Apostila - Modulo 2 - v1

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T

Fundamentos de Governança de TI | 1
2 | Módulo 2 – Governança Corporativa
Fundamentos de Governança de TI

MÓDULO 2
Governança Corporativa

Brasília
2015

Fundamentos de Governança de TI | 3
Curso elaborado no contexto do Termo de Execução Descentralizada n° 29/2013 entre MP/SE/DTI e
FUB/CDT: Concepção, Instrumentalização e Operacionalização de Processos Avançados em Gestão
de TI.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB


ORÇAMENTO E GESTÃO - MP

Nelson Barbosa Ivan Marques Toledo Camargo


Ministro Reitor

Dyogo Henrique de Oliveira Paulo Suarez


Secretária Executiva – SE Diretor do Centro de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnológico – CDT

Eduardo Cesar Soares Gomes Rafael Timóteo de Sousa Júnior


Diretor da Diretoria de Tecnologia da Informação – Coordenador do Laboratório de Tecnologias
DTI da Tomada de Decisão – LATITUDE

EQUIPE TÉCNICA EQUIPE TÉCNICA


Ana Carolina Dionizio Alves André Costa Drummond
Ana Carolina Romão Degaspari Georges Daniel Amvame-Nze
Daniel Figueiredo Trindade Edna Dias Canedo
Daniela Santos Baldez (Pesquisadores Sêniores)
Fabio Gomes Barros
Joyce Lustosa Belga Anderson Aldi Fernandes Franca
Marco Antonio Fragoso de Souza André Alves Juvenal
Clayton da Silva Lobato
Daniel Alves da Silva
Diego Martins de Oliveira
Edward Lima Marialves de Melo
Gabriel Santos Tavares Da Silva
Karoll Haussler Ramos
Leonardo Silva Leão
Leandro Ligoski
Luiz Fernando Ribeiro Amaral
Marcos José Fernandes Franco
Tiago Ianuck Chaves
Wandemberg Almeida

4 | Módulo 2 – Governança Corporativa


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 | Negócio e Funções de Governança Corporativa. .................................... 13

FIGURA 2.2 | Alinhamento entre governança corporativa e demais governanças .... 13

FIGURA 2.3 | Sistema de Governança Corporativa ......................................................... 14

FIGURA 2.4 | Atribuições de Governança Corporativa .................................................. 20

FIGURA 2.5 | Modelo de Processo Global de Responsabilidade. .................................. 24

FIGURA 2.6 | Casa da Governança do Setor Público ...................................................... 25

FIGURA 5.1 | Integração da EGD com outras estratégias e planos. .............................. 35

Fundamentos de Governança de TI | 5
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANAO Australian National Audit Office


APF Administração Pública Federal
Art. Artigo
CF Constituição Federal
FCS Fatores Críticos de Sucesso
EGD Estratégia de Governança Digital
e-Gov Governo Eletrônico
EGTIC Estratégia Geral de Tecnologia da Informação e
Comunicações
GC Governança Corporativa
GCP Governança Corporativa Pública
GOVTI Governança de TI
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IFAC Federação Internacional de Contadores
LAI Lei de Acesso à Informação
MC Ministério das Comunicações
MP Ministério do Planejamento
MBC Movimento Brasil Competitivo
OECD Organisation for Economic Co-Operation and
Development
PDCA Plan, Do, Check And Act
PDTI Plano Diretor de Tecnologia da Informação
PNBL Programa Nacional de Banda Larga
RH Recursos Humanos
SLTI Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
SISP Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia
da Informação
TCU Tribunal de Contas da União
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

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SUMÁRIO

1. TEORIA DA AGÊNCIA ................................................................................................ 10

1.1 CONFLITOS DE AGÊNCIA ....................................................................................... 11

2. GOVERNANÇA CORPORATIVA .............................................................................. 11

2.1 SISTEMA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................... 14

2.1.1 Boa Governança Corporativa ............................................................................ 15

2.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA PÚBLICA ......................................................... 16

2.2.1 Princípios da Governança Corporativa Pública ............................................. 17

2.2.2 Fatores Críticos de Sucesso em Governança Corporativa Pública .............. 18

2.2.3 Boa Governança Corporativa Pública ..................................................................... 24

2.3 GOVERNANÇA CORPORATIVA PÚBLICA BRASILEIRA ................................. 26

3. GOVERNO ELETRÔNICO .......................................................................................... 28

3.1 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA..................................................................................... 29

4. GOVERNANÇA DIGITAL........................................................................................... 32

4.1 É A EGD A MESMA COISA QUE O GOVERNO ELETRÔNICO?...................... 33

5 PROPÓSITO E CONCEITOS DA EGD ....................................................................... 33

5.1 INTEGRAÇÃO COM OUTRAS ESTRATÉGIAS E PLANOS

GOVERNAMENTAIS ....................................................................................................... 34

5.2 LEGISLAÇÕES PERTINENTES ................................................................................ 36

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 40

REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 41

Fundamentos de Governança de TI | 7
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO II

Este é o segundo módulo de um curso composto por cinco módulos integrados,

a saber: Módulo 01 – Visão geral da organização; Módulo II – Governança

corporativa; Módulo III – Visão geral da organização de TI; Módulo IV – Governança

de TI; Módulo V – Boas Práticas.

Neste Módulo II tratam-se os motivos que levaram ao surgimento da

governança. Depois, são analisados os conceitos de governança corporativa no setor

privado e no setor público. Consequentemente, são apresentados os princípios e os

componentes do sistema de governança.

8 | Módulo 2 – Governança Corporativa


RESULTADOS ESPERADOS DO APRENDIZADO

• Explicar os princípios que envolvem a governança corporativa.

• Destacar os principais elementos motivadores da governança corporativa.

• Definir os conceitos de governança corporativa.

• Definir os conceitos de governança corporativa pública.

• Explicar os benefícios da governança corporativa pública.

• Diferenciar gestão e governança.

