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Direito Previdenciário
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Direito Previdenciário
CF, art. 194. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações, de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinadas a garantir os direitos relativos à Saúde, à Previdência
e à Assistência Social.
Portanto, daqui para frente, sempre que você vir a expressão Seguridade Social, lembre que
se trata de ações cujo objetivo é a garantia dos direitos relativos a SAÚDE, ASSISTÊNCIA
SOCIAL e PREVIDÊNCIA SOCIAL.
A Seguridade Social é parte de uma rede de proteção à qual comumente se dá o nome de
Estado do bem-estar social, que oferece benefícios e serviços ao cidadão quando ele se encontra em
situação de risco social. O objetivo desta rede é proteger os cidadãos nas situações em que ele não
consegue adquirir com os frutos do seu trabalho aquilo de que necessita para a sua sobrevivência e
da sua família. Nestas situações, a rede de proteção entra em ação, garantindo a este cidadão os
meios mínimos necessários para uma existência digna. Com vistas ao alcance deste objetivo, o art.
194 da Constituição, ao conceituar a Seguridade Social, afirma que as ações por ela desenvolvida
são integradas. Em outras palavras, a Constituição afirma que as políticas e ações públicas de saúde,
assistência social e previdência social atuarão de modo integrado. O conceito constitucional
demonstra que as ações na área de Seguridade Social não serão desenvolvidas exclusivamente pelo
Estado, pois a iniciativa destas ações também pertence à sociedade. Entretanto, de acordo com o
parágrafo único do art. 194 da Constituição, compete ao poder público organizar a Seguridade
Social, nos termos da Lei.
2. SAÚDE
Segundo o art. 196 da Constituição, saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
O dispositivo constitucional demonstra que o acesso aos serviços de saúde é universal. É um
dever do Estado prestar serviços de saúde e todos podem ter acesso aos serviços de saúde prestados
pelo poder público, qualquer que seja a sua condição social ou econômica.
O acesso aos serviços públicos de saúde também independe de contribuição, ou seja, não é
necessário que o indivíduo tenha previamente recolhido contribuições ao sistema de Seguridade,
para que possa beneficiar-se dos serviços de saúde. Tanto um mendigo quanto um milionário têm
idêntico acesso aos serviços públicos de saúde.
O Sistema Único de Saúde será financiado com recursos do orçamento da Seguridade Social
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Uma vez que, nos termos do inciso II
do art. 23 da Constituição, todos os entes federativos têm competência para cuidar da saúde pública
(competência comum), naturalmente, cada um deles deverá aplicar uma parcela das suas receitas no
desenvolvimento de ações de proteção e promoção da saúde.
A Constituição estabelece limites mínimos para a aplicação de recursos na área de saúde. No
caso da União, o inciso I do § 2º do art. 198 estabelece que o valor aplicado em saúde não pode ser
inferior a 15% sobre a receita corrente líquida do exercício anterior. De acordo com o inciso I do §
3º do art. 198, os percentuais mínimos de aplicação de recursos na saúde pelos Estados, pelo DF e
pelos municípios serão definidos em Lei Complementar.
De acordo com os art. 6º e 7º da Lei Complementar nº 141, de 2012, aplica-se o percentual mínimo
de 12% para os Estados e de 15% para os municípios. A referida lei complementar detalha a base de
cálculo sobre a qual devem incidir os percentuais mencionados.
A constituição atribui ainda à Lei Complementar as seguintes competências:
• Definição dos critérios de rateio de recursos destinados à saúde, da União para os Estados, o
Distrito Federal e os municípios, bem como dos Estados para os municípios, com o objetivo de
reduzir progressivamente as disparidades regionais.
• Estabelecimento das normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas
esferas federal, estadual, distrital e municipal.
• Estabelecimento das normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União na saúde.
