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Recomendação de nutrientes:

adolescente

Apresentação
A adolescência é o período que compreende a idade cronológica dos 10 aos 19 anos, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo uma fase marcada por intensas transformações
físicas, mentais e sociais.

Nessa fase, o corpo está em constante desenvolvimento, e as demandas nutricionais encontram-se


aumentadas, de forma a satisfazer as necessidades nutricionais dos adolescentes. A nutrição
adquire um papel fundamental tanto nas manutenções corporais quanto na formação do hábito
alimentar.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as características físicas dos adolescentes e
suas necessidades nutricionais. Ainda, você vai compreender o excesso de peso entre os
adolescentes e a sua repercussão na vida adulta.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as caracterísitcas físicas dos adolescentes.


• Identificar as necessidades nutricionais típicas dessa faixa-etária.

• Discutir a ocorrência de excesso de peso entre adolescentes e suas repercussões na idade


adulta.
Desafio
A adolescência é uma fase de intensas modificações biológicas, psicológicas e sociais. Nessa fase,
todas as demandas nutricionais estão aumentadas de forma a dar suporte ao desenvolvimento do
indivíduo.

Nesse contexto, imagine que você é contratado para desenvolver um protocolo de atendimento
para a equipe de enfermagem em uma clínica de emagrecimento. Nessa clínica, voce é apresentada
a uma situação recorrente, um caso clínico, e precisa estruturar um modelo de atendimento de
saúde.

Tendo em vista as características físicas e comportamentais dos adolescentes, você deve estruturar
um protocolo de atendimento clínico a ser seguido pela equipe de enfremagem da clínica. O seu
protocolo deve abranger os seguintes tópicos: objetivos da consulta, fatores importantes durante a
avaliação física e os assuntos a serem abordados com o adolescente.
Infográfico
A obesidade representa um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. O aumento
desses índices está relacionado, principalmente, a fatores ambientais, como a redução do tempo
dedicado às atividades físicas, e às mudanças de hábitos alimentares, com a diminuição do aporte
de frutas e vegetais e aumento do consumo de alimentos industrializados e ricos em açúcares e
gorduras, com grande valor calórico.

Confira, no Infográfico a seguir, as principais causas do excesso de peso na adolescência e sua


repercussão na vida adulta.
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Conteúdo do livro
Na adolescência, é sábido que o jovem pode mudar o seu comportamento alimentar por diversos
fatores, como psicológicos, sociais e socioeconômicos, por influência do grupo de amigos, por
rebeldia contra os controles exercidos pela família, por busca de autonomia e identidade, pelo
aumento do poder de compra, pelo hábito de preparar, rotineiramente, o seu próprio alimento, pela
urbanização e pela costume de comer fora de casa.

No capítulo Recomendação de nutrientes: adolescente, da obra Alimentação e nutrição para o


cuidado, você verá as características físicas dos adolescentes, suas necessidades nutricionais e as
repercussão da alimentação na vida adulta.

Boa leitura.
ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃO PARA
O CUIDADO
Pamela Catiuscia
Rodrigues Martins

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Recomendação de
nutrientes: adolescente
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Reconhecer as características físicas dos adolescentes.


„ Identificar as necessidades nutricionais típicas desta faixa etária.
„ Discutir a ocorrência de excesso de peso entre adolescentes e suas
repercussões na idade adulta.

Introdução
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é o
período compreendido entre as idades cronológicas de 10 a 19 anos. Essa
fase, de transição entre a infância e a vida adulta, é marcada por intensas
transformações biológicas, fisiológicas e psicossociais. Além do intenso
crescimento e desenvolvimento, das alterações corporais e hormonais,
o adolescente busca sua identidade, desenvolve novas relações com a
família e grupos, procurando autonomia e independência rumo à vida
adulta.
Nesse contexto, de intensas modificações corporais e hormonais
inerentes ao processo de adolescer, a nutrição exerce papel fundamen-
tal para suprir as demandas de crescimento e desenvolvimento, além
de contribuir para a formação do hábito alimentar, dos saberes e das
representações sobre a alimentação saudável.
Podem aparecer novos hábitos de consumo alimentar, explicáveis
por motivos psicológicos, sociais e socioeconômicos; pela influência
dos grupos de amigos; pela rebeldia contra os controles exercidos pela
família; pela busca de autonomia e identidade; pelo aumento do poder
de compra e, ainda, pelo hábito de preparar rotineiramente seu próprio
alimento. Além desses, devem ser considerados fatores ligados à urba-
nização e ao costume de comer fora de casa.

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2 Recomendação de nutrientes: adolescente

A alimentação dos adolescentes vem sendo entendida como de


grande importância, considerando-se principalmente as relações de
hábitos alimentares inadequados associados ao sedentarismo, o que
pode levar ao desenvolvimento de futuras doenças crônicas não trans-
missíveis (DCNT), como obesidade, diabetes tipo 2, dislipidemia, entre
outras.
O excesso de ingestão alimentar pouco nutritiva e substancial-
mente calórica pode comprometer a saúde do adolescente, a curto,
médio ou longo prazo, levando ao aumento da pressão arterial sis-
têmica, à resistência à insulina, ao aumento da adiposidade corporal
e à alteração do perfil lipídico. Nesse período, a família tem papel
fundamental para o estímulo e formação do hábito alimentar, refletido
principalmente através dos exemplos e atitudes que estimulem um
estilo de vida saudável.
Nesse capítulo, você vai conhecer as características físicas dos adoles-
centes e as necessidades nutricionais típicas desta fase, além de discutir a
ocorrência do excesso de peso em adolescentes e as implicações desse
fato para a vida adulta.

