actividades que estão directamente relacionadas ao nosso dia a dia. Por exemplo, lembrar
datas, fazer cálculos, planejar e executar alguma tarefa.
O que causa a perda cognitiva?

O contexto, idade, anos de estudo da pessoa influencia muito na investigação da causa.


Entre os mais jovens, a perda cognitiva está mais associada a depressão, ansiedade,
estresse excessivo, insónia e outros distúrbios do sono, etc.

Quais são os tipos de perda cognitiva?

Aqui destacamos 03 nomenclaturas que usamos na prática clínica.

a) Declínio Cognitivo Subjectivos: É quando a pessoa relata uma perda cognitiva, porém
ela continua exercendo todas as actividades do dia a dia sem maiores dificuldades. Além
disso, a avaliação clínica e neuropsicológica é normal.

b) Comprometimento Cognitivo Leve: É utilizado para descrever aquelas pessoas que


trazem a queixa de perda cognitiva e que já notamos certa dificuldade para realizar algumas
tarefas, como cozinhar, dirigir, trabalhar, etc.

c) Demência:
É a última fase do processo de perda cognitiva. Os pacientes com esse diagnóstico já não
conseguem cuidar das próprias tarefas sozinhos e precisam de auxílio.
Perda cognitiva é o início da Doença de Alzheimer?

Em primeiro lugar, é importante pontuar que há outras causas para a perda cognitiva que
citamos anteriormente e para isso é necessária uma avaliação cuidadosa com o
Neurologista.

O que fazer para melhorar a perda cognitiva?

É necessário buscar um médico neurologista para uma avaliação mais detalhada. Ele pode
te guiar na identificação das possíveis causas e orientar uma investigação adequada.
Lembrem também que hábitos de vida saudáveis como: dormir bem, evitar excesso de
bebida alcoólica, cessar o tabagismo, reduzir o estresse, são medi das que podem ajudar
nessa trajectória.
A EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA DESDE A SUA FUNDAÇÃO E MODELOS
PSICOLÓGICOS

A Psicologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo mental humano e
o comportamento observável. A sua origem remonta ao séc. V a.C., altura em que Platão
e Aristóteles se viam às voltas com muitos dos problemas que ocupam hoje os
Psicólogos. O estabelecimento formal desta ciência deu-se em 1879, em Leipzig na
Alemanha, com o laboratório de Psicologia Experimental de Wundt.

A Psicologia estuda todos os aspectos do funcionamento interno da mente, como a


memória, os sentimentos, o pensamento e a percepção, bem como de funções de
relação, como o comportamento e a fala.

Estuda também a inteligência, a aprendizagem e o desenvolvimento da personalidade.


Alguns dos métodos utilizados em Psicologia são a observação, a recolha de histórias
pessoais e a utilização de instrumentos de avaliação de funções cognitivas, como a
inteligência e a personalidade.

Existem vários ramos especializados, dentro da Psicologia. Algumas das áreas que tem
conhecido um maior desenvolvimento nos últimos anos são a Psicologia Clínica, a
Psicologia Social e das Organizações e a Neuropsicologia.

A Psicologia é uma das disciplinas académicas mais antigas, mas também uma das mais
novas. É que, apesar dos primeiros pensadores e filósofos já se debruçarem sobre
questões que fazem hoje área de estudo da Psicologia, foi no séc. XIX que os
pesquisadores , apoiados na investigação e na experimentação, puderam construir uma
identidade própria, aperfeiçoando os instrumentos, técnicas e métodos de estudo.

Aristóteles (séc. IV a.C.), já descrevia as leis da associação, ao estudar a


aprendizagem. Defendia a ideia de que o corpo e a alma formam uma unidade vital
indivisível e de que “todos os afectos da alma são mostrados por um corpo, pois ao
mesmo tempo que se dão determinações como a coragem, a brandura, o temor, a
piedade, a audácia, a alegria, o amor, o ódio, o corpo experimenta uma modificação.

Sócrates faz a distinção entre conhecimento sensorial e conhecimento racional e utiliza


a argumentação lógica – método sofista (ou socrático) para resolver os problemas da
ética e da estética.
Hipócrates descreve doenças psíquicas através da teoria dos humores e define a saúde
e doença física e mental na base do equilíbrio dos humores, o que põe em causa a origem
mágica e divina de então. Considerava que as relações entre estes humores
determinavam o temperamento e personalidade.

Por exemplo, excesso de bile amarela resultava num temperamento colérico (zangado,
irritado). Também afirma que maltratar o cérebro causa a morte ou a loucura e que a
epilepsia tem origem no cérebro, o que mostra uma concepção orgânica das doenças
mentais.

No séc. XVII, Descartes defende um dualismo corpo- espírito. John Locke vai contra a
tradição de se encararem os fenómenos psíquicos a partir de Deus e propõe a
experimentação e a observação dos fenómenos (empirismo). Faz a distinção entre
experiência externa (sensação) e a experiência interna ( reflexão).

Leibniz considera a existência de fenómenos psíquicos inconscientes, pois fala em


pequenas percepções que podem não se tornar objecto directo do nosso conhecimento,
mas que podem influenciar o nosso comportamento.

Foi há pouco mais de cem anos que os psicólogos definiram os fundamentos da


psicologia e o seu objecto de estudo. Ao longo do séc. XIX, à medida que o método
científico era utilizado para resolver os problemas da psicologia, houve várias
manifestações de que esta disciplina estava a emergir. Dão-se as enunciação das leis
psicofísicas de Weber e de Fechner e a criação de laboratórios de psicologia por Sergi,
em Roma.

Mas foi então, em Dezembro de 1879, que Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório
de psicologia do mundo que permitiu conquistar autonomia para esta disciplina,
emancipando-se da Filosofia. Wundt também criou a revista Philosophische Studien ,
dedicada a relatos de experiências.

A Associação Americana de Psicologia (APA), a primeira organização científica e


profissional de psicólogos, foi fundada em 1892. Depois de estabelecida, a nova
disciplina desenvolveu-se e expandiu-se rapidamente, em especial nos EUA, onde ainda
hoje detém um lugar de destaque na psicologia.
Este crescimento da psicologia tem sido acompanhado por um aumento enorme de
informações provenientes de investigações, artigos teóricos e revisões da literatura, bem
como de uma diversidade de fontes. A psicologia expandiu-se tanto em termos de
número de técnicos, investigadores, académicos e de literatura publicada, bem como em
termos do impacto na nossa vida quotidiana. Todos nós somos de alguma forma
influenciados pelo conhecimento ou trabalho de psicólogos.

O campo de estudo da Psicologia é muito vasto- alguns dos fenómenos que aborda
fazem fronteira com a Biologia, outros com as Ciências Sociais, como a sociologia. De
uma forma geral, esta ciência interessa-se por aquilo que os organismos fazem- o
comportamento e aqui inclui-se a actividade mental.

Algumas das suas vertentes mais importantes são: a Psicologia Clínica, a Psicologia da
Saúde, a Psicologia da Educação, a Psicologia Económica, a Psicologia Política, a
Psicologia do Desporto e a Psicologia do Trabalho e das Organizações.

A Psicologia Clínica é um campo complexo para abarcar o comportamento humano e a


emoção. A Psicologia clínica centra-se na avaliação, tratamento e compreensão de
problemas psicológicos. Procura usar os princípios da psicologia para melhor
compreender, prever e aliviar aspectos intelectuais, emocionais, biológicos, psicológicos,
sociais e comportamentais do funcionamento humano (APA). Assim, a Psicologia Clínica
usa o que é conhecido sobre os princípios do comportamento humano para ajudar as
pessoas com inúmeros problemas e preocupações que experimentam no ciclo de vida,
nas suas relações, emoções e personalidades.

O nascimento da Psicologia Clínica como especialidade, ocorreu em 1896 com a abertura


da primeira clínica psicológica na Universidade da Pensilvânia, por Lightner Witmer
(1867- 1956). Muitos dos seus princípios ainda hoje se aplicam: realizar a avaliação/
diagnóstico antes do tratamento; abordagem multidisciplinar, prevenção dos problemas.

Abordagem Sistémica

Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de Watzlawick. É um


paradigma que emerge das ciências exactas e fornece uma grelha teórica e prática de
compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig von Bertalanffy publicava
uma série de princípios válidos para vários sistemas (biológicos, físico- químicos,
sociais).

O sistema é uma complexidade organizada em múltiplos elementos que estão em


interacção recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto -
organização) ou fechado (entropia).

A perspectiva sistémica constitui um bom suporte teórico para a intervenção,


especialmente em terapia familiar. Estes pressupostos foram aplicados sobretudo na
terapia familiar.

Modelo Cognitivo- Comportamental

Esta perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis. Sugere que as
nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no comportamento.

” O que perturba o ser humano não são os factos, mas a interpretação que ele faz dos
factos”.

As terapias cognitivo- comportamentais compartilham alguns pressupostos básicos,


ainda que existam diferentes abordagens conceptuais e estratégicas para os diversos
transtornos. Há algumas características essenciais no núcleo das terapias cognitivo -
comportamentais (Dobson, 2001):

1- A actividade cognitiva influencia o comportamento

2- A actividade cognitiva pode ser monitorada e alterada.

3- O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva

Esta terapia baseia-se na premissa que uma inter-relação entre cognição, emoção e
comportamento é parte integrante do funcionamento psicológico normal. Um
acontecimento de vida pode despoletar inúmeras formas de agir, sentir e pensar, mas
não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, é o que nós pensamos e
interpretamos sobre esse evento.
AS ABORDAGENS COGNITIVISTAS PODEM-SE DISTINGUIR EM DUAS
TRADIÇÕES:

– Cognitivismo Substantivo Racionalista: Centra-se no conteúdo, pensamento interno,


mecanicista. (Ellis, Beck, Meichenbaum, D´Zurilla, etc)

– Cognitivismo Construtivista Desenvolvimental: O Construtivismo promulga que o


conhecimento e a experiência humana implicam uma proacção activa do sujeito, a
importância das emoções e os problemas psicológicos refletem diferenças entre as
exigências do ambiente e a capacidade adaptativa do cliente.

ABORDAGEM HUMANISTA

Esta abordagem têm as suas origens na filosofia Europeia e no trabalho psicoterapêutico


de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May, Fritz Perls e outros.
Rejeitando as assunções básicas das teorias psicodinâmicas e comportamentalista, os
humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que enfatiza a percepção
individual e a experiência. Tende a ver as pessoas como activas, pensadoras, criativas
e orientadas para o crescimento. Consideram que as pessoas são basicamente bem
intencionadas e que naturalmente lutam pelo crescimento, amor, criatividade e auto -
actualização. Em vez de se centrar na influência do passado, os humanistas focam -se
no “aqui e agora” ou presente.