Nos termos do art. 200 da Constituição, além de outras atribuições, compete ao SUS, nos termos da
lei:
• Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar
da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
• Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
• Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
• Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
• Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
• Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como
bebidas e águas para consumo humano;
• Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
• Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
3. ASSISTÊNCIA SOCIAL
Segundo o art. 203 da Constituição, a Assistência Social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social. Assim como a saúde, a
Assistência Social é um sistema não contributivo. Entretanto, enquanto a saúde tem abrangência
universal, a Assistência Social tem alcance mais restrito, uma vez que os benefícios e serviços
assistenciais somente serão prestados àqueles que deles necessitem.
A Assistência Social tem por objetivo a proteção aos desvalidos, àquelas pessoas que, sem
ela, dependeriam da caridade alheia para obter condições de sobrevivência. Exatamente por esta
razão, a necessidade do beneficiário é uma premissa para a concessão do benefício ou a fruição do
serviço assistencial. Cabe à lei que criar o benefício assistencial definir os critérios de concessão, ou
seja, quais os requisitos que o cidadão precisará demonstrar para fazer jus ao benefício.
Nos últimos anos, houve significativo aumento no alcance dos programas assistenciais promovidos
pelo governo federal, tendo significativo destaque o programa Bolsa-Família.
De acordo com o art. 203 da Constituição, a Assistência Social atenderá aos seguintes objetivos:
• A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
• O amparo às crianças e adolescentes carentes;
• A promoção da integração ao mercado de trabalho;
• A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração
à vida comunitária;
• A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei. As ações governamentais na área da Assistência Social serão
realizadas com recursos do orçamento da Seguridade Social, além de outras fontes, e organizadas
com base nas seguintes diretrizes:
• Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera
federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal,
bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
• Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas
e no controle das ações em todos os níveis. A Constituição permite que os Estados e o Distrito
Federal vinculem até cinco décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida a programa de
apoio à inclusão e promoção social, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: despesas
com pessoal, encargos sociais, serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. Já está claro que a Assistência Social será
prestada a quem dela necessitar. Cabe à lei definir quem pode ser considerado necessitado, para fins
de recebimento de benefícios assistenciais. É interessante observar que esta definição não é linear,
mas acontece benefício por benefício.
BPC – LOAS
constantes da Lei 8.742, de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) e do Decreto nº
6.214, de 2007, que regulamentam a concessão deste benefício. Apenas a título introdutório, você
deve saber que, para efeito de recebimento do benefício assistencial mensal no valor de um salário-
mínimo, conhecido como BPC-LOAS (Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica
da Assistência Social – LOAS), previsto no inciso V do art. 203 da Constituição, será considerado
necessitado o deficiente ou o idoso que não possua meios de prover a sua própria manutenção nem
de tê-la provida por sua família, assim considerado aquele cuja renda familiar mensal per capita seja
inferior a 1/4 do salário-mínimo. De acordo com o art. 1º do Estatuto do idoso, serão assim
consideradas pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Entretanto, para o fim
específico de recebimento do benefício assistencial BPC-LOAS, a pessoa será considerada idosa a
partir dos sessenta e cinco anos de idade (tanto o homem quanto a mulher).
Entende-se como família, para efeito de definição da renda per capita familiar, conjunto de pessoas
composto pelo requerente, o cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
Não esqueça: para recebimento do benefício assistencial correspondente a um salário-mínimo
mensal, conhecido como BPC-LOAS, são os seguintes os requisitos previstos em lei:
Como dissemos, estas são apenas algumas informações introdutórias sobre o BPC-LOAS. Este
benefício será tratado em aula específica. Por ora, consideramos importante que você lembre
do seguinte:
• O BPC-LOAS corresponde a uma renda mensal de um salário-mínimo;
• É devido ao deficiente e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família;
• Exige-se renda per capita familiar inferior a 1/4 do salário-mínimo;
• É benefício assistencial, logo, o beneficiário não precisa comprovar o recolhimento prévio
de contribuições.
4. PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segundo o art. 201 da Constituição Federal, a Previdência Social será organizada sob a
forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
A proteção fornecida pela Previdência Social destina-se, principalmente, aos trabalhadores.
