Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens Industriais em Geral
Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens Industriais em Geral
Avaliação de máquinas,
equipamentos, instalações
e bens industriais em geral
Procedimentos específicos
para avaliação
Bloco 1
Rosangela Bomtempo de Siqueira
Caracterização dos bens
Descrição sintética.
Fabricante.
Data de aquisição.
Dimensões/Capacidade/Potência.
Características especiais.
Caracterização dos bens
• Na avaliação de bens industriais complexos é muito comum que o avaliador se depare com
equipamentos que podem ter suas caracterizações prejudicadas pela falta de informações, por o
equipamento ser antigo ou por ele ter sido montado pela própria empresa.
• Desta forma, é importante recorrer ao nome do equipamento e suas funções junto às equipes de
colaboradores que o utilizam e dão as respectivas manutenções, além de buscar no acervo da
empresa as notas fiscais que comprovam os itens que foram adquiridos para sua montagem.
Roteiro básico
1. Caracterização e identificação do equipamento/máquina a ser avaliado.
2. Identificação da idade do bem, estado de conservação, singularidades
operacionais e suas condições de produtividade.
3. Definição do método de depreciação a ser adotado, lembrando que no
mercado existem vários métodos, como: Ross Heidecke, Vitoy, Linear,
Kuentzle etc.
4. Cálculo do valor após aplicada a depreciação.
5. Determinação do coeficiente de depreciação, conforme o método.
6. Valor do bem após aplicação dos coeficientes de depreciação.
Fonte: elaborado pela autora.
A escolha do método específico da avaliação
“A abordagem de custo fornece uma indicação de valor usando o principio econômico de que um
comprador não pagará, por um ativo de igual utilidade, por compra ou construção.
Esta abordagem baseia-se no principio de que o preço que um comprador no mercado pagaria por
um ativo objeto de avaliação, não seria superior ao custo de comprar ou construir um ativo
equivalente, a menos que estejam envolvidas restrições de tempo, inconvenientes, riscos e outros
fatores. Muitas vezes o ativo sendo avaliado é menos atraente do que o alternativo que poderia ser
comprado ou construído em virtude de idade e obsolescência. Quando este for o caso podem ser
necessários ajustes ao custo do ativo alternativo dependendo da base de valor requerida.”
(BENVENHO, 2019, p. 93-94)
Método do custo
Benvenho (2019, p. 94), no livro Avaliação de máquinas, equipamentos, instalações e complexos
industriais, traz a seguinte expressão para o método do custo:
• V = (Vnovo – Vr) x DP + Vr
Sendo que:
• DP = coeficiente de depreciação, calculado de acordo com a idade, vida útil, valor residual, estado
de conservação e uso atual do bem.
Método do custo
A fórmula apresentada por Benvenho traz uma diretriz importante que é pesquisa e apuração do bem similar ou idêntico na
condição de novo.
Ao executar essa pesquisa, o avaliador deverá buscar o fabricante do equipamento/máquina, pois, por meio dele será mais fácil e
eficiente apurar as mudanças que ocorreram desde a fabricação do produto até os modelos atuais.
No entanto, é possível e comum que o fabricante não exista mais ou ter sido vendido para outro. Dessa forma, o avaliador
precisará buscar, cuidadosamente, fornecedores que tenham equipamentos/máquinas similares e conversar com eles para
compreender o que se altera de um equipamento para o outro.
Já na ausência total de informações, o avaliador poderá recorrer a ábacos produzidos por alguns fabricantes, embora seja uma
alternativa com baixa precisão. Essa abordagem deve ser feita apenas na ausência de informações suficientes no mercado.
Método do custo
No entanto, é muito importante que se atente para não atualizar o valor por índices monetários, visto
que há uma variação conforme a inflação e isto pode ser prejudicial para a avaliação correta do bem.
Pode-se, por exemplo, buscar junto ao fabricante ou fabricantes de similares, ou até mesmo com os
próprios proprietários dos equipamentos, índices que se relacione com o bem de forma harmoniosa,
que permita que ele tenha seu valor corrigido de acordo com as condições técnicas, como o preço de
suas principais matérias-primas.
Método do custo
Já quando se está diante de equipamentos produzidos pelo próprio dono da indústria, o que é
muito comum neste setor, é preciso ter o devido cuidado em apurar os valores que foram
gastos na época de construção do equipamento. Se a indústria for bem organizada, ela terá o
histórico de documentos que comprovem a construção do equipamento, com dados
importantes para a consolidação de seu valor, a partir destas informações, o perito avaliador,
utilizando-se da capacidade em engenhar, aplicará outros custos, como: projeto, ART, mão de
obra etc.
