Atividade Extra - Neurociência Do Sono

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Atividade extra: Neurociência do Sono.

Noelle Tavares Ferreira (11911PSI055).

a) Quais são as principais perguntas ainda não respondidas ou ainda incertas sobre a
função dos sonhos e sono no ser humano? Argumente

Experimentos científicos sobre sono em humanos somente começaram há pouco mais


de meio século. Até os anos 50 do século XX, a maioria das pessoas imaginava que o sono
fosse uma parte passiva ou inativa das nossas vidas diárias, entretanto, hoje se sabe que o
nosso cérebro mantém-se muito ativo enquanto dormimos. Além disso, o sono afeta o nosso
desempenho diário e a nossa saúde física e mental de muitas formas, mas estamos apenas
começando a entender como isso ocorre de fato.
Primeiramente é importante ressaltar que o sono é um estado marcado pela diminuição
da consciência, redução dos movimentos musculares esqueléticos e lentificação do
metabolismo, que tem como funções principais a restauração do corpo e consolidação da
memória. É um processo neuroquímico orquestrado, envolvendo centros cerebrais promotores
do sono e do despertar, além disso, a propensão ao sono depende de dois fatores principais: a
quantidade acumulada de privação de sono e a fase do relógio circadiano, que aumenta o sono
à noite (Magalhães & Mataruna, 2007). Entretanto, como citado anteriormente os estudos
sobre o sono e os sonhos ainda são relativamente novos e portanto, se mostram inconclusivos
e permeiam o mundo científico com muitas perguntas não respondidas. Por exemplo, “Como
funciona a arquitetura cerebral?”, “De quantas horas de sono realmente precisamos?”, “Por
que sonhamos e precisamos dormir ?”, “Como funciona os transtornos de sono?” dentre
outras.
Sabe-se atualmente que o sono e a vigília são influenciados por diferentes estímulos,
sejam eles neurotransmissores no cérebro, alimentos ou até mesmo medicamentos que alteram
o equilíbrio cerebral e são capazes de afetar nosso nível de alerta ou sonolência ou a qualidade
do nosso sono. Assim, bebidas cafeinadas, determinadas drogas, medicamentos anorexígenos
e descongestionantes nasais estimulam algumas partes do cérebro e causam insônia, enquanto
muitos antidepressivos suprimem o sono REM. Tem-se registros também na literatura que
grandes fumantes (os que fumam mais de 25 cigarros por dia) geralmente têm alteração na
arquitetura do sono, com redução do sono profundo e do sono REM, normalmente eles
também tendem a acordar 3 a 4 horas depois de dormirem devido à abstinência de nicotina
(Magalhães & Mataruna, 2007). Entretanto, ainda não se sabe ao certo em como determinadas
substâncias/estilo de vida afetam mais umas pessoas do que outras, ou até mesmo porque elas
afetam e qual será essa consequência a longo prazo. Por exemplo, muitas pessoas que sofrem
de insônia tentam resolver o problema com álcool, logo que o álcool os ajuda a atingir mais
rapidamente os estágios 1 e 2; por outro lado, rouba-lhes o sono REM e os estágios 3 e 4, que
são os estágios mais restauradores. Portanto, o álcool tende a manter o indivíduo nos estágios
superficiais de sono, nos quais podem ser acordados facilmente, mas ainda não se sabe todos
os seus efeitos e como isso pode se relacionar com outros fatores.
Já a quantidade de sono de que uma pessoa necessita depende de vários fatores,
incluindo a idade. Lactentes geralmente requerem cerca de 16 horas por dia, enquanto
adolescentes necessitam de nove horas em média. Para a maioria dos adultos, 7 a 8 horas por
noite parece ser a melhor quantidade de sono, embora haja pessoas que necessitam de apenas
cinco horas e outras que precisam de dez horas de sono por dia (Magalhães & Mataruna,
2007). Mas, por que isso ocorre ? saiba que, por mais que a ciência recomende um horário
estimado de repouso por dia, cada pessoa tem o seu relógio biológico e precisa de uma
quantidade de sono específica (mas não se sabe o porque). Por exemplo, mulheres nos
primeiros três meses da gravidez necessitam freqüentemente de várias horas adicionais de
sono, além disso, a quantidade de sono de que uma pessoa necessita aumenta se ela estiver
privada de sono em dias anteriores.
Entretanto, se um indivíduo se sente sonolento durante o dia, muito provavelmente ele
não dormiu o suficiente durante a noite. Assim, se ele rotineiramente adormece dentro de
cinco minutos depois de deitar-se, provavelmente tem grave privação de sono e,
possivelmente, um distúrbio do sono. Sabe-se que a privação do sono é perigosa, porque
pessoas privadas de sono, quando testadas em simulador de direção de veículos ou quando
avaliadas sobre o seu desempenho em uma manobra de coordenação mão-olho , tiveram uma
