Relatório Disciplina Formação de Professores - Revisão Integrativa

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1

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA


ALINE MADALENA MARTINS

AS PRÁTICAS DOCENTES DURANTE A PANDEMIA E SUA RELAÇÃO COM AS


POLÍTICAS CURRICULARES NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR SOBRE AS
PRIMEIRAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS

Tubarão
2022
2

ALINE MADALENA MARTINS

AS PRÁTICAS DOCENTES DURANTE A PANDEMIA E SUA RELAÇÃO COM AS


POLÍTICAS CURRICULARES NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR SOBRE AS
PRIMEIRAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS

Relatório de pesquisa apresentado à Profª


Josélia Euzébio da Rosa, como requisito para a
aprovação na Unidade de Aprendizagem
Formação de Professores do Curso de
Doutorado em Educação da Universidade do
Sul de Santa Catarina.

Tubarão, SC
2022
3

Resumo Expandido

(última parte do relatório a ser produzida)


O resumo expandido deverá ser elaborado de acordo com as normas da ANPEd Sul 2022 para
comunicação oral.
Palavras-chave: xxxxxxxxxxxx
4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6
2 MÉTODO 8
3 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 18
3.1 SOBRE OS OBJETIVOS E METODOLOGIAS UTILIZADAS 21
3.2 SOBRE AS PALAVRAS-CHAVE 23
3.3 SOBRE AS REFERÊNCIAS DOS TRABALHOS SELECIONADOS 24
3.4 DESIGUALDADES EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DA PANDEMIA 25
3.5 O TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO NEOLIBERALISTA 27
3.6 EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DURANTE A PANDEMIA: LIMITES E POSSIBILIDADES 29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33
5 REFERÊNCIAS 35
5

1 INTRODUÇÃO

Desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, no início do ano de 2020,


milhares de escolas fecharam as portas, fazendo com que professores e estudantes ficassem
distantes da escola e uns dos outros. A partir de então, muitas discussões acerca das
dificuldades enfrentadas pela área da educação emergiram, trazendo à tona múltiplos
discursos a respeito do papel da escola e do professor. Como um direito expresso na
Constituição de 1988, as diferentes redes de ensino no país tiveram de encontrar meios para
garantir o acesso à educação mesmo no cenário pandêmico. Assim, a pandemia de covid-19
estabeleceu um novo cenário no ato de ensinar e aprender e, implacavelmente, desencadeou
uma série de reflexões sobre os modelos pedagógicos estabelecidos.
Se por um lado o ensino remoto emergencial com o uso das tecnologias de informação
e comunicação aproximou estudantes e professores, por outro reacendeu os debates em
relação às desigualdades sociais brasileiras. Este novo quadro educacional exige dos
professores e pesquisadores do campo da educação o levantamento e análise das experiências
pedagógicas do período pandêmico com o objetivo de conhecermos em que realidade estas
práticas se deram efetivamente.
Aqui, partimos do pressuposto de que as experiências educacionais dos tempos de
pandemia constituem um campo fecundo de pesquisa, servindo como instrumentos para que
possamos identificar práticas pedagógicas exitosas, bem como discutir as dificuldades e
limitações existentes no processo de ensino-aprendizagem do período, de modo a
compreender e superar os impactos e prejuízos oriundos da suspensão das aulas presenciais. O
recente retorno das crianças e adolescentes à escola exigirá do poder público e dos professores
um olhar minucioso sobre as consequências do ensino remoto emergencial. Esse
entendimento da realidade dos estudantes e professores brasileiros poderão servir de subsídios
para a construção de caminhos e estratégias que visem minimizar os efeitos da pandemia no
cenário educacional.
Com o intuito de conhecer as primeiras pesquisas que versam sobre a educação no
Brasil nos tempos de pandemia, fizemos uma revisão integrativa. Esta abordagem busca
fornecer uma análise sobre o conhecimento produzido de um determinado tema, “permitindo
a geração de novos conhecimentos, pautados nos resultados apresentados nas pesquisas
anteriores” (BOTELHO et al, 2011, p. 127). Assim, visando contribuir para ampliação dos
estudos na área, o presente trabalho é fruto de um levantamento das primeiras produções
científicas da plataforma de periódicos Scientific Electronic Library Online (SciELO) que
6

possuem como temática as experiências e práticas docentes durante a pandemia de Covid-19


no Brasil. Neste estudo, identificamos as primeiras pesquisas sobre o assunto e analisamos
seus resultados por meio das informações coletadas nos trabalhos elencados. O processo
metodológico de identificação, categorização, coleta e análise de dados será descrito no item a
seguir.
7

2 MÉTODO

O processo de produção de conhecimento exige do pesquisador uma aproximação com


o tema, de modo a pensar sobre a relevância para a área, bem como identificar lacunas e
possibilidades de pesquisa. Para isso, faz-se necessário mapear e analisar a produção
acadêmica já existente sobre a problemática que envolve o objeto a ser estudado.
Ressaltamos, portanto, a importância do levantamento da produção científica para a
compreensão de todo o processo de pesquisa e de como está nacionalmente articulado o tema
a ser investigado.
Aqui utilizaremos o método de revisão integrativa, cujo objetivo é fazer um
levantamento e discussão sobre o conhecimento já construído em pesquisas anteriores sobre
um determinado tema” (BOTELHO et al, 2011). Com o objetivo de sistematizar o
conhecimento científico já produzido, este processo de revisão segue seis etapas criteriosas,
que destacamos na figura seguir:

Figura 1 - Etapas da revisão integrativa.


Fonte: Elaborado pela autora a partir de Botelho et al (2011).

O presente trabalho foi realizado durante a disciplina de “Formação de Professores”


do curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de
Santa Catarina (UNISUL). Trata-se do primeiro contato com a produção científica sobre a
temática: A prática e formação docente durante a pandemia e sua relação com as políticas
curriculares em Santa Catarina na Educação Básica. Para esta revisão, formulamos a seguinte
pergunta norteadora: O que dizem as primeiras pesquisas sobre as práticas docentes e
8

políticas curriculares durante a pandemia de Covid-19 na Educação Básica? Para melhor


compreender o tema de pesquisa, foram levantados dados da plataforma de periódicos
Scientific Electronic Library Online (SciELO). Por se referir a um fenômeno recente como a
pandemia, optou-se por considerar quaisquer periódicos da SciElo, objetivando aumentar o
número de resultados encontrados. De início, elencamos os descritores gerais a serem
utilizados na pesquisa:
1. Formação docente
2. Formação de professores
3. Experiências docentes
4. Práticas escolares
5. Políticas curriculares
6. Currículo
7. Pandemia
8. Covid-19
9. Santa Catarina
10. Educação Básica

Para realizar as buscas foram criadas algumas combinações de descritores,


delimitando os trabalhos com os filtros: "Brasil" e "Educação". Feito isso, apuramos os
seguintes resultados:

1. (Formação docente) AND (Pandemia): 2 resultados

· Modalidade de ensino remoto em tempos de pandemia: opinião de um grupo de estudantes de Física

· Trabalho remoto, saúde docente e greve virtual em cenário de pandemia

2. (Experiências docentes) AND (Pandemia): 1 resultado

· Ansiedade, afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da Covid-19
9

3. (Práticas escolares) AND (Pandemia): 1 resultado

· Percepções sobre o ensino remoto-domiciliar durante o isolamento físico: o que as mães têm a nos relatar?