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1. TEORIA DA AGÊNCIA

Com o objetivo de introdução ao tema, considere-se o caso de um

empreendedor individual que tenha desenvolvido um negócio com grande potencial

de sucesso, mas a estrutura de sua empresa ainda é pequena para suportar a

magnitude do negócio. Adicione-se o fato de que esse empreendedor não tem

expertise para gerir uma grande corporação. Além disso, um investidor está

interessado em investir 500 mil reais, e a contrapartida é que tal investidor seja o

presidente da empresa, já que possui experiência. Será que o empreendedor se sente

totalmente tranquilo em entregar o seu negócio para esse investidor? Quais serão os

reais interesses dele? Será que divergem dos seus?

Um caso prático que ilustra essa situação é o da Apple. Após um ano do

lançamento do Macintosh, uma das maiores criações da empresa, o fundador Steve

Jobs foi demitido pelo então presidente. Depois de doze anos de afastamento, Steve

Jobs retorna à empresa e a torna uma das maiores companhias do mundo.

Ao que tudo indica, desde muito tempo o conflito de interesses entre

administradores e acionistas já era percebido. Interessados pelo tema, em 1976,

Jensen e Meckling (1976) abordaram a Relação de Agência como um contrato pelo

qual uma ou mais pessoas (principal) contratam outra pessoa (agente) para executar

algum serviço que envolva delegar com alguma autoridade de tomada de decisão.

A partir dessa transferência de autoridade, os interesses e as motivações entre

o Principal e o Agente se tornar divergentes. Para que o relacionamento de Agência

seja bem orquestrado, o Principal e o Agente devem incorrer em custos de

monitoramento e custos de vínculo, assim como conviver com divergências em

algumas tomadas de decisão. Esses custos de monitoramento são denominados de

Custos de Agência, que visam ao alinhamento dos interesses do Agente (gestores)

com os interesses do Principal (proprietários) (JENSEN; MECKLING, 1976).

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1.1 CONFLITOS DE AGÊNCIA

Conforme Jensen e Meckling (1976), o Conflito de Agência de forma resumida

consiste das divergências existentes entre os proprietários e os diretores da empresa.

Sendo os diretores os administradores do dinheiro de outros, considera-se que eles

podem não zelar com o mesmo cuidado e com a mesma vigilância que os donos do

dinheiro.

Portanto, os Custos de Agência são os custos de proteção, controle e

monitoramento do negócio para regular a atuação dos Agentes. Por exemplo, seguro

contra perdas provocadas por má administração ou planos de incentivos que

associam bônus, concessão de ações e outros benefícios ao desempenho dos

administradores (PELANDA, 2006).

Por isso, torna-se necessária a criação de um sistema para monitorar a gestão e

diminuir os Custos de Agência. Esse é o embrião da Governança Corporativa, um

termo que, automaticamente, nasce separado e distinto daquele da gestão

corporativa.

2. GOVERNANÇA CORPORATIVA

O termo Governança Corporativa (GC) foi cunhado a partir das implicações

dos “problemas de agência” (JENSEN; MECKLING, 1976). Para introduzir esse

termo, Jensen e Meckling (1976) explicam que os gestores não detêm a totalidade dos

direitos sobre o retorno do fluxo de caixa residual, que é decorrente da aplicação dos

recursos. Consequentemente, esse fato torna-se um potencial conflito de interesses,

oriundo da relação entre proprietários, acionistas, administradores e demais partes

interessadas. É importante frisar que tais interesses se referem não só aos resultados

financeiros, mas também às diretrizes e às políticas do negócio (CARVALHO, 2002).

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Ainda segundo Jensen e Meckling (1976), para resolver esse problema é

indispensável a divisão entre propriedade (partes interessadas, acionistas,

proprietários), controle e gestão (gestores). Essa separação é obtida por contrato

estabelecido entre a propriedade e o Agente, que tomará decisões para garantir a

perenidade e sustentabilidade do negócio, bem como os interesses dos proprietários.

Assim, destaca-se que o termo governança designa inclusive os instrumentos

que conduzem a coordenação eficaz, por meio de protocolos internos, dos contratos

e das aplicações de normas (WILLIAMSON, 1975; COASE, 1988). Logo, GC é uma

extensão desse conceito, sendo que centrado na organização e em seus respectivos

problemas de Agência.

Conforme Silveira (2014), GC é um conjunto de mecanismos de incentivo e de

controle, internos e externos, que visam a minimizar os custos decorrentes do

problema de Agência.

Para Carvalho (2002), GC é o mecanismo que governa o processo decisório

dentro de uma empresa, representando o conjunto de regras que objetivam

minimizar os problemas de Agência.

A Figura 2.1 propõe uma representação dos conceitos de GC em que o negócio

representa os objetivos da organização. Nesse contexto, cabe à GC garantir, por meio

de controles, as políticas e as diretrizes do negócio à gestão. É válido destacar que a

definição das diretrizes do negócio é de responsabilidade dos proprietários e não da

GC. Finalmente, a GC promove e corrige os caminhos adotados para o alinhamento

entre as gestões da organização com o negócio, por meio de feedback.

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FIGURA 2.1 | Negócio e Funções de Governança Corporativa
Fonte: Ramos, 2015

Quanto à estrutura, frisa-se que a GC pode contemplar outras governanças

que apoiem o cumprimento da missão da GC (IBGC, 2009). Por exemplo, governança

de TI, de recursos humanos (RH), de finanças, de projetos, de auditoria, entre outros.

Essas governanças auxiliam na definição de políticas e de diretrizes específicas do

negócio, além de monitorar e de avaliar as respectivas gestões. A Figura 2.2 destaca a

relação entre a GC e outros tipos de governança.

FIGURA 2.2 | Alinhamento entre governança corporativa e demais governanças


Fonte: Ramos, 2015

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É importante frisar que a Governança de TI é parte da estrutura de GC. Além

disso, vale notar que a estrutura de GC desempenha a função crítica para o

monitoramento e aconselhamento da alta administração, sendo, portanto,

independentes mas articuladas (OECD, 2004; COLES; DANIEL; NAVEEN, 2007).

2.1 SISTEMA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Sobre a estrutura organizacional de GC, tem-se o Conselho de Administração

(do inglês, Board of Directors) como unidade máxima, ao qual se subordinam as

auditorias e os comitês de governanças. A Figura 2.3 apresenta a estrutura

organizacional de GC publicada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

(IBGC), sob a denominação de Sistema de Governança Corporativa.

