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O que é a filosofia da religião?

Filosofia da religião: é a reflexão filosófica acerca de questões levantadas pela


vivência religiosa do ser humano.

Teologia: é a reflexão sobre as crenças religiosas a partir de uma certa vivência ou


tradição religiosa.

Deus?Quem é Deus?

Problema: Quando perguntamos se Deus existe, que definição de Deus temos em mente?
A visão teísta caracteriza Deus como:
● um ser único; • o criador do Universo;
● um ser separado do Universo (que transcende a realidade material);
● uma pessoa (que pensa, quer e sente);
● omnisciente (que sabe tudo);
● omnipotente (que pode fazer tudo);
● omnibenevolente (que só deseja o bem e é moralmente perfeito).
Argumento Ontológico

Tese: Deus, o ser maior do que o qual nada pode ser pensado, existe.
● As premissas do argumento são conceptuais e, por isso, diz-se que é um argumento
a priori. Anselmo de Cantuária parte da análise da definição de Deus, no conceito
teísta de divindade perfeita. Se Deus é o ser supremo, perfeito em todas as
dimensões, ele é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado. Poderemos
imaginar um ser ainda maior do que este? Não.
● Se Deus é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado, é contraditório afirmar
que podemos pensar um ser ainda maior, pois é impossível imaginar um ser ainda
superior ao ser maximamente superior. Portanto, se Deus é esse ser maximamente
superior, ele tem de existir no pensamento e na realidade.

Argumento, mas na versão cartesiana:

Esta versão cartesiana não apela nas premissas a uma comparação entre Deus
existente apenas no pensamento e Deus existente no pensamento e na realidade (tal como
fazia Anselmo de Cantuária). Ele conclui que a existência de Deus é uma necessidade
usando a ideia de que existir é uma perfeição e não existir é uma imperfeição. Dado que o
ser perfeito não tem imperfeições, é uma contradição afirmar que o ser perfeito não existe.

Crítica: A ilha perfeita


● A sua objeção diz-nos que o argumento ontológico falha porque serve para provar a
existência de qualquer coisa maximamente perfeita, como a ilha perdida. A
estratégia de Gaunilo de Marmoutier é aplicar a mesma estrutura lógica do
argumento ontológico para concluir que existem coisas que obviamente não existem.
Se o argumento de Anselmo prova a existência de coisas que não existem, não
pode ser um bom argumento para provar a existência de Deus.
● No exemplo da ‘‘Ilha Perdida’’, se a definirmos como possuindo todas as perfeições
que uma ilha pode conter, parece que somos obrigados a concluir que essa ilha
existe. No entanto, do facto de imaginarmos no pensamento uma ilha maximamente
superior a todas as outras não nos parece lógico concluir que essa ilha exista
também na realidade. Como o argumento usado no caso da ilha tem a mesma
estrutura lógica do argumento ontológico, Gaunilo de Marmoutier conclui que o
argumento de Anselmo de Cantuária não é válido.
Crítica: A existência não é uma característica
● Kant que apresentou a objeção mais forte ao argumento ontológico. Quer Anselmo
de Cantuária, quer Descartes, apresentam a “existência” como uma característica
que se atribui a Deus. Mas há algo de errado em pensar na “existência” como uma
coisa que se atribui a outra coisa. Quando se faz uma lista de características de
alguma coisa não colocamos lá a existência. A existência não é uma propriedade
das coisas. Se o fosse, seria uma “coisa existente” que atribuímos a outras “coisas
existentes”. Mas, isso significaria dizer que a “existência” é uma coisa que existe, o
que não faz sentido. Para Kant, afirmar a existência de uma coisa não acrescenta
nada ao conceito dessa coisa. Se afirmamos que Deus é omnipotente, estamos a
atribuir a característica “omnipotência” ao sujeito “Deus”. Mas se afirmamos “Deus
existe.” (ou “Deus é existente.”) não estamos a acrescentar nenhuma característica
a Deus.

