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Instituto Superior de Estudos de Defesa “Tenente-General Armando Emílio Guebuza”

Mestrado em Direito e Segurança

CRIMES CONTRA O ESTADO

Discentes: Docente:

 Ali Assuate Estante PhD. Alicénia da C. F. Pensar

 Dioclêncio Patrício Macaringue

 Latifo Manuel Felisberto Roda

Machava
2023
Ali Assuate Estante

Dioclêncio Patrício Macaringue

Latifo Manuel Felisberto Roda

CRIMES CONTRA O ESTADO

Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo,


apresentado no módulo de Direito Criminal.
Módulo administrado por PhD Alicénia da
Conceição Filomena Pensar.

Machava
2023
Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 1

1. 1. Objectivos da Pesquisa ....................................................................................................... 2

1. 2. Metodologia ........................................................................................................................ 2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 4

2. 1. Definição de Conceitos....................................................................................................... 4

2. 2. Crimes Contra o Estado ...................................................................................................... 4

2. 2. 1. Bem Jurídico Protegido .................................................................................................. 5

3. Descrição de Alguns crimes Contra Estado Segundo o Código penal ................................... 6

4. Conclusão ............................................................................................................................. 12

5. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 13


1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa tem carácter avaliativo no módulo de Direito


Criminal, no âmbito do Metrado em Direito e Segurança, o mesmo subordina-se ao tema:
“Crimes contra o Estado”. Sendo que com esta temática procuramos estudar o alcance dos
crimes contra o Estado, procurando entender o espírito do legislador na tipificação destas
acções ou omissões.

Os crimes contra o Estado abrangem todos os actos que colocam em causa a


independência, a segurança e a integridade territorial do Estado. Como tal, incluem-se nele a
prática de actos como, por exemplo, a traição à pátria, o serviço militar em forças armadas
inimigas, espionagem, hostilidade contra navio ou aeronave moçambicanos em tempo de paz,
atentado contra o Presidente da República ou ainda contra a vida de certas entidades.

Importa sublinhar que a nossa lei penal, adoptou um conceito amplo de crimes contra
o Estado, no qual se incluem não só os crimes contra a segurança do Estado, mas também os
crimes contra a realização da justiça, e ainda neste conceito procurou incluir os crimes de
corrupção e os crimes conexos.

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1. 1. Objectivos da Pesquisa

1. 1. 1. Objectivo Geral

 Analisar o alcance dos crimes contra a segurança do Estado.

1. 1. 2. Objectivos Específicos

 Conceituar elementos ligados a temática;

 Entender o espírito do legislador na tipificação de alguns actos que configuram crimes


contra o Estado;

 Identificar as molduras penas de alguns crimes contra o Estado segundo a lei penal
vigente no Ordenamento Jurídico pátrio.

1. 2. Metodologia

Parafraseando Gil (2008), metodologia é uma palavra derivada de “método”, do


Latim “methodus” cujo significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é
o processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento.
Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados em determinada
área para a produção do conhecimento.

Parafraseando Lakatos e Marconi (2003), método é o conjunto das actividades


sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

Dados os conceitos acima referentes a metodologia, importa apontar que para a


materialização da presente pesquisa foi de imprescindível serventia das técnicas de pesquisa
como, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, que segundo Fonseca apud Gil (2008), a
primeira é a realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e
publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites e a pesquisa documental é um tipo de pesquisa que utiliza fontes primárias, isto é, dados
e informações que ainda não foram tratados científica ou analiticamente.

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Defende Gil (2008), que qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.
Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.

Corroborando com a posição de Gil, esta pesquisa se caracteriza pela utilização de


única técnica, pesquisa bibliográfica. Para tal os pesquisadores colectaram vários materiais
escritos para posterior análise e interpretação.

