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Caderno de Atividades

Ensino Fundamental
Descasque mais e desembale menos 2024
CINTHIA RIBEIRO
PREFEITA DE PALMAS

FABIO BARBOSA CHAVES


SECRETARIO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

MARIA DAS GRAÇAS SOUSA SILVA


SUPERINTENDENTE DE PROJETOS ESPECIAIS

RENATA MILHOMEM DA SILVA


DIRETORA DE APOIO À GESTÃO ESCOLAR

RODRIGO MIRANDA PEREIRA


CHEFE DA DIVISÃO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Produto Elaborado por:

Divisão de Alimentação Escolar (DAE):

Rodrigo Miranda Pereira – Nutricionista RT PNAE Palmas-TO


Barbara Fontenele Santiago Santana – Nutricionista
Eugênio Vech Carvalho da Silva – Nutricionista
Auridéa da Cruz e Silva Moreira – Nutricionista
Robertta Sousa Rosa – Estagiária de nutrição
Mariana Barbosa Bohatch – Estagiária de nutrição da UFT
SUMÁRIO
1.Introdução..........................................................................................04
2.Tema 1: Comer em companhia, com prazer e
atenção...................................................................................................05
3.Tema 2: Como a crise climática afeta a nossa
alimentação e como podemos agir?................................44
4.Tema 3: Povos e comunidades tradicionais:
valorizando saberes e conexões na alimentação
escolar....................................................................................................108
5.Tema 4: Além da cozinha: o papel da merendeira
como educadora.............................................................................139
Introdução
A todos os atores do Programa Nacional de Alimentação
Escolar - PNAE: nutricionistas, professores, cozinheiras,
auxiliares de sala, estudantes, pais/responsáveis e
produtores de alimentos, este caderno foi construído para
auxiliar no desenvolvimento dos seus papéis sociais que
dizem respeito a participação no processo de educação
dos estudantes da rede pública de educação quanto à
alimentação adequada e saudável. Esperamos que esse
material contribua norteando as ações de Educação
Alimentar e Nutricionais de maneira universal e transversal
ao processo educativo, contribuindo para a formação de
hábitos alimentares adequados e saudáveis, promovendo
melhor qualidade de vida.

Atenciosamente,

Divisão de Alimentação Escolar.


Tema 1: Comer em companhia,
com prazer e atenção.
Dos alimentos às refeições
Materiais:
• Papel A4, cartolina (ou equivalente).
• Canetas hidrocor ou lápis de cor.
Objetivo:
Reconhecer os grupos de alimentos.
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, Ciências e Arte.
Organização prévia:
• Elaborar cartazes com os nomes dos grupos de
alimentos, de acordo com o Guia Alimentar para a
População Brasileira: feijões, cereais, raízes e tubérculos,
legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes, leite e
queijos, carnes e ovos, água.
• Selecionar imagens de alimentos. Propor aos educandos
que tragam imagens de alimentos encontradas em jornais,
revistas e/ou encartes de supermercados

Do 1º ao 3º ano
A. Reunir as imagens trazidas em uma mesa.
B. Propor aos educandos que, com as imagens
selecionadas por eles (e complementadas com desenhos,
se necessário), montem pratos de uma das seguintes
refeições: café da manhã, almoço, lanche da tarde ou
jantar. Cuidar para que haja exemplos de componentes de
cada uma das refeições.

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C. Propor que cada um apresente sua refeição para a
turma, dizendo quais alimentos incluiu, por que os incluiu e
se tem o hábito de consumi-los.
D. Fixar nas paredes ou na lousa folhas de cartolina com os
nomes dos grupos de alimentos.
E. Explicar brevemente as características de cada grupo.
F. Propor aos educandos que identifiquem os grupos dos
alimentos por eles utilizados na composição de sua
refeição e convidá-los a desenhar esses alimentos.
G. Convidar os educandos a desenharem os alimentos que
compuseram sua refeição e, em seguida, os alocarem nos
respectivos grupos de alimentos, mantendo, assim, sua
refeição montada e, ao mesmo tempo, a representação,
na folha de cartolina, dessa refeição decomposta nos
grupos de alimentos.
H. Propor que cada educando observe a refeição que
montou e avalie quais grupos estão faltando e quais
grupos estão repetidos.
I. Convidá-los a refletirem se querem fazer mudanças na
refeição que montaram de forma a garantir a presença de
grupos variados.
J. Propor a produção de um texto coletivo e de um mural
sobre as refeições e os grupos de alimentos.
K . Concluir com a ida ao refeitório para consumo da
alimentação escolar, em grupo, sem distrações,
relembrando o que foi discutido em sala de aula.

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Do 4º e 5º ano
L. Solicitar que, com base em sua rotina, os educandos
construam dois cardápios com todas as refeições e seus
respectivos horários, sendo um de dia da semana e de um
dia do final de semana.
M. Apresentar os grupos de alimentos, pontuando que
todos os grupos devem estar presentes na alimentação
cotidiana.
N.Complementar essa informação com a mensagem de
que, para se ter uma alimentação saudável, é fundamental
realizar as três principais refeições (desjejum, almoço e
jantar), que podem ou não serem complementadas com
um ou dois lanches ao longo do dia, a depender do ritmo
de vida de cada pessoa.
O. Convidar os educandos a identificar: se todos os grupos
de alimentos estão presentes nos cardápios propostos, a
qual grupo cada alimento pertence, se há diferença entre
o cardápio para a semana e para o final de semana em
relação ao tipo de alimento e aos horários das refeições.
Ao final, propor a construção de uma redação sobre os
grupos de alimentos.
P. Concluir com a ida ao refeitório para consumo da
alimentação escolar, em grupo, sem distrações,
relembrando o que foi discutido em sala de aula.

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Pontos de atenção:
O terceiro capítulo do Guia Alimentar para a População
Brasileira oferece informações detalhadas sobre cada
grupo de alimentos e sobre a composição das
refeições. Selecionar aquelas mais adequadas para o
grau de maturidade da turma para subsidiar a
conversa.
Valorizar alimentos oferecidos na alimentação escolar
e que fazem parte da cultura alimentar daquele
território.
Explorar os aspectos culturais dos alimentos, incluindo a
valorização dos alimentos e receitas regionais.

Material de apoio:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para
a população brasileira. 2. ed. Brasília, 2014. cap. 3, p. 66-
87.

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Os alimentos e seu grau de
processamento I

Materiais:
• Papel pardo, papel A4.
• Quatro potes ou caixas em quatro tamanhos diferentes
(bem pequeno, pequeno, médio e grande).
• Amostras e/ou imagens de alimentos in natura ou
minimamente processados, ingredientes culinários,
alimentos processados e ultraprocessados.

Objetivo:
Conhecer a classificação dos alimentos segundo seu grau
de processamento

Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, Ciências e Arte.

Organização prévia:
• Confeccionar quatro placas com as palavras (1)
Alimentos in natura ou minimamente processados, (2)
Ingredientes culinários, (3) Alimentos processados e (4)
Alimentos ultraprocessados.
• Propor aos educandos que tragam imagens ou
embalagens dos alimentos mais utilizados na rotina da
família.

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Do 1º ao 5º ano
A. Levar para a sala de aula os quatro potes/caixas de
tamanhos diferentes, vazios, e as amostras e/ou imagens
de alimentos escolhidos.
B. Sentar em roda com os educandos, de maneira que
todos vejam as amostras e/ou imagens e os potes/caixas.
C. Apresentar aos educandos as quatro placas com as
palavras in natura ou minimamente processados,
ingredientes culinários, processados e ultraprocessados e
discutir brevemente com eles o seu significado.
D. Colocar as placas in natura ou minimamente
processados, ingredientes culinários, processados e
ultraprocessados nos potes/caixas grande, médio,
pequeno e bem pequeno, respectivamente.
E. Mostrar cada alimento/imagem para os educandos e
perguntar a eles em qual pote/caixa deve ficar. Escutar e
estimular o debate, encorajar que manipulem cada
alimento/imagem e que coloquem no pote/caixa que
considerarem a correta.
F. Apresentar o Guia Alimentar para a População Brasileira
e as categorias de alimentos de acordo com o tipo de
processamento e suas definições (Quadro 1).
G. Destacar as recomendações sobre o consumo dos tipos
de alimentos (Quadro 2).

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H. Refletir com a turma, buscando a compreensão de que a
alimentação saudável é aquela que faz uso em maior
quantidade dos alimentos in natura ou minimamente
processados.
I. Após essa discussão, retornar aos potes/caixas com os
alimentos, avaliando se estão nos potes/caixas adequados
e realocá-los, caso necessário.
J. Discutir ainda: por que os alimentos ultraprocessados
foram colocados em pote/caixa tão pequeno?
K. Instigá-los a darem outros exemplos de alimentos
ultraprocessados. O ideal é que compreendam que são
alimentos ricos em sal, açúcar, gorduras, aditivos e devem
ser evitados.
L. Solicitar que façam um desenho, para seus familiares,
que expresse a classificação de alimentos proposta pelo
Guia Alimentar para a População Brasileira.
M. Concluir com a ida ao refeitório para consumo da
alimentação escolar, em grupo, sem distrações,
relembrando o que foi discutido em sala de aula.

Do 4º e 5º ano
N. Dividir a lousa ou uma folha de papel pardo em quatro
colunas e escrever em cada uma: in natura ou
minimamente processados, ingredientes culinários,
processados e ultraprocessados.
O. Preencher com eles as colunas de acordo com os
alimentos consumidos na rotina da família.

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P. Problematizar: há maior consumo de alimentos de qual
categoria? Por que a família escolhe determinados
alimentos?
Q. Dividir a turma em grupos e orientá-los a montar um
folheto ou um folder com as recomendações do Guia
Alimentar para a População Brasileira.
R. Estimulá-los a partilhar esse material com seus
familiares, ajudando-os na escolha dos alimentos a serem
comprados.
S. Concluir com a ida ao refeitório para consumo da
alimentação escolar, em grupo, sem distrações,
relembrando o que foi discutido em sala de aula.

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Pontos de atenção:
De acordo com o desenvolvimento da turma, se
necessário, adaptar essa atividade para menores de 7
anos.
Aproveitar essa atividade para explorar a grande
quantidade de açúcar e/ou sal nos alimentos
processados e ultraprocessados e comentar o mal que
podem fazer à saúde.
Convidar um profissional de saúde para participar
dessa atividade em sala.

Material de apoio:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia
alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília,
2014.

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Quadro 1 – Categorias dos alimentos, definidas de acordo
com a extensão e o propósito de processamento

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Quadro 2 – Quatro recomendações e uma regra de ouro

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Exemplos de aplicação da classificação dos alimentos de
acordo com o tipo de processamento

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Os alimentos e seu grau de
processamento II
Materiais:
• Espiga de milho.
• Um saco de fubá ou uma garrafa de óleo de milho.
• Uma lata de milho em conserva.
• Uma embalagem de salgadinhos de pacote à base de
milho.

Objetivo:
Perceber as mudanças dos alimentos em função do seu
grau de processamento.

Do 4º ao 5º ano
A. Dividir a turma em quatro grupos.
B. Entregar a cada grupo uma embalagem ou foto
(incluindo o rótulo) dos alimentos listados anteriormente.
C. Pedir que preencham a ficha abaixo com informações
sobre o alimento recebido.
D. Feito o preenchimento, propor aos grupos que
apresentem cada alimento e sua respectiva ficha. Durante
as apresentações, estimular os educandos a perceberem
as diferenças entre os alimentos à medida que aumenta o
grau de processamento.
E. Observar se todos conseguiram perceber que o fubá/
óleo e o biscoito derivam do milho.

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F. Questionar a turma sobre: quais desses alimentos
podem deteriorar mais rápido? O que permite que o milho
em lata dure mais que uma espiga? Qual o prazo de
validade do biscoito? Quanto será que há de milho nesses
produtos? Que outros alimentos podem ser servidos crus,
em conserva e que são transformados ou imitados em
alimentos ultraprocessados (ex.: laranja transformada em
suco industrializado; refresco artificial de laranja?)
Trabalhar a ideia de “imitação de sabor e de aroma”, já
que muitos alimentos ultraprocessados não contêm o
ingrediente in natura que alegam ter (ou que caracteriza o
produto).
G. Instigar a leitura do rótulo. Problematizar: que produtos
aparecem no rótulo e são desconhecidos pelos
educandos?
H. Montar com a turma um mural que fique exposto para
os demais colegas da escola.
I. Se possível, adquirir algumas espigas de milho e pedir
para as merendeiras cozinhá-los e concluir a atividade
comendo os milhos em grupo, desfrutando do momento.

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Pontos de atenção:
Caso não seja possível levar os alimentos propriamente
ditos, explorar gravuras ou projetar imagens digitais
deles. No caso dos alimentos ultraprocessados,
considerar a pertinência da observação de seus
respectivos rótulos e embalagens.
Você pode, ainda, observar com os educandos a
germinação do milho, plantando-o em recipientes
reutilizáveis ou em canteiro, se a escola tiver local
apropriado. Outra sugestão é fazer o levantamento dos
nutrientes existentes no milho in natura e nos seus
derivados, chamando a atenção para a grande
quantidade de conservantes e outras substâncias,
além de observar a adição de sódio e de açúcar em
alguns produtos, como, por exemplo, apresentando um
punhado de fubá, um punhado de flocos de milho e um
punhado de cereal matinal açucarado.

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Piquenique saudável
Materiais:
• Toalha ou similar.
• Utensílios (copos e pratos, talheres).
• Produto(s) para higienização das mãos.
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, História, Ciências, Geografia e Arte.
Organização prévia:
Definir o local em que será realizado o piquenique.

Do 1º ao 5º ano
A. Organizar um piquenique com a turma. Pode ser no
pátio da escola, se possível perto de árvores, ou em uma
praça ou outro espaço adequado próximo à escola ou no
quintal da casa de algum educando. Mesmo na sala de
aula é possível realizar o piquenique.
B. Solicitar que os educandos tragam algum alimento ou
uma preparação culinária para compartilhar com os
colegas.
C. Listar previamente com a turma algumas sugestões de
alimentos e preparações culinárias que os educandos
acham possível de serem trazidos. Exemplos de alimentos
e preparações culinárias que podem ser sugeridos estão
apresentados a seguir.
D. Valorizar os diferentes grupos de alimentos e os
alimentos e preparações da região. Evitar alimentos
ultraprocessados .

