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adolescente
Apresentação
A adolescência é o período que compreende a idade cronológica dos 10 aos 19 anos, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo uma fase marcada por intensas transformações
físicas, mentais e sociais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as características físicas dos adolescentes e
suas necessidades nutricionais. Ainda, você vai compreender o excesso de peso entre os
adolescentes e a sua repercussão na vida adulta.
Bons estudos.
Nesse contexto, imagine que você é contratado para desenvolver um protocolo de atendimento
para a equipe de enfermagem em uma clínica de emagrecimento. Nessa clínica, voce é apresentada
a uma situação recorrente, um caso clínico, e precisa estruturar um modelo de atendimento de
saúde.
Tendo em vista as características físicas e comportamentais dos adolescentes, você deve estruturar
um protocolo de atendimento clínico a ser seguido pela equipe de enfremagem da clínica. O seu
protocolo deve abranger os seguintes tópicos: objetivos da consulta, fatores importantes durante a
avaliação física e os assuntos a serem abordados com o adolescente.
Infográfico
A obesidade representa um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. O aumento
desses índices está relacionado, principalmente, a fatores ambientais, como a redução do tempo
dedicado às atividades físicas, e às mudanças de hábitos alimentares, com a diminuição do aporte
de frutas e vegetais e aumento do consumo de alimentos industrializados e ricos em açúcares e
gorduras, com grande valor calórico.
Boa leitura.
ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃO PARA
O CUIDADO
Pamela Catiuscia
Rodrigues Martins
Introdução
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é o
período compreendido entre as idades cronológicas de 10 a 19 anos. Essa
fase, de transição entre a infância e a vida adulta, é marcada por intensas
transformações biológicas, fisiológicas e psicossociais. Além do intenso
crescimento e desenvolvimento, das alterações corporais e hormonais,
o adolescente busca sua identidade, desenvolve novas relações com a
família e grupos, procurando autonomia e independência rumo à vida
adulta.
Nesse contexto, de intensas modificações corporais e hormonais
inerentes ao processo de adolescer, a nutrição exerce papel fundamen-
tal para suprir as demandas de crescimento e desenvolvimento, além
de contribuir para a formação do hábito alimentar, dos saberes e das
representações sobre a alimentação saudável.
Podem aparecer novos hábitos de consumo alimentar, explicáveis
por motivos psicológicos, sociais e socioeconômicos; pela influência
dos grupos de amigos; pela rebeldia contra os controles exercidos pela
família; pela busca de autonomia e identidade; pelo aumento do poder
de compra e, ainda, pelo hábito de preparar rotineiramente seu próprio
alimento. Além desses, devem ser considerados fatores ligados à urba-
nização e ao costume de comer fora de casa.
1. Fase inicial — dos 10 aos 14 anos; é uma etapa marcada pelo distancia-
mento dos pais, menor interesse por assuntos familiares, aproximação
com grupos de amigos afins, necessidade de privacidade e de adaptação
às mudanças corporais.
2. Fase média — dos 15 aos 17 anos; é marcada pela maior aproximação
com grupos de amigos afins, pelo aumento à exposição a situações
de risco, conflitos de imagem corporal e, em geral, pelas primeiras
experiências sexuais.
Mudanças
Pelo pubiano Genitália
correspondentes
Homens
Escroto
avermelhado
e com textura
alterada
Voz grossa
(Continua)
(Continuação)
Mudanças
Pelo pubiano Genitália
correspondentes
Homens
Mulheres
https://goo.gl/CiyvaS
Energia
As demandas de necessidade energética são estimadas em kcal e variam de
acordo com velocidade de crescimento, grau de atividade física e composição
corporal. Observe, no Quadro 2, a seguir a estimativa energética para o sexo
masculino, considerado estatura, peso e nível de atividade física.
Já no Quadro 3, a seguir, você pode observar a estimativa energética para
o sexo feminino, considerando estatura, peso e nível de atividade física.
