Você está na página 1de 48

1

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 4

2 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO ................................................... 5

2.1 Conceitos básicos ......................................................................... 5

2.2 Empreendedores de destaque ...................................................... 8

2.3 Empreendedores e os tipos de empreendedorismo .................... 10

3 O EMPREENDEDORISMO E A MENTALIDADE
EMPREENDEDORA..... ........................................................................................ 12

3.1 Empreendedorismo ..................................................................... 13

3.2 Processos de ação empreendedora ........................................... 16

3.3 Estágios da ação empreendedora .............................................. 18

4 COMPOSIÇÃO DO CAPITAL DE GIRO DE UMA EMPRESA .......... 23

4.1 O que é capital de giro? .............................................................. 23

4.2 Alavancagem financeira e alavancagem operacional ................. 26

4.3 Necessidades do capital de giro ................................................. 27

5 EMPREENDENDO NO MÉTODO PILATES ..................................... 28

5.1 Mercado ...................................................................................... 30

5.2 Localização ................................................................................. 31

5.3 Exigências Legais e Específicas ................................................. 33

5.4 Estrutura...................................................................................... 37

5.5 Pessoal ....................................................................................... 38

5.6 Equipamentos ............................................................................. 39

5.7 Matéria Prima/Mercadoria ........................................................... 41

5.8 Organização do Processo Produtivo ........................................... 41

2
5.9 Canais de Distribuição ................................................................ 43

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 46

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é


semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar,
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

4
2 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO

Empreendedorismo é uma atitude diante de determinadas situações em


que cada profissional poderá ter uma ou outra atuação diante da maneira como
encara seu negócio. Nem todos os empreendedores, portanto, são aqueles que já
trazem consigo as características natas de quem vislumbra soluções. Ao contrário,
o empreendedorismo pode ser uma consequência na vida de algumas pessoas, não
algo que elas realmente buscavam (SAGAH, 2020).

2.1 Conceitos básicos

O conceito de empreendedorismo está vinculado à inovação e criatividade,


bem como a empreendimentos e ao mundo dos negócios em uma perspectiva
empresarial. Contudo, Dornelas (2005) destaca que os empreendedores podem ter
características mais marcantes em um ou outro caso, o que lhes faz pertencer a um
tipo específico de empreendedorismo (SAGAH, 2020).
Confira, a seguir, os sete tipos de empreendedores segundo Dornelas
(2005).

 Empreendedor nato: também é conhecido como empreendedor mitológico.


Trata-se daquela ideia mais comum sobre o empreendedor que transforma
seu pequeno ganho inicial em grandes impérios a partir de habilidades de
negociação que são adquiridas ao longo de sua trajetória. São consideradas
pessoas à frente do seu tempo e buscam a realização de seus sonhos; por
isso, tornam-se grandes exemplos para a história.

 Empreendedor que aprende: esse é o empreendedor considerado


inesperado, porque é aquela pessoa que, quando menos se espera, depara-
se com uma oportunidade e permanece nesse objetivo em prol do seu próprio
negócio. É representado pela história de uma pessoa que teve uma

5
oportunidade batendo a sua porta e, mesmo demorando um pouco, tomou a
decisão de mudar o rumo de sua carreira. Assim, esse empreendedor logo
aprende a lidar com as novas situações que envolvem o convívio com riscos
e novas configurações em seu modelo mental.

 Empreendedor serial: é aquele empreendedor apaixonado pelo ato de


empreender para além das empresas que cria. Seu jargão de atitude é a
expressão “tempo é dinheiro”. Tem a necessidade em pensar em uma grande
corporação, não estando apenas à frente de seus negócios. Por ser uma
pessoa dinâmica, gosta de desafios e sempre quer criar algo novo, deixando
em segundo plano a árdua tarefa de assumir a postura de um executivo que
lidera grandes equipes. Geralmente é atento a tudo que acontece ao seu
redor e adora participar de eventos, associações, conversar com as pessoas,
fazer networking.

 Empreendedor corporativo: é o empreendedor das organizações,


executivo muito competente, com capacidade gerencial e conhecimento de
ferramentas corporativas. Desenvolve estratégias avançadas de negociação
e são hábeis comunicadores. Seu foco é o crescimento no mundo
corporativo. Vendem bem as suas ideias, pois apresentam habilidade de
comunicação para trabalhar em rede e construir seu networking. Sabe
convencer as pessoas a estar em seu time, a adotar as estratégias
construídas por ele, em seus planos ousados e com metas compensatórias.

 Empreendedor social: é envolvido em causas humanitárias, feitas para


construir um mundo melhor. Seu envolvimento nessas causas ocorre de
maneira singular, com muito comprometimento, pois deseja mudar o mundo.
Seus projetos passam pela necessidade de argumentação e engajamento, a
exemplo dos outros tipos, com a diferença de que o ganho aqui se refere ao
próximo. Por isso, seu papel é de grande relevância, já que busca sanar as

6
lacunas deixadas pelo poder público. Esse tipo de empreendedor faz parte
de um fenômeno mundial, especialmente em países como o Brasil. É o único
tipo que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, pois não tem como
objetivo principal ganhar dinheiro.

A economia, portanto, se demarcará pelo comportamento humano,


individual ou coletivamente considerado, relacionado com a escolha dos
fins que satisfaçam necessidades materiais e a eleição dos meios para
alcançá-los em um quadro de limitações. Nesse ponto de vista inicial, o
problema econômico somente surge quando há escassez de recursos para
que se alcance os objetivos escolhidos, considerada essa escassez não
como uma característica absoluta, mas, tão somente como uma condição
relacionada com a demanda (ANASTACIO, CRUZ FILHO; MARINS, 2018,
p.16).

 Empreendedor por necessidade: é aquele que precisa ter seu negócio para
ter uma renda geradora de proventos, uma vez que não lhe restam
alternativas. O mais comum é ver esse tipo de empreendedor sem acesso
ao mercado de trabalho ou demitido. O resultado dessa situação é algum
retorno financeiro diante de um negócio informal, cujo desenvolvimento de
tarefas é relativamente simples. Apesar do grande esforço para exercer
formas de subsistência, garantindo a sobrevivência de sua família, não gera
desenvolvimento econômico. As iniciativas apresentadas mostram pouco
acesso a recursos, ações fracas, pouco inovadoras, sem recolhimento de
impostos, e acabam por aumentar as estatísticas empreendedoras de países
em desenvolvimento. Sua existência é, portanto, um problema social.

 Empreendedor herdeiro: tem a missão de levar adiante o que foi deixado


por sua família. Muitos impérios, nos últimos anos, foram construídos por
famílias empreendedoras que, ao longo dos anos, precisaram empreender
de forma empresarial e contrataram vários executivos de sucesso para
direcionar seus negócios. O desafio desse empreendedor herdeiro é
multiplicar o patrimônio recebido por meio do que aprendeu com a família,
seguindo seus passos (SAGAH, 2020).

7
2.2 Empreendedores de destaque

Um empreendedor nato apresenta características que o tornam uma


pessoa diferenciada, pois geralmente é um profissional visionário, com expertise em
rentabilidade de investimentos e que se apropria muito bem das oportunidades que
consegue captar antes mesmo da maioria das pessoas (SAGAH, 2020).
No entanto, nem sempre a melhor ideia acontece de imediato. Os
empreendedores que se destacam em seus negócios têm muito claro o conceito de
ideação. O termo, relativamente novo, foi cunhado para definir uma das etapas da
escola de design thinking (SAGAH, 2020).
Muitas vezes, as melhores ideias são apresentadas depois de algum tempo
de teste e prototipagem, ou seja, o momento em que a ideia é colocada para “rodar”
e ser testada junto aos clientes.
É dessa forma que alguns ícones da história do empreendedorismo
brasileiro forjaram a sua história de destaque. Você conhece essas trajetórias?
Apresentamos, a seguir, no Quadro abaixo, alguns empreendedores de destaque
do Brasil com suas brilhantes histórias e conquistas,

8
9
Fonte: Adaptado de Miguel (2010); Endeavor Brasil (2014); Diniz (2016); Obras Sociais
Irmãs Dulce (2006); Vilardaga (2015); Pipoca [...] (2017).