EXEMPLOS DE CONCEITOS E TÉCNICAS HUMANISTAS

Empatia- capacidade de ver o mundo a partir da perspectiva da outra pessoa. Transmite


a sensação de ser ouvido e compreendido.

Aceitação incondicional- aceitar totalmente os sentimentos e pensamentos do cliente

Auto- actualização- As pessoas tendem a procurar o crescimento e a atingir o seu


máximo potencial.

Congruência- O terapeuta manifesta sentimentos autênticos durante a consulta. É uma


harmonia entre os sentimentos e as acções.
A terapia centrada no cliente é a perspectiva de Carl Rogers e é um dos exemplos mais
clássicos da abordagem humanista. Usa técnicas não directivas como a escuta activa,
empatia, congruência e aceitação incondicional. A empatia sincera é necessária para as
pessoas se sentirem aceites e compreendidas e para permitir o crescimento.

ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA

O expoente moderno mais importante do behaviorismo foi Skinner (1904-1990), que


considerava que o único objecto da psicologia era o comportamento manifesto
(observável).

Nesta abordagem, pretende-se manipular e controlar o comportamento através do


reforço (quando as pessoas têm o comportamento desejado, aumentando a hipótese da
sua ocorrência) e através de castigos (quando as pessoas se comportam de maneira
indesejável).

A aprendizagem pode fazer-se por condicionamento clássico, em um estímulo, até aí


neutro, é associado com dado motivacionalmente significativo e surge uma resposta.

Ex: Condicionamento Clássico de Pavlov:

Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica aparente, para
que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o alimento e um sinal casual
que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a campainha antes de dar comida
ao cão, este começava a salivar quando ouvia a campainha, após alguns ensaios de
associação entre campainha e comida- o que originava o reflexo condicionado.

Uma campainha começava a tocar e passado algum tempo, com a campainha ainda a
tocar, era fornecido ao animal comida. A sequência campainha- comida foi repetida uma
série de vezes. Aos poucos, a quantidade de saliva produzida começou a aumentar logo
após a campainha tocar. O cão salivava ao ouvir a campainha, o que não sucedia no
início da experiência.

A associação repetida entre o som da campainha (estímulo neutro) e a carne,


transformou o estímulo inicialmente neutro (campainha) num estímulo condicionado que
agora provocava a salivação sob a forma de um reflexo condicionado.
No condicionamento operante, há um aumento da probabilidade de resposta num
determinado meio ambiente devido ao reforço da resposta.

Ex: rato que carrega numa alavanca para obter uma recompensa de comida.

Vários autores duvidaram da capacidade deste “behaviorismo radical” para explicar a


complexidade do comportamento humano. As grandes diferenças de personalidade
indicam que não é só importante o que as pessoas fazem, mas também o que pensam e
esperam (expectativas). Isto levou a uma evolução do comportamentalismo, aceitando
conceitos como expectativa e crença. Estes são os teóricos da aprendizagem social,
como Albert Bandura e Walter Mischel.

ABORDAGEM PSICODINÂMICA

Foi fundada com o trabalho de Sigmund Freud. Muitos neo- Freudianos e outros
revisionistas fizeram uma grande adaptação, desenvolvimento e mudança na abordagem
básica de Freud. Esta abordagem ainda mantém certas concepções sobre o
comportamento humano e problemas psicológicos.

Defende que o comportamento humano é influenciado por desejos intra-psíquicos,


motivações, conflitos e impulsos. Os mecanismos de defesa do ego (adaptativos ou não),
são utilizados para lidar com com conflitos, desejos, necessidades e fantasias não
resolvidos, que contribuem para o comportamento normal ou anormal. As experiências
precoces na infância desempenham um papel fundamental no desenvolvimento
psicológico e no comportamento adulto. A compreensão destas influências inconscientes
e a sua discussão e integração nas experiências quotidianas ajuda a melhorar o
funcionamento psicológico. A relação de transferência que se desenvolve entre o cliente
e o terapeuta também ajuda a melhorar o funcionamento psicológico.

Freud desenvolveu uma compreensão do comportamento humano baseado em três


estruturas mentais, que normalmente estão em conflito:

– o Id, desenvolvido à nascença, funciona segundo o princípio do prazer e representa


todos os desejos e necessidades mais primitivos. O Id não conhece juízos de valor,
moral, ou o bem ou o mal. O Id procura a satisfação imediata sem considerar as
circunstâncias da vida real. A nossa energia psíquica básica (líbido) está contida no Id
e exprime-se através da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das
necessidades é preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o id e
o mundo exterior, ajuda nesta interacção.

– o ego, que funciona segundo o princípio da realidade, mantém em suspenso as


exigências para o prazer que provêm do id, até que se encontre um objecto apropriado
para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão. Desenvolve-se cerca do primeiro ano
de idade e representa os aspectos racionais e razoáveis da nossa personalidade,
ajudando-nos a adaptar a um mundo desafiante.

– o superego, que se desenvolve cerca dos cinco anos de idade, quando são
assimiladas as regras de comportamento ensinadas pelos pais, através de um sistema
de recompensas e castigos. Representa a internalização de normas e regras sociais,
culturais e familiares. O superego inclui o ego ideal (a imagem perfeita do que somos e
do que podemos ser) e a nossa consciência (as regras de bons e maus pensamentos e
comportamento).

Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a ansiedade e
desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego. O ego está numa
posição difícil, pois têm de lidar com forças opostas. Os mecanismos de defesa são
estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o indivíduo destes conflitos internos e
em geral, inconscientes. Eles ajudam a lidar, adaptativamente ou não, com a inevitável
ansiedade de ser humano

Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento da


personalidade. No decorrer destes estádios, as crianças são auto-eróticas ao obter
prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio tende a
estar localizado numa determinada zona erógena. Estes incluem as fases oral, anal,
fálica, latente e genital.

– O Estádio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A estimulação da
boca (sugar, morder, etc) é a fonte de satisfação erótica.

– No estádio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm prazer na zona
anal. Nesta fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem reter ou expelir fezes.

– No estádio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica passa para
zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais. Neste estádio há o
desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz desenvolve um desejo
incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o pai. Os medos de retaliação
e de castração resultam na repressão destes impulsos e na identificação com o pai.

O objectivo desta abordagem é o insight- compreensão de factores inconscientes que


levam a comportamentos e sentimentos problemáticos, através de uma análise
aprofundada e cuidadosa do papel de desejos, impulsos e conflitos inconscientes na vida.

Psicologia da Gestalt

Enquanto os Würzburgers debateram com Wundt principalmente sobre questões de mé-


todo, outro movimento alemão, centrado em Berlim, discordou da suposição generalizada
de que o objetivo da psicologia deveria ser transformar a consciência em supostos elemen-
tos básicos. Em vez disso, eles argumentaram que o "todo" psicológico tem prioridade e
que as "partes" são definidas pela estrutura do todo, e não vice-versa. Assim, a escola foi
nomeada Gestalt, um termo alemão que significa aproximadamente "forma" ou "configura-
ção". Foi liderado por Max Wertheimer (1880–1943), Wolfgang Köhler (1887–1967) e Kurt
Koffka (1886–1941). Wertheimer havia estudado o filósofo austríaco Christian von Ehren-
fels (1859–1932), que alegou que, além dos elementos sensoriais de um objeto percebido,
há um elemento extra que, embora em algum sentido derivado da organização do padrão
elementos sensoriais, também deve ser considerado como um elemento em si. Ele chamou
esse elemento extra de Gestalt-qualität ou "qualidade da forma". Por exemplo, quando al-
guém ouve uma melodia, ouve as notas mais algo além delas que as une em uma música
– a Gestalt-qualität. É a presença dessa Gestalt-qualität que, segundo Von Ehrenfels, per-
mite que uma música seja transposta para um novo tom, usando notas completamente
diferentes, mas ainda mantendo sua identidade. Wertheimer adotou a linha mais radical de
que "o que me é dado pela melodia não surge... como um processo secundário a partir da
soma das peças como tal.

A Gestalt-Teoria foi oficialmente iniciada em 1912 em um artigo de Wertheimer sobre o fe-


nómeno phi; uma ilusão perceptiva na qual duas luzes estacionárias, mas piscando alter-
nadamente, parecem ser uma única luz movendo-se de um local para outro. Ao contrário
da opinião popular, seu principal objetivo não era o behaviorismo, pois ainda não era uma
força na psicologia. O objetivo de suas críticas eram, antes, as psicologias atomísticas de
Hermann von Helmholtz (1821-1894), Wilhelm Wundt (1832-1920) e outros psicólogos eu-
ropeus da época.

Os dois homens que serviram como sujeitos de Wertheimer no experimento phi foram Köh-
ler e Koffka. Köhler era um especialista em acústica física, tendo estudado com o físico Max
Planck (1858–1947), mas havia se formado em psicologia com Carl Stumpf (1848–1936).
Koffka também era aluno de Stumpf, tendo estudado fenômenos de movimento e aspectos
psicológicos do ritmo. Em 1917, Köhler (1917/1925) publicou os resultados de quatro anos
de pesquisa sobre aprendizado em chimpanzés. Köhler mostrou, contrariamente às alega-
ções da maioria dos outros teóricos da aprendizagem, que os animais podem aprender por
"súbita percepção" da "estrutura" de um problema, além da maneira associativa e incre-
mental de aprendizagem que Ivan Pavlov (1849–1936) e Edward Lee Thorndike (1874–
1949) havia demonstrado com cães e gatos, respectivamente.

Os termos "estrutura" e "organização" eram focais para os psicólogos da Gestalt. Dizia-se


que os estímulos tinham uma certa estrutura, eram organizados de uma certa maneira, e
que é para essa organização estrutural, e não para os elementos sensoriais individuais,
que o organismo responde. Quando um animal é condicionado, ele não responde simples-
mente às propriedades absolutas de um estímulo, mas a suas propriedades em relação ao
ambiente. Para usar um exemplo favorito de Köhler, se condicionado a responder de certa
maneira à mais clara de duas cartas cinzas, o animal generaliza a relação entre os dois
estímulos, em vez das propriedades absolutas do estímulo condicionado: ele responderá à
mais clara das duas cartas nos ensaios subsequentes, mesmo que o cartão mais escuro
do teste seja da mesma intensidade que o mais leve dos testes de treinamento originais.