Feita a colecta de várias obras relacionada com a matéria em causa, os pesquisadores


recorreram a leitura analítica que segundo Lakatos e Marconi (2003) consiste em
uma leitura compassada, lenta se necessário, mas que tem por objectivo a absorção total do
conteúdo – ou seja, das proposições e argumentos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. 1. Definição de Conceitos

2. 1. 1. Estado

Estado é uma organização social e jurídica, formada por instituições que administram o país.
O Estado é formado por três componentes básicos:

 População: O conjunto de pessoas que compõem o país; Seus habitantes.

 Território: A delimitação territorial física do país.

 Soberania: Prerrogativa conferida a esse conjunto de pessoas delimitada territorialmente


de se organizar e criar as regras que irão definir sua organização social.

2. 1. 2. Crime

Sem precisarmos de aprofundar discussões conceituais de crime, o crime vem


formalmente definido no no 1 do art. 1 da Lei n.º 24/2019 de 24 de Dezembro – lei que aprova
o vigente Código Penal: nenhum facto, consista em acção ou omissão, pode julgar-se crime
sem que uma lei, no momento da sua prática, o qualifique como tal. No entanto,
compreendido este conceito, o legislador pátrio antecipa no corpo do nosso Código Penal e
outros dispositivos legais, comportamentos humano que podem e devem ser considerados
como crimes conta o Estado, estes que passamos a descrever.

2. 2. Crimes Contra o Estado

No que tange a esta temática, o legislador distribuiu, os crimes contra o Estado em


nosso Código Penal da seguinte maneira:

TÍTULO VI – aqui o legislador divide em 3 capítulos, por suas vez os capítulos são divididos
em secções e as secções são distribuídas em subsecções, como podemos ver.

 CAPÍTULO I - Crimes Contra a Segurança do Estado, estes encontram-se distribuídos


em:

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- SECÇÃO I - Crimes contra a soberania nacional (subsecção I - crimes contra a
independência e a integridade nacionais; subsecção II - crimes contra a segurança do estado e
subsecção III - crimes contra estados estrangeiros e organizações internacionais);

- SECÇÃO II - Crimes contra a realização do Estado de direito

 CAPÍTULO II - crimes contra a realização da justiça, por sua vez dividido em:

- SECÇÃO I - Simulação de crime, denúncia caluniosa, prevaricação, segredo de justiça e


outros;

- SECÇÃO II - Abuso de autoridade;

- SECÇÃO III - Excesso de poder e desobediência de servidor público

 CAPÍTULO II - corrupção e crimes conexos. Este que é o último capítulo, divide-se em:

- SECÇÃO I - Sector público

- SECÇÃO II - Comércio Internacional

- SECÇÃO III - Sector privado

- SECÇÃO IV - Disposições comuns

2. 2. 1. Bem Jurídico Protegido

Parafraseando Costa (2016), o bem jurídico tutelado nos crimes contra o Estado é de
forma geral a soberania do país, sendo necessária tal tipificação da conduta, haja vista que a
própria soberania nacional é um dos valores fundantes da República, tendo deste modo por
óbvio a preservação da segurança e do território nacional.

Assim, no intuito de proteger a independência, a segurança e a integridade territorial


do Estado moçambicano, o legislador antecipou a criminalização explícita das condutas que
atentem contra o Estado. Adiante, passamos a descrever a título exemplificativo, condutas
previstas como crime contra o Estado.

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3. Descrição de Alguns crimes Contra Estado Segundo o Código penal

Traição à Pátria

Segundo o art. 374 do Código Penal, é aplicado uma pena de prisão que varia de 16 a
20 anos, à quem, por meio de violência, ameaça de violência, usurpação ou abuso de funções
de soberania: a) tentar fraccionar o país, ou entregar a país estrangeiro ou submeter à
soberania estrangeira todo o território nacional ou parte dele; ou b) ofender ou puser em
perigo a independência do País.