2.3 Empreendedores e os tipos de empreendedorismo

De acordo com os exemplos citados, pode-se observar que essas


personalidades do Brasil se encaixam nos tipos de empreendedores estudados,
uma vez que reúnem características marcantes dessas teorias apresentadas por
Dornelas (2005).
A Irmã Dulce, por exemplo, é uma grande empreendedora social. Viveu sua
vida em prol de grandes feitos para mudar a realidade em que se encontrava. Seu
objetivo não era ganhar dinheiro, mas, sim, promover acolhimento a quem não tinha
oportunidades. Sempre muito comprometida, criou projetos para o engajamento de
recursos para ajudar o próximo. Seu papel foi importante nas comunidades em que
viveu, ganhando notoriedade por suas obras de caridade e de assistência aos
pobres e necessitados, obras essas que ela praticava desde muito cedo. Na
juventude, já lotava a casa de seus pais acolhendo doentes. Além disso, também

10
criou e ajudou a criar várias instituições filantrópicas — uma das mais importantes
e famosas é o Hospital Santo Antônio, que foi construído no lugar do galinheiro do
Convento Santo Antônio (SAGAH, 2020).
Um empreendedor herdeiro pode ter como exemplo a indicação de Antonio
Alberto Saraiva, o fundador da rede de fast food Habib’s. Em um primeiro momento,
teve que assumir os negócios do pai que, naquele momento, tratava-se de uma
padaria. Talvez ele não fosse ser lançado para o mundo do empreendedorismo sem
ter herdado esse negócio, mas o que a história mostra é que possivelmente ele
tinha outras características apontadas, até mesmo de um empreendedor nato, que
vislumbrou uma solução de preços para fast food com diferenciação, não apostando
em hambúrgueres e batatas fritas, mas, sim, em comida árabe (SAGAH, 2020).
Como empreendedor corporativo, destaca-se a participação no mundo dos
negócios de Rachel Maia, uma empreendedora de sucesso do ramo empresarial
que apresentou uma visão bastante ampliada quando desenvolveu uma estratégia
avançada de negociação nas joalherias Pandora no Brasil. Abilio Diniz, por sua vez,
também traz essas características quando expande o seu negócio e utiliza
diferentes segmentos para implantar o seu sucesso (SAGAH, 2020).
Já Alexandre Costa, fundador da franquia Cacau Show, é um
empreendedor que aprende. Sua história revela que a oportunidade bateu à sua
porta e ele não hesitou em abrir. Trata-se de uma pessoa de origens relativamente
simples, que colocou na estratégia de diferenciação um chocolate requintado para
ser vendido amplamente. No entanto, Costa teve seu momento de grande
aprendizado quando começou a trabalhar na fábrica e apresentou erros por não
conhecer esse negócio a fundo. Para honrar o compromisso de entrega, agora sem
o material necessário para produzir, Alexandre aprendeu a lidar com as novas
situações para buscar alternativas palatáveis.
A história de superação do pipoqueiro Valdir pode ser um belíssimo
exemplo de empreendedorismo por necessidade. Ao observarmos sua trajetória,
percebemos que se encontra na economia informal, que diariamente mobiliza a
população brasileira por níveis de sobrevivência — a maioria de nós conhece

11
alguém que faz uso desse recurso para prosperar em situações econômicas ruins.
A partir de um carrinho de 1 m2 , Valdir conseguiu estabelecer valor para o ritual de
comprar valor.
Quanto ao empreendedor serial, podemos encaixar o exemplo de Abilio
Diniz pelo fato de que, além de tocar o grupo Pão de Açúcar, Diniz se posicionou
em outras frentes de atuação, sempre apaixonado pelo ato de empreender.
Percebe-se que seu dinamismo revela a sua predisposição para lidar com desafios,
criando sempre algo a partir da vasta rede de relacionamentos (SAGAH, 2020).
Finalmente, podemos citar como exemplo de empreendedorismo nato Luiza
Trajano, que transformou a Magazine Luiza do interior do estado de São Paulo para
ganhar o Brasil. A rede, hoje, opera em 16 estados e, ao longo dos anos, comprou
outras redes concorrentes para crescer. De igual forma, Luiza Trajano também
herdou o empreendimento da tia Luiza e poderia ser classificada como
empreendedora herdeira. Há 25 anos à frente do grupo, a história de Luiza Trajano
é um exemplo para todos os empreendedores que buscam sucesso em seus
respectivos segmentos e pode nos ensinar muito sobre como desenvolver uma
liderança realmente eficiente e eficaz. “Primeiro faça o necessário, depois faça o
possível e, de repente, você vai perceber que pode fazer o impossível” (ENDEAVOR
BRASIL, 2014, documento on-line).

3 O EMPREENDEDORISMO E A MENTALIDADE EMPREENDEDORA

As mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas que o mundo


vem sofrendo ao longo dos últimos anos geram na sociedade grande insegurança
e preocupação em relação a que caminho seguir. Apesar desse cenário repleto de
incerteza, o empreendedorismo vem crescendo no Brasil (SAGAH, 2020).

12
3.1 Empreendedorismo

Apesar de não possuir uma definição única, o empreendedorismo é


considerado como um processo de criação de algo novo ou diferente, que agrega
valor, que exige dedicação e esforço, e que incorre em riscos financeiros,
psicológicos e sociais, cujo retorno, na maioria das vezes, é a satisfação econômica
e pessoal. É um termo então, relacionado à inovação, ao risco, à criatividade, à
organização e à riqueza (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014).
O empreendedorismo vem se fortalecendo no Brasil e no mundo como um
aspecto significativo e de grande importância para o desenvolvimento econômico e
social, principalmente no que se refere à geração de emprego e renda. A atividade
empreendedora contribui para o desenvolvimento de um país, uma vez que gera
riqueza por meio da inovação e do aumento da produtividade (DORNELAS, 2013).
Cabe destacar que todas as empresas, sejam elas grandes, micro,
pequenas ou médias, são importantes para o desenvolvimento econômico de um
país. Em alguns países, as microempresas individuais ou familiares chegam a
representar 50% de seu Produto Interno Bruto (PIB) (DOLABELA, 2012).
Aqui no Brasil a criação de empresas duradouras e a diminuição de sua
taxa de mortalidade são fatores importantes para o desenvolvimento do
empreendedorismo. Para estimular esse desenvolvimento é necessário diminuir a
burocracia dos processos de abertura das empresas; criar linhas de crédito mais
acessíveis e com menores taxas de juros aos empresários; tornar a legislação
brasileira menos complexa e ampliar a disseminação da educação empreendedora,
em todos os níveis de ensino. Essas são algumas medidas que podem facilitar a
vida dos empreendedores, pois, quanto menor o tempo perdido com processos
burocráticos e, maior o crédito concedido, mais tempo e recursos o empreendedor
terá para se dedicar ao negócio, gerando benefícios à sociedade (GLOBAL
ENTREPRENEURSHIP MONITOR, [2016?]; 2017).
É importante destacar que a qualidade do empreendedorismo no Brasil teve
um salto significativo nos últimos anos. Isso se deve, dentre outros motivos, à

13
ampliação do acesso à informação sobre negócios, à atuação das organizações
que apoiam a capacitação dos empreendedores e às políticas públicas
implementadas e aperfeiçoadas, como o Simples e a criação do
Microempreendedor Individual (MEI). Dentre as principais vantagens do
empreendedorismo podemos destacar (BRITO, 2013):

 Geração de emprego e renda.

 Aumento do crescimento econômico.

 Estímulo à competição saudável, gerando produtos e serviços de maior


qualidade.

 Estímulo ao desenvolvimento de novos mercados.

 Estímulo ao uso da tecnologia em pequena escala.

 Estímulo às pesquisas e ao desenvolvimento de máquinas e equipamentos


modernos para uso doméstico.

 Estímulo ao surgimento de novos empreendedores, ao desenvolvimento de


qualidades e atitudes empreendedoras.

 Redução da economia informal e menor dependência do emprego formal.

 Possibilidade de grande retorno financeiro, caso o empreendedor esteja


preparado e consciente de suas limitações e potencial.

Dentre as principais desvantagens ou dificuldades relacionadas ao


empreendedorismo podemos destacar a necessidade de maior dedicação e esforço
14
mental, emocional e, algumas vezes, físico, bem como muitas horas de trabalho.
Também deve ser mencionada a preocupação e a tensão em dirigir e fazer dar certo
um negócio próprio e, por isso, uma maior responsabilidade com os processos de
trabalho, além da constante ameaça da concorrência, da possibilidade de insucesso
e a convivência contínua com os riscos inerentes a qualquer negócio (BRITO, 2013).
Apesar de todas as dificuldades que você acabou de conhecer e que se
impõem à abertura de novos negócios no país, a taxa total de empreendedorismo
no Brasil, em 2017, foi de 36,4%, o que significa que entre 100 brasileiros, 36
estavam ou criando e aprimorando um negócio novo, ou trabalhando na
manutenção de um negócio já existente. Você sabe o que isso significa? Quase 50
milhões de brasileiros já possuíam seu negócio ou estavam trabalhando na criação
de um novo negócio em um futuro próximo (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP
MONITOR, [2018?]).
Veja, na Figura abaixo, as etapas do processo empreendedor, que tem
início com a intenção das pessoas em iniciar um negócio e passam pelas etapas de
criação, fases iniciais de desenvolvimento (nascentes e novos) até o
estabelecimento do empreendimento (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP
MONITOR, [2016?]).

Fonte: Adaptada de GEM ([2016?], p. 22).