Em 1921, Koffka publicou um texto voltado para a Gestalt sobre psicologia do desenvolvi-
mento, Growth of the Mind. Com a ajuda do psicólogo americano Robert Ogden, Koffka
apresentou o ponto de vista da Gestalt a um público americano em 1922 por meio de um
artigo no Psychological Bulletin. Contém críticas às explicações atuais de vários problemas
de percepção e as alternativas oferecidas pela escola da Gestalt. Koffka mudou-se para os
Estados Unidos em 1924, estabelecendo-se no Smith College em 1927. Em 1935, Koffka
publicou seus Princípios da Psicologia Gestalt. Este livro expôs a visão da Gestalt do em-
preendimento científico como um todo. A ciência, disse ele, não é o simples acúmulo de
fatos. O que torna a pesquisa científica é a incorporação de fatos em uma estrutura teórica.
O objetivo dos Gestaltistas era integrar os fatos de natureza inanimada, vida e mente em
uma única estrutura científica. Isso significava que a ciência teria que engolir não apenas o
que Koffka chamou de fatos quantitativos da ciência física, mas os fatos de duas outras
"categorias científicas": questões de ordem e questões de Sinn, uma palavra alemã que foi
traduzida de várias maneiras como significância, valor e significado. Sem incorporar o sig-
nificado da experiência e do comportamento, Koffka acreditava que a ciência se condenaria
a trivialidades em sua investigação dos seres humanos.

LEIS DA GESTALT PARA A ORGANIZAÇÃO

Os processos perceptivos básicos operam de acordo com uma série de


princípios. Esses princípios descrevem como organizamos pedaços e proporções de
informação em unidades que têm significado.
Esses processos são chamados de leis de organização da Gestalt. Foram postulados
no início do século XX por um grupo de psicólogos alemães que se dedicavam ao estudo
de padrões. Eles conseguiram descobrir princípios de importância válidos
para estímulos visuais e auditivos.

Lei do fechamento
Segundo essa lei, costumamos formar grupos em termos de figuras fechadas ou completas,
em vez de figuras abertas. Portanto, tendemos a ignorar as descontinuidades e nos
concentrar na forma geral.

Lei da proximidade
Tendemos a agrupar os elementos que estão mais próximos entre si. Como
consequência disso, a tendência de enxergar letras em vez de pontos na imagem abaixo é
maior:

Lei da semelhança
Agrupamos os elementos de aparência similar. Esse é o motivo pelo qual vemos filas
de maçãs iguais em vez de colunas de figuras diferentes nessa imagem.
Lei da simplicidade
De um modo geral, o princípio gestáltico preponderante é o da simplicidade. Quando
observamos um padrão, o percebemos do modo mais básico e direto possível.
Na seguinte imagem, tendemos a enxergar os ponteiros como uma letra Y. Isso ocorre de
acordo com o princípio da simplicidade, no qual o cérebro “vê” o que é mais simples de
entender.
Como os ponteiros estão rodeados por outras letras, pensamos que são mais uma que, em
conjunto, formam a palavra TYME. Embora também possa estar presente a lei da
proximidade, devido ao fato de os ponteiros estarem próximos a outras letras. Ou ainda o
princípio da semelhança. Por não haver diferenciação de cores nem linhas curvas,
pensamos que se trata de mais uma letra.

Como vemos, essas leis de organização da Gestalt são extremamente importantes para
entender a nossa percepção. Organizamos os estímulos de forma a dar-lhes sentido,
atendendo a diferentes princípios ou leis. A explicação se baseia no fato de que o
cérebro precisa simplificar o que percebe para tornar a interpretação mais acessível.

A APRENDIZAGEM

Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,


comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado
de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser
analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de
aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em humanos
e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais.

Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser


devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo da
aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicologia, psicologia, educação
e pedagogia. Outra característica da aprendizagem é a temporalidade e a ciclicidade dos
conteúdos a serem aprendidos, que além de estruturantes e acumulativos (não se pode
aprender a interpretar um texto escrito, sem antes aprender a ler[1]), estão atrelados e
podem variar de acordo as necessidades de um sujeito e de um tempo histórico.
Diferenças entre aprendizagem e tendências inatas

O comportamento inato pode ser classificado em 3 tipos de atividades: reflexos, tropismos


e instintos.
Diferença entre maturação e aprendizagem

Como os processos de maturação também envolvem mudança é preciso saber quais


dessas mudanças são ocasionados pelo crescimento, propriamente dito, ou pela
aprendizagem
Diferença entre fadiga e aprendizagem

A fadiga pode ser vista quando após uma atividade repetida muitas vezes em curto espaço
de tempo seja identificada uma perda da sua eficiência. Ou seja, a fadiga é um produto da
prática.

"A aprendizagem é uma mudança relativamente duradoura de comportamento resultante


da experiência. Ela ocorre quando os organismos se beneficiam da experiência para que
seus futuros comportamentos sejam mais bem adaptados ao ambiente.
Características da aprendizagem

Em razão disso, Pozo (2002) prefere não criar uma definição formal de aprendizagem.
Acreditar ser mais útil pensar em quais seria as melhores características para uma boa
aprendizagem. Ele sugere 3 três tipos de aprendizagem:

a) a aprendizagem produz mudanças duradouras;

b) a aprendizagem deve ser transferível para outras situações;

c) a aprendizagem é consequência direta da prática realizada.

O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos


externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que
podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que
ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social.
O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget
O papel da equilibração

Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto
de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um
mecanismo autorregulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente
dela com o meio ambiente.
O processo de aprendizagem pós-piagetiano

Paín (1989) descreve as modalidades de aprendizagem sintomática tomando por base o


postulado piagetiano. Descreve como a assimilação e a acomodação atuam no modo
como o sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado, tendo assim características
de um excesso ou escassez de um desses movimentos, afetando o resultado final. Na
abordagem de Piaget, o sujeito está em constante equilibração. Paín parte desse
pressuposto e afirma que as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a
uma hiperatuação de uma dessas formas, somada a uma hipoatuação da outra gerando as
modalidades de aprendizagem sintomática a seguir:
Hiperassimilação

Sendo a assimilação o movimento do processo de adaptação pelo qual os elementos do


meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem
sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz
não se resigna ao aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos.
Esta sintomatização vem acompanhada da hipoacomodação.
Hipoacomodação

A acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A sintomatização


da acomodação pode dar-se pela resistência em acomodar, ou seja, numa dificuldade de
internalizar os objetos (Fernández, 1991 p. 110).
Hiperacomodação

Acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a uma pobreza
do contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica. Essa
sintomatização está associada a hipoassimilação.
Hipoassimilação

Nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na pobreza no contato
com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo, apenas acomodá-lo.

A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e acomodação


estão em equilíbrio. O que caracteriza a sintomatização no aprender é predomínio de um
movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da assimilação, as dificuldades de
aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos
de modo subjetivo, não internalizando as características próprias do objeto. Quando a
acomodação predomina, o sujeito não empresta sentido subjetivo aos objetos, antes,
resigna-se sem criticidade.
O processo de aprendizagem em outras concepções

O mito de que o Behaviorismo considera que o processo de aprendizagem se dá baseado


na relação estímulo-resposta é uma noção falha de alguns leigos em educação.O aprender
esta diretamente relacionado a relação entre o indivíduo e seu meio e como esse atua sobre
ele. Falar em behaviorismo é fala de diversos tipos de behaviorismo, sendo os mais comuns
o Behaviorismo Radical e o Interbehaviorismo. Essa noção leiga refere-se a linha teórica
ao Behaviorismo Metodológico, que não existe desde a década de 30.

O PAPEL DA MEMÓRIA NA APRENDIZAGEM

Independente da escola de pensamento seguida, sabe-se que o indivíduo desde o


nascimento, utilizando seu campo perceptual, vai ampliando seu repertório e construindo
conceitos, em função do meio que o cerca.

Estes conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens dos sentidos
são fixadas e relembradas por associação a cada nova experiência. Os efeitos da
aprendizagem são retidos na memória, onde este processo é reversível até um certo tempo,
pois depende do estímulo ou necessidade de fixação, podendo depois ser sucedido por
uma mudança neural duradoura.
Memória de curto prazo

A memória de curto prazo é reversível e temporária, acredita-se que decorra de um


mecanismo fisiológico, por exemplo um impulso eletroquímico gerando um
impulso sináptico, que pode manter vivo um traço da memória por um período de tempo
limitado, isto é, depois de passado certo período, acredita-se que esta informação se
desvanece. Logo a memória de curto prazo pouco importa para a aprendizagem.
Memória de longo prazo

A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transformações na


estrutura química ou física dos neurônios.

Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma importância primordial nos estímulos que
levam aos mecanismos de lembranças como imagens, odores, sons, etc, que, avulsos
parecem ter uma localização definida, parecendo ser de certa forma blocos desconexos,
que ao serem ativados montam a lembrança do evento que é novamente sentida pelo
indivíduo, como por exemplo, a lembrança da confecção de um bolo pela avó pela
associação da lembrança de um determinado odor.

As influências e os processos

A aprendizagem é influenciada pela inteligência, motivação, e, segundo alguns teóricos,


pela hereditariedade (existem controvérsias), onde o estímulo, o impulso, o reforço e a
resposta são os elementos básicos para o processo de fixação das novas informações
absorvidas e processadas pelo indivíduo.

O processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo do comportamento.


Alguns autores afirmam que certos processos neuróticos, ou neuroses, nada mais são que
uma aprendizagem distorcida, e que a ação recomendada para algumas psicopatologias
são um redirecionamento para a absorção da nova aprendizagem que substituirá a antiga,
de forma a minimizar as sintomatizações que perturbam o indivíduo. Isto é, através da
reaprendizagem (reeducação) ou da intervenção profissional através da Psicopedagogia.

A motivação

Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a
estudar. Motivado, um indivíduo possui uma atitude activa e empenhada no processo de
aprendizagem e, por isso, aprende melhor. A relação entre a aprendizagem e a motivação é
dinâmica: é frequente o Homem interessar-se por um assunto, empenhar-se, quando
começa a aprender. A motivação pode ocorrer durante o processo de aprendizagem.
ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo


de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo.
Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias
representativas dos estilos de aprendizagem:

• Visual: aprendizagem centrada na visualização;


• Auditiva: centrada na audição;
• Leitura/escrita: aprendizagem através de textos;
• Ativa: aprendizagem através do fazer;
• Olfativa : através do cheiro pode possibilitar conhecimento já adquirido anteriormente,
como o deitar de gases, são exemplos de uma aprendizagem olfactiva.
Aprendizagem Condicionada

O reforçamento, é uma noção que provém da descoberta da possibilidade que é possível


reforçar um padrão comportamental através de métodos onde são utilizadas as
recompensas ou castigos.

