CONTABILIDADE FINANCEIRA + FISCALIDADE

CONTABILIDADE
FINANCEIRA
Tadeu Rodrigues/2023
Na arte de ensinar, somos sujeito e objeto: ao ensinar aprende-se na
relação com o outro; e ao aprender, ensina-se na relação com o outro
“Jean Piagest”
✓ Tadeu José Cassumbi Rodrigues

✓ Tadeurodrigues291@gmail.com
✓ Tm 938 000 207
1. Introdução a Contabilidade Geral
• Caso a dona de casa registe suas transações regularmente, ela pode
coletar informações valiosas sobre a natureza dos seus recibos e
pagamentos.
• Por exemplo, ela pode descobrir o montante total gasto por ela
durante um período (digamos, por ano) em itens diferentes, como
comida, educação, entretenimento, etc.
• Da mesma forma, ela pode encontrar as fontes de receitas, tais como:
• Salário do marido, aluguer da propriedade, presentes em dinheiro de

seus parentes, etc.
• Assim, no final de um período (digamos, por ano), ela pode ver por si
mesma sobre sua posição financeira, ou seja, o que ela possui e o que
ela deve. Isso irá ajudá-la a planear suas receitas e despesas futuras
em grande medida.
• Para um empresário ou empreendedor, a necessidade de
contabilidade é ainda maior, pois ele deve saber:
I. O que ele possui?
II. O que ele deve?
III. Se ele ganhou ou perdeu no negócio?
IV. Qual é a sua posição financeira?
História da Contabilidade
• A contabilidade é tão antiga quanto o próprio dinheiro.
• Mas o acto de contabilizar não estava tão desenvolvido como
hoje, porque nos estágios iniciais da civilização, o número de
transações a serem registradas era tão pequeno que cada
empresário conseguia gravar e verificar todas as suas transações.
História da Contabilidade
• No entanto, o sistema moderno de contabilidade com base nos
princípios do sistema de entrada dupla ou método das partidas
dobradas tem origem de Luca Pacioli, que publicou pela primeira vez
os princípios do sistema de entrada dupla em 1494, em Veneza, na
Itália.
• Assim, a arte da contabilidade tem sido praticada há séculos, mas é

nos anos 30 que a "contabilidade" foi levado a sério.
• Luca Bartolomeo de Pacioli nasceu no ano de 1445 em Sansepolcro na região da Toscana, Itália.
Contexto atual
• Como seria o mundo sem a Contabilidade?
Haveria uma maior dificuldade para toda a humanidade.
Porque?
Não haveria controlo dos recursos públicos e privados
…. impossibilidade da avaliação das entidades, influenciando todo o
sistema de alocação de recursos.
Como reproduzir a atual realidade?
Como reproduzir a atual realidade?
O mundo atravessa uma fase muito complexa.
Grande avanço tecnológico … gerando novos bens e serviços.
Um elevado aumento do risco, decorrente da insegurança crescente,
terrorismo e flutuações abruptas no câmbio, nos preços dos insumos
de produção e das ações das empresas.
A riqueza da empresa não mais está centrada apenas em bens físicos,
mas no Capital Intelectual e em activos intangíveis próprios de cada
sector da Economia.
As mudanças constantes têm gerado um ambiente dinâmico e
competitivo,
exigindo a cada dia melhores resultados por parte dos administradores.
Como consequência,
em situações em que tal objectivo não pode ser atingido há o risco de a
Contabilidade ser utilizada como um instrumento para gerar resultados.
Em relação ao cenário internacional vive-se um momento histórico
com a evolução do processo de convergência das normas
contabilísticas, coordenado pelo International Accounting Standards
Board (IASB) – Comitê Internacional de Padrões de Contabilidade –
podendo representar uma grande revolução para a ciência
contabilística.
Uma das grandes exigências também a nível internacional é a maior

transparência das empresas.
Szüster, N., Szüster, F. R., & Szüster, F. R. (2005). Contabilidade: atuais desafios e alternativa para seu melhor
desempenho. Revista Contabilidade & Finanças, 16(38), 20-30.
2. Noção, ambito e objectivos
A Contabilidade é um património da humanidade.
Sua atuação é fundamental para o desenvolvimento e para a
própria sobrevivência da sociedade
Pois os registos contabilísticos andaram sempre de mãos dadas
com a actividade económica.
Conceitos e definições de contabilidade
➢ É o “processo de recolha, análise, registo e

interpretação de tudo o que afeta a riqueza”
➢ É a ciência e a técnica que estuda e mede a “riqueza

administrada” e os efeitos da administração sobre a
mesma”.
➢ Contabilidade é a ciência que estuda e interpreta o

registo dos fenómenos que afectam o património de
uma entidade .
Conceitos de contabilidade
American Accounting Association
É o processo de identificação, medição e comunicação

de informações económicas para permitir o julgamentos
e a tomada de decisões…
Objecto da contabilidade
É a realidade económica passada, presente e futura de
qualquer unidade económica
Logo…
objecto da Contabilidade é o património das entidades
Funções da contabilidade
Função de controlo, pois serve de vigilância na

fiscalização dos diversos órgãos das organizações.
Crepaldi 1995,
É um dos principais sistemas de controlo e informação

das empresas.
Funções da contabilidade
• É Analisar, interpretar e registar os fenómenos que

ocorrem no património das pessoas físicas e jurídicas,
busca demonstrar a seus usuários, através de
relatórios próprios.
https://www.youtube.com/watch?v=kxifl7YlhHY
• Registo: os factos verificados na empresa devem ser registados
em suportes apropriados.
• Controlo: a análise dos factos que foram registados, permite
verificar se a empresa se encontra ou não próxima dos
objectivos propostos.
• Avaliação: através dos factos registados pode avaliar-se os
lucros ou prejuízos obtidos, fazendo a comparação entre os
custos e perdas, proveitos e ganhos.
• Análise: reflectindo sobre as razões que justificam os valores
obtidos anteriormente, pode-se corrigir os erros e melhorar os
resultados.
• Previsão: a análise realizada permite prever a evolução futura
da empresa a partir dos factos ocorridos.
Escrituração Contabilística
A escrituração é uma parte da contabilidade e está preocupada

com a gravação de transações que muitas vezes são de caráter
rotineiro. Temos:
▪ Livros: servem para neles serem registadas as variações do património.