4. (Políticas curriculares) AND (Pandemia): 1 resultado

· Análise Crítica das DCN à Luz das Diversidades: Educação Médica e Pandemia da Covid-19

5. (Currículo) AND (Pandemia): 5 resultados

· Modelo curricular formativo e integrativo na Odontologia: uma análise do ensino da Biossegurança

· I(n)subordinações curriculares: “Desacelerem o Mundo que eu quero descer”

· Educação física escolar em tempos de distanciamento social: Panorama, desafios e enfrentamentos curriculares

· Ensino e Cuidado em Saúde LGBTI+: Reflexões no Contexto da Pandemia da Covid-19

· A Arte como Estratégia de Coping em Tempos de Pandemia

6. (Covid-19) AND (Currículo): 6 resultados

· Mais uma Lição: sindemia covídica e educação

· Educação física escolar em tempos de distanciamento social: Panorama, desafios e enfrentamentos curriculares

· Ensino e Cuidado em Saúde LGBTI+: Reflexões no Contexto da Pandemia da Covid-19

· A Arte como Estratégia de Coping em Tempos de Pandemia

· Modelo curricular formativo e integrativo na Odontologia: uma análise do ensino da Biossegurança

· (In)subordinações curriculares: “Desacelerem o Mundo que eu quero descer”

7. (Covid-19) AND (Políticas curriculares): 1 resultado


10

· Análise Crítica das DCN à Luz das Diversidades: Educação Médica e Pandemia da Covid-19

8. (Covid-19) AND (Experiências docentes): 8 resultados

· No desligar das câmeras: experiências de estudantes de ensino superior com o ensino remoto no contexto da Covid-19

· Vivências do trabalho remoto no contexto da covid-19: reflexões com docentes de enfermagem

· A implementação do ensino remoto na pandemia: qual o lugar da educação especial?

· Necessidade de mudanças na educação médica e a percepção de professores antes da pandemia da Covid-19

· Mentoria virtual durante a pandemia de Covid-19: percepções de mentorandos e mentores

· E a Educação Física? Narrativas de professores-pesquisadores sobre as aulas remotas em Institutos Federais

· Engajamento e Protagonismo Estudantil na Promoção da Educação Médica em Tempos de Pandemia da Covid-19

· População em Situação de Rua: o Papel da Educação Médica ante a Redução de Iniquidades

9. (Covid-19) AND (Práticas escolares): 1 resultado

· Percepções sobre o ensino remoto-domiciliar durante o isolamento físico: o que as mães têm a nos relatar?

10. (Covid-19) AND (Formação de professores): 10 resultados

· Trajetórias de uma Professora de Língua Inglesa em Ensino Remoto Emergencial

· Educação remota na continuidade da formação médica em tempos de pandemia: viabilidade e percepções

· Necessidade de mudanças na educação médica e a percepção de professores antes da pandemia da Covid-19

· Equipes de aprendizagem ativa na educação em saúde: ensino-serviço-comunidade na prevenção da contaminação por


Covid-19

· Mentoria durante pandemia: um ambiente de acolhimento, pertencimento e humanização para primeiranistas

· Implantação de mentoria on-line em uma faculdade de medicina durante a pandemia da Covid-19

· A urgência da Saúde Coletiva na formação em Educação Física: lições com o COVID-19

· Programa de Mentoria do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: Atividades Integrativas
em Foco

· Educação Médica durante a Pandemia da Covid-19: uma Revisão de Escopo


11

Perspectivas para formação de professores pós pandemia: um diálogo

11. (Covid-19) AND (Formação docente): 2 resultados

· Diálogos da enfermagem durante a pandemia: reflexões, desafios e perspectivas para a integração ensino-serviço

· Desenvolvimento docente pós-COVID-19: mudanças ou troca de cenário?

12. (Pandemia) AND (Educação Básica): 13 resultados

· Trabalho docente na educação básica no Brasil sob indústria 4.0

· Diários de professores(as) na pandemia: registros em cadernetas digitais de trabalho e saúde

· Pandemia, Sistema Único de Saúde (SUS) e Saúde Coletiva: com-posições e aberturas para mundos outros

· Consumo de álcool em professores da rede pública estadual durante a pandemia da COVID-19

· Pandemia da COVID-19: insatisfação com o trabalho entre professores(as) do estado de Minas Gerais, Brasil

· Impactos da pandemia covid-19 nas aulas de inglês

· A gestão do cuidado em uma unidade básica de saúde no contexto da pandemia de Covid-19

· Ansiedade, afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da Covid-19

· Redução da renda familiar dos professores da educação básica de Minas Gerais na pandemia da Covid-19

· Experiência no ensino de patologia em tempos de pandemia

· Atuação Docente na Educação Básica em Tempo de Pandemia

· Possível reconfiguração dos modelos educacionais pós-pandemia

· Implicações da pandemia da COVID-19 para o financiamento da educação básica

13. (Covid-19) AND (Educação Básica): 13 resultados

· Trabalho docente na educação básica no Brasil sob indústria 4.0

· Diários de professores(as) na pandemia: registros em cadernetas digitais de trabalho e saúde

· Pandemia, Sistema Único de Saúde (SUS) e Saúde Coletiva: com-posições e aberturas para mundos outros

· Consumo de álcool em professores da rede pública estadual durante a pandemia da COVID-19

· Pandemia da COVID-19: insatisfação com o trabalho entre professores(as) do estado de Minas Gerais, Brasil

· Impactos da paendemia covid-19 nas aulas de inglês


12

· A gestão do cuidado em uma unidade básica de saúde no contexto da pandemia de Covid-19

· Ansiedade, afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da Covid-19

· Redução da renda familiar dos professores da educação básica de Minas Gerais na pandemia da Covid-19

· Experiência no ensino de patologia em tempos de pandemia

· Atuação Docente na Educação Básica em Tempo de Pandemia

· Possível reconfiguração dos modelos educacionais pós-pandemia

· Implicações da pandemia da COVID-19 para o financiamento da educação básica

Ao perceber o número restrito de trabalhos, optou-se por excluir das buscas o descritor
“Santa Catarina”. As buscas nos revelaram um total de 61 resultados. Cabe ressaltar aqui que
a busca na plataforma SciELO se deu no início do primeiro semestre de 2022. Ao cruzarmos
os dados, porém, vimos artigos duplicados. Assim, após excluirmos os trabalhos repetidos,
chegamos a um total de 42 artigos.
A partir deste momento partimos para a realização de uma análise mais apurada dos
trabalhos. Para tanto, alguns critérios foram adotados:
a) Leitura do título da revista;
b) Leitura das palavras-chaves;
c) Leitura dos resumos;
d) Se necessário, leitura breve do artigo e análise das referências bibliográficas
utilizadas na pesquisa.
Após a análise de tais itens, verificamos que grande parte dos trabalhos, apesar de
aparecerem nas buscas com o filtro “Educação” selecionado, pertenciam a outras áreas.
Categorizamos, neste primeiro momento, as pesquisas que tinham vínculo com a Educação
Básica.