performance igual ou pior do que aquelas sob ação de tóxicos (Magalhães & Mataruna, 2007).
Assim pode-se concluir que as pessoas tem um periodo necessario para dormir e ele é
extremamente singular, ou seja, é muito específico, mas ainda não sabe ao certo o porquê
desta especificidade.
Embora, estejamos ainda tentando responder com exatidão à razão pela qual uma
pessoa necessita dormir, estudos com animais mostraram que o sono é necessário para a
sobrevivência. Por exemplo, enquanto ratos normalmente vivem por dois ou três anos, os
privados de sono REM somente sobrevivem cerca de cinco semanas em média, e ratos
privados de todos os estágios do sono vivem apenas três semanas. Ratos privados de sono
também desenvolvem anormalmente baixas temperaturas corporais e ulcerações nas caudas e
patas, possivelmente devidas ao comprometimento do sistema imunológico (Magalhães &
Mataruna, 2007). Pessoas que dormem pouco, tendem a ter falhas de memória, de
desempenho físico, de habilidade de realizar cálculos matemáticos, além disso, se a privação
de sono for contínua, em casos mais graves de podem-se desenvolver alucinações e alterações
do humor. Deste modo, o sono parece necessário para que nosso sistema nervoso funcione
normalmente, pois é através dele que conseguimos realizar atividades cognitivas complexas
ou até mesmo simples. Segundo o que se sabe até o presente momento a importância do sono
deve-se ao fato de “provavelmente” durante o sono os neurônios usados durante a vigília tem
a chance de se desligarem e de serem reparados. Assim, caso não houvesse o período para
dormir os neurônios poderiam sofrer depleção de energia ou então ser poluídos por
subprodutos da atividade celular normal que os levam a funcionar imperfeitamente.
Normalmente, despendemos mais de duas horas por noite sonhando, entretanto, ainda
não sabemos muito por que e como sonhamos. Sigmund Freud acreditava que os sonhos
fossem uma 'válvula de segurança' para desejos inconscientes, porém, somente depois de
1953, quando pesquisadores descobriram o REM em crianças dormindo, é que se começou a
estudar cuidadosamente o sono e o sonho (Magalhães & Mataruna, 2007).
Sabe-se também que a maioria dos sonhos ocorrem quase sempre durante o sono REM
e que esta fase começa com estímulos originados na ponte e que se direcionam ao tálamo, que
os transfere para o córtex cerebral. A ponte também envia sinais que desligam neurônios
medulares, causando paralisia temporária dos músculos dos membros. Além disso, o sono
REM estimula as regiões cerebrais relacionadas com o aprendizado, este fator pode ser
importante para o desenvolvimento cerebral normal durante a infância, o que poderia explicar
por que lactentes passam muito mais tempo em sono REM do que os adultos. Alguns
pesquisadores acreditam que os sonhos sejam tentativas do córtex de encontrar significado em
estímulos aleatórios recebidos durante o sono REM, deste modo, é possível que o córtex tente
'interpretar' estímulos aleatórios oriundos da ponte durante o sono REM e crie uma 'história'
oriunda da atividade cerebral fragmentada
E por fim, foram descritos até o momento mais de 80 distúrbios do sono, muitos dos
quais podem ser controlados efetivamente quando corretamente diagnosticados. Dentre os
mais comuns, incluem-se: insônia, apnéia do sono, síndrome das pernas inquietas e
narcolepsia. O diagnóstico correto é o primeiro passo essencial no sucesso do tratamento de
um distúrbio do sono, e esses exames diagnósticos são utilizados para avaliar pacientes que
relatam sono anormal, muitas vezes com repercussões dramáticas durante o dia, como
cansaço ao despertar, sonolência excessiva diurna e distúrbios da atenção e do humor. Mas
ainda se sabe pouco sobre como os transtornos se manifestam em cada pessoa, devido a sua
alta variedade de sintomas e intensidades.
Pode-se concluir, que as pesquisas na área do sono são ainda pequenas, mas
felizmente, vêm continuamente se expandindo e atraindo a atenção de várias áreas da
neurociência em geral. Assim, com o avanço da tecnologia e o constante surgimento de
técnicas inovadoras de imagem cerebral, o homem será capaz entender como diferentes
regiões do cérebro funcionam durante o sono e como diferentes atividades e desordens nos
afetam. E a partir da compreensão dos fatores que afetam o sono em indivíduos saudáveis e
doentes, poderemos também desenvolver novas terapias e meios de combater o jet lag, os
problemas associados a trabalho em turnos e a narcolepsia.

b) Que papel atualmente tem o conhecimento da neurociência sobre o sono para as


diferentes práticas na atuação do psicólogo? Argumente com ao menos 5 exemplos
práticos.