▪ Documentos: servem de base aos registos das variações patrimoniais.
▪ Registos: servem para patentear a escrituração das operações
realizadas pela empresa.
Ramos da contabilidade
Privada
Quanto ao alcance
Pública
Nacional
Previsional, orçamental,
Quanto ao período de apriorista ou ex-ante
Contabilidade
revelação dos factos
Histórica, à posterior ou
ex-post
Financeira
Quanto ao Objecto
Analítica
Ramos da contabilidade
Contabilidade Financeira Contabilidade Analítica
• Verificar os resultados • Mostrar o custo de

das operações produção
comerciais durante um • Ajudar a controlar os
período específico e custos
• Indicar a posição • Indicar as perdas e
financeira desperdícios evitáveis
Utilizadores da informação Contabilística
Interno Externo
• Proprietários • Bancos
• Gestores • Investidores
• Empregados • Clientes
• Concorrência
• Estado
• Fornecedores
• Potenciais Empregados
Informação Contabilística: Características e princípios
Características e princípios fundamentais da informação

contabilística: Utilidade.
Características que tornam a informação contabilística útil:
▪ Compreensibilidade;
▪ Relevância:
▪ Materialidade;
▪ Implica tempestividade;
▪ Informação relevante pode não ser fornecida (balanceamento benefício-custo).
▪ Fiabilidade:
▪ Representação fidedigna;
▪ Substância sobre a forma;
▪ Neutralidade;
▪ Prudência;
▪ Plenitude.
▪ Comparabilidade;
▪ Imagem verdadeira e apropriada.
▪ É frequentemente necessário o estabelecimento de

compromissos entre as características anteriores.
▪ São, também, usualmente reconhecidos alguns

princípios básicos que presidem à produção de
informação contabilística (regime de acréscimo,
continuidade, ...)
▪ Objectividade - corresponder a factos, não depender de interpretação pessoal;
▪ Inteligibilidade - Ser percetível para os utilizadores;
▪ Relevância - a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja,

deve estar relacionada com a mesma;
▪ Oportunidade - estar disponível no momento em que é necessária;
▪ Rentabilidade - o custo de obter a informação não deve ser superior ao beneficio

de utilizar a mesma;
▪ Credibilidade - deve ser credível para que todos os utentes a quem ela se destina
possam retirar conclusões idóneas
Técnicas de contabilidade
• Para atingir sua finalidade, a Contabilidade utiliza as

seguintes Técnicas:
▪ Escrituração
▪ Demonstrações contabilísticas
▪ Auditoria
▪ Análise de balanço
Escrituração:
• técnica ou uma arte que busca registar todos os atos

administrativos que geram alteração no património da empresa.
• A escrituração contabilística também pode ser considerada um

conjunto de procedimentos técnicos sistematizados que visa ao
registo, controlo e demonstração das variações ocorridas no
património num determinado período, bem como sua posição
em uma determinada data.
Demonstrações contabilísticas
• São as extraídas dos livros, registos e documentos que

compõem o sistema contabilístico de qualquer tipo de
Entidade.
• Devem especificar sua natureza, a data e /ou o

período e a Entidade a que se referem.
• Uma das Demonstrações contabilísticas mais

importantes é o Balanço Patrimonial.
Auditoria
• A Auditoria das Demonstrações Contabilísticas constitui o

conjunto de procedimentos técnicos que tem por objectivo
a emissão de pareceres sobre a sua adequação, consoante
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Angolana de Contabilidade e, no que for pertinente, a
legislação específica.
Análise de balanços
• A Análise de Balanços tem por base o Balanço e por

finalidade conhecer a capacidade de crédito de uma
empresa ou entidade, capacidade de solvência, tendências
de expansão de um negócio, rentabilidade de uma
empresa, etc.
A empresa e o circuito económico
As empresas são normalmente entendidas como um conjunto de

meios materiais e humanos, virados para a produção de bens e
serviços. Constituição…
O ciclo de vida é limitado e divida em três fases:
▪ Institucional;
▪ Funcionamento ou de execução: para efeitos
contabilísticos, esta fase divide-se em períodos ou exercícios
económicos;
▪ Liquidação: aquando a sua extinção.
Desenvolvimento da sua actividade
EMPRESA
Fornecedores Clientes
• Compras de M.P • Vendas de
produtos
• Ferramentas
• Prestações
• Máquinas
de serviços
• Mercadorias
• Serviços
Âmbito da sua actividade,

as empresas estabelecem relações com os diversos agentes económicos que originam fluxos: reais
e monetários. Tadeu Rodrigues/2023
Receitas Despesas
Mercado
de bens e
serviços
Bens e serviços Bens e serviços
vendidos comprados
EMPRESAS FAMÍLIAS
Vendem bens e serviços Compram bens e serviços
compram factores de compram factores de
produção produção
Terra, trabalho e
Insumos Mercado de capital
Salários, juros, dividendos, lucros
factores de Rendas
produção
Estas relações traduzem-se em fluxos de bens e serviços, aos
quais correspondem sempre fluxos monetários de sentido inverso
(os recebimentos e os pagamentos) e que se podem traduzir
positiva (Rendimentos) ou negativamente (Gastos) nos
resultados
Na atividade da empresa podem ser consideradas três óticas de
abordagem:
* Ótica Financeira – Diz respeito ao endividamento da empresa
perante o exterior. Está diretamente relacionada com a
remuneração dos factores e dos bens e serviços vendidos.
Nesta ótica podemos distinguir:
Despesa: corresponde à remuneração dos fatores produtivos;
Receita: corresponde à remuneração das vendas efetuadas e/ou
dos serviços prestados.
Na atividade da empresa podem ser consideradas três óticas de
abordagem:
* Ótica Económica - Ligada à transformação e incorporação dos

diversos materiais, mão de obra, etc., até se atingir o produto
(bem ou serviço) final. Nesta ótica podemos distinguir:
Gasto: corresponde aos valores incorporados e gastos na

produção de bens/serviços;
Rendimento: corresponde à venda de produtos acabados /

prestação dos serviços;
Na actividade da empresa podem ser consideradas três
óticas de abordagem:
*Ótica de Tesouraria ou de caixa - Corresponde às

entradas ou saídas monetárias da empresa. Nesta ótica
podemos distinguir:
Pagamento: saída de valores monetários;
Recebimento: entrada de valores monetários.
Outras definições:
▪ Dívidas a pagar: é uma obrigação financeira…
▪ Dívida a receber: É um direito financeiro …
▪ Perdas: são diminuições nos benefícios económicos tal

como referidos e, por isso, não diferem dos gastos;
▪ Ganhos: são aumentos nos benefícios económicos tal

como referidos e, por isso, não diferem dos rendimentos.
Outras definições:
▪ O proveito é o aumento de benefícios económicos durante o período

contabilístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou
diminuições de passivos que resultem em aumentos no capital próprio,
que não sejam os que se relacionem com contribuições dos participantes
do capital próprio (detentores). Os proveitos englobam tanto os réditos
como os ganhos.
▪ O rédito é o proveito que surge no decurso das actividades ordinárias