Características físicas de adolescentes


A adolescência é uma fase de grandes mudanças corporais e comportamentais
que definem a passagem para a vida adulta. Normalmente, é subdividida em
três fases:

1. Fase inicial — dos 10 aos 14 anos; é uma etapa marcada pelo distancia-
mento dos pais, menor interesse por assuntos familiares, aproximação
com grupos de amigos afins, necessidade de privacidade e de adaptação
às mudanças corporais.
2. Fase média — dos 15 aos 17 anos; é marcada pela maior aproximação
com grupos de amigos afins, pelo aumento à exposição a situações
de risco, conflitos de imagem corporal e, em geral, pelas primeiras
experiências sexuais.

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3. Fase tardia — dos 17 aos 19 anos; é marcada pela adesão a valores e


comportamentos semelhantes aos dos adultos, reaproximação com os
pais, relacionamentos mais afetuosos e íntimos e a busca por estabilidade
social e econômica, em geral, com a definição de carreira.

Quanto às alterações corporais, começamos observando que, durante esse


período, ocorre acentuado aumento de estatura e ganho de peso. O ganho de
peso deve acompanhar o adequado aumento de estatura para o ganho ponderal
do indivíduo. É muito variável o momento em que cada adolescente inicia o
estirão do crescimento, período caracterizado por intenso crescimento linear
em um curto intervalo de tempo. Em média, sabe-se que ganha 20% da sua
estatura de adulto durante a puberdade.
O ganho de peso na adolescência ocorre em consonância com o ganho
ponderal. Um adolescente tem, em média, de 40% a 50% do seu peso de
adulto na puberdade. A massa muscular aumenta, sendo duas vezes maior nos
meninos. A gordura corporal também se eleva, sendo maior entre as meninas,
deflagrando as diferenças da composição corporal entre os sexos.
O corpo cresce e se desenvolve rapidamente. Aumenta a produção dos
hormônios sexuais, estrogênio, testosterona e progesterona; ocorre o processo
de maturação sexual e inúmeras modificações corporais têm início por efeito
hormonal.Ocorre também a menarca, início do ciclo menstrual e marcador da
vida reprodutiva para o sexo feminino.
As principais mudanças corporais observadas nas meninas são: cresci-
mento dos seios; aparecimento de pelos pubianos e nas axilas; alargamento
dos quadris; diminuição relativa da cintura; crescimento mais acelerado;
desenvolvimento dos órgãos sexuais e aumento do tamanho do útero. No caso
dos meninos, ocorre o aparecimento de pelos pubianos, nas axilas, pernas e
face; o crescimento das mãos e pés, seguido pelo posterior crescimento de
braços e pernas e, por fim, pelo desenvolvimento do tronco; mudança de voz;
aumento do pênis e dos testículos e crescimento da laringe, popularmente
conhecida como pomo de Adão.
Em adolescentes, a taxa de maturação sexual (TMS) é utilizada para avaliar
o grau de maturação sexual nessa fase, conforme o Quadro 1.

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4 Recomendação de nutrientes: adolescente

Quadro 1. Taxas de maturação sexual

Mudanças
Pelo pubiano Genitália
correspondentes

Homens

Estágio 1 Nenhum Pré-puberal

Estágio 2 Pequena Começo do Aumento da atividade


quantidade nas alongamento das glândulas
bordas exteriores peniano sudoríparas
do púbis e
Testículos
escurecimento
ampliados para
leve
um volume
de 5 mL

Escroto
avermelhado
e com textura
alterada

Estágio 3 Cobre o púbis Pênis alongado Mudanças de voz

Testículos Bigode e pelos


aumentados faciais finos
para 8 a 10 mL

Escroto Pelos nas axilas


aumentado
Começo da velocidade
de pico de ganho
de estatura (surto
de crescimento,
de 15 a 20 cm)

Estágio 4 Tipo adulto, Pênis mais longo Final da velocidade


não se estende Testículos de pico de ganho
para as coxas aumentados de estatura
para 12 mL
Mais pelos faciais
Pele escrotal
mais escura Pelos mais escuros
nas pernas

Voz grossa

Possível acne grave

(Continua)

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(Continuação)

Quadro 1. Taxas de maturação sexual

Mudanças
Pelo pubiano Genitália
correspondentes

Homens

Estágio 5 Tipo adulto, Pênis adulto Aumento importante


espalhando-se de massa muscular
para as coxas Testículos
aumentados
para 15 mL

Mulheres

Estágio 1 Nenhum Nenhuma mudança desde a infância

Estágio 2 Pequena Despontar Aumento da atividade


quantidade, dos seios da glândula sudorípara
felpudo, nos Começo da velocidade
lábios médios de pico de ganho
de estatura (surto
de crescimento
de 8 a 13 cm)