TEMÁTICAS GERAIS DOS TRABALHOS SELECIONADOS

Título do artigo científico SUS Educação Aspectos da Educação Outros*


Superior vida do Básica
trabalhador em
Educação

(In)subordinações curriculares: x
“Desacelerem o Mundo que eu quero
descer” (2)
13

A Arte como Estratégia de Coping em x


Tempos de Pandemia (2)

A gestão do cuidado em uma unidade x


básica de saúde no contexto da
pandemia de Covid-19 (2)

A implementação do ensino remoto na x


pandemia: qual o lugar da educação
especial?

A urgência da Saúde Coletiva na x


formação em Educação Física: lições
com o COVID-19

Análise Crítica das DCN à Luz das x


Diversidades: Educação Médica e
Pandemia da Covid-19 (2)

Ansiedade, afeto negativo e estresse x


de docentes em atividade remota
durante a pandemia da Covid-19 (3)

Atuação Docente na Educação Básica x


em Tempo de Pandemia (2)

Consumo de álcool em professores da x


rede pública estadual durante a
pandemia da COVID-19 (2)

Desenvolvimento docente pós-COVID- x


19: mudanças ou troca de cenário?

Diálogos da enfermagem durante a x


pandemia: reflexões, desafios e
perspectivas para a integração ensino-
serviço

Diários de professores(as) na x
pandemia: registros em cadernetas
digitais de trabalho e saúde (2)

E a Educação Física? Narrativas de x


professores-pesquisadores sobre as
aulas remotas em Institutos Federais

Educação física escolar em tempos de x


distanciamento social: Panorama,
desafios e enfrentamentos curriculares
(2)

Educação Médica durante a Pandemia x


da Covid-19: uma Revisão de Escopo

Educação remota na continuidade da x


formação médica em tempos de
pandemia: viabilidade e percepções

Engajamento e Protagonismo x
Estudantil na Promoção da Educação
Médica em Tempos de Pandemia da
Covid-19
14

Ensino e Cuidado em Saúde LGBTI+: x


Reflexões no Contexto da Pandemia
da Covid-19 (2)

Equipes de aprendizagem ativa na x


educação em saúde: ensino-serviço-
comunidade na prevenção da
contaminação por Covid-19

Experiência no ensino de patologia x


em tempos de pandemia (2)

Impactos da pandemia covid-19 nas x


aulas de inglês (2)

Implantação de mentoria on-line em x


uma faculdade de medicina durante a
pandemia da Covid-19

Implicações da pandemia da COVID- x


19 para o financiamento da educação
básica (2)

Mais uma Lição: sindemia covídica e x


educação

Mentoria durante pandemia: um x


ambiente de acolhimento,
pertencimento e humanização para
primeiranistas

Mentoria virtual durante a pandemia x


de Covid-19: percepções de
mentorandos e mentores

Modalidade de ensino remoto em x


tempos de pandemia: opinião de um
grupo de estudantes de Física

Modelo curricular formativo e x


integrativo na Odontologia: uma
análise do ensino da Biossegurança
(2)

Necessidade de mudanças na x
educação médica e a percepção de
professores antes da pandemia da
Covid-19 (2)

No desligar das câmeras: experiências x


de estudantes de ensino superior com
o ensino remoto no contexto da Covid-
19

Pandemia da COVID-19: insatisfação x


com o trabalho entre professores(as)
do estado de Minas Gerais, Brasil (2)

Pandemia, Sistema Único de Saúde x


(SUS) e Saúde Coletiva: com-
posições e aberturas para mundos
outros (2)
15

Percepções sobre o ensino remoto- x


domiciliar durante o isolamento físico:
o que as mães têm a nos relatar? (2)

População em Situação de Rua: o x


Papel da Educação Médica ante a
Redução de Iniquidades

Possível reconfiguração dos modelos x


educacionais pós-pandemia (2)

Programa de Mentoria do Curso de x


Medicina da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte: Atividades
Integrativas em Foco

Redução da renda familiar dos x


professores da educação básica de
Minas Gerais na pandemia da Covid-
19 (2)

Trabalho docente na educação básica x


no Brasil sob indústria 4.0 (2)

Trabalho remoto, saúde docente e x


greve virtual em cenário de pandemia

Trajetórias de uma Professora de x


Língua Inglesa em Ensino Remoto
Emergencial

Perspectivas para formação de professores x


pós pandemia: um diálogo

Vivências do trabalho remoto no x


contexto da covid-19: reflexões com
docentes de enfermagem

TOTAL: 42 artigos 02 21 06 11 02
16

.
Figura 2 - Visão geral das temáticas dos trabalhos pré-selecionados.
Fonte: Elaborado pela autora.

A análise mais apurada, por meio dos itens elencados acima, foram de fundamental
importância para que chegássemos de fato ao número de trabalhos que tratavam da docência
na Educação Básica. Assim, chegamos ao total de onze trabalhos, representando 26% do total
de selecionados na primeira triagem. Estes onze trabalhos serão categorizados no próximo
capítulo.
17

3 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a seleção por meio dos critérios de inclusão e exclusão sintetizados no capítulo
anterior, é chegado o momento de documentar as informações dos trabalhos elencados. Para
tanto, procuramos identificar as informações mais pertinentes para que o investigador possa
conhecer os pontos fundamentais de cada pesquisa, apresentando-lhe uma visão global e
sintética dos mesmos para posterior categorização e análise. Neste capítulo estão descritos e
mapeados então: a) autor do texto, b) ano de publicação; c) revista de publicação e instituição
a qual está vinculada; d) palavras-chave; e) objetivos de cada pesquisa; f) metodologia
utilizada; g) referencial teórico.

ARTIGO AUTOR(ES) OBJETIVO REVISTA/INSTITUIÇÃO ANO


DE ENSINO SUPERIOR

Possível GATTI, Aprofundar especificamente Estudos Avançados / USP 2020


reconfiguração dos Bernadete questões ligadas à educação
modelos educacionais Angelina. básica na situação de pandemia
pós-pandemia quanto à garantia possível das
aprendizagens aos alunos, as
diversidades das realidades
sociais, a situação de
professores e gestores,
aspectos curriculares,
relacionais e socioemocionais
envolvidos no processo de
isolamento e no retorno
presencial nas escolas.

Implicações da ALVES, Thiago Estimar impactos da queda da Revista de Administração 2020


pandemia da COVID- et al. arrecadação tributária para o Pública / FGV
19 para o financiamento da educação
financiamento da básica em virtude dos efeitos
educação básica econômicos adversos da
pandemia da COVID-19.