15
3.2 Processos de ação empreendedora

Você já sabe que o empreendedorismo possui papel importante na


economia e contribui para o desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade de
uma nação, por meio da criação de novas empresas no mercado e da inovação
apresentada por elas. O empreendedorismo é o motor da economia e o
desenvolvimento da economia depende de empreendedores, de crédito e de novas
combinações de produtos (SCHUMPETER, 1982; ENDEAVOR, 2014).
Você sabia que ser dono do próprio negócio é o quarto principal sonho dos
brasileiros? Isso mesmo, esse sonho perde apenas para o desejo de possuir a casa
própria, de viajar pelo Brasil e de comprar um automóvel (GLOBAL
ENTREPRENEURSHIP MONITOR, [2016?]). Mas, qual é o momento de
empreender? Na verdade, não há um momento certo para isso. São muitos os
motivos que disparam essa iniciativa, como o momento econômico favorável ou
não, a simples vontade de ter um negócio, ou ainda por circunstâncias alheias à
vontade do indivíduo (DORNELAS, 2013).
Cabe destacar que essa iniciativa pode ser provocada por um conjunto de
fatores ou por apenas um, alguns claros e facilmente definidos e outros, nem tanto.
Prova disso é que algumas pessoas se lembram do momento em que decidiram
empreender e outras não conseguem se lembrar. O fato é que o empreendedorismo
pode ser motivado por oportunidade ou por necessidade. Veja, na Figura abaixo,
alguns dos fatores que motivam o empreendedorismo por necessidade e por
oportunidade (SAGAH, 2020).

16
Fonte: Adaptada de Dornelas (2013).

O empreendedorismo por necessidade é aquele no qual as pessoas


acabam sendo levadas a empreender para a sua sobrevivência e de sua família.
Essa necessidade ocorre, por exemplo, pela falta de emprego formal, seja por falta
de preparo, de formação ou de capacitação do indivíduo; seja por um momento
desfavorável na economia de um país, gerando um cenário de desemprego, ou
ainda, pela perda do emprego formal. Nesse contexto, o trabalho informal se torna
uma rotina no dia a dia do empreendedor de necessidade, que precisa prover o
mínimo de recursos para sua sobrevivência e, nesses casos, empreender torna-se
inevitável. Cabe destacar que, para alguns, o empreendedorismo por necessidade
também pode representar o primeiro passo para o empreendedorismo de
oportunidade (DORNELAS, 2013).
O empreendedorismo por oportunidade, assim como o empreendedorismo
por necessidade, pode ser motivado por diversos fatores. Alguns desses motivos
podem ser: o desejo ou sonho de ter um negócio próprio e perceber as vantagens
para a sua realização; um convite recebido de amigos para formar uma sociedade;
uma sucessão familiar; a disponibilidade de recursos para aplicação, proveniente
de demissão, aposentadoria, loteria ou herança; a vontade de oferecer soluções
para os problemas das pessoas ou para seus próprios problemas, criando um

17
produto ou serviço inovador; a vontade de alcançar independência financeira,
autonomia e realização profissional; entre outros (DORNELAS, 2013).
Assim, independente da motivação, pode-se dizer que o
empreendedorismo exige uma ação empreendedora. O fato é que a ação
empreendedora tem início com o surgimento de uma oportunidade, e sem
oportunidade não existe empreendedorismo (SAGAH, 2020).
Dessa forma, o processo da ação empreendedora é composto pelo
reconhecimento ou criação de uma oportunidade, seguido por avaliação, seleção e
exploração de uma oportunidade, por meio do desenvolvimento de um produto ou
serviço, ou ainda da combinação dos dois, que pode acontecer em uma empresa já
existente ou com a criação de uma. A ação empreendedora passa então pela
geração da ideia; pela criação de valor, isto é, pelo desenvolvimento de um produto
ou serviço; pela criação de uma empresa; pela captura de valor com a
comercialização da inovação e pelo compartilhamento do valor capturado com
fornecedores e/ou outros atores (SALERNO; GOMES, 2018).

3.3 Estágios da ação empreendedora

Você viu anteriormente que sem oportunidade não existe


empreendedorismo, Mas o que é uma oportunidade? Na verdade, não existe uma
definição única sobre o que seja uma oportunidade. Veja, no Quadro abaixo,
algumas definições de oportunidade identificadas por Hansen, Shrader e Monllor
(2011).

18
Fonte: Adaptado de Hansen, Shrader e Monllor (2011).

Veja que as visões apresentadas, apesar de diferentes, possuem em


comum a oportunidade como um problema de mercado ou uma necessidade dos
consumidores e como a necessidade de mobilizar e combinar recursos para o
desenvolvimento de um produto ou serviço (SAGAH, 2020).
É importante destacar que, diante das potenciais oportunidades, os
empreendedores devem ter discernimento para decidir se essas valem a pena ou
não. Cabe destacar que a dúvida pode interferir na ação empreendedora. Dessa
forma, avaliar o nível de incerteza de uma oportunidade é fundamental para o
sucesso da ação empreendedora, bem como conhecer a disposição do
empreendedor em enfrentá-la. Nesse sentido, o conhecimento prévio do
empreendedor também pode reduzir o nível de incerteza em sua decisão e sua
motivação representa sua disposição para enfrentá-la (HISRICH; PETERS;
SHEPHERD, 2014).
Para reconhecer uma oportunidade e decidir explorá-la, os
empreendedores precisam combinar seus conhecimentos e motivações com
informações complementares, uma vez que possuir informações prévias e
capacidade cognitiva necessária para avaliar as oportunidades contribui para o
sucesso da escolha (SHANE; VENKATARAMAN, 2000; AUTIO; DAHLANDER;

19
FREDERIKSEN, 2013). O processo de reconhecimento de uma oportunidade
envolve duas etapas: a de identificação, em que um conjunto de problemas e um
conjunto de informações são apresentados aos empreendedores ao mesmo tempo,
permitindo que eles imaginem possíveis soluções aos problemas e então possam
identificar as oportunidades; e a etapa de avaliação, em que os empreendedores se
imaginam em ação e, dessa forma, decidem se a oportunidade é viável ou não
(MCMULLEN; SHEPHERD, 2006).
O modelo teórico desenvolvido por McMullen e Shepherd (2006) explica
como o conhecimento e a motivação atuam nos dois estágios da ação
empreendedora: o estágio de atenção e o estágio de evolução.

 Estágio de atenção: tem o conhecimento prévio como fonte de informação


e as estratégias pessoais como fatores motivacionais. Nessa fase as
incertezas são muitas devido à ignorância do empreendedor, que resulta em
uma oportunidade para uma terceira pessoa. O resultado aqui é a percepção
do empreendedor de que há uma oportunidade a ser aproveitada por alguém.

 Estágio de evolução: o empreendedor é levado a esse estágio quando


reconhece a oportunidade. O conhecimento é gerado a partir da avaliação
da viabilidade e a motivação, a partir da avaliação de conveniência. Essa
combinação leva o empreendedor a identificar oportunidades para si próprio
e as incertezas, se são pontuais e se podem ser superadas por ele, dotado
de conhecimento e motivação, por meio da ação empreendedora. Aqui o
empreendedor decide se a oportunidade é viável para ele.

Dessa forma, entendemos que aqueles que possuem conhecimento sobre


o mercado e as tecnologias, são capazes de identificar mudanças no ambiente
externo, principalmente se estiverem motivados para processar essas informações,
tendo maiores chances de identificar uma oportunidade para explorar ou não.

20
Empreender significa, então, agir diante de uma oportunidade que vale a pena ser
aproveitada (SAGAH, 2020).
É importante entendermos que, além de pensarem de forma diferente dos
outros, os empreendedores possuem um raciocínio diferente para cada situação,
não sendo raro tomarem decisões em ambientes altamente inseguros, com altos
níveis de risco e pressão. É normal que, em ambientes com essas características,
nossas decisões em relação a problemas sejam diferentes daquelas que
normalmente tomaríamos em uma situação normal, na qual se tem tempo e
conhecimento para solucioná-los. Dependendo do ambiente de tomada de decisões
em que o empreendedor se encontra ele pode (HISRICH; PETERS; SHEPHERD,
2014):

 Pensar estruturalmente: a ação do empreendedor parte de seu


conhecimento prévio sobre mercados existentes para a inserção de
produtos/ serviços com nova tecnologia, capazes de satisfazer as
necessidades desse mercado ou do conhecimento sobre uma tecnologia em
um novo mercado que se beneficiaria de sua introdução. A conexão entre um
novo produto ou serviço e seu mercado alvo pode ser apoiada pelas
chamadas semelhanças superficiais e estruturais entre a fonte (mercado) e
o destino (tecnologia). O conhecimento sobre um mercado ou uma tecnologia
pode facilitar a capacidade de reconhecer as oportunidades
empreendedoras.