O ganho de peso adequado é acompanhado com base no Índice de Massa
Corporal do Adolescente. Quando ocorre ingestão energética acima da reco-
mendação, isso se reflete em ganho de peso. Do contrário, a ingestão energética
abaixo da recomendação resulta em emagrecimento.
Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND, 2018, p. 765).
Recomendação de nutrientes: adolescente
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Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND, p. 765).
Recomendação de nutrientes: adolescente 9
Proteínas
Proteínas desempenham um importante papel na construção e reparação
dos tecidos corporais, participando da formação de hormônios, enzimas e
anticorpos.
As necessidades proteicas variam de acordo com as necessidades de energia
durante o estirão puberal e podem ser estimadas seguindo a DRI para adoles-
centes, conforme vemos no Quadro 4. Observe que, para jovens entre nove e
13 anos, a recomendação de ingestão é de 34 g/dia. Dos 14 aos 18 anos, é de
52 g/dia para jovens do sexo masculino, e, para jovens do sexo feminino, de
46 g/dia. Para adolescentes que mantiverem dietas restritivas, como vege-
tarianas ou veganas, o teor proteico das refeições deve ser observado com
maior acuidade.
Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, Food and Nutrition Board (2002 apud MAHAN; RAYMOND,
2018, p. 767).
Carboidratos
Apresentam função energética, garantindo o metabolismo e a temperatura
corporal. São os glicídeos, açúcares e amidos encontrados nos cereais, arroz,
trigo, milho, aveia, farinhas, pães e massas, vegetais e frutas, que constituem
50 a 55%. As necessidades de carboidratos para adolescentes são estimadas
em 130 g/dia (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005). Os adolescentes ativos
devem ingerir uma média de carboidratos um pouco acima da recomendação
para suprir as necessidades calóricas. Por outro lado, jovens inativos ou com
Fibras
As fibras desempenham um importante papel na saúde humana, pois oferecem
potencial elevado de micronutrientes, são fundamentais em diversas rotas
metabólicas, auxiliam o funcionamento intestinal e diminuem a reabsorção de
glicose e colesterol. Em adolescentes, a ingestão de fibras é geralmente baixa,
em razão de maus hábitos alimentares. De acordo com as recomendações
nutricionais, a ingestão de fibras entre adolescentes deve ser de 31 g/dia para
meninos de nove a 13 anos, 38 g/dia para garotos de 14 a 18 anos e 26 g/dia
para garotas de nove a 18 anos (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005).
Lipídeos
Os lipídeos desempenham importante função energética no corpo humano,
participando da síntese de hormônios e da formação de membranas celulares,
protegendo órgãos vitais e atuando como isolante térmico e meio de transporte
para vitaminas lipossolúveis.
Comumente, são encontrados em fontes animais, como as carnes, leite
e seus derivados, e em vegetais, a exemplo do coco e do cacau. Em geral, a
população brasileira apresenta um consumo de gordura saturada acima das
recomendações. Assim, deve-se estimular que os adolescentes priorizem o
consumo de gorduras poli-insaturadas, pertencente à série ω-6 e ω-3, presentes
nos óleos de milho, girassol, linhaça, soja e canola.
A recomendação diária de ingestão de lipídeos não está definida para
adolescentes. No entanto, recomenda-se que a ingestão de gorduras não ex-
ceda 30% a 35% da ingestão calórica total, com não mais de 10% das calorias
provenientes de ácidos graxos saturados.
Por outro lado, foram estabelecidas recomendações para a ingestão de
ácidos graxos ω-6 e ω-3, com a intenção de assegurar que os jovens consumam
quantidades adequadas de ácidos graxos essenciais para suprir o crescimento
e o desenvolvimento, além de reduzir o risco de doenças crônicas futuras.
Cálcio
O principal determinante da formação óssea é o cálcio presente na dieta.
Quando não há a disponibilidade dietética adequada de cálcio, o organismo
mobiliza a quantidade necessária que estiver presente nos ossos para a corrente
sanguínea, aumentando assim, a fragilidade óssea. A necessidade de cálcio na
adolescência é maior em razão do crescimento rápido, cerca de 1300 mg/dia.
