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Apostila Empreendedorismo
Apostila Empreendedorismo
Marketing Estratégico
GRADUAÇÃO
EMPREENDEDORISMO
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EMPREENDEDORISMO
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
PÓS-GRADUAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Bom estudo!
Direção UDC Online
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EMPREENDEDORISMO
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
PÓS-GRADUAÇÃO
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 1
SUMÁRIO............................................................................................................................ 2
MENSAGEM DO PROFESSOR.......................................................................................... 5
SOBRE A DISCIPLINA .................................................................................................... 6
1. UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO ........................................... 7
1.1. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO ........................................................... 7
1.1.1. O Papel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico ....................... 7
1.2. EMPREENDEDORISMO .......................................................................................... 8
1.3. O DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO ........................................... 9
1.4. PRINCIPAIS LINHAS DE PENSAMENTO .............................................................. 10
1.4.1. O Desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil ...................................... 11
1.5. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................................ 14
1.6. QUEM SÃO OS EMPREENDEDORES? ................................................................ 14
1.6.1. O intraempreendedor ....................................................................................... 15
1.6.2. Empreendedor governamental ......................................................................... 15
1.6.3. Empreendedor social........................................................................................ 16
1.6.4. Empreendedor nato .......................................................................................... 17
1.6.5. Empreendedor que aprende ............................................................................. 17
1.6.6 Empreendedor serial ......................................................................................... 17
1.6.7 Empreendedor corporativo ................................................................................ 18
1.6.8. Empreendedor Herdeiro ................................................................................... 19
1.7. EMPREENDEDORISMO DE OPORTUNIDADE X EMPREENDEDORISMO DE
NECESSIDADE ............................................................................................................. 20
1.8. O ESPÍRITO EMPREENDEDOR ............................................................................ 23
1.8.1. Características do espírito empreendedor........................................................ 23
1.9. ESTILOS DE FAZER NEGÓCIOS .......................................................................... 26
1.9.1. Empreendedor artesão x empreendedor oportunista ....................................... 26
1.9.2. O processo de empreender .............................................................................. 27
1.9.3. Mitos sobre os empreendedores ...................................................................... 29
2. UNIDADE II – CRIANDO UM NOVO NEGÓCIO ........................................................... 31
2.1. EMPREENDEDORISMO EM AÇÃO: CRIANDO UM NOVO NEGÓCIO ................ 31
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MENSAGEM DO PROFESSOR
Sou o professor Fausto Camargo e estou feliz por poder contribuir com sua
formação. Ser professor é algo mágico. Caso ainda não esteja atuando, poderá
perceber assim que ingressar no magistério, em especial no magistério superior.
Nossa profissão nos coloca em constante busca pelo aprendizado, pois nossa
formação se dá em cursos devidamente estruturados para tal, na prática cotidiana,
e, especialmente, nos desafios que corajosamente assumimos.
Quando assumi a tarefa de lhe acompanhar em parte dessa formação me senti
honrado, desafiado e com muita responsabilidade. Para tanto, fui buscar subsídios
em minha formação e história profissional. Entre os meus passos nessa formação
destaco:
Cursei Administração pelo Centro Universitário Cândido Rondon
(UNIRONDON), me Especializei em Gerenciamento de Micro e Pequena
Empresa pela Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG) e realizei meu
Mestrado em Ciências Sociais: pela Universidade do Vale do Rio do Sinos
(UNISINOS - 2010).
Possuo experiência de ensino de cerca de dez anos na graduação e Pós-
graduação, por diversas instituições, públicas (estaduais e federais) e
privadas.
Sou professor do CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS,
em Foz do Iguaçu.
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SOBRE A DISCIPLINA
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1.2. EMPREENDEDORISMO
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Fonte: Filion (1999). In: PAIVA Jr. Fernando Gomes de; CORDEIRO, Adriana Tenório.
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1.6.1. O intraempreendedor
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Outro exemplo trata-se do projeto Saúde e Alegria que atua na Amazônia desde
1987, contribuindo para a melhoria de políticas públicas de saúde e na qualidade de vida
e cidadania da região atendida.
O filme-documentário “Quem se importa?”, traz entrevista de 18 empreendedores
sociais, entre eles, Muhammad Yunus, Bill Drayton (fundador da Ashoka), Karen Tse
(responsável pela estruturação do aparelho jurídico em diversos países, dentre eles
Camboja e países asiáticos) e Joaquim Melo (fundador do Banco Palmas).
São pessoas que iniciaram sua vida profissional ainda jovem, aprendendo a
negociar e vender. Em geral, são visionários, otimistas e se comprometem 100% na
realização de seus sonhos. São exemplos de empreendedores natos: Bill Gates, Silvio
Santos, Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá).
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em geral, é o elemento que o mantém motivado. Tem habilidade para criar equipes,
motivar as pessoas e angariar recursos para iniciar novos empreendimentos.
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químicas, suco de laranja e, também para o mercado financeiro, por meio do Banco
Votorantim e da BV Financeira. Em 2011, ocupou a 193ª posição no ranking mundial da
Fortune, e a 7ª no Brasil, com fortuna pessoal estimada em US$ 5,3 bilhões.