 Adotar a bricolagem: refere-se a combinar recursos disponíveis para aplicar


a novos problemas e oportunidades. Em outras palavras: experimentar,
remendar, reembalar e/ou reenquadrar os recursos disponíveis para que
possam ser utilizados de um modo para o qual não foram projetados ou
concebidos inicialmente. Isso quer dizer que os empreendedores conseguem
improvisar para criar oportunidades.

21
 Efetuar: significa utilizar todas as informações que possui para imaginar
diversos cenários para a empresa e, então, decidir, sem necessariamente
precisar optar pela ideia inicial de negócio. A efetuação ajuda os
empreendedores a raciocinarem em um ambiente altamente incerto, algo
comum nos dias atuais, uma vez que as organizações atuam em ambientes
complexos e dinâmicos, cada vez mais caracterizados por mudanças
rápidas, substanciais e descontínuas, o que exige dos empreendedores uma
mentalidade empreendedora para que consigam adaptar suas empresas a
esse contexto.

 Adaptar-se de modo cognitivo: significa refletir, entender e controlar o


pensamento e a aprendizagem sobre as atividades, situações e seus
ambientes, para poder decidir sobre as oportunidades. Os empreendedores
precisam ser dinâmicos, flexíveis, autorreguladores e engajados em seu
processo de decisão, identificando e processando as mudanças em seus
ambientes, que irão guiá-lo depois de sua ocorrência. Quanto maior a
adaptabilidade cognitiva, maior a possibilidade de adaptação a novas
situações, e maior a criatividade e o raciocínio.

É importante destacar também que toda ação empreendedora é intencional.


Empreendedores buscam determinadas oportunidades e entrar em novos
mercados, além de oferecer novos produtos e serviços, de forma intencional.
Quanto mais forte for a intenção de se empenhar em um comportamento, maior
será a probabilidade colocá-lo em prática (SAGAH, 2020).
Como você viu, na maioria das vezes as pessoas se tornam
empreendedoras porque têm essa vontade e, quanto mais forte for a vontade de
empreender, maior será a probabilidade de que isso aconteça. Quando as pessoas
enxergam que empreender é viável, suas intenções se fortalecem. Cabe destacar
que essa vontade é influenciada pela experiência e pelas características de cada
um, como valores, crenças, experiências pessoais e profissionais. A ação

22
empreendedora pode gerar ganhos econômicos para o empreendedor, sua família
e para a sociedade em geral (SAGAH, 2020).

4 COMPOSIÇÃO DO CAPITAL DE GIRO DE UMA EMPRESA

4.1 O que é capital de giro?

Para operacionalizar suas atividades, as empresas precisam ter recursos,


isto é: precisam de dinheiro para pagar fornecedores e para comprar mercadorias,
por exemplo. O capital de giro consiste nos recursos necessários para que a
empresa efetue suas atividades com a prerrogativa da continuidade (MARTINS;
MIRANDA; DINIZ, 2018). Nesse sentido, fazem parte do capital de giro as contas
que movimentam as rotinas diárias da empresa.
Para compreender um pouco mais sobre a estrutura de capital de giro das
empresas, deve-se conhecer quais as práticas e políticas dela. Dessa forma, são
perguntas importantes:

 A empresa mantém estoques?

 As compras da empresa são realizadas a vista ou a prazo?

 As vendas da empresa são realizadas a vista ou prazo?

 Quais são as contas que envolvem os gastos fixos da empresa?

Essas questões são fundamentais para determinar qual a estrutura do


capital de giro das empresas. Ou seja: para determinar como a empresa se
financiará e de que forma aplicará os recursos. A viabilidade e a continuidade das
operações comuns de uma empresa estão ligadas à forma como ela estrutura e
administra o seu capital de giro. Seus elementos incluem: disponível, contas a
23
receber, estoques, fornecedores e contas a pagar em geral. Assim sendo, os
fundamentos do capital de giro consistem em contas patrimoniais e, para analisá-
los, deve-se conhecer o balanço patrimonial (Quadro abaixo).

Fonte: SAGAH (2020).

O capital de giro envolve as contas de ativo circulante e passivo circulante,


sendo o seu cálculo do capital expresso pela seguinte fórmula:

Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante

O valor apresentado por essa equação pode ser tanto positivo quanto
negativo. Um capital de giro líquido positivo indica que a empresa possui, no curto
prazo, mais direitos que obrigações. Portanto, um capital de giro líquido negativo,
indica que a empresa possui, no curto prazo, mais obrigações do que direitos.
Como a saúde financeira da empresa é fundamental para a sua
continuidade, a melhor forma de apresentação do capital de giro é a positiva. Confira
o exemplo a seguir.

Exemplo:

24
A Companhia Lasox é uma empresa de capital aberto do ramo têxtil. Em
2016, o ativo circulante da empresa foi de R$ 450.000, enquanto seu passivo
circulante foi de R$ 300.000. Portanto, o capital de giro líquido da empresa é de R$
150.000, conforme exposto no cálculo a seguir.
Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante
Capital de giro líquido = 450.000 – 300.000

Suponha agora que no ano de 2017 o ativo circulante da empresa foi de R$


490.000, enquanto seu passivo circulante foi de R$ 410.000. Dessa forma, o capital
de giro líquido da empresa é de R$ 80.000.

Capital de giro líquido = 490.000 – 410.000

De 2016 para 2017, o capital de giro líquido da empresa diminuiu. Ainda se


apresenta em um nível positivo, mas pode-se perceber, a partir dos números, que
as obrigações de curto prazo da empresa, em comparação aos seus direitos de
curto prazo, tornaram-se maiores ao decorrer do ano.

O objetivo da gestão de capital de giro de uma empresa consiste em


diminuir o tempo entre o desembolso com a compra de materiais e o recebimento
dos valores das vendas. Assim, essência do entendimento do capital de giro
encontra-se na compreensão do ciclo operacional e do ciclo de caixa. O ciclo
operacional é o período de tempo entre a compra da matéria-prima ou do produto
que será revendido e o recebimento dos valores da venda. O ciclo de caixa, por sua
vez, corresponde ao período de tempo existente entre o desembolso inicial de
despesas até o recebimento dos valores da venda. Assim, o caixa se renova com o
ciclo de caixa, o que é conhecido como giro de caixa. Quanto maior o giro de caixa,
menor a necessidade de a empresa manter um saldo de caixa. Como a compra de
matéria-prima não implica em saída de caixa, se o pagamento for a prazo, o ciclo
operacional será maior que o ciclo de caixa (SAGAH, 2020).

25
A estrutura do ciclo operacional e do ciclo de caixa dependerão das
posturas da empresa frente as suas fontes e suas aplicações de recursos. Isto é:
qual a origem do capital da empresa? De que forma esse capital é empregado?
Para isso, precisam ser determinadas as definições de curto prazo e as políticas de
capital de giro (SAGAH, 2020).
As estratégias de curto prazo concentram as preocupações da empresa em
possuir matéria-prima e/ou produto o suficiente para as demandas do mercado, o
aproveitamento de oportunidades de compra em lotes e/ou descontos antecipados,
pagamento de contas em dia e cobrança de recebíveis que estão atrasados. Já as
políticas da empresa em relação ao capital de giro envolvem as definições de como
será organizado o estoque da empresa (periodicidade e quantidade de compras), o
saldo mínimo de caixa, quais serão as políticas definidas para liberação de crédito
e para cobrança de recebíveis, como serão financiados os estoques e se serão
realizados empréstimos bancários para financiamento das atividades da empresa.
Quando uma empresa não possui capacidade financeira de financiar suas
atividades, ela utiliza estratégias de capital de terceiros para suas aplicações.
Assim, é importante compreendermos os conceitos de alavancagem financeira e
alavancagem operacional, para que possamos compreender a importância do
capital de giro (SAGAH, 2020).

4.2 Alavancagem financeira e alavancagem operacional

A alavancagem refere-se ao uso de instrumentos financeiros ou fontes


externas para financiar as atividades da empresa. Existem duas formas de
alavancagem:

 a financeira e a operacional. Ambos os conceitos estão ligados à


estrutura de capital da empresa.

26
 A alavancagem financeira diz respeito ao montante de terceiros
presente na estrutura de capital da empresa e que são utilizados para
financiar investimentos, os quais podem gerar aumento de produção,
de vendas e de lucros. O grau de alavancagem financeira é o valor
residual do retorno dos recursos após a quitação da obrigação e os
juros dela decorrentes. De acordo com Higgins (2014, p. 47), “a
alavancagem financeira de uma empresa aumenta quando ela eleva
a proporção de seu endividamento com relação ao capital próprio
usado para financiar as atividades”.

