NUTRIÇÃO NO

FUTEBOL
SUPLEMENTAÇÃO APLICADA
AO FUTEBOL

INTRODUÇÃO
O futebol é uma das modalidades
que necessita de maiores demandas
físicas durante uma partida. Além
disso, cada partida tem duração de
90 minutos ou mais, atrelado a uma
grande sequência de jogos por tem-
porada, com períodos mínimos de
72h, entre um jogo e outro, e neste
ano de pandemia, jogos em apenas
60h de distância entre o próximo, ge-
rando um grande desgaste físico para
os atletas com grandes sequencias
de jogos.
Embora envolva uma série de re-
quisitos distintos para o êxito em
uma temporada, o suporte nutricional
pode gerar adaptações positivas para
melhora no treinamento, consequen-
temente no desempenho e principal-
mente em reduzir o risco de lesões.
O trabalho do nutricionista nesse
âmbito, vai muito além de prescrever
uma dieta ou cardápio, além de uma
alimentação equilibrada o atleta ne-
cessita de um bom aporte de suple-
mentos, assim como a periodização
de treinamentos, é de suma impor-
tância a periodização dos nutrientes,
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em especial os carboidratos que são
a base para recuperação das reser-
vas de glicogênio muscular, principal
substrato utilizado na formação de
energia.
Existem inúmeras estratégias que
devem ser avaliadas de acordo com
a individualidade do atleta, levando
em conta, peso, percentual de gordu-
ra, posição, número de jogos, objetivo
especifico, visando esses principais
fatores para elaborar uma boa con-
duta, relacionada a alimentação, hi-
dratação e suplementação alimentar
para performance.
Dessa forma é muito importante
avaliar todos os fatores relacionados
com a performance esportiva, como
a recuperação muscular, hídrica, can-
saço físico e mental, para que o atle-
ta esteja recuperado até o próximo
evento esportivo.
A nutrição exerce um papel essen-
cial neste esporte, com estratégias
bem escolhidas é possível determi-
nar variáveis como a melhora no de-
sempenho, recuperação e até mesmo
promover o bem estar do atleta, sen-

do muito importante a boa relação e
contato constante com todos os de-
partamentos, principalmente: de-
partamento de fisiologia, psicologia,
assistência social, treinamento, fisio-
O QUE É IMPORTANTE
SABERMOS SOBRE O FUTEBOL?
Segundo Guerra et. Al, 2001, o fute-
bol é uma modalidade esportiva com
exercícios intermitentes de intensida-
de variável, apresentando uma maior
proporção para atividades aeróbias,
e em menor proporção atividades
anaeróbias de alta intensidade.
Além disso o campo é dividido por
posições onde cada atleta pode ter
respostas distintas dentro de uma
mesma partida. Durante uma partida,
um jogador de futebol, percorre em
média 10 quilômetros, variando entre
caminhada, corrida e sprints, sendo
que dessa distância percorrida cer-
ca de 8-12% são em Sprint, corridas
menos intensas perfazem por volta
de 35% e em alta intensidade entre
8-18% do tempo total, sendo que atle-
tas na posição da zaga percorrem um
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terapia e preparação física, para que
tudo esteja integrado. Trabalhar com
uma equipe multidisciplinar faz toda
diferença para o sucesso de um clube
de futebol.
total em média 9km, os meio campis-
tas por volta de 11km, os atacantes
cerca de 10km e os laterais, conside-
ramos os atletas com maior desgas-
te de corrida e sprints devido a sua
função de defesa e ataque (GUERRA;
SOARES; BURINI, 2001).
É necessário sabermos que essas
variáveis podem sofrer interferência
dependendo de como a equipe adver-
sária irá jogar, táticas optadas pelos
técnicos, se o atleta irá atuar o jogo
todo, ou será substituído durante a
partida, a importância do jogo (se é
“mata mata”, final, ou pontos corri-
dos) até mesmo a qualidade do ad-
versário e sua forma de propor o jogo,
irá influenciar diretamente no que se
determina o desgaste do atleta.
Portanto nós nutricionistas desta