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Existem ainda, as pessoas que criam determinado negócio para fugir, escapar de
algum fator ambiental, são denominadas de refugiados. Os refugiados são aqueles
empreendedores que iniciaram um negócio impulsionado pela necessidade de escapar de
algum fator ambiental. Assim, existem vários tipos de refugiados:
1. Refugiados estrangeiros: refere-se as pessoas que escapam das restrições
políticas, religiosas ou econômicas de seus países de origem atravessando as
fronteiras nacionais. Em geral, devido à dificuldade (cultura, língua) ao buscar
emprego assalariado em outros países, iniciam um novo negócio.
2. Refugiados corporativos: são as pessoas que fogem do ambiente das
grandes e médias empresas e decidem iniciar seu próprio negócio. Muitos, ao
vivenciarem nas empresas um ambiente desagradável de trabalho, como por
exemplo, processo decisório centralizado, decisões incoerentes e até clima
desagradável.
3. Refugiados dos pais: são aqueles que abandonam a família, para fazer as
coisas de maneira independente, ou seja, sozinhas, sem a participação dos
pais.
4. Refugiados do lar: refere-se as pessoas que começam o próprio negócio após
o crescimento dos filhos, ou ainda, quando acreditam estar livres das
responsabilidades da casa.
5. Refugiadas feministas: são mulheres que diante de preconceitos,
discriminações ou restrições em determinada empresa e resolvem abrir seu
próprio negócio.
6. Refugiados sociais: são os alheios à cultura que prevalece na empresa, que
buscam uma atividade como empreendedores.
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A temática sobre o espírito empreendedor vem sendo discutido com ênfase, nos
estudos sobre micro e pequenas empresas. Porém, cabe destacar que as grandes
empresas vêm, também, apontando para o assunto, por meio de programas de
empreendedorismo corporativo. O conceito de espírito empreendedor relaciona-se a um
conjunto de atributos ou características encontradas nas pessoas.
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tomadas, como a compra de um novo maquinário: “Se meu marido, diretor administrativo,
for investir em uma nova máquina, a questão é decidida junto dos funcionários. Eles dão
sugestões e nos ajudam a avaliar o que é melhor”. Denise acredita que essa interação
com os funcionários e com as diversas áreas é produtiva para o negócio. Em uma
empresa composta em sua maioria por jovens, Denise e o marido, com 52 anos, figuram
entre os mais velhos. Contribuem com a experiência na criação de um ambiente de
trabalho acolhedor e que, ao mesmo tempo, incentiva o espírito empreendedor.
Outra empresa que se destaca é a desenvolvedora de software Radix. A empresa
presta serviços para grandes empresas em diferentes áreas. A diversidade ou variedade
é um elemento que alavanca a empresa. “Não nos interessa fazer, pela décima vez, um
projeto que já foi realizado. Queremos desafios novos”, afirma o presidente Luiz Eduardo
Rubião. Quando a empresa tem uma queda no rendimento, ele pede ideias novas para
todos os funcionários, através de e-mail. A resposta é imediata e as contribuições vêm de
todos, dos estagiários até os engenheiros seniores. “Um me diz que conhece alguém no
setor de cosméticos que pode precisar dos nossos serviços. Outro aparece com uma
proposta pensando em mobilidade urbana na Copa e na Olimpíada. Temos vocação para
fazer projetos maluquinhos”, diz.
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A criação tem que ter valor para o empreendedor e valor para o público para o
qual é desenvolvida. A inovação pode ser entendida como tudo que diferencia e cria valor
a um negócio. Isso inclui o desenvolvimento de novos produtos e processos; as atividades
de criação de um novo mercado, antes inexistente; a exploração de uma nova fonte de
suprimentos, e; a reestruturação dos métodos de organização, ou seja, as mudanças que
ocorrem na estrutura gerencial da empresa (TIGRE, 2006). Um novo negócio deve
agregar algo que o diferencie no mercado, seja a inovação no produto, no processo, na
estrutura ou no modo de gerenciar a empresa.
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2.2.1. Consumidores
2.2.2. Concorrentes
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Elementos dos canais de distribuição são fontes de novas ideias devido à sua
familiaridade com as necessidades do mercado. Muitas vezes, as pessoas que trabalham
nessa área, não apenas tem sugestões de produtos novos, como também podem ajudar
na comercialização dos produtos recém-desenvolvidos.
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1. Sumário Executivo
2. Análise ambiental
2.1 Análise macroambiente
2.2 Matriz SWOT
2.3 Análise de mercado
3. O Empreendimento
3.1 Forma de propriedade
3.2 Missão
3.3 Visão
3.4 Objetivos e metas
4. Plano de marketing
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4.1 Produto
4.2 Preço
4.3 Praça
4.4 Promoção e propaganda
4.5 Segmentação de mercado
4.6 Projeção de vendas
5. Plano operacional e organizacional
5.1 Estrutura organizacional
5.2 Organograma
5.3 Infraestrutura
5.4 Layout
5.5 Processos de produção
5.6 Fluxograma
6. Plano financeiro
6.1 Investimentos iniciais
6.2 Demonstrativos financeiros (fluxo de caixa, DRE)
6.3 Análise de investimentos (Payback, TIR, VPL)
7. Apêndice
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podem representar alguma forma de ação crítica. Por exemplo, a inflação é uma ameaça,
pois a empresa não pode fazer nada a respeito, bem como a dificuldade de obter crédito e
financiamento, ou ainda, a entrada de novos concorrentes no mercado.