Observamos que a ingestão adequada de cálcio na infância e na adolescência
é fundamental para prevenir doenças como a osteoporose.
Ferro
O ferro é um dos nutrientes mais importantes para o organismo humano por
agir diretamente na produção da hemoglobina, o componente que produz
células vermelhas para o sangue e no transporte do oxigênio para todas as
células do corpo. As necessidades de ferro são mais elevadas durante os
períodos de crescimento ativo em todos os adolescentes e são especialmente
elevadas após o início da menstruação nas mulheres.
A recomendação de ferro para mulheres aumenta de 8 mg/dia, antes do
início das menstruações, para 15 mg/dia, a partir de sua ocorrência. Entre
os adolescentes do sexo masculino, as ingestões recomendadas aumentam
de oito para 11 mg/dia, com concentrações maiores necessárias durante o
estirão de crescimento. As necessidades de ferro permanecem elevadas nas
mulheres após os 18 anos, mas caem para os homens, quando o crescimento
e desenvolvimento estiverem completos.
Quando ocorre a redução dos níveis séricos de ferritina no sangue, há um
indicador da deficiência de ferro que pode resultar em anemias. As anemias
se caracterizam por sintomas físicos como cansaço e fadiga, podendo com-
prometer o desenvolvimento, a aprendizagem e diminuir a imunidade.
Vitamina D
A vitamina D desempenha um papel importante, auxiliando na absorção do
cálcio e do fósforo. É absorvida no intestino delgado, necessitando da presença
de gordura na dieta. Recentes evidências sugerem que a vitamina D pode ter
ações além da manutenção da saúde óssea, tais como a modulação do risco
de doenças cardíacas, neoplasias, obesidade, asma e diabetes tipo 1.
A recomendação diária de vitamina D para adolescentes é de 600 UI/dia
(INSTITUTE OF MEDICINE, 2010). Além da exposição solar, é fundamental
o consumo de alimentos ricos em a vitamina D, tais como óleo de fígado de
peixe, peixes como sardinha, salmão, atum, gema de ovo e fígado.
https://goo.gl/U45yC2
No link abaixo, você poderá assistir a um documentário chamado “Muito além do peso”,
que elucida diversas variantes do comportamento alimentar em crianças e adolescentes.
https://goo.gl/5clmtD
Brasil, dados do IBGE de 2014 mostram que 15% das crianças entre cinco e
nove anos e 25% dos adolescentes têm sobrepeso ou obesidade” (HERCO-
WITZ, 2017, documento on-line). O aumento desses índices está relacionado
principalmente a fatores ambientais, como a redução do tempo dedicado às
atividades físicas e mudanças de hábitos alimentares, com a diminuição do
aporte de frutas e vegetais e aumento do consumo de alimentos industrializados
e ricos em açúcares e gorduras, com grande valor calórico.
Em função de numerosas atividades exercidas pelo jovem durante o dia,
resta pouco tempo para o planejamento das refeições e escolha dos alimen-
tos. Os hábitos alimentares dos adolescentes são caracterizados por omissão
frequente de refeições ou ingestão de alimentos inadequados, muitos lanches,
dietas de moda e restrição alimentar.
Excesso no consumo de gordura, sal e colesterol também são comuns
nessa fase da vida. As meninas, de modo geral, consomem menor quantidade
de alimentos e são mais propensas a menor ingestão de vitaminas e minerais
que os meninos. As vitaminas e minerais geralmente consumidos abaixo das
necessidades são: vitamina A, E, B6, ácido fólico, cálcio, ferro e zinco.
Rápidos aumentos de peso relacionados ao desenvolvimento de característi-
cas sexuais secundárias podem levar muitas mulheres jovens, que não adotaram
uma imagem corporal madura, a restringir desnecessariamente a quantidade
de comida que ingerem. Homens jovens, por outro lado, são tentados a usar
suplementos nutricionais, esperando obter a aparência muscular de adulto.