FIGURA 2.3 | Sistema de Governança Corporativa


Fonte: IBGC, 2009, p.16.

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A respeito do Conselho de Administração, estudos apontam que quanto maior

for a sua independência mais eficiente será o seu monitoramento e as melhorias para

o desempenho organizacional (DUTRA; SAITO, 2002; COLES; DANIEL; NAVEEN,

2007; BOONE et al., 2007; SILVEIRA, 2014).

Segundo a Organisation for Economic Co-Operation and Development – OECD

(2004), um conselho independente é aquele com maior quantidade de conselheiros

independentes.

Acerca do perfil, o IBGC (2009) apresenta três tipos de conselheiros:

• conselheiros independentes – não possuem qualquer vínculo com a

organização, seja de propriedade ou de controle.

• conselheiros externos – não possuem vínculo com a organização, mas

podem ter pertencido aos quadros de funcionários da organização;

• conselheiros internos – fazem parte da organização, seja como

proprietários ou como parte do controle.

Os autores Dutra e Saito (2002) enfatizam que a independência do conselho

está relacionada à maior ou menor influência dos acionistas controladores sobre seus

membros. Nos Estados Unidos da América, a proporção é de 80% de conselheiros

independentes para 20% de conselheiros externos e/ou internos. Já no Brasil, ocorre o

inverso, 20% de conselheiros independentes para 80% de externos e/ou de internos.

2.1.1 Boa Governança Corporativa

Conforme Carvalho (2002), os conceitos sobre GC partem do princípio de que

as empresas pertencem aos acionistas e que, portanto, a administração deve ser feita

em benefício deles. Porém, na realidade, os acionistas majoritários têm maior poder

de influência do que os acionistas minoritários. Assim, a preocupação em assegurar

também os interesses dos acionistas minoritários faz com que a GC ganhe um status

de boa governança (MARQUES, 2007).

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Para Marques (2007), a boa GC agrega valor, apesar de, isoladamente, não ser

capaz de criá-lo. Para isso, a boa GC se relaciona a um negócio de qualidade,

lucrativo e bem administrado, contribuindo para a melhoria do desempenho

organizacional. A boa GC é vinculada a alguns princípios, os quais serão descritos

nas seções seguintes.

2.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA PÚBLICA

Para avaliar a eficiência de qualquer estrutura de governança, seja pública ou

privada, Crew e Twight (1990) discorrem sobre a eficiência e contribuição do Direito

e a importância do comportamento dos custos de transação. Os autores destacam o

estudo de Williamson (1985), que aborda as estruturas de governança privada,

reconhecendo o potencial para a extensão às estruturas de governança pública.

Para Williamson (1985), as estruturas de governança privadas fornecem um

método de atenuar o oportunismo e ajudam a economizar, por meio de uma

racionalidade limitada que conduz à diminuição dos custos de transação. Contudo,

Crew e Twight (1990) afirmam que é desafiador criar estruturas de governança

pública que incorporem algumas das características de governança do setor privado,

tal como a busca contínua pela eficácia e eficiência dos serviços. Além disso, na

governança privada, existem incentivos para o desenvolvimento de estruturas de

governança que atenuam o oportunismo e economizam em racionalidade limitada.

Já no contexto público, o tomador de decisões governamental e o contribuinte

individual parecem divergir no que se refere a estruturas de governança eficientes,

cabendo especialmente frisar que o contribuinte se apropria de apenas uma pequena

parte dos ganhos de eficiência (RAMOS, 2015). Os autores Crew e Twight (1990)

também frisam o aumento do custo social dos programas redistributivos,

assegurando preferências políticas.

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A justificativa para a governança no setor público repousa nesses problemas e

considera fatores como a inexistência de contratos completos, ineficiências nos

processos organizacionais, falta de informações e mau uso dos recursos públicos

(HART, 1995; ANTUNES et al., 2008).

Consequentemente, é necessário o controle e a direção sobre tais interesses

políticos. Assim, a governança corporativa pública (GCP) aparece na administração

pública com o objetivo de mitigar os conflitos advindos dos interesses dos agentes

políticos, dos agentes públicos, da sociedade e demais partes interessadas, de forma

que apresenta similaridades ao que ocorre no setor privado (RAMOS, 2015).

2.2.1 Princípios da Governança Corporativa Pública

A Governança Corporativa Pública (GCP) administra as agências1 do setor

público, por meio dos seguintes princípios, comuns à governança corporativa

privada:

• transparência: necessidade de os altos dirigentes das organizações

públicas apresentarem toda informação relevante aos interessados e se

colocarem à disposição para esclarecimentos, de forma que os

interessados confiem nos processos de tomada de decisão, na gestão e

nos agentes públicos (IFAC, 2001; BARRET, 2005; MARQUES, 2007);

• integridade: necessidade de os altos dirigentes serem honestos e

objetivos, adotando voluntariamente altos padrões de comportamento

que conduzam os interessados ao reconhecimento de que seu

comportamento é probo e apropriado. O cumprimento desse princípio

depende da efetividade do modelo de controle e do profissionalismo

dos agentes públicos (IFAC, 2001);

1 O conceito de agência, conforme apresentado por Giddens (2009), deve ser compreendido enquanto a capacidade dos
atores de fazerem uma diferença.

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• prestação de contas ou responsabilização: necessidade de que os altos

dirigentes assumam integralmente a responsabilidade por decisões e

ações de sua alçada e prestem contas por essas ações, inclusive pelos

resultados alcançados. Para que esse princípio seja cumprido, é

essencial haver uma clara definição de artigos e responsabilidades dos

agentes (IFAC, 2001; BARRET, 2005; MARQUES, 2007); e

• conformidade: conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade

das organizações e, portanto, devem incorporar considerações sociais e

ambientais na definição dos negócios e nas operações das empresas.

Em outras palavras, é a função social da organização que inclui

oportunidades de emprego, qualificação e diversidade da força de

trabalho, e estímulo ao desenvolvimento científico por meio da

estrutura organizacional (ALVARES; GIACOMETTI; GUSSO, 2008).