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Caso: Marisa6
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seu pai. Sob o seu comando a empresa abriu sua primeira loja, a Marisa Bolsas, em
1948, e aos poucos foi conquistando o público consumidor feminino. Desde o início, a
Marisa sempre quis atender o público de baixa renda. Era uma filosofia do próprio
Bernardo Goldfarb, que apostou num segmento com essas características de consumo.
Com o intuito de ampliar as oportunidades da Marisa, em 1950, por meio de seu
pioneirismo no segmento de varejo voltado ao público feminino, a companhia criou a
primeira "ponta de estoque" conhecida no Brasil: a Marisa Malhas, terceira loja do grupo.
Em seguida, a empresa passou a utilizar o nome Marisa para todas as suas lojas.
Vendendo pronta entrega de estoques de grandes fabricantes, a preços competitivos, a
Marisa teve um desenvolvimento gradativo e planejado e se tornou nacionalmente
reconhecida como uma rede de lojas de moda feminina e moda íntima feminina.
A partir de 1952, a Marisa iniciou sua expansão por todo o território nacional,
abrindo lojas em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Manaus. Em 1982, a
Marisa já estava presente em todas as regiões do país. Em 1991, acompanhando as
tendências do mercado de varejo, inaugurou a sua primeira loja em shopping Center, na
cidade de São Paulo. Os shoppings centers foram um dos componentes chaves para a
estratégia de crescimento da rede de lojas Marisa. A capacidade de concentrar de
maneira conveniente, em um único estabelecimento, uma variedade de produtos que
atendiam a diversos interesses, além de oferecer segurança, facilidade de acesso,
estacionamento e outros serviços associados, fez do shopping center o principal destino
para compras dos consumidores urbanos brasileiros.
Em 1999, a Marisa iniciou uma estratégia de expansão a fim de aumentar a
variedade de produtos oferecidos, rejuvenescer a marca "Marisa" e modernizar suas lojas,
reformando-as e ampliando-as. A liderança da Marisa foi reforçada depois que a
companhia encerrou, em outubro de 1999, as operações deficitárias das Lojas Brasileiras,
outra marca do grupo. Quando anunciou o fechamento das 63 Lojas Brasileiras, Márcio
Goldfarb, filho de Bernardo, já tinha sua carta na manga: o projeto das lojas Marisa &
Família.
A partir da larga experiência da companhia, ratificada por meio de pesquisas de
mercado conduzidas pela InterScience, uma das empresas de pesquisa mais bem
conceituadas em consumo de varejo, a Marisa verificou a necessidade de um novo
modelo de loja que aumentasse a variedade de produtos oferecidos para toda a família,
criando maior conveniência de compra para suas clientes em um mesmo local. Esse foi o
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estalo inicial para a criação da nova rede de lojas batizada Marisa & Família. Livre de
dívidas, a empresa se lançou na nova empreitada. Segundo Márcio Goldfarb, todo o
investimento foi feito com recursos próprios, já que os resultados da Marisa permitiram
cobrir o rombo deixado pelas Lojas Brasileiras.
O novo formato marcou a entrada da Marisa nos segmentos de roupas
masculinas e infantis, além de cama, mesa e banho. A nova rede manteve o alvo nas
camadas de baixa renda e se apresentou como uma espécie de Marisa ampliada. Porém,
o segmento feminino continuou a ser o carro-chefe nas novas lojas do grupo,
representando sozinho quase 50% dos itens comercializados.
Além dos novos nichos, a Marisa lançou, em 1999, um cartão para oferecer
crédito facilitado, com compras parceladas em até cinco vezes. O Cartão Marisa foi uma
ferramenta importante na estratégia de negócios para a fidelização da clientela, bem
como para o aumento das receitas em vendas. Ainda no mesmo ano, inaugurou a Marisa
Virtual, possibilitando às suas clientes a realização de compras pela internet em seu
website.
A partir de 2001, a fim de aprimorar e atualizar a imagem da marca Marisa, a
empresa desenvolveu uma nova fase de modernização, expandindo sua metragem e
implementando o conceito de exposição dos produtos nas lojas por "estilo de vida". A
moda feminina passou a ser apresentada no estilo de vida: jovem, contemporâneo,
clássico, surfwear, aeróbico e praia; a moda íntima, nos estilos de vida: jovem,
contemporâneo, sensual e clássico; a moda masculina, nos estilos de vida: jovem,
contemporâneo, casual e social; e a moda infantil foi segmentada por faixa etária: de 1 a 3
anos, de 4 a 8 anos e de 10 a 16 anos.