(In)subordinações BRITO, Eliana Analisar os discursos que Educação e Sociedade / 2021


curriculares: Póvoas Pereira circulam na mídia digital Unicamp
“Desacelerem o Mundo Estrela. endereçados aos(às)
que eu quero descer” profissionais da educação, pais
e estudantes com objetivo de
fomentar o debate acerca da
educação em tempos de
pandemia da Covid-19.
18

A implementação do CAMIZÃO, Analisar o processo de Educação e Pesquisa / 2021


ensino remoto na Amanda Costa et implementação do ensino USP
pandemia: qual o lugar al remoto com vistas à garantia do
da educação especial? atendimento educacional
especializado aos estudantes
público alvo da educação
especial em tempo de pandemia
da covid-19.

Atuação Docente na CIPRIANI, Flávia Analisar os pensamentos, Educação e Realidade / 2021


Educação Básica em Marcele et al sentimentos, desafios e UFRGS
Tempo de Pandemia perspectivas dos docentes
nesse período de calamidade.

E a educação física? FERREIRA, Heidi Analisar as experiências de Movimento / UFRGS 2021


Narrativas de Jancer et al. professores-pesquisadores de
professores- Educação Física com o ensino
pesquisadores sobre remoto em Institutos Federais.
as aulas remotas em
Institutos Federais

Educação física escolar MACHADO, Compreender o modo como a Movimento / UFRGS 2021
em tempos de Roseli Belmonte Educação Física, no Rio Grande
distanciamento social: et al. do Sul, tem se posicionado no
Panorama, desafios e cenário das aulas remotas.
enfrentamentos
curriculares

Mais uma Lição: VEIGA-NETO, Articular os desdobramentos das Educação e Realidade / 2021
sindemia covídica e Alfredo. crises geradas pela pandemia UFRGS
educação da COVID-19, com as
deficiências da educação
escolar no Brasil.

Perspectivas para formação GATTI, Propiciar diálogos com Práxis Educacional / UESB 2021
de professores pós Bernardete pesquisadores e professores
pandemia: um diálogo Angelina et al. brasileiros, da área de
educação, buscando
direcionamentos para
educação formal no período.

Trajetórias de uma LUDOVICO, Analisar, a partir da Teoria da Revista Brasileira de 2021


Professora de Língua Francieli Motter et Complexidade, a prática de uma Linguística Aplicada /
Inglesa em Ensino al. professora lecionando língua UFMG
Remoto Emergencial inglesa (LI) em contexto de
Ensino Remoto Emergencial
(ERE).

Trabalho docente na PREVITALI, Analisar o trabalho docente na Revista Katálysis / UFSC 2022
educação básica no Fabiane Santana; Educação Básica no Brasil,
Brasil sob indústria 4.0 FAGIANI, Cílson especialmente a partir de 2020,
César. quando se instaura a Pandemia
Covid-19, em meio à difusão do
teletrabalho no bojo da Indústria
4.0, sob o aprofundamento do
Neoliberalismo e da Nova
Gestão Pública (NGP).
19

Como verifica-se no quadro acima, com exceção dos textos de Gatti (2020) na Revista
Estudos Avançados, da pesquisa de Alves et al (2020) na Revista de Administração Pública e
do trabalho de Previtali e Fagiani (2022) na Revista Katálysis, oito dos onze trabalhos foram
publicados em 2021, ano em que o cenário da educação brasileira ficou marcado pelo ensino
remoto e híbrido.
Em relação às revistas e instituições a que estão vinculadas, destacamos a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com quatro publicações: duas
publicações na Revista Movimento, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança –
ESEF e duas na Revista Educação e Realidade da Faculdade de Educação – FACED. Outras
três publicações são de revistas/instituições do estado de São Paulo: uma na Revista Estudos
Avançados da Universidade de São Paulo (USP), outra na Revista Educação e Pesquisa
também da USP e a última na Revista Educação e Sociedade da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP). O quadro abaixo visa ilustrar a origem das publicações selecionadas
para esta revisão integrativa:

UF Instituição de Ensino Revista Número de


Superior publicações

Rio Grande do Sul UFRGS Educação e Realidade 2

Movimento 2

São Paulo USP Educação e Pesquisa 1

Estudos Avançados 1

UNICAMP Educação e Sociedade 1


20

UESB Revista Práxis Educacional 1


Bahia

Minas Gerais UFMG Revista Brasileira de Linguística 1


Aplicada

FGV Revista de Administração Pública 1


Rio de Janeiro

Santa Catarina UFSC Revista Katálysis 1

Em relação aos autores dos textos, destaca-se a importante contribuição de Bernadete


Angelina Gatti, grande referência na pesquisa em educação. Suas produções científicas são
voltadas especialmente à formação e atuação dos docentes na Educação Básica. Gatti é
doutora pela Universidade de Paris VII – Denis Diderot, pesquisadora consultora da Fundação
Carlos Chagas e membro do Conselho Estadual de Educação e da Academia Paulista de
Educação. Dos onze trabalhos selecionados, dois são de autoria de Gatti. O primeiro foi
publicado em setembro de 2020. Trata-se de uma série de reflexões na qual a autora explora
os limites e possibilidades no âmbito da educação no período da pandemia, apontando os
desafios dentro da realidade educacional brasileira bem como as perspectivas em relação ao
futuro. O segundo, publicado em abril de 2021, tem por base a transcrição de uma live,
ocorrida em 21 de maio de 2020 por meio da plataforma Youtube, na qual Gatti promove um
diálogo com outras professoras universitárias. Neste, a pesquisadora faz uma série de
reflexões ligadas ao contexto inicial da pandemia, quando os estudantes do Ensino Superior
estavam em período de isolamento. Gatti suscita um debate acerca das estratégias ligadas à
formação de professores no momento da pandemia e também traz análises sobre o papel dos
órgãos públicos na área da educação neste desafiador momento histórico.

3.1 SOBRE OS OBJETIVOS E METODOLOGIAS UTILIZADAS

Ao nos debruçarmos sobre os objetivos dos artigos selecionados nesta revisão


integrativa, dividimos os onze textos em três grupos. O primeiro grupo é composto por
artigos que esboçam análises sobre o contexto geral da pandemia na educação brasileira. São
21

trabalhos teórico-reflexivos que exploram a relação da educação escolar no país com seus
múltiplos contextos, problematizando questões como o direito e acesso à educação, trabalho
docente e as desigualdades no contexto do neoliberalismo.

