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Suporte Básico de vida ao

Afogado
Salvamento Aquático
 Compreende-se por salvamento aquático todas as
operações realizadas em rios, lagoas, represas,
mar, enchentes, piscinas e outros mananciais de
água, visando à prevenção da integridade física
de pessoas que se envolvam em ocorrências em que
a água seja o agente causador de acidentes.

 Eu preciso saber nadar pra fazer o


curso de Bombeiro Civil?
AFOGAMENTO
 O afogamento é considerado como “Trauma” e
contribui com uma parcela significativa na
mortalidade atualmente.
 O afogamento é uma causa muito importante de
morte em todas as idades.
 A maioria dos afogamentos ocorrem em águas
abertas, sejam elas praias, rios, lagos, represas, ou
em desastres naturais tais como enchentes e
inundações.
ATENDIMENTO
 As maiorias dos afogados são pessoas jovens,
saudáveis, com expectativa de vida de muitos anos,
o atendimento imediato, adequado e eficaz, deve
ser prestado pelo socorrista imediatamente após ou
mesmo quando possível durante o acidente, ainda
dentro da água.
 É fato, portanto que o atendimento pré-hospitalar
a casos de afogamento é diferenciado de muitos
outros, pois necessita que se inicie pelo socorro
dentro da água.
O GUARDA-VIDAS E OS DIFERENTES
TIPOS DE AMBIENTES AQUÁTICOS

 Conhecer o ambiente em que se trabalha é tão


fundamental quanto conhecer a si mesmo, por isso,
o guarda vidas ao assumir o seu posto de serviço,
deve conferir seus equipamentos e realizar a
“leitura” do local da prevenção, identificando os
fatores de risco.
Rios
 Rio é um curso de água que corre naturalmente de uma área
mais alta para uma mais baixa do relevo, geralmente
deságua em outro rio, lago ou no mar. Esses cursos de água se
formam a partir da chuva.
 Quanto à forma de escoamento de água, os rios podem ser
perenes (não secam em nenhum período do ano, mesmo com
severas estiagens), temporários (também chamados de
intermitentes), que secam em determinados períodos do ano,
ou ainda efêmeros, aqueles que se manifestam somente
quando caem grandes chuvas, sendo estes pouco comuns e de
previsão pouco efetiva.
Lagos
 O lago é uma depressão natural na superfície terrestre, que contém
permanentemente uma quantidade variável de água, que pode ser
proveniente da chuva, nascente local, ou curso d'água. São de
dimensões e profundidade variáveis, e em relação às suas
características, podemos subdividi-los em:
 Lagos artificiais, formados por uma barragem, uma espécie de mar
de água doce;
 Lagos de passagem, atravessados por um rio.

 As orientações aos banhistas são praticamente as mesmas aos


banhistas de rio. Cuidado com embarcações, área de banhista,
animais, galhos, sinalização, entre outros. A grande diferença é que
em lagos não há correnteza, e geralmente sua profundidade é
maior que os rios em nosso Estado.
Cachoeiras
 As cachoeiras, cascatas, e quedas d'água são formações
geomorfológicas nas quais um curso de água corre em
rochas de composição resistente à erosão, formando
degraus com desnível acentuado.
 As formações rochosas geralmente formam piscinas naturais
próximas às suas quedas, que são atrativos aos turistas.
 As ocorrências mais comuns em áreas de cachoeira são os
mergulhos em águas rasas, podendo causar trauma
raquimedular.
 As ocorrências nestas áreas sempre são mais difíceis de
atender, por geralmente ser uma lesão que requer mais
cuidado, e pelas áreas terem acesso um tanto mais
complexo.
Correntes de Retorno
 As correntes de retorno constituem um dos
maiores perigos para os banhistas, devendo
ser detectadas.
 São conhecidas também como vala, devido ao
canal rompendo.
 Podem ser definidas como o refluxo do volume