Estágio 3 Aumentados, Seios maiores, Final do pico de


mais escuros mas sem ganho de estatura
e crespos separação entre Começo da acne
mamilo e aréola Pelos nas axilas

Estágio 4 Mais abundantes Seios maiores, Possível acne grave


e com textura a aréola e o Início da menarca
grossa mamilo formam
o montículo
secundário

Estágio 5 Adulto, Distribuição Aumento da gordura


espalha-se para adulta de e massa corporal
o meio das coxas tecido mamário,
desenvolvimento
contínuo

Fonte: Adaptado de Mahan e Raymond (2018).

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6 Recomendação de nutrientes: adolescente

Alimentação vegetariana em crianças e adolescentes


Estudos recentes sinalizam que a alimentação de crianças e adolescentes que seguem
um padrão alimentar vegetariano pode, inclusive, ser melhor fornecedora de vitaminas
e minerais do que padrões não vegetarianos.
Leia o manual disponível no link a seguir.

https://goo.gl/CiyvaS

Necessidades nutricionais em adolescentes


As recomendações nutricionais correspondem às quantidades de energia
e de nutrientes que a alimentação diária deve fornecer para satisfazer as
necessidades de quase todos os indivíduos de uma população sadia. Essas
recomendações estão descritas nas diretrizes da ingestão dietética de referência
(DRI, do inglês dietary reference intakes).

Energia
As demandas de necessidade energética são estimadas em kcal e variam de
acordo com velocidade de crescimento, grau de atividade física e composição
corporal. Observe, no Quadro 2, a seguir a estimativa energética para o sexo
masculino, considerado estatura, peso e nível de atividade física.
Já no Quadro 3, a seguir, você pode observar a estimativa energética para
o sexo feminino, considerando estatura, peso e nível de atividade física.
O ganho de peso adequado é acompanhado com base no Índice de Massa
Corporal do Adolescente. Quando ocorre ingestão energética acima da reco-
mendação, isso se reflete em ganho de peso. Do contrário, a ingestão energética
abaixo da recomendação resulta em emagrecimento.

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Quadro 2. Necessidades de energia estimadas (kcal/dia) para adolescentes do sexo masculino

Estatura referencial NAF NAF pouco


Idade Peso referencial (kg [lb]) NAF ativo* NAF muito ativo*
(m [pol]) sedentário* ativo*

9 28,6 (63) 1,34 (52,8) 1,505 1,762 2,018 2,334

10 31,9 (70,3) 1,39 (54,7) 1,601 1,875 2,149 2,486

11 35,9 (79,1) 1,44 (56,7) 1,691 1,985 2,279 2,640

12 40,5 (89,2) 1,49 (58,7) 1,798 2,113 2,428 2,817

13 45,6 (100,4) 1,56 (61,4) 1,935 2,276 2,618 3,038

14 51,0 (112,3) 1,64 (64,6) 2,090 2,459 2,829 3,283

15 56,3 (124) 1,70 (66,9) 2,223 2,618 3,013 3,499

16 60,9 (134,1) 1,74 (68,5) 2,320 2,736 3,152 3,663

17 64,6 (142,3) 1,75 (68,9) 2,366 2,796 3,226 3,754

18 67,2 (148) 1,76 (69,3) 2,383 2,823 3,263 3,804

NAF, nível de atividade física


*As categorias de NAF, com base em caminhadas diárias a 4 km/h, são as seguintes: sedentário, sem atividade

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adicional; baixa atividade, 2,4 a 4,7 km/dia; ativo, 5,6 a 9,3 km/dia; e muito ativo, 12 a 22,5 km/dia.

Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND, 2018, p. 765).
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Quadro 3. Necessidades de energia estimadas (kcal/dia) para adolescentes do sexo feminino

Peso referencial Estatura referencial NAF


Idade NAF pouco ativo* NAF ativo* NAF muito ativo*
(kg [lb]) (m [pol]) sedentário*

9 29 (63,9) 1,33 (52,4) 1,390 1,635 1,865 2,248

10 32,9 (72,5) 1,38 (54,3) 1,470 1,729 1,972 2,376

11 37,2 (81,9) 1,44 (56,7) 1,538 1,813 2,071 2,500


Recomendação de nutrientes: adolescente

12 40,5 (89,2) 1,49 (58,7) 1,798 2,113 2,428 2,817

13 44,6 (91,6) 1,51 (59,4) 1,617 1,909 2,183 3,640

14 49,4 (108,8) 1,60 (63) 1,718 2,036 2,334 3,831

15 52,0 (114,5) 1,62 (63,8) 1,731 2,057 2,362 2,870

16 53,9 (118,7) 1,63 (64,2) 1,729 2,059 2,368 2,883

17 55,1 (121,4) 1,63 (64,2) 1,710 2,042 2,353 2,871

18 56,2 (123,8) 1,63 (64,2) 1,690 2,024 2,336 2,858

NAF, nível de atividade física

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*As categorias de NAF, com base em caminhadas diárias a 4 km/hh, são as seguintes: sedentário, sem atividade
adicional; baixa atividade, 2,4 a 4,7 km/dia; ativo, 5,6 a 12,8 km/dia; e muito ativo, 12 a 22,5 km/dia.

Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND, p. 765).
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Proteínas
Proteínas desempenham um importante papel na construção e reparação
dos tecidos corporais, participando da formação de hormônios, enzimas e
anticorpos.
As necessidades proteicas variam de acordo com as necessidades de energia
durante o estirão puberal e podem ser estimadas seguindo a DRI para adoles-
centes, conforme vemos no Quadro 4. Observe que, para jovens entre nove e
13 anos, a recomendação de ingestão é de 34 g/dia. Dos 14 aos 18 anos, é de
52 g/dia para jovens do sexo masculino, e, para jovens do sexo feminino, de
46 g/dia. Para adolescentes que mantiverem dietas restritivas, como vege-
tarianas ou veganas, o teor proteico das refeições deve ser observado com
maior acuidade.

Quadro 4. Necessidades médias estimadas e ingestão diária recomendada de proteínas


e adolescentes

Idade (anos) NME (g/kg/dia) RDA (g/kg/dia)

9–13 0,76 0,95 ou 34 g/dia*

14–18 homens 0,73 0,85 ou 52 g/dia*

14–18 mulheres 0,71 0,85 ou 46 g/dia*

NME, necessidades médias estimadas; RDA, ingestão diária recomendada.


*Com base no peso médio por idade.

Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND,
2018, p. 767).

Carboidratos
Apresentam função energética, garantindo o metabolismo e a temperatura
corporal. São os glicídeos, açúcares e amidos encontrados nos cereais, arroz,
trigo, milho, aveia, farinhas, pães e massas, vegetais e frutas, que constituem
50 a 55%. As necessidades de carboidratos para adolescentes são estimadas
em 130 g/dia (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005). Os adolescentes ativos
devem ingerir uma média de carboidratos um pouco acima da recomendação
para suprir as necessidades calóricas. Por outro lado, jovens inativos ou com

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10 Recomendação de nutrientes: adolescente

morbidades associadas que dificultem a mobilidade, necessitam ingerir menos


carboidratos.
Os carboidratos ingeridos devem ser, preferencialmente, do tipo complexo:
pães, massas e cereais integrais, uma vez que apresentam maior teor de fibras,
conferem maior saciedade, retardam o esvaziamento gástrico, possuem mais
micronutrientes e diminuem a reabsorção de glicose pelo organismo.

Fibras
As fibras desempenham um importante papel na saúde humana, pois oferecem
potencial elevado de micronutrientes, são fundamentais em diversas rotas
metabólicas, auxiliam o funcionamento intestinal e diminuem a reabsorção de
glicose e colesterol. Em adolescentes, a ingestão de fibras é geralmente baixa,
em razão de maus hábitos alimentares. De acordo com as recomendações
nutricionais, a ingestão de fibras entre adolescentes deve ser de 31 g/dia para
meninos de nove a 13 anos, 38 g/dia para garotos de 14 a 18 anos e 26 g/dia
para garotas de nove a 18 anos (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005).

Lipídeos
Os lipídeos desempenham importante função energética no corpo humano,
participando da síntese de hormônios e da formação de membranas celulares,
protegendo órgãos vitais e atuando como isolante térmico e meio de transporte
para vitaminas lipossolúveis.
Comumente, são encontrados em fontes animais, como as carnes, leite
e seus derivados, e em vegetais, a exemplo do coco e do cacau. Em geral, a
população brasileira apresenta um consumo de gordura saturada acima das
recomendações. Assim, deve-se estimular que os adolescentes priorizem o
consumo de gorduras poli-insaturadas, pertencente à série ω-6 e ω-3, presentes
nos óleos de milho, girassol, linhaça, soja e canola.
A recomendação diária de ingestão de lipídeos não está definida para
adolescentes. No entanto, recomenda-se que a ingestão de gorduras não ex-
ceda 30% a 35% da ingestão calórica total, com não mais de 10% das calorias
provenientes de ácidos graxos saturados.
Por outro lado, foram estabelecidas recomendações para a ingestão de
ácidos graxos ω-6 e ω-3, com a intenção de assegurar que os jovens consumam
quantidades adequadas de ácidos graxos essenciais para suprir o crescimento
e o desenvolvimento, além de reduzir o risco de doenças crônicas futuras.

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A ingestão adequada (IA) para ácidos graxos poli-insaturados, segundo o


Institute of Medicine (2005, p. 470), é de:

„ 1,2 g/dia para meninos de nove a 13 anos;


„ 1,0 g/dia para meninas de nove a 13 anos;
„ 1,6 g/dia para meninos de 14 a 18 anos;
„ 1,1 g/dia para meninas de 14 a 18 anos.