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E. Caso os educandos tenham árvores frutíferas ou horta
no quintal de sua casa, solicitar que tragam esses
alimentos. Orientá-los a conversar com seus responsáveis
sobre a colaboração possível de cada família. Outra ideia é
sugerir que pesquisem as árvores frutíferas do bairro.
F. Organizar a higienização dos alimentos na escola ou
orientar para que seja realizada na casa dos educandos.
Combinar com eles que cada um levará seu copo e prato,
para não produzirem resíduo no local.
G. No dia do piquenique, se for o caso, solicitar a
colaboração deles para higienizar os alimentos in natura,
arrumar e levar os materiais e os alimentos para o local.
H. No início do piquenique, encorajar os educandos a
apresentarem o que trouxeram e o que os motivou a trazer
aquele alimento ou preparação.
I. Encorajá-los a experimentarem alimentos e preparações
que eles não conhecem ou que não costumam comer.
J. Valorizar a experiência de partilhar o alimento e a
oportunidade de celebrar e confraternizar com os amigos.

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Pontos de atenção:
As famílias podem ser convidadas para participar
desta atividade. O educador avalia o espaço da escola
e organiza os critérios deste convite.

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Roda de degustação
Disciplinas Afins:
Ciências, Língua Portuguesa e Matemática.

Objetivo
Experimentar opções de lanches que possam substituir
alimentos ultraprocessados.

Materiais:
• Papel.
• Canetas.

. Organização prévia:
• Escolher alimentos e receitas à base de ingredientes
in natura ou minimamente processados que sejam
comuns na região e fáceis de encontrar.
• Higienizar os alimentos crus conforme orientado no
Quadro 3 (“Procedimentos para higienização de frutas,
legumes e verduras”),
• Confeccionar as preparações. Exemplos: milho cozido,
pipoca de panela, banana da terra assada, aipim
cozido, sanduíche com recheio de hortaliças; torta
salgada; cenoura crua em tirinhas com pasta de ervas;
bolo de frutas ou hortaliças; frutas secas (banana
passa);

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Do 1º ao 5º ano
A. Dividir a turma em grupos e distribuir para cada grupo
caneta, papel e porções dos alimentos e/ou lanches
saudáveis.
B. Cada componente do grupo prova e anota o nome do
alimento ou preparação, se gostou ou não, se comeria
em casa ou não e elege o melhor de todos.
C. Colocar os nomes dos lanches na lousa e eleger, por
votação, de acordo com as anotações dos educandos,
os mais saborosos.
D. Servir os mesmos alimentos e preparações em reunião
de pais. Partilhar com eles a avaliação feita pelos filhos. E.
Sugerir que esses alimentos sejam utilizados como
alternativa aos lanches ultraprocessados.

SUGESTÃO DE MATERIAL COMPLEMENTAR


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015.
Ministério da Saúde; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS. Na cozinha com as frutas, legumes e verduras.
Brasília, 2016.

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Quadro 3 – Procedimentos para higienização de frutas,
legumes e verduras

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Pontos de atenção
Os lanches podem ser preparados em casa e serem
levados para degustação ou serem preparados na
escola.
Identificar se existem crianças com alguma alergia ou
intolerância alimentar na turma.

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Com a mão na massa
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, Ciências, Matemática, Geografia e Arte.

Objetivo
Valorizar a culinária e o preparo dos alimentos em família,
vivenciando cozinhar em grupo.

Materiais:
• Alimentos.
• Utensílios.
• Material para degustação.
• Material de limpeza.

Organização prévia:
• Planejar as preparações que serão produzidas, que
podem ser predeterminadas pelo educador ou criadas
pelos participantes.
• Organizar os insumos necessários para a realização da
oficina que podem ser fornecidos pela escola, pela
Unidade de Saúde ou doados pelos próprios participantes
(ex.: alimentos que tenham no quintal).
• Higienizar e arrumar os alimentos, o local, os utensílios e
os equipamentos necessários para a vivência culinária.

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Do 1º ao 5º ano
A. Iniciar a atividade com uma roda de conversa com os
educandos com os objetivos de dialogar sobre as rotinas
envolvidas na prática da culinária e de dar visibilidade a
processos cotidianos muitas vezes pouco valorizados.
B. Estimular o diálogo com as seguintes perguntas: como é
a rotina de sua família em relação à preparação das
refeições? Quem faz as compras de alimentos para a
casa? Quem cozinha? Alguém ajuda essa pessoa que
cozinha? Se sim, quem? Em quais tarefas diárias ligadas à
culinária os educandos estão envolvidos (elaboração de
lista de compras, compra de alimentos, colheita em horta
domiciliar ou comunitária, higienização, pré-preparo
(colocar de molho, cortar, debulhar, amassar, descascar...),
preparo propriamente dito (cozinhar, assar, fritar),
arrumação da mesa, lavagem da louça)? Os educandos
gostam de cozinhar? O que já prepararam? Que receitas
sabem fazer?
C. Valorizar todo o trabalho envolvido na preparação e no
cuidado das refeições diárias.
D. Em seguida, convidar os educandos para uma vivência
culinária. Ela não precisa acontecer, necessariamente, em
uma cozinha. Há várias receitas que, para o seu preparo,
não necessitam de todos os equipamentos de uma
cozinha (fogão, forno, geladeira...), conforme detalhado no
“Ponto de atenção”.

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E. Estimular que os educandos participem coletivamente
das etapas de preparação da(s) receita(s) e que as
registrem e partilhem posteriormente com suas famílias.
F. Encorajar que todos degustem o que foi preparado e
compartilhem suas opiniões sobre a vivência.

Pontos de atenção
Realizar vivências culinárias temáticas que podem ter
como foco, por exemplo, datas festivas, alimentos
regionais, grupos de alimentos (ex.: frutas; legumes e
verduras), ervas e temperos.
Incluir, nas receitas selecionadas, alimentos que não
sejam bem recebidos por ao menos parte dos
educandos de forma a propiciar que eles os
experimentem em novas preparações, ampliando seu
repertório alimentar.
Realizar vivências culinárias com os educandos e seus
familiares, manipuladores de alimentos das escolas
e/ou profissionais de saúde.

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Comer juntos
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, História, Ciências, Geografia e Arte.
Objetivo:
Compreender o sentido da comensalidade e refletir sobre
sua prática no cotidiano.
Materiais:
• Imagens de atitudes que favorecem e que dificultam a
comensalidade.
• Letras da palavra COMENSALIDADE..

Do 1º ao 5º ano
A. Apresentar imagens com atitudes favoráveis em relação
à comensalidade (pessoas comendo juntas em diferentes
culturas e situações: em torno de uma mesa, no chão, em
volta da fogueira, felizes, conversando, na escola,
restaurante, em comemorações) e algumas desfavoráveis
a ela (pessoas comendo em situações como: de pé,
andando na rua, dentro do carro ou de outros meios de
transporte, usando o computador, vendo televisão,
utilizando o telefone).
B. Solicitar aos educandos que comentem as imagens em
relação ao ato de comer: o que lhes chama atenção?
Quais são as semelhanças e as diferenças entre elas?
C. Agrupar as imagens em função de sua semelhança em
relação ao ato de comer. Que imagens expressam o ato de
comer juntos? Que imagens refletem situações de sua
rotina na escola e em casa?

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D. Com base nas orientações sobre o ato de comer e a
comensalidade apresentadas no Guia Alimentar para a
População Brasileira, e nos comentários sobre seu
cotidiano, aprofundar a reflexão sobre o tema com os
educandos.
E. Problematizar a presença dos aparatos tecnológicos
durante as refeições: televisão ligada, celulares sendo
acessados entre uma garfada e outra, jogos que não são
interrompidos nem mesmo durante um lanche. Tudo isso
pode levar as pessoas a comerem mais. Questionar por
quê.
F. Instigar a reflexão que estimula mudança de postura.
G. Valorizar os aspectos positivos da comensalidade, como
as trocas afetivas, a partilha do alimento, o fortalecimento
de vínculos.

Do 1º ao 3º ano
H. Em um segundo momento, propor aos educandos que
desenhem algum aspecto do debate que tenha lhe
chamado atenção.
I. Registrar, em cada desenho, a ideia-chave ali retratada e,
em papeis adicionais, comentários feitos no decorrer do
debate.
J. Caso a turma já seja alfabetizada, os próprios
educandos podem realizar os registros escritos.
K. Compor um mural com os desenhos e as frases.

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Para 4º e 5º ano
L. Em um segundo momento, propor aos educandos que
procurem as letras escondidas na sala. Que palavra elas
formam? Deixar que eles as descubram. Ajudá-los caso
tenham muita dificuldade.
M. Ao formar a palavra COMENSALIDADE, instigá-los a inferir
o significado.
N. Cada educando escreve o significado que acha que a
palavra tem.
O. Apresentar e discutir o conceito de comensalidade
descrito na introdução deste segundo módulo e trabalhar
com eles as três orientações do Guia Alimentar para a
População Brasileira destacadas no Quadro.

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Pontos de atenção:
Problematizar com a turma o que poderia tornar o
momento da refeição escolar mais agradável: ter
música, arrumar a mesa, promover um clima tranquilo
e fraterno, fazer a refeição na companhia de um amigo.
Propor a construção de um poema que aborde o
significado da palavra COMENSALIDADE, em que cada
verso ou estrofe inicie com cada letra dessa palavra.
Com figuras de revistas, pedir que produzam um mural
que ilustre o poema. Expor o mural aos demais
educandos da escola.

Sugestão de filme:
Os croods. Direção de Kirk DeMicco e Chris Sanders.
2013.

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Classificação dos alimentos
Disciplinas Afins:
Ciências, Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e
Artes.

Objetivo
Diferenciar os alimentos de acordo com o grau e propósito
de processamento, refletindo sobre seu consumo familiar
atual e nas últimas gerações.

Materiais:
• Cartolina ou papel pardo em quantidade suficiente para
as atividades em grupo e de toda a turma.
• Canetas hidrocor e/ou lápis de cor.
• Cola.
• Tesoura.
• Materiais necessários para compor uma produção
artística.

Organização prévia:
• Propor aos educandos que tragam cinco ou mais
imagens de alimentos que eles e sua família tenham o
hábito de consumir.
• Propor aos educandos que conversem com sua família e
tragam preenchido o seguinte roteiro: O que a família
come e que já faz parte de sua alimentação há diferentes
gerações? O que os avós/bisavós dos educandos comiam
e que os educandos não comem mais? O que os
educandos comem hoje e que seus avós/bisavós não
comiam antes?

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Esta atividade está estruturada em seis momentos, que
podem ser realizados em dias diferentes ou no mesmo dia,
a depender do tempo disponível para a atividade e da
maturidade da turma.

Para o 6º ao 9º ano
A. Primeiro momento: dividir a turma em grupos de três a
quatro componentes. Cada grupo terá de 15 a 20 imagens
de alimentos trazidas por eles. Entregar uma cartolina para
cada grupo. Propor que desenhem uma casa de tamanho
grande na cartolina. Os grupos devem responder à
pergunta: “Quais são os alimentos que entram nas suas
casas?”, colando as figuras de alimentos dentro da casa.
B. Em seguida, apresentar para a turma a classificação dos
alimentos segundo tipo de processamento, definida pelo
Guia Alimentar para a População Brasileira (ver resumo no
Quadro 1). Os grupos devem, então, identificar a qual
categoria pertence cada um dos alimentos que entraram
na casa, marcando-os de cores diferentes. Para isso,
combinar com eles uma legenda de cores de acordo com
o tipo de processamento. É possível que não haja exemplos
de alimentos para todas as categorias ou, ainda, que
alimentos frequentemente consumidos não estejam entre
as figuras selecionadas. Nesses casos, estimulá-los a
escrever o nome de pelo menos três alimentos de cada um

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dos grupos para os quais não há imagem, mas que são
consumidos cotidianamente em suas casas. Estes
também devem ser identificados com as cores
legendadas. Estimular os educandos a observarem a
maior e a menor participação das diferentes categorias de
alimentos. Em seguida, convidar um relator de cada grupo
a partilhar com o restante da turma o que foi produzido.
Identificar coletivamente pontos em comum e diferenças
entre os grupos.
C. Segundo momento: propor que os membros de cada
grupo partilhem as informações colhidas nas conversas
com seus familiares em relação às práticas alimentares
preservadas entre as gerações e as mudanças
alimentares ocorridas entre elas, bem como os motivos
para isso. Após essa partilha, propor que, em uma segunda
cartolina, eles sistematizem os alimentos/ preparações
que: (a) continuaram sendo consumidos; (b) deixaram de
ser consumidos; e (c) passaram a ser consumidos. Utilizar
a legenda de cores de acordo com o tipo de
processamento para analisar os alimentos/preparações
citados por cada educando. Em seguida, convidar um
relator de cada grupo a partilhar com o restante da turma
o que foi produzido. Identificar coletivamente pontos em
comum e diferenças entre os grupos.

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D. Terceiro momento: propor que, com base na discussão
anterior, os grupos apontem vantagens e desvantagens
para a cultura, a saúde e o meio ambiente do consumo de
cada categoria de alimentos. Propor que cada grupo
partilhe com o resto da turma as suas reflexões.
Problematizar: quais categorias de alimentos mais
contribuem para o fortalecimento da cultura alimentar
tradicional, para o convívio social e para a preservação do
ambiente? E quais representam uma cisão/quebra de
corrente nessa cultura, desestimulam o convívio e
degradam o meio ambiente? Em que medida esses
diferentes alimentos contribuem (ou não) para a sua
saúde?
E. Quarto momento: com base no Capítulo 2 do Guia
Alimentar para a População Brasileira, abordar as razões
para: (a) a alimentação ser baseada em uma grande
variedade de alimentos in natura ou minimamente
processados e de origem predominantemente vegetal; e
(b) o consumo de alimentos ultraprocessados ser evitado.
Propor que a turma anote em um papel pardo ou cartolina
as ideias-chave que surgirem nessa reflexão. Os quadros 2
e 3 podem ser utilizados para enriquecer esse debate, pois
ajudam a concretizar aspectos da composição nutricional
de alimentos (ex.: quantidade de energia, teor de sódio)
em função do seu tipo de processamento e, por
consequência, de refeições de acordo com os alimentos
que as compõem.

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F. Quinto momento: propor aos educandos que
componham uma produção artística que reúna e articule
as ideias e as informações contidas nos materiais
confeccionados nos momentos anteriores.
G. Sexto momento: concluir com a ida ao refeitório para
consumo da alimentação escolar, em grupo, sem
distrações, relembrando o que foi discutido em sala de
aula.