2.2.2 Fatores Críticos de Sucesso em Governança Corporativa Pública

Para o Australian National Audit Office (ANAO), cuja função na Austrália

assemelha-se à do Tribunal de Contas da União brasileiro, é necessário que as

práticas em governança conduzam a boa governança pública, ou seja, que as

lideranças da organização, do governo e da população se mobilizem para que as

instituições públicas façam bem o seu trabalho (ANAO, 2003). Segundo essa

instituição, a palavra boa se concentra em dois requisitos:

• desempenho - por meio do qual a organização usa seu sistema de

governo para contribuir para o seu desempenho global e a entrega de

seus bens, serviços ou programas; e

• conformidade - em que a organização utiliza os seus arranjos de

governança para assegurar que se cumpram os requisitos da lei,

regulamentos e normas.

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Segundo Fontes Filho (2003), a GCP também aponta para as questões que

incluem a gestão das políticas públicas2, o exercício de poder e o controle na sua

aplicação. Para Procopiuck (2013), a governança em órgãos públicos se certifica que

os empreendimentos públicos terão efetivo potencial de enfrentar problemas

presentes e futuros, sendo entendida como o sistema de proteção dos interesses dos

cidadãos contra os atos lesivos que os agentes públicos podem causar ao patrimônio

público.

Com o objetivo de explorar e delimitar o âmbito de atuação da GCP, é possível

identificar os fatores críticos de sucesso (FCS) de GC no setor público (RAMOS,

2015). Nesse estudo, os FCS foram agrupados em dez categorias: i) auditorias; ii)

código de conduta; iii) relacionamento com grupos de interessados; iv) perfil do

conselho; v) comitês; vi) gestão da mudança; vii) gestão de riscos; viii) gestão da

informação; ix) ouvidoria; x) planejamento e monitoramento do desempenho. A

Figura 2.4 sumariza as atribuições apresentadas.

2 Segundo Procopiuk (2013), as políticas públicas são relacionadas ao interesse público porque afetam, direta ou
indiretamente, todos os membros da sociedade. Sendo formuladas a partir de atividades parlamentares e administrativas
para a resolução de problemas reais. Frisa-se que essas políticas apresentam diretrizes gerais para a ação, envolvendo
interesses coletivos articulados na esfera pública. Para isso, os mecanismos utilizados são orientações normativas para
elaboração de estratégias, programas e planos que procuram adequar meios para atingir determinados fins.

Fundamentos de Governança de TI | 19
FIGURA 2.4 | Atribuições de Governança Corporativa
Fonte: Ramos, 2015

As auditorias são relevantes, uma vez que realizam o exame das contas de

cada unidade da instituição, averiguando o desempenho realizado com o planejado

(ANAO, 2003; SILVEIRA, 2014). O ANAO (2003) sugere que as auditorias internas

tenham foco na revisão dos processos e das funções.

O Código de Conduta define as políticas amplamente comunicadas sobre

conflitos de manipulação de interesses e os padrões de comportamento profissional e

ético. É importante que o gerenciamento de conflitos de interesse considere as partes

interessadas internas e externas (ANAO, 2003).

20 | Módulo 2 – Governança Corporativa


O Relacionamento com Grupos de Interessados trata das partes interessadas,

internas e externas. Sobre as partes externas, são enfatizadas algumas ações (ANAO,

2003; BARRET, 2005; MARQUES, 2007; ALMEIDA et al., 2008; SILVEIRA, 2014):

• Relatório anual de demonstrações financeiras, preparadas de acordo

com especificações das autoridades competentes para o Congresso

Nacional;

• Informação detalhada por meio das demonstrações contábeis

apresentadas ao Congresso Nacional como parte do orçamento federal

a cada ano;

• Comunicação com as partes interessadas, por meio de correios

eletrônicos e site, contendo informações atualizadas sobre pedidos;

• Inquéritos parlamentares transparentes em questões de interesse

público;

• Influência das agências do governo;

• Agenda dos grupos de interesse;

• Apoio da comunidade.

Sobre interessados internos, ANAO (2003) e Kappler e Love (2002) especificam

que o diretor executivo e o diretor financeiro sejam exigentes com Conselho de

Administração a respeito de relatórios financeiros verdadeiros e apropriados.

Sobre o Perfil do Conselho é importante que sejam documentados os objetivos,

as funções e os poderes do conselho ou comitê executivo, bem como os arranjos de

governança revistos em base contínua e de forma detalhada a cada ano ou dois

(ANAO, 2003; RAMAGE, 2009).

Silveira (2014) enfatiza que os cargos de Diretor Executivo e Presidente do

Conselho de Administração devem ser ocupados por pessoas com habilidades

diferentes. Especificamente sobre o Conselho de Administração, esse deve ter de

cinco a nove membros. Outro aspecto importante é que mais de 80% do Conselho de

Administração seja composto por conselheiros externos com mandato unificado de

um ano.

Fundamentos de Governança de TI | 21
Dentro dessa categoria, incluem-se ainda características do perfil dos

conselheiros, quais sejam (ANAO, 2003; BARRET, 2005; RAMAGE, 2009; IFAC,

2013):

• Conhecimento em governança corporativa;

• Pensamento estratégico;

• Alcance de resultados;

• Cultivo de relações produtivas de trabalho;

• Integração e integridade pessoal;

• Atitudes em relação à inovação;

• Comunicação influente.

Outro aspecto importante ao perfil do conselho é a definição do processo

sucessório dos conselheiros, que garanta a continuidade da liderança e não dos

conselheiros (RAMAGE, 2009).

Os Comitês são estruturas de governança específicas, que definem as políticas

e diretrizes de determinadas funções do negócio. A GC deve possuir a documentação

com as definições, com os objetivos, com as funções e com os poderes desses comitês

corporativos (ANAO, 2003).

A Gestão da Mudança define as políticas e diretrizes a fim de mitigar o

“cansaço” das organizações frente a mudanças (RAMAGE, 2009). Segundo Ramage

(2009), a busca por mudanças faz parte da natureza inerente das organizações que

buscam estabilidade em resposta a alterações internas ou externas.