A alavancagem financeira é mensurada a partir da relação entre as receitas


operacionais e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização
(LAJIDA ou EBITDA).
A alavancagem operacional, por sua vez, está ligada aos custos da
empresa e é calculada a partir da proporção dos custos fixos em relação aos custos
variáveis. Ao obter receitas suficientes para cobrir todos os seus custos fixos, toda
a quantidade a mais que for vendida sem que se altere o custo fixo, constituirá o
grau de alavancagem operacional (SAGAH, 2020).
A alavancagem operacional é mensurada a partir da relação entre a receita
de vendas e o lucro antes dos encargos financeiros (LAJIR ou EBIT). Higgins (2014,
p. 47) destaca que esse tipo de alavancagem “é preocupante para os credores
porque ela amplifica os riscos básicos de negócio enfrentados por uma empresa”.
É importante destacar que uma maior alavancagem implica em um maior
retorno, mas também um maior risco. Assim, o grau de alavancagem pode alterar o
valor da empresa, tendo em vista o efeito risco-retorno dela decorrente.

4.3 Necessidades do capital de giro

Ao pensar e estabelecer definições para fontes de recursos e políticas de


controle dos direitos e obrigações, a empresa estará definindo como será sua

27
estrutura de capital de giro, isto é, a escolha pelo uso de capital próprio ou capital
de terceiros e as políticas de compra e venda de mercadorias, bem como de prazos
de pagamento e recebimentos, definem a estrutura de capital de giro das empresas.
Organizar a entrada e a saída de recursos é fundamental para que uma empresa
obtenha sucesso. E, nessa perspectiva, reside a compreensão do que é capital de
giro para que se conheça a sua necessidade (SAGAH, 2020).
O adequado controle das contas circulantes permite que a empresa trabalhe
normalmente, sem a necessidade de parar produção ou interromper vendas por
falta de estoques ou interromper atividades em função de falta de caixa para pagar
funcionários ou fornecedores. Da mesma forma, os graus de alavancagem
financeira e alavancagem operacional fazem parte de estratégias de capital de giro,
pois envolvem contas e estratégias relacionadas à forma de compra, organização e
venda dos produtos. Nesse sentido, a importância do capital de giro é fundamental,
a curto prazo, para a saúde financeira da empresa e, a longo prazo, para a sua
continuidade. Assim, a necessidade do capital de giro está ligada à ideia de a
empresa poder realizar suas atividades sem maiores preocupações com o
pagamento de contas ou com a disponibilidade de produtos, matérias-primas ou
recursos para a execução de suas rotinas (SAGAH, 2020).

5 EMPREENDENDO NO MÉTODO PILATES

A população brasileira tem buscado métodos e técnicas em busca de uma


melhor qualidade de vida, de prevenção de doenças e do alcance de uma melhor
autoestima, buscando proporcionar, assim, um equilíbrio físico e mental. É nesse
contexto que se apresenta o estúdio de Pilates (SEBRAE, 2021).
O método Pilates traz uma abordagem que contempla técnicas de
exercícios que asseguram ao seu público a possibilidade de uma maior disposição
nos resultados de saúde física e mental. A metodologia foi desenvolvida por Joseph
H. Pilates em 1920 que desenvolveu uma série de exercícios e atividades com o

28
intuito do funcionamento harmônico do corpo, em sua maioria associados a
aparelhos por ele também criados.
A prática do Pilates atua como forma e prevenção no aparecimento de
lesões por esforço repetitivo, como artrose, bursite e tendinite, auxiliando também
no tratamento de pessoas com hérnia de disco, escoliose e diversas outras
doenças. O método também atua na reabilitação e condicionamento físico. O
método trabalha vários grupos musculares simultaneamente através de
movimentos suaves e contínuos, com ênfase na concentração, fortalecimento e
estabilização do Core (abdômen, coluna e região pélvica, também conhecida como
“powerhouse”) (SEBRAE, 2021).
O público predominante para este de serviços são: Mulheres da classe
média e classe média alta. A terceira idade tem sido um público que tem alcançado
significativa procura por estes serviços, considerando o aumento da longevidade
alcançada pelos brasileiros e a consequente busca por melhor qualidade de vida.
Em síntese, o público alvo desse serviço procura, geralmente, maior qualidade de
vida, fortalecimento dos músculos, melhora na autoestima e busca por maior
disposição física.
O crescente aumento da demanda em busca de serviços especializados de
Pilates tem gerado por parte dos prestadores de serviços uma busca constante por
melhorias no atendimento, aplicação de técnicas modernas e utilização de
aparelhagem moderna com melhores resultados.
Os profissionais que atuam no método Pilates precisam estar devidamente
habilitados junto ao Conselho Profissional a que estiverem vinculados, ou seja, o
profissional de Fisioterapia deve estar devidamente registrado e com situação
regular junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de sua
localidade, já para o profissional de Educação Física, deve ser demonstrado seu
registro e devida situação regular perante e respectivo Conselho de Educação
Física de sua localidade (SEBRAE, 2021).
Caso o dono do estúdio não preencha os requisitos dispostos pelas
resoluções do conselho, existe a possibilidade de contratação de um responsável

29
técnico para orientar as práticas. Ele deverá assinar um termo de responsabilidade,
no momento do registro do empreendimento, junto aos referidos conselhos.
Para abrir um Estúdio de Pilates é necessário estar atento às orientações
normativas dos referidos Conselhos de Classes, os quais irão dispor sobre as
atribuições e área de atuação tanto do Profissional de Educação de Educação
Física, como do profissional de Fisioterapia (SEBRAE, 2021).
Os empresários podem optar por abrir um negócio próprio ou ainda a opção
de abrir uma franquia de Pilates.

5.1 Mercado

Com relação ao mercado consumidor, nos últimos 15 anos, houve uma


procura significativa no mercado por serviços que proporcionassem além de
condicionamento físico, prevenção de doenças, resultados positivos no alcance de
bem-estar, elevação da autoestima e melhoria nos resultados de equilíbrio físico e
mental. Com a chegada de novos métodos e serviços para atender as exigências
desse novo público destaca-se o surgimento do Pilates (SEBRAE, 2021).
O método chegou ao país em 1990, com a bailarina Alice Becker, que
introduziu o método desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates em 1920. No início,
o método esteve restrito apenas a artistas, bailarinas e dançarinos que buscavam
otimização e aprimoramento de seus resultados artísticos. Com o decorrer dos
anos, o método passou a ser procurado por usuários que desejam melhoria na
qualidade de vida e saúde tanto do ponto de vista físico como mental, fazendo com
que o Pilates se tornasse a atividade física que mais cresceu nos últimos 10 anos.
O Pilates tem se consolidado como a atividade física devido a comprovação
dos resultados e benefícios que seus usuários têm alcançado com a prática, entre
os quais reestruturação da postura dinâmica, melhoria da propriocepção,
consciência corporal e melhoria na qualidade de bem.
Estima-se que atualmente exista mais de quinze milhões de praticantes de
Pilates em todo o mundo, sendo que a maior concentração desse público está

30
composta por 80% de mulheres das classes A e B. Entretanto, é observado
atualmente um crescente aumento por outros públicos (crianças, adultos, gestantes,
público da terceira idade, pacientes de UTI), de diversas faixas etárias, pois
independentemente da idade ou sexo, qualquer pessoa pode ser beneficiada com
este método que, se praticado regularmente e de maneira correta, pode auxiliar no
alcance de benefícios físicos e emocionais (SEBRAE, 2021).
Uma das grandes apostas do mercado é o aumento da participação do
público masculino nas atividades, gestantes e terceira idade.
Para uma atuação consistente frente à concorrência, o investidor deve se
manter antenado às constantes inovações do setor. O empreendedor deve estar
atento para a especialização profissional que vem ocorrendo nesse segmento. Com
isso, a qualidade dos serviços vem apresentando avanços significativos e novos
empreendedores com bom nível de conhecimento e qualificação profissional estão
entrando no mercado.

5.2 Localização

Uma boa localização é aquela que favorece o acesso das pessoas ao


estabelecimento comercial, com o menor grau possível de dificuldade, bem como a
evidência de condições agradáveis para a permanência dos usuários dos serviços.
Para a escolha do local para a prestação dos serviços, deve ser levado em
consideração o fluxo de pessoas na região, local adequado que favoreça o
estacionamento de veículos, além de possuir boas condições ambientais para uma
permanência agradável da clientela (SEBRAE, 2021).
O estúdio de Pilates deve estar localizado próximo a locais que contenham
mercado potencial, ou seja, locais de circulação de pessoas que contenham um
perfil aderente à proposta da empresa, ou seja, clinicas hospitalares, regiões
centrais, avenidas com grande número de comércios com foco em saúde, estética
e condicionamento físico, facilitando assim a divulgação e o acesso rápido aos
usuários dos serviços.