Quadro 3 – Teor de sódio dos alimentos de acordo com


seu processamento

37
Quadro 1 – Categorias dos alimentos, definidas de acordo
com o grau e propósito de processamento

38
Quadro 2 – Variação do valor calórico de determinadas
refeições de acordo com a composição

39
Pontos de atenção:
Explorar contagem, sistematização e ranqueamento por meio
da organização de listas dos alimentos mais citados nas
atividades descritas no primeiro e no segundo momento.
Podem surgir imagens ou relatos de preparações ou pratos
culinários (como baião de dois, feijoada, moqueca capixaba),
que sejam compostos por alimentos de diferentes categorias.
Nesse caso, é importante identificar se essas preparações ou
pratos culinários são produzidos de forma doméstica
(artesanal) ou se são refeições prontas produzidas pelas
indústrias. Além disso, os educandos podem identificar a que
categorias os principais ingredientes dessa preparação
pertencem. Por exemplo, moqueca capixaba: supondo que os
educandos citem como ingredientes peixe, cheiro-verde,
legumes, azeite e sal, os três primeiros são do grupo dos
alimentos in natura ou minimamente processados, enquanto
os dois últimos, dos grupos dos óleos, gorduras, sal e açúcar.
Convidar para participar das discussões algum profissional de
saúde (nutricionista, agente comunitário de saúde ou outro) da
equipe de Saúde da Família ou do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família, que atue na Rede de Atenção Básica, que possa
aprofundar o debate acerca das questões de saúde e de
alimentação no município.
Essa atividade pode ser complementada com o
aprofundamento sobre o tema da hiperpalatabilidade dos
alimentos ultraprocessados e sua influência sobre mecanismos
bioquímicos que influenciam as escolhas alimentares. (leia:
HOUZEL, S. H. Sexo, Drogas, Rock’N’Roll... & Chocolate: o cérebro e
os prazeres da vida cotidiana. 2. ed. Rio de Janeiro: Vieira & Lent
Casa Editorial, 2003.)

40
Grupos de alimentos
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, Ciências e Arte.

Objetivo
Reconhecer os grupos de alimentos.

Materiais:
Não há.

Organização prévia:
Identificar, junto aos educandos, quais materiais serão
necessários para fazer a apresentação de sua pesquisa e
providenciar, com ajuda deles, o que for necessário.

Para o 6º ao 9º ano
A. Propor que, com base em sua rotina, os educandos
construam dois cardápios com todas as refeições que
costumam realizar e seus respectivos horários, sendo um
de dia da semana e de um dia do final de semana.

41
B. Em seguida, apresentar os grupos de alimentos (feijões,
cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas,
castanhas e nozes, leite e queijos, carnes e ovos e água),
pontuando que todos os grupos devem estar presentes na
alimentação cotidiana. Complementar essa informação
com a mensagem de que, para se praticar uma
alimentação saudável, é fundamental realizar as três
principais refeições (desjejum, almoço e jantar), que
podem ou não serem complementadas com um ou dois
lanches ao longo do dia, a depender do ritmo de vida de
cada pessoa.
C. Convidar os educandos a se dividirem em duplas e
identificarem: se todos os grupos de alimentos estão
presentes nos cardápios construídos, a qual grupo cada
alimento pertence, se há diferença entre o cardápio para a
semana e para o final de semana em relação ao tipo de
alimento e aos horários das refeições.
D. Em seguida, dividir os educandos em oito grupos e
definir, para cada um deles, o grupo de alimentos a ser
pesquisado (excluindo a água). Propor que cada equipe
faça uma pesquisa sobre esse grupo de alimentos,
listando aqueles que o compõem, os principais usos
culinários e formas de preparo para cada região brasileira
e suas propriedades nutricionais. Incentivar que, para essa
pesquisa, eles visitem mercados e feiras, conversem com

42
agricultores e com pessoas de diferentes gerações para
levantar o maior elenco possível de alimentos de seu
grupo. Organizar com os educandos uma apresentação
dos resultados da pesquisa para toda a turma.
E. Como desdobramento da atividade, propor a
organização de um piquenique, para o qual cada grupo
deverá trazer uma preparação do grupo de alimentos que
pesquisou.

Pontos de atenção:
O terceiro capítulo do Guia Alimentar para a
População Brasileira oferece informações detalhadas
sobre cada grupo de alimentos e sobre a composição
das refeições.
Valorizar alimentos oferecidos na alimentação escolar.
Explorar os aspectos culturais dos alimentos,
valorizando os alimentos e as receitas regionais.
Propor aos educandos que entrevistem nutricionistas,
agentes de saúde ou outros profissionais da Estratégia
Saúde da Família (ESF) ou da unidade de saúde da
comunidade sobre os benefícios dos alimentos para a
saúde. Encorajar que conversem também com
familiares, vizinhos, profissionais da comunidade
escolar sobre as diferentes formas de preparo dos
alimentos de seu grupo em cada região brasileira.

43
Tema 2: Como a crise climática afeta
a nossa alimentação e como
podemos agir?
Os caminhos dos alimentos
Objetivo:
Reconhecer os componentes do sistema alimentar,
identificando a interdependência entre eles.
Componente Curricular:
Geografia, Língua Portuguesa e Arte.
Materiais:
• Papel craft 40 quilos ou outra folha grande ou folhas
A4 emendadas.
• Lápis de cor ou canetas hidrocor.
• Sucatas e outros materiais de papelaria para
incrementar as produções gráficas.

Para crianças do 6º ao 9º ano


A. Propor aos educandos que elejam um alimento que
eles consomem frequentemente na escola e um que
eles consomem fora da escola que expressem os
hábitos da turma.
B. Provocar a reflexão coletiva sobre o circuito que
esses alimentos percorreram desde a sua produção
até o momento do seu consumo. Onde esses alimentos
foram comprados? Como eles chegaram aos locais de
venda? Onde foram produzidos? Como foram
produzidos? (E outras perguntas pertinentes à
realidade local)

45
C. Propor aos educandos que construam
coletivamente o ciclo desses dois alimentos desde a
produção até o seu consumo e o descarte de resíduos.
D. Apresentar o esquema da Figura 6 e propor um
cotejamento entre os ciclos que eles construíram e a
figura, buscando identificar os elementos em comum.
Propor que avaliem se cabe alguma complementação
aos ciclos que eles construíram.
E. Com base no conceito de sistema alimentar ,
introduzir a ideia de interdependência entre os
componentes desse sistema e estimular que os
educandos concretizem essa ideia por meio da
identificação de exemplos. Alguns deles seriam:
compra diretamente do produtor; uso dos resíduos
para adubar o solo para a produção de alimentos;
influência que as escolhas alimentares dos
consumidores (tanto o que é adquirido quanto o que
não é adquirido) têm sobre todo o sistema (o que é
produzido, o que é comercializado); influência que as
condições de transporte e que a distância a ser
percorrida entre o local de produção e o local de
venda têm sobre, por exemplo, a variedade, a
qualidade e o preço dos produtos comercializados; e
descarte de produtos em todos os componentes do
ciclo em função da ineficiência dos procedimentos
adotados, gerando desperdício.

46
F. Estimular que os educandos identifiquem os locais que
disponibilizam alimentos e refeições em sua realidade
local (definir qual área de abrangência eles devem
considerar: rua, bairro, cidade...). Por exemplo: padaria,
quitanda, mercado, “sacolão”/“varejão”, entreposto,
supermercado, açougue, peixaria, bar, restaurantes
(incluindo os populares), lojas de fast food, ambulantes e
vendedores de rua, feiras, hortas e quintais produtivos,
bancos de alimentos, locais de doação de alimentos,
escolas e creches, locais de trabalho nos quais há serviço
de refeição coletiva, refeitórios ou cantinas, cozinhas
comunitárias.
G. Distribuir os educandos pelos locais (individualmente
ou em pequenos grupos), levando em conta a
proximidade desses locais e a viabilidade operacional de
serem visitados.
H. Propor que eles os visitem e entrevistem o responsável
pelo local (ou algum trabalhador dali) com o objetivo de
concretizar o conceito de sistema alimentar, incluindo a
noção de interdependência entre seus componentes.
Para isso, os educandos devem ser encorajados a
levantar informações sobre, por exemplo: formas de
produção e percurso dos alimentos ali ofertados (ex.:
locais de produção e de armazenamento, tipos de
transporte...),

47
se há perda dos alimentos no local, quem são os
consumidores daqueles alimentos etc. Se oportuno,
construir com os educandos um roteiro para esse
levantamento.

Figura 6 – O sistema alimentar e seus componentes

48
Sugestão de vídeos
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
orgânicos. 2015. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2017.
IDEC. Como ter uma alimentação mais saudável? 2013. Disponível em: .
Acesso em: 9 jan. 2017.
FAO. Agricultura Familiar: alimentando o mundo cuidando do planeta.
2014. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2017.
FAO. Ano Internacional da Agricultura Familiar. 2013. Disponível em: .
Acesso em: 9 jan. 2017.
SABIÁ. Centro de Desenvolvimento Agroecológico. Comida que alimenta.
2015. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2017.
TIDES FOUNDATION. A história das coisas (dublado) - The Story of Stuff.
Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2017.

Pontos de atenção
O vídeo que acompanha este Caderno e que é dirigido
aos educadores tem como um dos elementos centrais
do enredo a apresentação do sistema alimentar.
A depender da maturidade da turma, outras reflexões
podem ser propostas, como: a origem geográfica e
cultural dos alimentos consumidos pelos educandos e
suas famílias; a sazonalidade desses alimentos; e a
relação do sistema alimentar com a
sociobiodiversidade
Os conteúdos abordados nesta atividade podem ser
mais bem explorados se ela for articulada àquela que
aborda a classificação dos alimentos, segundo seu grau
de processamento (Atividade 6).
Caso a visita aos estabelecimentos da região não seja
viável, esta etapa da atividade pode ser substituída pela
visita à escola de pessoas que trabalhem nesses locais
e/ou pela discussão sobre o circuito dos alimentos que
compõem o Programa de Alimentação Escolar.

49
Diferentes tipos de agriculturas
Objetivo:
Identificar diferentes formas e modelos de produção de
alimentos no Brasil, comparando suas características.
Componente Curricular:
Geografia, História, Português, Ciências e Arte.
Materiais:
• Papel pardo ou cartolina.
• Canetas hidrocor, lápis de cor, giz de cera.
• Cola.
• Tesoura.
• Imagens alusivas ao tema em complementação às
que forem trazidas pelos educandos

Para crianças do 6º ao 9º ano


A. Iniciar a atividade perguntando aos educandos que
formas de produção de alimentos eles conhecem e o
que sabem sobre elas. Complementar o que for citado
pelos educandos com os termos levantados
previamente. Listar na lousa os termos e as ideias-
chave partilhados e identificar controvérsias e
convergências de opinião.
B. Propor aos educandos a construção de um glossário
de termos e conceitos relativos às formas e aos
modelos de produção de alimentos.

50
C. Selecionar termos mencionados por eles,
complementando-os com alguns dos listados no
Quadro 6.
D. A depender da idade e da maturidade da turma e,
ainda, do número de termos selecionados para o
glossário, os educandos podem trabalhar em
subgrupos de dois a quatro componentes.
E. Distribuir os termos escolhidos pelos subgrupos,
encorajando-os a atuarem de forma colaborativa, isto
é, se, na busca de subsídios para a elaboração da
definição do(s) seu(s) termo(s), encontrarem
conteúdos que possam ajudar a outros subgrupos,
partilhar esses subsídios com eles.
F. Estimular os educandos que, ao elaborarem a
definição dos termos, incluam ao menos os seguintes
aspectos: características da forma de produção,
aspectos históricos e/ou culturais, impactos sociais e
sobre o meio ambiente (positivos ou negativos),
existência dessa forma de produção em sua realidade
(bairro, cidade, estado).
G. A definição de cada termo pode ser incrementada
com uma ilustração e com sugestões de vídeos,
músicas, textos literários e outras formas de expressão
artística.

51
H. Para elaborar a definição dos termos desse
glossário, os educandos podem consultar os materiais
complementares sugeridos ao final dessa atividade,
além de textos, páginas eletrônicas, vídeos etc. Podem
também entrevistar os professores da escola,
profissionais das secretarias municipais e estaduais de
agricultura e/ou abaste cimento, educação ou meio
ambiente; agricultores(as); ativistas; pesquisadores,
entre outros. Para ilustrar cada termo, os educandos
podem desenhar, fotografar, fazer colagens de
imagens etc. Para buscar vídeos, músicas, textos
literários e outras formas de expressão artística, os
educandos podem recorrer à biblioteca da escola, do
bairro ou do município; à internet; ou aos seus
familiares e amigos.
I. Em um segundo momento, convidar cada subgrupo a
compartilhar sua produção.
J. Promover um diálogo na turma com base no
material produzido, problematizando:os impactos
negativos da agricultura convencional (ex.: uso
insustentável do solo e da água; poluição do solo e das
águas dos rios e contaminação de alimentos com
substâncias químicas, como fungicidas, inseticidas,
herbicidas, entre outros;

52
avanço da fronteira agrícola sobre as florestas e
pequenas plantações; contaminação de agricultores
por produtos químicos etc.), as vantagens ambientais e
sociais da agroecologia, da agricultura familiar e da
agricultura urbana (que antagonizam com as
desvantagens da agricultura convencional).
K. Propor aos educandos que retornem às definições
que produziram e avaliem se, depois do diálogo,
desejam alterá-las/complementá-las.
L. Sugerir aos educandos que suas produções sejam
reunidas em um material coletivo (ex.: livro, mural).

Quadro 6 – Termos* para elaboração e glossário sobre formas e


modelos de produção de alimentos

53
54
Pontos de atenção
• O produto desta atividade pode ser partilhado com a
comunidade escolar por meio de uma mostra, que
pode ser integrada, por exemplo, a alguma data
comemorativa do calendário escolar.
• Pode-se aproveitar esta atividade para trabalhar o
conceito de cadeia alimentar, salientando a
importância dos seres decompositores na
transformação dos resíduos orgânicos.
• Essa atividade pode ser apoiada pela leitura do texto
apresentado no box a seguir.
• Aprofundar a discussão sobre agricultura familiar
estimulando que os educandos pesquisem sobre a sua
relação com o Programa Nacional de Alimentação
Escolar: pela legislação atual (Resolução nº 26, de
2013), pelo menos 30% dos recursos repassados pelo
governo federal devem ser empregados na aquisição
de alimentos oriundos da agricultura familiar. Como
isso se dá no município onde a escola está inserida?
Que alimentos são comprados e de que municípios/
estados eles vêm? Eles são orgânicos, agroecológicos
ou produzidos de forma convencional?

