Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Princípios Fundamentais (Processo Civil)
Princípios Fundamentais (Processo Civil)
1. Devido Processo Legal: Garante que ninguém será privado de seus direitos
sem o devido processo legal, assegurando um procedimento justo e regular.
2. Motivação das Decisões Judiciais estabelece que toda decisão proferida pelo
Poder Judiciário deve ser fundamentada, ou seja, o juiz deve apresentar os
motivos que o levaram a tomar aquela decisão. Essa fundamentação é
essencial para garantir a segurança jurídica e o devido processo legal. A
Constituição Federal de 1988 expressamente prevê esse princípio, e o Novo
Código de Processo Civil também reforça a necessidade de fundamentação das
decisões judiciais.
Neste artigo eu vou explicar cada um dos princípios fundamentais do processo civil.
Desde o início, então, o CPC destaca que seu pilar de sustentação será a
Constituição Federal.
Em grande parte, aliás, fica evidente que o CPC repete muitas questões que estão na
própria Constituição.
Isso significa que a Constituição está em todos os lugares (no Direito Civil, no Direito
Penal, no Processo, etc).
As normas e atos do Poder Público, nesse cenário, devem possuir conteúdo justo,
razoável e proporcional.
art. 93 (…)
Princípio do Contraditório
Art. 5° (…)
1. Contraditório Formal;
2. Contraditório Substancial.
Enquanto o primeiro consagra o direito de ser informado cumulado com
a possibilidade de reagir, o segundo implica na possibilidade de efetivamente
influir na decisão.
É importante destacar que a leitura desses princípios sempre precisa ser feita junta
ao princípio da boa-fé objetiva, princípio igualmente relevante dentro do processo
civil.
Por exemplo, é evidente que uma vez apresentado recurso pela parte com o objetivo
de reformar a decisão, deve o recorrido ser intimado para apresentar contrarrazões.
Ocorre que o recorrido, embora ciente da nulidade, não poderá manter-se inerte
para, após, alegar ausência de intimação no momento em que melhor lhe convier.
Por isso, nessa hipótese, não pode a parte alegar ofensa ao contraditório e postular
pela nulidade da decisão (informativo 539 do STJ).
Existe, também, o denominado contraditório inútil.
É o que ocorre, por exemplo, quando o autor ajuíza ação que contraria súmula do
STF.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
(…)
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
(…)
Mas é importante esclarecer que o próprio art. 9°, no parágrafo único, aponta
algumas exceções ao contraditório prévio, cumpre citar:
art. 9° (…)
O parágrafo único do art. 9° não está dizendo que, nas hipóteses apontadas, não
haverá contraditório.
O art. 10 do CPC ensina que “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva
decidir de ofício”.
O juiz tem o DEVER de consultar as partes sobre qualquer questão que pode levar a
solução da lide.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão.
Princípio da Publicidade
A sociedade deve ter acesso ao conteúdo das decisões para que possa fiscalizar os
juízes e os tribunais.
O art. 5°, LX, da CF dispõe que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
O art. 93, IX, da Constituição Federal, por sua vez, esclarece o seguinte:
art. 93 (…)
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério
Público.
O art. 189 do CPC esclarece que “os atos processuais são públicos, todavia tramitam
em segredo de justiça os processos:”
O CPC, por sua vez, aponta hipóteses em que os processos tramitam em segredo de
justiça.
A regra, então, é a ausência de forma determinada, sendo válido o ato que atinge a
finalidade essencial.
É preciso observar, contudo, que, “quando a lei expressamente exigir”, o ato DEVE
seguir a forma determinada pela legislação, sob pena de nulidade.
O art. 3°, § 3°, do CPC, esclarece que “a conciliação, a mediação e outros métodos
de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso
do processo judicial”.
É, em verdade, uma política pública que passa a ser compreendida como uma meta
pelo Estado.
Por exemplo, o primeiro ato, após a petição inicial e citação, é, como regra, a
audiência de conciliação. Existindo a conciliação (transação), as partes não pagam
custas suplementares.
Por exemplo:
1. O juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes determinar que o autor a
emende.
2. Apelação contra qualquer sentença que extinga o processo sem resolução de
mérito, cabe retratação.
3. No RE ou REsp, “o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça
poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua
correção, desde que não o repute grave” (art. 1.029, § 3°, CPC).
Princípio da Boa-fé Processual
Estava alocada entre os deveres das partes (art. 14, II, do antigo CPC).
Destacava o antigo texto, como dever das partes, “proceder com lealdade e boa-fé”.
Isso significa que a boa-fé elencada como princípio processual é a boa-fé objetiva.
Outro ponto importante a ser observado é que, ao contrário do que muitos pensam,
a boa-fé não atinge apenas as partes.
1. Estimula a Autocomposição;
2. Estabelece, como regra, uma audiência de conciliação como etapa preambular
do processo;
3. Permite a homologação de acordo de qualquer natureza, inclusive acordo sobre
relação jurídica que não foi deduzida no processo (art. 515, § 2º, CPC);
4. Permite a homologação de acordo com sujeitos que não fazem parte do
processo (art. 515, § 2º, CPC);
5. Estabelece a cláusula geral de negociação processual (art. 190 do CPC).
Em razão desse princípio, fala-se na possibilidade das partes firmarem o negócio
jurídico processual.
Princípio da Cooperação
O art. 6° do CPC destaca que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
A ideia principal do princípio da cooperação é transformar o processo em um
ambiente cooperativo.