de uma empresa e é referido (pelos contabilistas) por uma variedade de
nomes diferentes como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties.
Angola:
• Instituição supervisora da profissão:
OCPCA -
• Contabilidade e Profissões
• Técnico de Contas (TC);
• Perito contabilista / Auditor (ROC);
• Analista financeiro; …
➢Noção e elementos constitutivo
• Todas as entidades para exercerem as suas actividades

necessitam de equipamentos, edificios, mercadorias, dinheiro,
feramentas e outros elementos.
• Estes elementos utilizados por cada empresa podem considerar-

se como sendo sua pertença, ainda que os direitos não incidam
sobre a sua totalidade.
• A este conjunto de elementos ultilizados pelas empresas no
exercicio da sua actividade constitui o seu patrimonio, tanto as
dividas a receber como as dividas a pagar fazem parte integral do
património
• Assim,
• O Património é o Conjunto de bens direitos e obrigações de
uma empresa, em determinada data, devidamente valorado e
utilizados para atingir determinado objectivos.
• O património é um conjunto de elementos heterogéneos, existe
a necessidade de expressar esses elementos numa mesma
unidade.
• Logo são traduzidas em unidade monetária.
• No património podemos distinguir duas classes de elementos:

▪ Bens e direitos Activo
▪ Obrigações Passivo
Elementos patrimoniais = valores utilizados pela unidade económica no
exercício da sua actividade
• MÓVEIS
• BENS • CORPÓREOS
• IMÓVEIS
Elementos patrimoniais • DIREITOS • INCORPÓREOS
• OBRIGAÇÕES
Valores que pertencem à unidade

DIREITOS económica e que esta tem direito a
exigir
Valores que pertencem a terceiros e que a

OBRIGAÇÕES
empresa é obrigada a pagar
Elementos patrimoniais = valores utilizados pela unidade económica no
exercício da sua actividade
• Os dois aspectos distintos num património:
1. A sua composição: diz respeito à natureza dos elementos
patrimoniais que o integram e à sua extensão (proporção em
que eles se encontram), e será distinta quanto:
▪ Os elementos de cada um forem diferentes
▪ Tiverem os mesmos elementos mas com extensão (valor)
diferente
▪ Tiverem elementos e valores diferente
• Os dois aspectos distintos num património:
• 2. O valor patrimónial: a quantia que seria preciso dar para o

obter, isto é, para receber em troca todo activo, ficando ao
mesmo tempo com o encargos de pagar todo o passivo.
• Activo: representa valor positivo
• Passivo: Representa valor negativo
• Património líquido = Activo – Passivo
Património líquido (PL): é o conjunto de valores que pertence

efectivamente ao proprietário da empresa e representa o valor
que o proprietário da empresa teria direito a rceber se cessasse a
sua actividade, liquidando o património nesse momento.
Assim, temos a seguinte equação:
𝑷𝑳 = 𝑨 − 𝑷
Três casos possíveis do

𝐴 −𝑃 >0 → 𝑃𝐿 𝑜𝑢 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎
𝐴 −𝑃 <0 → 𝑃𝐿 𝑜𝑢 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑎
𝐴 −𝑃 =0 → 𝑃𝐿 𝑜𝑢 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑢𝑙𝑎
➢Noção e elementos constitutivo - exercícios
A JAN , Lda dedica-se à produção e comércio de Iogurtes & Batidos e apresenta em 31/12/2012 os seguintes elementos:
Descrição Valor Bens Direitos Obrig.

Armazém dos produtos 6 000,00 AOA
Equipamento fabril 5 600,00 AOA
Câmaras frigoríficas 3 000,00 AOA
Empréstimo do Banco XPTO 10 000,00 AOA
4.000 litros de leite em armazém 600,00 AOA
Depósitos à ordem no Banco XPTO 2 400,00 AOA
Um empilhador 5 200,00 AOA
Numerário em caixa 480,00 AOA
Dívida à Segurança Social 1 000,00 AOA
Dívida a pagar ao fornecedor Milkshakes, Lda. referente à compra de matérias-primas 2 600,00 AOA
Dívida do funcionário Joaquim Fonseca 300,00 AOA
Produtos acabados em armazém 1 600,00 AOA
Dívida a receber do cliente Nutre & Sã, S.A. referente à venda de iogurtes 1 160,00 AOA
Mobiliário de escritório 300,00 AOA
Dívida a pagar à Mobilar, S.A. relativa à compra de mobiliário de escritório 1 200,00 AOA
Depósito a prazo no Banco XPTO 2 000,00 AOA
TOTAIS
VALOR DO PATRIMÓNIO (Bens+Direitos-Obrigações)
PRETENDE-SE QUE:
a) Classifique os elementos patrimoniais da empresa em BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES. b) Calcule o
valor do PATRIMÓNIO da empresa.
➢Factos patrimóniais
O património de uma empresa está em constante mutação
Todos os factos que transformem o património de uma
empresa são designados de factos patrimoniais.
A contabilidade faz é observar, classificar e registar essas

transformações do património da empresa.
Quanto a origem eles podem ser:

▪ Normais ou voluntários (compras, vendas…)
▪ Extraordinários ou involuntários (roubo, incêndios, quebras…)
➢Factos patrimóniais
Quanto a forma como afectam, eles podem ser:
▪ Permutativos: alteram a composição mas não alteram o valor
do património
▪ Modificativos: alteram a composição e o valor do património.

Podem originar:
▪ Variações Activas: quando existe aumento do activo ou diminuição
do passivo;
▪ Variações Passivas: quando existe diminuição do activo ou
aumento do passivo.
Exemplos de Factos Patrimoniais Permutativos
Recebimento de um crédito: Aumenta um bem (caixa) e diminui um
bem (clientes).
ΔVP = 0
Compra de mercadoria a crédito: Aumenta um bem (mercadoria) e
aumenta uma obrigação (fornecedores).
ΔVP = 0
Pagamento de um débito: Diminui um bem (caixa) e diminui uma
obrigação (fornecedores).
ΔVP = 0
Exemplos de Factos Patrimoniais Modificativos
Roubo de uma mercadoria: Diminui um bem (mercadoria).
ΔVP < 0
Indemnização a pagar: Aumenta uma obrigação.
ΔVP < 0
Venda de mercadoria com lucro: Diminui um bem

(mercadoria) e aumenta um bem (caixa).
ΔVP > 0 pelo valor do lucro
O património da ZECA é constituída por:
Activo Aoa Passivo Aoa

Numerário 50.000,00 Dívidas a pagar 160.000,00
Mercadorias 2.080.000,00 Empréstimo bancário 8.940.000,00
Móveis diversos 7.180.000,00
Depósitos 1.140.000,00
Total 10.450.000,00 Total 9.100.000,00
Qual é o valor deste património?
A JAN, Lda dedica-se à comércio de mobiliário diverso. No final de Fevereiro tinha os seguintes
elementos patrimoniais
Activos fixos tangíveis 25 000 Depósitos à Ordem 30 000

Activos intangíveis 12 000 Caixa 500
Investimentos Financeiros 12 500 Empréstimos Bancários 5 000
Inventários : Fornecedores 5 350
- Mercadorias 5 500 Estado e Out. Entes Pub. 2 000
- Matérias-primas 5 000 Financiamento 10 500
- Produtos acabados 4 540 Fornec. de Investimento 5 200
Clientes 10 300
Outros Devedores 10 000 € Capital Próprio 87 290
Esta empresa efectuou os seguintes movimentos durante o mês de Março:
1. Depositou à ordem 500 AOA no Banco X.