55
Sugestão de vídeos

IDEIAS NA MESA. [Pensando EAN] Peixes e frutos do


mar igual a consumo sustentável? Nem sempre.
Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016. O veneno está
na mesa 1. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016.
O veneno está na mesa 2. Disponível em: . Acesso em:
19 set. 2016. Você sabe de onde vêm seus alimentos?
Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016.
Três mitos que você sempre ouviu sobre a
agroecologia: mas ninguém teve coragem de negar.
Projeto Cresça. Disponível em: . Acesso em: 19 set.
2016.
BRASIL AGROECOLÓGICO. Plano Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).
Secretaria-Geral da Presidência da República.
Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016.
EMBRAPA; UFRRJ; PESAGRO-RJ. Aprenda a fazer
compostagem 100% vegetal e gere seu próprio adubo
orgânico. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016.
Vídeo Caminhos da Reportagem mostra a rotina de
trabalhadores rurais. Tvbrasil. Disponível em: . Acesso
em: 19 set. 2016.

56
A horta nossa de cada dia
Objetivo:
Valorizar hortas domésticas ou coletivas como componente-
chave do sistema alimentar; vivenciando o plantio de
alimentos
Componente Curricular:
Ciências, Arte, Língua Portuguesa e Matemática
Materiais:
•Sementes e/ou mudas de hortaliças da região ou molhos de
cebolinha.
• Ferramentas: enxadas, pás (curta e reta), rastelo, carrinho
de mão, enxadão, sacho, conjunto de ferramentas para
jardinagem etc.
• Utensílios: mangueira, regador, pulverizador, vasos, caixotes,
sementeira, luvas etc.
Para crianças do 1º ao 5º ano
A. Levar para a sala algumas sementes e/ ou mudas de
hortaliças da região ou molhos de cebolinha, tal qual são
vendidos em feiras e mercados.
B. Estimular uma conversa sobre o desenvolvimento
dessa hortaliça. Exemplos de perguntas que podem
animar a conversa: de que forma é plantada? Como fica
a planta “adulta”? Quanto tempo leva para crescer até
poder ser colhida para o consumo? Quanto custa na feira
ou mercado? Já plantaram? Alguém da família planta ou
já plantou esse alimento? E outros alimentos, já
plantaram?

57
C. Estimular que os educandos partilhem as informações e
histórias que levantaram com suas famílias.
D. Valorizar a importância e as vantagens do cultivo
doméstico de alimentos tanto para a alimentação da
família quanto para a sustentabilidade do sistema
alimentar.
E. Valorizar a horta como uma oportunidade de se observar
o ciclo de produção do alimento, dando novo sentido para
a relação da pessoa com o alimento.
F. Em seguida, de acordo com a infraestrutura da escola,
com os materiais disponíveis e com base nas referências
indicadas no item de material complementar, realizar uma
oficina de plantio.
G. No período subsequente, acompanhar o
desenvolvimento do alimento plantado. Caso a direção da
escola concorde, criar, com a ajuda dos educandos, uma
horta escolar, que pode ser em um canteiro ou suspensa,
do tipo que os vasos, tubos de PVC ou outro material
utilizado para o cultivo fiquem presos à parede ou
suspensos por cordas.
H. Estimular os educandos a criarem hortas em casa ou se
engajarem no cuidado daquelas já existentes.

58
Sugestão de vídeo

Aprenda a fazer compostagem 100% vegetal e gere seu próprio adubo


orgânico. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=Af0IhGWge2U>

Saindo da caixinha (Thinking out of the box). 2015. Disponível em:


<http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-read_article.php?articleId=1330>

59
Pontos de atenção
• Na etapa preparatória da atividade, se necessário/oportuno,
elaborar roteiro que oriente a conversa que os educandos farão
com seus familiares.
• O plantio de ervas e algumas hortaliças (ex.: coentro, hortelã,
manjericão, capim- -limão, rúcula) pode ser uma boa opção
pela rapidez com que esses alimentos brotam e pelo pouco
espaço e profundidade de terra que demandam. Caso a escola
tenha espaço para canteiros profundos, podem ser plantadas
hortaliças como cenoura, beterraba ou rabanete. Atentar para o
tempo necessário entre plantio e colheita dos alimentos
escolhidos de forma a garantir que os educandos plantem e
colham o que foi cultivado durante o período letivo.
• Adotar práticas agroecológicas no plantio na escola e
encorajar sua adoção quando do plantio doméstico.
• Caso seja viável, desenvolver a prática da compostagem
(detalhes nos materiais complementares intitulados “Horta
escolar: uma sala de aula ao ar livre” e “Manual de
Sugestão de doméstica
compostagem vídeo com minhocas”).
• Caso seja oportuno, na implantação e manutenção da horta,
envolver educandos de outros segmentos e/ou as famílias e a
comunidade, secretarias de educação e de agricultura e/ou a
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do
seu município.
• Planejar com as crianças práticas culinárias que utilizem o que
foi colhido.
• Como atividade complementar, realizar com os educandos
visitas a quintais produtivos e hortas coletivas (comunitárias ou
nas Unidades Básicas de Saúde, por exemplo).

60
Água como patrimônio
Objetivo:
Reconhecer a água como patrimônio a ser preservado.
Componente Curricular:
Ciências, Geografia, História, Língua Portuguesa e Arte.
Materiais:
Materiais de papelaria necessários para montagem de mural

Para crianças do 6º ao 9º ano

A. Primeiro momento: propor aos educandos que realizem


um levantamento junto a seus familiares sobre o
abastecimento de água no território em que a escola
está inserida. Para isso, sugerir que elaborem
coletivamente um roteiro para o levantamento,
acordando com eles um prazo para a realização do
levantamento. Exemplos de questões que podem compor
esse roteiro: De onde vem a água que é utilizada nas
atividades cotidianas da escola e das casas próximas a
ela (rio, chuva, fonte, poço...)? Como acontece o
abastecimento: direto (coleta própria), serviço de
abastecimento (encanado, carro pipa...)? A água é
tratada? A água é própria para o consumo? O
abastecimento é contínuo ou falta água em algum
momento do dia ou em dias da semana?

61
B. Segundo momento: propor aos educandos que
partilhem as informações levantadas. Problematizar: O
abastecimento é satisfatório? Se não, quais os
principais problemas? Em que poderia ser melhorado?
C. Sugerir que os educandos façam um resumo
coletivo dessa conversa.
D. Realizar a leitura coletiva da Declaração Universal
dos Direitos da Água, publicada em 22 de março de
1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) (ver
box a seguir).
E. Problematizar: A água tem sido considerada um
patrimônio comum da humanidade a ser protegido ou
um produto a ser explorado para fins comerciais?
Quem se beneficia e quem se prejudica com o modo
como a água é gerida atualmente? Há uso
inadequado/desperdício/envenenamento pelos
modos de produção de alimentos? Qual a relação do
ciclo da água com o clima e sua influencia em
alterações no regime de chuva com inundações e
longos períodos de seca e como isso afeta a nossa
alimentação? O direito de acesso à água própria para
consumo está sendo garantido? Em que situações
observamos esse desperdício em nossa realidade, na
rotina da nossa família, na escola, em nossas práticas
cotidianas?

62
F. Sistematizar com os educandos as suas
contribuições, complementando-as com os conteúdos
sobre o tema levantados previamente. Os materiais
sugeridos a seguir podem ajudar nesse levantamento.
G. Propor aos educandos a construção de um mural
que aborde o tema, tendo como ponto de partida o
seguinte mote “Qual é a sua gota de contribuição?”.
Cada aluno receberá uma gota de papel, na qual
representará a sua ideia para melhorar a condição da
água em nossa região e no planeta. Podem ser
colocadas informações, ações práticas, poemas,
músicas, desenhos etc.

63
PONTO DE ATENÇÃO

• Os gráficos podem ser elaborados tanto em


papel milimétrico quanto com o uso de planilhas
eletrônicas.
• A atividade pode ser enriquecida com a
discussão sobre os papéis do homem e da
mulher na produção da alimentação familiar,
articulando-a com a Atividade 11 “Comida e
gênero” deste Caderno.
• Sugerir que a família separe, por dois dias, o lixo
inorgânico do orgânico, a fim de observar se há
desperdício de alimentos e o quanto de lixo
inorgânico é oriundo de embalagens de
alimentos.

64
SUGESTÃO DE VÍDEO

“Consumo de água nos três setores”. Disponível


em: <https://www.youtube.com/
watch?v=UNBr-VqbZ_g>..

65
Fonte: Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Meio-
Ambiente/declaracao-universal-dos-direitos-da-agua>. Acesso em:
29 maio 2017.

66
Alimentação e sustentabilidade
Objetivo:
Refletir sobre a produção e o consumo de alimentos e seu
impacto no meio ambiente.
Componente Curricular:
Geografia, Ciências e Língua Portuguesa.
Materiais:
Figura 5 reproduzida em tamanho que possa ser trabalhado
com a turma.

Para crianças do 6º ao 9º ano

A. Primeiro momento: Apresentar a imagem da Figura 5 e


propor aos educandos que discutam a quantidade e os
tipos de resíduo (lixo) que são gerados quando
consumimos cada uma das categorias de alimentos
exemplificados (in natura e minimamente processados;
ingrediente culinário; alimento processado e alimento
ultraprocessado).
B. Propor que identifiquem outros exemplos de alimentos
para os quais eles reconhecem os diferentes tipos de
processamento (ex.: frutas, peixe, carne...) e comentem se
esses processamentos geram outros tipos de resíduo
(lixo).

67
C. Aprofundar esse diálogo convidando à reflexão sobre o
impacto no ambiente gerado também pela produção de
cada uma das categorias dos alimentos elencados (e
outros que eles queiram comentar). Quanto mais etapas
de processamento, maior será o uso de água, energia
elétrica, aditivos, embalagens dos ingredientes e insumos
utilizados para sua confecção. Por exemplo, o impacto da
produção do salgadinho de milho de pacote engloba
também o impacto da produção do milho propriamente
dito.
D. Com base em pesquisa prévia sobre o conceito de
sustentabilidade, na conversa sobre os impactos e,
também, na leitura coletiva do texto do box a seguir,
trabalhar com os educandos a noção de
sustentabilidade articulada à alimentação. Valorizar a
importância da transição de um modelo de sociedade
em que a atividade humana é basicamente pautada na
exploração, na produção e no consumo para outro em
que a preservação, a conservação e a sustentabilidade
são a pauta.
E. Propor aos educandos a construção coletiva de frases
(slogans) que podem ser usadas em atividades de
sensibilização sobre o tema em eventos realizados na
escola.

68
Figura 5 – Exemplo de alimento segundo tipo de processamento (conforme definição
do Guia Alimentar para a População Brasileira)

69
PONTO DE ATENÇÃO

• Esta atividade pode ser mais bem aproveitada


se realizada após a Atividade “Classificação dos
alimentos”.
• Uma abordagem sobre a relação entre
consumo alimentar, geração de resíduos e seu
impacto ambiental está apresentada na
Atividade 5 – “Consumo alimentar e geração de
resíduos” do Caderno de atividades – Promoção
da Alimentação Adequada e Saudável: ensino
fundamental I. Ela também pode ser utilizada
para educandos do ensino fundamental II.
• Essa atividade pode ser complementada com o
aprofundamento da discussão sobre resíduos
(lixo). Ele pode ser subsidiado pela classificação
dos resíduos sólidos (lixo), segundo sua origem
(domiciliar, comercial, público, de serviços de
saúde, industrial, agrícola, entulho) proposta pelo
Ministério do Meio Ambiente (ver referência na
lista de materiais complementares). Essa
classificação propicia uma reflexão sobre a
presença do alimento em praticamente todas as
categorias propostas.

70
Consumo alimentar e geração de
resíduos
Objetivo: Perceber a relação entre consumo alimentar,
geração de resíduos e seu impacto ambiental
Componente Curricular: Ciências, Matemática, Língua
Portuguesa, Arte e Geografia.

Para crianças do 1º ao 5º ano

A. Primeiro momento: Apresentar a imagem da Figura 5 e


propor aos educandos que discutam a quantidade e os
tipos de resíduo (lixo) que são gerados quando
consumimos cada uma das categorias de alimentos
exemplificados (in natura e minimamente processados;
ingrediente culinário; alimento processado e alimento
ultraprocessado).
B. Propor que identifiquem outros exemplos de alimentos
para os quais eles reconhecem os diferentes tipos de
processamento (ex.: frutas, peixe, carne...) e comentem se
esses processamentos geram outros tipos de resíduo
(lixo).
C. Problematizar que tipo de alimento gera maior
quantidade de resíduos (lixo): in natura e minimamente
processado, processado ou ultraprocessado?

71
D. Problematizar que a embalagem dos alimentos in
natura geralmente contém quantidades de alimentos
que são preparados em várias refeições enquanto que as
de ultraprocessados em geral contêm quantidades
ingeridas em uma só oportunidade (ex.: saco de um quilo
de feijão versus pacote de biscoito recheado). Quais os
tipos de resíduo (orgânico e inorgânico)? E quanto aos
resíduos produzidos pelas embalagens? Quais delas
demoram mais a se decompor? As embalagens podem
ser recicladas? E se podem, são efetivamente recicladas
(no domicílio, na comunidade, na cidade)?
E. Conversar sobre práticas que podem ajudar a diminuir
o consumo de alimentos que geram mais descarte de
embalagens: privilegiar alimentos in natura em lugar de
ultraprocessados, por exemplo, nos lanches levados para
a escola ou para outros locais; cozinhar em casa; fazer
compras na feira; evitar comer em lojas de fast- -food
etc.
Para o 2º ciclo
F. Em continuidade à anterior, para que percebam a
quantidade de resíduos que são produzidas por eles e
suas famílias e o impacto disso na natureza, propor aos
educandos uma análise do resíduo doméstico. G.
Preparar uma tabela em que possam anotar
diariamente, durante uma semana, quantas embalagens
foram descartadas em suas casas e qual o tipo (como
sacos, caixas, potes, latas, garrafas etc.).