Neste grupo foram elencados os seguintes textos: a) Possível reconfiguração dos


modelos educacionais pós-pandemia, de Gatti (2020), no qual a autora traz observações
quanto à garantia das aprendizagens aos alunos, as diversidades das realidades sociais, a
situação de professores e gestores, aspectos curriculares, relacionais e socioemocionais
envolvidos no processo de isolamento e no retorno presencial nas escolas. b) Também de
autoria de Gatti (2021), Perspectivas para formação de professores pós pandemia: um
diálogo, busca tecer reflexões sobre a formação dos docentes no período da pandemia
buscando direcionamentos para educação formal no período; c) Já em Trabalho docente
na educação básica no Brasil sob indústria 4.0, Previtali e Fagiani (2022) analisam o
trabalho dos profissionais da educação no período do ensino remoto no contexto do
neoliberalismo, problematizando a relação entre o teletrabalho e a precarização; d) Por fim, o
texto Mais uma Lição: sindemia covídica e educação, de Veiga-Neto (2021) visa articular
os desdobramentos das crises geradas pela pandemia com as deficiências da educação escolar
no Brasil, tecendo reflexões acerca da governabilidade atual e suas tendências negacionistas.
O segundo grupo engloba pesquisas que exploram as narrativas e experiências dos
professores no período de pandemia. Quatro trabalhos se enquadram aqui, são eles: a)
Atuação Docente na Educação Básica em Tempo de Pandemia, de Cipriani; Moreira et al
(2021), no qual analisam através de questionários os pensamentos, sentimentos, desafios e
perspectivas de 209 docentes de Minas Gerais no período de pandemia, destacando as
preocupações dos profissionais da educação com as desigualdades, dificuldades nas práticas
docentes e suas expectativas com o retorno das aulas presenciais. b) Em E a educação física?
Narrativas de professores-pesquisadores sobre as aulas remotas em Institutos Federais,
Ferreira (2021) analisa as experiências de docentes de Educação Física no ensino remoto a
partir das exposições em reuniões de estudo e planejamento no período da pandemia com oito
professores do Instituto Federal de Minas Gerais. c) Na mesma linha, Educação física
escolar em tempos de distanciamento social: Panorama, desafios e enfrentamentos
curriculares, de Machado; Fonseca et al (2021) buscam compreender o modo como a
Educação Física, no Rio Grande do Sul, tem se posicionado no cenário das aulas remotas. A
pesquisa se deu com 43 professores da Educação Básica, que responderam um questionário
sobre a temática com 20 perguntas. d) Por fim, em Trajetórias de uma Professora de
22

Língua Inglesa em Ensino Remoto Emergencial, Ludovico et al (2021) analisam a prática


pedagógica de uma professora do estado do Rio Grande do Sul. As análises partem de uma
série de registros sobre as suas experiências da professora de língua inglesa nos tempos de
pandemia em um editor de texto digital, compartilhado em tempo real com as pesquisadoras.
O terceiro e último grupo é composto por diferentes estudos documentais acerca da
implantação do ensino remoto, financiamento da educação e os diferentes discursos sobre a
escola em tempos de pandemia. Neste, elencamos três pesquisas: a) A implementação do
ensino remoto na pandemia: qual o lugar da educação especial? de Camizão et al (2021),
em que analisam o processo de implementação do ensino remoto com vistas à garantia do
atendimento educacional especializado aos estudantes público alvo da educação especial em
tempo de covid-19 a partir de registros produzidos pelas Secretarias de Educação
(correspondências internas e publicação no Diário Oficial) nos municípios de Cariacica e
Vila Velha, situados no estado do Espírito Santo. b) Já em Implicações da pandemia da
COVID-19 para o financiamento da educação básica, Alves; Farenzena et al (2020)
buscam estimar impactos da queda da arrecadação tributária para o financiamento da
educação básica em virtude dos efeitos econômicos adversos da pandemia da COVID-19. O
estudo constrói cenários de estimativas de receitas de impostos vinculadas à educação básica,
baseando-se nas fontes de receitas de estados e municípios, dos coeficientes de distribuição de
recursos do Fundeb, dos valores da complementação da União ao Fundeb e outros recursos. c)
O texto (In)subordinações curriculares: “Desacelerem o Mundo que eu quero descer”, de
Brito (2021), analisa os discursos que circulam na mídia digital endereçados aos(às)
profissionais da educação, pais e estudantes, a partir de diferentes gêneros textuais, como
reportagens, notícias, depoimentos e textos legais, com objetivo de fomentar o debate acerca
da educação em tempos de pandemia da Covid-19.

3.2 SOBRE AS PALAVRAS-CHAVE

As palavras-chave são de extrema importância para a pesquisa científica, uma vez que
revelam a temática, extensão do estudo e conceitos fundamentais utilizados pelo autor. Estes
dados podem ser aproveitados para catalogação, servindo como mecanismo de pesquisa para
avaliação do interesse da comunidade científica nos diferentes trabalhos. A respeito das
palavras-chave presentes nos artigos destacamos as seguintes situações: a palavra Covid-19
apareceu seis vezes; o termo Pandemia, cinco vezes; a palavra Educação Básica foi
23

encontrada três vezes em nossas análises; já os vocábulos Escola, Currículo e Aprendizagem


apareceram duas vezes nos trabalhos selecionados. As demais expressões apareceram uma
única vez, conforme quadro abaixo:

AUTOR(ES) PALAVRAS-CHAVE

GATTI (2020) Covid-19; Pós-pandemia; Educação básica; Escola; Aprendizagem.

ALVES et al. (2020) Covid-19; Financiamento da educação básica; Desigualdades educacionais; Políticas educacionais.

BRITO (2021) Escola; Currículo; Mídia; Tempo/espaço.

CAMIZÃO et al. Educação especial; Pandemia; Ensino remoto; Inclusão escolar.


(2021)

CIPRIANI et al. Covid-19; Distanciamento Social; Educação Básica; Docência Remota; Práticas Educativas.
(2021)

FERREIRA et al. Ensino Fundamental e Médio; Aprendizagem; Pandemia; Covid-19.


(2021)

MACHADO (2021) Educação Física; Pandemia; Escola; Currículo.


et al. (2021)

VEIGA-NETO Pandemia; Sindemia Covídica; Currículo e Educação Científica; Governamentalidade; Estultice.


(2021)

LUDOVICO et al. Ensino e aprendizagem de língua estrangeira; Teoria da Complexidade; Pandemia; Covid-19; Ensino
(2021) remoto emergencial; Narrativas de professores.

GATTI et al. (2021) Educação; Formação; Pandemia.

PREVITALI e Indústria 4.0; Neoliberalismo; Trabalho docente; Educação básica; Covid-19.


FAGIANI (2022)

3.3 SOBRE AS REFERÊNCIAS DOS TRABALHOS SELECIONADOS

Esta seção visa mapear as principais referências teóricas presentes nos trabalhos. Para
tanto, nos debruçamos sobre o referencial de todos os onze artigos para que pudéssemos
24

apontar a frequência com que cada autor aparecia nos trabalhos. Vale ressaltar que a presença
destes autores nos dá a ideia de que corrente teórico-metodológica a pesquisa faz parte, sendo
um importante instrumento de análise dos trabalhos da presente revisão. Vale lembrar que
esta análise exclui referenciais como leis, normativas e documentos governamentais.
Ao consultá-las, ressaltamos algumas referências no campo da educação na
perspectiva do materialismo histórico dialético e na concepção histórico-cultural, teorias nas
quais nos debruçamos para sustentar a investigação da tese de doutorado. Das onze pesquisas
analisadas, seis traziam tais influências. No cenário brasileiro, destacamos a presença de Luiz
Carlos de Freitas, Paulo Freire, Gaudêncio Frigotto, Demerval Saviani e Carlos Roberto Jamil
Cury. Já no corpo de teóricos conhecidos e estudados internacionalmente, ressaltamos a
presença de Lev Semionovitch Vigotski, Henri Paul Hyacinthe Wallon e Antonio Gramsci.
Após mergulhar nos textos selecionados, chegamos na categorização e interpretação
dos dados das pesquisas. A partir das leituras dos onze textos sobre a temática, definimos três
categorias de análise. A primeira categoria faz referência às desigualdades educacionais
brasileiras, que foram agravadas no contexto da pandemia. Na segunda categoria iremos
abordar o trabalho docente a partir do neoliberalismo, refletindo sobre aspectos como a
precarização do trabalho dos professores, especialmente a partir da emergência do ensino
remoto. Por último, à luz de pesquisas que analisaram experiências pedagógicas no período da
pandemia de Covid-19, faremos uma discussão sobre as práticas docentes apontando seus
limites e possibilidades.