31
Uma pesquisa de mercado seria interessante na localidade, haja vista que
nem sempre um local que apresente grande movimentação representa que este
público terá interesse naquele tipo de prestação de serviços. Outra providência
necessária é a visitação do local em diferentes horários a fim de verificar se o fluxo
de pessoas é concentrado apenas em um horário específico ou se a movimentação
é contínua (SEBRAE, 2021).
Especialistas afirmam que a definição do local de instalação de um negócio
se dá em duas esferas principais: identificação do território (região) e localização
(endereço), considerando-se ainda algumas variáveis como: a demanda (potencial),
a oferta (concorrência) e os custos (aluguel, reforma etc.).
Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a definição da
melhor localização “ponto” é um pouco mais complexa do que aparenta, pois
envolve variáveis antagônicas, como fluxo de pessoas e custos. Deverá ser
observado se o local oferece alternativas de deslocamento com facilidade, bem
como se o transporte coletivo (ônibus e metrô) é acessível.
O melhor ponto não é necessariamente aquele que proporcionará o maior
faturamento, e sim, aquele que trará o melhor resultado. Para tanto, deve-se
conhecer profundamente as particularidades do negócio em questão.
É preciso ainda mensurar a influência da concorrência na região. Se for bem
atendida, quem são os concorrentes, como eles atuam e que espaço de mercado
está disponível. A concorrência na região obrigatoriamente não é um fator negativo;
ao contrário, muitas vezes verifica-se que a concentração de estúdios de Pilates e
empreendimentos de um mesmo segmento pode tornar a região um polo
relacionado ao setor (SEBRAE, 2021).
A análise do melhor ponto deve envolver também as condições de sua
utilização, inclusive aquelas que influenciam diretamente nos custos, seja no
investimento inicial (luvas, obras, reformas, equipamentos, comunicação), seja no
custo operacional (aluguel, impostos etc.).
Além disso, deve ser observada a legislação local, uma vez que as
atividades econômicas da maioria das cidades são regulamentadas pelo Plano

32
Diretor Urbano (PDU) e essa Lei determina o tipo de atividade que pode funcionar
em determinado endereço;
A consulta de local junto à Prefeitura é o primeiro passo para avaliar a
implantação do estúdio de Pilates (SEBRAE, 2021).

5.3 Exigências Legais e Específicas

Para abrir uma empresa, o empreendedor poderá ter seu registro de forma
individual ou em um dos enquadramentos jurídicos de sociedade. Ele deverá avaliar
as opções que melhor atendem suas expectativas e o perfil do negócio pretendido.
Leia mais sobre este assunto no capítulo ‘Informações Fiscais e Tributárias’.
O contador, profissional legalmente habilitado para elaborar os atos
constitutivos da empresa e conhecedor da legislação tributária, poderá auxiliar o
empreendedor neste processo.
Para abertura e registro da empresa é necessário realizar os seguintes
procedimentos:

 Contrato Social - É um documento que apresenta, por meio de cláusulas, as


normas gerais e principais que regerão o Estúdio de Pilates, como: nome e
localização do estúdio de Pilates, objetivo do negócio, dados dos sócios,
participação e função de cada um na sociedade.

 Registro do Contrato Social - Deverá ser encaminhado, em pelo menos três


vias, a um Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, juntamente com
cópias de identificação do proprietário ou dos sócios (RG e CPF) e
comprovantes de residência para os procedimentos do registro. Neste órgão
também é feita uma consulta prévia quanto ao nome da empresa, para
verificação da possível existência de outras empresas com a mesma
finalidade (estúdio de Pilates) que tenham o mesmo nome que você quer dar

33
a sua; se já existir alguma, você terá que criar um outro nome diferente,
consultar novamente, até que encontre um nome único.

 Registro na Secretaria da Receita Federal - Inscrição no CNPJ (Cadastro


Nacional de Pessoa Jurídica) e o preenchimento da Ficha Cadastral de
Pessoa Jurídica e do quadro de sócios, com validade em todo território
nacional.

 Registro na Secretaria Estadual da Fazenda - Inscrição estadual para Estúdio


de Pilates que realizar venda de produtos. Recolhimento do ICMS (Imposto
sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias).

 Registro na Prefeitura Municipal - Nesse órgão público, o estúdio de pilates


obtém o cartão de identificação municipal (inscrição municipal) para
recolhimento do ISS (Imposto sobre Serviços).

 Registro no INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social, para providenciar


a certificação de matrícula no INSS, recolhimento pela empresa e pelo
empregado.

 Registro no Sindicato Patronal - As contribuições devidas ao sindicato


patronal variam de acordo com o mês em que for aberto o estúdio. Aberturas
até o mês de março pagarão Contribuição Sindical, Confederativa e
Assistencial. Já as aberturas entre o mês de abril e agosto pagarão
Contribuição Sindical e Confederativa.

 Alvará de Funcionamento - Para o estúdio de Pilates iniciar suas atividades


é necessário que ele consiga o Alvará de Funcionamento, que é um
documento de aprovação do local, expedido pela Prefeitura Municipal
(SEBRAE, 2021).

34
Como já informado anteriormente, para a instalação do negócio é
necessário realizar consulta prévia de endereço na Prefeitura
Municipal/Administração Regional, sobre a Lei de Zoneamento.
É necessário ainda o registro dos profissionais no CREF (Conselho
Regional de Educação Física) e/ou CREFITO (Conselho Regional Fisioterapia e
Terapia Ocupacional), a depender da atuação dos profissionais. A empresa de
Pilates também deverá ter seu registro nos respectivos conselhos (SEBRAE, 2021).
Após a abertura, para o funcionamento do Estúdio de Pilates, é preciso
seguir exigências legais (verificar de acordo com o registro e conselho ao qual o
profissional esteja vinculado), entre elas, as seguintes:

 Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980, dispõe sobre o registro de empresas


nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões.

 Resolução CONFEF nº 021/2000, dispõe sobre o registro de pessoas


jurídicas nos Conselhos Regionais de Educação Física.

 Resolução CONFEF nº 134/2007, dispõe sobre a função de


Responsabilidade Técnica nos estabelecimentos prestadores de serviços no
campo das atividades físicas e esportivas, e dá outras providências.

 Resolução CONFEF nº 307/2007, dispõe sobre o Código de Ética dos


Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/CREFs.

 Resolução CONFEF nº 338/2017, dispõe sobre especialidade profissional


em Educação Física na área de Pilates.

 Resolução CONFEF nº 201/2010, dispõe sobre o Pilates como modalidade


e método de ginástica e dá outras providências.

35
 Resolução COFFITO nº 386/2011, dispõe sobre a utilização do método
Pilates pelo fisioterapeuta e dá outras providências.

 Resolução COFFITO nº 387/2011, fixa e estabelece os Parâmetros


Assistenciais Fisioterapêuticos nas diversas modalidades, prestadas pelo
fisioterapeuta e dá outras providências.

 Resolução COFFITO nº 414/2012, dispõe sobre a obrigatoriedade do registro


em prontuário pelo fisioterapeuta, da guarda e do seu descarte e dá outras
providências.

 Resolução COFFITO nº 424/2013, estabelece o Código de Ética e


Deontologia da Fisioterapia.

 Resolução COFFITO nº 428/2013, fixa e estabelece o Referencial Nacional


de Procedimentos Fisioterapêuticos e dá outras providências.

 Resolução COFFITO nº 444/2016, altera a Resolução COFFITO n°


387/2011, que fixa e estabelece os Parâmetros Assistenciais
Fisioterapêuticos nas diversas modalidades prestadas pelo fisioterapeuta.

 Resolução COFFITO nº 482/2017, fixa e estabelece o Referencial Nacional


de Procedimentos Fisioterapêuticos e dá outras providências (SEBRAE,
2021).

Por fim,é necessário, ainda, observar as regras de proteção ao consumidor,


estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Também é importante observar a Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006 (Estatuto da Micro e Pequena Empresa) e suas alterações que
estabelecem o tratamento diferenciado e simplificado para micro e pequenas
36
empresas. Isso confere vantagens aos empreendedores, inclusive quanto à
redução ou isenção das taxas de registros, licenças etc (SEBRAE, 2021).

5.4 Estrutura

Para a estrutura de um estúdio de pilates estima-se ser necessária uma


área entre 40 m² a 120m², a depender da estrutura do empreendimento, com
flexibilidade para ampliação conforme o desenvolvimento do negócio. O ambiente
pode ser dividido em espaço para atendimento, banheiros, recepção, sala de espera
e escritório (SEBRAE, 2021).
A popularização dos termos “orgânico”, “consciência ecológica” e
“sustentabilidade” já se faz também presente neste segmento de negócios. Nesse
sentido, uma opção de estrutura em consonância com estas tendências alia
espaços agradáveis e ao mesmo tempo ecologicamente corretos. Para tanto, a
planta arquitetônica do empreendimento é desenvolvida estrategicamente
buscando minimizar o impacto ambiental, e especialmente:

a) Maximizar a utilização da luz solar, reduzindo a necessidade de energia;


b) Facilitar uma possível expansão física do espaço quando do crescimento da
operação do estúdio de Pilates, evitando obras desnecessárias e utilização
excessiva de materiais de construção.