Em 2006, a InterScience, em pesquisa realizada por iniciativa do mercado,
apontou a Marisa como a empresa do setor têxtil de varejo que mais respeita o
consumidor, levando em consideração os seguintes atributos: qualidade do produto,
atendimento, preço, propaganda, responsabilidade social e monitoramento da satisfação
de clientes, ficando à frente de seus principais concorrentes.
Nas lojas Marisa, a empresa presta um atendimento diferenciado, em ambiente
agradável e moderno, em relação aos demais locais frequentados por seu público-alvo.
As lojas são bem decoradas e iluminadas e possuem vitrines criativas e atrativas. A
Marisa acredita que se diferencia de sua concorrência por proporcionar uma experiência
de compra única em suas lojas, onde busca oferecer às suas clientes "um sonho" e não
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2.4. O EMPREENDIMENTO
Existem, para Hisrich (2008, p. 281), três formas legais, básicas, de propriedade
de empresa: a individual, a sociedade e a corporação. A propriedade individual refere-se a
empresa com um único proprietário, de responsabilidade ilimitada, que detém o controle
das decisões e recebe todos os lucros. A sociedade trata da propriedade de empresa em
que dois ou mais indivíduos, com responsabilidade ilimitada, reúnem recursos para serem
proprietários da empresa. A corporação, “é a entidade legal separada, dirigida por
acionistas, com responsabilidade limitada”.
Para Chiavenato (2008), as principais formas de sociedade empresárias são:
• Sociedade em nome coletivo: associação de duas ou mais pessoas,
funcionando sob um nome ou firma em comum, ficando os sócios responsáveis
solidariamente pelos direitos e obrigações da firma, sem limite de valor.
• Sociedade em comandita simples: associação na qual o capital social é
composto pelas contribuições de duas classes de sócios (comanditários ou
capitalistas). Os sócios comanditários respondem até o limite do valor do
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Além dos tipos de sociedade mencionados acima, cabe salientar, mais dois tipos
de associações comuns:
• Cooperativa: associação voltada exclusivamente para suprir as necessidades
e os interesses dos associados. O objetivo da sociedade cooperativa é, por
meio da cooperação, amparar os negócios dos associados. O capital é formado
por quotas-partes e varia conforme o número de associados. O número de
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2.4.4. Missão
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• Quais são os tipos de atividades que a empresa deve concentrar seus esforços
no futuro?
Por exemplo:
• McDonald’s: Servir comida de qualidade, proporcionando sempre uma
experiência extraordinária.
• Caixa Econômica Federal (CEF): Atuar na promoção da cidadania e do
desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de
políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.
• Hospital Albert Einstein: Oferecer excelência de qualidade no âmbito da
saúde, da geração do conhecimento e da responsabilidade social, como forma
de evidenciar a contribuição da comunidade judaica à sociedade brasileira.
2.4.5. Visão
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2.5.1. Produto
2.5.2. Preço
A decisão do preço a ser praticado é uma das decisões mais difíceis no plano de
marketing. O empreendedor deve considerar os custos, os descontos, o frete, a variação
ou aumento de preço, os impostos, entre vários outros fatores. Saber estimar o preço é
difícil, visto que refletem na demanda, a qual, também é difícil projetar.
Churchill e Peter (2000, p. 314), definem preço como o valor que alguém está
disposto a dar para realizar uma troca, assim, refere-se “a quantidade de dinheiro, bens
ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto”.
A pesquisa de marketing é um importante instrumento que pode auxiliar o
empreendedor nessa fase, pois, pode trazer a informação sobre a estimativa de preço
que o cliente está disposto a pagar. A precificação do produto ou serviço pode ser feita de
várias maneiras, observando-se os preços praticados no mercado pelos concorrentes e
os custos de produção. Através do preço, a empresa cria demanda, segmenta o mercado
e define a lucratividade. E, ainda, pode interferir na imagem da empresa, na imagem do
produto e na atração do consumidor.
Para Coelho (2009), a precificação, pode apresentar três diferentes abordagens:
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2.5.3. Praça
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Caso: Bombril7
Pode ser que alguém não saiba o que é lã de aço, mas que não conheça Bombril
é bastante improvável. A Bombril foi uma das primeiras empresas brasileiras a acreditar
na propaganda e se voltar para a construção de uma marca: com intensivas campanhas
de promoções e de publicidade veiculadas por rádio e televisão. O garoto-propaganda da
lã de aço Bombril, Carlos Moreno, se tornou um dos personagens mais marcantes e
queridos da história da publicidade brasileira. A Bombril é um desses raros casos em que
a aceitação da marca é tão ampla que se tornou sinônimo de uma categoria. A empresa
que já deteve 90% do mercado de lã de aço no Brasil enfrentou duras crises financeiras a
partir de 2002, chegando à beira da falência. Como sobreviveu? A resposta está no
prestígio de sua marca. E é com esse trunfo que a atual gestão vem tentando reerguer a
companhia, resgatando fatias importantes de participação de mercado. Hoje, a maioria de
seus produtos é líder ou vice-líder de vendas.