3.4 DESIGUALDADES EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DA PANDEMIA

Desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, em fevereiro de 2020, milhões


de estudantes e professores têm enfrentado desafios diários. Apesar de ver na educação
remota a possibilidade de prosseguir com o ano letivo, tal modalidade de ensino revelou a
imensa desigualdade educacional brasileira. Machado et al (2020); Prevali e Fagiani (2022)
trazem dados que revelam a falta de acesso aos recursos tecnológicos, principal ferramenta de
aproximação entre professores e estudantes. Ressaltam, por exemplo, que especialmente nas
classes D e E, o acesso à internet se deu sobretudo via dados móveis, utilizando o celular,
tornando as aulas “ao vivo” inviáveis. Brito (2020), ao discutir a questão do acesso, nos diz
que
25

Nesse cenário, a inclusão e a qualidade da educação básica passam a ser uma questão
tecnológica. Logins e senhas demarcam permissões ou bloqueios de acesso. Por
óbvio, diante dos bolsões de miséria presentes no Brasil e da crescente precarização
das políticas públicas voltadas à democratização da educação, a maioria das crianças
e dos jovens brasileiros fica à deriva enquanto as elites econômicas surfam nas ondas
em escala global (BRITO, 2020, p. 08).

Os demais autores também demonstram preocupação em relação ao acesso às


ferramentas tecnológicas. Ludovico (2021) destaca que muitos estudantes, sem acesso à
equipamentos adequados, receberam durante o período de isolamento somente as atividades
impressas, sem que houvesse a mediação do professor. Neste contexto, estudantes de um
mesmo ciclo/turma, recebiam materiais completamente diferentes, tornando o ensino remoto
emergencial uma modalidade extremamente desigual, sem equidade de condições de acesso.
Cipriani et al (2021); Veiga-Neto (2021); Previtali e Fagiani (2022) e Cazimão et al (2021)
destacam que as desigualdades sociais no Brasil, que já eram evidentes, foram ampliadas no
contexto da pandemia, inviabilizando o acesso efetivo à uma educação de qualidade. Assim,
apesar das inúmeras possibilidades de ferramentas tecnológicas, a materialização das aulas
virtuais não atingiu a todos igualmente, impossibilitando as interações professor-aluno que se
estabelecem na escola, processo dialético pelo qual se constrói o conhecimento.
O período de início do ensino remoto emergencial revelou as condições precárias de
infraestrutura das escolas públicas brasileiras, trazendo como desafio sair do mundo da sala de
aula presencial para o universo digital. Ao olhar para a realidade educacional brasileira, Gatti
(2020), em suas primeiras reflexões acerca da pandemia de Covid-19, já nos alertava sobre a
heterogeneidade experimentada pelas crianças e adolescentes matriculados na Educação
Básica, como a limitação do acesso às plataformas digitais, recurso utilizado em larga escala
pelos gestores públicos a fim de cumprir o calendário escolar. Outro ponto discutido por Gatti
(2020) foram as disparidades em relação às orientações e diretrizes no período emergencial:
secretarias municipais e estaduais tiveram posturas diversas em todo o país e a falta de uma
articulação maior entre tais secretarias e governo federal trouxe desencontros entre as ações
governamentais que acabaram por acirrar ainda mais as desigualdades regionais. Sobre o
assunto, Gatti esclarece que

Caminhos variados foram encontrados com a utilização de diversas plataformas


educacionais, com a utilização de internet, solução que se mostrou, na situação,
acessível a muitas redes, escolas e estudantes, mas não para todos. Em outras
circunstâncias também se recorreu ao envio de material impresso aos alunos, com
possibilidade de retorno à escola e de atividades e tarefas propostas. [...] Observaram-
se também situações em que as atividades educacionais foram simplesmente
paralisadas por injunções adversas (GATTI, 2020, p. 32).
26

Para além das disparidades regionais, temos ainda a discrepância em relação às aulas
remotas das escolas públicas em relação às privadas. Trazendo como exemplo a dinâmica que
ocorreu em Juiz de Fora, em MG, Cipriani et al (2021, p. 21) apontam, por exemplo que
“enquanto as instituições da rede privada de ensino estavam, de alguma forma, oferecendo
educação remotamente, as escolas públicas ainda não haviam iniciado essa ação, o que
acentua o cenário de desigualdades educacionais [...]” .
Com o intuito de minimizar as disparidades entre os estudantes com diferentes
realidades de acesso muitas instituições e professores começaram a lançar uso de inúmeras
ferramentas de informação e comunicação de forma concomitante: Whatsapp, Facebook,
Instagram, emails e plataformas como o Google Meet, Google Classroom, Zoom, Skype e
outros foram utilizados tanto para envio de materiais como para tirar dúvidas, visando “atingir
a multiplicidade de alunos, considerando: condições de acesso, condições familiares e
necessidades de estímulos diversos de aprendizagem” (MACHADO et al, 2020, p. 08).
Também vale destacar que, por diferentes situações, muitas instituições não desenvolveram o
ensino remoto emergencial, caracterizando para muitos estudantes um período de negação do
direito à aprendizagem..
Os obstáculos enfrentados no contexto educacional durante a pandemia de Covid-19
se tornaram ainda mais expressivos já que professores, pais e estudantes não foram
preparados para trabalhar à distância, mas necessitaram fazê-lo abruptamente. Nesta próxima
categoria, traremos as reflexões sobre o trabalho docente no contexto da pandemia,
destacando as dificuldades enfrentadas pelos professores no seu cotidiano.