de água que retorna da costa de volta para o


mar.
Como identifica-las:
Piscinas
 Com o crescimento do número de pessoas que
desfrutam do meio líquido para o banho, natação,
prática de esportes aquáticos, transporte, ou mesmo
para o trabalho em piscinas, tornou-se fundamental a
orientação preventiva para evitar o incidente mais
grave que pode ocorrer na água – o Afogamento!
 Orienta-se que os adultos mantenham crianças a
distância de um braço e manter as atenções voltadas a
elas durante todo o período que permanecerem dentro
da água.
DEFINIÇÃO DE AFOGAMENTO

 É a aspiração de líquido causada por


submersão ou imersão. O termo aspiração
refere-se a entrada de líquido nas vias
aéreas (traquéia, brônquios ou pulmões),
e não deve ser confundido com "engolir
água".
TIPOS DE ACIDENTES NA ÁGUA

 Síndrome de Imersão - “A Hidrocussão” (vulgarmente


conhecida como "choque térmico") é um acidente
desencadeado por uma súbita exposição á água mais fria
que o corpo, levando a uma arritmia cardíaca que poderá
levar a síncope ou a parada cárdio-respiratória (PCR).
 Parece que esta situação pode ser evitada se molharmos a
face e a nuca antes de mergulhar.
 Hipotermia - A exposição da vítima à água fria reduz a
temperatura normal do corpo humano, podendo levar a
perda da consciência com afogamento secundário ou até
uma arritmia cardíaca com parada cardíaca e conseqüente
morte. Sabemos que todas as vítimas afogadas têm
hipotermia.
MECANISMOS DA LESÃO NO AFOGAMENTO

 No afogamento, a função respiratória fica prejudicada pela


entrada de líquido nas vias aéreas, interferindo na troca de
oxigênio (O2) - gás carbônico (CO2) de duas formas principais:

 1. Obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores por


uma coluna de líquido, nos casos de submersão súbita (crianças e
casos de afogamento secundário) e/ou;

 2. Pela aspiração gradativa de líquido até os alvéolos (a vítima


luta para não aspirar).
CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

QUANTO AO TIPO DE ÁGUA


◼ Afogamento em água doce: piscinas, rios,
lagos ou tanques;
◼ Afogamento em água Salgada: mar;
◼ Afogamento em água salobra: encontro de
água doce com o mar; e
◼ Afogamento em outros líquidos não corporais:
tanque de óleo, álcool, ou outro material.
QUANTO A CAUSA DO
AFOGAMENTO
 Afogamento Primário: É aquele decorrente diretamente
do afogamento, sem que haja qualquer fator
determinante anterior ao incidente, quando não
existem indícios de uma causa anterior ao afogamento.;

 Afogamento Secundário: É aquele em que a causa imediata


da morte é o encharcamento alveolar decorrente de um
fator determinante anterior. Exemplos: uma convulsão, um
AVC, traumatismos, doenças cardíacas e/ou pulmonares,
acidentes de mergulho, um tiro, um suicídio, a embriaguez, a
queda de uma costeira com consequente inconsciência, uso
de drogas, o álcool, etc.
QUANTO A GRAVIDADE DO
AFOGAMENTO
 A Classificação de afogamento permite ao
socorrista estabelecer a gravidade de cada caso,
indicando a conduta a ser seguida.
 A classificação não tem caráter evolutivo, devendo
ser estabelecida no local do afogamento ou no
primeiro atendimento, com o relato de melhora ou
piora do quadro.
 O primeiro passo no entendimento do processo de
afogamento é diferenciar entre um caso de Resgate
e Afogamento.
Prevenção de afogamentos

