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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Fonética e Fonologia

Mateus Miguel Mateus, Código: 708237862

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Linguística Geral
Ano de Frequência: 1º

Chimoio, Setembro 2023


Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 2

1.1 Objectivos.............................................................................................................................. 2

1.1.1 Objectivo geral ............................................................................................................... 2

1.1.2 Objectivos específicos .................................................................................................... 2

1.2 Metodologia .......................................................................................................................... 2

2. Fonética ....................................................................................................................................... 3

2.1 Aparelho fonador................................................................................................................... 4

2.2 Fonologia............................................................................................................................... 5

3. Conclusão .................................................................................................................................... 8

4. Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 9


1.Introdução

O presente trabalho tem como tema a fonética e fonologia. A linguística pode ser definida como
um estudo científico da estrutura da língua. Ela reúne estudos em diversos campos, dentre eles, a
sintaxe, a morfologia, a semântica que se preocupam com unidades maiores, e a fonologia que se
volta para unidades linguísticas menores. Ao lado da fonologia, visa ao estudo sistemático dos
sons. Os estudos fonéticos e fonologia tem a origem momentos distintos. Os estudos fonéticos
foram preocupação dos estudiosos durante antes do século XX; já a fonologia têm sua origem com
os estudos de pragas, no início do século XX, por isso que muitos trabalhos realizados no início
daqueles séculos não tem limites definidos. Embora tinham objecto de estudo diferenciados, estes
dois campos de estudo são interdependentes.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral


Compreender a fonética e fonologia

1.1.2 Objectivos específicos

Identificar as componentes da fonética;


Identificar os órgãos do aparelho fonador;
Indicar a importância do estudo da fonética.

1.2 Metodologia

Para a elaboração deste trabalho usou-se dois métodos fundamentais que é a heurética e
hermenêutica, o primeiro método consiste na recolha de dados ou bibliografias que versam sobre
o tema e o segundo consiste na confrontação e interpretação dos dados recolhidos, nesta ordem de
ideias os principais referências teóricos para a elaboração deste trabalho são a obra de Silva (2003)
que dá alguns conceitos básicos sobre a fonética e fonologia em relação ao seu objecto de estudo
e obra de Viera (1996) que dá grandes subsídios em relação ao aparelho fonador.

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2. Fonética

A fonética é o estudo sistemático dos sons da fala, isto é, trabalham sons propriamente ditos,
levando em consideração o modo como eles são produzidos, percebidos e quais aspectos físicos
estão envolvidos na sua produção. A fonética, como a disciplina que estuda o som linguístico em
seu aspecto material, pode ser dividida em três áreas bem definidas: a fonética articulatória, a
fonética acústica e fonética auditiva. A primeira descreve e classifica os sons da fala de acordo
com a sua articulação no aparelho fonador. A segunda cabe o estudo das propriedades físicas dos
sons linguísticos e do percurso que as ondas sonoras trilham para chegar aos ouvidos do ouvinte.
Já a terceira ocupa-se da maneira como os sons da fala são captados pelo arquivo auditivo e
interpretado pelo cérebro humano.

a) A fonética articulada: que estuda os sons do ponto de vista fisiológico, descreve e


classifica os sons. Seu objecto está directamente vinculado a manifestação da língua em
sua maternidade, ou seja, como o falante produz os sons da língua, a anatomia e ao
funcionamento do aparelho fonador. É com base na fonética articulatória, igualmente, que
se criou uma classificação dos sons linguístico, amplamente utilizada nos estudos
fonéticos.
b) A fonética acústica: estuda os sons da fala a partir de suas propriedades físicas. Esse
estudo é processado sobre a cadeia de fala, ou seja, pela análise das ondas sonoras. Isto é,
a fonética acústica leva em conta as propriedades físicas do som, como os sons da fala
chegam ao aparelho auditivo. “ Quando se realiza qualquer som, a sua propagação se dá
através das ondas sonoras até chegar ao ouvido do interlocutor” (Silva, p26.2003).
Entretanto, a análise deste som e a sua propagação com o auxílio de programas
computacionais específicos, permite avaliar a sua altura e intensidade. A fonética acústica
mostra como descrever e quantificar os sons da fala, e também como a sua qualidade
desses sons está relacionada com a forma de produzí-las.
c) Fonética auditiva: Centraliza seus estudos na preparação do aparelho auditivo, isto é,
ocupa-se do estudo relativo ao modo como o ouvido humano processa a informação
auditiva. Esta é a área de estudos está em frente com a neurologia e a psicologia uma vez
que pretende investigar o modo como aparece o processamento acústico pelo cérebro do
ouvinte.