Há 60 anos Roberto Sampaio Ferreira, em sua visão de mercado, percebeu o
imenso potencial de um produto que começava a ser fabricado nos Estados Unidos: a lã
de aço. Até então um produto importado, caro e pouco acessível. Em 14 de janeiro de
1948, Roberto iniciou a fabricação da lã de aço com a fundação da empresa Abrasivos
Bombril, no bairro do Brooklin em São Paulo. O lançamento da lã de aço Bombril foi uma
revolução para o dia-a-dia das atividades domésticas. Logo virou o "queridinho" das
donas de casa, porque, além de polir panelas, o produto limpava vidros, louças, azulejos
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e ferragens, ficando conhecido como "1001 utilidades". Somente naquele ano, foram
vendidas 48 mil unidades.
Como inicialmente o produto era vendido solto, não havia diferenciação a não ser
pela qualidade de Bombril. Foi aí que a empresa começou a usar um pequeno selo
vermelho. Começava então a entrar na cabeça dos brasileiros uma marca que se tornaria
inesquecível. Paralelo a isso, o rádio estava no auge e a Bombril lançou o programa
"Gente que brilha" na rádio nacional. Os jingles da Bombril se tornaram muito famosos. Já
na década de 50 com a recém-chegada televisão ao Brasil, a empresa marcou presença
com o programa "Cirquinho Bombril". Rapidamente a atração se firmou como um grande
sucesso da TV brasileira. As suas promoções também marcaram época. Nos anos 60
uma promoção começou sorteando um carro por mês. O sucesso da estratégia foi
aumentando até chegar a três carros sorteados mensalmente. No final da promoção,
quase uma centena de carros tinham sido sorteados.
Entre 1961 e 1973, a Bombril cresceu e iniciou a incorporação de outras
empresas, entre elas: a Companhia de Produtos Químicos - Fábrica Belém, dona das
marcas Sapólio e Radium, que virou a linha Sapólio Radium; a Indústria de Lã de Aço
Mimosa Ltda., do Rio de Janeiro; e a Q'Lustro, empresa que detinha aproximadamente
25% do mercado nacional de lã de aço.
Em 1978 entrou no ar o primeiro comercial da campanha que se tornaria um
ícone da publicidade mundial, uma campanha que fez história e bateu recordes. Criada
por Washington Olivetto e Francesc Petit e estrelada pelo brilhante Carlos Moreno. Com o
comercial introduziram uma figura que representava as mudanças comportamentais da
época. Neste período, a sociedade viu uma mudança de valores sendo registrada pela
publicidade. O fato é que as mulheres, em especial, começavam a valorizar mais homens
com um quê de desprotegidos, tímidos ou carentes em detrimento do estereótipo machão
e atlético, "símbolo" de força e segurança. O comercial seguia um perfil acolhedor, quase
íntimo. Falava abertamente com o público, usando uma comunicação direta, espontânea
e sincera. Logo após o lançamento da campanha as vendas da lã de aço Bombril
chegaram à marca de 420 milhões de unidades.
Graças à enorme visibilidade proporcionada pelo sucesso dos novos comerciais,
a empresa iniciou a expansão de sua linha de produtos sob a marca BOMBRIL. Novos
produtos, em diferentes segmentos, foram introduzidos no mercado, como: detergente
líquido (Limpol), desinfetante (Pinho e Kalipto), amaciante (Mon Bijou), além de esponjas
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de lã de aço com sabão, palhas de aço, sabão em barra, limpadores, panos de limpeza,
inseticidas e desodorizadores de ambiente.
Em 1984 a empresa abriu capital e virou a Bombril S/A, passando a ter ações
negociadas na Bolsa de Valores. A partir da abertura de capital a sorte da Bombril
começou a mudar. Primeiro, foi a briga entre os três filhos do fundador Roberto pelo
controle da empresa. No meio da disputa, surgiu o empresário italiano Sergio Cragnotti e
levou a parte dos irmãos de Ronaldo. Por um curto espaço de tempo, tornou-se sócio de
Ronaldo até que arrematou também sua participação, mas não pagou.
Na Itália, Sergio Cragnotti foi acusado de calote e a empresa sofreu intervenção
do governo. A empresa passou a ser presidida por um interventor nomeado pela Justiça.
A marca que virou sinônimo de uma linha de produtos perdeu o rumo pela má
administração e entrou em declínio com a entrada de novos concorrentes, dentre eles a
Assolan. A Bombril nunca havia passado por crise semelhante à dos últimos anos. Em
2003, no auge da crise financeira, quando foi instaurada a administração judicial, a
Bombril estava sem crédito algum na praça, com 12 pedidos de falência, mais de 500
títulos protestados e sem dinheiro em caixa para honrar sequer os salários.