A Gestão de Riscos foca que abordagem da GC seja estruturada, detalhada e

integrada à gestão de riscos. Para isso, a GC identifica e detalha os riscos enfrentados

pela organização como um todo (ANAO, 2003; BARRET, 2005; MARQUES, 2007;

IFAC, 2013). Adicionalmente, citam-se: estabelecimento de gestão de processos

adequados e práticas de gestão de riscos (ANAO, 2003); análise e revisão das

abordagens de gestão de riscos (ANAO, 2003; BARRET, 2005; MARQUES, 2007;

ALMEIDA et al., 2008; BRANCO; CRUZ, 2013); e envolvimento ativo na gestão de

riscos de todos da organização (ANAO, 2003).

22 | Módulo 2 – Governança Corporativa


A Gestão da Informação implica na boa manutenção de registros, tais como

manutenção de arquivo, minutas de reuniões (ANAO, 2003). Além disso, tecnologias

de informação e comunicação (TIC) agregam à gestão da informação, por meio da

criação, armazenamento e recuperação do conhecimento, da informação e dos dados

em tempo hábil (ANAO, 2003; BARRET, 2005). O resultado dessa categoria seria

fazer com que a pessoa certa (tomador de decisão) tenha a informação certa, no

momento certo, a fim de que tome a decisão correta.

A respeito da Ouvidoria, ANAO (2003) destaca que a GC deve contar com

uma ouvidoria própria para investigações, que seja disponível às partes interessadas,

sejam essas internas ou externas.

O Planejamento e Monitoramento do Desempenho inclui planejamento

organizacional e de negócios (KAPPLER; LOVE, 2002; ANAO, 2003; BARRET, 2005).

Especificamente sobre orçamento e planejamento financeiro, esses devem contar com

um sistema claro e robusto (KAPPLER; LOVE, 2002; ANAO, 2003). Para o setor

público, o planejamento da GC deve fazer considerações a respeito das questões das

agências e de governo na elaboração de políticas e execução do programa

(KAPPLER; LOVE, 2002; ANAO, 2003). Outros fatores considerados críticos para o

planejamento são: revisão interna e externa; restrições de tempo; escopo bem

definido; arranjos corporativos e planejamento de negócios; atualização de regras

consistentes relativas às delegações financeiras; e processos de tomada de decisão.

Ainda sobre essa categoria, observa-se o interesse de que sejam definidos os

sistemas de controle internos, bem como os sistemas estruturados que monitoram o

desempenho; planejamento de desempenho e monitoramento de sistemas; planos de

controle de fraude e processos; e processos de controle organizacionais (KAPPLER;

LOVE, 2002; ANAO, 2003; BARRET, 2005; MARQUES, 2007).

Fundamentos de Governança de TI | 23
2.2.3 Boa Governança Corporativa Pública

Conforme Marques (2007), a GCP reforça que é de fundamental importância

considerar a complexidade do setor público, que amplia o âmbito da GCP

organizacional até o poder legislativo. A Figura 2.5 apresenta a separação das

funções executivas e legislativas de governo, uma vez que o parlamento3 (legislatura)

tem autoridade para financiar a aquisição e o uso de recursos de todo o setor público,

sendo que o governo (executivo) é responsável pelos recursos específicos,

planejamento, direção e controle das operações desse setor.

FIGURA 2.5 | Modelo de Processo Global de Responsabilidade


Fonte: Barret, 2005.

A legislatura tem o direito e a responsabilidade de manter o governo

responsável pela gestão e pelas atividades. Algumas das formas para viabilizar essa

responsabilidade são as auditorias e os relatórios elaborados pelo auditor legislativo.

3 Parlamento pode ser definido como Congresso Nacional, que exerce as funções de fiscalização do executivo e
da administração pública e da legitimidade da representação política decorrente de eleições competitivas.

24 | Módulo 2 – Governança Corporativa


A finalidade da boa governança no setor público é garantir que as suas

organizações atuem sempre conforme o interesse público. Com base nessa premissa,

a Federação Internacional de Contadores (IFAC) entende que governança

compreende a estrutura (administrativa, política, econômica, social, ambiental, legal

e outras) posta em prática para garantir que os resultados pretendidos pelas partes

interessadas sejam definidos e alcançados (IFAC, 2001).

Para ilustrar a aplicação de uma estrutura de governança pública, toma-se

como exemplo a estrutura da ANAO, denominada de “A Casa da Governança do

Setor Público”, conforme apresentada na Figura 2.6.

FIGURA 2.6 | Casa da Governança do Setor Público


Fonte: ANAO,2003, p.14

A compreensão da Figura 2.6 é feita pela leitura bottom-up da Casa, em que a

base de sustentação são os valores: liderança, ética e cultura. Depois, consultam-se os

grupos de interessados (internos e externos) para o estabelecimento das regras e para

o planejamento das entregas de GCP. Essa base sustenta a tomada de decisão. Por

fim, toda a estrutura é avaliada e revisada, como o ciclo de melhoria contínua PDCA

(plan, do, check and act). Conforme ANAO (2003), sempre que esses elementos são

Fundamentos de Governança de TI | 25
executados, mantidos e melhorados, a organização desfruta do aumento de confiança

das partes interessadas, uma vez que são informados sobre o processo de tomada de

decisões.

Conforme observado pela ANAO (2003), nesta “Casa”, as relações com as

partes interessadas influenciam a eficácia dos componentes centrais, os quais são:

conformidade interna e acountability; planejamento e monitoramento de desempenho

e; conformidade externa e acountability.

2.3 GOVERNANÇA CORPORATIVA PÚBLICA BRASILEIRA

Segundo o Relatório de Levantamento TC 000.390/2010-0 (BRASIL, 2010), a

definição adotada de GC para APF é a mesma do IBGC (2009, p.19):

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas,


monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre
proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As
boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em
recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar
e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e
contribuindo para sua longevidade.

Essa citação enfatiza que governança e gestão são termos diferentes, já que a

governança tem por finalidade a direção e controle da gestão da instituição (BRASIL,

2010).