2. Recebeu em numerário 530 AOA do cliente Castro.
3. Recebeu 700 AOA do cliente Bento, em cheque.
mobiliário diverso. No final de Fevereiro tinha os seguintes elementos patrimoniais
4. Pagou 1 000 AOA a um fornecedor, cheque do Banco X.

5. Comprou um computador por 1 500 AOA. Pagou com cheque do Banco X.
6. Comprou uma secretária no valor de 350 AOA para o escritório.
7. Compra a pronto de material de escritório, no valor de 420 AOA, pago com cheque do Banco X.
8. Emprestou em numerário 250 AOA a um empregado.
9. Pagamento, em numerário, da factura da água no valor de 100 AOA.
10. Pagou 1 600 AOA à Segurança Social, com cheque do Banco X.
11. Pagamento da electricidade, com cheque do Banco X, no valor de 375 AOA.
12. Compra de tábuas e placas de madeira no valor de 1 750 AOA.
PRETENDE-SE QUE:
Identifique os factos patrimoniais permutativos e modificativos. Justifique.
EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE
ACTIVO – PASSIVO = PATRIMÓNIO

= CAPITAL PRÓPRIO
= SITUAÇÃO LÍQUIDA
OU
ACTIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA
Activo > Passivo = S. L. Activa
Activo = Passivo = S. L. Nula
Activo < Passivo = S. L. Passiva
INVENTÁRIO E BALANÇO
INVENTÁRIO: Rol de elementos patrimoniais com indicação do
seu valor.
Para que possamos estar perante um inventário, é preciso:
1. Que os elementos patrimoniais estejam identificados;

2. Que estejam repartidos pelas classes respectivas;
3. Que lhes tenha sido atribuído um valor.
INVENTÁRIO E BALANÇO
Elaborado o inventário torna-se necessário comparar o activo
com o passivo para conhecer o valor e natureza da situação
líquida.
Esta comparação, constitui o balanço.
O balanço é a expressão da relação existente entre o activo, o

passivo e a situação líquida (Dumarchey).
Balanço vs inventário
Periodicidade do balanço
Tradução da equação fundamental da contabilidade
Representação do balanço
– Balanço vertical/horizontal
– Balanço analítico/sintético
Balanço
As entidades sujeitas ao atual PGC são obrigadas a apresentar as seguintes

demonstrações financeiras:
• Balanço
• Demonstração de Resultado
• Demonstração de fluxos de caixa
• Notas às contas.
Como preparar um balanço e como usá-lo na tomada de decisões
financeiras?
Um balanço é o documento mais importante que é usado para financiar o
negócio.
O balanço é um documento essencial ao pedir dinheiro emprestado, mas
mais importante, ele pode ajudá-lo a determinar quanto progresso está
fazendo no negócio.
O balanço também pode dizer-lhe antes do tempo quando os problemas
financeiros são susceptíveis de ocorrer.
Um balanço pode lhe dizer mais sobre o progresso financeiro de sua fazenda
do que qualquer outro documento.
Ele simplesmente saldos activos contra passivos para mostrar seu
património líquido.
Se um balanço é novo para ti, é provavelmente porque você já ouviu chamá-
lo por outros nomes.
Uma imagem de negócio
Um balanço é uma imagem do negócio em um ponto no tempo.
É como uma foto de família - tomada em 1 de janeiro de cada ano.
Ao comparar essas imagens, ao longo do tempo, podemos ver como a
família cresceu ou mudou.
Da mesma forma, balanços (comparados ao longo do tempo) irá mostrar-lhe
como sua empresa mudou e cresceu.
Uma ferramenta financeira
Um balanço devidamente preparado é a sua ferramenta de gestão mais valiosa.
Preparar o seu próprio balanço e fazê-lo no início do seu ano economiaco tem as
seguintes vantagens:
•Aprendes mais sobre o seu negócio e isso irá ajudá-lo a melhorar a sua gestão.
•Balanços precisos são necessários antes que você possa calcular uma
declaração de lucro e perda verdadeira para sua empresa.
Uma ferramenta financeira
•Um balanço devidamente preparado pode tornar mais fácil para você
emprestar mais dinheiro. Ele pode ajudá-lo a convencer seu credor que você
nol só entender o seu negócio agrícola, mas que você fez progresso
financeiro.
•Hoje, muitos outros querem informações sobre sua empresa. Se você quiser
alugar equipamentos ou obter um empréstimo de máquinas sem juros,
informações financeiras são necessárias.
Um balanço é uma lista de activos de negócios, equilibrada contra passivos ou
dívidas.
O patrimônio líquido / capital próprio é obtido subtraindo-se os passivos dos
activos.
O patrimônio líquido mostra a quantidade de dinheiro que você investiu no
negócio, enquanto a figura de responsabilidade mostra o que seus credores
investiram no seu negócio. Diz-lhe onde está o seu negócio hoje!
O balanço apresenta dois membros:
1- ACTIVO: recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos

passados e do qual se espera que fluam (…) benefícios económicos futuros.
O Activo é apresentado por ordem de liquidez

crescente (do Activo menos líquido para o mais Activo
líquido que é o caixa) e pode ser dividido em duas
categorias:
Activo não
corrente
Activo
corrente
Activos não correntes
Os activos não correntes – corresponde a aplicações de capitais de longo
prazo, isto é, com prazo superior a 12 meses em activo tangíveis,
intangíveis e financeiro. Onde temos:
• Activo tangível;
• Propriedades de investimento;
• Goodwill (trespasse)
• Activo intangível
• Participações financeiras
• Accionistas/sócios
• Outros activos financeiros
Activos correntes
Os activos correntes são aqueles que podem ser vendidos sem afetar a
produtividade do negócio.
Em geral, os activos correntes serão vendidos ou usados em um período de um ano.
Os activos correntes incluem:
• Inventários/existência
• Cliente,
• Adiatamentos a fornecedores
• Estado e outros públicos
• Accionistas
• Clientes
• Outras contas a receber
• Diferimentos
• Activos financeiros
• AF detido para negociação
• Outros AF
• AF não detido para venda
• Caixa e depósitos bancários
Os activos atuais são líquidos e podem ser transformados em caixa curto prazo.
Ou existência
ORDENAÇÃO DO BALANÇO
ACTIVO
Dinheiro em caixa
Dinheiro depositado à ordem
Dinheiro depositado a prazo
Dívidas de clientes
Liquidez decrescente
Dívidas do Estado
Mercadorias
Produtos Acabados
Máquinas e Veículos
ORDENAÇÃO DO BALANÇO
ACTIVO
Imobilizações
Existências
Liquidez crescente Depósitos Bancários
Caixa
O balanço apresenta dois membros:
2 – Passivo e capital próprio :
Capital próprio :
Capital próprio é igual a activos menos passivos.