Cálcio
O principal determinante da formação óssea é o cálcio presente na dieta.
Quando não há a disponibilidade dietética adequada de cálcio, o organismo
mobiliza a quantidade necessária que estiver presente nos ossos para a corrente
sanguínea, aumentando assim, a fragilidade óssea. A necessidade de cálcio na
adolescência é maior em razão do crescimento rápido, cerca de 1300 mg/dia.
Observamos que a ingestão adequada de cálcio na infância e na adolescência
é fundamental para prevenir doenças como a osteoporose.

Ferro
O ferro é um dos nutrientes mais importantes para o organismo humano por
agir diretamente na produção da hemoglobina, o componente que produz
células vermelhas para o sangue e no transporte do oxigênio para todas as
células do corpo. As necessidades de ferro são mais elevadas durante os
períodos de crescimento ativo em todos os adolescentes e são especialmente
elevadas após o início da menstruação nas mulheres.
A recomendação de ferro para mulheres aumenta de 8 mg/dia, antes do
início das menstruações, para 15 mg/dia, a partir de sua ocorrência. Entre
os adolescentes do sexo masculino, as ingestões recomendadas aumentam
de oito para 11 mg/dia, com concentrações maiores necessárias durante o
estirão de crescimento. As necessidades de ferro permanecem elevadas nas
mulheres após os 18 anos, mas caem para os homens, quando o crescimento
e desenvolvimento estiverem completos.
Quando ocorre a redução dos níveis séricos de ferritina no sangue, há um
indicador da deficiência de ferro que pode resultar em anemias. As anemias
se caracterizam por sintomas físicos como cansaço e fadiga, podendo com-
prometer o desenvolvimento, a aprendizagem e diminuir a imunidade.

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12 Recomendação de nutrientes: adolescente

Vitamina D
A vitamina D desempenha um papel importante, auxiliando na absorção do
cálcio e do fósforo. É absorvida no intestino delgado, necessitando da presença
de gordura na dieta. Recentes evidências sugerem que a vitamina D pode ter
ações além da manutenção da saúde óssea, tais como a modulação do risco
de doenças cardíacas, neoplasias, obesidade, asma e diabetes tipo 1.
A recomendação diária de vitamina D para adolescentes é de 600 UI/dia
(INSTITUTE OF MEDICINE, 2010). Além da exposição solar, é fundamental
o consumo de alimentos ricos em a vitamina D, tais como óleo de fígado de
peixe, peixes como sardinha, salmão, atum, gema de ovo e fígado.

Aprenda mais sobre o consumo alimentar e o padrão de refeições de adolescentes,


no artigo de Leal et al, disponível no link a seguir.

https://goo.gl/U45yC2

O excesso de peso entre adolescentes e suas


repercussões na idade adulta
A alimentação balanceada na adolescência é fundamental, pois além de satis-
fazer as elevadas necessidades de nutrientes durante essa fase, serve também
para criar e manter bons hábitos alimentares para toda a vida.
Neste período, a alimentação dos adolescentes é um fator que costuma
preocupar os pais, pois a influência dos grupos de amigos, a rebeldia contra
os controles exercidos pela família, a busca de autonomia e identidade, o
aumento do poder de compra, o hábito de preparar rotineiramente seu próprio
alimento, a urbanização e o costume de comer fora de casa, podem levar o
adolescente a desenvolver novos hábitos alimentares, nem sempre saudáveis.
O padrão alimentar adotado deve refletir uma alimentação equilibrada em
macro e micronutientes, considerando os aspectos qualitativos e quantitativos
da dieta. Caso contrário, o hábito alimentar pode repercutir negativamente, a
longo prazo, sobre a saúde futura do indivíduo maduro.

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Recomendação de nutrientes: adolescente 13

Os determinantes do comportamento alimentar do adolescente são os


listados a seguir.

„ O adolescente percebe a alimentação com o objetivo único de aliviar


a fome, desconsiderando que os alimentos apresentam nutrientes fun-
damentais para sua saúde atual e futura.
„ A alimentação pode ser vista como uma forma de aliviar tensões ou
mesmo de contestação da autoridade, com quebra de padrões, entre os
quais os hábitos alimentares da família, e com a necessidade de reger
seus próprios comportamentos.
„ A necessidade de aceitação grupal é muito importante para os jovens,
que consequentemente adequarão seus padrões alimentares às expec-
tativas do grupo, deixando-se influenciar pelos modismos.
„ Alguns adolescentes desenvolvem preocupações ligadas ao corpo e à
aparência. Excessos e restrições se fazem então presentes, tendo em
vista imagens idealizadas, às vezes irreais.
„ A conveniência e o incentivo da propaganda ao consumo de refeições
rápidas (lanches ou produtos industrializados) podem também modificar
o hábito alimentar do adolescente.
„ Propagandas que mostram imagens de outros jovens consumindo de-
terminados tipos de alimentos de valor nutricional questionável podem
modificar o hábito alimentar dos jovens.