 Abrange todas as medidas necessárias para se


prover a segurança de banhistas de modo a se
evitar afogamentos.
 Basicamente uma adequada prevenção de
afogamentos se faz através de sinalização e
orientação, treinamento, observação dos banhistas,
emprego de equipamentos adequados,
advertências e campanhas educativas e de
esclarecimento.
Resgate
 Vítima resgatada viva da água que não apresenta
tosse ou espuma na boca e/ou nariz e que está
consciente, e pode ser liberada no local do incidente sem
necessitar de atendimento médico após avaliação do
socorrista.
 Todos os casos podem apresentar hipotermia, náuseas,
vômitos, cefaléia (dor de cabeça), mal estar, cansaço, dores
musculares, dor no tórax, diarréia e outros sintomas
inespecíficos.
 Grande parte destes sintomas é decorrente do esforço
físico realizado dentro da água, sob stress emocional do
medo, durante a tentativa de se salvar do afogamento.
Afogamento

 Pessoa resgatada da água que apresenta


evidências de aspiração de líquido: tosse, ou
espuma na boca ou nariz e que deve ter sua
gravidade avaliada no local do incidente, receber
tratamento adequado e acionar se necessário uma
equipe médica (suporte avançado de vida).
CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

 Quanto à causa do afogamento;

 Quanto as características do líquido;

 Quanto à gravidade do afogado;


Quanto à causa do
afogamento

Primária
Secundária
Quanto à característica do líquido

Água doce: piscinas, rios, lagos e


tanques
Água salgada: mar
Água salobra: Rios
Outros líquidos: óleos e outros materiais
Quanto à gravidade do afogado

Grau 1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Processo de afogamento
 Processo de afogamento envolve três fases
distintas, que podem ser interrompidas
através da intervenção em sua ocorrência.
São elas:
Angústia
 Distress é stress ao dobro, e stress significa
submeter alguém a grande esforço ou
dificuldades, ou ainda causar receio ou estar
perturbado.
 Durante a ocorrência da angústia, as vitimas

podem ser capazes de acenar por socorro.


 A ocorrência da angústia pode durar alguns
segundos ou pode prolongar-se por alguns
minutos ou até mesmo horas.
Pânico
 Acontece à medida que a vítima perca suas
forças, ou pode começar imediatamente à
imersão da vítima na água.
 A vítima é incapaz de manter sua flutuabilidade
devido à fadiga, completa falta de habilidade
natatória, ou algum problema físico.
 A vítima concentra toda sua energia para
respirar, de forma que não há grito por
socorro.
Submersão
 A maioria dos afogamentos não resulta em uma
pessoa boiando emborcada (flutuando em
decúbito ventral).
 A submersão pode não ser fatal se a vítima for
resgatada a tempo.
 Uma vez ocorrida a submersão, a chance de um

resgate bem sucedido diminui dramaticamente.


Graus de afogamento
Resgate
Grau 1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Cadáver
RESGATE
 Vítima não passou pelo processo de
afogamento, nesses casos, após a avaliação
e não havendo restrições com relação a
faixa etária ou situação de vulnerabilidade
faz-se os devidos registros e libera-se a
vítima no local.
 SINAIS E SINTOMAS: Sem tosse, espuma na
boca/nariz, dificuldade na respiração ou
parada respiratória ou PCR.
Grau 1
 SINAIS E SINTOMAS: Tosse sem espuma na boca ou nariz.

 As vítimas que apresentam esse grau de afogamento, aspiraram uma quantidade


mínima de água, suficiente para produzir tosse. Seu nível de consciência é bom com a
vítima apresentando lucidez, porém podem estar agitadas ou sonolentas.
 Tais vítimas sentem frio e têm suas freqüências cardíacas e respiratórias aumentadas
devido ao esforço físico, estresse do afogamento.
 Podem ainda estar cianóticas devido ao frio.