3.5 O TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO NEOLIBERALISTA

As pesquisas analisadas revelam os desafios enfrentados pelos docentes em relação às


novas dinâmicas trazidas a partir do ensino remoto emergencial. Ludovico et al (2021)
mencionam a elevada sobrecarga de trabalho no magistério. A referida pesquisa traz
depoimentos que revelam uma rotina de trabalho exaustiva, mostrando que as tarefas do
professor multiplicaram-se. Além do planejamento das aulas e atividades, o professor
precisou lidar com as imprevisibilidades da utilização das novas tecnologias digitais; o
contato com os estudantes ultrapassam os horários estabelecidos previamente: dúvidas eram
tiradas por mensagens via Whatsapp e email; as reuniões extraclasse ocorriam com mais
frequência; havia ainda a necessidade de produzir e publicar materiais complementares nas
27

plataformas digitais, bem como realizar os feedbacks das tarefas e atividades entregues pelos
estudantes em tais plataformas.
Nesta mesma direção temos as discussões de Cipriani et al (2021), que analisam os
discursos de 209 docentes em MG. Os professores pesquisados afirmaram que as demandas
de trabalho neste novo contexto exigiram muito mais que o habitual, gerando uma sobrecarga.
A invasão da escola em suas casas e o medo em relação às condições sanitárias e econômicas
ocasionaram nos professores um estado de exaustão.
Chamam a atenção afirmações de que os docentes se sentem incomodados, que estão
cansados, esgotados, exaustos, estressados, pressionados, sobrecarregados,
tensos, deprimidos, irritados, sentindo-se mal, frustrados, entediados e tristes, o
que aponta para a possibilidade de que o psicológico e a saúde emocional dos
profissionais tenha, sido afetados pela situação vivenciada, portanto, merecem
atenção e cuidados (grifo nosso, CIPRIANI et al, 2021, p. 08).

Outro ponto identificado nas discussões dos trabalhos foi a falta de oferta de formação
para os docentes. Assim, tiveram que lidar com as novas tecnologias a seu próprio modo.
Ferreira et al (2021) e Cipriani et al (2021) revelam que os professores entrevistados
mobilizaram recursos próprios para tornar as aulas remotas possíveis. Mencionam ainda as
condições em que as aulas remotas se davam: necessidade de recursos como internet,
ferramentas audiovisuais, espaço com luz adequada e silêncio são alguns dos apontamentos
dos professores.
Previtali e Fagiani (2022) discutem em seu texto as questões acerca do teletrabalho e a
docência. Entre os pontos analisados pelos autores, destacamos dados de uma pesquisa do
Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente, um relatório técnico que
tinha por objetivo analisar aspectos quantitativos e qualitativos do trabalho dos profissionais
da educação no início da pandemia. A partir dos dados do relatório, os autores afirmam que

O teletrabalho docente na Educação Básica no Brasil tem implicado em mais horas


trabalhadas, pois passa a envolver atividades de cunho informacional-digital
complexas que fogem à formação profissional. As atividades de organização,
planejamento e realização das aulas, bem como do processo avaliativo, que fazem
parte do trabalho docente, devem agora ser adequadas ao ambiente virtual. Dentre as
novas atividades estão a de planejar as atividades nos apps, acompanhar a presença e
a aprendizagem dos/as discentes à distância e orientar as famílias para realizarem
atividades com as crianças em casa [...] Acrescenta-se a esse conjunto a necessidade
de aprender e de se adaptar à linguagem da web. Essa nova situação tem aumentado
a jornada de trabalho e tornado maior a indeterminação entre o tempo de
trabalho e o tempo do não-trabalho, implicando na redução de tempo de
descanso da jornada de trabalho, gerando estranhamento e adoecimento e
contribuído para a precarização do trabalho docente. (grifo nosso, PREVITALI E
FAGIANI, p. 161, 2022).
28

Os impactos da pandemia no trabalho docente ultrapassam as questões psicossociais e


incluem as condições de ordem material, uma vez que a junção das crises econômica e
sanitária que se originaram do contexto pandêmico trouxeram como consequência também a
diminuição salarial e o corte das horas trabalhadas. Com a “flexibilização” da educação,
muitas redes se viram com a possibilidade de demitir profissionais. A instabilidade do
trabalho docente é então mais uma faceta do magistério brasileiro que foi agravada no
contexto da pandemia. A respeito do assunto, Camizão e at (2021) afirmam que “nos
momentos de crise, o capital atua na retirada dos direitos dos trabalhadores em nome de um
bem maior. Percebe-se que as atribuições dos professores aumentam na mesma proporção em
que os direitos diminuem” (p. 14). As condições de trabalho docente e a insegurança
profissional ocasionada pelo alto número de contratados temporariamente, cenário já bastante
problemático em situações normais, foi mais uma das situações agravadas no magistério, que,
além da sobrecarga de trabalho, tiveram que lidar com as incertezas em relação aos salários e
ameaça de desemprego. Aqui não podemos deixar de ressaltar a importância dos concursos
públicos, instrumento sem o qual não há como garantir a continuidade e qualidade do trabalho
educacional. Assim, neste cenário marcado pelo neoliberalismo e pelas políticas de
mercantilização da educação, os profissionais mais impactados pela pandemia foram
justamente os trabalhadores temporários que, sem a garantia da estabilidade, foram demitidos
ou tiveram os salários reduzidas, com a justificativa de redução da carga horária – fenômeno
contraditório, já que embora na realidade do ensino remoto emergencial essas cargas de
trabalho tenham sido diminuídas, na prática as atividades pedagógicas foram ampliadas,
devido às exigências de tarefas que ultrapassam a carga horária de trabalho.

3.6 EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DURANTE A PANDEMIA: LIMITES E


POSSIBILIDADES

As pesquisas encontradas possuem como ponto de convergência os desafios


enfrentados pelos professores, mas apontam também um sentimento de superação de
dificuldades. Este novo panorama trouxe também descobertas oriundas destas situações
adversas do ensino remoto emergencial.
A pesquisa de Ludovico et al (2021) traz a experiência de uma professora que disse se
sentir “desafiada” a partir do conjunto de mudanças trazidas pela pandemia e pelo ensino
29

remoto emergencial. Neste caso, a professora em questão já ensaiava o uso das tecnologias
em sala de aula antes mesmo do Covid-19. Mesmo assim, sentiu-se angustiada ao pensar
sobre o acesso dos estudantes aos meios e refletia também a respeito da autonomia dos
estudantes, uma vez que muitos deles necessitavam de uma mediação mais direta do
professor. Uma das maiores dificuldades apontadas na pesquisa foram acerca dos feedbacks
individuais, uma vez que as tarefas enviadas por meio das plataformas adquirem um caráter
muito diferente das discussões e correções em sala de aula, no coletivo. Apesar de inseridos
num meio tecnológico que permite a interação em tempo real, nem todos os estudantes tinham
as condições de acesso necessárias, fazendo com que o professor precise fazer diversos
movimentos: apontamentos em grupo e ao vivo e também o retorno por escrito das atividades
desenvolvidas por outros estudantes. Também nesta direção, Cipriani et al (2021, p. 21)
apontam que “a limitação da interação entre professores e alunos foi considerada um fator
preponderante, inclusive, pela ausência de importantes feedbacks no processo de ensino-
aprendizagem. Nesse sentido, a presença física no contexto escolar foi considerada essencial
na Educação Básica”.
A necessidade de formação continuada também foi um dos apontamentos das
pesquisas elencadas. No contexto da pandemia, afirmam Previtali e Fagiani (2022) os
professores foram forçados a reinventarem suas aulas a partir de recursos e esforços próprios,
sem receberem formação ou auxílio para o uso das ferramentas digitais. Poucos professores
tiveram a formação adequada para lecionar no novo modelo de ensino e exigem, além dos
saberes pedagógicos, uma série de outros conhecimentos em relação às tecnologias
educacionais.
Muito embora os desafios enfrentados pelos professores fossem exorbitantes, as
pesquisas apontam também que, a partir do ensino remoto emergencial, houve uma
diversificação em relação às formas de conteúdo e estratégias de ensino. Ferreira et al (2021,
p. 15) apontam que “os professores buscaram diversificar os instrumentos avaliativos, como a
elaboração de mapas mentais, infográficos, relatos de experiências, produção de vídeos,
fotografias, murais colaborativos, autoavaliação, participação de fóruns de discussão e
seminários. Assim os professores reconhecerem os desafios partilhados e construíram
possibilidades transformadoras […]”. De fato, o cenário pandêmico levou o magistério a
experimentar outras metodologias e práticas que, com as reflexões e intencionalidades claras,
podem favorecer aprendizagens significativas.
Sobre a questão, Gatti (2020) nos traz a seguinte reflexão:
30