Argumento cosmológico

Tese: Deus, a primeira causa de tudo o que ocorre no Universo, existe. (Tomás Aquino)

O argumento cosmológico de Tomás de Aquino é um argumento a posteriori,


pois parte de premissas cujo conhecimento depende da observação empírica, e não
exclusivamente do pensamento. Podemos apresentá-lo assim:

Nenhum evento pode ser a causa de si próprio já que as causas precedem sempre
os efeitos.
É impossível que existam sequências causais que regridam infinitamente.Tomás de
Aquino considera que isso é impossível, e para defender a impossibilidade apresenta o
seguinte raciocínio: numa sequência causal, se suprimimos uma causa, suprimimos o seu
efeito. Imagina o fenômeno da combustão. Se eliminarmos uma das suas causas (o
oxigénio, por exemplo), eliminamos a combustão. Sem a causa, não pode haver o efeito.
Assim, Tomás de Aquino chega à conclusão de que tem de existir uma primeira
causa que inicie as sequências causais que constatamos no mundo natural. Para o filósofo,
essa causa terá de ser uma entidade independente do mundo natural, ou seja, um ser
sobrenatural, Deus.

Crítica: Existem regressões infinitas


Por exemplo, Hume rejeita a impossibilidade de as sequências de eventos
regredirem infinitamente. Podemos pensar num número inteiro inferior a 0, o -1, e outro
inferior a ele, o -2, e depois o -3, etc. Como podemos sempre pensar num outro número,
esta sequência não tem um fim. Portanto, a sucessão de eventos não exige que exista um
começo, uma vez que é racionalmente aceitável imaginar que ela regride infinitamente.
Crítica: Falácia da composição
Afirmar que todos os eventos têm uma causa é apenas uma suposição, pois nem
observamos todos os eventos que ocorreram (ocorrem e ocorrerão), nem sequer
conseguimos explicar causalmente todos os fenómenos que constatamos. Esta ideia (todo
o evento tem uma causa) é fruto de uma indução por generalização, que não nos garante
absolutamente que a sua conclusão é verdadeira.
Mesmo que se afirme que cada evento exige uma causa, não é lícito concluir que a
totalidade dos eventos exige uma causa também. Por analogia, pensa no seguinte: se todos
os jogadores de uma equipa de futebol são casados, podemos concluir que a própria equipa
de futebol é casada? Não. Estaríamos a cometer a falácia da composição, isto é, a projetar
para o todo uma característica que se aplica apenas às partes.

Crítica: Provar uma causa primeira não é provar a existência de Deus.


Podemos ainda apontar uma última dificuldade. Mesmo que o argumento
cosmológico seja válido, ele não prova que Deus existe. Se for válido, o argumento prova
que existe uma primeira causa, mas não determina nada sobre a natureza dessa causa:
será uma causa ou mais do que uma? Será uma divindade teísta, deísta ou panteísta?

O argumento teleológico

Tese: Deus, a inteligência criadora das coisas naturais, existe (é um argumento a posteriori)

Argumento:

Este argumento parte da constatação de que algumas coisas, sejam animais ou


elementos naturais (os corpos físicos), possuem algum tipo de finalidade ou propósito. A
água cai do céu para regar as plantas e alimentar os rios e as fontes, os planetas
movimentam-se para alternar os períodos de luz e escuridão que permitem a vida, etc.
Estes corpos físicos não possuem inteligência própria (conhecimento), no entanto, possuem
algum tipo de finalidade ou propósito.
Ou este facto (possuir algum tipo de finalidade) é fruto do acaso, acontece
fortuitamente, ou existe uma inteligência que orienta essas coisas para elas alcançarem as
suas finalidades.
Se a ordem e a organização do mundo (em que cada elemento parece ajustado à
função que desempenha) não pode ser fruto do acaso, então temos de concluir que existe
«algo que conhece e que é inteligente» que organiza e orienta os acontecimentos do
Universo.Tal como a flecha adquire direção e propósito devido à ação inteligente do
arqueiro, as coisas naturais possuem uma finalidade ou propósito mediante a ação de um
ser inteligente com poder muito superior ao ser humano. Essa entidade, para Tomás de
Aquino, é Deus.
Crítica: A seleção natural explica a adaptação.
A teoria da evolução das espécies apresentou uma séria dificuldade a este
argumento, pois veio mostrar que podemos aceitar a existência do acaso para explicar o
mundo natural. Segundo Darwin, as espécies evoluíram mediante seleção natural,
adaptando-se para sobreviver. Isto quer dizer que aquela adequação às finalidades e
propósitos que vemos no mundo podem ser apenas fruto deste mecanismo de seleção
natural. Se a seleção natural consegue explicar a adequação dos seres vivos (e das suas
características) ao seu propósito (finalidade) de sobrevivência, então deixa de ser
necessário fazer referência a uma entidade que tenha desenhado os seres vivos para esse
propósito. O acaso, afinal, pode ter um papel importante na adequação das coisas
desprovidas de inteligência às suas finalidades.

Crítica: Falácia da falsa analogia


O argumento contém uma analogia entre os corpos físicos da natureza e os
artefactos (como a flecha) produzidos pelo ser humano. Ambos se assemelham porque
possuem um propósito, uma finalidade. Os artefactos possuem claramente um criador
inteligente que lhes dá um propósito; a natureza também tem um propósito, logo, tem de
possuir um criador inteligente.
O argumento compara as coisas que o ser humano produz (como a flecha ou
relógio) com os elementos da natureza para concluir que estes só se explicam pela
existência de um criador inteligente. Mas será esta comparação adequada? Não. Segundo
esta objeção, o argumento é falacioso, pois a comparação entre o Universo e os artefactos
humanos não leva em conta as diferenças enormes que existem entre os objetos
produzidos pelo ser humano e a totalidade do cosmos. Diferenças que destroem a força da
analogia e, consequentemente, de todo o argumento.

A aposta de Pascal

Tese: Devemos, por razões prudenciais, acreditar que Deus existe.

Os argumentos que analisamos até agora procuram mostrar que Deus existe, isto é,
procuram justificar a nossa crença em Deus em evidências racionais a priori e a posteriori.
São argumentos cognitivos, pois assentam no princípio da racionalidade epistêmica:
devemos acreditar em proposições que são fortemente apoiadas por evidências e devemos
abster-nos de acreditar em proposições improváveis dadas as evidências.
O argumento que vamos analisar agora baseia-se na racionalidade prudencial – é
racional acreditar em Deus devido ao valor potencial que essa crença tem para nós, mesmo
que não tenhamos evidências que apoiem a absoluta veracidade dessa crença. Pascal,
sem abandonar a racionalidade, adota uma posição fideísta quanto à existência de Deus ao
afirmar que a razão epistêmica não tem um papel decisivo nesta questão.

Fideísmo: é a tese de que a crença em Deus se baseia na fé e não em dados científicos ou


puramente racionais

Argumento:
Pascal considerava impossível fugir à questão de Deus. É obrigatório decidir se
acreditamos ou não. No entanto, dada a diferença abismal entre o conhecimento humano e
Deus, somos incapazes de provar epistemicamente se Deus existe ou não existe. Se não
podemos basear a nossa resposta em razões epistêmicas, temos de recorrer a razões
prudenciais. A segunda fase do argumento é a avaliação dos ganhos e das perdas da
crença em Deus.

Para Pascal, temos tudo a ganhar e nada de relevante a perder se escolhermos


acreditar em Deus. No caso de Deus existir, acreditar n’Ele é garantia da felicidade eterna e
não acreditar é perder essa felicidade. No caso d’Ele não existir, se acreditar- mos teremos
um ganho ainda maior do que se não acreditarmos (Pascal considera o resultado B melhor
do que D).