ATENÇÃO
Neuropsicologia da atenção
O modelo cognitivo do sistema atencional humano proposto e revisado por Posner (2012)
envolve três componentes dissociados: alerta, orientação e atenção-executiva (ou vigília,
processos atencionais automáticos e processos atencionais controlados, dependendo da
tradução).
O primeiro processo – vigília - diz respeito a ativação e a responsividade do sistema
nervoso central a estímulos internos e externos, envolvendo a ativação de regiões
subcorticais como o tronco encefálico, o tálamo e o diencéfalo.
O segundo processo - Os processos atencionais automáticos representam um sistema
relacionado ao direcionamento do foco atencional diante de estímulos ambientais.
Envolvem a modulação dos recursos sensoriais e de processamento com relação ao
estímulo-alvo, além do uso de esquemas fortemente consolidados pelo organismo, como a
leitura e a contagem. Esse segundo aspecto da atenção é muito associado a regiões
posteriores do córtex cerebral, sobretudo os lobos occipitais e parietais. Além disso, esse
sistema apresenta também conexões com regiões dos lobos frontais relacionadas aos
movimentos oculares e manuais e a linguagem expressiva.
Processos atencionais automáticos encontram grande sobreposição com o conceito de
velocidade de processamento, domínio cognitivo, comumente encontrado em estudos de
natureza psicométrica, que se relaciona a velocidade de execução de diferentes tarefas,
das mais simples as mais complexas. Seus principais correlatos neurobiológicos seriam as
fibras de substância branca, que conectam diferentes regiões do encéfalo, e regiões
corticais posteriores.
O terceiro processo - Os processos atencionais controlados, que envolvem recursos
de natureza executiva, permitindo ao sujeito a mudança voluntaria de foco, a manutenção
do tônus atencional (duração do foco atencional) e a resolução de conflitos atencionais em
situacões que demandam inibição, flexibilidade e alternância.
Esses últimos processos são fortemente associados a regiões anteriores do sistema
nervoso central, incluindo as porções anteriores do giro do cingulo.

Os processos atencionais controlados, por sua vez, apresentam grande sobreposição


com o conceito de funções executivas. No modelo proposto por Diamond (2013), os
processos atencionais controlados integrariam os componentes de controle de
interferência, parte do sistema de controle inibitório, um dos aspectos fundamentais do
funcionamento executivo (Fan, McCandliss, Fossella, Flombaum, & Posner, 2005; Posner,
2012).
Embora esses três sistemas apresentem natureza modular, são fortemente
interconectados.
Assim como as funções executivas, o desenvolvimento dos diferentes sistemas atencionais
apresenta uma curva em forma de “U” invertido, mostrando-se ainda em desenvolvimento
durante a infância e adolescência e apresentando relativa estabilidade na vida adulta e
declínio na velhice.
Os recursos atencionais são de extrema importancia a todos os aspectos do funcionamento
cognitivo, sendo preditores importantes da aprendizagem e solução de problemas em
diferentes fases do desenvolvimento. O declínio cognitivo característico do envelhecimento
cognitivo normal pode, inclusive, estar relacionado ao comprometimento dos sistemas
atencionais.
A atenção apresenta aspectos tônicos (manutenção do estado de alerta), motivacionais
(direcionamento facilitado para estímulos emocionalmente relevantes), sensoriais (atenção
dirigida a estímulos ambientais salientes) e executivos (estabelecimento e gerenciamento
deliberado do foco).
Esses últimos aspectos, de acordo com Baron (2004), envolvem a atenção focalizada
(estabelecimento de alvos atencionais e separação entre figura e fundo), sustentada
(sustentação do foco ao longo do tempo), alternada (modificação adaptativa e voluntária do
foco) e dividida (estabelecimento de focos simultâneos).
A atenção tem papel primordial em nosso cotidiano; nossas atividades mentais ocorrem no
contexto de ambientes repletos de estímulos, relevantes ou não, que se sucedem de modo
ininterrupto. Os estímulos que nos cercam (sejam olfatórios, visuais, auditivos etc.) devem
ser selecionados de acordo com os objetivos pretendidos, conscientes ou não. Além disso,
diversas funções cognitivas dependem fortemente da atenção, em especial a memória.
Um déficit atencional pode, portanto, expressar-se em uma ampla gama de sintomas e em
grande espectro de áreas da vida diária.
Uma das características da atenção é a dependência do interesse e da necessidade em
relação à tarefa em questão.
Naturalmente, tarefas que ativam centros encefálicos relacionados ao prazer mais
facilmente mantêm o foco do indivíduo, daí a queixa de que a atenção da criança pode ser
boa “para jogar videogame”, mas não para estudar. Esse tipo de queixa, por outro lado, não
exclui a presença de déficit atencional real.
Existem transtornos que estão associados com a desatenção primária, sendo o mais
frequente deles o TDAH, com prevalência de aproximadamente 5% em crianças e 4% em
adultos (Polanczyk et al., 2007; Kessler et al., 2005).

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO

A avaliação da atenção exige algumas cautelas (Mattos, 2000).


A primeira delas é a necessidade de se investigar diferentes fatores (muito frequentes no
cotidiano) que podem influenciar o exame dessa complexa função, como, por exemplo,
cansaço, sonolência, uso de substâncias psicoativas e álcool, dentre outros.
A segunda, há a necessidade de considerar que os níveis atencionais variam ao longo dos
dias e, frequentemente, ao longo de um mesmo dia: o desempenho deficitário em um
momento isolado não necessariamente implica comprometimento significativo dessa
função.
A terceira, o que se entende por atenção compreende aspectos cognitivos diferentes que
podem exigir tarefas específicas para sua avaliação. A atenção sustentada, por exemplo,
exige testes necessariamente mais longos (mais raramente encontrados na prática clínica);
alguns transtornos primários de atenção, como o transtorno do déficit de atenção
hiperatividade (TDAH), se caracterizam por variabilidade da resposta ao longo do tempo,
exigindo não apenas testes mais longos como também divididos em blocos para análise
comparativa.
A quarta, cumpre ressaltar que vários autores consideram a atenção (ou, pelo menos,
alguns de seus aspectos) como uma função executiva, devendo, portanto, ser interpretada
no contexto dos demais déficits que ocorrem nas síndromes disexecutivas.
A atenção tem sido concebida como um fenômeno complexo que compartilha limites com
habilidades perceptivas (visuais, táteis etc.), memória, afeto e níveis de consciência (Lezak,
2004). Quando realizamos uma avaliação da atenção é obrigatório preceder a das demais
funções. Deve-se sempre considerar o estado de consciência (sob efeito de fármacos ou
de drogas), a motivação, o cansaço, o estado de humor (depressão) e a ansiedade em
completar as tarefas. A presença de dor ou de déficits senso-perceptivos deve ser
considerada.
Existem diversas definições de atenção, e os diferentes termos utilizados por diferentes
autores são frequentemente empregados de forma indistinta.
Visando padronização, abordaremos cinco aspectos, descritos a seguir:
- Alertness ou arousal, que pode ser traduzido como nível de alerta ou ativação. Ela foi
descrita em termos de dois mecanismos relativamente distintos. A ativação tônica refere-
se a um mecanismo sob controle interno, amplamente fisiológico. Ele regula a
responsividade global à estimulação ambiental, incluindo o ciclo sono-vigília, o nível de
vigilância e o potencial para “focalizar”. Corresponde à intensidade em que o indivíduo está
acordado, alerta, pronto para emitir uma resposta.
A ativação fásica refere-se a modificações momentâneas na responsividade,
frequentemente sob controle do meio. Ela “dirige” a atenção para qualquer ponto dos
campos interno ou externo. Os demais parâmetros dependem da integridade desses dois
mecanismos.
- Seletividade. Um dos parâmetros tradicionalmente associados à atenção é a seleção de
parte dos estímulos disponíveis para processamento enquanto se mantém os demais
“suspensos”.
A importância da seletividade é a necessidade de não se processar tudo aquilo que nos é
apresentado nos campos visual ou auditivo, havendo, portanto, necessidade de direcionar
o foco para os estímulos relevantes.
Além dos inúmeros distratores externos, acrescenta-se a gigantesca quantidade de traços
de memória que possuímos e todos os pensamentos ininterruptamente gerados (distratores
internos). Dessa forma, a atenção seletiva refere-se à capacidade de focalizar um estímulo
específico em detrimento de distratores.
Por meio da atenção seletiva, sua atenção consciente focaliza, como um feixe de luz,
apenas um aspecto muito limitado de tudo aquilo que você vivência. Estima-se que os cinco
sentidos assimilem 11 milhões de bits de informação por segundo, dos quais você processa
conscientemente cerca de 40 (Wilson, 2002). Ainda assim, a via inconsciente da mente faz
por intuição grande uso dos outros 10.999.960 bits.
Até ler esta frase, por exemplo, você não havia percebido que seus sapatos estão fazendo
pressão sobre seus pés ou que seu nariz está em sua linha de visão. Agora, de súbito, o
foco de sua atenção muda de direção. Você sente os pés apertados, o nariz insiste em
invadir a página a sua frente. Ao prestar atenção a essas palavras, você também bloqueou
da consciência informações vindas de sua visão periférica. Porém, você pode mudar isso.
Enquanto olha para o X abaixo, repare no que rodeia o livro (as bordas da página, a
superfície da mesa e daí por diante).
Outro exemplo de atenção seletiva, o efeito coquetel (cocktail party effect), e a habilidade
de prestar atenção a apenas uma voz em meio a várias. (Deixe uma dessas vozes dizer
seu nome, e seu radar cognitivo, operando na outra via de sua mente, trará
instantaneamente essa voz a sua consciência.) Essa audição focada tem um preço.
Imagine ouvir duas conversas por um par de fones de ouvido, um em cada orelha, e ser
solicitado a repetir a mensagem da esquerda enquanto ela e pronunciada.
Ao prestar atenção ao que é dito ao ouvido esquerdo, você não percebera o que e dito ao
direito. Ao ser perguntado depois que língua o ouvido direito escutou, você pode ter um
branco (embora possa informar o sexo da pessoa e o volume da voz
Atenção seletiva - a focalização da percepção consciente em um estímulo particular.
Cegueira de desatenção - não perceber objetos visíveis quando nossa atenção esta
direcionada para outro lugar.
Cegueira para mudança - não perceber mudanças no ambiente.
- Alternância. Corresponde à capacidade de alternar entre um estímulo ou conjunto de
estímulos e outro, ou entre um tipo de tarefa e outra, sucessivamente.
- Divisão. Corresponde à capacidade de focar em dois estímulos distintos
simultaneamente. A atenção dividida é contestada por alguns autores que sugerem que
esta seja apenas uma rápida modificação do foco atencional (atenção alternada), ao passo
que outros sugerem que de fato existe a possibilidade de que o foco atencional possa
realmente ser dividido entre dois estímulos, conforme demonstrado em recente estudo
conduzido em nosso meio (Silva e Ribeiro-do-Valle, 2008).
- Sustentação. Corresponde à capacidade de manter o foco atencional em uma
determinada atividade por um tempo mais prolongado com o mesmo padrão de
consistência; este aspecto engloba tanto a quantidade de tempo na qual o indivíduo
conseguirá manter o foco, como também a consistência de resposta durante este intervalo.
Alguns autores consideram-na sinônimo de atenção concentrada.
A capacidade de seletividade e a alternância estão intimamente associadas à ativação
fásica (são modificações momentâneas na responsividade, frequentemente sob controle do
meio. Ela direciona a atenção para qualquer ponto dos campos interno ou externo); a
sustentação está intimamente relacionada à ativação tônica (a um mecanismo que está sob
controle interno, amplamente fisiológico. Ele regula a responsividade global à estimulação
ambiental, incluindo o ciclo sono-vigília, o nível de vigilância e o potencial para “focalizar”.
Corresponde à intensidade em que o indivíduo está acordado, alerta, pronto para emitir
uma resposta), embora dependa da integridade da primeira.
Na grande maioria de tarefas que exigem atenção, mais de um aspecto está presente, além,
naturalmente, de haver participação de outras funções cognitivas, como percepção visual
ou linguagem, por exemplo.
NEUROFISIOLOGIA DA ATENÇÃO

Existem três grandes circuitos envolvidos na neurofisiologia da atenção.