72
G. Preparar uma tabela em que possam anotar
diariamente, durante uma semana, quantas embalagens
foram descartadas em suas casas e qual o tipo (como
sacos, caixas, potes, latas, garrafas etc.).
H. Com as tabelas preenchidas, estimular que partilhem
com a turma o que puderam observar com base nesse
registro diário (quantidade e tipo de resíduos produzidos).
I. Discutir com eles sobre a poluição que pode ser gerada
pelo descarte na natureza (os resíduos podem poluir o
solo, causar problemas de inundações nas cidades caso
caiam nos bueiros, poluir os rios quando são descartados
neles).
J. Conversar sobre o tempo médio de decomposição dos
resíduos (plástico, papelão, madeira e etc.) no ambiente.
K. Aprofundar a reflexão iniciada no momento anterior
sobre práticas mais sustentáveis para diminuir o resíduo
doméstico e as possibilidades de reciclagem em nível
doméstico ou em iniciativas coletivas.

73
PONTO DE ATENÇÃO

• A atividade pode ser complementada com embalagens


de alimentos trazidas de casa pelos educandos e outros
membros da comunidade escolar e, também, recolhidas na
própria escola. Depois de realizada a atividade, utilizar as
embalagens em uma oficina de artes alusiva ao tema da
atividade.
• Discutir também sobre o resíduo que é produzido na
elaboração das refeições (cascas, talos, folhas, sementes,
caroços...), o chamado resíduo orgânico. Que destino é
dado a esse resíduo? Existem saborosas receitas que são
preparadas aproveitando de forma integral o alimento (ver
atividade 7 “Aproveitamento integral dos alimentos”). Além
disso, ele pode ser fonte de adubo e nutrientes para as
plantas ornamentais ou da horta caseira.
• Estimular a produção de tirinhas (pequenas histórias em
quadrinhos) que sirvam de alerta e apontem soluções para
a diminuição da quantidade de resíduos no ambiente.
Juntar, formando um livreto, reproduzir e distribuir aos
familiares em reunião, apresentando a eles os
conhecimentos adquiridos com essas atividades. Outra
opção é trabalhar as tirinhas nos espaços coletivos da
escola.
• Uma atividade complementar pode ser a realização de
uma análise mais ampla do resíduo da casa, observando o
quanto ele expressa os hábitos de consumo da família.

74
Sugestões de vídeos
ResiDual – Ministério da Cultura. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/
watch?v=UmH4nPz_kn4&feature=youtu.be>

Prêmio Jovem Cientista. Produção Sustentável de Alimentos.


Disponível em: <http://www.
jovemcientista.org.br/webaulas/webaula2.html>

Prêmio Jovem Cientista. Alimentos sustentáveis. 2014.


Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=3mWERLHFEko>

75
“Os cinco “Rs”
Objetivo: Refletir sobre as práticas cotidianas de consumo e
seus impactos no ambiente.
Componente Curricular: Ciências, Língua Portuguesa e Arte.
Materiais: • Papel.
• Lápis de cor e caneta hidrocor.
• Cola.
• Tesoura.
• Revistas.
Para crianças do 1º ao 5º ano

A. Apresentar à turma as cinco cartelas e questionar a que


significado cada uma delas remete. Trabalhar com eles os
sentidos levantados e integrá-los aos sentidos
apresentados no box a seguir, na perspectiva do cuidado
com o meio ambiente.
B. Conversar sobre em quais situações cotidianas os
educandos já praticam cada “R” e sobre em quais
situações poderiam praticá-los.
C. À medida que a conversa se desenvolve, apresentar as
situações (casos) previamente identificadas e
problematizar como fortalecer (no caso das práticas que
impactam positivamente o ambiente) e como transformar
(nocaso daquelas que impactam negativamente o
ambiente).
D. Ao final, valorizar que, ao participarem dessa conversa, os
educandos já estão praticando o primeiro “R”, ao repensar
suas práticas cotidianas na perspectiva da
sustentabilidade.

76
E. Encorajar os educandos a conversarem com suas
famílias sobre os cinco “Rs” pra que estabeleçam
como podem praticá-los em seu cotidiano.
F. Após a discussão, solicitar que os educandos
desenhem as atitudes referentes aos cinco “Rs” ou
preparar em grupo (ou individualmente) imagens
feitas com recorte e colagem que representem cada
um deles.

77
PONTO DE ATENÇÃO

• As crianças já alfabetizadas podem escrever uma carta


para a direção da escola apresentando sugestões de como
praticar os cinco “Rs” no ambiente escolar. Podem, também,
elaborar um texto em que relatem de que forma irão
praticar os cinco “Rs”. • Um folder pode ser preparado para
as famílias, abordando os problemas mais comuns
encontrados na realidade local e ideias sugeridas para
solucioná-los
• Realizar com os educandos uma oficina de reutilização de
materiais. Para isso, buscar ajuda dos responsáveis, de
alguma cooperativa ou artesãos locais. Ao saber os tipos de
produtos a serem reutilizados, pedir ajuda aos educandos e
seus familiares para angariar objetos que serão utilizados.
Preparar uma exposição com o produto final e convidar a
comunidade escolar e circundante para visitá-la.

78
PONTO DE ATENÇÃO

ResiDual – Ministério da Cultura. 2015. Disponível em:


<https://www.youtube.com/
watch?v=UmH4nPz_kn4&feature=youtu.be>

Prêmio Jovem Cientista. Produção Sustentável de Alimentos.


Disponível em: <http://www.
jovemcientista.org.br/webaulas/webaula2.html>

Prêmio Jovem Cientista. Alimentos sustentáveis. 2014.


Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=3mWERLHFEko>

79
80
Do campo à mesa
Objetivo: Conhecer o conceito de sistema alimentar,
aplicando-o à sua realidade.
Componente Curricular: Ciências, Língua Portuguesa,
Matemática, Geografia, Arte
Materiais: •Alimento da refeição escolar.
• Caixas.
• Garrafas.
• Isopor.
• Papelão
Para crianças do 1º ao 5º ano
A. Apresentar um (ou mais) alimento(s) da refeição escolar. B.
Problematizar com a turma: de onde vem esse alimento? Quem
trabalhou para que esse alimento chegasse até aqui?
B. A cada profissão citada, retomar o fio da fala (como no gênero
de história acumulativa). Exemplo: se eles disserem “a
merendeira da escola fez a comida e a diretora comprou a
comida no mercado”, o educador retoma: “Então a diretora
comprou a comida no mercado e a merendeira fez a comida,
mas quem colocou a comida no mercado? Quem levou a
comida até lá e onde plantaram?
C. A cada resposta, retomar o fio de novo, exemplo: “Então vocês
me disseram que o fazendeiro plantou e colheu o arroz, ele
vendeu para o dono da fábrica, o dono da fábrica ensacou o
arroz e colocou no caminhão, o motorista do caminhão levou o
arroz para o mercado, o vendedor colocou o arroz na prateleira, o
dono do mercado vendeu o arroz para a diretora, a diretora deu o
arroz para a merendeira e ela fez a comida”.
D. Listar as profissões que eles citaram quando descreveram as
pessoas envolvidas.

81
E. Em seguida, instigar a inclusão de outras profissões que estão
envolvidas com a alimentação, caso não tenham aparecido na
roda de conversa (padeiros, feirantes, verdureiros, açougueiros,
nutricionistas...).
F. Com a ajuda dos educandos, construir uma grande maquete
em que haja a representação de zona urbana (caso a escola
esteja aí localizada) e de zona rural (começar construindo o
prédio da escola, para situá-los onde estão, e ir ampliando até
onde lembrarem). As ruas da maquete devem possibilitar a
passagem de carrinhos, de modo que possam fazer o percurso
da zona rural até a zona urbana.
G. Usar material reciclável, como caixas, garrafas, isopor, papelão
etc.
H. Utilizar a maquete para explorar o trajeto dos alimentos do
local onde são produzidos até a cidade.
I. Lembrar que alguns alimentos sofrem beneficiamento, como o
polimento do arroz, o refinamento do açúcar, a moagem das
farinhas etc., antes de serem comercializados. Os locais desse
beneficiamento devem aparecer na maquete, assim como as
vias de transporte e os locais de venda.
J. Falar da maior oferta de determinados alimentos de acordo
com a época (safra), o que faz com que o preço seja menor.
K. Problematizar com eles as desvantagens de um circuito longo
entre o cultivo e o consumo, por exemplo: o custo e o impacto
ambiental de se transportar um alimento cultivado em uma
região (ou localidade) para outra; a necessidade de os alimentos
serem colhidos ainda não totalmente maduros, para suportar o
tempo do transporte e de venda.
L. O ideal é que percebam que, quanto mais perto de onde será
consumido o alimento for produzido, melhor em termos
financeiros e ambientais.

82
PONTO DE ATENÇÃO

• A atividade de construção da maquete deve levar alguns


dias para ser concluída e o ideal é que ela fique em local do
qual não seja removida, para que possa ser utilizada em
diversos momentos.
• A maquete pode ser substituída por um mapa.
• Convidar um agricultor da localidade, um agrônomo ou
técnico agrícola para conversar com os educandos sobre
temas como: características da sua rotina de trabalho, o
tempo de cultivo dos alimentos, que não é o mesmo para
todos, tipos de cultivo (com sementes, com mudas), formas
de armazenamento, ensacamento e transporte do alimento
colhido, produção, transporte e venda de produtos etc.
• Preparar cartilhas com as informações para que levem
para as famílias, nas quais os educandos podem fazer
desenhos, ilustrando o caminho do alimento do campo à
mesa.
• O vídeo que acompanha este Caderno e que é dirigido aos
educadores tem como um dos elementos centrais do
enredo a apresentação do sistema alimentar.

83
SUGESTÃO DE VÍDEO

• A história das coisas (dublado) - The Story of Stuff.


Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=xBCoc842FV8>
Agricultura Familiar: alimentando o mundo cuidando do
planeta – versão longa. 2014. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Y0bvot9gi_0>
Alimentos Orgânicos. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ehmfhRPu0Yw#t=13>
Ano Internacional da Agricultura Familiar. 2013. Disponível
em: <https://www.youtube.com/ watch?v=szBIluX37pE>
Comida que alimenta. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/ watch?v=z6xAkNPV3QI>
Como ter uma alimentação mais saudável?. 2013. Disponível
em: <https://www.youtube. com/watch?v=b0NCL5j5QQQ>

84
Aproveitamento integral dos alimentos
Objetivo: Reconhecer a prática de aproveitamento integral
dos alimentos.
Componente Curricular: Ciências, Língua Portuguesa,
Matemática e Arte
Materiais: • Imagens de alimentos (ou os próprios alimentos,
se possível).
• Receitas que utilizem integralmente os alimentos.

Para crianças do 1º ao 5º ano

A. Com base na imagem de alguns alimentos ou na


demonstração de alimentos in natura, encorajar os
educandos a identificarem as diferentes partes dos
alimentos: folhas (couve- -flor, brócolis), caules/talos
(agrião, beterraba com rama, cenoura com rama, couve),
sementes (abóbora, melão), cascas (banana, abacaxi,
melancia, abóbora, laranja), raízes (aipim, batata doce),
cereais integrais (arroz, trigo) etc.
B. Conversar sobre as partes que são comumente
consumidas e as que costumam ser desperdiçadas.
C. Encorajar os educandos a relatarem (ou criarem)
maneiras de utilizar, na culinária, as partes dos alimentos
que não costumam ser utilizadas (por exemplo: em sucos,
bolos, sopas, bolinhos assados, recheios, ensopados, farofas
etc.).

85
D. Valorizar a possibilidade de as partes que não forem
consumidas serem aproveitadas como adubo orgânico
para hortas domésticas.
E. Propor que identifiquem, com suas famílias, quais as
receitas em que os alimentos são utilizados integralmente
ou em quais receitas diferentes partes de um mesmo
alimento são utilizadas.
F. Propor que anotem pelo menos uma dessas receitas e a
tragam para partilhar com os colegas.
G. Em um segundo momento, propor aos educandos que
partilhem as receitas e os relatos de seus familiares. Caso
seja oportuno, complementar o material levantado pelos
educandos com exemplos de outras receitas que utilizem
integralmente os alimentos.

86
PONTO DE ATENÇÃO

Cuidado na seleção das receitas, de forma a não


valorizar aquelas que utilizam grandes quantidades de
açúcar e fritura. Se possível, adaptar essas receitas,
diminuindo a quantidade de açúcar e assando o
alimento em vez de fritá-lo.
Organizar uma roda de degustação com preparações
nas quais foi praticado o aproveitamento integral dos
alimentos.
Convidar um nutricionista ou outro profissional da equipe
de Saúde da Família para fazer uma conversa com os
responsáveis e os educandos sobre os benefícios do
aproveitamento integral dos alimentos. Essa atividade
pode ser incrementada com uma oficina de culinária
sobre o tema.

87
Hortas: elo entre o plantar e o comer

Objetivo: Ampliar a compreensão sobre hortas,


reconhecendo sua contribuição para as práticas
alimentares saudáveis .
Componente Curricular: Geografia, Ciências e Língua
Portuguesa.
Materiais: • Dependerão da vivência escolhida.

Para o 3º e o 4º ciclos

A. Convidar os educandos a expressarem, por meio de uma


imagem (desenho, esquema), a ideia que vem à mente
quando pensam na palavra “horta”.
B. Encorajá-los a partilharem e comentarem suas
produções.
C. Com base no que for levantado, propor que construam
coletivamente um conceito para a palavra “horta”.
D. Partilhar com os educandos a conceituação de horta
apresentada no box a seguir

88
E. Cotejá-la com o conceito elaborado coletivamente,
identificando aspectos semelhantes e distintos. Encorajá-los
a comentarem os aspectos que são novos para eles, que os
surpreenderam. Valorizar as árvores frutíferas como
exemplo de agricultura; salientar a possibilidade de plantio
de alimentos em pequenos espaços (ex.: jardineiras,
embalagens reaproveitadas, quintais) e em locais
tradicionalmente não identificados como propícios para isso
(ex.: telhados, paredes, áreas públicas). Valorizar, ainda, a
importância desses produtos para a melhoria e a
diversificação da alimentação e para a preservação da
cultura alimentar regional.
F. Organizar com os educandos uma vivência sobre o tema.
A seguir, estão listados alguns exemplos de vivências cuja
realização dependerá da realidade local e das
possibilidades da escola:
a. Convidar um agricultor, um morador do bairro que
cultive alimentos em seu quintal, um membro de uma horta
escolar ou comunitária e/ou um ativista da agricultura
urbana para contar sua experiência com o tema.
b. Visitar um quintal produtivo e/ou uma horta
comunitária no território em que a escola está inserida.
c. Promover uma feira para troca de sementes e mudas
envolvendo a comunidade.
d. Realizar uma oficina de plantio de mudas e sementes
com os educandos.