Os adolescentes têm sido frequentemente considerados como um grupo de
risco nutricional em razão de seus hábitos alimentares. Muitas vezes deixam
de consumir o café da manhã, pulam algumas refeições e as substituem por
lanches, consumindo alimentos industrializados e refrescos em grande quan-
tidade. O aumento da frequência de excesso de peso e obesidade observado
entre os adolescentes é preocupante, assim como o hábito de fazer regime
para emagrecer, especialmente entre as meninas, que pode determinar níveis
de ingestão inferiores ao recomendado.
Os lanches mais populares nesta idade são os produtos fritos ou com sabores
intensos, doces e chocolates, produtos lácteos, frutas, sucos e pão. Quando os
lanches substituem parcialmente as principais refeições é importante assegurar
que sejam nutritivos, podendo contribuir para uma dieta equilibrada, desde
que os demais alimentos escolhidos sejam adequados.
Para garantir a elaboração de lanches nutritivos, deve-se assegurar que
cada lanche contenha pelo menos uma porção de cada grupo de alimentos
selecionados a seguir.
Por exemplo, a maturidade emocional permite que eles desenvolvam seu próprio
sistema de valores. Com isso, escolhem o que desejam comer. Por isso, devem ser
estimulados a fazer boas escolher alimentares a fim de melhorar seu estado de saúde.
Leituras recomendadas
ALVES, M. F. C. et al. Intervenção nutricional em adolescente com obesidade grave:
relato de caso. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v.
12, n. 69, p. 118, jan.-fev. 2018. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/
rbone/article/view/665>. Acesso em: 9 nov. 2018.
BARROS, D. C. et al. Alimentação do adolescente. Rio de Janeiro: Centro Colaborador em
Alimentação e Nutrição – Região Sudeste; Ministério da Saúde, 2007. 16 p. Disponível
em: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_465569599.pdf>. Acesso
em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Alimentação saudável para adolescentes: siga os dez passos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/
geral/10passosAdolescentes.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Indicadores de vigilância alimentar e nutricional: Brasil 2006. Brasília:
Ministério da Saúde, 2009. 142 p. (Série B: Textos Básicos de Saúde). Disponível em:
<http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/indicadores_vigilancia_alimentar_nutri-
cional.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: antropometria e estado
nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística, 2010. 127 p. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.
gov.br/pt/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=245419>. Acesso em: 9 nov. 2018.
Nesta Dica do Professor, você poderá conferir os principais nutrientes envolvidos no aporte
nutricional dos adolescentes.
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Exercícios
3) Hoje, a obesidade é tida como um problema de saúde pública e sua prevalência, em todas as
faixas etárias, vem aumentando no mundo.
C) Ao pouco tempo para o planejamento das refeições e para a escolha dos alimentos.
D) O ganho de massa óssea e muscular é intenso, e o ganho de massa gorda é maior no sexo
masculino.
E) Aparecem pelos escuros, ocorre o aumento das genitálias, o aumento das mamas, a deposição
de gordura nas meninas e o aumento de massa muscular nos meninos.
E) A necessidade de carboidratos precisa estar entre 50 e 55% do valor energético total diário.
Na prática
A ingestão de macro e de micronutrientes fundamentais ao crescimento, ao desenvolvimento e à
aprendizagem, como carboidratos, proteínas, lipídios, cálcio, ferro, fibras, etc., deve se suprida
seguindo as recomendações para a faixa etária. Quando o indivíduo excede a ingestão de alimentos
acima das recomendações nutricionais, isso se reflete em ganho de peso, podendo comprometer a
saúde do adolescente até a fase adulta.
Pensando nisso, em uma escola do Sul do país, Juliana, nutricionista contratada, realizou uma
atividade de educação nutricional junto de adolescentes, com o objetivo de abordar a importância
de uma alimentação saudável na infância e na adolescência, bem como os principais nutrientes
envolvidos a partir da representação gráfica de um prato montado por cada estudante, que
representasse sua alimentação habitual.
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