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Resumos Filosofia 2
Resumos Filosofia 2
Deus?Quem é Deus?
Problema: Quando perguntamos se Deus existe, que definição de Deus temos em mente?
A visão teísta caracteriza Deus como:
● um ser único; • o criador do Universo;
● um ser separado do Universo (que transcende a realidade material);
● uma pessoa (que pensa, quer e sente);
● omnisciente (que sabe tudo);
● omnipotente (que pode fazer tudo);
● omnibenevolente (que só deseja o bem e é moralmente perfeito).
Argumento Ontológico
Tese: Deus, o ser maior do que o qual nada pode ser pensado, existe.
● As premissas do argumento são conceptuais e, por isso, diz-se que é um argumento
a priori. Anselmo de Cantuária parte da análise da definição de Deus, no conceito
teísta de divindade perfeita. Se Deus é o ser supremo, perfeito em todas as
dimensões, ele é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado. Poderemos
imaginar um ser ainda maior do que este? Não.
● Se Deus é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado, é contraditório afirmar
que podemos pensar um ser ainda maior, pois é impossível imaginar um ser ainda
superior ao ser maximamente superior. Portanto, se Deus é esse ser maximamente
superior, ele tem de existir no pensamento e na realidade.
Esta versão cartesiana não apela nas premissas a uma comparação entre Deus
existente apenas no pensamento e Deus existente no pensamento e na realidade (tal como
fazia Anselmo de Cantuária). Ele conclui que a existência de Deus é uma necessidade
usando a ideia de que existir é uma perfeição e não existir é uma imperfeição. Dado que o
ser perfeito não tem imperfeições, é uma contradição afirmar que o ser perfeito não existe.
Argumento cosmológico
Tese: Deus, a primeira causa de tudo o que ocorre no Universo, existe. (Tomás Aquino)
Nenhum evento pode ser a causa de si próprio já que as causas precedem sempre
os efeitos.
É impossível que existam sequências causais que regridam infinitamente.Tomás de
Aquino considera que isso é impossível, e para defender a impossibilidade apresenta o
seguinte raciocínio: numa sequência causal, se suprimimos uma causa, suprimimos o seu
efeito. Imagina o fenômeno da combustão. Se eliminarmos uma das suas causas (o
oxigénio, por exemplo), eliminamos a combustão. Sem a causa, não pode haver o efeito.
Assim, Tomás de Aquino chega à conclusão de que tem de existir uma primeira
causa que inicie as sequências causais que constatamos no mundo natural. Para o filósofo,
essa causa terá de ser uma entidade independente do mundo natural, ou seja, um ser
sobrenatural, Deus.
O argumento teleológico
Tese: Deus, a inteligência criadora das coisas naturais, existe (é um argumento a posteriori)
Argumento:
A aposta de Pascal
Os argumentos que analisamos até agora procuram mostrar que Deus existe, isto é,
procuram justificar a nossa crença em Deus em evidências racionais a priori e a posteriori.
São argumentos cognitivos, pois assentam no princípio da racionalidade epistêmica:
devemos acreditar em proposições que são fortemente apoiadas por evidências e devemos
abster-nos de acreditar em proposições improváveis dadas as evidências.
O argumento que vamos analisar agora baseia-se na racionalidade prudencial – é
racional acreditar em Deus devido ao valor potencial que essa crença tem para nós, mesmo
que não tenhamos evidências que apoiem a absoluta veracidade dessa crença. Pascal,
sem abandonar a racionalidade, adota uma posição fideísta quanto à existência de Deus ao
afirmar que a razão epistêmica não tem um papel decisivo nesta questão.
Argumento:
Pascal considerava impossível fugir à questão de Deus. É obrigatório decidir se
acreditamos ou não. No entanto, dada a diferença abismal entre o conhecimento humano e
Deus, somos incapazes de provar epistemicamente se Deus existe ou não existe. Se não
podemos basear a nossa resposta em razões epistêmicas, temos de recorrer a razões
prudenciais. A segunda fase do argumento é a avaliação dos ganhos e das perdas da
crença em Deus.
Argumento:
Como vimos, o Deus teísta é omnipotente, omnisciente e perfeitamente bom. Se tem
estas características, Deus não desconhece a existência do mal (pois é omnisciente), não
deseja o mal (pois é perfeitamente bom) e é capaz de o eliminar (pois é omnipotente). No
entanto, se o mal existir, como explicar que Deus existe e o permite? O problema da
coexistência entre Deus e o mal é o problema lógico do mal.