modalidade, não podemos apenas
pensar em alimentos e suplementos,
devemos conhecer e muito do espor-
te que trabalhamos para que possa-
mos oferecer as mais diversas es-
tratégias, levando em conta todos os
fatores relacionados a um treino ou
partida de futebol.
A demanda energética dos treina-
mentos e o calendário anual, fazem
com que os jogadores necessitem
consumir uma dieta balanceada em
macro e micronutrientes, para que
além das questões de desempenho,
recuperação também possa se favo-
recer de uma boa composição nutri-
cional, que irá refletir diretamente na
SUPLEMENTAÇÃO NO FUTEBOL
As necessidades nutricionais de
um jogador de futebol, são diferentes
das recomendações dadas a indivídu-
os praticantes de exercícios físicos ou
inativos fisicamente.
Neste caso existe uma maior ne-
cessidade calórica (geralmente pro-
veniente de carboidratos e gorduras,
visto o seu gasto aumentado), protei-
ca (pois este nutriente é utilizado na
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sua performance.
As necessidades de macro e micro
nutrientes vão depender além dos ci-
clos de treinamentos e competições,
também das mudanças em relação
ao volume e intensidade dos treina-
mentos/jogos. Quando se trata de
atletas de alta performance, em al-
guns momentos priorizaremos além
do alimento, a suplementação, devido
a necessidade de absorção mais rápi-
da, fatores de digestão e por algumas
vezes não conseguir atingir as reco-
mendações somente com alimenta-
ção, devido ao alto gasto calórico que
este esporte proporciona (WILMORE;
COSTILL, 2001).
reparação muscular), hídrica (dian-
te da sudorese excessiva que causa
grande perda de fluidos) assim como
uma série de outros nutrientes ne-
cessários para um bom desenvolvi-
mento muscular e hormonal que atu-
am efetivamente na performance.
Os hábitos alimentares dos atletas
são variados e mudam com frequên-
cia, por isso devem ser rotineiramen-

te submetidos ao acompanhamento e
aconselhamento sobre diretrizes nu-
tricionais saudáveis, principalmente
se tratando de suplementação, onde
o mercado e mídias de hoje, vendem
muita informação, muitas vezes mal
fundamentadas, confundindo o atleta
sobre o que realmente irá ajudá-lo de
forma eficaz e segura.
Os suplementos alimentares são
produtos fabricados em laboratório
de maneira sintética ou proveniente
de alimentos, extraindo apenas suas
SUPLEMENTOS ERGOGÊNICOS
NO FUTEBOL
Quando o assunto é suplementação,
existem inúmeros posicionamentos
publicados pela comunidade científi-
ca, acerca da eficácia dos mais diver-
PROTEÍNAS
A quantidade de proteína na dieta
de um atleta de futebol deve sempre
estar adequada, pois a musculatura
desgastada dos jogos e treinos exi-
ge uma rápida recuperação para que
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47
substancias para complementar uma
alimentação balanceada de maneira
mais rápida.
Muito embora hoje se fale muito
sobre a suplementação, não pode-
mos esquecer de sempre pensar no
alimento como a base de uma dieta
saudável, o suplemento será nosso
grande aliado em se tratando de alta
performance, que é o caso do futebol,
falaremos a seguir sobre cada um de-
les e também sua aplicação prática,
voltada a minha conduta profissional.
sos produtos. Falaremos aqui, sobre
os principais suplementos utilizados
no futebol, com alto grau de seguran-
ça e de comprovação científica.
o atleta não lesione com facilidade,
sendo a proteína a principal fonte
para construção de tecidos e múscu-
los (NABHOLZ, 2007).
Além das fontes alimentares, como:

carnes, ovos, laticínios, leguminosas
a indústria tem chegado no mercado
dos suplementos proteicos com di-
versas alternativas, variando entre:
proteínas derivadas do leite (whey,
caseína), proteína da carne, ovo (al-
bumina) e plantas (ervilha, soja).
CASEÍNA
Rica em aminoácidos como argini-
na e glutamina, trata-se de um su-
plemento de lenta absorção, durando
em média 6 horas para ser absorvido,
mantendo os músculos recebendo a
carga proteica e evitando o catabolis-
mo muscular, estratégia de uso, nor-
malmente mais recomendado a noite
para termos um ganho em relação a
estarmos em repouso.
WHEY PROTEIN
É uma proteína proveniente do
soro do leite, sendo uma das fontes
proteicas com maior concentração de
aminoácidos essenciais por porção.
Por ser ultrafiltrada, a whey pode ser
separada em três tipos, concentrada
(formada por proteína, gordura e car-
boidrato, geralmente mais barata no
mercado), a isolada (formada por até
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48
95% de proteína, zero em carbo e gor-
dura) e a hidrolisada (quebrada em
porções moleculares menores pro-
movendo uma absorção ainda mais
rápida). Além disso o whey parece ter
efeito na resposta imunológica dos
atletas por aumentar a concentração
de glutationa celular.
ALBUMINA
Suplemento derivado da clara do
ovo, rico em aminoácidos essenciais,
vitaminas do complexo B, potássio,
fósforo e ferro, tem o poder de au-
mentar a saciedade já que sua ab-
sorção é lenta, mais rápida do que a
caseína e mais lenta em relação ao
whey protein, e além disso tem uma
vantagem de se um produto de baixo
custo.
PROTEÍNA DA CARNE
Está proteína é comumente utili-
zada por jogadores que possuam in-
tolerância a lactose ou apresentem
alguma resistência na palatabilida-
de para consumo do whey protein,
além disso, também é um produto
com uma ótimo perfil de aminoácidos
e boa concentração de creatina, um

dos principais substratos utilizado na
formação de energia, além de possuir
um rápido potencial de absorção.
PROTEÍNAS VEGETAIS (SOJA
E ERVILHA)
As proteínas vegetais como a soja,
são ricas em antioxidantes como a
isoflavona, aminoácidos como gluta-
mina, arginina, nutrientes que pos-
suem um bom potencial ergogênico.
Ela pode ser encontrada na sua for-
ma concentrada, isolada (zero carbo)
e até mesmo texturizada (carne de
soja). Sua absorção é mais lenta em
relação ao whey por conter um bom
aporte de fibras. A proteína de ervi-
lha por sua vez, tem uma composição
parecida com a da soja, esses suple-
mentos são utilizados na sua maioria
CARBOIDRATOS
Já está bem estabelecido no âmbi-
to esportivo que as células do corpo
necessitam de energia para realizar
e desempenhar a pratica esportiva
com mais vigor.
O glicogênio muscular e hepático
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por jogadores veganos ou intoleran-
tes a lactose, sua dificuldade ainda é
o perfil de palatabilidade.
Pode-se perceber que existem inú-
meros tipos de proteínas, e nesse
caso para sabermos qual seria a ide-
al para o atleta de futebol, devemos
levar em conta, objetivo do atleta, ní-
vel de treinamento, peso, sendo ne-
cessário considerar um consumo de
1,6g/kg até no máximo 2,4g/kg de
proteína total na dieta desse atleta,
levando em consideração alimentos
e suplementos. Qualquer consumo
excessivo de nutrientes será um gas-
to desnecessário, assim como pode
a longo prazo prejudicar a saúde do
atleta por um consumo inadequado
(CLOSE; HAMILTON; PHILP; BURKE;
MORTON, 2016).
são os principais combustíveis para
formação de energia. Para garantir
seu estoque, o jogador de futebol, de-
pende de um consumo adequado em
relação aos carboidratos (MAUGHAN;
BURKE, 2004).

