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Aula 5 - Obrigações Solidárias
Aula 5 - Obrigações Solidárias
“Art. 876 - Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado
a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de
cumprida a condição.”
Regras:
qualquer um dos credores poderá cobrar a totalidade da dívida na data
de seu vencimento. Em regra, é facultado ao devedor o pagamento a qualquer um
dos credores solidários. Entretanto, se um dos credores acionar o devedor comum
primeiro, essa faculdade deixa de existir.
qualquer um dos credores pode perdoar a totalidade da dívida, da mesma
forma como pode novar, compensar ou cobrar essa totalidade (art. 272, Código Civil).
Entretanto, este cocredor deverá se acertar com os demais.
com relação as exceções - que são as defesas do devedor diante da
cobrança do credor - estas podem ser divididas em pessoais e comuns. Exceções
pessoais são aqueles oponíveis perante apenas um credor específico, ou seja, o
devedor não pode usar a exceção pessoal que teria contra um credor em relação a
outro (art. 273, CC).
Um exemplo de exceção pessoal é a compensação. E exceções comuns
são aquelas que podem ser usadas contra qualquer credor, como por exemplo o
pagamento, a remissão, a novação.
em caso de ação proposta por um credor solidário contra o devedor
comum, a regra do art. 274, do Código Civil, é que os demais credores solidários serão
beneficiados por um eventual julgamento favorável, mas não serão prejudicados caso
o julgamento seja desfavorável. Portanto, os efeitos da coisa julgada dependerão do
resultado do julgamento: se for favorável, a coisa julgada terá efeito ultra partes (por
beneficiar os credores que não fizeram parte da lide), se contrário, os efeitos da coisa
julgada serão inter-partes (somente autor e réu sofrerão as consequências).
Regras:
em caso de exoneração ou renúncia da solidariedade do devedor
solidário pelo credor, o devedor continua sendo devedor, entretanto, ele passa a dever
apenas sua cota-parte e não mais a totalidade da dívida, pois a exoneração foi apenas
em relação à solidariedade e não à condição de devedor. Nesse caso, abate-se a cota
do devedor exonerado e a solidariedade continua em relação aos demais. Entretanto,
quando houver a remissão de um dos devedores solidários, este deixa de ser devedor,
ou seja, se livra completamente do vínculo obrigacional, mantendo-se a solidariedade
quanto aos demais devedores e abatendo-se a parte do devedor remitido (art. 388,
CC). Os codevedores não contemplados pelo perdão só poderão ser demandados
com abatimento da cota relativa ao devedor relevado, e não pela totalidade da dívida.
Segundo o art. 279, “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos
devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas
pelas perdas e danos só responde o culpado.”
em caso de insolvência declarada de um dos devedores, sua cota será
dividida igualmente entre os demais codevedores (arts. 283 e 284, do CC), inclusive
entre o devedor exonerado, pois ele não deixou de ser devedor, apenas deixou de ser
devedor solidário. Somente o devedor remitido não participará deste rateio, pois está
totalmente liberado da dívida.
o devedor solidário que for demandado a pagar a totalidade da dívida
pode chamar ao processo os demais codevedores solidários para exercer o direito de
credor subrogado (art. 130, do CPC e art. 346, do CC), exigindo de cada um dos outros
devedores sua cota-parte.