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TCC Leticia Versao Final
TCC Leticia Versao Final
CAMPUS ARIQUEMES
ARIQUEMES/ RO
2020
LETÍCIA ALMEIDA DA SILVA
ARIQUEMES/RO
2020
AGRADECIMENTOS
ZAMPRONHA
RESUMO
The present work of conclusion of course aims to analyze the possibilities of children's literacy contained
in musicalization. Our questions as a research problem were: How can music be an instrument combined
with the process of children's literacy? What triggered another question: How can music be worked from
this perspective? Musicalization applied to children's literacy offers a strong influence on the process of
human formation. As an instrument of learning, it enables innumerable values and provides a pleasurable
development for children, as it has a daily presence, both in the schooling process and in the daily
experiences of human beings. Thus, the possibilities of literacy that music provides, in fact, occur
spontaneously during the children's learning process. During the school period, music is a strong ally to
literacy, and can be worked in different ways: as games monitored by music, lyrics interpretation,
musical games, etc. Through music it is possible to understand and modify the ways worked on literacy,
with learning restructured according to the needs of the class, respecting the development process of
each one, as each child has their development time, the teacher must be attentive to each need children,
once, as a mediator, in this stage of development, they must understand and be prepared to work on the
particularities of each one. The methodological procedure of the research combines a study on the
development and literacy of children in a historical-cultural perspective, which occurred from
bibliographic research on authors such as: Brito (2003); Craidy and Kaercher (2001); Gontijo (2007);
Martins; Marsiglia (2015); Rego (1995); Vigotsky (2007) and others, and a documentary research based
on studies in academic articles already published in qualified journals. The results achieved make it
possible to conclude that musicalization in the process of children's literacy is of paramount importance,
as, as an instrument of learning, it stimulates children in their educational, intellectual and motor
development. Acting so intentionally in the child's life, at school, or even spontaneously in everyday
life, in community life.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11
2. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA
ALFABETIZAÇÃO INFANTIL ....................................................................................................14
3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO................................................................................38
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 57
1. INTRODUÇÃO
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O presente trabalho teve como objetivo geral analisar qual o papel que a musicalização
desempenha dentro da alfabetização infantil e na formação social da criança. Objetivou-se
ainda: identificar como a música contribui para o ensino-aprendizagem; refletir sobre a
utilização da música como instrumento educacional; analisar como os professores podem ter
um melhor entendimento de que a música na alfabetização infantil é mais que um instrumento
para o desenvolvimento cognitivo, contribui também para o desenvolvimento integral do ser
humano.
A perspectiva teórica utilizada foi a teoria histórico cultural, logo uma perspectiva
Vigotskiana. Tal perspectiva traz a ideia dos signos e instrumentos para o desenvolvimento da
criança, os quais favorecem a sua aprendizagem e seu desenvolvimento. De acordo com Gontijo
(2007) o instrumento é um diretor da atividade externa e o signo é um meio de intervenção
sobre si mesmo e as outras pessoas. Nesse encaminhamento entendemos a música como
instrumento da aprendizagem, assim sendo, está contida na musicalização inúmeras
possibilidades de alfabetização infantil, tornando assim a aprendizagem mais agradável e
interessante para a criança, possibilitando, também com tal instrumento, o desenvolvimento
pleno das crianças.
A escolha do tema “As Possibilidades de Alfabetização Infantil Contidas na
Musicalização” foi a partir da atuação da autora enquanto acadêmica do curso de Pedagogia da
Fundação Universidade Federal de Rondônia Campus de Ariquemes (UNIR), em decorrência
da proximidade com o tema durante o curso, nas aulas de Educação Infantil e Estágio
Supervisionado Obrigatório I e II, onde teve contato com aulas em que a música se fazia
presente e, além de que, a alfabetização ser um dos eixos do curso de Pedagogia.
A metodologia utilizada na presente pesquisa constituiu-se de dois momentos. O
primeiro momento, trata-se da pesquisa bibliográfica para compreender a construção teórica da
influência da música no desenvolvimento infantil e como instrumento alfabetizador. Os
principais autores estudados foram: Brito (2003); Craidy; Kaercher (2001); Gontijo (2007);
Martins; Marsiglia (2015); Rego (1995); Vigotsky (2007).