Atualmente o psicólogo tem um papel importante no tratamento de doenças


relacionadas ao sono, mas principalmente tem um papel essencial em desenvolver e aplicar
métodos preventivos qualificados para que futuramente pessoas que estão predispostas, não
desenvolvam nenhum transtorno. Podemos dar como exemplos, a atuação do psicólogo em
ajudar pacientes a ter uma melhor higiene do sono, seja na escola e em empresas, ou até
mesmo, podem diagnosticar e tratar insônia e narcolepsia.
A higiene do sono é um procedimento baseado primordialmente na psicoeducação do
indivíduo, com a intenção de otimizar uma rotina de hábitos saudáveis a fim de eliminar
fatores tanto ambientais como comportamentais que interferem na qualidade do sono. A partir
dos conhecimentos adquiridos da neurociência sobre o sono, o psicólogo pode aconselhar os
pacientes a: realizar exercícios físicos exclusivamente durante amanhã ou nas primeiras horas
da tarde; comer uma refeição leve acompanhada de ingestão de água limitada durante o jantar;
evitar a nicotina, o álcool e as bebidas que contenham cafeína; providenciar que a cama, o
colchão e a temperatura do quarto sejam agradáveis; regularizar a hora de deitar e levantar;
utilizar o quarto somente para dormir; e manter a atividade sexual. Importante inferir, que
apesar de o álcool ser um facilitador do sono, induz a um sono de qualidade ruim e
fragmentada e leva à dependência alcoólica (Mello, Passos, Tufik, Poyares, & Santana,
2007).
Baseando nos seus conhecimentos de higiene do sono e estruturas cerebrais os
psicólogos podem atuar tanto na área escolar como também nas empresas, dentre outros.
Assim, os psicólogos escolares podem intervir como auxilio para crianças e jovens que
apresentem dificuldades de aprendizado. A partir dos conhecimentos do profissional sobre os
principais aspectos do sono e da vigília, ele poderá trabalhar em conjunto com os pacientes,
onde buscará identificar possíveis práticas ou eventos que esteja atrapalhando a higiene do
sono, já que, como é bastante difundido, sabe-se que um sono adequado é essencial para o
processo de aprendizagem. Além disso, seria importante ele explicar as conseqüências de uma
noite mal dormida, sendo elas de origem biológica, que trazem conseqüências imediatas ao
organismo e incluem alterações fisiológicas como cansaço, fadiga, falhas de memória,
dificuldade de atenção e de concentração, hipersensibilidade para sons e luz, taquicardia e
alteração do humor.
Já na área de empresas, os psicólogos organizacionais também podem se beneficiar e
muito dos conhecimentos neurocientíficos sobre o sono. Poderia auxiliar demonstrando
primeiramente, que o sono é extremamente importante para o aprendizado e para a
produtividade humana, e que falta de sono e pode causar vários prejuízos como: o aumento
dos afastamentos por atestados médicos, já que profissionais que têm distúrbios do sono ficam
mais doentes do que os que não possuem; pode acontecer também queda na produtividade
causando prejuízo à empresa, levando em conta que profissionais que possuem distúrbios do
sono não são tão produtivos quanto poderiam, isso causa um déficit na empresa. Além disso,
pode ter resultados péssimos para a pessoa como redução na capacidade mental, sendo elas
dificuldade na tomada de decisões, resolução de problemas e desafios. Com tudo isso, o
psicólogo deve propor medidas interventivas para avaliar os hábitos de sono dos funcionários
e propor horários de cochilos para os funcionários dentro do expediente de trabalho.
O Transtorno de Insônia é definido como dificuldade persistente para início,
manutenção e consolidação do sono que ocorre a despeito de adequada oportunidade para
adormecer e que resulta em prejuízo diurno ocorrendo por ao menos, 3 vezes por semana, por
ao menos 3 meses. Um psicólogo com os conhecimento necessários colocaria como objetivos
dos tratamentos: modificar situações e pensamentos que mantenham a insônia; modificar os
hábitos inadequados com relação ao sono; reduzir o despertar autonômico e cognitivo; alterar
crenças e atitudes sobre o sono, além de educar os pacientes sobre práticas saudáveis para o
sono. Para alcançar esses objetivos, seria necessário que o profissional (embasada na TCC)
fizesse explicações sobre a fisiologia do sono e a organização circadiana do ciclo vigília-sono,
além disso, apresentar informações básicas sobre sono e seu funcionamento para entender a as
possíveis formas de manifestação da insônia. E por fim, dar aos pacientes instruções básicas
de mudanças ambientais necessárias e adoção de hábitos mais funcionais com finalidade de
estimular a regularização do ciclo circadiano de Sono (higiene do sono citada anteriormente).
Narcolepsia, pode causar queixas semelhantes à insônia, no entanto diferencia-se da
mesma por sintomas de sonolência diurna, cataplexia, alucinações que estejam relacionadas
ao sono e paralisia do sono. Com o objetivo de tornar o paciente mais alerta durante o dia e
diminuir a ocorrência de cataplexia, o terapeuto poderia se ultilizar de todas as técnicas
anteriormente citadas usadas pela TCC, pois assim, além de trazer um melhor entendimento
da síndrome também traria a desmistificação acerca da mesma e do seu tratamento, a fim de
se usar o mínimo de medicação. Importante inferir, que uma dieta adequada e a prática regular
de exercícios físicos também trazem benefícios, além de se estabelecer uma contínua relação
psicólogo-paciente e seus familiares e amigos.