Quando seus níveis caem durante
a primeira parte da partida (primeiro
tempo), a quantidade abaixo do ideal
de glicogênio no corpo do atleta co-
meça a limitar sua capacidade física.
Se na segunda parte da partida (se-
gundo tempo), esse nível já estiver
comprometido e não for adequada-
mente reposto, haverá além do com-
prometimento na performance, risco
de outros danos, como sintomas de
câimbras, dores de cabeça, perda dos
sentidos, desmaio, etc.
Dessa forma devemos trabalhar
com a prevenção dessa depleção
dos estoques ainda no dia que an-
tecede a partida, fazendo estraté-
gias de grandes ofertas de carboi-
dratos no jantar e ceia, procurando
administrar com alimentos e se
necessário com alguns tipos de su-
plementos com base de carboidra-
tos. Na prática de qualquer espor-
te já sabemos que as necessidades
de energia se tornam aumentadas,
quando se trata de futebol, precisa-
mos dar ainda mais ênfase no con-
sumo desse macronutriente por
parte dos atletas, visto que muitas
pesquisas ainda revelam que os
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50
atletas acabam por não consumir
sua necessidade recomendada.
DEXTROSE/ MALTODEXTRINA
O carboidrato é nossa principal fon-
te de energia, sendo a maltodextrina
e a dextrose carboidratos de rápida
absorção que facilitam a entrada de
energia para as células, funcionando
como combustível de um carro, es-
tando disponível no corpo mais ra-
pidamente que outros suplementos
e facilitando a produção de energia
(MAUGHAN; BURKE, 2004).
O consumo desse tipo de suple-
mento no futebol é imprescindível
por ser uma modalidade exaustiva
e intensa, de maneira há não permi-
tir que ocorra uma queda brusca da
glicemia, evitando um esgotamento
rápido do glicogênio. Sendo impor-
tante avaliar a flora intestinal do atle-
ta, para que não haja acometimento
por diarreia, visto que esse tipo de
carboidrato traz bastante água ao lú-
mem intestinal.
PALATINOSE/ WAXYMAZE
A palatinose e o waxymaze, são ti-
pos diferentes de carboidratos, que

são conhecidos por serem absorvidos
de maneira mais lenta, promovendo
adequada demanda de energia du-
rante toda a partida, por garantirem
bons níveis de glicose sérica.
Como conduta acerca dos carboi-
dratos precisamos nos ater ao pré
jogo/treino e intervalo, sendo neces-
sário consumo de 20 – 30 gramas,
podendo intercalar entre alto e bai-
xo potencial de absorção e durante o
intervalo partida/treino mais 20-30
gramas de carboidratos de rápida ab-
sorção, consumindo um total de até
60g de carboidratos (STECKER; HAR-
TY; JAGIM; et al, 2019).
HIPERCALÓRICO
Os hipercalóricos atuam no futebol
como complementos de gorduras, car-
boidratos e proteínas. Devido ao fato de
um gasto energético elevado por par-
te dos atletas, é comum precisarem de
suplementos hipercalóricos para com-
plementarem suas refeições, visto que
não conseguem consumir em forma de
alimento as calorias necessárias para
seu suporte nutricional. Normalmente
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51
A sua forma de consumo irá depen-
der de fatores como capacidade gástri-
ca do atleta, composição de sua última
refeição, se o atleta irá iniciar ou não a
partida ou treinamento. Visto isso vem
a definição da forma de ingestão des-
se carboidrato, sólido (barras de ba-
nana, tablete de doce de leite, wafel de
mel), líquido (água de coco, misturado
a água, adicionado a repositores hi-
droeletrolíticos, energéticos, caldo de
cana), semi sólidos (carbo gel, goma
de carbo). Sua escolha deverá depen-
der dos fatores citados e também da
capacidade financeira que a institui-
ção ou o atleta tem para adquirir.
é utilizado em estratégias de ganho de
peso ou massa muscular por parte de
atletas com metabolismo muito ace-
lerado e que com frequência perdem
peso ou massa.
Sua dosagem irá depender da ne-
cessidade especifica do atleta em
correlação com o gasto calórico e seu
potencial de ingestão de alimentos,
sendo algo bem individualizado.