89
PONTO DE ATENÇÃO

Essa atividade pode ser aprofundada por meio de


atividades que articulem o cultivar, o cozinhar e o
consumir. As atividades 12 “Práticas alimentares: culinária
e cultura” e 13 “Práticas alimentares: culinária e
comensalidade” deste Caderno podem subsidiar o
planejamento.
As atividades 3 “Sabores da nossa terra” e 5 “Os
temperos da minha casa”, do Caderno de atividades –
Promoção da Alimentação Adequada e Saudável: ensino
fundamental I podem subsidiar a abordagem sobre
preservação da cultura alimentar regional.

90
Agrotóxicos: panorama e riscos

Objetivo: Refletir criticamente sobre o uso de agrotóxicos no


Brasil e suas repercussões para a saúde das pessoas e para
o meio ambiente.
Componente Curricular: Geografia, Ciências e Artes.
Materiais: • Não há.

Para o 4º ciclo

A. Convidar alguns educandos para sortearem uma frase e


realizarem a leitura dela.
B. Promover o debate sobre as questões abordadas nas
frases. Levantar as opiniões, o conhecimento e a experiência
dos educandos com o tema. Estimular que relatem casos
que tenham vivenciado ou tenham tido contato, por
exemplo, por meio da mídia.

91
C. Problematizar: O uso de agrotóxicos é coerente com o
conceito de alimentação adequada e saudável? Destacar a
ideia de que a agricultura é um elemento fundamental para
a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional. Valorizar a
alimentação como um direito humano que deve ser
garantido em um contexto de justiça social e de práticas
produtivas adequadas e sustentáveis social, econômica e
ambientalmente (ver conceito e componentes da
alimentação adequada e saudável na Introdução deste
Caderno e na Figura 1 da Atividade 1 “Direito Humano à
Alimentação Adequada e Saudável”, respectivamente).
D. Propor aos educandos que se dividam em subgrupos,
distribuindo entre eles as frases anteriormente sorteadas.
Propor que eles pesquisem sobre o tema com os objetivos
de aprofundar a discussão e de levantar subsídios para uma
campanha de conscientização sobre ele. Encorajá-los a
buscar diferentes fontes: documentos técnicos, matérias de
jornal, campanhas educativas, vídeos, músicas, páginas
eletrônicas, blogues e outras mídias eletrônicas, textos
literários, entrevistas com agricultores e ativistas, entre
outros.

92
E. Em um segundo momento, convidar os grupos a
partilharem o resultado de suas pesquisas e propor que
organizem uma campanha na escola estimulando os
educandos a produzir cartazes, charges e outras formas de
expressão sobre o panorama do uso de agrotóxicos no Brasil
e sobre os riscos relacionados ao seu uso. Sugestão: produzir
garrafas tipo PET equivalentes a cinco litros contendo um
líquido de cor escura e com imagens de caveiras coladas na
embalagem e associar essa produção à informação de que,
em 2011, foram consumidos no Brasil, em média, cerca de
cinco litros por habitante.

93
PONTO DE ATENÇÃO

Esta atividade pode ser mais bem aproveitada se


realizada depois da Atividade 2 “Diferentes tipos de
agriculturas”.
Se oportuno, complementar a discussão com a reflexão
sobre a seguinte assertiva, extraída do Guia Alimentar
para a População Brasileira (BRASIL, 2014): “demanda por
açúcar, óleos vegetais e outras matériasprimas comuns
na fabricação de alimentos ultraprocessados estimula
monoculturas dependentes de agrotóxicos e uso
intensivo de fertilizantes químicos e de água, em
detrimento da diversificação da agricultura”.
Essa atividade pode ser complementada com a exibição,
seguida de debate, dos filmes “O veneno está na mesa” e
“O veneno está na mesa II”

94
Alimentos transgênicos em pauta

Objetivo: Entender o que são alimentos transgênicos, seus


impactos para a saúde, para o ambiente e para a
agricultura.
Componente Curricular: Ciências, Geografia, Língua
Portuguesa e Arte.
Materiais: • Símbolo dos transgênicos impresso ou
desenhado na lousa.

Para o 3º e o 4º ciclos

A. Primeiro momento: mostrar para a turma o símbolo dos


transgênicos . Perguntar se os educandos sabem o que o
símbolo significa. Anotar em um lugar visível todas as
respostas que surgirem. Cada educando deve desenhar o
símbolo, colorindo-o.

B. Propor aos educandos que reproduzam o símbolo em


uma folha de papel (no seu próprio caderno, por exemplo), o
levem para casa, perguntem a seus familiares, amigos e/ou
conhecidos se sabem o que o símbolo significa e registrem
as respostas. Sugerir, também, que eles pesquisem, no
domicílio e em estabelecimentos onde compram seus
alimentos, em quais alimentos esse símbolo aparece,
registrando essa informação.

95
C. Segundo momento: propor aos educandos que partilhem
com a turma o resultado de suas pesquisas. Sistematizar os
achados identificando o que surgiu de diferente e de
comum.
D. Proporcionar o aprofundamento da reflexão sobre o tema
utilizando uma das seguintes estratégias: (a) exibição do
vídeo “Pamonha com T de Tradicional ou T de Transgênica?”;
(b) leitura da cartilha do Idec: Transgênicos: feche a boca e
abre os olhos; ou (c) leitura do texto apresentado no box a
seguir.
E. Em seguida, propor aos educandos um debate com base
nas seguintes questões:
1. Quais são os principais argumentos em relação à defesa
dos alimentos transgênicos?
2. Quais são os principais argumentos contra o uso de
transgênicos? Abordar aqui os riscos para a saúde, o
ambiente e a agricultura.
3. Identificar diferenças entre alimentos transgênicos e não
transgênicos.
4. A introdução de genes de outros organismos em células
de plantas provocou mudanças na forma de produzir
alimentos e na relação da agricultura com o ecossistema.
Comentar sobre este assunto.

96
5. Você e as pessoas que entrevistou sabiam o significado
dos transgênicos? Conseguiram reconhecer o símbolo?
6. Como você explicaria agora para as pessoas que não
sabem o que são alimentos transgênicos?
7. O que você acha sobre a utilização de sementes
transgênicas na agricultura?
F. Propor aos educandos a redação de um texto
sistematizando a discussão sobre o tema a ser partilhado
com as pessoas que foram entrevistadas por eles no
primeiro momento da atividade.

97
PONTO DE ATENÇÃO

• A pesquisa com o símbolo de transgênicos pode ser feita


na própria escola com outros educandos, professores,
merendeiros etc.
• Como fechamento da atividade, em vez (ou além) do texto,
propor aos educandos outras formas de expressão: cartazes
com desenhos e/ou charges a serem expostos pela escola;
simulação de um programa jornalístico; elaboração de um
esquete etc.
• Se possível, estimular os educandos a entrevistarem
produtores de alimentos abordando: uso ou não de
sementes transgênicas; motivo pelo qual fazem uso ou não
dessas sementes; e impacto na produção de alimentos e na
atividade agrícola.

98
Desperdício no sistema alimentar
Objetivo: Reconhecer as causas do desperdício de alimentos
no sistema alimentar e as medidas para sua prevenção.
Componente Curricular: Geografia, Língua Portuguesa,
Matemática e Ciências.
Materiais: • Não há.

Para o 4º ciclo:

A. Disponibilizar o texto do box a seguir para leitura conjunta


pelos educandos. Propor uma leitura em voz alta e pausada.
B. Indagar se os educandos tiveram dúvidas em relação a
algum termo e/ou trecho do texto.
C. Promover um diálogo sobre o tema com foco nas causas
do desperdício e nas formas para evitá-lo. Primeiramente,
propor que destaquem do texto as causas do desperdício,
complementando-as e dando exemplos de seu cotidiano, se
for o caso. Registrar as contribuições na lousa,
categorizando-as segundo diferentes critérios, a depender
da realidade local e da maturidade da turma. Por exemplo:
segundo a etapa da cadeia alimentar (produção,
transporte, comercialização (atacado e varejo), consumo);
segundo o nível de decisão (individual, empresarial, de
política pública).

99
D. Problematizar as causas do desperdício de alimentos: Ele
é uma questão somente individual ou também envolve
políticas públicas e ações e decisões de outros atores
envolvidos no sistema alimentar (produtores, comerciantes
etc.)? Quem ganha e quem perde com os processos que
levam ao desperdício?
E. Promover a reflexão sobre medidas para sua prevenção:
Haveria outras formas de transportar os alimentos em nosso
país (transporte rodoviário, hidroviário)? Haveria maneiras
de encurtar a distância entre produtores e consumidores?
Quais outras medidas poderiam ser desenvolvidas para
evitar o desperdício? Vocês conhecem experiências
coletivas de prevenção do desperdício (ex.: bancos de
alimentos, compras coletivas)? A revista Desperdício, um
vilão de todos nós, da Rede Ideias na Mesa, indicada na lista
de materiais complementares dessa atividade, pode
subsidiar essa reflexão.
F. Em um segundo momento, propor aos educandos que
investiguem sobre a magnitude do desperdício alimentar na
escola, as causas de sua ocorrência e as medidas já
desenvolvidas para evitá-lo. Para isso, eles podem: observar
o descarte de resíduos da alimentação escolar durante
alguns dias (e pesar, se possível); entrevistar o(a) diretor(a)
e o manipulador de alimentos sobre o tema e/ou outros
educandos sobre sua percepção e suas práticas em relação
ao assunto, elaborando roteiro previamente.

100
G. Debater os achados com os educandos, sugerindo que
eles proponham novas medidas para prevenir o desperdício
alimentar na escola.
H. Propor aos educandos que sistematizem os achados e
suas sugestões em um relatório a ser entregue para a
direção da escola.

101
PONTO DE ATENÇÃO

• Pode também ser organizada uma visita a banco de


alimentos, caso exista no território, para investigação sobre
como ele funciona e a que grupos atende.

102
Onde começa o desperdício de
alimentos?
Objetivo: Reconhecer o desperdício de alimentos no
domicílio, identificando estratégias para evitá-lo.
Componente Curricular: Matemática, Ciências e Arte.
Materiais: • Não há.

Para o 3º e o 4º ciclos

A. Perguntar aos educandos se eles já observaram a


quantidade e as características dos resíduos (lixo) gerados
em sua casa. Estimular que comentem sobre o assunto,
encorajando-os a, caso ainda não o tenham observado,
comentem suas percepções sobre ele.
B. Propor que investiguem o tema entrevistando seus
familiares. Para isso, construir coletivamente o roteiro de
perguntas a serem feitas ao responsável pela alimentação
da família, a fim de conhecer as rotinas de aquisição,
consumo e descarte de alimentos, incluindo desde o
planejamento da compra até as práticas de
aproveitamento integral dos alimentos. Exemplos de
perguntas que podem compor o roteiro estão apresentados
no Quadro 8. Essas perguntas do roteiro devem ser
adaptadas à realidade da turma.

103
C. Orientar que preparem o questionário previamente,
colocando cada pergunta em uma folha de papel e que, ao
realizarem a entrevista, anotem as respostas na folha
respectiva de cada pergunta.
D. Acordar com os educandos um prazo para as entrevistas
serem realizadas e o dia em que as respostas devem ser
trazidas para a escola para serem analisadas.
E. Em um segundo momento, recolher as entrevistas e
agrupar as respostas de cada pergunta.
F. Dividir os educandos em grupos para analisar as
respostas. Orientar que organizem as respostas por
categorias e as consolidem em gráficos e/ou tabelas.
G. Sugerir que analisem os dados e proponham uma
interpretação sobre eles.
H. Encorajar que cada grupo partilhe os resultados e suas
interpretações com os demais grupos, complementando-as
quando necessário.
I. Encorajar que cada grupo partilhe os resultados e suas
interpretações com os demais grupos, complementando-as
quando necessário.

104
J. Promover o diálogo entre os educandos sobre os
resultados encontrados, discutindo com a turma estratégias
para lidar com o desperdício de alimentos, como: priorizar o
consumo de alimentos regionais in natura ou minimamente
processados que estejam na safra, comprar semanalmente
alimentos frescos e planejar o cardápio das principais
refeições das famílias etc. Mais exemplos de estratégias
podem ser visualizados no Quadro 9.
K. Propor aos educandos que sistematizem essas estratégias
em um esquema a ser partilhado com seus familiares.

105
PONTO DE ATENÇÃO

Os gráficos podem ser elaborados tanto em papel


milimétrico quanto com o uso de planilhas eletrônicas.
A atividade pode ser enriquecida com a discussão sobre
os papéis do homem e da mulher na produção da
alimentação familiar, articulando-a com a Atividade 11
“Comida e gênero” deste Caderno.
Sugerir que a família separe, por dois dias, o lixo
inorgânico do orgânico, a fim de observar se há
desperdício de alimentos e o quanto de lixo inorgânico é
oriundo de embalagens de alimentos.
Sugerir aos educandos que tragam receitas para
aproveitamento integral dos alimentos e, se possível,
tragam também as preparações para degustação. Esse
material pode ser reunido em um caderno de receitas ou
disponibilizado na página eletrônica da escola, se
houver.

106
Quadro 9 – O que fazer para não jogar comida fora?

107
Tema 3: Povos e Comunidades
Tradicionais: valorizando saberes e
conexões na alimentação escolar.
Práticas alimentares: culinária
e cultura
Objetivo:
Valorizar a culinária como expressão cultural.

Componente Curricular:
Língua Portuguesa, Arte, História, Geografia e Ciências.

Materiais:
Imagens de utensílios de cozinha ou, se possível, os
utensílios propriamente ditos (opcional).

organização prévia:
• Solicitar aos educandos que entrevistem pessoas da
família, da escola ou da comunidade sobre os
alimentos (e o processo de seu beneficiamento, como
no caso da farinha de mandioca), os hábitos
alimentares, os modos de preparo e os utensílios
típicos de sua região. Se possível, estimular que uma
parte do grupo entreviste pessoas que nasceram em
outras cidades ou estados. Orientá-los a registrarem as
respostas obtidas. Caso seja viável, propor que esse
registro seja audiovisual (gravação usando o aparelho
celular).