1. O primeiro deles é a Rede de Atenção Visual, assimétrica (com dominância à direita),
que envolve o lobo parietal direito, os colículos superiores e o núcleo pulvinar do tálamo.
Estudos de neuroimagem funcional demonstram que o lobo parietal direito é ativado
independentemente do local do estímulo no campo visual; lesões têm efeito deletério no
desligamento (disengage) do foco atencional de um local para outro. O núcleo pulvinar do
tálamo parece funcionar como um relé (amplificador) das aferências ao córtex.
2. O segundo circuito envolvido é a Rede Executiva, envolvendo o giro do cíngulo. Uma
vez que a atenção mudou para um novo foco e o conteúdo visual foi “transmitido”, a rede
executiva entra em funcionamento, trazendo o estímulo para a “consciência”
(reconhecimento consciente). Ocorre o reconhecimento da “identidade” de um objeto e que
ele atende a um objetivo pré-determinado.
3. O terceiro circuito é a Rede de Vigilância, responsável pela manutenção do estado de
alerta. Também é uma rede assimétrica, envolvendo os lobos frontal e parietal direitos. A
ativação dessa rede ocorre quando se aguarda sinais infrequentes, sendo que a rede
executiva permanece hipofuncionante quando essa rede está ativada.
Utilizando RM funcional, um estudo brasileiro investigou áreas cerebrais recrutadas durante
administração de teste verbal de alternância de conceitos e controle inibitório (versão verbal
do Teste das Trilhas, tarefa que alterna associação entre números e letras), demonstrando
que haveria maior ativação do hemisfério direito, mais especificamente da região
dorsolateral do córtex pré-frontal e da área motora suplementar (Moll et al., 2002). Estudos
com outros testes que avaliavam primordialmente o controle inibitório (paradigma Stroop)
demonstraram ativação mais pronunciada de áreas como córtex pré-frontal e dorsolateral,
além de córtex parietal posterior (Garavan et al., 1999).

Ainda em conformidade com os autores, à medida que estudamos sistemas nervosos mais
complexos, as conexões entre sensação e ação tornam-se mais distantes, e seria um
engano pensar que poderíamos estudar a percepção, a atenção e a memória de maneira
isolada. Não perceberíamos a floresta ao olharmos apenas para as árvores.
Assim, não podemos compreender a ação motora final sem todas as suas implicações
cognitivas, sem levarmos em consideração os complicados padrões de conectividade das
estruturas motoras no sistema nervoso central (SNC). Dessa forma, a ação efetiva é o
objetivo final de todos os processamentos internos, e nesse contexto, a aprendizagem
motora e o controle motor assumem um papel crucial na produção de movimentos
intencionais (Loschiavo-Alvares, F.Q; Lage, G.M; Christe, B. 2010)

CONCEITOS DE ATENÇÃO

Um bom rendimento da prática esportiva está normalmente ligado a capacidade de atenção


e concentração que o atleta apresenta durante a prática ou ação esportiva.
“Atenção, normalmente é entendida como um estado seletivo, intensivo e dirigido da
percepção”.
A atenção, também, é um processo seletivo, onde a percepção e a imaginação são
dirigidas, focalizadas, fixadas e concentradas simultaneamente a um estímulo específico
dos conteúdos do pensamento e da imaginação (Rutzel, 1977: 49).
A atenção é compreendida também como um estado consciente através do qual uma
pessoa direciona processos psíquicos (emoções e sentimentos) sobre um determinado
objeto, pessoa ou uma ação (Schubert, 1981).
Atenção é vista, também como um processo seletivo e regulado da consciência humana e
diferencia em relação a ações esportivas (Malloy-Diniz et al, 2010):

Funções da atenção
A identificação primária, recepção e a assimilação da informação antecedem a atenção
seletiva/focal, existindo processos pré-atencionais.
Ou seja, a identificação primária fornece um material bruto (percepção/sensação), o qual
por meio da atenção focal/seletiva, é reunido em uma figura uniforme (figura fundo).
Podemos dizer que na fração de um segundo em que observamos um objeto é suficiente
para que essa informação seja armazenada em um curto prazo (memória de curto prazo).
Na memória de curto prazo ocorre a condição para que a percepção subjetiva seja
vivenciada.
Formas e problemas da atenção
Modelo bidirecional da atenção (Nideffer, 1976)
Nesse modelo são apresentadas duas dimensões:
- Amplitude da atenção – se relaciona com a quantidade de informações que utilizamos
conscientemente em determinadas situações – aparecem aqui dois polos - atenção ampla
e a atenção estreita.
- Direção da atenção – aparecem dois polos a atenção interna (a pessoa) e a atenção
externa (ambiente). Na atenção externa a atenção seletiva e concentrada é direcionada
somente a estímulos externos, enquanto a atenção interna exige atenção seletiva e
concentrada sobre as próprias percepções, sentimentos e os pensamentos.
- A – Foco demasiado amplo = Baixo nível de ativação
- B – Foco ótimo = Nível médio de ativação
- C – Foco demasiado estreito = Alto nível de ativação
(E-nr = Estímulos não relevantes)

Existem uma variedade de fatores internos e externos que influenciam constantemente o


estado atual de atenção e concentração (Cratty, 1989;93):

Pesquisas indicam que indivíduos que apresentam comportamentos introvertidos ou


extrovertidos demonstram diferentes tendências atencionais com o passar do tempo.
Os indivíduos extrovertidos são mais fortemente ativados e reativos aos seus próprios
ambientes do que aqueles indivíduos que apresentam um comportamento introvertido, e
são mais condicionados em experimentos psicológicos.
Os introvertidos conseguem maior eficiência durante atividades de longa duração, enquanto
os extrovertidos acompanham melhor sessões de curta duração (Gillespie e Eysenck,
1980).
ATIVAÇÃO
A ativação é um estado geral do organismo, no qual uma pessoa pode agir ativamente em
situações de exigências específicas.
A atenção representa a interação de uma situação entre variáveis situacionais e o construto
geral.
A ativação representa o constructo básico e a concentração é p resultado da interação entre
variáveis pessoais e situacionais (Haecker, 1983:41)

Nível de ativação
A capacidade de controlar e modificar o nível de ativação influencia tanto no processo de
atenção a longo prazo como também a curto prazo.
Pessoas que não possuem a capacidade de alternar níveis de ativação e as formas de
atenção encontram dificuldades para se desenvolverem no contexto esportivo,
especialmente em determinados esportes que requerem constantes mudanças nos níveis
de ativação e atenção.

Relação entre ativação e atenção


Relação entre concentração e nível de ativação (Level of Arousal), segundo a lei de Yerkes-
Dodson. Os níveis de ativação interna e ativação emocional tornam-se decisivos para o
rendimento e a flexibilidade da atenção. Semelhante a motivação, a atenção apresenta na
relação com o nível de ativação interna uma curva em “U” invertido.
O rendimento da atenção com relação a níveis extremamente baixos de tensão tem
resultados baixos. Já com um nível crescente da ativação, eleva-se também o rendimento
da atenção, até que seja alcançado um nível ótimo de rendimento. Elevando-se o nível de
atenção além desse ponto ótimo, o rendimento da atenção cai drasticamente.

Bases Neurais da Atenção

Conforme descrito anteriormente, o estado de atenção necessita de um estado de alerta ou


vigília anterior, ou seja, necessita de um adequado tônus cortical para a recepção dos
estímulos que chegam pelos orgãos sensoriais.

De acordo com Brandão (1995), a formação reticular localizada no tronco cerebral é


responsável pela regulação do estado de alerta (tenacidade) e subsidia o processo
atencional. As informações provindas dos receptores sensoriais passam pela formação
reticular de onde ascendem fibras para estuturas diencefálicas e corticais. A formação
reticular torna-se, assim, uma estutura mediadora entre os estímulos externos e o mundo
interno, pois através de mecanismos reguladores, como a atenção, seleciona os estímulos
e permite uma interação com o meio. A atenção seletiva visual ativou regiões do córtex de
associação visual, parietal e pré-frontal. A atenção seletiva auditiva ativou o córtex auditivo,
parietal inferior, pré-frontal e cingulado anterior.

Avaliação da Atenção em Humanos

A atenção é avaliada em diferentes modalidades e níveis. Há estudos que privilegiam os


efeitos neurais dos mecanismos da atenção com registro da atividade eletrofisiológica dos
neurônios. Nesses estudos, realizados principalmente com macacos, são implantados
microeletrodos em regiões do cérebro e a atividade eletrofisiológica dos neurônios são
registradas enquanto eles desempenham uma tarefa que exige atenção (Moran &
Desimore, 1985).

Outros estudos utilizam PET, ressonância magnética funcional (fMRI) e outras técnicas de
neuroimagem para determinar quais estruturas cerebrais estão envolvidas com os
diferentes tipos de atenção nas diferentes modalidades sensoriais: visual, auditiva e tátil
(Driver & Frackowiak, 2001). Nesses estudos, costuma-se utilizar testes experimentais que
visam apreender processos básicos envolvidos com a atenção, como por exemplo, a
atenção visoespacial, atenção visual envolvida com a percepção de formas, cores e
texturas, etc. Também costuma-se utilizar testes neuropsicológicos e clínicos
correlacionados com as neuroimagens. Um experimento clássico de medida da atenção
seletiva foi realizado por Posner (citado por Gawryssewski & Carreiro, 1998). Nesse
experimento, o participante sentava-se em frente a uma tela e fixava o olhar em um ponto
central. Uma pista direcionadora aparecia podendo indicar para qualquer lado a ocorrência
de um estímulo-alvo. Sem desviar o olhar, o indivíduo devia pressionar um botão no instante
em que esse estímulo fosse projetado. O experimentador media o intervalo de tempo entre
o aparecimento do estímulo-alvo e a resposta motora (tempo de reação). Os menores
tempos de reação foram interpretados como um grau maior de atenção. No entanto, a pista
podia indicar um local oposto ao aparecimento do alvo. Nesse caso, o tempo de reação
media a rapidez em que o indivíduo mudava sua atenção de um local para outro.
A MEMÓRIA

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar


(evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica[2]),
seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Também é o
armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas.
Focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se
com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de
gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias.