BETA-ALANINA
A suplementação com Beta-alanina
já tem ficado conhecida entre espor-
tes de alta intensidade, seu objetivo é
de melhorar a performance do exer-
cício e diminuir a fadiga muscular
pós-treino. Estudos apontam que a
Beta-alanina parece ser mais útil em
atividades com duração entre os 60
e o 40 segundos, não sendo direta-
mente causados pela ação da Beta-
-alanina, mas principalmente, por ela
ser um intermediário da síntese de
carnosina no tecido muscular (MAU-
GHAN:, BURKE; DVORAK, et al, 2018).
Até início de novembro de 2020, a
beta-alanina ainda era um suplemen-
to não liberado pela ANVISA, sendo
CAFEÍNA
A cafeína é encontrada natural-
mente nos grãos de café, nas folhas
de chá, no chocolate, e acrescentada
com frequência nas bebidas gasei-
ficadas, para muitas pessoas essa
substância faz parte da dieta diária.
Sua suplementação de forma agu-
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assim os atletas ficavam expostos a
comprar produtos importados ou ma-
nipulados, tendo uma certa preocu-
pação com sua qualidade. Conforme
a publicação no diário, Resolução-Re
Nº 4.502, publicada no Diário Oficial
da União em 9 de novembro de 2020,
o produto foi liberado no Brasil, em
breve devemos ter mais opções no
mercado nacional.
Sua indicação de utilização é de uso
crônico, com doses de 3 a 6g ao dia,
devendo essa dose ser fracionada du-
rante o dia para evitar sintomas de for-
migamento ou parestesia, comuns no
consumo desse suplemento (TREXLER;
SMITH-RYAN; STOUT, 2015).
da estimula o sistema nervoso cen-
tral e exerce efeito indireto sobre a
musculatura esquelética, podendo
aprimorar o desempenho por influen-
ciar os processos que determinam
os estímulos do sistema neuromotor
tanto em exercícios aeróbicos quanto

anaeróbicos, sendo um suplemento
excelente para o futebol, onde vamos
gerar bons resultados na resistência
muscular, velocidade de movimento,
corrida e saltos.
É possível também que essa subs-
tância influencie o processamento dos
estímulos que penetram no sistema
nervoso central a partir dos recep-
tores de adenosina, reduzindo a per-
cepção das sensações relacionadas
com a fadiga muscular. Além disso
sugere-se que o consumo de cafeína
possa aumentar a lipólise no tecido
adiposo, elevando as concentrações
de ácidos graxos livres no plasma e a
disponibilidade destes para o múscu-
lo. Acredita-se que isso resulta numa
maior oxidação de gordura, em favor
da produção de energia, poupando os
estoques de glicogênio.
CREATINA
A creatina é um dos suplementos mais
estudados da atualidade e muito utiliza-
da no âmbito do futebol. É um composto
nitrogenado, derivado dos aminoácidos
glicina, arginina e metionina, sintetizada
pelo fígado, rins e pâncreas.
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53
A recomendação de consumo des-
se suplemento de modo geral indi-
ca-se doses de 3-6 g/kg, sendo que
testes com dosagens acima disso, pa-
recem trazer uma série de efeitos co-
laterais indesejáveis, e não parecem
aumentar a performance, além disso
seu consumo excessivo pode gerar
câimbras por ser um diurético e levar
o atleta rapidamente a desidratação.
Outra indicação é sobre o tempo ide-
al de consumo, onde maiores relatos
indicam ser necessário um consumo
cerca de 30 a 60 minutos antes do
treinamento ou jogo (RICHARDSON;
CLARKE, 2016)
Para avaliar individualmente o con-
sumo, devemos observar qual a tole-
rância do atleta em relação ao consu-
mo de cafeína, só então saberemos a
dosagem e tempo melhor estimados.
Essa amina é encontrada principal-
mente no músculo esquelético, que
possui cerca de 95% da reserva total
de creatina. A disponibilidade reduzi-
da da fosfocreatina (PCr) é uma das
maiores limitações para a performan-