No link abaixo, você poderá assistir a um documentário chamado “Muito além do peso”,
que elucida diversas variantes do comportamento alimentar em crianças e adolescentes.

https://goo.gl/5clmtD

O hábito alimentar dos adolescentes pode sofrer uma série de modificações


nessa fase, motivadas por influência de amigos, questões rotineiras, conve-
niência, entre outros fatores. No entanto, deve-se ter atenção especial com a
incidência de obesidade nessa população.
A obesidade é tida, hoje, como um problema de saúde pública e sua pre-
valência, em todas as faixas etárias, vem aumentando em todo o mundo. “No

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14 Recomendação de nutrientes: adolescente

Brasil, dados do IBGE de 2014 mostram que 15% das crianças entre cinco e
nove anos e 25% dos adolescentes têm sobrepeso ou obesidade” (HERCO-
WITZ, 2017, documento on-line). O aumento desses índices está relacionado
principalmente a fatores ambientais, como a redução do tempo dedicado às
atividades físicas e mudanças de hábitos alimentares, com a diminuição do
aporte de frutas e vegetais e aumento do consumo de alimentos industrializados
e ricos em açúcares e gorduras, com grande valor calórico.
Em função de numerosas atividades exercidas pelo jovem durante o dia,
resta pouco tempo para o planejamento das refeições e escolha dos alimen-
tos. Os hábitos alimentares dos adolescentes são caracterizados por omissão
frequente de refeições ou ingestão de alimentos inadequados, muitos lanches,
dietas de moda e restrição alimentar.
Excesso no consumo de gordura, sal e colesterol também são comuns
nessa fase da vida. As meninas, de modo geral, consomem menor quantidade
de alimentos e são mais propensas a menor ingestão de vitaminas e minerais
que os meninos. As vitaminas e minerais geralmente consumidos abaixo das
necessidades são: vitamina A, E, B6, ácido fólico, cálcio, ferro e zinco.
Rápidos aumentos de peso relacionados ao desenvolvimento de característi-
cas sexuais secundárias podem levar muitas mulheres jovens, que não adotaram
uma imagem corporal madura, a restringir desnecessariamente a quantidade
de comida que ingerem. Homens jovens, por outro lado, são tentados a usar
suplementos nutricionais, esperando obter a aparência muscular de adulto.
Os adolescentes têm sido frequentemente considerados como um grupo de
risco nutricional em razão de seus hábitos alimentares. Muitas vezes deixam
de consumir o café da manhã, pulam algumas refeições e as substituem por
lanches, consumindo alimentos industrializados e refrescos em grande quan-
tidade. O aumento da frequência de excesso de peso e obesidade observado
entre os adolescentes é preocupante, assim como o hábito de fazer regime
para emagrecer, especialmente entre as meninas, que pode determinar níveis
de ingestão inferiores ao recomendado.
Os lanches mais populares nesta idade são os produtos fritos ou com sabores
intensos, doces e chocolates, produtos lácteos, frutas, sucos e pão. Quando os
lanches substituem parcialmente as principais refeições é importante assegurar
que sejam nutritivos, podendo contribuir para uma dieta equilibrada, desde
que os demais alimentos escolhidos sejam adequados.
Para garantir a elaboração de lanches nutritivos, deve-se assegurar que
cada lanche contenha pelo menos uma porção de cada grupo de alimentos
selecionados a seguir.

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Recomendação de nutrientes: adolescente 15

„ alimentos ricos em carboidratos (energéticos): pães, de preferência


integrais ou ricos em fibras, bolachas simples, torradas, cereais, massas
simples;
„ alimentos ricos em proteínas: leite, iogurte, coalhada, queijo, ovo,
presunto magro, peito de peru, carne de boi magra, peixe ou frango;
„ alimentos reguladores (ricos em vitaminas, cereais e fibras): frutas,
sucos naturais, vegetais.

As refeições frequentes em fast foods devem ser evitadas. É importante


avaliar, no contexto da dieta, o alto teor de gordura dos alimentos fornecidos
por este tipo de serviço.
Como certos hábitos alimentares estabelecidos na infância e adolescência
podem resultar em maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, in-
cluindo doença coronária, osteoporose e alguns tipos de câncer na vida adulta,
os esforços para conscientização da importância de uma dieta preventiva
devem começar logo no início desta fase.
Assim, é salutar estimular o adolescente a entender como evitar doen-
ças presentes e futuras relacionadas com a nutrição, explorando sua própria
independência e sua capacidade de tomar decisões e fazer escolhas certas.
Muitas das responsabilidades do adolescente podem se relacionar com seu
bem-estar nutricional.

Por exemplo, a maturidade emocional permite que eles desenvolvam seu próprio
sistema de valores. Com isso, escolhem o que desejam comer. Por isso, devem ser
estimulados a fazer boas escolher alimentares a fim de melhorar seu estado de saúde.

Em estudo sobre o consumo alimentar (considerando energia, macronu-


trientes, cálcio, ferro e vitamina A) e a omissão de refeições ou sua substituição
por lanche, de adolescentes de uma escola pública, o consumo energético
total foi inferior ao estimado para 66% dos adolescentes. O percentual de
carboidratos foi abaixo do recomendado e o de lipídeos e proteínas acima do
recomendado. Houve omissão do café da manhã entre adolescentes e um terço
deles substituiu almoço ou jantar por lanche.