A memória declarativa, ou de curto prazo como o nome sugere, é aquela que pode ser
declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também
mais rapidamente esquecida.

Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial (ex:
hipocampo, amígdala).

Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória


semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos
específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais.

Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui


procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos
distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos
gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em
geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura.

Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser
trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos
experiências para utilizar durante a vida.

No século XVI a memória sofre uma mudança considerável. Afinal, se antes ela era
concebida como um conjunto de conhecimento a ser retido e refletido no mundo, ela passou
a ser concebida como um elemento propulsor do desenvolvimento científico. Contudo,
somente no curso dos oitocentos é que a memória passou a ser objeto de estudos
sistematizados.
O psicólogo William James foi o primeiro a distinguir a memória primária e a memória
secundária (memória curta e memória a longo prazo, respectivamente).

• Em dispositivos artificiais
o Memória principal. Precisa de energia para funcionar; e de rápida operação.
o Memória auxiliar. É a memória que trabalha sem o uso de energia.Operação de
baixa velocidade.
• Em memórias biológicas
o Memória de curto prazo. É a memória com duração de alguns segundos ou minutos.
Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a formação
destes traços chama - se "Período de consolidação. Um exemplo desta memória é
a capacidade de lembrar eventos recentes que aconteceram nos últimos minutos.
o Memória de longo prazo. É a memória com duração de dias, meses e anos. Um
exemplo são as memórias do nome e idade de alguém quando se reencontra essa
pessoa alguns dias depois. Como engloba um tempo muito grande pode ser
diferenciada em alguns textos como memória de longuíssimo prazo quando envolve
memória de muitos anos antes.
o Memória de procedimentos. É a capacidade de reter e processar informações que
não podem ser verbalizadas, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta. É
mais estável, e mais difícil de ser perdida.

Memória de curto prazo

Depende do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e consolidação de


informações novas. Hoje em dia também se supõe que a consolidação temporária da
informação envolve estruturas como o hipocampo, a amígdala, o córtex entorrinal e o giro
para-hipocampal, sendo depois transferida para as áreas de associação do neocórtex
parietal e temporal. As vias que chegam e que saem do hipocampo também são
importantes para o estudo da anatomia da memória. Inputs (que chegam) são constituídos
pela via fímbria-fórnix ou pela via perfurante. Importantes projecções de CA1 para os
córtices subiculares adjacentes fazem parte dos outputs (que saem) do hipocampo
Memória de trabalho

Compreende um sistema de controle de atenção (executiva central), auxiliado por dois


sistemas de suporte (Alça Fonológica e Bloco de Notas Visuoespacial) que ajudam no
armazenamento temporário e na manipulação das informações. O executivo central tem
capacidade limitada e função de selecionar estratégias e planos, tendo sua atividade
relacionada ao funcionamento do lobo frontal, que supervisiona as informações. Também
o cerebelo está envolvido no processamento da memória operacional, atuando na
catalogação e manutenção das sequências de eventos, o que é necessário em situações
que requerem o ordenamento temporal de informações. O sistema de suporte vísuo-
espacial tem um componente visual, relacionado à região occipital e um componente
espacial, relacionado a regiões do lobo parietal. Já no sistema fonológico, a articulação
subvocal auxilia na manutenção da informação; lesões nos giros supramarginal e angular
do hemisfério esquerdo geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração.
Esse sistema está relacionado à aquisição de linguagem.

Memória de longo prazo

1. Memória_explícita:
Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo o hipocampo, o córtex
entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, o septo e os
feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo também parecem
ter importantes funções. Por exemplo, pacientes idosos com disfunção dos lobos
frontais têm mais dificuldades para a memória episódica do que para a memória
semântica. Já lesões no lobo parietal esquerdo apresentam prejuízos na memória
semântica.
2. Memória_implícita:
A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de áreas
sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da base. Os
núcleos caudado e putâmen recebem projecções corticais e enviam-nas para o
globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal, constituindo uma
conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das respostas da
musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o condicionamento das
respostas emocionais depende da amígdala. Já foram descritas alterações no fluxo
sanguíneo, aumentando o do cerebelo e reduzindo o do estriado no início do
processo de aquisição de uma habilidade. Já ao longo desse processo, o fluxo do
estriado é que foi aumentado.
Fatores relacionados com a perda de memória

Amnésia

Amnésia é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações. Qualquer


processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em
memória a longo prazo pode resultar em amnésia.

As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica causada por distúrbios no


funcionamento das células nervosas, através de alterações químicas, traumatismos ou
transformações degenerativas que interferem nos processos associativos acarretando uma
diminuição na capacidade de registrar e reter informações, ou amnésia
psicogênica resultante de fatores psicológicos que inibem a recordação de certos fatos ou
experiências vividas.

As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia


retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os
acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia
anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .

A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma
doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado
pelas circunstâncias da vida.
Doença de Alzheimer

Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma de
demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na qual predomina a perda gradativa
da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela
memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro.
Depósito de Memória primária, ou a curto prazo

A depósito de memória a curto prazo, também definida como depósito de memória primária,
por William James, consiste em informação do depósito sensorial. Este depósito também é
comparado com informação que nós estamos conscientemente informados. Informação
registrada na depósito a curto prazo é um reflexo do incentivo original. Estudos feitos para
determinar a natureza de informação armazenada em memória a curto prazo descobriram
aquela informação é principalmente acústica em natureza.

O Buffer de Ensaio
Parte da depósito a curto prazo consiste em um buffer de ensaio. Informação pode ser
obtida e segurada indefinidamente aí se for ensaiado, ou repetida inúmeras vezes. Nós
podemos escolher que informação entrará e será armazenada no buffer de ensaio.

Duração e Armazenamento de Informação


A duração de informação em memória a curto prazo é pequena e decaimento normalmente
acontece dentro aproximadamente 15 segundos. Informação pode ser copiada ou pode ser
transferida deste depósito para depósito a longo prazo. A informação que será lembrada ou
será esquecida depende de eventos antes e depois que a informação seja armazenada.
Eventos que acontecem antes a armazenamento da informação podem efetuar a
quantidade de informação lembrada e armazenada, e por quanto tempo. Em estudos
administrados em interferência, foi descoberto que conhecimento anterior de um tópico
particular afeta a habilidade para codificar e se lembrar de informação nova relacionada
àquele tópico. Por exemplo, os que possuem conhecimento extenso em um tópico anterior
para exposição de informação nova relacionada àquele tópico podem melhor codificar e se
lembrar de informação que os com pequeno ou nenhum conhecimento prévio. Isto é
chamado interferência proativa. Eventos que acontecem após o
armazenamento informação também podem afetar o armazenamento,
também chamada interferência de reativa. Estudos feitos em interferência e o
armazenamento de informação em memória a curto prazo concluiram que ao quanto mais
semelhante a informação obtida antes e depois do armazenamento seja à informação
desejada, o mais provável é interferir.
Capacidade da Memória a curto prazo
Determinar a capacidade do depósito de memória a curto prazo, um procedimento de
amplitudememória é usado. Este procedimento consiste em leitura e teste da recuperação
de vários tipos diferentes de cadeias de informação. Estudos feitos por George Miller
usando um procedimento como este determinram que o depósito a curto prazo pode
segurar 7 ítens de informação mais ou menos 2. Um ítem de informação consiste em um
pedaço de informação como uma carta, número, formula, ou frase. Um pedaço é qualquer
coisa que o cérebro armazena como uma representação unitária. Então, o cérebro pode
registrar e segurar mais informação em memória a curto prazo se é organizado em alguns
pedaços de informaçãode alto nível, como agrupar letras em palavras.

Recuperação de Memória a curto prazo


Foram administrados muitos estudos para determinar como recuperação acontece na
memória a curto prazo. Recuperação depende de fatores acústicos epor isso erros
freqüentemente feitos em recuperação são semelhantes em som à informação original.
Assim recuperação é sensível a fatores acústicos. Recuperação de informação de memória
a curto prazo é feita em uma procura seqüencial e exaustiva. Estudos em tempo de reação
descobriram aquela recuperação é seqüencial em natureza. Tempo de reação de recuperar
informação é linear e crescente. Em outras palavras, o quanto maior a informação
estocada, o mais tempo leva. Recuperação também é exaustiva em natureza.

Depósito de Memória secundária, ou A longo prazo

A depósito de memória a longo prazo, ou depósito secundário, consiste em informação que


nós temos permanentemente mais disponível. A capacidade desta depósito é ilimitada.
Sem uma depósito a longo prazo de memória, não haveria nada - nenhum livro, nenhuma
televisão, nenhuma aprendizagem, e nenhuma comunicação. Poder se lembrar, informação
de depósito, e recorda ro passado é extremamente importante para vida como nós a
conhecemos.

Ensaio e o Armazenando de Informação em Memória A longo prazo


O processo de ensaio é usado para registrar informação da depósito a curto prazo na
depósito a longo prazo. Estudos por Donald Hebb (veja outra página) demonstraram que
aquela recuperação melhora em informação se aquela informação é ensaiada e repetida.
São usados dois tipos de ensaio para armazenar informação em memória. Um tipo está
chamado ensaio de manutenção. Este processo acontece no buffer de ensaio de memória
a curto prazo. É armazenada informação em baixo nível, acústica e pode ser mantida
indefinidamente aí, mas nunca entra na depósito a longo prazo. O outro tipo de ensaio
é ensaio elaborativo. Neste tipo de ensaio, é levada informação e são criados códigos ou
meios de se lembrar disto. Estes códigos armazenam a informação na depósito a longo
prazo e fazem isto recuperável em algum momento futuro. Ensaiando e armazenando
informação em memória a longo prazo, nós tentamos organizar a informação de um modo
significativo.

Tipos de Informação e Memória em depósito a longo prazo


São armazenados dois tipos de memória na depósito a longo prazo; episódico e semântico.
O primeiro tipo é memória de episodico, ou um registro de experiências de vida pessoais e
eventos. Informação em memória episodica é associada com um lugar e/ou tempo
particular. O segundo tipo de memória é memória semântica, ou informação que não é
associado com um tempo particular ou lugar. Memória semântica inclui conhecimento nós
temos sobre palavras, idioma, e símbolos; os significados deles/delas; relações entre eles;
e regras por usar e os manipular. Estudos feitos para determinar o tipo de informação
armazenado em memória a longo prazo revelaram aquela informação é principalmente
semântica em natureza, ou relacionada a significando.