c) Faça um glossário com ao menos 20 termos relacionados ao sono e que aprendeu na


vídeo aula fornecida.

Higiene do sono: A Higiene do Sono pode ser definida como a mudança ou a organização de
hábitos e atividades buscando a melhor indução e qualidade do sono. Para que essa
organização seja efetiva, é importante descobrir o'que auxilia e o'que prejudica o sono de cada
indivíduo. E se necessário fazer a reestruturação dos hábitos, sendo elas: a alimentação, onde
não se deve comer alimentos “pesados” ou muito próximo ao horário de dormir, assim como a
ingestão de bebidas que contenham cafeína ou substâncias alcoólicas no período da noite; até
mesmo o uso de celular próximo ao horário de dormir.
Templo de Asclépio: No mundo antigo, muitas culturas construíram complexos e templos
elaborados dedicados aos seus curandeiros, eles eram reconhecidos pelo poder de curar uma
variedade de doenças durante o sono e sonhos sagrados. Os ‘templos do sono’ são descritos
como sendo uma espécie de hospital para o corpo espiritual, nestes locais, os estados de sono
e as revelações dos sonhos eram vistos como indicadores importantes de saúde, e os sonhos
eram vistos como uma oportunidade para os mortais se conectarem com energias divinas
superiores, capazes de inspirar curas milagrosas.
Actigrafia: Método de monitoramento dos ciclos de sono/vigília. Consiste em sensores que
conseguem captar informações sobre a temperatura corporal, a frequência cardiovascular, os
níveis de luz do ambiente e também conseguem monitorar a duração do sono profundo em
cada ciclo do sono, assim, a actimetria pode mostrar quando uma pessoa acorda e quão ativa a
pessoa é durante a noite de sono.
Alucinações Hipnagógicas: São alucinações que acontecem ao adormecer. Quando
acontecem durante o despertar são chamadas hipnopômpicas. Elas podem ou não estar
associadas à paralisia do sono e com freqüência são visuais, com visão de vultos, animais,
pessoas, objetos, etc. E os sintomas aparecem, normalmente, durante a segunda década de
vida.
Área Cingular: Região cerebral responsável por criar enredos que reproduzam os problemas
e o plano do indivíduo que sonha, sendo que ela foca nos problemas diários e tem a
capacidade de propor formas de solucioná-los.
Gripe do Sono: Foi uma doença com os diversos sintomas, sendo eles desde uma profunda
sonolência, até dores de cabeça, calafrios, tremedeiras ou simplesmente se apresentava como
uma insônia (essas pessoas simplesmente não conseguiam adormecer de forma alguma e
depois de um tempo nessa situação, elas enlouqueciam e morriam). Devido a falta de
conhecimento suficiente na época, milhares de pessoas morreram e até hoje não se sabe ao
certo o que provocou a doença, mas foi a partir dela que muitas dúvidas surgiram em torno do
cérebro e corroborou em vários estudos subsequentes.
Sono Rem: O sono é composto basicamente pelas fases não-REM e REM (Rapid Eye
Movement), que apresentam características e estágios distintos entre elas (Cada uma tem a
sua importância durante a noite de sono). A fase do sono REM é quando acontece o descanso
profundo e é essencial para a recuperação da energia física para acordar disposto, esta fase é
acompanhada por uma série de alterações fisiológicas. Sendo uma delas a atividade muscular,
que normalmente registrada nos músculos submentonianos, atinge os níveis mais baixos
durante o sono REM, além disso, os eventos fásicos do sono REM são observados por um alto
grau de ativação autonômica, incluindo freqüências cardíaca e respiratória elevadas e
irregulares e elevações da pressão arterial.
Importância do sono: Repõe as energias, revigora o corpo e a mente e nos regula para uma
nova jornada. É durante este intervalo que o corpo fortalece o sistema imunológico, libera a
secreção de hormônios e consolida a memória, entre outras funções de extrema importância