A estrutura de um estúdio de Pilates é composta basicamente pelas


seguintes áreas:

 Sala de recepção para atendimento aos clientes – necessária para que o


cliente se acomode ou passe seu tempo enquanto não é atendido no estúdio;

 Estúdio de Pilates – Área onde as atividades serão desenvolvidas, deve


contar com os equipamentos dispostos de forma funcional. É um diferencial

37
que seja coberta com tatames para a aula de “solo”. Deve contar
minimamente com cinco equipamentos básicos para as aulas (o “Reformer”,
o “Cadillac”, o “Ladder Barrel”, o “Combo Chair”e o “Wall Unit”), considerando
que a prática exige concentração em um só local.

 Banheiros - deve contar com banheiros feminino e masculino para os alunos,


de preferência com vestiário, armários individuais para guarda de objetos
pessoais e pelo menos dois chuveiros. Invista em um vestiário com lugares
para pendurar roupas, um local limpo e bem decorado, pois será com certeza
o diferencial do local e a decisão sobre a frequência de alunos dependerá
muito da estrutura.
 Escritório para a administração – Não é obrigatório, mas contribui para a boa
organização e gestão administrativa.

 Estacionamento – É uma solução bastante requerida pelos clientes, inclusive


para aqueles com dificuldade de locomoção. O empresário pode realizar
convênios com estacionamentos próximos, ou contratar serviços de
manobristas.

5.5 Pessoal

A quantidade de profissionais está relacionada ao porte do empreendimento


e aos serviços oferecidos (SEBRAE, 2021).
Para um Estúdio de Pilates de pequeno porte pode-se começar com 3 (três)
profissionais, sendo:

 1 (um) recepcionista, CBO: 4221-05;


 1 (um) fisioterapeuta, CBO: 2236-05 ou 1 (um) Educador Físico,
CBO: 2241-20;

38
 1 (um) gerente que principalmente no início do negócio pode ser o
próprio empreendedor.

Além desses profissionais, é necessário ainda uma outra pessoa para


realizar a limpeza do estúdio e dos vestiários (SEBRAE, 2021).
O atendimento (por todos os profissionais do empreendimento) é um item
que merece a maior preocupação do empresário, já que nesse segmento de
negócio há uma tendência ao relacionamento de longo prazo com o cliente e
indicação de novos clientes. Desta forma, deverá se ter uma capacitação contínua,
tanto dos procedimentos a serem realizados, como de relações humanas e
atendimento ao cliente (SEBRAE, 2021).
Os profissionais devem participar de seminários, congressos e cursos
direcionados ao ramo de negócio, para manterem-se atualizados e sintonizados
com as tendências do setor, uma vez que se trata de serviço que requer continua
atualização
Deve-se estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato das
categorias a serem contratadas, utilizando-a como balizadora dos salários e
orientadora das relações trabalhistas, evitando, assim, consequências
desagradáveis. Um ponto importante é a observar a legislação do MEI e suas
atualizações, se aplicável a modalidade escolhida (SEBRAE, 2021).

5.6 Equipamentos

Equipamentos e tecnologia não faltam para atender as necessidades de um


estúdio de Pilates. Nos dias atuais existem uma infinidade de técnicas e processos
que podem ser realizados facilmente com a utilização dos aparelhos corretos
diminuindo o esforço dos clientes e alcançando resultados em um curto espaço de
tempo. De acordo com orientações da Anvisa todos os equipamentos, no momento
uso, devem estar higienizados, em boas condições de funcionamento e ergonomia

39
adequados. Devem existir em quantidade suficiente que permita a realização da
limpeza e esterilização de forma adequada e pelo tempo preconizado, além de
passarem por manutenção periódica (SEBRAE, 2021).
Os principais equipamentos de um Estúdio de Pilates são:

 Equipamentos e acessórios
 Ladder Barrel
 Combo Chair
 Cadillac Trapézio
 Reformer
 Caixa da Combo
 Caixa do Reformer- Tamanho 1
 Disco de Equilíbrio (G)
 Disco de Rotação (M)
 Flex Ring
 Plataforma
 Prancha Clinical (Jumpboard)
 Rolo Mágico
 Bola 65cm
 Piso de Borracha (diversas cores) 100 x 100 x 5 cm
 Balcão de atendimento com gaveteiro volante (1,40x1,20m)
 Poltrona presidente standart giratória com braço
 Longarina 3 lugares
 Aparelho de TV 32'
 Impressora multifuncional laser
 No break
 Telefone com identificador de chamadas
 Monitor 15,6`
 Computador Servidor

40
 Periféricos
 Lixeira com pedal
 Microterminal fiscal (impressora fiscal)
 Roupeiro de aço 12 portas (0,275 x 0,43m)
 Roupeiro de aço 4 portas com 3 divisores (NR 24 do MT)

5.7 Matéria Prima/Mercadoria

A gestão de estoques apresenta particularidades de acordo com o tipo do


negócio - comércio ou prestação de serviço. De qualquer forma, deve-se buscar a
eficiência nesta gestão, sendo que o estoque de mercadorias deve ser suficiente
para o adequado funcionamento da empresa, mas mínimo, para reduzir o impacto
no capital de giro (SEBRAE, 2021).
No caso de um estúdio de Pilates, o estoque ou matéria prima a ser utilizada
é o conhecimento dos profissionais envolvidos, de maneira que a matéria prima
corresponderia aos procedimentos, competências e serviços a serem executados
em seus clientes.
O estúdio poderá também oferecer produtos correlacionados a sua
atividade, entretanto, deverá ser verificado se os produtos a serem expostos para
venda estão em situação regular perante os órgãos de fiscalização competentes.
Se tiver dúvida, peça para ver o rótulo do produto. Nele você encontra o número do
registro ou notificação na Anvisa, orientações de uso, advertências e a data de
validade. Deve também ser verificado constantemente a data de validade dos
produtos estocados (SEBRAE, 2021).

5.8 Organização do Processo Produtivo

Os processos produtivos de um estúdio Pilates são divididos em:

41
Fonte: SEBRAE (2020).

Recepção e Atendimento ao cliente – responsável pelo cadastramento,


agendamento de horários, recepção e registro dos serviços personalizados a serem
realizados, acomodação enquanto o cliente espera o seu horário, encaminhamento
aos profissionais atendentes, cobrança de valores, manutenção de registros que
definem o perfil do cliente para futuras ações de pós-venda e fidelização (SEBRAE,
2021).
Avaliação clínica e postural – Na avaliação clínica e postural o instrutor de
Pilates entrevista o cliente para conhecer seus objetivos, saber se ele sente alguma
dor, se veio por recomendação médica, curiosidade ou outros motivos, saber se
praticou ou pratica alguma atividade física e quais foram. Essa pequena avaliação
já permite ao instrutor um direcionamento em relação aos objetivos do cliente e
também quanto às suas limitações. Diante do quadro exposto na avaliação, o
instrutor pode solicitar alguns exames médicos. Após o resultado da avaliação
clínica e postural é realizada a programação das aulas e oferta das estratégias
personalizadas, isto inclui a sequência dos exercícios e a utilização dos aparelhos.
Aulas de Pilates – são executadas as aulas utilizando o método Pilates. As
aulas podem ser realizadas com exercícios de solo, exercícios livres e com o uso
da bola suíça, e integrados com mobilizações e utilizações de aparelhos (SEBRAE,
2021).
São processos de apoio ao administrativo os seguintes processos:
Serviços de divulgação e publicidade – responsável por transmitir a imagem
do estabelecimento aos potenciais clientes, divulgando o catálogo de serviços,
valores. Como diferencial poderá ser divulgado fotos, tanto em site próprio, blogs e
redes sociais de fotos demonstrando os serviços prestados no estúdio de pilates.

42
Pós Serviço – responsável pela execução de serviços de verificação do
nível de satisfação de clientes, bem como orientações que ainda se fizerem
necessárias para a fidelização do cliente junto ao estabelecimento.