Diferentemente da Saúde e da Assistência Social, a Previdência Social depende de contribuição
prévia, pois é uma modalidade de seguro. De um modo geral, enquanto está na ativa, o trabalhador
e a empresa para a qual ele trabalha recolhem contribuições para o sistema, a fim de que, se
ocorridas algumas das situações de risco social previstas em lei, obtenha a cobertura da Previdência
Social, sob a forma de concessão de benefícios e serviços.
Embora seja uma espécie de seguro, a participação do trabalhador no plano previdenciário básico é
obrigatória. Logo, não há espaço para a manifestação de vontade do trabalhador acerca da
participação ou não no plano previdenciário. A partir do momento que ele venha a exercer uma
atividade que, nos termos da lei, seja de filiação obrigatória, estará automaticamente vinculado ao
sistema previdenciário, ainda que não queira ou que não saiba disso. Como veremos adiante, a
filiação obrigatória é fundamental para a efetivação do princípio da solidariedade social.
A partir da Emenda Constitucional nº 20, passou a constar do texto constitucional a exigência de
que o sistema previdenciário obedeça a critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Este dispositivo, inserido no texto constitucional devido à preocupação com o déficit da
Previdência, exige do legislador e dos gestores da Previdência a busca constante pelo equilíbrio
entre as contribuições vertidas pela sociedade para o financiamento do sistema e os valores que a
Previdência retorna à sociedade sob a forma de benefícios. Além disso, exige que os gestores da
Previdência estejam atentos às probabilidades futuras, tendo em vista que
o equilíbrio das contas da Previdência depende de fatores como a modificação da composição etária
da população e dos seus níveis de ocupação profissional.
Segundo o art. 201 da Constituição, a Previdência Social deverá oferecer cobertura para os
seguintes eventos:
• Doença, invalidez, morte e idade avançada;
• Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
• Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
• Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
• Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes.
devido ao art. 9º da Lei nº 8.213, de 1991, que assim dispõe:
Art. 9º A Previdência Social compreende: ...
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social – RGPS garante a cobertura de todas as situações
expressas no art. 1º desta lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto de lei específica,...
Como se lê acima, a Lei nº 8.213, de 1991, que trata dos benefícios concedidos pelo Regime
Geral de Previdência Social – RGPS, expressamente afirma que o seguro-desemprego não integra o
RGPS. O tema foi recentemente cobrado pelo CESPE:
BENEFÍCIOS
1. Aposentadoria por idade ou programável
A aposentadoria por idade também pode ser chamada como programável. Até pouco
tempo — 13/11/2019, para ser mais exato —, existia uma grande diferença para a
aposentadoria por tempo de contribuição.
A reforma da previdência, que foi aprovada nessa data, acabou unificando esses dois
tipos de benefícios e, em breve, não haverá mais o benefício por idade e o por tempo de
contribuição: será a aposentadoria programada.
E existem diversos tipos de aposentadoria por idade, cada uma com requisitos próprios e
forma de cálculo do valor de benefício diferente:
Mas não se preocupe, em cada um dos benefícios vai haver link para um artigo completo
com mais detalhes.
Na aposentadoria por idade, por exemplo, é exigido que a pessoa tenha pelo menos 180
contribuições regulares, além da idade mínima.
Na prática, sem analisar cada caso, é impossível afirmar que um é melhor do que o outro.
E para aqueles que não tem todo o tempo necessário em atividade especial — nem
expectativa de atingir o mínimo —, ainda assim é uma vantagem ter trabalhado nessas
atividades, pois os respectivos períodos podem ser convertidos em tempo comum, o
que aumenta a contribuição total do segurado.
A conversão pode ser usada para duas finalidades: aposentar-se mais cedo ou melhorar o
valor da renda mensal inicial.
5. Auxílio-acidente
O auxílio-acidente é um pouco diferente dos anteriores, pois é visto como uma
indenização, e isso faz toda a diferença.