Estabelecidas e fundamentadas as suas duas premissas, o argumento pode ser


apresentado da seguinte forma:

Crítica: Falácia do falso dilema


O argumento apresenta-nos um dilema entre a existência do Deus teísta e a sua não
existência. Mas será que existem apenas essas duas opções? E se existem outras
divindades? Pascal não justifica porque propõe apenas duas hipóteses como ponto de
partida para a “aposta”, daí podermos considerar que o argumento inclui um falso dilema. A
existência de uma terceira hipótese (um Deus sumamente misericordioso que premeia com
felicidade eterna os crentes e também os ateus, por exemplo) põe em causa o cálculo
efetuado na segunda parte do argumento. Dessa forma, a proposição “Acreditar em Deus é
melhor do que não acreditar.” fica fatalmente fragilizada: pode ser que acreditar no Deus
teísta não seja a melhor alternativa.

Crítica: Crença sem valor moral.


Será moralmente correto acreditar em Deus mediante uma aposta? Será que tem
valor moral basear a crença em Deus em razões prudenciais?
A objeção moral consiste em afirmar que a crença em Deus, se for baseada na
“aposta de Pascal”, é uma crença falsa ou, no mínimo, inautêntica. Acreditar numa
proposição qualquer apenas porque nos é útil, favorável ou benéfico é uma atitude egoísta.
Se a crença em Deus é inautêntica, fica em causa o seu papel numa vida religiosa sincera.
Não parece possível compatibilizar uma crença “inautêntica” em Deus com a virtude da
honestidade, requisito de qualquer atitude religiosa teísta.
O argumento é que ele inclui uma contradição: acreditar mediante uma aposta é
incompatível com a santidade que nos permite obter a felicidade eterna, logo, apostar que
Deus existe não nos permite obter o ganho infinito. Se a aposta não permite esse ganho,
não podemos concluir através deste argumento que devemos acreditar em Deus.

Deus não existe- O argumento do mal

Tese: A existência de Deus é incompatível com a existência do mal.

Argumento:
Como vimos, o Deus teísta é omnipotente, omnisciente e perfeitamente bom. Se tem
estas características, Deus não desconhece a existência do mal (pois é omnisciente), não
deseja o mal (pois é perfeitamente bom) e é capaz de o eliminar (pois é omnipotente). No
entanto, se o mal existir, como explicar que Deus existe e o permite? O problema da
coexistência entre Deus e o mal é o problema lógico do mal.

Apresentado assim, o argumento lógico do mal é um argumento a priori e é válido,


(trata-se de uma contraposição.) Mas a constatação empírica de que existe sofrimento e
maldade no mundo leva a que seja mais habitual apresentar-se o argumento numa
formulação a posteriori (também este argumento é válido, pois trata-se de um modus
tollens).

Quem considera que é impossível compatibilizar a existência do mal e de Deus


conclui que a constatação da existência do mal constitui uma demonstração da não
existência de Deus. O teísmo responde que é possível realizar essa compatibilização, que é
possível aceitar racionalmente a coexistência entre Deus e o mal. As tentativas de conciliar
a perfeição de Deus com a presença de males no mundo chamam-se “teodiceias”. Este
conceito foi cunhado por Gottfried Leibniz, que é autor de uma das mais importantes
argumentações em defesa da compatibilidade entre Deus e o mal.

Crítica: Teodiceia de Leibniz.