Ao contrário dos passivos, o Capital próprio de uma organização não precisa ser
reembolsado. Representa, portanto, o valor ou património líquido da
organização.
Capital próprio é muitas vezes referida como o património líquido, uma vez que
o seu valor relatado é igual à diferença entre o total de activos e passivos totais.
Esta diferença representa o património líquido da organização.
Capital próprio é o capital realizado pelos sócios ou accionistas acumulado com a
riqueza criada pela empresa.
Passivo: obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos

passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de
recursos da entidade (…).
Passivos representam o que é devido pela organização a outros, quer sob a

forma de um empréstimo que lhe foi estendido ou obrigações para a
organização fornecer bens e serviços no futuro. Podendo:
2 – Passivo e capital próprio :
Passivo :
Passivo
Passivo não
corrente
Passivo
corrente
Passivos Financeiros detidos para negociação: instrumentos derivados que
não sejam usados para cobertura de riscos, short-selling de activos
financeiro, passivos financeiros emitidos com a intenção de os recomprar a
curto prazo, passivos financeiros integrados numa carteira com evidencia
de um padrão de negociação em mercado.
Outros Passivos Financeiros: Titulos de dívida que a empresa tem a

Passivos Financeiros
intenção de liquidar na data do seu vencimento
Passivos não corrente detido para venda: são passivos associados a activos
não corrente detidos para venda.
A preocupação da análise fianceira do segundo membro do balanço prende-se
na estrutura do capital e no grau de exigibilidade dos passivos
… para isto o analista terá de reformular algumas contas de modo a

ordenar o passivo por grau de exigibilidade.
Possa ser que as contas como, provisões, os credores por acréscimo de gastos e
os diferimentos tenham sido subdivididos em exigibilidades de curto, medio e
longo prazo, mas por regra a analise financeira estabeleceu-se ser médio e longo
prazo sempre que a data de exigibilidade seja a mais de 12 meses da data do
balanço.
PASSIVO
Emp. Bancários
Forn. De Equipamentos
Médio/Longo prazo Dívidas a 3ºs
Suprimentos
Estado/Lei Mateus
Exigibilidade crescente
Fornecedores
Curto Prazo Emp. Bancários
Estado
PASSIVO
Emp. Bancários
Médio/Longo prazo Forn. De Imobilizado
Dívidas a 3ºs
Exigibilidade decrescente
Fornecedores
Curto Prazo C/C Caucionada
Suprimentos
Uma importante distinção – num esforço de formalização dos factos ou fenómenos
patrimoniais – prende-se com as suas implicações no valor do património. Assim,
como já vimos, podem ser:
• Permutativos ou qualitativos aqueles que, alterando a estrutura do património,
não conduzem a qualquer alteração do seu valor;
• Modificativos ou quantitativos: aqueles que, para além de alterarem a estrutura
do património, implicam também alteração do seu valor.
A contabilidade vem dando crescente atenção aos factos patrimoniais

modificativos/quantitativos, integrando soluções mais desenvolvidas para a sua
expressão e mensuração.
No âmbito dos factos Modificativos ou quantitativos a formalização contabilística é
mais elaborada e é importante referir dois novos conceitos contabilísticos:
• À representação contabilística de reduções do valor do património, decorrentes

de fenómenos quantitativos, chama-se GASTO (CUSTO)
• À representação contabilística de aumentos do valor do património, decorrentes

de fenómenos quantitativos, chama-se RENDIMENTO(PROVEITO) .
Nota: são excluídas das definições anteriores as reduções/aumentos do valor do

património que sejam relacionadas com distribuições/contribuições dos
participantes no capital próprio.
Do confronto dos Gastos (Custos) e Rendimentos(proveitos) de um dado período
resulta a variação do valor do património associada ao desenvolvimento da
actividade.
Ao resultado desse confronto chama-se RESULTADO (Lucro se os rendimentos forem
superiores aos gastos, Prejuízo na situação inversa).
Proveitos e
ganhos
operacionais
Resultado
Operacional Custos e
Custos com o pessoal
perdas
operacionais
Outros Proveitos e custos operacionais
Resultado Juros e proveitos/Custos similares obtidos/suportados

financeiro
Imposto sobre lucro
Demonstração de resultados
A demonstração de resultados (DR) líquidos evidencia a formação dos
resultados, lucro ou prejuízos, num determino período (entre dois
balanços).
Portando a DR é um documento de avaliação do desempenho económico
no referido período.
A DR apresenta-se em duas formas:
• Demonstração de resultados por naturezas

• Demonstração de resultados por funções
Demonstração de resultados por naturezas
quadros demonstrativos dos resultados apurados pela empresa

evidenciando proveitos e custos segundo a sua natureza
(CMVMC, custos com pessoal, FSE’s…)
Evidenciam os tipos de resultados com mais relevo para a apreciação da situação

económico financeira da empresa, segundo a sua natureza, conforme as classes de
custos e proveitos do PCG
• Resultado operacional ou económico – respeita aos custos e proveitos obtidos
na actividade principal da empresa; tendem a repetir-se todos os exercícios
• Resultados financeiros – evidencia custos e proveitos decorrentes das decisões
financeiras e de investimentos financeiros da empresa
• Resultados não operacionais – custos e proveitos resultantes de operações não
correntes
Esta distinção (componentes correntes vs não operacionais) é muito útil para os
destinatários da informação financeira.
Demonstração de resultados por funções
A Demonstração de Resultados por Funções é a demonstração financeira

que apresenta os resultados das operações de uma empresa durante um
determinado período em que os diversos custos são classificados de acordo
com a sua função como parte do custo das vendas e das actividades de
distribuição ou administrativas.
Os resultados são apurados, descriminando os seus componentes positivos e
negativos por origem ou afectação e, em particular, de acordo com as
funções empresariais (produção, comercial, administrativa, financeira, etc.).
Demonstração de resultados por funções
ORIGEM E APLICAÇÃO DE FUNDOS
CAPITAL
CAPITAL PRÓPRIO RESERVAS
ORIGEM DE FUNDOS
RES. EXERCÍCIO
PASSIVO
CAPITAL = Entradas dos sócios