O uso de diferentes plataformas e materiais midiáticos, impressos ou outros, será


bem-vindo mas essa utilização deve basear-se nas condições do alunado e de suas
possibilidades de acompanhamento real do currículo - limites dos meios e limites
humanos -, considerando as condições socioculturais de crianças e adolescentes e seus
determinantes físicos, fisiológicos e emocionais - capacidade de atenção, motivação,
tempo de dedicação exigido, estafa etc. Não se devem extrapolar condições de um
adulto para crianças e adolescentes. Ponto fundamental para as aprendizagens serão as
escolhas sobre o que é essencial que os alunos aprendam e por quais caminhos de
aprendizagem (GATTI, 2020, p. 36).
31

Experiências positivas emergiram também deste contexto de pandemia. Cipriani et al


(2021) relatam, por exemplo, que os estudantes que possuíam condições de acesso,
adaptaram-se rapidamente ao ambiente virtual, levando-nos a refletir sobre o papel da escola
em relação a explorar as diferentes potencialidades dos estudantes que nasceram em meio às
tecnologias digitais de comunicação e interação. A utilização de novos recursos e outras
metodologias possibilitou aos professores e estudantes experiências de cooperação nos quais
esses sujeitos experimentaram e venceram diferentes dificuldades. Neste contexto, emerge
aqui a necessidade de incluir as inovações tecnológicas como um fator de favorecimento do
aprendizado e desenvolvimento das aprendizagens de todos os estudantes.
32

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A nova realidade trazida pelo contexto pandêmico impactou fortemente a educação.


Neste contexto, o ensino remoto emergencial foi o caminho encontrado pelas inúmeras redes
de ensino e secretarias municipais e estaduais de educação como meio para dar continuidade
aos processos de ensino e aprendizagem. A aprovação do regime especial de atividades
escolares não presenciais constituiu-se como um campo profícuo de pesquisa e se faz
necessário para que possamos compreender as dificuldades e limitações encontradas pelos
docentes, bem como os prejuízos em relação às aprendizagens. Assim, o presente trabalho
objetivou identificar as primeiras produções científicas com a temática das práticas
pedagógicas e as políticas curriculares da Educação Básica durante a pandemia de covid-19.
Para tanto, utilizamos como método de levantamento de produção a revisão integrativa, no
qual examinamos na base de dados da Scielo as pesquisas que versam sobre o tema. Após a
investigação e tabulação de dados, foram selecionados onze trabalhos. Tais trabalhos aludem
questões como o direito e acesso à educação, trabalho docente, experiências pedagógicas e
implantação do ensino remoto emergencial no período da pandemia.
Os resultados das pesquisa encontradas sugerem que com os estudantes distantes das
salas de aula escancarou-se um cenário de desigualdades sociais e educacionais que
maximizaram os problemas gerados pela Covid-19 no Brasil. Desde então, os profissionais da
educação passaram a se desdobrar para adaptarem-se à modalidade do ensino remoto
emergencial: sem o suporte, recursos e formação necessários, para muitos a pandemia tornou-
se um cenário em que as novas dinâmicas de ensino e aprendizagem tornaram-se um
obstáculo.
Mesmo com as tecnologias de informação e comunicação como instrumentos
facilitadores do processo de aprendizagem, as pesquisas relatam que muitas crianças e
adolescentes não tiveram as mesmas oportunidades de acesso, fazendo com que estes recursos
fossem utilizados cotidianamente pela minoria dos estudantes. Sem acesso à internet e/ou
equipamentos, a suspensão das atividades presenciais impossibilitou a adoção de estratégias
não presenciais de ensino e aprendizagem com todas as crianças e adolescentes igualmente. A
desigualdade de acesso a tecnologias causou na educação brasileira um abismo entre aqueles
que puderam dar continuidade ao seu processo de aprendizagem e outros que sequer possuem
um dispositivo eletrônico com conexão à internet dentro de casa.
Outra questão explorada nas pesquisas encontradas foram as condições de trabalho do
magistério em tempos de pandemia. Com a necessidade do distanciamento social, as
33

adversidades que já permeavam o trabalho docente se escancararam. Os trabalhos apontam a


precariedade no trabalho dos professores, situação agravada pela falta de recursos para
ministrar aulas à distância, bem como a utilização de recursos próprios para garantir a
interação entre professor e estudante. Relatam também a sobrecarga de trabalho gerada pela
necessidade de interagir com os estudantes e colegas da escola por diversas plataformas,
muitas vezes ultrapassando o horário efetivo de trabalho. Vale mencionar também os efeitos
em relação à saúde mental dos profissionais da educação, que no período de muitas
incertezas, precisou se reinventar sem a garantia de recursos e de formação por meio do poder
público, em meio à preocupação com o futuro no emprego ou com possíveis reduções de
carga horária, o excesso de atividades e a necessidade de aprender rápido novas metodologias.
Para além dos efeitos negativos, a suspensão das aulas forçaram os professores a
buscarem novos meios de reinventar o processo de ensino e aprendizagem. O ensino remoto
emergencial foi apontado como oportunidade de ressignificar a educação e de pensar em
maneiras mais efetivas de desenvolver novas experiências de aprendizagens. Os professores
perceberam as novas tecnologias no ensino remoto emergencial como ferramentas úteis e que
abrem novas possibilidades de ensino, mas destacam, porém, que o uso de tais ferramentas só
serão garantia de qualidade se forem pensadas dentro de um contexto de formação continuada
que sejam elaboradas de acordo com a realidade local de todos os envolvidos, favorecendo
novas experiências pedagógicas na busca pela construção do conhecimento.
34

5 REFERÊNCIAS

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BRITO, Eliana Póvoas Pereira Estrela. (In)subordinações curriculares: “desacelerem o mundo


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35

VEIGA-NETO, Alfredo. Mais uma Lição: sindemia covídica e educação. Educação &
Realidade. Porto Alegre, v. 45, n. 4, 2020.

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