para o funcionamento correto do organismo. Também tem grande relevância no humor, pois
uma baixa qualidade do sono gera estresse e irritabilidade. Logo, a pessoa que não dorme bem
pode apresentar sinais de cansaço, ansiedade, falta de disposição e até mesmo nervosismo.
Dormir mal e pouco durante a noite influencia a saúde e contribui para o surgimento de
doenças como diabetes, alterações no sistema imunológico e problemas psicológicos. Ter um
sono regulado e de qualidade gera impactos na rotina e é um assunto que merece ser
considerado.
Distúrbio Hipnótico dependente: É a dependência de substâncias para dormir, ou seja, a
pessoa não consegue dormir sem o uso de remédios. Isso pode acarretar vários efeitos
negativos na vida da pessoa, sendo eles, a habituação do remédio (a substância vai
“perdendo” o efeito com o tempo) e também pode ocorrer o efeito de abstinência de
medicamentos Benzodiazepínicos, que geralmente são usados contra sintomas de ansiedade e
insônia, e que geram dependência e, se abandonados sem orientação, causam problemas à
saúde.
Benzodiazepínicos: são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos bastante utilizados na prática
clínica. Possuem a característica de aumentarem a atividade dos receptores gabaérgicos, fato
que aumenta os processos inibitórios que permitem a interrupção da vigília e o começo do
sono. Porém, o uso dessas substâncias deve ser feito com moderação, pois elas causam
extrema dependência e podem até mesmo levar a um distúrbio hipnótico-dependente.
Distúrbio do ciclo circadiano: Os distúrbios do sono ligados ao ritmo circadiano ocorrem
quando o horário interno das pessoas de dormir e acordar (relógio) não está alinhado com o
ciclo de claro (dia) e escuro (noite) da Terra. Os ritmos circadianos são as mudanças regulares
dos estados mentais e físicos que ocorrem em cerca de um período de 24 horas. Esses ritmos
são controlados por uma área do cérebro que é influenciada pela luz (chamado de marca-
passo circadiano). Depois de entrar no olho, a luz estimula as células na parte posterior do
olho (retina) que envia impulsos nervosos a essa área. Esses impulsos enviam um sinal para o
cérebro parar de produzir a melatonina, um hormônio que promove o sono.
Insônia Psicofisiológica: Fatores associados à insônia psicofisiológica (IP) sugerem uma
exagerada percepção da dificuldade para iniciar o sono, Preocupações, ansiedade e medo de
não dormir geram uma qualidade ruim de sono ou estado de impercepção do sono.
Síndrome de Pickwick: É caracterizada pela hipoventilação alveolar crônica associada a
obesidade, sem outra patologia que justifique esse achado respiratório, tendo como quadro
clínico característico hipersonolência, cianose, ronco faringiano, apneia do sono, dispneia aos
mínimos esforços, distúrbios de humor e atenção em um indivíduo obeso com edema de
membros inferiores. Geralmente essas pessoas têm grande dificuldade para dormir e se manter
dormindo, podendo acordar até 100 vezes na noite.
Narcolepsia: É um distúrbio do sono causado por uma alteração no equilíbrio existente entre
algumas substâncias químicas do cérebro. Ele é caracterizado por sonolência excessiva
durante o dia, mesmo quando a pessoa dormiu bem à noite. Os ataques de sono podem ocorrer
a qualquer momento e em situações inusitadas: em pé dentro de um ônibus, durante a consulta
médica, dirigindo o automóvel, ou operando máquinas, por exemplo.
Paralisia do sono: Paralisia do Sono é a condição de acordar, estar desperto, lúcido, mas não
conseguir se mover. É um estado psicofísico caracterizado pela insensibilidade física,
respiração lenta e impossibilidade passageira de mover o próprio corpo, em razão de uma
dissociação entre a sensibilidade e as faculdades motoras. Esse distúrbio acontece geralmente
durante a fase mais profunda do sono, chamado REM (Rapided Eye Movement), que em