Na legislação Brasileira, também estão presentes vários princípios

relacionados à governança, tais como:

• planejamento e controle (DL200/1997, art. 6º);

• transparência e publicidade (CF, art. 37 e LRF);

• moralidade (CF, art. 37);

• impessoalidade (CF, art. 37);

• economicidade (CF, art. 70);

26 | Módulo 2 – Governança Corporativa


• legalidade (CF, arts. 37 e 70);

• legitimidade (CF, art. 70);

• eficiência (CF, art. 37);

• eficácia e efetividade (L10180/2001, arts. 7º, III, 20, II).

Segundo Branco e Cruz (2013), estão previstos, ainda, diversos mecanismos de

governança para as instituições públicas, quais sejam:

• conselhos de representantes da sociedade civil – participação da

sociedade, na gestão da coisa pública, como principal interessada;

• planejamento organizacional – alocação ótima dos recursos

disponíveis e maior transparência, permitindo o controle pelos

interessados;

• comitês internos – alinham os vários gestores quanto a assuntos

complexos e evitam conflitos;

• excelência de pessoal e descentralização administrativa – metas legais

para que as organizações sejam eficazes e eficientes;

• gestão de riscos – redução do impacto negativo dos riscos sobre as

metas organizacionais;

• publicação de planos, portfólios e resultados - instrumentos de

transparência para a sociedade;

• avaliações de desempenho individual e organizacional - práticas

fundamentais para a melhoria contínua da eficiência e da eficácia das

organizações;

• auditoria interna - detecção precoce de riscos;

• controle externo - exercido pelo Congresso Nacional com apoio do

TCU, é o meio pelo qual a sociedade poderá saber se aqueles que

Fundamentos de Governança de TI | 27
administram o Estado estão cumprindo as normas de conduta

(legalidade), agindo no estrito interesse do povo Brasileiro

(legitimidade) e utilizando os recursos públicos nas alternativas que

dão o melhor retorno à sociedade (economicidade).

Para Branco e Cruz (2013), os mecanismos de GCP são úteis para aumentar o

valor obtido da aplicação dos recursos, conferir maior transparência, assegurar a

conformidade com as normas, mitigar riscos de não alcance de metas e melhorar a

prestação de serviços à sociedade. Assim, a sociedade se beneficia e as organizações

públicas amadurecem, tornando-se mais sustentáveis. Ademais, os gestores e altos

administradores podem ser reconhecidos pelo seu valor agregado e pela sua atuação

responsável, beneficiando-se também pelo menor risco jurídico.

3. GOVERNO ELETRÔNICO

Apesar da grande ênfase recebida nos últimos anos, a ideia de governo aberto é

relativamente antiga nos Estados Unidos (PIMENTA; CANABARRO, 2014).

Frequentemente, o governo aberto é percebido como solução para os problemas de

governança, tais como corrupção e má entrega dos serviços públicos, mas também é

associado como inovação e desenvolvimento econômico (NAHON; PELED;

SNKABATUR, 2015). Essa ideia surgiu ainda na década de 1950 como uma espécie

de luta contra a opacidade governamental, que se manteve após o fim da Segunda

Guerra Mundial. Em 1955, o Congresso norte-americano criou um subcomitê especial

sobre informações do governo, que seria a base da Lei de Liberdade de Informação

(Freedom of Information Act). Nos anos 1960, esse subcomitê citou o termo “open

government” pela primeira vez, estando ligado ao “direito de saber” ou “direito à

informação” (PELED, 2013; YU; ROBINSON, 2012).

Outra importante diferenciação é realizada por Yu e Robinson (2012) ao

denotarem que o conceito de “governo aberto” (open government) foi

automaticamente atrelado à ideia de “dados abertos” (open data). O termo “dados

28 | Módulo 2 – Governança Corporativa


abertos” possui foco em informação bruta e não processada, que permite aos

indivíduos chegarem às suas próprias conclusões por meio do emprego de máquinas

e softwares específicos. (YU; ROBINSON, 2012)4.

Nesse sentido, as primeiras ações do governo Obama solicitaram a diversas

agências para lançarem dados abertos, e assim se criou o portal www.data.gov, ainda

em 2009. Essa ação teve repercussão internacional mesmo antes do lançamento oficial

da parceria, uma vez que, já em 2010, o Reino Unido, a Alemanha e o Banco Mundial

lançaram portais de dados abertos (PELED, 2013).

Por outro lado, Yu e Robinson (2012) destacam que governo aberto também

pode significar uma série de ações tomadas visando a tornar um governo mais aberto

e mais transparente, o que não implica o uso de novas tecnologias e, principalmente,

de dados abertos.

3.1 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

O Governo Eletrônico (e-Gov) contempla a ampliação da interatividade e a

participação política nos processos do Estado e facilitação da navegação e o acesso a

portais e serviços de governo em prol da integração, da transparência e do

atendimento das demandas da sociedade (BRASIL, s/d [a]). O e-Gov alinha-se aos

objetivos da comunicação de governo, como: fortalecer a democracia (dados abertos,

redes sociais), prestar contas à sociedade (transparência), comunicação aos cidadãos

(serviços), mensagem no lugar e na hora certa (georreferenciamento, aplicativos

4 Conforme o acordo estabelecido pela Parceria Governo Aberto, são oito princípios que descrevem
basicamente o que significa um dado aberto, a saber:
1) completos;
2) primários (não agregados ou transformados);
3) atuais;
4) acessíveis;
5) processáveis por máquina;
6) acesso não discriminatório (não há necessidade de identificação ou registro para acessá-los);
7) formatos não proprietários (formato no qual não haja controle exclusivo);
8) livres de licenças (não estão sujeitos a regulações de direitos autorais, marcas, patentes ou segredo
industrial).

Fundamentos de Governança de TI | 29
móveis) e interagir com a sociedade (participação, redes sociais). Algumas

realizações relativas ao tema incluem:

• Identidade Digital do Governo (IDG): modelo padrão de portal, que

facilita a busca por informações e a navegação, além de melhorar a

experiência do usuário, com normas e diretrizes que ampliam a

acessibilidade. Inclui a Barra de Governo, que identifica sítios.gov, com

links de acesso direto aos principais canais governamentais.