RESERVAS = Lucros não distribuídos
RES. EXERC. = Proveitos – Custos
PASSIVO = Dívidas a Terceiros
APLICAÇÃO DE FUNDOS = ACTIVO
Demonstração de fluxos de caixa
A Demonstração de fluxos de caixa é uma demonstração contabilística

destinada a evidenciar como foi gerado e utilizado o dinheiro no período em
análise.
Para evidenciar como foi gerado e utilizado o dinheiro no perído em análise a
demonstração de fluxos de caixa mostra por actividade.
✓ As fontes de caixa e equivalente de caixa a que a empresa teve acesso

durante um período determinado de tempo, e
✓ O destino que foi dado a tais fontes.
Demonstração de fluxos de caixa
Assim, Demonstração de fluxos de caixa tem o seguintes componentes:v
Assim, Demonstração de fluxos de caixa tem o seguintes componentes:v
Fluxos resultantes das principais

actividades geradoras de proveitos da
Fluxos resultantes das actividades
entidade e de outras actividades que
operacionais
não sejam de investimento ou de
financiamento.
Fluxos resultantes da aquisição e
Fluxos resultantes das actividades de alienação de activos alongo prazo e de
investimento outros investimentos não incluídos em
equivalente de caixa.
Fluxos resultantes das actividades que
têm como consequência alterações na
Fluxos resultantes das actividades de
dimensão e composição do capital
financiamento
próprio e nos empréstimos pedidos pela
entidade.
Estrutura da demonstração de
Fluxo de caixa (método directo)
Fluxo de caixa (método indirecto)
Fluxo de caixa (método indirecto)
✓ Princípios contabilísticos;
✓ Um plano de contas;
✓ Diário geral e razão geral.
O Sistema de Informação Contabilística: Introdução
Sistema de informação contabilística: um dos componentes do sistema de

informação das empresas.
Trata-se do conjunto de procedimentos de:
❑ Identificação e registo de situações e fenómenos patrimoniais
relevantes do ponto de vista contabilístico (INPUT);
❑ Classificação e armazenamento (em suporte físico ou virtual) dos
efeitos dessas situações e fenómenos (PROCESSING AND
STORAGE);
❑ Comunicação desses efeitos sob a forma de demonstrações
financeiras – Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração
de Fluxos de Caixa, Anexos, ... (OUTPUT).
Um Sistema de Informação Contabilística envolve (no mínimo) os
seguintes elementos:
❑ Um conjunto de princípios contabilísticos;
❑ Um plano de contas;
❑ Suportes de registo: diário geral e razão geral.
Princípios contabilísticos
❑ Presidem à fixação de regras específicas para a definição e

funcionamento do sistema de informação contabilística.
❑ A opção por determinados princípios contabilísticos deve procurar

atender às características desejáveis da informação contabilística.
Plano de Contas
❑ Conta: grupo de elementos ou fenómenos patrimoniais com características

homogéneas, expresso em unidades de valor, e com denominação própria:
Trata-se pois de ‘directórios’ ou ‘gavetas’.
Plano de Contas, principal instrumento no desenvolvimento do processo

contabilístico de empresa.
É a linha condutora de todo o processo de escrituração.
O Plano de Contas é um conjunto de contas, ordenado segundo as diretrizes legais

que orientam os registos contabilísticos. É um instrumento de trabalho que permite
identificar todas as contas que poderão ser utilizadas pela empresa.
Plano de Contas
A selecção de um conjunto de contas – plano de contas – remete para um

determinado ‘output’ contabilístico:
Por exemplo, contas de balanço ou ‘patrimoniais’, contas de ‘resultados’

(custos/perdas/gastos e proveitos/ganhos/ rendimentos) direccionadas para a
elaboração da Demonstração de Resultados.
HOMOGENIDADE
Características
de uma conta
INTEGRALIDADE
HOMOGENIDADE Só pode conter elementos que obedeçam às características

definidas para essa conta.
INTEGRALIDADE Tem de conter todos os elementos que gozam das

características definidas para essa conta.
Caixa
Dinheiro D. O.
Clientes D. Prazo
ACTIVO Dívidas Sócios

Dev. Div
A
Mercadorias B
C
Fornecedores
Contas PASSIVO Bancos
Sócios
Capital
SIT. LÍQ. Reservas
Res. Exerc.
TÍTULO
CONTA
VALOR
TÍTULO Expressão ou palavra por que se designa a conta
VALOR Quantidade de unidades monetárias
CONTA
Os elementos patrimoniais
• Têm diferente natureza
• Desempenham funções diferentes
• Expressos em unidades de valor
Classe = Características comuns
Estrutura básica do plano de contas
1º- Todas as contas receberão uma numeração, será o seu endereço no plano de
contas.
2º- A numeração de ser separada por níveis ou grau de contas.
3º- A quantidade níveis dependerá da necessidade da empresa, geralmente será de 4
ou 5 níveis, sendo possível ter mais níveis.
Estrutura básica do plano de contas
Débito e Crédito
Os termos Débito e Crédito são nomes utilizados para indicar o ingresso ou saída de
recursos das contas.
Cada lançamento efetuado provoca modificações patrimoniais e/ou de resultado.

Cada vez que um lançamento a débito ou crédito é feito, o saldo de uma conta está
sendo alterada.
O débito corresponde à aplicação do valor, à destinação do recurso ou onde o

dinheiro foi investido.
E o crédito corresponde à origem do valor, à fonte do dinheiro ou de onde são

conseguidos os recursos para a empresa.
Plano de Contas
Em geral, a definição do plano de contas a utilizar dependerá das necessidades dos

utilizadores da informação contabilística:
➢Pode ser, e tende a ser, específico por empresa e/ou sector.
É reconhecida ainda assim a necessidade de minimizar diferenças entre planos de

contas utilizados pelas diversas empresas:
➢Harmonização de planos por sector de actividade;
➢Planos geral de contabilidade;
Plano de Contas
Registos contabilísticos:
A ocorrência de factos/fenómenos patrimoniais relevantes do ponto de vista

contabilístico dá lugar a registos nas contas.
Tais registos podem obedecer ao método digráfico ou das partidas dobradas: registo
em duas ou mais contas interligadas pelo fenómeno em causa, garantindo a
manutenção da já conhecida igualdade:
ACTIVO = PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO
Plano de Contas
Registos contabilísticos (cont.):

O método digráfico determina que se registe um fenómeno patrimonial em duas (ou
mais) contas: numa(s) a débito, na(s) outra(s) a crédito.
Exemplo: compra de mercadoria a um fornecedor por 1000 AOA:
❖ A empresa recebe um activo (mercadoria) e assume uma responsabilidade
perante o fornecedor;
❖ A conta ‘Existência/Inventários” deve à conta ‘Fornecedores’ o aumento que
verificou (daí ser nela realizado um registo a débito – i.e., a conta é
debitada);
❖ Por sua vez, a conta ‘Fornecedores’ tem a haver do activo da empresa uma
contrapartida no montante da entrega efectuada, ou seja, passa a ter um
crédito sobre esse activo – logo, é nela realizado um registo a crédito – i.e., a
conta é creditada).
Plano de Contas