Recuperação de depósito a longo prazo


Porque informação conteve a depósito a longo prazo é principalmente semântico em
natureza, recuperação é sensível à informação semântica. Recuperação está baseada em
facilitação. Em outras palavras, o acesso a informação que reside em uma certa categoria
facilitará, ou faz acesso a outra informação naquela categoria mais fácilmente. São ativadas
localizações de memória para uma categoria temporariamente no processo de recuperação
e são acessíveis para uso se desejado. Recuperação de informação do depósito a longo
prazo está baseado em uma procura limitada. Estudos em recuperação determinaram que
uma procura direta e limitada é feita para achar o tipo ou categoria de informação desejada.
OS 4 PRINCIPAIS PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO ENTRE MÉDICO E PACIENTE.

1. Incerteza e falta de informação

Muitos pacientes não saem das consultas médicas com todas as dúvidas respondida, para
solucionarem sua incerteza e falta de informação, eles recorrem à informações online que
podem, inclusive, serem falsas.

Esse é um dos grandes problemas de comunicação que gera insegurança e pode fazer
com que os pacientes recorram a tratamentos alternativos não comprovados
cientificamente.

2. Confusão gerada pela utilização do linguajar médico

Os pacientes não estão acostumados com palavras como edema, cefaleia, sutura, entre
outras, pois mesmo que corretas e precisas, não estão presentes no vocabulário da maioria
da população. Utilizar uma linguagem simples e familiar é essencial para que todos os
pontos sejam bem entendidos e para não reste dúvidas na consulta.

3. Falta de feedback

Alguns profissionais de saúde ficam tão focados em encontrar uma solução para o
problema do paciente que se esquecem de fornecer suas opiniões pessoais para o caso.
Porém, esse feedback é essencial para muitos pacientes que buscam uma opinião honesta
e clara sobre suas saúdes. Fazer analogias e comparações com contextos de
conhecimento geral também ajuda imensamente nesse processo.

4. Tempo curto de escuta ativa durante a consulta

Embora alguns médicos ainda não utilizem a tecnologia em seus consultórios, o


preenchimento de papéis reduz o tempo de escuta ativa ao paciente durante a consulta. Se
você atende por convênios ou hospitais, esse tempo de escuta é ainda mais importante, já
que geralmente ele é menor do que em consultas particulares.

Outros impactos dos problemas de comunicação no consultório:

Tratamentos tardios, errados ou caros: uma das responsabilidades dos médicos é eliminar
as barreiras dos tratamentos para os pacientes. As falhas na comunicação podem gerar a
indicação de tratamentos incorretos, o que traz consequências negativas tanto aos
pacientes quanto aos profissionais de saúde.

Por exemplo, é comum pacientes mais idosos ou desatentos não entenderem a prescrição
médica e executarem o plano terapêutico de forma incorreta;

Acompanhamentos incompletos: a jornada do paciente não se constitui apenas do


momento de atendimento. Os profissionais da saúde podem se assegurar de que o paciente
está seguindo os protocolos do tratamento e melhorar a comunicação por meio da
Teleconsulta, por exemplo;

Recomendações não uniformes: manter a boa comunicação entre médico e paciente


também garante a uniformidade do tratamento, especialmente quando o paciente recebe
os cuidados de mais de um profissional da saúde.

5. ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO ENTRE MÉDICO E PACIENTE


COMUNICAÇÃO MÉDICO PACIENTE ATENDIMENTO SENHORA

A boa comunicação entre médico e paciente gera confiança e elimina barreiras, como a
falta de entendimento. Os profissionais de saúde que conseguem transmitir suas
mensagens com clareza e empatia, aumentam as taxas de sucesso dos tratamentos e
melhoram os cuidados com a saúde dos pacientes.

1. Utilize uma linguagem simples e positiva

Para melhorar a comunicação entre médico e paciente, uma ótima dica é utilizar uma
linguagem simples e positiva em seu consultório. A linguagem simples consiste em preferir
o uso de palavras do dia a dia do paciente ao invés daquelas comuns apenas na rotina
médica.

Também é importante se lembrar de utilizar a comunicação corporal positiva. Isso faz


diferença, pois muitas pessoas respondem à sua linguagem corporal.

2. Esteja aberto a solucionar todas as dúvidas

Você confere, se todas as dúvidas do paciente foram solucionadas antes dele deixar o
consultório. Solucionar todas as dúvidas é outro ponto indispensável para a boa
comunicação entre médico e paciente. Muitas pessoas, embora permaneçam com dúvidas,
evitam perguntá-las em voz alta, seja por vergonha ou por medo do julgamento. Como
médico, você também pode ficar atento à linguagem corporal de seu paciente, e se perceber
qualquer hesitação ou expressão de dúvida, questione com empatia se ele tem alguma
pergunta para fazer.

Por isso, é recomendável que após o término das recomendações, você pergunte se o
paciente ou se seu acompanhante compreenderam o explicado e, se possível, peça para
ele recapitular em sua presença o que entendeu sobre a recomendação. Dessa forma, o
paciente se sentirá mais cuidado e mais aberto para dividir todos os questionamentos com
você.

3. Convide o paciente a participar ativamente de seu cuidado com a saúde

Se antes o paciente era um agente totalmente passivo em seu próprio tratamento, que
apenas recebia e seguia instruções, hoje, ele quer participação ativa nesse cuidado. E
como paciente ativo é paciente engajado, essa participação aumenta a adesão e o sucesso
do tratamento.

O paciente pós-digital está mais preocupado com a saúde no geral, e muitas vezes já chega
ao médico com pelo menos uma busca feita na internet sobre seu problema.

Uma pesquisa apontada pelo Estadão demonstrou que pelo menos 26% dos pacientes
recorrem ao Google antes mesmo de procurarem um atendimento médico. Por esse motivo,
convidar o paciente a ser um agente ativo em seu tratamento é fundamental, e vem se
tornando um grande pilar na relação médico-paciente. Juntos, é possível discutir soluções,
procurar entender melhor a causa do questionamento e analisar todas as opções de
tratamento disponíveis para ver qual se encaixa melhor para o paciente.

Essa é uma excelente maneira de melhorar a comunicação e garantir um cuidado à saúde


ainda melhor para todos os que chegam ao seu consultório.

4. Conte com recursos tecnológicos

Conforme visto neste artigo, o preenchimento de papéis no consultório diminui o tempo de


escuta ativa do paciente, o que prejudica muito a comunicação. Ao utilizar recursos
tecnológicos, como um sistema para clínicas, você consegue fazer as anotações do
prontuário de forma mais ágil e utiliza o tempo ganho para conversar mais com os
pacientes.

Um sistema médico é útil de diversas formas, desde enviar prescrições, pedidos de exame
e utilizar o prontuário eletrônico, até realizar o envio de lembretes de consulta. Hoje também
é possível contar com aplicativos de apoio à decisão clínica, agendamento online e outras
facilidades que melhoram não apenas a comunicação, mas a relação médico-paciente
como um todo.

5. Procure entender e aliviar os medos dos pacientes

Alguns procedimentos médicos possuem inúmeros medos e tabus relacionados a eles,


como é o caso da cirurgia plástica. Seja qual for sua especialidade, é fundamental buscar
entender com empatia quais são os medos dos pacientes, seja em relação às doenças ou
aos tratamentos.

Se colocar no lugar do paciente permite entender quais são as necessidades e anseios


dele, e como solucioná-los da melhor forma. Dessa maneira, você se conecta com ele e
oferece uma experiência acolhedora e diferenciada, que com certeza fará toda a diferença
para o sucesso do tratamento.

O médico, para ter sucesso em sua profissão e nos protocolos terapêuticos estabelecidos,
é preciso que o paciente não apenas tome os medicamentos corretos, mas também conte
tudo o que sabe e sente. E o paciente, para obter sucesso em seus tratamentos, precisa
ouvir conselhos e instruções médicas. Porém, em ambos casos, isso só acontece quando
há confiança na relação médico e paciente.

MELHORA A IMAGEM DA SUA CLÍNICA MÉDICA

A boa comunicação com o seu paciente é fundamental para melhorar a imagem da sua
clínica, alcançar o sucesso e atrair novos clientes, além de manter os já existentes. Esse
relacionamento é um ponto crucial do marketing para a área da saúde. Isso porque são os
pacientes atuais que poderão indicar a sua clínica para família, amigos e conhecidos.

A recepção, por exemplo, é como um cartão de visitas. Se ela não for montada com o
devido cuidado, pode causar um impacto negativo. Cores, cheiros e sons nos causam
sensações diversas e ao desconsiderar esses fatores, o espaço físico da clínica pode se
tornar indesejável.
7. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES PARA TER UM AMBIENTE AGRADÁVEL EM
CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS:

• Faça a regularização da clínica e invista no treinamento dos colaboradores.

• Construa a identidade visual da sua marca (cores, decoração, música e mobília) Forneça
wi-fi gratuitamente.

• Ofereça conteúdos educativos e de entretenimento como folhetos, TV, livros e revistas.

• Tenha cuidado com os assentos, café, água e biscoitos.

• Pense na inclusão de diferentes grupos (espaço para crianças e acessibilidade).

• Coloque uma área verde dentro da clínica, como vasos de plantas clientes/pacientes
fidelizados.

O mais importante é que cada paciente deixe a clínica plenamente satisfeito e com a
sensação de que fez uma boa escolha. Dessa maneira, será mais fácil atraí-lo de volta,
pois ele se mostrará relaxado e confiante.

O paciente que recebe um atendimento personalizado tem maiores chances de se tornar


um cliente fiel. Isso também é uma motivação para ele falar bem da sua clínica para amigos
e pessoas conhecidas.

Uma vez fidelizados, eles serão os embaixadores da clínica, falando sobre ela e
contribuindo para a elevação do índice de novos pacientes.

Quando estamos conversando com alguém, o contato visual é um dos elementos mais
importantes da comunicação. Olhar nos olhos da pessoa transmite seriedade e interesse
no diálogo.

Muitas vezes, pela vida corrida e pelo grande movimento na clínica, os médicos acabam se
concentrando no conteúdo e não observam seus pacientes.

Vale lembrar que o contato visual, além de trazer uma conexão entre as partes, mostra que
você está interessado de forma genuína ao que as pessoas dizem. Deixar de fazer contato
visual faz com que você pareça menos crível, menos confiante e reduz a probabilidade de
o paciente estar ouvindo.
É importante manter o foco no paciente e não se distrair com computadores, telefones,
dispositivos pessoais ou outras distrações.

Atente-se ao tom de voz do seu paciente

A voz diz muito a respeito da imagem que transmitimos para as pessoas. É por meio dela
que conseguimos identificar o estado de espírito, as emoções e outros aspectos
psicológicos associados à troca de mensagens verbais entre as pessoas.

Um paciente com a voz mais baixa e lenta demonstra timidez ou pode estar sentindo algum
tipo de dor que o deixa cansado ou fragilizado. Um paciente com um tom de voz mais alto
já demonstra uma inquietação e irritabilidade.

Em ambos os casos, o médico precisa se adaptar para oferecer um tratamento


personalizado para cada tipo de paciente.