• Portal de Serviços: por meio desse portal o cidadão pode conhecer

melhor o seguro-desemprego, a farmácia popular, o financiamento

estudantil e centenas de outros importantes serviços prestados pelo

Governo Federal, além de se integrar aos respectivos serviços

transacionais em meio eletrônico, quando existentes.

• Novo Portal Brasil: plataforma moderna, interativa, acessível e portável,

adota a IDG e usa padrões de Governo Eletrônico para organizar as áreas

temáticas.

• Portal Brasileiro de Dados Abertos: acesso centralizado e fácil a 987

conjuntos de dados governamentais.

• Guia de Aplicativos: catálogo de aplicativos de 25 (vinte e cinco)

instituições públicas, adaptado para dispositivos móveis. Exemplo:

informações sobre Imposto de Renda.

• Portal do Servidor: oferece informações e notícias importantes para os

servidores públicos;

• Redes Sociais: criação e revisão de perfis nas principais redes sociais,

bem como a reformulação do Portal e do Blog do Planalto.

• Participa.br: ambiente de discussão organizado em comunidades

temáticas para que a sociedade debata e colabore com as políticas

públicas.

30 | Módulo 2 – Governança Corporativa


O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico tem como princípio a

utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação (TIC), para

democratizar o acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de

serviços públicos com foco na eficiência e efetividade das funções governamentais.

No Brasil, a política de Governo Eletrônico segue um conjunto de diretrizes que

atuam em três frentes fundamentais:

1. Junto ao cidadão;

2. Na melhoria da sua própria gestão interna; e

3. Na integração com parceiros e fornecedores.

O que se pretende com o Programa de Governo Eletrônico brasileiro é a

transformação das relações do Governo com os cidadãos, empresas e também entre

os órgãos do próprio governo, de forma a aprimorar a qualidade dos serviços

prestados; promover a interação com empresas e indústrias; e fortalecer a

participação cidadã por meio do acesso à informação e a uma administração mais

eficiente (BRASIL, s/d [a]).

Fundamentos de Governança de TI | 31
4. GOVERNANÇA DIGITAL

Segundo Brasil (s/d [b]), os Governos de todo o mundo estão buscando

inovação para oferecerem melhores serviços, serem mais eficientes e garantirem a

participação dos cidadãos nas decisões do Estado.

A Governança Digital é a utilização, pelo setor público, de tecnologias da

informação e comunicação, com o objetivo de melhorar a informação e a prestação de

serviços, incentivando a participação dos cidadãos no processo de tomada de decisão

e tornando o governo mais responsável, transparente e eficaz (VERMA et al., 2005).

Conforme Brasil (s/d [b]), o modelo a ser utilizado na Administração Pública

Federal (APF) é baseado no conceito de Governança Digital elaborado pela Unesco.

Atualmente, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI)

objetiva desenvolver a Estratégia de Governança Digital (EGD), para ampliar o

acesso à informação, melhorar a prestação de serviços eletrônicos e promover a

participação social. Logo, espera-se simplificar o trabalho dos servidores públicos

para melhorar o atendimento ao cidadão. Portanto, a EGD definirá diretrizes, metas e

objetivos para o período de 2015 a 2019 e substituindo a Estratégia Geral de

Tecnologia da Informação e Comunicações (EGTIC5).

Em outras palavras, a proposta é utilizar as Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC) como instrumentos capazes de aumentar a participação social,

dar mais transparência às iniciativas públicas e oferecer melhores serviços aos

cidadãos.

São os desafios da EGC:

• Cultura de participação social no Governo Federal com a criação da

Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional

5 Atualmente, EGOVTIC é o principal instrumento orientador dos órgãos filiados ao Sistema de Informática
e Administração do Governo Federal.

32 | Módulo 2 – Governança Corporativa


de Participação Social (Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014);

• Participação do Brasil na Parceria de Governo Aberto (Decreto de 15 de

setembro de 2011);

No Poder Executivo Federal, o Governo Eletrônico (e-Gov) foi estruturado no

início da década de 2000, com a finalidade de priorizar o uso das tecnologias da

informação e comunicação (TIC) para democratizar o acesso à informação, visando a

ampliar o debate e a participação popular na construção das políticas públicas, como

também aprimorar a qualidade e a efetividade dos serviços e informações.

4.1 É A EGD A MESMA COISA QUE O GOVERNO ELETRÔNICO?

Diversas iniciativas internacionais ampliam o conceito de governo eletrônico,

criando condições de tornar a sociedade mais participativa em seus processos

decisórios.

A meta agora é alavancar ainda mais essa participação já incorporada nas ações

de governo, usando as plataformas de TIC desenvolvidas para dar voz ao cidadão no

processo de construção das novas políticas públicas que serão adotadas pelo

Executivo nos diversos setores que compõem o país.

5 PROPÓSITO E CONCEITOS DA EGD

O propósito da EGD é orientar e integrar as iniciativas relativas à Governança

Digital na administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo

Federal, contribuindo assim para aumentar a efetividade da geração de valor público

para a sociedade brasileira, por meio da melhoria do acesso às informações

Fundamentos de Governança de TI | 33
governamentais, dos serviços públicos digitais e da ampliação da participação social

(BRASIL, s/d[b]).

Assim, a EGD pretende convergir os esforços de infraestruturas, de

plataformas, sistemas e de serviços dos diversos órgãos do Sistema de Administração

dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP). Além disso, visa a sensibilizar os

gestores do Governo Federal sobre a importância da Governança Digital para o

Estado brasileiro, bem como agregar valor às principais partes interessadas (BRASIL,

s/d[b]).

Vale frisar que o conceito de valor se relaciona ao desempenho dos

órgãos/entidades, à importância da atuação institucional para o atendimento aos seus

interesses e ao impacto positivo para o país. Gerar valor está, portanto, associado não

com o desempenho institucional, mas com os conceitos de satisfação e de confiança

resultantes desse desempenho, por parte dos públicos-alvo e da sociedade em geral

(BRASIL, s/d[b]).