TRATAMENTO:
 Verificação dos sinais vitais;
 Fazer a vítima repousar;
 Tranqüilizar;
 Aquecer; e
 Conduzir ao hospital caso necessário.
Grau 2
 SINAIS E SINTOMAS: Pouca espuma na boca e/ou nariz.
 É apresentado pelas vítimas que aspiram quantidade de água suficiente
para alterar a troca gasosa ( O2 – CO2).
 São vítimas lúcidas, agitadas ou desorientadas, e se for constatada
cianose, nos lábios e dedos, temos o comprometimento do sistema
respiratório.
 Verifica-se também o aumento das freqüências cardíacas e respiratórias.

TRATAMENTO:
 Verificação dos sinais vitais;
 Aquecimento corporal;
 Apoio psicológico;
 Tratar estado de choque; e
 Atendimento médico especializado.
Grau 3
 SINAIS E SINTOMAS: Muita espuma na boca e/ou nariz com pulso radial palpável.
 A vítima aspira uma quantidade importante de água, apresentando sinais de insuficiência
respiratória aguda, indicando um edema pulmonar agudo, e também a presença de secreção
nasal e bocal.
 Deve-se tomar cuidados com as vítimas no que tange à vômitos. Para evitar que haja aspiração
de vômito, deve-se virar a cabeça da vítima para o lado.
 A vítima apresenta nível de consciência de agitação psicomotora (acorda se estimulado
intensamente) e apresenta também taquicardia (freqüência cardíaca acima de 100 batimentos
por minuto).
TRATAMENTO:
 Verificação dos sinais vitais;
 Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm, devido à dispnéia;
 Posição Lateral de Segurança sob o lado direito.
 Aquecimento corporal;
 Tratar o estado de choque; e
 Atendimento médico especializado.
Grau 4
 SINAIS E SINTOMAS: Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial
palpável.

 Afogamento de grau 4 assemelha-se muito com o de grau 3, no que tange à quantidade de


água aspirada, porém o nível de consciência pode variar de agitação ao coma sendo que a
vítima quando em coma não desperta mesmo com estímulo doloroso intenso.
 A vítima apresenta taquicardia e também um quadro de hipotensão ou choque.
TRATAMENTO:
 Verificar sinais vitais;
 Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm;
 Aquecer a vítima;
 Observe a respiração com atenção - pode haver parada da respiração.
 Posição Lateral de Segurança sobre o lado direito.
 Ambulância urgente para melhor ventilação e infusão venosa de líquidos.
 Tratar o estado de choque; e
 Atendimento médico especializado.
Grau 5
 SINAIS E SINTOMAS: Parada respiratória, com pulso carotídeo ou sinais de
circulação presente.

 Nos casos de afogamento em grau 5, a vítima apresenta-se em apnéia (parada respiratória),


contudo apresenta pulso arterial, indicando atividade cardíaca.
 Apresenta um quadro de coma leve a profundo (inconsciente) com cianose intensa grande
quantidade de secreção oral e nasal.

 TRATAMENTO:
 Verificação dos sinais vitais;
 Efetuar ventilação na vítima (Máscara pocket - boca a boca, AMBU);
 ventilação. Não faça compressão cardíaca.
 Após retornar a respiração espontânea - trate como grau 4
 Aquecer a vítima;
 Tratar o estado de choque; e
 Atendimento médico especializado.
Grau 6
 SINAIS E SINTOMAS: Parada Cárdio-Respiratória (PCR).

 Trata-se da Parada Cardiorespiratória, representada pela apnéia e


pela ausência de batimentos cardíacos.

 TRATAMENTO:
 Efetuar Reanimação Cardio Pulmonar;
 (2 ventilações + 15 compressões cardíaca)
 Após sucesso da RCP - trate como grau 4
 Em se obtendo sucesso na RCP deve-se aquecer a vítima;
 Tratar o estado de choque; e
 Atendimento médico especializado.
Cadáver
 SINAIS E SINTOMAS:

 PRIMEIROS PROCEDIMENTOS:
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
DENTRO DA ÁGUA
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
DENTRO DA ÁGUA

 Em vítimas inconscientes, a checagem da


ventilação e se necessário a realização do
boca- a-boca ainda dentro da água, aumenta
a sobrevida sem seqüelas em 3 vezes.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
DENTRO DA ÁGUA
 Reconheça o nível de consciência. Se consciente, não há
necessidade de suporte de vida dentro da água, somente
quando chegar à área seca.