109
• Solicitar aos educandos que tragam uma receita
regional da sua família, com o detalhamento de
ingredientes (e suas quantidades) e modo de preparo.
Preferencialmente, a receita escolhida deve ser
relacionada à memória afetiva da família, ou seja,
associada às lembranças, aos sentimentos ou às
vivências prazerosas (exemplo: bolo feito pela avó
durante as férias escolares). Estimulá-los a trazer
estórias relacionadas a essa receita.
• Identificar utensílios (ex.: ralador, escorredor, moedor,
pilão) e fenômenos físico e químico ligados à culinária
(exemplo: fermentação, congelamento, aquecimento,
diluição e coagulação) para complementar o que for
elencado pelos educandos, de forma a ampliar seu
repertório.

Para crianças do 6º ao 9º ano


A. Propor aos educandos que partilhem os registros das
entrevistas. Estimulá-los a perceber as diferenças e
semelhanças entre os relatos, relacionando-os com
diversidade cultural brasileira (relação de alimentos,
hábitos alimentares, modos de preparo e utensílios
com as diferentes regiões brasileiras).
B. Estimular o registro coletivo das informações chave
do relato de cada educando. A forma desse registro
coletivo deve ser definida em função da maturidade da
turma.

110
C. Propor que os educandos partilhem a receita que
trouxeram em grupos de até cinco participantes.
Sugerir que sistematizem as medidas caseiras, as
unidades convencionais de medida e os termos
utilizados nas receitas (ex.: assar, cozinhar, refogar,
grelhar, fritar, marinar, untar...) e, também, que
identifiquem os fenômenos químicos e físicos
relacionados a elas (ex.: “Por que o bolo cresce?”
“Por que a massa do pão tem que descansar?”).
D. Convidar os educandos a partilhar o que
conversaram em grupo. Complementar com as
informações previamente selecionadas (e imagens
e objetos, se for o caso) sobre utensílios e
fenômenos químicos e físicos relacionados à
culinária.
E. Propor aos educandos que elaborem uma
produção coletiva para sistematizar o que foi
trabalhado nos itens A e B e/ou nos itens C e D. Essa
produção pode ser, por exemplo, na forma de texto
ou de imagens.

111
Pontos de atenção:
A turma pode elaborar um livro que reúna as
receitas regionais e suas histórias.
Pode ser construído um glossário com os termos
utilizados nas receitas.
Esta atividade pode ser enriquecida com pesquisas
no acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) sobre os modos de
preparo de receitas e de confecção de utensílios
que são considerados patrimônio imaterial
brasileiro.
Outra forma de complementar essa atividade é
resgatar formas caseiras de processamento de
alimentos utilizadas, por exemplo, para a confecção
de geleias e compotas, conservas, molhos, queijo,
iogurte, pão, macarrão, temperos etc.
Material de apoio:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar
para a população brasileira. 2. ed. Brasília, 2014

112
Práticas alimentares: culinária
e comensalidade
Objetivo:
Valorizar a prática da culinária regional e a
comensalidade.

Componente Curricular:
Língua Portuguesa, Arte e História.

Materiais:
• Alimentos, utensílios, equipamentos, materiais e
roteiros necessários para a oficina culinária.
• Tiras de papel.

organização prévia:
• O tema da oficina será “Descobrindo os alimentos
regionais”.
• Organizar oficina com base no passo a passo
apresentado no box a seguir.

Para crianças do 6º ao 9º ano


A. Realizar oficina culinária com os educandos (vide
passo a passo a seguir). As receitas a serem
executadas na oficina podem ser definidas previamente
pelo educador com os educandos ou podem ser
decididas na hora pelo grupo com base em
ingredientes previamente selecionados.

113
B. Após a confecção e a degustação das preparações,
estimular os educandos a expressarem suas sensações
e opiniões sobre as preparações e a experiência em si:
sentimentos, como foi cozinhar juntos, como foi a
divisão das tarefas, como foi ver a preparação pronta e
as pessoas experimentando o que cada um fez.
Problematizar a culinária como prática emancipatória e
promotora de autonomia, do autocuidado e do cuidado
com o outro e o significado da comensalidade (comer
juntos, partilhar o alimento) na história e na vida
contemporânea. Podem ser usadas como perguntas
disparadoras dessa reflexão: Quem sabe cozinhar?
Quem gosta de cozinhar? Quem cozinha em casa?
Quem quer aprender a cozinhar? Quando a gente não
sabe cozinhar, de quem a gente depende? De outra
pessoa, da indústria de alimentos ultraprocessados? Se
a gente sabe cozinhar, tem mais autonomia para
escolher o que vai comprar e comer? Realizamos as
refeições na companhia de outras pessoas? O que
impede essa prática em nosso dia a dia? E o que
favorece essa prática em nosso dia a dia? Como
podemos valorizá-la junto aos familiares e aos amigos?
C. Propor aos educandos que elaborem uma frase
sobre o sentido da comensalidade após essa vivência
culinária e a registrem em uma tira de papel.

114
D. Montar um mural com as frases sobre comensalidade e
as receitas registradas durante a atividade.

115
116
Pontos de atenção:
Receitas partilhadas quando da realização da
Atividade “Práticas alimentares: culinária e cultura”
podem ser executadas nesta atividade. Outras
receitas também podem ser encontradas nas
sugestões de material complementar.

Material de apoio:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia
alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília,
2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Federal de
Minas Gerais. Na cozinha com as frutas, legumes e
verduras. 2016. 116 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015.
IDEIAS NA MESA. Mais que Receitas. 1. ed. Brasília,
2014.

117
As raízes da alimentação
brasileira
Objetivo:
Reconhecer a influência das diferentes culturas na
culinária brasileira.

Materiais:
Textos e imagens de livros, jornais ou da Internet sobre
culturas indígena, africana e europeia.

Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, História, Geografia e Artes.

Organização prévia:
• Selecionar previamente textos e imagens de livros, jornais
ou da internet que abordem as culturas indígena, africana
e europeia, incluindo as características da alimentação.

Para o 4º e 5º ano
A. Construir com a turma um roteiro básico de pesquisa
sobre o tema “as raízes da alimentação brasileira”.
B. Dividir a turma em grupos e propor que, tendo por base o
roteiro, cada grupo investigue uma das culturas que
influenciaram a formação da identidade alimentar
brasileira (indígena, africana, europeia), trazendo exemplos
de alimentos e pratos que herdamos dessas culturas.

118
C. Propor que pesquisem quais são os principais
ingredientes utilizados nesses pratos. Eles podem consultar
a Internet, livros, revistas, jornais, familiares, manipuladores
de alimentos e quem mais desejarem. Quanto mais
informações trouxerem, mais rica ficará a conversa. E. O
Quadro 7, traz exemplos de alimentos e preparações
segundo as diferentes culturas. Propor que cada grupo
organize, sistematize e apresente o resultado de sua
pesquisa.
D. Explorar com eles o conteúdo dos livros sobre a
formação do povo brasileiro.
E. Em seguida, sugerir que eles apresentem as ideias
centrais do que foi conversado por meio de redação,
paródia, poesia, cordel, esquete, cartaz e/ou outra forma
de expressão que esteja sendo abordada no currículo no
momento.

Quadro 7 – Exemplos e descrição de alimentos e


preparações da culinária brasileira oriundos das culturas
africana, europeia e indígena

119
120
121
122
Pontos de atenção:
Caso haja comunidades indígenas, quilombolas ou
terreiros de religião de origem africana ou outras
comunidades tradicionais próximas à escola, ou,
ainda, se os educandos ou outros membros da
comunidade escolar forem oriundos dessas
comunidades, convidar essas pessoas ou
representantes daquelas comunidades para
conversar com os educandos. Propor que partilhem
seus saberes sobre a cultura alimentar e as
questões atuais específicas desses grupos no
tocante ao acesso a terra, ao alimento, à água,
entre outros.
Explorar os nomes dos alimentos e pratos que
fazem parte do nosso cotidiano e que sejam de
origem indígena, africana e europeia.
Organizar um evento para a comunidade escolar
no qual os educandos apresentem o material
produzido. Esse evento pode ser enriquecido com
degustação de alimentos e pratos, palestras e
entrevistas, oficinas de culinária, entre outros.

123
Sabores da nossa terra

Objetivo:
Reconhecer e valorizar os alimentos regionais

Materiais:
• Material reutilizável. • Lista com nomes de alimentos
regionais. • Imagens dos alimentos. • Papel. • Hidrocor ou
lápis de cor. • Tesoura. • Cola. • Lenço. • Alimentos regionais.
• Utensílios. • Receita de família com alimento regional. •
Receita do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(Pnae) com alimento regional.

Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, Arte, Ciências e Geografia.

Organização prévia:
• Para a primeira atividade proposta – confeccionar
alfabeto com material reutilizável, preparar lista com
nomes de alimentos típicos da região, se possível, separar
imagens desses alimentos.
• Para a segunda atividade proposta – lenço para vendar
os olhos, alimentos regionais para experiência sensorial
(separar alguns para serem manuseados e outros para
degustação), utensílios para acondicionar e servir os
alimentos durante a degustação. Preparar previamente os
alimentos para degustação.

124
• Para a terceira atividade proposta – solicitar aos
educandos que levem escrita uma receita de sua família
que contenha alimentos da região; articular com a direção
da escola a participação do(s) manipulador(es) de
alimentos do Programa de Alimentação Escolar (Pnae) na
atividade, solicitando a ele(s) que leve(m) escrita uma
receita do Pnae em que esteja incluído pelo menos um
alimento regional.

Para o 1º, o 2º e o 3º anos


A. Estimular os educandos a citarem os alimentos típicos
da sua região e cultura, anotando-os na lousa (educandos
alfabetizados podem regidir a lista dos alimentos).
B. Complementar a lista com alimentos tipicos das
diversas culturas abrangentes pela cidade de Palmas não
citados por eles. Caso seja possível, mostrar também a
foto dos alimentos.
C. Explorar o conhecimento que eles têm, ou não, de cada
alimento.
D. Propor que confeccionem, individualmente ou em
pequenos grupos, cartelas com os nomes dos alimentos,
determinando qual(is) nome(s) será(ão) escrito(s) por
cada educando (ou grupo).
E. Propor que identifiquem, coletivamente, a letra inicial de
cada alimento e montem um mural em ordem alfabética,
utilizando o alfabeto confeccionado com material
reutilizável.

125
Para o 1º ao 5º anos
F. Realizar com a turma um momento de experiência
sensorial dos alimentos da sua região e cultura.
G. Inicialmente, vendar os olhos dos educandos, um a cada
vez, e oferecer um alimento para que o educando o
manipule, cheire e tente adivinhar qual é.
H. Cuidar para que os alimentos não fiquem à mostra
antes da adivinhação.
I. Repetir a atividade com os demais educandos, revezando
os alimentos disponíveis.
J. Explorar primeiro os alimentos da região e depois, se
houver, os de outras regiões.
K. Em seguida, convidar os educandos a degustarem os
alimentos que não faz parte da sua rotina/cultura
alimentar.

Para o 4º e o 5º anos
L. Propor aos educandos que apresentem as receitas
tradicionais e que fazem parte da sua cultura alimentar
trazidas de casa, comentando qual alimento regional está
incluído nelas, em que situações elas são preparadas, se
ele(a) sabe a história dessas receitas na família, se gosta
da preparação.
M.Solicitar ao(s) manipulador(es) de alimentos presente(s)
que apresente(m) a(s) receita(s) selecionada(s),
comentando sua forma de preparo e relatando se os
educandos gostam da(s) preparação(ões).

126
N. Propor aos educandos que escolham e copiem a receita
que mais gostaram para partilharem posteriormente com
suas famílias

Pontos de atenção:
Solicitar que cada um da turma leve escrito uma
receita do Pnae em que esteja incluído pelo menos um
alimento regional.
Os alimentos da região podem ser pesquisados no livro
Alimentos Regionais Brasileiros, publicado pelo
Ministério da Saúde, disponível para acesso no link
indicado nas sugestões de material complementar.
Pode-se repetir a primeira atividade em outro
momento, explorando os alimentos de outras regiões
para que percebam a diversidade de tipos de
alimentos que temos no País. Pode ser montado um
mapa com as regiões do Brasil e a indicação (escrita e/
ou com imagens) dos alimentos produzidos em cada
região. Explorar os diferentes nomes que um mesmo
alimento pode ter a depender da região (ex.: aipim,
mandioca, macaxeira).

127
• Para a segunda atividade, solicitar doações de alimentos
regionais aos pais, responsáveis, profissionais da escola e
da unidade de saúde e parceiros da comunidade.
A terceira atividade pode ser complementada utilizando-
se exemplos de cardápios das diferentes regiões do País
(ver cardápios a seguir). Outra forma de complementá-la
é preparar, com os educandos, cadernos de receitas com
aquelas que foram partilhadas na atividade para levarem
para sua casa. Os cadernos podem ser ilustrados com
desenhos feitos pelos educandos tendo como base
alimentos deixados em exposição para que sejam
retratados por eles.

Material complementar:
BARBOSA, T. de A. M.; OLIVEIRA, D. S. de; SILVA, M. de A. M.
e. Sabor da terra. Rio Branco: Secretaria de Extensão
Agroflorestal e Produção Familiar, 2013
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015
Ministério da Saúde; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS. Na cozinha com as frutas, legumes e verduras.
Brasília, 2016.
SANTIAGO, R. de A. C. et al. Alimentação saudável na
culinária regional. Goiânia: Índice Editora, 2012. 130 p.

128
129
Pontos de atenção:

Torronzeiros: fazem cultivo de alimentos saudáveis como mandioca,


melancia, abóbora, batata doce, banana e outras variedades de alimento.
Quebradeiras de coco babaçu: são mulheres comuns das comunidades
que assim se denominam pelo labor da colheita e da quebra do coco. Sua
culinária se baseia em preparações provenientes da extração do coco
babaçu, como óleos e azeite, farinha, biscoitos.
Comunidade Quilombola do Prata: a comunidade é conhecida pela
agricultura familiar, sua gastronomia se aproxima da culinária do cerrado,
como a galinha caipira, abóbora, pequi, mandioca e suas diversidades,
como a farinha.
Ribeirinhos: Sua culinária é baseada na pesca, seus pratos consistem
principalmente em peixe, arroz e feijão.
Indígenas: A comida tradicional da região Akwe/Xerente é a mandioca, a
base fundamental de alimentação, ingerida principalmente em forma de
grolado, beiju e farinha. A carne de caça ocupa o segundo lugar na
importância dada, seguida pelo consumo de peixe e logo os frutos do
cerrado.