Traição à Pátria é um crime que, pela sua natureza, viola os deveres fundamentais do
patriotismo. Ao prever este acto como crime, o legislador procura evitar situações que visam
essencialmente atentar contra a soberania Nacional, integridade territorial e provocar um
estado ou situação de guerra.

Serviço Militar em Forças Armadas Inimigas

Previsto no art. 375 do CP e punindo-se o infractor com uma pena de prisão de 12 e


16 anos, o legislador procura impedir que os seus cidadãos sejam de nacionalidade originária
ou adquirida tomar armas debaixo de bandeira de nação estrangeira contra Moçambique.
Porém, esta penalização pode ser especialmente atenuada se antes das hostilidades ou da
declaração de guerra, o agente do crime estiver ao serviço de Estado inimigo com autorização
do Governo Moçambicano. E se por força das leis militares do Estado em que o agente do
crime se aliou obrigaram o agente a esta prática, então o agente lhe será retirada a culpa.

Prática de Actos Adequados a Provocar Guerra

Segundo o art. 377 do CP, quem, sendo moçambicano, estrangeiro ou apátrida1,


residindo ou encontrando-se em Moçambique, praticar actos não autorizados pelo Governo
Moçambicano e adequados a expor o Estado Moçambicano à declaração de guerra ou à acção
armada é punido com pena de prisão de 8 a 12 anos. Ainda neste artigo, o legislador reduz a
penalização do agente para até 2 anos pena de prisão, se à conduta descrita no no 1, não seguir
o efeito nele previsto, neste caso a declaração de guerra ou a acção armada.

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Indivíduo que não é titular de qualquer nacionalidade, ou seja, uma pessoa que não é considerada nacional
por qualquer Estado.

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Violação de Segredo de Estado

As pessoas que trabalham no Estado estão muitas vezes em situação de conhecer


informações confidenciais ou secretas que, se forem divulgadas, podem ser utilizadas pelo
inimigo para cometer crimes contra o povo e o Estado, dai que por este e outros motivos,
outro comportamento previsto como crime contra o Estado, é a violação de segredo de
Estado, previsto no art. 380, descrito nos seguintes termos: quem, pondo em perigo interesses
do Estado Moçambicano relativos à independência nacional, à unidade e à integridade do
Estado ou à sua segurança interna e externa, transmitir, tornar acessível a pessoa não
autorizada, ou tornar público facto ou documento, plano ou objecto ou então destruir, subtrair
ou falsificar documento, plano ou objecto manter-se secretos, é punido com pena de prisão de
2 a 8 anos.

Por exemplo, um militar que por virtude das suas funções, tem acesso ao plano de
ataque ou outro documento de natureza confidencial ou secreta e deixa de tomar os cuidados
determinados para que não seja visto por quem os não deva ver, esse militar comete
efectivamente um crime contra a segurança do povo e do Estado moçambicano.

Espionagem

Espionagem é um crime repelente porque é realizado por um agente que se infiltra no


nosso país para obter informações que mais tarde utiliza para cometer acções que subvertem a
ordem social e política. Dai que o legislador, no artigo 381 do CP pune o agente deste tipo
legal de crime com uma pena de prisão de 8 a 12 anos. Entendeu que as acções deste agente
podem consistir em colaborar com governo, associação, organização ou serviço de
informações estrangeiros, recrutar, acolher ou receber agente com intenções de prática do
crime de violação de segredo de estado.

Para este tipo legal de crime, apena do agente é elevada pena de prisão de 12 a 16
anos se o agente praticar o facto violando dever especificamente imposto pelo estatuto da sua
função ou serviço, ou da missão que lhe foi conferida por autoridade competente.

Pirataria

Do artigo 386 do CP, resulta a penalização de entre 16 a 20 anos de pena de prisão, à


todo aquele que tripule ou comande por meios violentos, nave ou aeronave, ou dela se
aproprie com fraude ou violência, ou desvie da sua rota normal, no intuito de cometer roubos,
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praticar violência contra a nave ou aeronave ou contra as pessoas ou bens a bordo das
mesmas, bem como para atentar contra a segurança do Estado ou de Estado estrangeiro.