 Se inconsciente, reconheça a parada respiratória ainda


dentro da água
 Só deve ser realizada com 2 socorristas sem material ou com um
socorrista com material de flutuação e quando não houver risco
ao socorrista.
 Em casos de inconsciência, um sustenta a vítima e o outro abre as
vias aéreas e checa a respiração.
 Em caso de ausência de respiração realiza no máximo 10
ventilações boca-a-boca. Esta medida evita a progressão da
parada respiratória (grau 5) para uma PCR (grau 6).
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
DENTRO DA ÁGUA

 Caso haja retorno da ventilação, o socorrista


resgata a vítima até a área seca, observando a
cada minuto se a vitima continua respirando.
 Caso não obtenha sucesso no retorno da
ventilação, considere que a vitima esta em PCR e
resgate o mais rápido possível a área seca para
uma completa ressuscitação cárdio - pulmonar.
Métodos de ventilação dentro
da água

 Sem equipamento – só é recomendável com


dois guarda-vidas ou com um guarda-vidas em
água rasa.
Métodos de ventilação dentro
da água
 Com equipamento – Pode ser realizado com
apenas um guarda-vidas.
 O tipo de material deve ser escolhido
conforme o local do resgate.
 O material de flutuação deve ser utilizado no

tórax superior, promovendo uma espontânea


hiperextensão do pescoço e a abertura das
vias aéreas.
Métodos de ventilação dentro
da água

 Casos de ventilação dentro da água não


são possíveis de serem realizados com
barreira de proteção (máscara), por
impossibilidade técnica, sendo
aconselhável a realização do boca-a-
boca.
Protocolo de Atendimento

 A análise primária é o processo ordenado para


identificar e corrigir de imediato, problemas que
ameacem a vida em curto prazo.
 Resumidamente é definida pelo método A.B.C.D.E.,
onde se deve avaliar antes da análise, a
Segurança de cena e dos socorristas, bem como a
responsividade da vítima.
 Estabilizar a coluna cervical manualmente e
certificar-se da permeabilidade das vias aéreas.
Sequência de ações
 Realizar abordagem conforme técnica apropriada,
mantendo a liberação das vias aéreas e
alinhamento da coluna cervical;
 Retirar a vítima da água e posicioná-la em
decúbito dorsal, em superfície plana;
 Realizar análise primária:
 Se ocorrer PCR iniciar a RCP (priorizando
ventilações);
Sequência de ações
 Ministrar oxigênio, conforme fluxo descrito no
quadro de graus de afogamento;
 Prevenir hipotermia, retirando as vestes e secando
a vítima;
 Transportar ao hospital e informar ao médico:
 1 - Temperatura aproximada da água;
 2 - Tempo provável de submersão;
 3 - Se a vítima já foi encontrada em PCR, ou se
ocorreu parada durante o socorro.
Atenção
 Os cuidados com a região cervical ao manusear
vítimas de afogamento só são requeridos se houver
indícios de TRM, fora estas situações, a prioridade
é para o tratamento do grau de afogamento.
 Não perda tempo tentando retirar a água dos
pulmões do afogado, ela somente será eliminada
pela via renal, após internação médica.
Atenção
 Vítimas em grau 4 tendem a ter parada
respiratória, mesmo após retirada da água e
oxigenação.