5.9 Canais de Distribuição

Uma escolha adequada dos canais de distribuição do seu negócio


possibilita um maior alcance de clientes num curto período de tempo e, ainda,
aumenta sua vantagem competitiva. Conhecer o seu mercado de atuação
previamente vai lhe ajudar nesta etapa, pois agora são definidos importantes
aspectos de seu negócio: a definição dos serviços a serem prestados, o local, qual
o melhor preço a ser praticado, promoções e formas de divulgar seus serviços.
Sobre o serviço a ser prestado, a decisão consiste em definir os serviços
ofertados e a forma de prestá-los. Essa decisão orienta a estratégia de valor e a
forma que os profissionais devem realizar as aulas e quais outros serviços podem
ser agregados (SEBRAE, 2021).
Sobre a estratégia de disponibilização dos serviços, é preciso levantar e
avaliar pontos como o local e a forma que os serviços serão prestados, se em um
único lugar ou em vários locais. Ou seja, a prestação do serviço se dará apenas nas
instalações da empresa, no domicílio do cliente, em unidades parceiras, por meio
dos recursos tecnológicos (aplicativo próprio, whatsapp, internet, etc.)? Esse é o
ponto que orienta a estratégia de onde e como estar para atender o cliente. No caso
do Pilates o usual é o canal direto, ou seja, o próprio estúdio. O cliente/paciente vai
até o estúdio e pratica sua aula, onde os profissionais estão à disposição com todos
os equipamentos necessários. Outro canal possível é o serviço domiciliar.
Atualmente existem equipamentos portáteis, que apesar de não oferecer a mesma
qualidade de equipamentos existente dentro de um estúdio, oferece benefícios
semelhantes. Neste caso, o valor cobrado pelo serviço pode ser maior, em virtude
da comodidade para o cliente. Outro serviço que pode ser oferecido é a montagem
de um “estúdio avançado” em uma empresa, com exercícios personalizados para o

43
público alvo. Esta atividade está relacionada à Saúde e Segurança no Trabalho e
pode ser um nicho a ser explorado, mas, como no estúdio tradicional, deve ser
elaborado um plano de negócio específico (SEBRAE, 2021).
Quanto à definição dos preços dos serviços, para além da verificação do
custo e da margem de lucro, é preciso definir os demais critérios a serem
considerados para definição dos preços. Isso depende, em alguma medida, do
público-alvo que se pretende atingir. Aqui também devem ser considerados as
formas de pagamento pelo cliente e as parcerias com outras empresas.
A divulgação e as promoções referem-se às estratégias da empresa para
manter os clientes que já consumiram os serviços da empresa e para fazer com que
novos clientes busquem seus serviços. Essa estratégia depende muito do perfil do
público-alvo incluindo aqui seu comportamento, sua localização, suas preferências,
seu poder aquisitivo entre outros (SEBRAE, 2021).
A forma de comunicação com o público alvo é de suma importância no
desenvolvimento da estratégia de divulgação dos serviços prestados. Uma boa
divulgação pode gerar resultados positivos para a empresa, aumentando o número
de pessoas conhecedoras dos produtos e serviços divulgados, ocasionando assim
a procura dos serviços oferecidos no empreendimento.
Entre as formas mais eficientes para a divulgação do empreendimento
podemos citar a internet, que já se consolidou como a principal ferramenta de
comunicação entre as pessoas, se tornando em nossos dias como a mais efetiva,
se destacando na promoção e divulgação de empreendimentos. As redes sociais
utilizadas no formato de marketing digital têm evoluído de forma significativa na
divulgação dos serviços ofertados. Os empreendimentos cada dia mais utilizam os
recursos disponíveis nas redes sociais (geralmente Facebook, Instagram e Twitter)
para divulgar os serviços e produtos oferecidos, para maior visibilidade da empresa.
Ressalta-se que esse tipo de comunicação apresenta custo relativamente baixo e
com forte e crescente apelo popular (SEBRAE, 2021).
Nota-se, também, que as empresas que utilizam o marketing digital têm tido
seu destaque no mercado empreendedor, fazendo com que a oferta de produtos e

44
serviços possam ser apresentados de forma instantânea, com custos relativamente
inferiores às formas tradicionais de divulgação.
Na medida do interesse e das possibilidades do empreendedor, e da
característica da clientela do estúdio de Pilates, a divulgação também pode se dar
por meios tradicionais, como propagandas em rádios locais, TV locais, panfletos,
anúncios em jornais de bairro, jornais de circulação local, sites, rádio, revistas e/ou
outdoor (SEBRAE, 2021).
Antes de iniciar efetivamente o processo de divulgação, é importante ter
definido o logotipo, a identidade visual do estabelecimento e ter disponível o material
de apoio à divulgação, como cartões, sites, redes sociais. Pode-se contratar um
profissional de marketing e comunicação para desenvolver campanha específica.
O estabelecimento de parcerias com clínicas médicas, academias e outros
profissionais da saúde também é muito recomendável, pois pode gerar uma
demanda cativa para o estúdio.
Entretanto, a melhor publicidade para o estúdio de pilates é o boca-a-boca
dos clientes satisfeitos. Nesse tipo de negócio é primordial montar uma clientela fiel
que divulgue o estúdio de Pilates. O faturamento vai depender da frequência de
uma boa quantidade de pessoas alertando para a adequação entre localização e
público-alvo. Uma pesquisa de mercado, por exemplo, feita antes de montar o
negócio, seria uma boa estratégia para identificar seu público-alvo.
Por fim, tão importante quanto a divulgação, é preciso sempre entregar o
prometido e superar as expectativas dos clientes (SEBRAE, 2021).

45
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANASTACIO, M. R.; CRUZ FILHO, P. R.; MARINS, J. (org.). Empreendedorismo


social e inovação no contexto brasileiro. Curitiba: PUCPRESS, 2018.

DINIZ, A. Novos Caminhos, novas escolhas: gestão, liderança, motivação,


equilíbrio, longevidade e fé. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

DORNELAS, J. C. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do


empreendedor de sucesso. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005.

ENDEAVOR BRASIL. Luiza Helena Trajano: empreender, empoderar e


alcançar. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível em:
https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/luiza-helena- -trajano. Acesso
em: 26 jan. 2020.

MIGUEL, T. Os segredos da Cacau Show. In: CASES DE SUCESSO, 2010.


Disponível em:
https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2010/05/cacau_show.pdf. Acesso em:
26 jan. 2020.

OBRAS SOCIAIS IRMÃ DULCE. De Maria Rita à Irmã Dulce. Salvador: [S. n.],
2019. Disponível em: https://www.irmadulce.org.br/portugues/religioso/vida-de-
irma-dulce. Acesso em: 26 jan. 2020.

PIPOCA do Valdir: pipoqueiros criativos e empreendedores. [S. l.: s. n.], 2017.


1 vídeo (6 min). Publicado pelo canal Clube da Pipoca. Disponível em:
https://www.youtube. com/watch?v=ybssQjiIOl8. Acesso em: 26 jan. 2020.

VILARDAGA, V. 10 CEOs de Sucesso no Brasil abaixo de 40 anos. Forbes, dez.


2015. Disponível em: https://forbes.com.br/listas/2015/12/10-ceos-de-sucesso-no-
brasil- -abaixo-dos-40-anos/. Acesso em: 26 jan. 2020.

46
AUTIO, E.; DAHLANDER, L.; FREDERIKSEN, L. Information exposure,
opportunity evaluation and entrepreneurial action: an empirical investigation
of an online user community. Academy of Management Journal, v. 56, n. 5, p.
1348–1371, jan. 2013.

BRITO, A. M.; PEREIRA, P. S.; LINARD, A. P. Empreendedorismo. Juazeiro do


Norte: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, 2013.

DOLABELA, F. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.

DORNELAS, J. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios


inovadores para um mundo em transformação. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

ENDEAVOR BRASIL. Financie seu sonho: guia Endeavor de acesso a capital


para empreendedores. 2014. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2018.

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no


Brasil: 2015. Curitiba: IBQP, [2016?]. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2018.

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no


Brasil: 2016. Curitiba: IBQP, 2017. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2018.

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no


Brasil: 2017. Curitiba: IBQP, [2018?]. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2018.

HANSEN, D. J.; SHRADER, R.; MONLLOR, J. Defragmenting definitions of


entrepreneurial opportunity. Journal of Small Business Management, v. 49, n.
2, p. 283–304, Apr. 2011.

HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPHERD, A. D. Empreendedorismo. 9. ed.


Porto Alegre: Bookman, 2014.

MCMULLEN, J. S.; SHEPHERD, D. A. Entrepreneurial action and the role of


uncertainty in the theory of the entrepreneur. Academy of Management Review,
v. 31, n. 1, p. 132–52, 2006.

47
SALERNO, M. S.; GOMES, L. A. V. Gestão da inovação mais radical. Rio de
janeiro: Elsevier, 2018.

SCHUMPETER, J. A. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova


Cultural, 1982. (Série "Os Economistas”).

SHANE, S.; VENKATARAMAN, S. The promise of entrepreneurship as a field of


research. Academy of Management Review, v. 25, n. 1, p. 217–226, jan. 2000.

TREMEA, N. J. C. As exportações e o produto interno bruto do Brasil no


período de 2000 a 2009. Revista ADMpg Gestão Estratégica, v. 4, n. 1, 2011.

ALAVANCAGEM financeira: o que é? Investeai, [s. l.], 28 out. 2018. Disponível


em: . Acesso em: 28 nov. 2018

HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. 10. ed. Porto Alegre:


AMGH, 2014.

MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações


contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018

48

Você também pode gostar