Importa reter, que no âmbito da pirataria são previstos uma série de actos criminosos
contra uma nave ou aeronave ou contra as pessoas que estão dentro dessa nave ou aeronave,
são exemplos dessas, os barcos e os aviões.

Num hipotético exemplo, podemos supor que um elemento ou um grupo de


elementos a bordo de um avião, ameaçam o comandante desse avião e o obrigam a mudar de
rota, ou seja o destino para onde o avião se dirigia, fazendo com que este aterre noutro sítio, a
luz da lei penal em Moçambique, este acto constitui um crime contra o Estado de pirataria.

Atentado contra o Presidente da República e Certas Entidades

No art. 393 do CP, o legislador prevê que quem atentar contra a vida, a integridade
física ou a liberdade do Presidente da República ou de quem constitucionalmente o substituir,
é punido com pena de prisão de 20 a 24 anos.

Para este crime, importa reter que o atentado consiste na execução ou na sua
tentativa. E os actos preparatórios e este tipo legal de crime, são também puníveis com penas
exemplares de variam de 12 a 16 anos de pena de prisão.

E para certas entidades como titulares e membros dos órgãos de soberania,


magistrados, Provedor de Justiça e membros do Conselho do Estado, o atentado à sua vida é
punido com pena de prisão de 16 a 20 anos, segundo art. 394 do CP. Quando, à estes for
praticado o crime de ofensas corporais ou atentado contra a liberdade previsto no art. 395 do
mesmo dispositivo legal, então aplicar-se-ão as penas previstas no crime de ofensas corporais
voluntárias, mas agravada de metade nos seus limites mínimo e máximo.

Simulação de Crime e Denúncia Caluniosa

Segundo Teixeira (2013), o crime de simulação de crime insere-se no âmbito da


tutela da realização da justiça determinando-se a punição à protecção da eficácia funcional das
instituições judiciárias, ou seja, com a punição pretende-se evitar que sejam afectados meios
ou recursos, já normalmente escassos, em vão. Tal crime consuma-se quando a autoridade
competente (que recebe a denúncia) é induzida em erro, com essa denúncia.

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Previsto nos termos art. 401 CP, o legislador antecipa a punição do agente deste
crime à uma pena de prisão até 1 ano e multa até 6 meses. Sendo que se o facto respeitar à
contravenção, o agente é punido com pena de multa até 2 meses.

Na mesma linha espírito legislativo do crime anterior, prevê-se no art. 402 do CP, o
crime de “denúncia caluniosa”, que consiste em denunciar ou lançar sobre determinada pessoa
a suspeita da prática de crime, com intenção de que contra ela se instaure procedimento,
punindo-se o agente com uma pena de com uma pena de prisão de 2 a 8 anos e multa até 1
ano. E se a conduta consistir na falsa imputação de contravenção, o agente é punido com pena
de prisão até 1 ano e multa correspondente.

Prevaricação do Juiz e Outros

Com vista a uma sentença justa, e credibilidade das instituições de justiça, nos
termos do art. 411 do CP, o juiz que por favorecimento ou por ódio, proferir sentença
definitiva manifestamente injusta, é punido se a sentença for: a) condenatória em causa
criminal, na pena de prisão de 1 a 8 anos; b) proferida em causa não criminal, na pena de
prisão até 2 anos e se a sentença não for definitiva, o máximo da pena será reduzido a metade
da sua duração.

E pelo princípio da imparcialidade dos juízes, o juiz que aconselhar uma das partes
sobre o litígio que pender perante ele é condenado à pena de prisão até 2 anos.

As disposições das alíneas b) do número 1 e dos números 2 e 3 do referido artigo são


aplicáveis a todas as autoridades públicas que, em virtude das suas funções, decidirem ou
julgarem qualquer negócio contencioso submetido ao seu conhecimento.