 Vítimas em grau 5 com retorno da respiração


podem ter nova parada respiratória após alguns
minutos.
Atenção
 Sempre levar a vítima afogada ao hospital, pois os
efeitos da água nos pulmões podem ocorrer
tardiamente após dias do fato, exceto as em grau
1.
 Estar atento para a ocorrência de vômito e, neste
caso, girar a vítima, ou limpar vômitos e secreções
na ordem: “Nariz, boca”.
Tratamento para Vítimas de
Afogamento até o Grau 4
 Após a análise primária, e constatada classificação de
afogamento nos graus 1 a 4, em vítima consciente ou
inconsciente, com batimentos cardíacos e respiração, o
tratamento preconizado é o D. L. O. M. A.:
 Decúbito lateral direito;
 Limpar vômitos e secreções;
 Oxigenoterapia;
 Monitorar sinais vitais e;
 Aquecer a vítima.
Tratamento para Vítimas de
Afogamento até o Grau 4

 A limpeza de vômitos e secreções reduz a


incidência de bronco-aspiração de líquidos
corporais, e facilita e permite um melhor
acoplamento da máscara oro-nasal (Pocket Mask) à
face da vítima.
Tratamento para Vítimas de
Afogamento até o Grau 4

 O monitoramento dos sinais vitais visa checar o


nível de consciência, verificar qualidade da
respiração, checar pulso radial e perfusão
periférica, checar a temperatura e cianose
corpórea e manter a central de operações
informada sobre o quadro da vítima.
Tratamento para Vítimas de
Afogamento até o Grau 4
 E, ao aquecer a vítima, previne-se e oferece
tratamento à hipotermia.
 Devemos retirar as vestes molhadas, mas não expor
partes íntimas (atentar para atendimento de vítimas
do sexo feminino), buscando o consentimento da
própria vítima ou de acompanhantes.
 E por fim, fazer uso de manta aluminizada ou
cobertores para promover o aquecimento.
Tratamento para
Afogamento de Grau 5
 São vítimas que, devido à quantidade de água
aspirada e ao tempo de anoxia (sem O2), apresentam
Parada Respiratória. A vítima não apresenta
movimentos respiratórios, mas possui batimentos
cardíacos. Apresentam-se inconscientes, com cianose
intensa e grande quantidade de espuma na boca e
nariz.
 O tratamento consiste em: efetuar as ventilações de
resgate; ministrar O2; aquecer a vítima; limpar
secreções ou espuma da boca e nariz e transportar ao
hospital para atendimento médico especializado.
Havendo o retorno da respiração, tratar como Grau 4.
Tratamento para Afogamento
de Grau 6
 São vítimas que, devido a grande quantidade de água
aspirada e ao tempo em anoxia (sem O2), apresentam
Parada Cardiorrespiratória, ou seja, ausência de
respiração e pulso central.
 O tratamento consiste em: iniciar a RCP (Reanimação
Cardiopulmonar), de acordo com a idade da vítima;
ministrar O2; aquecer a vítima; limpar secreções ou
espuma da boca e nariz; e transportar ao hospital
para atendimento médico especializado. Obtendo
sucesso na RCP, tratar a vítima como Grau 4.
Tratamento para Afogamento
de Grau 6

 Ao atestar a Parada Cardiorrespiratória, a RCP


deve ser realizada na vítima em Decúbito Dorsal
Horizontal, e em superfície rígida, mantendo a
frequência de acordo com a idade da vítima, de
acordo com o Protocolo de Resgate Pré-Hospitalar.
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
(TRM) EM MEIO AQUÁTICO

 Em meio aquático, podemos nos deparar com


vítimas suspeitas de terem sofrido trauma na coluna
cervical.
 O que o guarda vidas deve observar nesses casos
é se o meio é propício para esse tipo de incidente,
realizar as medidas de segurança e orientar os
banhistas quanto aos perigos do local.
Situações que indicam possíveis
casos de TRM

 Vítima se afogando em local raso;


 Vítima testemunhada ou com história compatível
com trauma cervical, craniano ou torácico dentro da
água;
 Mergulhos de altura na água – trampolim,
cachoeira, pontes, pedras e outros;
 Mergulho em águas rasas (mergulho ou
cambalhotas na beira da água);
Situações que indicam possíveis
casos de TRM