Para surpresa geral, em 2004 Carlos Moreno se despediu da Bombril em um
comercial no qual dizia: "Toda vez que você usar um produto BOMBRIL você vai lembrar
um pouquinho de mim". A separação foi curta. Em 2005, ele retornou ao seu posto de
garoto Bombril. No ano seguinte, o personagem fez um retorno triunfal e prova mais uma
vez que é o garoto-propaganda mais querido do Brasil. A principal "estrela" do mercado
de lã de aço brasileiro voltou às telas de TV para brilhar ao lado de ícones nacionalmente
conhecidos.
Há alguns anos, Ronaldo Sampaio Ferreira reassumiu o comando da companhia.
Desde então, promove uma "faxina" em seu interior. Já no ano passado a reversão do
quadro de crise transformou o resultado da "faxina" em um lucro de R$ 90 milhões. O
empresário lançou produtos, substituiu a diretoria, equacionou dívidas e está investindo
R$ 40 milhões nas linhas de produção.
A Bombril é uma empresa que, apesar de ter passado por momentos críticos em
sua história, possui duas características exclusivas: o poder da marca e o enorme orgulho
que os funcionários têm em trabalhar na empresa, evidenciadas em várias pesquisas de
clima. Hoje a companhia é a principal fabricante de lã de aço do país e uma das mais
tradicionais empresas de produtos de limpeza doméstica. Com uma participação estimada
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A estrutura de uma empresa pode ser definida como a maneira ou forma, pela
qual o trabalho é dividido em diferentes tarefas e atividades e, concomitantemente, com o
modo como a coordenação entre as tarefas será realizada.
Para Oliveira (2007), a estrutura organizacional diz respeito a divisão de
atividades nas organizações, organizadas e coordenadas. Para Hall (2004, p. 47) “as
estruturas têm por finalidade produzir resultados organizacionais e atingir metas
organizacionais - em outras palavras, ser eficazes". Portanto, constitui o formato
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3.2.1. Infraestrutura
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3.2.2. Organograma
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Área Atividades
Recursos Humanos (RH) Seleção, recrutamento e treinamento.
Vendas, publicidade, propaganda, promoções, telemarketing,
Marketing e vendas
pós-venda, CRM.
Suporte ao cliente, atendimento personalizado, atendimento
Serviços
no local.
Logística
Compras
Armazenagem (materiais)
Tecnologia da Informação (TI)
Fonte: Elaborado pelo autor.
O fluxograma representa uma sequência de trabalho, de forma detalhada (ou sintética), onde as
operações ou os responsáveis e os departamentos envolvidos são visualizados nos processo. O fluxograma
serve para melhorar a compreensão das tarefas ou atividades a serem executadas na empresa, através da
representação gráfica. Assim, é possível, representar os processos operacionais desenvolvidos pela
organização.
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Além disso, o fluxograma possibilita:
Padronização na representação dos métodos e os procedimentos administrativos.
Descrever com maior rapidez os métodos administrativos.
Facilitar a leitura e o entendimento das rotinas administrativas.
Identificar os pontos mais importantes das atividades visualizadas.
Permite uma maior flexibilização e um melhor grau de análise.
Preparação para o aperfeiçoamento de processos empresariais.
Identificação das atividades críticas para o sucesso.
Conhecimento da sequência e encadeamento das atividades dando uma visão do fluxo do
processo.
Documentação do processo para análises futuras.
A CPFL Energia é a maior companhia privada do setor elétrico brasileiro, com capital 100%
nacional, atuante nos mercados livre e regulado. A CPFL Energia é uma holding que controla empresas e
empreendimentos privados, nas áreas de geração, distribuição e comercialização de energia elétrica. São
suas controladas: a CPFL Geração, a CPFL Paulista, a CFL Piratininga, a RGE e a CPFL Brasil.
Os processos apresentados no caso, referem-se ao setor de comercialização, controlado pela
CPFL Brasil e tem como responsabilidade, a compra e venda de energia elétrica a Distribuidores,
Geradores ou Consumidores Livres. Antes do estudo dos processos, o setor contava com 16 funcionários,
divididos em duas áreas básicas: front-office (linha de frente) e back-office (bastidores). O primeiro
caracteriza-se pelas operações de compra e venda de energia e gerenciamento do portfólio de energia, e o
segundo, é responsável pela Gestão de Contratos gerados pelo front-office, que inclui: faturamento,
contabilização e o relacionamento com a agência reguladora do governo.
Inicialmente, o grupo verificou a existência de dois processos macros dentro do setor estudado:
compra e venda de energia para clientes, tanto no mercado aberto como no atacado. Além disso, os
contratos fechados são de longo prazo, respeitando a legislação imposta pelos Agentes Reguladores do
Governo.
O mapeamento dos processos consistiu em 7 etapas:
1. Identificação das atividades: esta etapa teve por objetivo o levantamento das principais
atividades desenvolvidas no setor. Para isso, todos os funcionários escreveram as principais
atividades que cabiam ao setor e, posteriormente, estas atividades foram analisadas e
agrupadas por afinidades, pelos próprios funcionários.
2. Estabelecer as relações entre as atividades: após a identificação das macroatividades, buscou-
se visualizar a relevância e o impacto de uma macroatividade na outra. Com isso, foi possível
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visualizar a interação entre as atividades e também identificar a importância de cada uma
delas.