Prevaricação de Defensor e Ministério Público

Impede-se com ameaça da pena de prisão até 2 anos e multa até 1 ano, que o
defensor ou magistrado do Ministério Público revele os segredos do seu cliente ou utente,
tendo tido deles conhecimento no exercício da sua função; que receba dinheiro ou outra
qualquer coisa, por advogar ou procurar seu feito e demanda, ou tendo aceitado a procuração
e sabido os segredos da causa, advogar, procurar ou aconselhar, em público ou secretamente,
pela outra parte, na mesma causa.

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Prisão Ilegal

Com vista a controlar os excessos da autoridade, é punido com pena de prisão até 2
anos, podendo agravar-se com a multa até 1 ano, segundo as circunstâncias: a) qualquer
servidor público que prender ou fizer prender por sua ordem alguma pessoa, sem que seja
competente; b) o que, tendo este poder, o exercer fora dos casos determinados na lei ou contra
alguma pessoa cuja prisão for da exclusiva atribuição de outra autoridade; c) o que retiver
preso o que dever ser posto em liberdade, em virtude da lei ou de sentença passada em
julgado, cujo cumprimento lhe competir, ou por ordem do superior competente; d) o que
ordenar ou prolongar ilegalmente a incomunicabilidade do preso, ou que ocultar um preso que
deva apresentar. 2. Por prisão se entende também qualquer detenção ou custódia.

Entrada Abusiva em Casa Alheia

Qualquer servidor público que, nesta qualidade, e abusando das suas funções, entrar
na casa de habitação de qualquer pessoa sem seu consentimento ou contra a vontade desta,
fora dos casos ou sem as formalidades que a lei prescreve, é punido com pena de prisão até 2
anos e multa correspondente a 1 mês, segundo previsto no art. 418 do CP.

Corrupção Passiva Para Acto Ilícito e Corrupção Activa

A corrupção passiva (art. 426 do CP) é um dos principais crimes que atinge, de
forma directa, os princípios constitucionais da Administração Pública, principalmente no que
tange à moralidade administrativa. O tipo penal em mote pune aquele que solicita ou recebe,
para si ou para outrem, directa ou indirectamente, ainda que fora da função, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.

Segundo Mirabete e Fabbrini (201), o objecto da tutela jurídica é o funcionamento


normal da Administração Pública, no que diz respeito à preservação dos princípios de
probidade e moralidade no exercício da função. O crime, por um lado, compromete a
eficiência do serviço público e, por outro, põe em perigo o prestígio da administração e a
autoridade do Poder Público.

Já a corrupção activa, ocorre quando alguém oferece ou promete vantagem indevida


a um funcionário público, para que este pratique, omita ou retarde ato de ofício. A acção de
corromper activamente pressupõe a intenção do agente em obter uma vantagem ilícita em
detrimento do interesse público (prevista no art. 427 do CP).

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4. Conclusão

Em jeito de conclusão, importa sublinhar que os crimes contra o Estado incluem


todos os actos que colocam em causa a independência, a segurança e a integridade territorial
do Estado. Como tal, incluem-se nele a prática de actos como, por exemplo, a traição à pátria,
o serviço militar em forças armadas inimigas, espionagem, hostilidade contra navio ou
aeronave moçambicanos em tempo de paz, atentado contra o Presidente da República ou
ainda contra a vida de certas entidades. Poi, o legislador entende que tolerar estes
comportamentos, pode por em causa o funcionamento normal do Estado.

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5. Referências Bibliográficas

Fabbrini, R. N. & Mirabete, J. F. (2011). Manual de Direito Penal. 25ª. ed. São Paulo: Atlas.

Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6a ed.). São Paulo: Atlas.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica. (59ª ed).


São Paulo.

Teixeira, Luis. (2013). Simulação de crime. Lisboa.

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