 Traumatismos em embarcações;
 Esportes radicais na água;

 Brigas dentro da água;

 Vítima se encontrar apenas com a parte


superior das costas e nuca fora da água,
conforme lustração a seguir.
Sintomas e sinais de
possível TRM
 Dor em qualquer região da coluna
vertebral;
 Traumatismo facial ou de crânio;
 “Formigamento” (falta de sensibilidade) ou
paralisia de qualquer parte do corpo
abaixo do pescoço;
 Sangramento na região da cabeça/crânio.
Cuidados no TRM dentro da
água
 Exame primário;
 Em caso de parada respiratória – priorizar a
ventilação artificial hiperextendendo o pescoço;
 Em caso de vítima viva - Imobilize a
cabeça/pescoço em posição neutra com as mãos
e/ou os braços.
 A proteção da coluna cervical deve ser uma das
prioridades, a não ser que outra situação esteja
produzindo risco de vida iminente (parada
respiratória ou PCR).
Situações diversas com a
vítima
 A mesma deverá ser estabilizada imediatamente.
 Geralmente a vítima se encontra desacordada,
flutuando em decúbito ventral, e quase sempre
estará em um local raso.
 O atendimento nesses casos visa à retirada da
água sem causar maiores danos, sempre com
atenção à imobilização da cervical e controle dos
sinais vitais.
Técnicas de salvamento de
vítimas com suspeita de TRM

 Para salvamento de vítimas com suspeita


traumatismo raquimedular, sem equipamentos,
temos técnicas de resgate, e também técnica para
imobilização da vítima com prancha de APH e
colar cervical dentro d’agua.
Técnicas de salvamento de
vítimas com suspeita de TRM
 Passo 1 – A vítima com a face para água, o
guarda-vidas irá se aproximar pelas costas da
vítima, colocando suas duas mãos por baixo das
axilas, prossiguindo até fixa-las na altura das
orelhas.
 Passo 2 – Fixar bem as mãos na cabeça da vítima
e levantá-la de encontro ao tórax do guarda-vidas,
procurando sempre manter o pescoço e a cabeça
alinhados. Posicione sempre a vítima de forma que
sua face permaneca fora da água.
Técnicas de salvamento de vítimas
com suspeita de TRM

 Passo 3 – Transporte a vítima imobilizada até a


saída da água.
 Passo 4 – Ao retirar a vítima da água, posicione-a
paralela à água com o seu lado direito voltado
para a água.
 Passo 5 – Mantendo o alinhamento e estabilização
da coluna cervical, coloque a vítima sentada. O
socorrista deve estar por trás da vítima mantendo a
coluna cervical e torácica alinhadas.
Técnicas de salvamento de vítimas
com suspeita de TRM

 Passo 6 – Retire a mão esquerda da face da vítima e


apoie por trás da cabeça/pescoço (nuca), de forma
que o cotovelo se apoie no dorso. Desloque-se
lateralmente de forma que suas costas se voltem para
a água. Retire então a mão direita e apoie no queixo
e tórax alinhando os dois.
 Passo 7 – Desta forma deite então a vítima como um só
bloco ao solo. Aguarde apoio, que neste caso, colocará
o colar cervical e suportará a vítima sobre a prancha
longa, para em seguida, conduzir ao hospital.
Passo a passo da Técnica de
imobilização em meio aquático:
Retirando a cabeça da vítima da água,
mantendo a cabeça alinhada ao pescoço.
Transportando a vítima.
Técnica Americana
 Passo 1 – O Guarda-Vidas deve colocar-se
lateralmente a vítima, posicionando um braço por
cima, apoiando as costas da vítima, e outro braço
por baixo, apoiando o peito (neste caso uma mão
irá segurar o queixo e a outra irá segurar a nuca,
mantendo um alinhamento da cervical).
 Passo 2 – O Guarda-Vidas mergulha para frente
com a vítima e a gira de forma a ficar por trás
dela e dentro da água.
Técnica Americana
 Passo 3 – A coluna cervical da vítima deverá
formar um eixo, em torno do qual irá girar o corpo
dela e o próprio socorrista. A vítima ficará com sua
face voltada para cima, fora da água.
 Passo 4 – Em caso de piscinas, um segundo
socorrista deverá colocar o colar cervical, para em
seguida colocar a vítima sobre a prancha longa, e
dar início à retirada da água.
Passo a passo da Americana de
imobilização em meio aquático:
Rotação submersa, com a coluna
cervical da vítima imobilizada.
Emersão com a vítima
estabilizada
Imobilização com prancha de APH
dentro d’água