Procedimentos específicos
para avaliação
Bloco 2
Rosangela Bomtempo de Siqueira
Vida útil
Esta expressão pode ser facilmente confundida com a vida útil tabelada pela Receita Federal e
muito utilizada pelos contabilistas. Porém, na engenharia, como já é sabido, aquilo que produz
e gera receita pode ter uma vida útil diferenciada, como é o caso das máquinas de costura,
pois, ainda que existam máquinas fantásticas e modernas, computadorizadas e digitais,
existem as antigas que fazem um ótimo trabalho e que são consideradas pérolas na indústria
de produção de roupas.
Desta forma, é importante que o avaliador busque criteriosamente a vida útil dos
equipamentos determinada por meio de estudos específicos que podem ser encontrados no
IBAPE ou em literaturas sobre o tema.
Depreciação
A depreciação é outro item que tem vários vieses nas diferentes áreas, mas, para nós, o que vale é a
depreciação da engenharia.
Para os engenheiros, a depreciação está diretamente ligada à perda de valor pelas condições do
equipamento/máquina conforme a evolução do tempo. No entanto, ela pode ser superada pela forma
de manutenção, capaz de prolongar a vida do equipamento, já no caso de obsolescência total do bem,
que se enquadra em uma condição mais avançada de depreciação, pois, deve-se considerar o cenário
atual e moderno da evoluções tecnológicas dos equipamentos que vieram posteriormente para o
substituir.
O autor Benvenho (2019) retrata as distintas formas de depreciar o bem, veja o diagrama a seguir:
Depreciação
Figura 1 - Depreciação
1. Depreciação Linear.
2. Depreciação de Kuentzle.
3. Depreciação de Vitoy.
Se por meio da planilha for possível estudar as quatro opções, ao final, você poderá escolher a que
melhor se encaixou na condição de valor de usado do bem no mercado de compra e venda.
Planilha de avaliação pelo método do custo
• Depreciação Linear: Vnovo – (Parcela de depreciação linear X idade
parente do bem).
1. Fator trabalho.
2. Fator manutenção.
Fonte: red_moon_rise/iStock.com.
Outros métodos de avaliação
Porém, é preciso fazer uma ressalva, o bem avaliado é singular, portanto, deve-se buscar no mercado
amostras semelhantes, assim, ao escolher o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, o
avaliador precisa ter cautela no processo de coleta de amostras.
Logo, é muito importante que o perito vistorie os veículos, afira as reais condições, busque amostras
similares e destaque as diferenças entre os veículos. Além disso, é necessário atenção às condições
como: ano, modelo, quilometragem e utilização do veículo.
Por fim, deve-se ressaltar se o bem sofria fortes condições de trabalho, como no caso de veículos de
frota, fator que o torna distinto de um veículo de uso pessoal.
Outros métodos de avaliação
• Método da Renda – ex.: equipamentos de terraplanagem ou máquinas agrícolas
que trabalham sob condições de locações. Essas máquinas e equipamentos são
bens isolados não instalados que provêm rendimentos aos seus proprietários e,
por isso, podem ser avaliados por esta metodologia.
2. Vistoriar os veículos.
3. Caracterizar os veículos.
Após realizar a vistoria e a caracterização dos bens, quais serão os próximos passos devem ser tomados?
1. Procurar no mercado amostras de veículos similares aos que serão colocados à venda no mercado.
1. Método comparativo direto de dados de mercado é um dos mais utilizados e este poderá ser aplicado na sua
avaliação.
Norte para a resolução
Ao trabalhar com os dados para aplicação do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado,
observou-se que as amostras não se comportam da maneira esperada e não refletem o valor real do
bem no mercado de usados. Neste caso, qual outra opção seria viável para realizar a avaliação?
1. Considerando que os veículos de frota tem uma quilometragem acima de muitos veículos ofertados
no mercado, uma outra opção viável seria o método do custo com depreciação por Caires com Ross
Heidecke.
2. Ao aplicar este método, observou-se que o fator trabalho e manutenção conseguem trabalhar
juntamente com a idade do bem e sua vida útil de forma a revelar que o valor apurado remete
exatamente o valor justo de mercado.
Dica da Professora
Bloco 5
Rosangela Bomtempo de Siqueira
Dica da Professora
Cabe ao perito avaliador buscar sempre o contato com congressos, eventos, artigos, livros e
publicações científicas para se atualizar e aprimorar o seu entendimento no processo
avaliatório a partir das novidades que surgem na área.
Ao fim, temos por sentimento real de que o bem será sempre diferenciado de uma empresa
para outra, tudo conforme a tratativa dada para a longevidade deste equipamento.
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14653: avaliação de bens. Rio de
Janeiro: ABTN, 2019.