Utilize exemplos ao argumentar

O jargão médico muitas vezes leva a uma comunicação ruim e compreensão reduzida para
muitos pacientes. Fale devagar e elimine, ou ao menos tente reduzir, o uso do jargão
médico.

Mantenha as explicações simples e exemplos para ilustrar ao paciente o que você está
falando. Desse modo, será mais fácil do paciente entender e aderir ao tratamento proposto.

Falar a linguagem do paciente

Geralmente, um médico pode atender pacientes das mais variadas culturas e classes
sociais. Isso faz com que ele precise conversar com pessoas com dificuldades de
comunicação, que são menos alfabetizadas ou leigas.

Portanto, é preciso ter cuidado com o uso de palavras mais complexas e termos técnicos.
Além disso, o próprio paciente pode não ser capaz de expressar de forma clara o que
realmente precisa.

Por isso, o diálogo entre o médico e seu cliente precisa ser claro e objetivo em uma
linguagem que o próprio paciente entenda, a fim de facilitar a interação e evitar que ele
fique sem entender qualquer parte importante abordada durante o atendimento.

Solicite feedbacks
Ao valorizar a opinião do paciente, você consegue avaliar se ele está ou não satisfeito com
o atendimento, e a partir disso, entender como pode trazer melhorias e deixar o seu
atendimento cada vez mais diferenciado. Ao final do atendimento, você pode enviar um e-
mail com um formulário do Google que contenha uma pergunta simples: “De 0 a 10, o
quanto você recomendaria nosso serviço a um amigo? ”.

Você também pode deixar uma caixa de texto para comentários, e acredite, esses
feedbacks são muito úteis para traçar melhorias e novas estratégias.

Faça uma avaliação própria

Após cada consulta ou ao final de um dia de atendimento, reserve alguns minutos para
avaliar a comunicação com os pacientes e o que pode ser melhorado. Analise os pontos
positivos de cada consulta e onde você precisa melhorar.

Lembre-se que uma boa comunicação não implica em consultas mais longas, mas sim em
atendimentos mais eficazes.

Boas práticas de comunicação em uma consulta online

O atendimento humanizado também é indispensável em uma consulta online. Isso é ainda


mais importante, pois como os pacientes estão sendo atendidos virtualmente, podem se
sentir distantes dos médicos.

Por isso, é fundamental demonstrar proximidade de seus pacientes, ouvi-los atentamente


e se mostrar interessado em ajudá-lo com o que estiver ao seu alcance.

O atendimento humanizado na Telemedicina pode ser alcançado por meio de boas práticas
e ferramentas de qualidade, seja durante teleconsultas ou solução de dúvidas por
mensagens e ligação.

7 FORMAS QUE IRÃO TE AJUDAR A SUPERAR TODOS OS DESAFIOS DE UMA


CONSULTA ONLINE:

Tenha uma boa webcam e microfone

Se você não tem um webcam, o ideal é que você adquira uma semiprofissional ou
profissional, pois a qualidade da imagem é maior. Também é essencial que você adquira
um bom fone de ouvido com microfone, para poder escutar seu paciente com clareza, e
falar sem nenhum ruído.

Escolha um local profissional

Um local profissional não precisa ser necessariamente o seu consultório. Porém, é


importante que caso esteja em outro ambiente, como a sua casa, você tenha um espaço
próprio para as suas consultas. Um local tranquilo é aquele espaço onde você não será
interrompido, e estará livre de distrações como som de TV, conversas, barulhos externos,
entre outros.

Fique atento a sua iluminação

Para as suas consultas onlines, busque locais naturalmente iluminados, ou que tenham
uma fonte de luz artificial. Você pode posicionar sua mesa em frente a uma janela ou
luminária.

Entre na consulta online antes do horário marcado

Reserve alguns minutos entre uma consulta e outra para evitar possíveis atrasos. É
importante verificar se a conexão é estável e se a bateria do dispositivo está carregada.
Dessa forma, caso seja necessário, você terá um tempo para conectar o computador à
tomada.

Facilite a experiência da consulta online para seus pacientes

O atendimento por Teleconsulta deve ser simples para o paciente, por isso é importante
escolher uma plataforma de fácil utilização.

Continue se atualizando sobre as consultas onlines

Os profissionais de saúde sabem melhor do que ninguém a importância de se manter


atualizado sobre o mercado médico, e isso não é diferente com a Telemedicina.

Utilize uma plataforma de Teleconsulta segura

Para seguir as normas do Conselho Federal de Medicina e não infringir exigências da LGPD
(Lei Geral de Proteção de Dados), é essencial utilizar sistemas seguros, desenvolvidos por
especialistas em segurança de dados.
O processo de comunicação, ocorre quando o emissor (ou codificador) emite uma
mensagem (ou sinal) ao receptor (ou descodificador), através de, por exemplo, uma
chamada telefônica.

O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de
barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou resposta,
completando o processo de comunicação.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO:

- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar


um sistema de signo ou um Significado quem aparenta objetivos comuns;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto


estruturado de informação) de cada pessoa;

- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se
a sua mensagem foi captada pelo receptor.

- Linguagem verbal:

As dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de


abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas
nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);

- Linguagem não-verbal:

As pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os


gestos, os olhares, as entoações são também importantes: são os elementos não verbais
da comunicação. Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito
de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma


reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.

Alguns psicólogos (e.g. Armindo Freitas-Magalhães, 2007) afirmam que os sinais não-
verbais têm as funções específicas de regular e encadear as interações sociais e de
expressar emoções e atitudes interpessoais.
a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua
expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos,
mas muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um


olhar fixo pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar
ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode
transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais


seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por
ex.: inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus
superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos.

e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da


voz) revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente
transmite mensagens mais claras do que uma voz agitada.

f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de imagem que ela
gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquilagem, apetrechos pessoais,
postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma projeção de como são e de como
gostariam de ser tratadas.

COMUNICAÇÃO INTRAPESSOAL

A comunicação intrapessoal é o oposto, pois consiste na troca de informações consigo


mesmo. É a popularmente conhecida “voz interior”. Basicamente, são os diálogos que você
constrói por meio de pensamentos para, por exemplo, refletir sobre situações, decisões e
emoções. Na verdade, a comunicação intrapessoal também pode ser exercida por
diferentes canais, como escrita e gravação de áudio. Mas é fato que as reflexões se iniciam
e se desenvolvem por meio dos pensamentos. O aperfeiçoamento deste tipo de
comunicação está diretamente relacionado à inteligência emocional e às competências
interpessoais e analíticas. As reflexões internas são os recursos necessários para trabalhar
o autoconhecimento e a autopercepção, práticas que contribuem positivamente com a
capacidade de se expressar para outras pessoas.
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL E
INTRAPESSOAL?

Como você já deve ter percebido, a principal diferença entre a comunicação interpessoal e
intrapessoal é a quantidade de pessoas envolvidas na transmissão e recepção das
mensagens. Essa característica define todas as outras diferenças.

A comunicação interpessoal é fundamentada na troca de ideias entre várias pessoas,


podendo ser realizada de modo verbal ou não-verbal. Sendo assim, é vital para construir
relacionamentos e conhecer diferentes perspectivas.

A comunicação intrapessoal é baseada na reflexão interior, sendo realizada


prioritariamente por meios não-verbais. Ela é crucial para analisar situações e decisões,
trabalhar o autoconhecimento e manter a saúde mental em dia. Agora, as diferenças entre
comunicação interpessoal e intrapessoal ficaram ainda mais claras, certo? Como superar
os grandes desafios da experiência do cliente Baixe grátis O que fazer para melhorar a
comunicação interpessoal? Conheça cinco formas efetivas de como melhorar a
comunicação interpessoal: trabalhe a comunicação intrapessoal; adapte a comunicação às
pessoas; peça feedbacks; desenvolva uma comunicação clara e não-violenta; escute com
atenção.

1. Trabalhe a comunicação intrapessoal.

As comunicações intrapessoais e interpessoais são complementares e indissociáveis.


Para conseguir se relacionar com outras pessoas e expressar as suas ideias, é preciso
conhecer a si e estar bem consigo. Afinal, as reflexões internas são um ponto-chave para
administrar as emoções de maneira adequada e organizar as perspectivas em informações
coesas. Portanto, reservar um tempo para meditar e refletir sobre você e a sua vida pode
ser uma resposta para quem deseja saber o que fazer para melhorar a comunicação
interpessoal.

1.Procure incluir essas atividades em sua rotina para que se tornem hábitos..

2. Adapte a comunicação às pessoas cada indivíduo possui a sua personalidade e os seus


valores. Logo, não é efetivo se comunicar da mesma maneira com todos.

3. Peça feedbacks Ter feedbacks constantes sobre as suas atitudes e competências é


essencial para que você saiba como melhorá-las.
4. Desenvolva uma comunicação clara e não-violenta.

Elas precisam ser expressas com clareza e coesão para que não haja ambiguidades. Neste
caso, a prática é o melhor caminho para perceber melhorias. Aos poucos, você se
comunicará de maneira mais assertiva. Saiba mais sobre comunicação adequada com a
fala da professora Fernando Bérgamo no TEDxDeVryRecifeWomen: Outro ponto
importante é exercer uma comunicação não-violenta. Esse conceito foi criado pelo
psicólogo Marshall Rosenberg e consiste em trabalhar a comunicação como um meio de
honestidade, conexão e compaixão. Para facilitar, Rosenberg criou quatro passos práticos
para se comunicar de modo não-violento: observação: faça observações sobre atitudes ou
falas que estão te impactando de alguma maneira; sentimentos: sinalize o sentimento que
a fala ou ação está te causando; necessidades: esclareça qual é a necessidade por trás do
sentimento; pedidos: por fim, faça um pedido claro e objetivo baseado na sua necessidade.
Por exemplo, imaginemos que você esteja se sentindo inseguro e desmotivado em seu
trabalho porque as suas entregas constantemente são alteradas e nenhum feedback é
dado. Uma boa comunicação não-violenta com o seu líder seria a seguinte: Leia também:
5 exemplos reais de falha de comunicação e por que é importante se comunicar bem 5.
Escute com atenção a comunicação interpessoal não se resume ao compartilhamento de
ideias, também é fundamental escutar verdadeiramente as perspectivas dos outros. Aliás,
só assim você conseguirá colocar em prática diversas dicas que apresentamos, como
adaptar o seu discurso e se comunicar de maneira não violenta. Portanto, dê liberdade para
que as pessoas exponham as suas ideias e procure escutá-las com atenção.
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The Sociology of Emotions: original essays and research papers. Greenwich, CT, & London:
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Brasil, L.D.L. (1984). A falta de atenção seletiva como uma causa do distúrbio de
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Corbetta, M.; Miezin, F. M.; Dobmeyer, S.; Shulman, G. L & Petersen, S. E. (2011). Selective
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