Para compreendermos a teodiceia de Leibniz temos de distinguir dois conceitos de
mal, o mal que existe como meio para alcançar um bem maior e o mal gratuito, sem sentido,
sem propósito ou significado.
Leibniz não aceita a primeira premissa do argumento do mal, pois Deus, sendo
absolutamente perfeito, pode permitir a existência de mal no mundo. Todo o mal que
presenciamos no mundo tem uma justificação, um propósito, mesmo quando nós não
compreendemos qual é o seu sentido. Deus é omnisciente, omnipotente e
omnibenevolente. Tem o conhecimento mais perfeito possível, por isso, quando decidiu criar
o mundo escolheu o melhor de entre todos os mundos possíveis.
Para Leibniz, a maldade existe no melhor dos mundos possíveis como meio para
promover bens maiores que anulam o peso negativo desses males. Portanto, não existem
males sem sentido. O mal tem um propósito: o bem. Por exemplo, sem o mal das ofensas
não existiria o bem do perdão. Um mundo sem esse bem seria menos perfeito do que o
nosso.
Para defender este ponto, Leibniz socorre-se de uma analogia com a criação
artística. Tal como o pintor usa sombras e pormenores feios ou desagradáveis para fazer
sobressair a beleza da totalidade do seu trabalho, Deus permite o mal porque dele surge
um bem maior do que ele. Se olharmos apenas para essa sombra ou pormenor feio, não
seremos capazes de entender a obra e a sua beleza. Da mesma forma, somos capazes de
ver os males, mas as nossas capacidades cognitivas, como são limitadas, impedem-nos de
apreciar a totalidade da obra divina: o melhor mundo possível.

Contra-argumentação à teodiceia de Leibniz

Crítica: Existe mal injustificado

Marylin McCord Adams critica as teodiceias e todas as tentativas de solucionar o


problema do mal justificando a sua existência como função de um bem maior. Existem
“males horrendos”, como o Holocausto, a violação e o assassínio de crianças, a tortura
física e psicológica, etc., que tornam a vida de quem os sofre insuportável ou impossível.
Como justificar a anulação da felicidade de um ser humano em prol do bem maior da
totalidade da humanidade?
Esta filósofa considera que as teodiceias falham todas porque se preocupam com o
bem geral e esquecem que a bondade de Deus não exige apenas que o mundo como um
todo seja bom. Segundo Adams, a maioria das tradições teístas tem uma concepção da
bondade divina centrada na criatura individual, e, portanto, Deus omnibenevolente deve
assegurar que a vida de cada indivíduo seja boa.
A existência de males horríveis, que destroem a própria personalidade das pessoas
(ou as eliminam após grande sofrimento), representa uma objeção forte às teodiceias –
alguns males são tão horríveis que são injustificáveis
Crítica: O nosso mundo será o melhor dos mundos possíveis?

A afirmação de Leibniz de que o nosso é o melhor dos mundos possíveis é


problemática. Por um lado, como vimos, a existência de males horrendos parece
desqualificar o nosso mundo desse título. Mas, por outro, afirmar que o Deus teísta,
perfeito, criou o melhor mundo possível e não outro, esbarra na evidência diária de que
poderia existir um bocadinho menos de sofrimento no mundo sem que com isso se
alterasse nada de globalmente determinante.
Olhamos o mundo e pensamos que podia ser ligeiramente melhor, logo, não parece
ser o melhor mundo possível.
Afirmar a nossa limitação cognitiva não resolve o problema e afeta o fundamento da
crença de que Deus existe.

Crítica: A teologia do silêncio

A teologia do silêncio de Hans Küng reconhece o fracasso das teodiceias em


resolver o problema do mal. Utiliza uma abordagem próxima do raciocínio prudencial de
Pascal. Küng considera que nem ateus nem crentes possuem uma resposta racional
satisfatória perante o sofrimento cruel e injustificado.
O problema do mal tem apenas uma resposta prática e não teórica. Nesta dimensão
prática, Küng afirma que o teísmo está melhor equipado do que o ateísmo para ajudar o ser
humano a enfrentar o sofrimento. Logo, de acordo com o princípio da razão prudencial,
devemos preferir o teísmo, ou seja, devemos acreditar em Deus.
Esta forma de encarar o problema pode ser criticada por assumir que a razão
humana pode conhecer a existência de Deus, mas não pode conhecer as razões do mal.
Esta dualidade não parece coerente. Ou a nossa capacidade racional é capaz de conhecer
Deus, ou não é. Assumir uma dimensão divina para lá do alcance da racionalidade humana
parece apenas uma forma de fugir ao problema do mal.

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