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ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA

DISCIPLINA Farmacologia Aplicada à Nutrição e Interpretação de Exames


Laboratoriais
PROFESSOR Juliana Prado

NOME LORENA LEITE DANTAS DE BRITO MENDES


MATRÍCULA 01532992
CURSO NUTRIÇÃO

Os Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINES) representam uma das categorias de


medicamentos mais amplamente disseminados em todo o mundo, empregados no manejo da
dor aguda e crônica oriunda de processos inflamatórios.
A resposta inflamatória é uma reação natural do corpo em resposta a danos nos
tecidos, caracterizando-se como um evento complexo por inúmeros agentes. Essa reação
pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo lesões físicas, biológicas ou químicas.
Os AINEs atuam dentro da cascata do ácido araquidônico. Quanto a sua ação, irão
bloquear a atividade das enzimas ciclooxigenases (COX) e a consequente produção de
prostaglandinas ou, como no caso dos piprants, bloqueiam a interação das prostaglandinas
com seus receptores. A COX-1 produz uma gama de prostaglandinas envolvidas em
processos fisiológicos, incluindo homeostase vascular, gastroproteção, fluxo sanguíneo renal
e coagulação sanguínea. A COX-2 também está relacionada com algumas funções
fisiológicas, mas é liberada principalmente após lesão tecidual para produzir prostaglandinas
inflamatórias (Monteiro & Steagall 2019). Ao inibir a atividade da COX, os AINEs fornecem
analgesia (inibição da inflamação e da dor), mas também podem resultar em efeitos adversos
(inibição das funções fisiológicas). Os AINEs individuais inibem a COX-1 e a COX-2 em
diferentes graus.
Porém, Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) emergem como um das
principais causas de reações de hipersensibilidade a drogas, tanto no Brasil como na Europa.
Na maior parte das vezes, as reações imediatas por AINEs não são dependentes das IgE, mas
relacionadas a uma alteração no metabolismo da cicloxigenase (COX). Dessa forma,
indivíduos com reações a determinado grupo de AINEs, apresentam “reatividade cruzada”
com todos os outros grupos de inibidores fortes de COX, como os oxicans ou os derivados do
ácido propiônico. Os inibidores fracos de COX, como o paracetamol, são geralmente
tolerados e utilizados como alternativa terapêutica para estes pacientes. No entanto, alguns
indivíduos necessitam de medicações mais potentes que o paracetamol, nestes casos, os
inibidores seletivos de COX-2 passam a ser uma alternativa segura. Por outro lado, existem
aqueles que também apresentam reatividade com inibidores fracos da COX. Para estes, uma
alternativa a ser considerada é a benzidamina. Em ambos os casos, as alternativas só devem
ser prescritas após a realização do teste de provocação oral.
A utilização indiscriminada dos AINEs pode prejudicar os pacientes, levando ao
desenvolvimento de danos no trato gastrointestinal. Para minimizar essa toxicidade, foram
introduzidos os COXIBEs, inibidores seletivos da COX-2, que são tão eficazes quanto os
AINEs não seletivos no tratamento da inflamação. No entanto, os COXIBEs não possuem
propriedades antitrombóticas devido à expressão primária da COX-1 nas plaquetas. A
inibição seletiva da COX-2 pode aumentar a propensão à trombose e diminuir o efeito
protetor contra isquemia e infarto do miocárdio. Os efeitos colaterais mais graves dos AINEs
ocorrem no sistema gastrointestinal, como erosões e úlceras, aumentando o risco de
sangramento e perfuração, especialmente em pacientes idosos, do sexo feminino e com
condições de saúde graves. Esses efeitos resultam do bloqueio da COX-1 na mucosa
gastrointestinal, inibindo a produção de prostaglandinas citoprotetoras. Para prevenir
complicações, recomenda-se o uso concomitante de inibidores da bomba de prótons e
administração dos AINEs após as refeições em pacientes com histórico de gastroduodenite,
úlcera ou sangramento digestivo.
https://www.scielo.br/j/abc/a/tF6ntrTM9pyt8r9Tmvtgfmc

Ensina LF, Tanno LK, Oliveira AKB, Kalil J, Motta AA. Teste de provocação em indivíduos
com hipersensibilidade aos antiinflamatórios não-esteroidais – Proposta de uma abordagem
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