Ele é devido quando o segurado perde parte de sua capacidade para o trabalho, porém
não está totalmente impedido de continuar exercendo sua profissão habitual.
O exemplo clássico é a de uma pessoa que trabalha digitando e num fatídico dia acaba
tendo dois dedos da mão amputada. Ela ainda consegue exercer sua profissão, porém de
forma lentificada, por isso pode receber o auxílio-acidente por essa perda parcial da
capacidade de trabalho.
O benefício também pode ser pago para pais e irmãos, porém existe uma ordem de
preferência:
O valor mensal do benefício é calculado levando por base a aposentadoria do falecido ou,
se não estivesse recebendo, da simulação de uma aposentadoria por incapacidade
permanente na data do óbito.
8. Auxílio-reclusão
A família de um segurado preso em regime fechado, por qualquer razão, tem direito
ao auxílio-reclusão enquanto permanecer a privação de liberdade.
Se houver fuga da prisão ou mudança de regime prisional, o benefício é suspenso ou
encerrado.
O valor do auxílio-reclusão varia todos os anos, mas fica entre 1 salário mínimo e R$
1.400, aproximadamente.
Para ter direito, o segurado preso precisa ter quantidade mínima de contribuições
(carência), ser considerado segurado do INSS e não estar recebendo acima de R$
1.503,25 na data da prisão — esse valor se refere ao ano de 2021, ele é atualizado
anualmente em janeiro.
9. Salário-maternidade
Todas as mulheres seguradas do INSS têm direito ao salário-maternidade por 120 dias
(4 meses).
Um erro muito comum é pensar que, por não estar contribuindo, não tem direito ao
benefício. No entanto, toda pessoa que interrompe as contribuições com INSS se mantém
segurada por um tempo adicional, conhecido como período de graça.
Isso se deve porque o benefício foi criado para dar suporte aos familiares que precisam
de um tempo para cuidar de um recém nascido, não pelo fato de ser mulher.
Diferente de uma aposentadoria, que garante treze mensalidades por ano — incluindo o
13º salário —, o BPC só paga doze prestações.
Além disso, costumamos dizer que é um benefício bem precário, no sentido de que ele
pode ser cortado a qualquer tempo, caso o INSS verifique que a renda da família superou
o limite ou que o beneficiário deixou de ser pessoa com deficiência.
12. Seguro-defeso
O seguro-defeso é um benefício assistencial, parecido com o BPC da LOAS, e consiste
no pagamento de um salário mínimo para profissionais da pesca artesanal quando
estiverem em período de defeso.
Como esses trabalhadores dependem da pesca para sobreviverem, não podem ficar
períodos sem pescar, de modo que o Estado arca com esse custo, para evitar a extinção
de espécies.
b. Contribuições Sociais.
Por outro lado, a base de cálculo para a contribuição das empresas é, em geral, a
remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço, sem a necessidade de
observância de limites mínimos ou máximos.
O Empregador Rural Pessoa Física: nesse caso, o produtor rural recolhe sua contribuição
enquanto segurado da mesma forma que os demais contribuintes individuais. No entanto,
no tocante a sua contribuição enquanto empregador, caso contrate trabalhadores, há
alíquotas e bases de cálculo diferenciadas;
Produtor Rural Pessoa Jurídica: as condições especiais previstas substituem apenas as
contribuições incidentes sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos.
Portanto, não substituem as contribuições patronais devidas caso sejam contratados
contribuintes individuais ou cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho;
Agroindústria: é o produtor rural pessoa jurídica que exerce atividade tanto de produtor
rural quanto de indústria. Vale a mesma observação prevista para o Produtor Rural
Pessoa Jurídica;
Associação Desportiva que mantém Equipe de Futebol Profissional: além da ressalva feita
para os dois grupos anteriores, cumpre destacar que as associações desportivas que não
mantenham equipe de futebol profissional devem contribuir da mesma forma que as
empresas em geral.