3. Definir os principais processos: o grupo elencou alguns critérios e classificou os principais
processos.
4. Estabelecer as entradas e saídas dos principais processos: realizou-se o levantamento de uma
série de informações relevantes, de cada um dos principais processos previamente
identificados. Entre as informações estão a entrada, saída, origem, destino, forma de
monitoramento, instrução e resultado planejado. Cada funcionário ficou responsável pelo
preenchimento de algumas dessas chamadas “fichas de processos”.
5. Reavaliação dos processos: ao final do preenchimento de todas as “fichas de processos”, os
dados foram compilados pela equipe e foi realizada uma análise consistente. O objetivo foi
identificar, a partir das entradas e saídas, o verdadeiro fluxo dos processos.
6. Após a identificação de todas essas atividades, pôde-se apresentar, o modelo de negócios do
setor de Compra e Venda de Energia, sob o ponto de vista dos processos. Conforme mostra a
figura abaixo:
7. Detalhamento: após a validação dos fluxos, foi detalhado cada processo. Nesse momento, foi
realizada a descrição, passo a passo, de cada processo e atividade a serem realizados.
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Durante o processo de produção do pão existe toda uma trajetória que vai desde
a separação da matéria prima até a verificação da qualidade do produto para a venda,
sendo necessário para o processo 2 funcionários; as máquinas e equipamentos utilizados
são: tabuleiros, máquina de preparo, mesa de corte, armários para descanso da massa,
bandejas e forno; para manter a higienização e limpeza no ambiente de trabalho os
colaboradores utilizam: calça e camisa branca, luvas e toucas, materiais que são
distribuídos gratuitamente pelo gestor da organização. O recinto onde é realizado o
processo de produção de pão possui cerca de 6 metros de largura por 10 metros de
comprimento, espaço considerado pelo gestor necessário para a fabricação de 1000 a
1500 pães por dia.
A observação direta do sistema produtivo mostrou que o empreendimento ainda
não dispõe de um layout adequado para área de produção e para a área de serviço. A
empresa dispõe de sistemas e equipamentos tecnológicos atualizados a fim de
proporcionar o bem estar dos clientes e manter um melhor relacionamento com o os
mesmos procurando sempre atender seus anseios com a oferta de produtos e serviços
diversificados e de alta qualidade, além de facilitar a forma de pagamento. A falta de um
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Depreciação Valor da
Discriminação Qtd Valor Valor Total
(%) Depreciação
1. Investimento fixo
Imóveis 10%
Construções e reformas 10%
Veículos 20%
Móveis e utensílios 10%
Equipamento A
Equipamento B
Equipamento C
Computadores
Impressoras
Subtotal 1
2. Capital de giro
Estoque inicial e mercadoria
Mão de obras + encargos
sociais
Custos fixos
Reserva financeira para
contingências
Impostos a pagar
Fornecedores
Aluguel
Subtotal 2
Total (subtotal 1 + subtotal 2)
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Tabela 6: Exemplo de Fluxo de Caixa
Nome da Empresa:
Início do ano fiscal: 01/07/2013
Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14
Entradas
Vendas à vista 5.000 6.000 6.000 6.000 6.000
Recebimento de vendas a prazo 4.000 8.000 8.000 8.000
Empréstimos 2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
Integralização dos sócios 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
Total de Entradas 8.000 13.000 17.000 17.000 17.000
Saídas
Compras (especificar) 500 500 500 500 500
Salários brutos (retirada exata) 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500
Água 150 150 150 150 150
Luz 450 450 450 450 450
Telefone 800 800 800 800 800
Aluguel 1.800 1.800 1.800 1.800 1.800
Pagamento dos investimentos 500 500 500 500 500
Combustível
Pagamento de capital do empréstimo 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
Pró-labore dos sócios 679 700 679 650 679
Contador 350 350 350 350 350
IPTU 80 80 80 80 80
Material de expediente 50 50 50 50 50
Despesas bancárias (taxas + juros) 50 50 50 50 50
Continua...
Embalagens
Impostos 300 300 300 300 300
Outras 70 70 70 70 70
Total de Saídas 14.279 14.300 14.279 14.250 14.279
Resumo de Caixa
Dinheiro em Caixa (início do mês) (6.279) (7.579) (4.858) (2.108)
Caixa Disponível (disponível + recibos,
8.000 6.721 9.421 12.142 14.892
antes da saída do caixa).
Situação do Caixa (caixa acumulado)
(6.279) (7.579) (4.858) (2.108) 613
(fim do mês).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Por tratar-se de um plano de negócios, é interessante resumir o fluxo de caixa para, no mínimo, três
anos. Neste exemplo, a Tabela 7 contempla o investimento inicial, as despesas (período por período – ano),
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as receitas, o fluxo de caixa (saldo do investimento: receita - despesa), o fluxo acumulado (o fluxo
descontado calcula o retorno de cada período, ano, descontado com juros, somando as partes).