ce muscular durante exercícios físi-
cos de alta intensidade, que é o caso
do futebol, onde sprints, mudança de
direção, saltos, são movimentos que
necessitam da PCr intramuscular,
além disso, sua ingestão adequada
pode aumentar a potência e a capaci-
dade anaeróbia.
A principal aplicação desse suple-
mento no dia a dia do atleta seria com
intuito de aumentar seu conteúdo no
músculo esquelético, local com alta
translocação de energia, com os es-
toques abastecidos esse suplemento
irá oferecer grande melhora da capa-
NITRATOS
Os nitratos tem o poder de equilibrar
os níveis plasmáticos de nitrito e óxido ní-
trico, substâncias que podem levar a uma
facilitação na adaptação ao treinamento.
Essa melhora é capaz de aumentar
a intensidade do jogador por vias de
redução da utilização de oxigênio para
BICARBONATO DE SÓDIO
A suplementação de bicarbonato
de sódio no futebol, pode ser admi-
nistrada com o intuito de realizar o
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cidade de desempenho esportivo.
Suas doses de recomendação são
bem variadas e podem ser consumi-
das em diferentes estratégias: pode
ser dividida em fase de carregamen-
to, 20g ao dia, ou 0,3g/kg/dia duran-
te 5 a 7 dias e posteriormente imple-
mentar a fase contínua consumindo
entre 3-5g diárias, ou apenas consu-
mir a dose segura e eficaz de 3 a 6g/
dia, devendo ser recomendado o au-
mento do consumo de líquidos, para
evitar sintomas de desidratação e
câimbras (MAUGHAN:, BURKE; DVO-
RAK, et al, 2018).
a contração muscular, força contrátil
e eficiência mitocondrial. Sua suple-
mentação é feita através do suco de
beterraba, consumido aproximada-
mente 2 a 3 horas antes da partida ou
treino (MAUGHAN:, BURKE; DVORAK,
et al, 2018).
tamponamento extracelular dos íons
H+, que irá reagir a partir da elevação
do pH plasmático de maneira que re-

duza a quantidade de lactato e H+ no
musculo esquelético sendo converti-
do em ácido carbônico e neutralizado.
É um suplemento de baixo custo
e pode ser administrado de 0,2 a 0.4
g/kg, por volta de 30 a 180 minutos
antes do jogo/ treino. É importante
DOPPING
No âmbito do futebol é comum os
atletas serem submetidos ao contro-
le antidopagem sempre após ao jogo.
Esse controle se deve a prevenção de
que o atleta consuma substâncias que
não são naturais no corpo humano e
que aumentam de uma maneira des-
leal a sua performance, aumentando
força, massa muscular, resistência e
velocidade (ABCD, 2021).
Esse consumo pode ocorrer de duas
formas, o atleta consumir um produ-
to propositalmente, por meio de su-
plementos, medicamentos, pomadas,
ou de maneira não intencional, por
meio de suplementos contaminados
com substancias improprias.
Portanto devemos ter muito cuida-
do com a procedência dos suplemen-
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55
ser testado durante os treinos devi-
do a fortes relatos de uma sensibili-
dade por parte de alguns indivíduos
onde relatam fortes dores abdomi-
nais, nesse caso deve ser administra-
do com muito cuidado (MAUGHAN:,
BURKE; DVORAK, et al, 2018).
tos utilizados com os atletas de fute-
bol, utilizando marcas de confiança,
exigindo laudos e análises dos produ-
tos utilizados, também tendo cuidado
com manipulação de produtos, visto
que, depende de um local isolado de
substâncias que possam causar uma
contaminação cruzada e prejudicar
o atleta, que ficará suspenso até seu
julgamento, e se condenado pode fi-
car meses e até anos sem poder atu-
ar e até sem receber seu salário, pre-
judicando a carreira do atleta.
 56

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