 Mesmo em caso de forte suspeita de lesão da


coluna cervical, a respiração é a prioridade.
 Neste caso a checagem da ventilação é realizada
sem hiperextensão da coluna.
 Em qualquer situação, o socorrista deverá verificar
respiração e pulso da vítima, pois na ausência de
qualquer um destes sinais vitais, deve-se dar
prioridade para os procedimentos de manutenção
da vida.
Modo de execução
 Passo 1 – O GV 1 alinha a cabeça e pescoço da
vítima e mantém a estabilização manual.
 Passo 2 – O GV 2 coloca o colar cervical no pescoço
da vítima. A vítima, caso esteja lúcida, deve ser
alertada para evitar se movimentar.
 Passo 3 – Mesmo já aplicado o colar, o GV 1 deve
manter a imobilização manual, até que a vitima
esteja completamente imobolizada na prancha (com
todos os tirantes, headh-blocks (coxins) e os tirantes
do queixo e testa), dessa forma impedindo
movimentos laterais da coluna.
Modo de execução
 Passo 4 – O GV 2 irá colocar a prancha abaixo
da vítima, utilizando- se de flutuadores, caso
necessário, para equilibrar e compensar as
extremidades da vítima.
 Passo 5 – Coloca-se a prancha submersa, da
cabeça aos pés, ou lateralmente. É necessário que
os tirantes e demais acessórios da prancha já
estejam transpassados para que o resgate seja
realizado da maneira mais ágil.
Modo de execução
 Passo 6 – O GV 2 irá proceder com o
procedimento de imobilização na prancha.
 É aconselhado iniciar a imobilização pelos tirantes,
e por último a colocação dos head-blocks e os
tirantes do queixo e da testa.
 Passo 7 – De acordo com a necessidade de cada
local, pode ser necessário auxílio de alguém fora
da água para retirar a prancha com a vítima.
Imobilização da coluna servical
pelo Guarda-vidas 1.
Colocação do colar cervical pelo
Guarda-vidas 2
Colocação da prancha pelo
Guarda-vidas 2.
Fechamento dos tirantes
Colocação dos bloqueadores de
cabeça (coxins) e tirantes.
Transporte da vítima
imobilizada
Retirada da vítima.
COMPLICAÇÕES NO
ATENDIMENTO AO AFOGADO

 O vômito é o fator de maior complicação nos casos


de afogamento onde existe inconsciência. A sua
ocorrência deve ser evitada utilizando-se as
manobras corretas:
COMPLICAÇÕES NO
ATENDIMENTO AO AFOGADO

 Desobstrua as vias aéreas antes de ventilar – Evite


exagero nas insuflações, evitando distensão do
estômago.
 Em caso de vômitos, vire a face da vítima
lateralmente, e rapidamente limpe a boca.
 Lembre-se que, o vômito é o pior inimigo do
socorrista.
FICAMOS POR AQUI

 Aula de suporte Básico de vida ao afogado.

 Trabalho do Módulo de APH do curso de instrutor.

 Aluno: Francisco Wellder de Sousa Nogueira.

Contatos: (88) 9.8845-0483.


Instagram: wellder.sousa

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