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Tabela 8: Estrutura de Demonstrativo de Resultado do Exercício
Discriminação Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
Receitas totais
(-) Custos e despesas variáveis
( = ) Margem de contribuição
( - ) Custos e despesas fixas
( = ) Lucro antes do IR
( - ) Imposto de Renda
( = ) Lucro líquido
Fonte: Adaptado de Degen (1989).
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Margem de Contribuição
Índice de (Receita total - custo variável
Margem de = total)
Contribuição Receita Total
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Lucro Líquido
Rentabilidade = x 100
Investimento total
O valor presente líquido (VPL), segundo Kassai et.al (2000, p. 61) é um dos
instrumentos mais utilizados para se avaliar propostas de investimentos de capital, pois o
mesmo “reflete a riqueza em valores monetários do investimento medido pela diferença
entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a
uma determinada taxa de desconto.”
A fórmula para se obter o VPL é a seguinte:
FCO FC1 FC 2 FCn
NPV = ...
(1 i ) 0
(1 i ) 1
(1 1) 2
(1 i ) n
Onde: FC = Fluxos de caixa esperados (positivos ou negativos), de cada período.
i = Taxa de atratividade (desconto).
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A TIR representa a taxa que faz com que o VPL de um fluxo de caixa seja igual a
zero. Em outras palavras, é a taxa de juros que faz com que todas as receitas líquidas
futuras descontadas para a data inicial cubram integralmente o investimento inicial. Assim,
a TIR é gerada a partir da fórmula do VPL, igualando-se ela a zero e, buscando-se o valor
para a taxa de desconto. Neste caso, a taxa de desconto, é a TIR estimada no plano
financeiro. Marion (2003), apresenta a seguinte fórmula:
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Investimento Total
Payback =
Lucro Líquido
Exemplo:
Investimento total: R$ 240.000,00
Lucro líquido/ano: R$ 80.000,00
240.000,00
Payback =
80.000,00
Payback = 3 anos
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Ao contrário, ele sugere que o empreendedor deva "sair do prédio", ou seja, que o
empreendedor vá para a rua sentir na prática a reação do cliente em relação ao seu
produto ou serviço.
Com base no feedback do cliente, novos ciclos de prototipação podem ser
iniciados até que se chegue a um produto considerado adequado pelo empreendedor, ou
melhor, pelo seu cliente.
Na verdade, essa abordagem também é sugerida quando se discute o plano de
negócios tradicional. O empreendedor entenderá melhor o seu mercado caso consiga
fazer um teste real junto ao cliente. Porém, isso não é possível para todo tipo de negócio.
O conceito de Lean startup não é novo, mas ficou ainda mais popular no mundo
das startups a partir da disseminação de outro conceito recente: o modelo de negócio
Canvas.
A proposta do modelo de negócio Canvas casa como uma luva com o de Lean
startup, pois apresenta uma representação esquemática visual, em blocos, que resume os
principais componentes do modelo de negócio de uma empresa.
Como é algo prático de se fazer, o empreendedor consegue criar um modelo de
negócio com este esquema em uma única folha de papel.
Aí ele pode testar o conceito, discutir com outros membros da equipe, com
clientes etc. e começa, então, a evoluir o modelo de negócio, com novas versões do
Canvas.
Essa foi a ideia de Steve Blank ao contribuir para disseminar o modelo de negócio
Canvas como uma ferramenta para aceleração de startups. O Canvas foi criado e
proposto originalmente por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur.
A tese que defende Steve Blank é de que uma startup está em busca de um
modelo de negócio sustentável e replicável e, por isso, precisa criar protótipos, testar
hipóteses, "dar a cara para bater" para, então, começar a crescer.
Já empresas maiores buscam executar modelos de negócios comprovados.
Assim, ele sugere que nos casos das empresas iniciantes não se dê tanta atenção ao
plano de negócios e priorize o Canvas.
Na verdade, o Canvas pode ajudar muito o empreendedor na fase de análise da
oportunidade.
Se o empreendedor aplicar o Canvas e complementar a análise com a parte
financeira e mercadológica, bem como a análise de competidores do plano de negócios,
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poderá ter algo prático que talvez seja um meio termo entre um conceito que precisa de
mais informação para ficar completo e um plano de negócios denso e detalhado.
Uma técnica não substitui a outra e ambas podem ser utilizadas a qualquer
negócio. Negócios que demandam alto investimento inicial, naturalmente precisarão de
um plano de negócios mais estruturado, com clareza dos recursos que serão alocados na
empresa.
Startups de tecnologia e empresas pontocom podem se beneficiar mais do
Canvas, caso o risco dos empreendedores seja pequeno e o investimento na criação do
protótipo inicial não seja crítico para os envolvidos.
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REFERÊNCIAS
DIAS, Reinaldo. Sociologia das Organizações. 2ª ed. Atlas, São Paulo, 2012.
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SILVA, Marco Antonio Oliveira da; GOMES, Luiz Flavio Autran Monteiro; CORREIA,
Manuela Faia. Cultura e Orientação Empreendedora. In: RAC – Revista de
Administração Contemporânea, V. 13, N. 1, Curitiba, Jan-Mar, 2009, p. 57-71.
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