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16 Recomendação de nutrientes: adolescente

HERCOWITZ, A. Obesidade na adolescência: causas, consequências e como lidar. Minha


Vida, São Paulo, 31 mar. 2017. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/saude/
materias/30726-obesidade-na-adolescencia-causas-consequencias-e-como-lidar>.
Acesso em: 9 nov. 2018.
INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for calcium and vitamin D. Washington:
nov. 2010. 4 p. Disponível em: <http://www.nationalacademies.org/hmd/~/media/
Files/Report%20Files/2010/Dietary-Reference-Intakes-for-Calcium-and-Vitamin-D/
Vitamin%20D%20and%20Calcium%202010%20Report%20Brief.pdf>. Acesso em: 9
nov. 2018.
INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes: for energy, carbohydrate, fiber, fat,
fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington: The National Academies
Press, 2005. 1331 p. Disponível em: <https://www.nal.usda.gov/sites/default/files/
fnic_uploads/energy_full_report.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J. L. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia: 14. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2018. 1160 p.

Leituras recomendadas
ALVES, M. F. C. et al. Intervenção nutricional em adolescente com obesidade grave:
relato de caso. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v.
12, n. 69, p. 118, jan.-fev. 2018. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/
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BARROS, D. C. et al. Alimentação do adolescente. Rio de Janeiro: Centro Colaborador em
Alimentação e Nutrição – Região Sudeste; Ministério da Saúde, 2007. 16 p. Disponível
em: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_465569599.pdf>. Acesso
em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Alimentação saudável para adolescentes: siga os dez passos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/
geral/10passosAdolescentes.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Indicadores de vigilância alimentar e nutricional: Brasil 2006. Brasília:
Ministério da Saúde, 2009. 142 p. (Série B: Textos Básicos de Saúde). Disponível em:
<http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/indicadores_vigilancia_alimentar_nutri-
cional.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: antropometria e estado
nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística, 2010. 127 p. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.
gov.br/pt/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=245419>. Acesso em: 9 nov. 2018.

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Recomendação de nutrientes: adolescente 17

CASTRO, J. M. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade e os fatores de risco asso-


ciados em adolescentes, Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São
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php/rbone/article/view/657>. Acesso em: 9 nov. 2018.
CIACCIA, M. C. C. A alta prevalência de obesidade em adolescentes de escolas da rede
municipal de Santos e fatores associados. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e
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www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/728>. Acesso em: 9 nov. 2018.
DEPARTAMENTO DE NUTROLOGIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Deficiência
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OLIVEIRA, C. F. et al. Avaliação do consumo de cálcio por adolescentes. Revista Paulista
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PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH;
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PEREIRA, J. A.; OLIVEIRA, R. K. C.; SOUSA, M. I. P. Estado nutricional e consumo de cálcio
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SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. A. P. Tratado de alimentação, nutrição & dietoterapia. 3. ed.
São Paulo: Paya, 2016. 1338 p.
SPANIOL, A. M. Influência da publicidade de alimentos sobre a escolha alimentar de crianças
e adolescentes de escolas públicas do Distrito Federal. 2014. 170 f. Dissertação (Mestrado
em Nutrição Humana)– Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília,
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em: 9 nov. 2018.
TIRAPEGUI, J. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 3. ed. São Paulo: Atheneu,
2013. 504 p.
VITOLO, M. R. (Org.). Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro:
Rubio, 2014. 576 p.

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Dica do professor
A alimentação e a nutrição desenpenham um papel fundamental no crescimento e no
desenvolvimento dos adolescentes, de modo que a ingestão diária de macro e micronutrientes
dentro dos parâmetros de referência são indispesávies para suprir as demendas de
desenvolvimento ósseo, muscular, hormonal, entre outros.

Nesta Dica do Professor, você poderá conferir os principais nutrientes envolvidos no aporte
nutricional dos adolescentes.

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Exercícios

1) A adolescência é uma fase marcada por inúmeras alterações biológicas, psicológicas e


sociais. Dessa forma, a nutrição desenvolve um papel fundamental no suprimento das
demandas de crescimento e desenvolvimento de todas as funções corporais.

Assinale a alternativa correta sobre esse assunto.

A) O início e a duração do estágio de maturação na adolescência pode variar muito entre os


jovens, considerando idade, sexo e questões genéticas.

B) O início e a duração do estágio de maturação na adolescência pode variar muito, de modo


que os meninos iniciam o estágio de maturação antes das meninas. Por esse motivo, as
recomendações nutricionais devem ser maiores nesse grupo, quando comparadas ao sexo
feminino.

C) O processo de maturação e desenvolvimento corporal inicia no mesmo momento para ambos


os sexo, independente das questões genéticas, e as recomendações nutricionais são mais
abundantes para, a fim suprir as demandas dessa fase.

D) O processo de maturação na adolescência tem duração diferente entre os sexos, mas as


demandas nutricionais são iguais, independente da fase em que se encontram e das
diferenças e genéticas e de sexo.

E) O processo de maturação e desenvolvimento corporal na adolescência inicia mais cedo nas


meninas. Em função disso, as recomendações nutricionais são iguais para os dois sexos,
podendo ser diferentes para a idade.

