Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 - Estudo de caso alienacao parental-convertido
4 - Estudo de caso alienacao parental-convertido
NOMES FICTÍCIOS: Maria (autora do processo), José (réu) e Mariazinha (filha das
partes, com 05 anos).
PARECER:
Considerando que não há motivo justificável para que o pai da Mariazinha não
possa visitá-la, sugerimos visitas que serão acompanhadas pela psicóloga deste setor,
em relação ao bem estar da Mariazinha e a sua adaptação.
Considerando a resistência do avô materno em relação à presença do José e os
conflitos passados, sugiro que a readaptação do pai e filha seja feita de forma lenta e
contínua, porém que a Mariazinha seja entregue para o pai no portão de sua casa e que o
pai não entre e seja devolvida na casa da mãe, também no portão de casa. O pai não
deve impor à Mariazinha sua visita quando a mesma, não importa o motivo, não
quiser sair com ele.
Sugiro que o pai considere os dias e horários de visita como uma grande
oportunidade e não tente transferi-los ou compensá-los, porque o tempo da criança é
muito mais urgente que o do adulto e poderia gerar novamente desconfiança na
Mariazinha, visto que estará em fase de readaptação.
R.h., em 06/08/09
Em razão do conteúdo da informação de fls. 64, determino a convocação da
genitora Maria para assistir ao filme sobre alienação parental, no dia 11/08/2009, às 18:00
horas, no Tribunal de Júri, neste Fórum.
Intime-se.
R.h., em 30/10/09
Considerando o progresso no fortalecimento dos laços afetivos entre pai e filha,
determino que sejam incluídos no sistema de visitação os feriados oficiais, de forma
alternada, iniciando-se a partir do feriado de 02/11/2009 junto ao genitor, nos moldes dos
horários fixados na decisão de fls. 51/52, decisão esta alicerçada também na informação
de fl. 87.
R.h., em 26/01/10
Ao Setor Psicossocial para que informe ao juízo a atual situação do caso, devendo
encaminhar relatório no prazo de 20 (vinte) dias.
Após a juntada da devida informação, dê-se vista ao Ministério Público.
R.h., em 16/04/10
Considerando a informação de fl. 98, determino que a visitação passe ocorrer na
forma acordada às fls. 51/52.
Considerando, ainda, a informação de fl. 100, importante registrar, desde já, que a
injusta negativa da genitora em permitir as visitas configura descumprimento de ordem
judicial e viola não apenas os direitos do genitor, mas também o da filha, na medida em
que a priva da convivência paterna, e dificulta o fortalecimento dos laços de afeição,
parentesco, carinho e amizade entre pai e filha.
Consigno, por fim, que havendo oposição de qualquer dos genitores quanto
ao direito de visita acordado, poderá ocorrer a perda da guarda.
Intimem-se, pessoalmente, através de serventuário de plantão, se necessário.
6) Quais os acertos?
9) Qual o grau de SAP que você apontaria no caso? Utilize a tabela de sintomas da
criança para se orientar.
11) Por que diagnosticar o grau da SAP é importante, já que no mesmo caso o grau pode
variar conforme o sintoma que a criança apresenta? Essa resposta demanda alguma
experiência dos profissionais do judiciário que trabalham nos processos de SAP. Sugiro
novos encontros.
RESPOSTAS DAS QUESTÕES
1) Tentativa de suspensão das visitas feita pela Maria = obstrução de todo contato.
Acusação de que o pai é perigoso e causa hematomas na filha = abuso físico ou
negligência.
Maria utilizava sua mãe como porta voz e evitava qualquer comunicação com o pai da
criança = deteriorização da relação do casal depois da separação.
Medo da criança em relação ao pai, resistência da criança em sair com o pai, agarrando-
se no portão ou se escondendo dentro da casa, conflito de fidelidade para com a guardiã
= medo da criança.
2) Não.
4) Evitação do pai e portanto inpossibilidade de ter o outro lado para testar a realidade,
conflito de fidelidade com a mãe e avós maternos, procurando agradar as mesmas e
demonstrando desprezo pelo pai, capacidade para a mentira (mentiu sobre o presente do
dia dos pais, dizia para a mãe que não queria mais ter aquele pai), capacidade para a
manipulação e medo de ser autêntica = falso eu.
7) Não.
10) Não é grau leve porque a criança não se permitia sair com esse pai ou entregar-se
aos seus cuidados. No grau leve não há dificuldades durante as visitas. Não é grau
severo porque, com as determinações judiciais feitas rapidamente, em estreita sintonia
com as sugestões da psicóloga, a criança foi aceitando afastar-se da mãe para conhecer
o pai. Precisou haver restrições e ameaças de reversão de guarda à mãe. No caso
severo, as visitas e pernoites são impossíveis de se realizarem ou muito dificultadas
pela própria criança.