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2.1 Aparelho fonador

Aparelho fonador é o conjunto de órgãos responsáveis pela fonação humana, ou seja, pela geração
de voz e da fala humana. O aparelho fonador é constituído por sistema respiratório, sistema de
emissão, sistema de articulação e ressonância, sistema nervoso central e periférico.

De acordo com Vieira, (1999 pp.59-64), o aparelho fnador pode subdividir-se em três partes
fundamentais:

a) O órgão emissor- laringe onde se encontram as cordas vocais: a laringe é um órgão


emissor por excelência, e encontra-se situada numa zona média e anterior do pescoço
abaixo do osso hioide, entre a faringe e a traqueia. A laringe, que é internamente é revestida
por uma mucosa, é constituída pelo conjunto das cordas vocais, epiglote, cartilagens e
músculos. Estes músculos tem a função do seu suporte e proteção, bem como permitem os
movimentos. A epiglote é uma membrana que funciona como válvula e que fecha a laringe
no momento de deglutição, ligando-se à língua e ao osso hioide. As principais
características da laringe são: tiroide, cricoide, epiglótica e aritenoides.
b) O jogo de foles- os pulmões que funcionam complementarmente com os músculos
torácicos, que promovem os movimentos de inspiração e expiração; os pulmões, órgãos
que pertencem ao sistema respiratório, são os reservatórios de ar importantes para a
fonação. Para haver produção vocal é necessário que o ar atravesse todos os canais até às
cordas vocais, promovendo a sua vibração e assim o som. A quantidade de ar expirada
necessária à produção vocal designa-se por sopro fonatório.
c) Os órgãos ressoadores- faringe (hipo faringe, orofaringe e rinofaringe), a boca e os seios
perinasais: Os órgãos ressoadores são, fundamentalmente, a faringe o véu do palato, a boca
e as fossas nasais. Cada uma destas estruturas apresentam-se como características
específicas para o trato da voz. A faringe é um canal irregular músculo-membranoso
situado entre o esófago e a boca com a cavidade bucal, fossas nasais e laringe. Apresenta
dois tipos de músculos, os constritores, responsáveis pela redução do seu diâmetro
transversal, e os músculos elevadores que movimentam a faringe no sentido longitudinal.
A faringe comunica com a cavidade bocal pelo véu do palato que prolonga para baixo e
para trás a abóboda platina. Os músculos do véu do palato são importantes no movimento
de abaixamento/elevação da faringe e laringe, fazendo o mesmo para a língua. Atuam
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também na diminuição do diâmetro do canal entre a faringe e a boca. A boca, em conjunto
com os lábios, língua, dentes e abóbadas palatina, constitui um órgão que atua na
articulação das palavras, na projeção dos sons que ajudam na comunicação. As fossas
nasais são órgãos que comunicam com a faringe (rinofaringe) e são também consideradas
ressoadores. Estes fazem a comunicação com as cavidades ocas.
-os seios nasais- que permitem o ressoador dos sons promovendo vibrações, ajudando
assim a controlar o trabalho vocal mais eficazmente.

A partir do funcionamento destes órgãos do aparelho fonador e que nós produzimos os sons da
fala que se dividem em: consoantes, vogais e semivogais.

2.2 Fonologia

A palavra fonologia é de origem grega: “phonos” que quer dizer voz, som e “logos” significa
palvra, ou seja, estudo da palavra. A fonologia é a parte da gramática que estuda o sistema sonoro
da língua, sendo seu principal foco o uso dos fonemas (menor unidade sonora das palavras), com
eles se articulam e organizam as sílabas. Todo o idioma tem a sua fonologia própria, sem elas
haveria palavras com mais de um significado, além de não ser possível diferenciá-las pela sua
sonoridade.

A fonologia cabe descrever os fonemas, as regras de combinação dos sons para formarem unidades
maiores, tais como a silaba e as regras de atribuição do acento prosódico. Ao estudar os segmentos
(as consoantes e as vogais), a fonologia interessa-se pelo valor que tais unidades linguísticas
assumem a outros no interior de um mesmo sistema, ou seja, interessa-se pelo que é funcional na
língua: o fonema.