O segundo momento do estudo, trata de uma pesquisa documental, ao qual nos
debruçamos em localizar e selecionar artigos em revistas científicas sobre o objeto de estudo.
Foram analisados cinco artigos acadêmicos que contém dados tanto teóricos como pesquisas de
campo em salas de alfabetização infantil. Vale justificar que não realizamos pesquisa de campo
e nos respaldamos em tais pesquisas em decorrência do COVID – 19.
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O presente trabalho de conclusão de curso está organizado da seguinte forma: A
primeira seção refere-se a introdução que, em linhas gerais, apresenta a pesquisa.
Na segunda seção será apresentada a construção teórica sobre desenvolvimento da
criança em perspectiva Vigotskiana; construída com os seguintes elementos: da importância da
fala para o desenvolvimento infantil; a zona de desenvolvimento proximal; alfabetização numa
perspectiva histórico-cultural; da música como instrumento de interação e por fim como
trabalhar a música na alfabetização infantil.
Na terceira seção, serão apresentados os procedimentos metodológicos adotados para a
realização desta pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com estudo bibliográfico em
fontes como livros e artigos coletados em bancos de dados científicos da internet, e ainda uma
pesquisa documental sobre o objeto da pesquisa, nesse segundo momento levantamos várias
pesquisas, as quais os pesquisadores tiveram contato com a prática pedagógica envolvendo a
alfabetização e a música. Com base nesses documentos que na seção quatro, tecemos nossas
análises.
Na quarta seção, contém a análise dos dados obtidos a partir da pesquisa documental,
cuja lente para análise foi nosso quadro teórico, lendo os dados a partir da pedagogia histórico
cultural. Destacamos o uso música na alfabetização infantil como um instrumento de mediação
para a zona de desenvolvimento proximal e posteriormente para a formação do
desenvolvimento superior do pensamento da criança, uma fonte de estímulo e desenvolvimento,
permitindo que a criança descubra e recrie seu potencial.
E por fim as considerações finais do trabalho, onde concluímos pela a importância da
música para expandir o conhecimento das crianças nas aulas de alfabetização infantil, isso, dado
os conhecimentos e procedimentos necessários que deve dispor o professor para que a música
seja realmente um instrumento a favor da aprendizagem dos processos de alfabetização infantil.
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2. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA
ALFABETIZAÇÃO INFANTIL
14
O instrumento é um diretor da atividade externa e, por isso, está dirigido para
o domínio da natureza, enquanto o signo é um meio de intervenção sobre si
mesmo e as outras pessoas, dessa forma está dirigido para a atividade interna.
Ou seja, a imaginação infantil, abrange de forma limitada aquilo que está ao alcance da
criança, dessa forma o uso da linguagem é extremamente importante, pois como função
essencialmente comunicativa está presente na criança desde muito pequena que as usa apenas
como função comunicativa.
Segundo Rego (1995), a fala (entendida como instrumento ou signo) tem um papel
fundamental de organizadora da atividade prática e das funções psicológicas humanas. Nesta
fase de desenvolvimento, a criança se apropria da fala planejando suas ações futuras dialogando
consigo mesma.
A conquista da fala é um marco muito importante para a criança, de acordo com Rego
(1995) a função primordial da fala é o contato social, a comunicação; isso quer dizer que o
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desenvolvimento da linguagem é impulsionado pela necessidade de comunicação. Assim,
mesmo a fala mais primitiva da criança é social.
No processo de desenvolvimento da fala, a música se faz presente como um instrumento
auxiliar, pois estimula a criança na fase de desenvolvimento da fala, aguçando sua memorização
e possibilitando uma possível balbuciação.
O balbucio e as expressões facial nos primeiros meses de vida da criança, não são apenas
alívios emocionais, como também meios de contato com os membros de seu grupo. No entanto,
os sons, gestos e até mesmos as expressões difusas da criança, é caracterizado como fase pré-
intelectual do desenvolvimento da fala.