Convencionou-se que as contas que representam classes de activos são devedoras,
e as contas de capital próprio e passivo são credoras.
Ou seja, os activos ‘devem’ o respectivo montante à origem do respectivo
financiamento (capitais próprios ou alheios). Os financiadores (próprios ou alheios à
empresa) ‘têm a haver’ esses montantes.
Em termos práticos, isto significa que:
➢Quando há um aumento (diminuição) dos activos da empresa há um débito
(crédito) na conta correspondente ao activo em causa.
➢Quando há um aumento (diminuição) do passivo ou capital próprio da
empresa, faz-se um crédito (débito) na conta correspondente.
Plano de Contas
Outros exemplos:
▪ No momento da constituição de uma empresa, os sócios realizam o capital através
de uma transferência bancária de 100.000 AOA;
▪ Uma empresa paga a um fornecedor uma dívida anteriormente contraída: 10.000
AOA;
▪ Uma empresa deposita no banco um montante de 1.000 AOA que se encontrava em
cofre;
▪ Uma empresa renegoceia uma dívida de 50.000 AOA à banca, passando esta a ser
reembolsável no longo prazo;
▪ Uma empresa processa e paga salários: 5.000 AOA;
▪ Uma empresa vende a pronto a um cliente, por 2.000 AOA, mercadorias que haviam
custado 1.000 AOA.
Plano de Contas

Um plano de contas adequado incluirá também contas movimentadas
aquando da ocorrência de factos patrimoniais modificativos/
quantitativos:
▪ Contas da Demonstração de Resultados, agrupando
Custos/Perdas e Proveitos/Ganhos de carácter homogéneo;
▪ As contas de ‘Custos e Perdas’ são debitadas e as contas de
‘Proveitos e Ganhos’ creditadas aquando da respectiva
ocorrência:
Relacionar com contas do balanço.
Plano de Contas
O saldo de uma conta é a diferença entre o valor acumulado dos

débitos e o valor acumulado dos créditos nela realizados (ou vice-
versa), e será:
✓ ‘Saldo devedor’ se o valor acumulado dos débitos exceder o
valor acumulado dos créditos;
✓ ‘Saldo credor’ se o valor acumulado dos créditos exceder o
valor acumulado dos débitos.
Que significado atribuir ao saldo de diferentes tipos de conta (activo,
passivo, capital próprio, proveitos, custos)?
Plano de Contas
Proveitos PGCA
Plano de Contas
Custos PGCA
O Diário e o Razão
utiliza-se o razão para a explicação dos lançamentos na contabilidade.

O Razão é um gráfico em forma de “T” onde acima estará o nome da
conta, do lado esquerdo serão feitos os lançamentos a débito, e do
lado direito serão feitos os lançamentos a crédito.
Para ficar mais fácil a memorização, lembre que o Razão é semelhante
a uma cruz.
Veja a representação:
Contas de balanço
Contas de resultado
Os proveitos fazem ingressar recursos, portanto, são fontes ou origem a recursos.

Contas de proveitos = Origem de recursos = Crédito
Os proveitos sempre irão aumentar o activo ou diminuir o passivo.
Os custos consomem ou fazem sair recursos da empresa, ou seja, é a aplicação de recursos.
Contas de custos = Aplicação de recursos = Débito
Os custos sempre irão diminuir o ativo ou aumentar o passivo.
Contas de resultado
São livros (ou repositórios informáticos) que armazenam os registos
realizados no sistema de informação contabilística;
O diário geral inclui os registos por ordem cronológica:
Em sistemas manuais, lista de lançamentos do tipo:
Conta A
a Conta B
O razão geral sistematiza os registos por conta:

Em sistemas manuais, podem ser vistos como ‘dispositivos em T’.
Pode ainda haver diários ou razões auxiliares relativos a determinadas
contas ou tipo de operação.
Retomemos o exemplo inicial:

• Compra de mercadoria a um fornecedor por 1000 aoa
➢ Conta a debitar: ‘Existências/Inventários’, por 1000 AOA
➢ Conta a creditar: ‘Fornecedores’, por 1000 aoa.
• No diário, este fenómeno patrimonial é registado da seguinte

forma (esquema simplificado):
Existências/Inventários
a Fornecedores
Pela compra de mercadorias 1000 aoa
No razão, o mesmo fenómeno patrimonial é registado do seguinte

modo (esquema simplificado):
Existência/
Inventário
1.000,00 1.000,00
• Compra de mercadoria a um fornecedor por 1000 AOA
EXERCÍCIOS
Exercício nº 1
A sociedade MarFlat, Lda é uma pequena empresa que se dedica à venda de pranchas de body board.
O quadro seguinte respeita ao balancete em 31 de Dezembro de 2010 (em Kz.):
Itens Kz.
Fornecedores 47 000,00
Clientes 32 000,00
Gastos Administrativos 87 500,00
Descoberto Bancário 28 500,00
Capital 82 000,00 Pedidos:
Custo dos inventários vendidos 47 600,00
Gastos de depreciação 2 700,00
Inventários-Produtos acabados 39 200,00 a) Relativamente a cada um dos itens diga se trata de :
Activo fixo tangível (AFT) - Mobilrio & Equiptos 42 700,00
Financiamentos obtidos 50 000,00
AFT - Equipamento transporte 18 500,00 Ativo (A); Passivo (P); Capital Próprio (CP); Gasto (G); Rendimentos ®
Gastos a reconhecer - Prémios de seguro 2 000,00
Remunerações 1 300,00 e qual o montante Global de cada um deles
Inventários-Matérias primas 8 400,00
Resultados transitários 24 450,00
Vendas 74 550,00
Gastos de Distribuição 37 800,00
Estado e out. ent. publicos - Impostos em dívida 700,00
Exercício nº 2
Para cada um dos seguintes acontecimentos, preenche o quadro em anexo com indicação da conta a
movimentar e se a movimentação é realizada a débito ou crédito.:
1 • Compra a crédito de mercadoria no valor de 15.000 Kz.