130
Alimentação como prática social
Objetivo:
Reconhecer a alimentação como prática social.
Componente Curricular:
Língua Portuguesa, História e Arte.
Materiais:
• Tiras de papel.
• Canetas hidrocor.
• Fita adesiva.
• Papel pardo ou outro material para montar o quadro
(caso não se queira utilizar a lousa).

Para crianças do 6º ao 9º ano

A. Propor que os educandos registrem individualmente,


anotando em tiras de papel, as primeiras ideias que
vêm à lembrança (evocação de sentidos) quando
ouvem as seguintes ideias-chave: comida de dia a dia,
comida de fim de semana, comida de família, comida
de escola, comida de religião, comida da região,
comida das tribos indígenas, comida dos povos
ribeirinhos, comida das comunidades quilombolas (e
outras ideias-chave que sejam adequadas para trazer
os povos e comunidades tradicionais da região).

131
Alimentação como prática social

B. Ler com os educandos o texto apresentado no box a


seguir.
C. Promover um diálogo entre os educandos sobre os
temas abordados no texto.
D. Propor que os educandos produzam coletivamente
(em pequenos grupos ou toda a turma) uma imagem
que esquematize a discussão e expresse a
alimentação como construção social.

Alimentação como prática social

A alimentação é necessária à sobrevivência humana,


mas ela também é muito mais do que isso! É
justamente em função dessa essencialidade que ela se
constitui como uma prática social. Para além de
oferecer os nutrientes necessários ao crescimento e ao
desenvolvimento das pessoas, a alimentação possui
muitos outros significados.

132
Alimentação como prática social

Quando arqueólogos buscam descobrir pistas


sobre a organização de sociedades antigas, uma das
possibilidades é estudar utensílios e formas de cozinhar
e de comer daquelas sociedades. O acesso a
determinados alimentos, o tipo de utensílio, a forma
como as pessoas se dispõem na hora das refeições
etc. são aspectos que podem informar sobre relações
de gênero, hierarquias políticas e sociais, crenças
religiosas...
No mundo contemporâneo, ao analisar a forma
como as pessoas se alimentam, desde a lista de
compras até o descarte de resíduos, também
podemos perceber diferentes relações sociais.
Nesse sentido, gostar ou não de determinado
alimento é muito mais do que uma questão casual ou
fisiológica. Os gostos, os hábitos e as práticas
alimentares são aprendidos e construídos com base
nas experiências com a alimentação ao longo da vida.
Por isso, considera-se que o gosto não é algo natural
ou inato, mas sim uma construção social influenciada
por relações e ambientes onde se nasce, cresce e vive.

133
Alimentação como prática social

Com a intenção de deixar mais concreta a ideia da


alimentação como prática social e, também, sem a
pretensão de esgotar a multiplicidade de fatores
relacionados às práticas alimentares, apresentamos, a
seguir, alguns dos determinantes dessas práticas.
Ainda que sejam interdependentes, apresentando
interfaces e conexões, esses determinantes estão
apresentados como itens separados para facilitar a
compreensão:
Bioma – Determina a fauna e a flora de certa região
e, consequentemente, as possibilidades de
extração, de caça ou de pesca de animais e de
plantio de alimentos.
Cultura de plantio e criação de animais –
Determinam os gêneros disponíveis para
alimentação humana e podem estimular a
sociobiodiversidade ou contribuir para a extinção
de espécies animais e vegetais.
Disponibilidade física – O tipo e as características
(variedade, qualidade) dos alimentos encontrados
no local de sua aquisição determinam as
possibilidades de escolha.

134
Alimentação como prática social

História familiar – Determina tanto os primeiros


alimentos com que se entra em contato quanto as
formas de cozinhar e de comer.
Influência dos grupos com que a pessoa interage
(ex.: amigos, vizinhos, colegas de trabalho) ou nos
quais ela se espelha (ex.: ídolos) – Determina os
valores simbólicos que atribuem maior ou menor
status a determinados alimentos e práticas
alimentares, gerando aceitação ou rejeição a eles
em busca de aprovação social.
Religião – Determina crenças, rituais e práticas
alimentares específicas, como o jejum, a restrição
ao consumo de determinados alimentos e
atribuição de significados próprios para
determinados alimentos e preparações, como a
comida de santo e comidas preparadas para
diferentes celebrações.
Nível socioeconômico – Determina o poder
aquisitivo da pessoa, da família ou do grupo social,
que variará em função do preço dos alimentos.

135
Alimentação como prática social

Mitos – determinam preferências e desconfianças


de certos alimentos, podendo ser transmitidos entre
gerações, com grande influência nas práticas
alimentares familiares.
Regionalismos – Determinam receitas, formas de
servir e de comer alimentos e preparações
característicos de regiões e das sociedades que
nelas vivem. • Propaganda – Determinam a criação
de desejos, necessidades e interesse por certos
alimentos (e/ou seus locais de venda), em geral
produzidos pela indústria alimentícia.
Condição de saúde – Determinam interdições e
recomendações.
Momento do curso de vida – Determina
preferências, intolerâncias e restrições a certos
alimentos ou formas de preparo gerando prazer ou
desprazer.

136
Alimentação como prática social

No contexto contemporâneo, é recorrente a


compreensão de que o alimento é uma mera
mercadoria. Essa perspectiva reduz e empobrece o
profundo significado existencial que a alimentação tem
na vida das pessoas. Valorizar e resgatar os sentidos
da comensalidade, da partilha, da solidariedade, do
cuidado consigo e com o outro são formas de vivenciar
esse sentido mais profundo da alimentação para uma
vida plena. Nesse sentido, pare para pensar: que
significados você tem dado à sua alimentação?
Por fim, cabe dizer que comer se constitui também
como um ato político. As escolhas alimentares podem
influenciar e mudar para melhor ou para pior todo o
sistema alimentar. Ao comprar um produto de uma
grande multinacional ou de um pequeno agricultor,
você está reforçando uma ou outra forma de produzir
alimentos e seus consequentes impactos na saúde, no
ambiente, nas condições de vida e na cultura alimentar
dos povos! Pense nisso ao escolher seus alimentos!

137
Pontos de atenção:
Uma forma de sensibilizar e motivar para a
temática é ambientar a sala onde a atividade será
desenvolvida com livros, músicas, pinturas, cordéis
e outras formas artísticas que expressam a culinária
dos povos e comunidades tradicionais da região.
Material de apoio:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos
regionais brasileiros. 2. ed. Brasília, 2015.

138
Tema 4: Além da cozinha: o
papel da merendeira como
educadora.
Os temperos da minha escola
Objetivos: Valorizar a culinária familiar e astradições e os
costumestransmitidos entre as gerações.
Materiais:
• Amostras de temperos usados na região.
. Disciplinas Afins:
Ciências, Geografia, História e Arte.
Organização prévia:
• Propor aos educandos que conversem com as merendeiras
da UE sobre os temperos naturais utilizados, em que
preparações eles são utilizados e outras informações sobre os
temperos (uso fitoterápico, dicas de plantio etc.); orientá-los
a anotar e levar para sala de aula os nomes dos temperos e
das preparações, assim como as dicas; propor que eles
levem, também, amostras desses temperos. • Para
complementar o material trazido pelos educandos,
providenciar amostras de temperos de uso recorrente na
região.
Para o 1º e o 2º ciclos
A. Propor aos educandos que partilhem o nome dos
temperos e das preparações utilizados pelas merendeiras,
além das dicas sobre eles; e, caso tenham trazido
amostras, que as apresentem para a turma.
B. Registrar na lousa ou em papel pardo o nome dos
temperos, os usos culinários e as outras informações.
C. Estimulá-los a perceber as semelhanças e as diferenças
no uso dos temperos entre as merendeiras e identificar os
motivos dessas diferenças (ex.: região de

140
origem, práticas culturais, motivações religiosas etc.). Caso
seja necessário, complementar a apresentação dos
educandos com os temperos selecionados previamente.
D. Em seguida, disponibilizar os temperos para experiência
sensorial de olfato, tato e paladar (se for o caso, cuidar
para que estejam adequadamente higienizados).
E. Estimular que os manipulem, cheirem e digam se gostam
ou não e por quê. Explicar que esses temperos misturados
podem substituir muito bem os temperos industrializados,
com a vantagem de serem mais saudáveis por não
conterem nenhum componente químico prejudicial à
saúde.
F. Propor aos educandos que registrem pelo menos uma
informação nova sobre o tema para compartilharem com
as merendeiras.

141
142
Industrializado x caseiro
Objetivos: Conhecer preparações que substituam os
alimentos ultraprocessados e comparar sua composição.
Materiais:
• Material trazido pelos educandos.
• Embalagens de alimentos ultraprocessados.
• Receitas caseiras.
Disciplinas Afins:
Ciências, Língua Portuguesa, Matemática e Arte.
Organização prévia:
•Providenciar embalagens de alimentos ultraprocessados
citados pelos educandos e buscar receitas caseiras que
substituam esses alimentos.
Para o 2º ciclo
A. Propor que os educandos indiquem os alimentos
ultraprocessados que eles mais consomem.
B. Listar o resultado em um quadro.
C. Propor que, para o próximo encontro, eles tragam as
embalagens dos alimentos listados e pesquisem receitas
de preparações culinárias que podem ser feitas na cozinha
na escola juntamente com as manipuladoras de alimento
e que substituem os alimentos ultraprocessados. Por
exemplo: tempero pronto, molho de tomate, iogurte, bolo,
biscoito, suco, empanado de frango (nugget), picolé, chá
gelado, hambúrguer, macarrão.
D. Com as receitas em mão, comparar seus ingredientes
com os dos alimentos ultraprocessados e problematizar as
diferenças encontradas.

143
Industrializado x caseiro

E. Propor que partilhem as receitas e que anotem


aquelas que acharam mais interessantes.
F. Estimular que experimentem fazer as receitas em
casa com a ajuda de seus familiares.

144
Higiene: fundamental para o
alimento seguro
Objetivos: Reconhecer a necessidade da higiene na
escolha, no armazenamento, no preparo e no consumo
dos alimentos para a prevenção de doenças.
Materiais:
Notícias de jornais, de revistas ou da internet. • Revistas. •
Tesoura.• Cola. • Papel. • Canetas hidrocor ou lápis de cor.
Disciplinas Afins:
Ciências, Língua Portuguesa, Arte.
Organização prévia:
• Separar notícias que abordem a contaminação de
alimentos
Para o 1º ao 5º ano
A. Encorajar os educandos que partilhem suas experiências
em relação à contaminação de alimentos e suas
consequências.
B. Problematizar: Já viram um alimento deteriorado? Como
a gente reconhece um alimento deteriorado? O que faz um
alimento se deteriorar? O que acontece quando a gente
come um alimento deteriorado? O que podemos fazer
para evitar que um alimento se deteriore?
C. Solicitar a presença das cozinheiras da UE na sala de
aula para apresentar as “cinco chaves” para uma
alimentação mais segura, propostas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), quais sejam: 1) Mantenha a
limpeza das mãos, dos equipamentos, dos utensílios e dos
locais de preparação de comida para prevenir a
contaminação dos alimentos;

145
2) Separe alimentos crus de alimentos cozidos na hora de
preparálos e armazená-los para prevenir a contaminação
cruzada (transferência de microrganismos entre alimentos
crus e cozidos); 3) Cozinhe bem os alimentos para matar
os microrganismos; 4) Mantenha os alimentos a
temperaturas seguras (muito quente ou bem frio) para
prevenir o crescimento bacteriano; e 5) Use água e
matérias primas seguras para evitar contaminação. Ver
detalhamento na Figura 3.

Para o 1º, 2º e 3º anos


D. Propor uma campanha na escola, começando pela
cozinha e pelo refeitório. Levar os educandos para
conversar com as cozinheiras ou levar esses profissionais
até a sala para serem entrevistados por eles.
E. Distribuir revistas, tesoura, cola, papel e canetas hidrocor
ou lápis de cor para que preparem cartazes com as dicas
de higiene e cuidados durante a escolha, armazenamento,
preparo e consumo de alimentos. Espalhar os cartazes
pela escola.
Para o 4º e o 5º anos
F. Propor a elaboração de um esquete sobre a higiene nas
práticas alimentares para apresentação para toda a
comunidade escolar.

146
Figura 3 – Cinco chaves para uma alimentação segura

147
SUGESTÃO DE VÍDEOS

OMS: Cinco chaves para uma alimentação mais segura.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=4487VycN9sE>

148
Comida e gênero
Objetivos: Refletir sobre a relação entre gênero e tarefas
domésticas ligadas à alimentação no cotidiano das
famílias.
Materiais:
• Poema Casamento, de Adélia Prado.
Disciplinas Afins:
Língua Portuguesa, História e Arte.
Organização prévia:
• Não há

Para o 6º ao 9º ano
A. Ler com a turma o poema Casamento, de Adélia Prado:

Casamento – Adélia Prado


Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar,
pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora
da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e
salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez
em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas
como “este foi difícil” “prateou no ar dando rabanadas” e
faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a
primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas
prateadas espocam: somos noivo e noiva.
(Texto extraído do livro “Adélia Prado: Poesia
Reunida”. São Paulo: Ed. Siciliano, 1991. p. 252.)

149
B. Depois de ler o poema, convidar a manipuladora
de alimento para conversar com a turma sobre a
participação dos homens e das mulheres nos
afazeres domésticos relacionados à alimentação.
Quem faz o que (planta e/ou compra os alimentos,
escolhe o cardápio, prepara e serve as refeições,
arruma a mesa, lava a louça, tira o lixo...).
Contextualizar: Diante das relações de trabalho nos
dias de hoje, é possível perceber essa mesma
divisão? e na escola? Problematizar: Essa é a única
forma de organização do trabalho doméstico e o
trabalho urbano ? Por que o trabalho é organizado
dessa forma? Algo poderia ser diferente? O quê?
Como as crianças e os jovens podem atuar nessas
atividades?
C. Em seguida, propor que os educandos que façam
redações e/ou desenhos sobre o assunto.

150
Sugestão de material complementar

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a
população brasileira. 2. ed. Brasília, 2014. Cap. 3, p. 79.
Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2016.

CASEMIRO, J. et al. Comida: esse diálogo sem palavras.


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Brasil. Ministério da Saúde. Caderno de atividades : Promoção da Alimentação


Adequada e Saudável : Ensino Fundamental II / Ministério da Saúde,
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