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Afogamento Curso IFFar
Afogamento Curso IFFar
AFOGAMENT
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AFOGAMENTO
O afogamento causa mais de 500 mil mortes a cada ano no mundo e 7.000 no Brasil,
tendo um risco de óbito 200 vezes maior que o acidente de trânsito. O maior risco de
morte por afogamento ocorre na faixa de 15 a 19 anos e em média 6 vezes mais no sexo
masculino. No afogamento, o resgate é essencial para salvar a vítima, e a avaliação e os
primeiros cuidados podem ser fornecidos em um ambiente ameaçador, a água.
GUIA DE PRIMEIROS
SOCORROS | 2020
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Principais causas:
Quando uma pessoa está em risco de afogamento e não pode mais manter as vias
aéreas fechadas, a água entra na boca e é voluntariamente cuspida, engolida ou
ainda, como resposta imediata, ocorre a tentativa de segurar a respiração, apesar de
ter duração de apenas alguns segundos. Quando a vontade de respirar é forte, ou
sem pensar, por não conseguir expulsar a água da boca, a vítima aspira certa
quantidade de água para as vias aéreas e a tosse ocorre como uma resposta
automática.
A água nos alvéolos suspende sua função, pois os alvéolos são a menor unidade funcional
do aparelho respiratório, onde ocorre a troca gasosa entre o meio ambiente e o
organismo, ou seja, a oxigenação para o sangue. Tanto a aspiração de água salgada
quanto de água doce ocasionam graus similares de lesão.
Assim, na maioria das pessoas o afogamento acontece com uma grande aspiração de
água por causa de movimentos respiratórios involuntários, fazendo com que a água
chegue aos pulmões. Isso leva à perda da substância que promove a abertura dos
alvéolos, à mudanças na permeabilidade dos capilares sanguíneos e ao surgimento de
edema pulmonar. Com o tempo, o pulmão enche-se completamente de água, o
indivíduo perde a consciência, sofre parada respiratória, cardíaca.
A grande quantidade de líquido que entra no corpo faz com que o corpo inche, fique
pesado e afunde. A partir daí, as bactérias presentes no organismo começam a proliferar,
liberando gases, então o corpo sem vida infla e volta a boiar.
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Suporte Básico de Vida e Resgate na Água
É importante ter muita cautela ao tentar salvar a vítima de afogamento, pois quando
uma pessoa está se afogando, sua tendência é se desesperar e segurar em quem está
tentando salvá-la, podendo ocasionar outro afogamento. Nesses casos, é fundamental
jogar algo para que ela se segure, como boias, garrafas pet, cordas ou oferecer objetos
longos que alcancem a vítima.
Para que o suporte básico de vida seja eficiente, é preciso saber se a vítima está
consciente ou não, o resgate se estabelece de jeitos diferentes dependendo da situação:
GUIA DE PRIMEIROS
SOCORROS | 2020
Resgate com a vítima consciente: É possível resgatar a pessoa até um local seco
sem demais cuidados médicos, porém, é preciso ter cuidado, Deve-se lembrar de se
aproximar utilizando um objeto de flutuação intermediário onde a pessoa possa
segurar
Resgate com a vítima inconsciente: Neste caso, o mais recomendado são manobras
de ressuscitação. Conforme já visto, a hipóxia causa primeiramente apnéia, para
depois resultar em parada cardíaca. Desta forma, o socorrista deve primeiramente
checar a respiração da vítima, abrindo as vias aéreas, vendo, sentindo e ouvindo a
respiração. Se não houver respiração, ele deve realizar 10 ventilações com a vítima
ainda na água, pois isso pode proporcionar uma chance 4 vezes maior de
sobrevivência sem sequelas. Vale lembrar que socorristas sem treinamento
profissional, que não se sentirem à vontade de realizar as ventilações poderão
somente realizar o resgate, mas para o atendimento de vítimas de afogamento este
seria o procedimento adequado.
Resgate com a vítima na água funda: sempre utilizar algum equipamento de
flutuação e abrir as vias aéreas da vítima. Se não houver respiração, é necessário iniciar
a ventilação e levar a vítima até a área seca. Não se deve checar sinais de circulação,
como pulso carotídeo ou resposta à ventilação, enquanto estiver dentro da água,
somente se a distância da área seca for longa.
Se não houver circulação, não se deve iniciar as compressões dentro da água, e sim
resgatar a vítima até a área seca e aguardar o socorro. Se a vítima não reagir, é possível
que esteja em parada cardíaca, sendo assim, o socorrista deve levá-la até a área seca, e
iniciar as compressões cardíacas.
Suporte básico de vida ao afogado em terra
Deve-se levar em conta a consciência da vítima quando for retirá-la da água, mas para
evitar vômitos e demais complicações nas vias aéreas, é recomendado que o transporte
seja na posição vertical. Em caso de transporte de uma vítima, confusa ou inconsciente,
ele deve ocorrer em posição mais próxima possível da horizontal, porém, a cabeça se
mantém acima do nível do corpo. As vias aéreas devem permanecer abertas durante
todo o tempo.
Se a vítima estiver consciente, só é preciso colocá-la na horizontal com a cabeça elevada,
sem mais cuidados, como já citado. No caso de estar respirando, porém inconsciente, a
vítima deve ser colocada em posição lateral, enquanto aguarda o socorro, pois as
tentativas de retirar a água são proibidas, já que podem prejudicar o banhista.