português significa movimento rápido dos olhos. Na maioria das vezes, ocorre quando o sono
não está em dia ou o cansaço é muito grande. Nessas situações, a transição do sono REM
(sono mais pesado) para o estado de vigília (sono mais leve) não é automática e, por isso, a
paralisia fica evidente.
Sonambulismo: O sonambulismo é um transtorno do sono que consiste basicamente em
levantar-se da cama, andar ou praticar algum tipo de atividade enquanto ainda está dormindo.
Em termos médicos, o sonambulismo é um distúrbio do sono em que as funções motoras da
pessoa despertam, mas sua consciência permanece inativa. Trata-se, portanto, de um despertar
desequilibrado do cérebro. Crianças entre três e sete anos de idade estão mais propensas a
desenvolver episódios de sonambulismo. Esta é uma fase de desenvolvimento muito intensa
do sistema nervoso e é natural, portanto, que essas mudanças refletem-se no sono das
crianças.
Sonilóquio: É falar dormindo, podendo ser desde frases com sentido até coisas ininteligíveis
ou apenas alguns sons. O sonilóquio pode ocorrer sem causa aparente ou ser consequência de
uma desordem do sono conhecida, como distúrbio de comportamento no sono REM,
sonambulismo, terror noturno e transtornos alimentares relacionados ao sono. Há muitas
razões pelas quais algumas pessoas falam durante o sono (privação de sono, estresse,
consumo de álcool, abuso de substâncias, medicamentos, sonolência diurna,infecções, são
algumas das causas por trás desta atividade).
Sonhos para Freud: Para Freud, o sonho constitui "uma realização (disfarçada) de um desejo
(reprimido)". Possui um conteúdo manifesto, que é a experiência consciente durante o sono, e
ainda um conteúdo latente, considerado inconsciente. Este é composto por 3 elementos: as
impressões sensoriais noturnas (por exemplo, a sensação de sede durante o sono), os restos
diurnos (registros dos acontecimentos da véspera) e as pulsões do id (relacionadas a fantasias
de natureza sexual ou agressiva).
Modelo de ativação síntese: Teoria que apresenta como uma contestação à teoria
psicanalítica sobre os sonhos. Segundo a mesma, nós sonhamos porque ocorreriam disparos
da ponte (estrutura do tronco encefálico) que mandariam sinais para o lobo occipital, região
cerebral responsável pela formação de imagens. Como essa ativação cortical se dá de forma
aleatória, são formadas imagens caóticas, as quais, num segundo momento, sofrem um
processo de síntese, construindo, assim, uma narrativa seqüencial. Portanto, de acordo com a
teoria, os sonhos nascem, no tronco cerebral, sem qualquer significado; eles não estão
disfarçando nada, pelo contrário, expressam de forma transparente a atividade cerebral. Tal
teoria, porém, não explica o conteúdo emocional dos sonhos e nem os sonhos que se repetem
por vezes seguidas.
Estresse pós traumático: casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) resulta em
mudanças distintas nos padrões de comportamento, tais como: sono não reparador,
dificuldade em iniciar o sono, aumento do tempo em vigília e despertar precoce, lembranças
intrusivas do evento, irritabilidade, terror noturno, paralisia do sono e fadiga, o que pode
comprometer a qualidade de vida do sujeito

Referências

Magalhães, F., & Maturana, J. (2007). Sono. In: JANSEN, JM., et al., orgs. Medicina da
noite: da cronobiologia à prática clínica [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ,
103-120. Recuperado de http://books.scielo.org/id/3qp89/pdf/jansen-9788575413364-
09.pdf

Mello, M. T., Passos, G.S., Tufik, S., Poyares, D., & Santana M.G. (2007). Tratamento não
Farmacológico para a Insônia Crônica. Associação Fundo Incentivo à Farmacologia
(AFIF) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Rev.
Bras. de Psiquiatria Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rbp/v29n3/2411.pdf

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