5.1 INTEGRAÇÃO COM OUTRAS ESTRATÉGIAS E PLANOS


GOVERNAMENTAIS

Visando à orquestração de forma mais eficiente e efetiva das iniciativas de

governo, propõe-se que a EGD esteja alinhada às seguintes estratégias e planos

governamentais (BRASIL, s/d[b]):

• Estratégia de Segurança da Informação e Comunicações e de Segurança

Cibernética da APF, sob a responsabilidade do Gabinete de Segurança

Institucional da Presidência da República;

• Plano de Ação Nacional sobre Governo Aberto, coordenado pela

Controladoria Geral da União;

34 | Módulo 2 – Governança Corporativa


• Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), sob a responsabilidade do

Ministério das Comunicações (MC);

• Programa de Inclusão Digital, sob a coordenação do Ministério das

Comunicações.

Além disso, para o sucesso da EGD, os Planos Estratégicos Institucionais (PEI)

devem estar alinhados aos objetivos e às iniciativas constantes na Figura 5.1.

FIGURA 5.1 | Integração da EGD com outras estratégias e planos


Fonte: Brasil, 2015c

Os órgãos da APF deverão incluir no conteúdo do Plano Diretor de Tecnologia

da Informação (PDTI) as metas e as ações relativas à Governança Digital, que

contribuirão com o alcance dos objetivos dessa estratégia, bem como para propiciar o

aprimoramento de suas práticas de Governança Digital.

Fundamentos de Governança de TI | 35
5.2 LEGISLAÇÕES PERTINENTES

Ao referenciarmos os objetivos de Governança Digital, há que se mencionar a

legislação que, de forma direta ou indireta, está relacionada a essa nova proposta de

integração do governo com a sociedade.

5.1.1 Decreto Cidadão

O Decreto Cidadão (Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009) dispõe sobre a

simplificação do atendimento público prestado ao cidadão e institui a “Carta de

Serviços ao Cidadão”.

Ressaltamos alguns incisos do art.1º, que estão mais intimamente relacionados

ao governo eletrônico:

II - compartilhamento de informações, nos termos da lei;

VI - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e

procedimentos de atendimento ao cidadão e a propiciar melhores condições para o

compartilhamento das informações.

Também no art. 11, o Decreto indica que os órgãos e entidades do Poder

Executivo Federal que prestam serviços diretamente ao cidadão deverão elaborar e

divulgar “Carta de Serviços ao Cidadão”, no âmbito de sua esfera de competência, e

esclarece, em seu § 1º, que “A Carta de Serviços ao Cidadão tem por objetivo

informar o cidadão dos serviços prestados pelo órgão ou entidade, das formas de

acesso a esses serviços e dos respectivos compromissos e padrões de qualidade de

atendimento ao público”.

36 | Módulo 2 – Governança Corporativa


3.2.2 Lei de Acesso à Informação

A Lei de Acesso à Informação (LAI) (Lei nº 12.527/2011) regulamenta o direito

constitucional de acesso às informações públicas. Essa norma entrou em vigor em 16

de maio de 2012 e criou mecanismos que possibilitam, a qualquer pessoa, física ou

jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações

públicas dos órgãos e entidades.

A LAI está muito próxima dos objetivos da Governança Digital, haja vista seu

propósito de tornar as informações de governo transparentes e disponíveis para o

cidadão. Vale ressaltar alguns artigos e incisos da LAI que reforçam a interação desta

com os objetivos da EGD:

Art. 3º Os procedimentos previstos nessa Lei destinam-se a assegurar o direito

fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com

os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I -

observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II -

divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração

pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será

franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e

em linguagem de fácil compreensão.

Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e

procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da

informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da

informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e III -

Fundamentos de Governança de TI | 37
proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua

disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso.

Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os

direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,

bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação

almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou

acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; V -

informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas

à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do

patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos

administrativos.

Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão

utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo

obrigatória a divulgação em sítios oficiais da internet.

Em suma, a LAI está voltada para os interesses dos cidadãos, propiciando

meios de acesso aos dados, de forma segura, garantida e ágil.

3.2.3 Programa Bem Mais Simples

No intuito de diminuir a burocracia e facilitar o ambiente de negócios, foi

lançado, em fevereiro de 2015, o programa Bem Mais Simples (Decreto nº 8414, de 26

de fevereiro de 2015). Os objetivos do Programa Bem Mais Simples são: I - simplificar

e agilizar o acesso do cidadão, das empresas e das entidades sem fins lucrativos aos

serviços e informações públicos; II - promover a prestação de informações e serviços

públicos por meio eletrônico; III - reduzir formalidades e exigências na prestação de

serviços públicos; IV - promover a integração dos sistemas de informação pelos

órgãos públicos para oferta de serviços públicos; V - celebrar o “Pacto Bem Mais

38 | Módulo 2 – Governança Corporativa


Simples Brasil” com os demais Poderes da União e com os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios; e VI - modernizar a gestão interna da administração pública.

Interessante ressaltar que, em seu parágrafo primeiro, “O Programa Bem Mais

Simples Brasil deverá contemplar a atuação integrada e sistêmica na prestação de

serviços públicos, com a aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar

processos e procedimentos de atendimento ao cidadão, às empresas e às entidades

sem fins lucrativos, mediante a utilização de linguagem simples e compreensível”.

Diante desse contexto legal, percebe-se a proximidade dos decretos, programas

e ações mencionados anteriormente, com os propósitos da Governança Digital. A

questão da interatividade, no sentido de o cidadão participar ativamente no

direcionamento das ações do governo, é o alvo. Nesse sentido, alguns países já se

encontram no patamar da integração governo-cidadão.

Fundamentos de Governança de TI | 39
CONCLUSÃO

O presente módulo é o segundo de uma série de 5 módulos do curso de

Fundamentos da Governança de TI. Trata-se apresentar o surgimento e evolução da

ideia de governança, sendo então analisados os conceitos de governança corporativa

no setor privado e no setor público. Consequentemente, são apresentados os

princípios e os componentes do sistema de governança.

Este módulo II é assim colocado, de modo a embasar o tratamento do tema da

governança de TI e suas especificidades funcionais, estruturais e normativas, o que

constitui a temática dos módulos subsequentes.

40 | Módulo 2 – Governança Corporativa


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