2) O hábito alimentar de uma população ou de um grupo reflete seus valores, costumes e


cultura, podendo refletir, também, o seu estado de saúde ou de doença.

A respeito do hábito alimentar de adolescentes no Brasil, assinale a alternativa correta.

A) A alimentação do adolescente brasileiro caracteriza-se com uma dieta habitual de elevado


consumo de bebidas açúcaradas, fast food, frutas, verduras e baixo consumo de hortaliças.

B) O padrão alimentar do adolescente se assemelha muito ao de seus pares. Buscando


aceitação, pertencimento e adequação aos padrões do grupo, realiza uma dieta rica em
macronutrientes, refletindo em benefícios à sua sáude emocional e física.
C) O padrão alimentar, por vezes, está relacionado à forma de aliviar tensões nessa fase. A dieta
habitual deve considerar o equilibrio e o aspecto quantitativo dos micronutrientes.

D) O padrão alimentar reflete os determinantes do comportamento adolescente. A dieta habitual


deve seguir uma alimentação equilibrada em macro e micronutientes, considerando os
aspectos qualitativos e quantitavos para adolescentes.

E) O padrão alimentar do adolescente brasileiro sofre influência da mídia e reflete adequação e


harmonia em relação aos aspectos qualitativos.

3) Hoje, a obesidade é tida como um problema de saúde pública e sua prevalência, em todas as
faixas etárias, vem aumentando no mundo.

Em adolescentes, esse índice esta relacionado ao quê?

A) Ao hábito de comer carboidratos refinados e gorduras poliinsaturadas na dieta habitual.

B) A adolescentes que comem regularmente, com horários definidos.

C) Ao pouco tempo para o planejamento das refeições e para a escolha dos alimentos.

D) À inclusão de fibras presentes em frutas, legumes e hortaliças na dieta habitual.

E) Ao planejamento e à organização da alimentação diária.

4) A adolescência é uma fase de grandes mudanças corporais e comportamentais. Nessa fase,


há o início do desenvolvimento e do crescimento corporal e da maturação sexual e produção
hormonal se intensifica.

A respeito do desenvolvimento físico dos adolescentes, assinale a alternativa correta.

A) Os hormônios estrógeno e progesterona apresentam um papel importante no


desevolvimento e no crescimento coroporal.

B) A voz fica grave em meninas e aguda em meninos.

C) O ganho de massa muscular é estavél e o de massa gorda é maior.

D) O ganho de massa óssea e muscular é intenso, e o ganho de massa gorda é maior no sexo
masculino.
E) Aparecem pelos escuros, ocorre o aumento das genitálias, o aumento das mamas, a deposição
de gordura nas meninas e o aumento de massa muscular nos meninos.

5) Na adolescência, as necessidades nutricionais estão aumentadas em função da grande


demanda de aporte de nutrientes fundamentais ao crescimento e ao desenvolvimento
corporal.

Assinale a alternativa que melhor representa as demandas dessa fase.

A) A necessidade de carboidratos varia de 10 a 15% do valor energético total diário.

B) A necessidade de carboidratos varia de 30 a 35% do valor energético total diário.

C) A necessidade de carboidratos varia de 20 a 30% do valor energético total diário.

D) A necessidade de carboidratos varia de 15 a 55% do valor energético total diário.

E) A necessidade de carboidratos precisa estar entre 50 e 55% do valor energético total diário.
Na prática
A ingestão de macro e de micronutrientes fundamentais ao crescimento, ao desenvolvimento e à
aprendizagem, como carboidratos, proteínas, lipídios, cálcio, ferro, fibras, etc., deve se suprida
seguindo as recomendações para a faixa etária. Quando o indivíduo excede a ingestão de alimentos
acima das recomendações nutricionais, isso se reflete em ganho de peso, podendo comprometer a
saúde do adolescente até a fase adulta.

Pensando nisso, em uma escola do Sul do país, Juliana, nutricionista contratada, realizou uma
atividade de educação nutricional junto de adolescentes, com o objetivo de abordar a importância
de uma alimentação saudável na infância e na adolescência, bem como os principais nutrientes
envolvidos a partir da representação gráfica de um prato montado por cada estudante, que
representasse sua alimentação habitual.

Observe, Na Prática, como ocorreu a atividade educacional com os alunos.


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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Comportamento alimentar de risco para transtornos


alimentares em adolescentes de uma escola particular de
Lagarto/SE: Uma serie de casos
Este artigo apresenta uma interessante abordagem sobre o comportamento de risco para
transtornos alimentares em adolescentes.

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Uso de suplementos alimentares por atletas adolescentes de


diferentes modalidades esportivas
Este artigo aborda o uso de suplementos alimentares por atletas adolescentes de diferentes
modalidades esportivas.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Em quatro décadas, aumenta em 10 vezes a obesidade de


crianças
Esta reportagem aborda o aumento da obesidade no Brasil, que cresceu exponencialmente nos
últimos anos, se comparado com outros países da América Latina, o que é um índice extremamente
preocupante e requer muita atenção.
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