2 • Recebimento por transferência bancária de 4.250 Kz. de um cliente;
3 • Pagamento da factura de electricidade no valor de 159 Kz.
4 • Compra a crédito de uma viatura de serviço no valor de 12.500 Kz.
5 • Processamento e pagamento do salário do director financeiro no valor de 2.500 Kz.
6 • Compra a crédito de mercadoria no valor de 15.000 Kz.
7 • Obtenção de um empréstimo bancário no valor de 20.000 Kz.
8 • Processamento e pagamento do salário do director financeiro no valor de 2.500 Kz.
9 • Recebimento de juros no valor de 150 Kz. relativos a um depósito a prazo que a empresa tinha constituído.
10 • Recebimento por transferência bancária de 4.250 Kz. de um cliente;
11 • Pagamento da factura de electricidade no valor de 159 KZ.;
12 • Compra de diverso material de escritório no valor de 100 Kz.;
13 • Venda a crédito de 250 unidades de uma mercadoria por um valor unitário de 360 Kz.. A empresa obteve
neste negócio uma margem bruta de 20% sobre o valor de aquisição.
Ordem Designação da Conta Débito Crédito
3º EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Em Novembro de 2017, na empresa XPTO, efectuaram-se as seguintes operações:

Dia 1 - Saldo inicial no Banco Keve – 100.197,00 Kz.
Dia 2 - Depósito no Banco Keve de cheques que estavam em caixa, no valor de 700.481,00 Kz.
Dia 3 - Foram cobrados a clientes 80.479,56 Kz.
Dia 4 - Venceram-se os juros de depósitos à ordem, num valor de 250.992,79 Kz.
Dia 5 - Efectuaram-se pagamentos a fornecedores, no valor de 200.493,99 Kz., com cheques do Banco Keve
Dia 6 - Foi paga a electricidade com cheque do Banco Keve de 40.000,00 Kz.
Dia 7 - Contraído empréstimo bancário, no Banco Keve, no valor de 490.879,79 Kz., com encargos bancários de 20.493,99 Kz,
Dia 8 - Foi pago o empréstimo bancário concedido pela CGD, no valor de 290.927,87 Kz., com cheque do Banco Keve
Dia 9 - Constituído depósito a prazo no Banco Huambo, no valor de 240.939,00 Kwanzas
Pretende-se:
Lançamentos no Diário e Razão.
4º EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
A empresa Bela e filho Lda, que se dedica ao comércio geral e prestação de serviço, iniciou a sua actividade em 1/12/2022
Com os seguintes elementos patrimoniais:
✓ Imobilizado corpóreo – 350.000

✓ Mercadoria – 480.000
✓ Clientes – 980.000
✓ Empréstimo bancário – 385.000
✓ Salário por pagar – 18.500
✓ Fornecedor – 325.000
✓ Fundo fixo – 2.500.000
✓ Depósito a ordem – 1.900.000
✓ Capital - ?
✓ Estado – 910.000
✓ Depósito a prazo – 780.000
Durante o ano a empresa realizou as seguintes operações:
✓ 1- Pagamento com cheque 0,6 da dívida com fornecedor

✓ 2- compra de mercadoria 465.000, sendo 0,4 e o resto a crédito.
✓ 3- Venda de mercadoria 560.000, sendo 70% via banco e o resto a crédito, o CMV é de 415.000
✓ 4- O banco creditou juros referente ao depósito a prazo – 20.000
✓ 5- Por caixa pagou 100% da dívida salarial
✓ 6- Aceite a Golfrate, pela compra de mercadoria 75.000
✓ 7- O cliente da operação nº 3 pagou em numerário 30% da dívida.
✓ 8- Por caixa comprou A3, saca grafos, bloco de factura no valor de 2.500
✓ 9- Pagamento de juros de empréstimos bancário no valor de – 10.000
Pretende-se:
a) Elaborar o razão
b) Balancete de verificação
c) Apuramento de resultados
d) Balanço final
OBRIGADO!

CONTABILIDADE FINANCEIRA + FISCALIDADE

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

CONTABILIDADE FINANCEIRA + FISCALIDADE

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

CONTABILIDADE

✓ Tadeu José Cassumbi Rodrigues

• Salário do marido, aluguer da propriedade, presentes em dinheiro de

I. O que ele possui?

II. O que ele deve?

III. Se ele ganhou ou perdeu no negócio?

IV. Qual é a sua posição financeira?

• Mas o acto de contabilizar não estava tão desenvolvido como

hoje, porque nos estágios iniciais da civilização, o número de

transações a serem registradas era tão pequeno que cada

empresário conseguia gravar e verificar todas as suas transações.

• Assim, a arte da contabilidade tem sido praticada há séculos, mas é

Uma das grandes exigências também a nível internacional é a maior

Sua atuação é fundamental para o desenvolvimento e para a

própria sobrevivência da sociedade

Pois os registos contabilísticos andaram sempre de mãos dadas

com a actividade económica.

➢ É o “processo de recolha, análise, registo e

➢ É a ciência e a técnica que estuda e mede a “riqueza

➢ Contabilidade é a ciência que estuda e interpreta o

American Accounting Association

É o processo de identificação, medição e comunicação

É a realidade económica passada, presente e futura de

qualquer unidade económica

objecto da Contabilidade é o património das entidades

Função de controlo, pois serve de vigilância na

É um dos principais sistemas de controlo e informação

• É Analisar, interpretar e registar os fenómenos que

A escrituração é uma parte da contabilidade e está preocupada

▪ Livros: servem para neles serem registadas as variações do património.

Contabilidade Financeira Contabilidade Analítica

• Verificar os resultados • Mostrar o custo de

Características e princípios fundamentais da informação

Características que tornam a informação contabilística útil:

▪ Informação relevante pode não ser fornecida (balanceamento benefício-custo).

▪ Substância sobre a forma;

▪ Imagem verdadeira e apropriada.

▪ É frequentemente necessário o estabelecimento de

▪ São, também, usualmente reconhecidos alguns

▪ Objectividade - corresponder a factos, não depender de interpretação pessoal;

▪ Inteligibilidade - Ser percetível para os utilizadores;

▪ Relevância - a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja,

▪ Oportunidade - estar disponível no momento em que é necessária;

▪ Rentabilidade - o custo de obter a informação não deve ser superior ao beneficio

• Para atingir sua finalidade, a Contabilidade utiliza as

• técnica ou uma arte que busca registar todos os atos

• A escrituração contabilística também pode ser considerada um

• São as extraídas dos livros, registos e documentos que

• Devem especificar sua natureza, a data e /ou o

• Uma das Demonstrações contabilísticas mais

• A Auditoria das Demonstrações Contabilísticas constitui o

• A Análise de Balanços tem por base o Balanço e por

As empresas são normalmente entendidas como um conjunto de

Âmbito da sua actividade,

* Ótica Económica - Ligada à transformação e incorporação dos

Gasto: corresponde aos valores incorporados e gastos na

Rendimento: corresponde à venda de produtos acabados /

*Ótica de Tesouraria ou de caixa - Corresponde às

Pagamento: saída de valores monetários;

Recebimento: entrada de valores monetários.

▪ Dívidas a pagar: é uma obrigação financeira…

▪ Dívida a receber: É um direito financeiro …

▪ Perdas: são diminuições nos benefícios económicos tal

▪ Ganhos: são aumentos nos benefícios económicos tal