O fonema é o objecto de estudo da fonologia e suas variações. É através dele que se estabelecem
os sons para diferenciar as palavras das outras. Nesse sentido, é importante ressaltar a diferença
entre fonema e letras. O primeiro representa o som e seus significados, ao passo que a letra é uma
representação gráfica ao longo da gramática.(SILVA, p40.2003)

O fonema é uma unidade que possui o valor contrativo e é, portanto, capaz de distinguir
significado. Para verificarmos o valor contrativo de um segmento, utilizamos o princípio da

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comutação que consiste na comparação entre pares mínimos, isto é, duas palavras da língua que
diferem em seu significado apenas por um segmento. Para conhecer- se os fonemas de uma
determinada língua, inicialmente é necessário se fazer um levantamento entre os fones que
pertence a essa língua.

Uma possibilidade de determinarmos o sistema fonológico da língua, ou seja definirmos o número


de fonemas que ela tem, é trabalharmos com os chamados com os pares mínimos, ou seja,
reunirmos itens. Lexicais que diferenciam apenas por um elemento. Ao definirmos os fonemas de
uma língua, também definimos quais sãos os alofones, se o par mínimo é a identificação dos
fonemas, a distribuição complementar é a possibilidade dos alofones de um fonema.

Na língua portuguesa é muito frequente os fonemas serem produzidos por letras diferentes do
alfabeto. O uso mais comum é o fenema “s” (que faz som de z), mas que são escritos com letras
distintas.

 Asilo;
 Asa;
 Casa;

O contrário também existe, que é quando uma mesma letra representa um ou mais fonemas.

Ocorre com mais frequência o fonema com relação a letra “x”, que possui som de outras letras do
alfabeto. São alguns deles:

 Exame - som de z;
 Texto - som de s;
 Toxina – som de ks;
 Enxame – som de ch.

De acordo com as regras da língua portuguesa os fonemas são classificados em vogais, semivogais
e consoantes.

Vogais- são fenómenos sonoros de fácil identificação, uma vez que a corrente de ar passa
livremente pela boca, tendo um papel chave na língua portugeuesa. As vogais podem ser orais,
nasais atónicas e tônicas.

 Orais: ao falar, o ar sai apenas pela boca

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 Nasais: ao proferir uma palavra, o ar sai pela boca e pelas fossas nasais
 Átonas são sílabas pronunciadas com menor intensidade
 Tônicas são as sílabas pronunciadas com maior intensidade

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3. Conclusão

Findo o trabalho pode-se concluir que, a fonética tem-se atribuído o papel de estudar os sons da
linguagem humana do ponto de vista material ou físico, descrevendo detalhadamente como eles
são produzidos e quais são os conceitos acústicos. A fonologia cuida do papel que tais sons
desempenham no sistema de uma língua particular: se tem ou não valor distintivo em face de outros
sons.

É difícil pensar na fonologia sem pensar em fonética e isso é totalmente natural, visto que ambas
estudam o som, mas em vertentes diferentes. Como dito anteriormente a fonologia tem como
unidade de estudo o fonema que é a realização mental do fone. Assim. Podemos dizer que uma
ciência complementa a outra, ou seja, uma é a teoria e a outra é prática.

Para a aprendizagem de qualquer língua estrangeira tanto como a fonologia assim como a fonética
São elementos indispensáveis, isto é, é impossível ensinar uma língua estrangeira sem o
conhecimento do seu sistema fonológico e sem o conhecimento de como seus sons são realizados,
só a partir destes elementos é que pode se alcançar os objectivos traçados tanto no ensino da língua
materna assim como da língua estrangeira, daí que são elementos indispensáveis de qualquer
currículo.

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4. Referências Bibliográficas

 CRYSTAL, D. Dicionário de Linguística e Fonética, Rio de Janeiro: Zahar, 1988.


 MIRANDA, A.R.M; MATZENUER, C.L.B. Aquisição da fala e da escrita: relações com
a fonologia. Cadernos de Educação. (UFPel), v. 35, 2010. P395-405
 SILVA, Thais Cristofano: Fonética e Fonologia do português: roteiro de estudos e guias
de exercícios. 7. Ed. São Paulo, 2003
 VIEIRA, Margarida Magalhães. (1996). Voz e Relação Educativa. Porto. Eleições
afrontamento 1996

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