Aos poucos a fala socializada que antes era dirigida ao adulto para resolver
um problema, é internalizada, ou seja, a criança passa a apelar para si mesma
para solucionar uma questão: é o chamado discurso interior. Deste modo além
das funções emocionais e comunicativas, a fala começa a também a ter
também a função planejadora. Neste caso a criança começa a ter um diálogo
com ela mesma (REGO, 1995, p. 66).
Portanto, o que antes era realizado de forma direta, passa então a ser realizadas de
maneiras indiretas. O desenvolvimento da criança é um processo dialético complexo, que se
caracteriza pelas constantes mudanças nas diferentes funções correspondentes aos processos
psicológicos da criança.
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2.3 A Zona de Desenvolvimento Proximal
Gontijo (2007) afirma que toda função psíquica foi, no princípio de seu
desenvolvimento na criança, uma função externa o que significa dizer que ela foi social, pois
se formou através das relações entre pessoas.
O desenvolvimento da criança deve ser de alguma maneira combinado com seu
aprendizado. Diante disso, Vigotsky enfatiza a relação aprendizado e desenvolvimento da
criança da seguinte maneira:
Rego (1995) corrobora que o nível de desenvolvimento real pode ser entendido como
referente àquelas conquistas que já estão consolidadas na criança, aquelas funções ou
capacidades que ela já aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem assistência de
alguém mais experiente da cultura (pai, mãe, professor, criança mais velha, etc.). Este nível
indica assim, os processos mentais da criança que já se estabeleceram, ciclos de
desenvolvimento que já se completaram.
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Rego (1995) complementa ainda que o nível de desenvolvimento potencial também se
refere aquilo que a criança é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa (adultos
ou crianças mais experientes). Neste caso, a criança realiza tarefa e soluciona problemas através
do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas que lhe são
fornecidas.
Rego (1995), afirma ainda que a distância entre aquilo que ela é capaz de fazer de forma
autônoma (nível de desenvolvimento real) e aquilo que ela realiza em colaboração com outros
elementos de seu grupo social (nível de desenvolvimento potencial) caracteriza aquilo que
Vigotsky chamou de “zona de desenvolvimento proximal”.
Dessa forma, o primeiro nível diz respeito as etapas já alcançadas pela criança,
permitindo que ela solucione seus problemas independentemente. O segundo nível está
relacionado com a capacidade que a criança já possui em desempenhar suas tarefas, porém com
a ajuda de um adulto ou crianças mais experientes. Já o terceiro é a distância entre os dois
primeiros níveis, ou seja, é o caminho a ser percorrido até o amadurecimento de suas funções.
Vigotsky (2007) teoriza que essas funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou
“flores” do desenvolvimento, em vez de “frutos” do desenvolvimento. O nível de
desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, enquanto a
zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente.
Neste contexto, corrobora Felipe (2001) cabe à escola fazer a criança avançar na sua
compreensão do mundo a partir do desenvolvimento já consolidado, tendo como meta etapas
posteriores, ainda não alcançadas. O papel do/a professor/a consiste em intervir na zona de
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desenvolvimento proximal ou potencial dos/as alunos/as, provocando avanços que não
ocorreriam espontaneamente.
Vigotsky (2007) enfatiza a importância de instrumentos para o desenvolvimento
infantil, nessa hipótese, leva-se em consideração a importância da música nesse processo. Pois
através da música a criança se desvincula das situações concretas e imediatas sendo capaz de
desenvolver-se prospectivamente. Vale lembrar que crianças também aprende com crianças.
Ao longo da vida as crianças têm contato com o mundo, havendo uma grande
necessidade de entender e compreender o que acontece ao seu redor, as crianças passam então
pelo momento de alfabetização. A partir de novas teorias e pensamentos, foi necessário rever
as concepções nas quais se apoiava a alfabetização, demandado uma transformação radical nas
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práticas de ensino da leitura e da escrita no início da escolarização, observando a didática que
usavam para a alfabetização.
Complementa ainda:
Ou seja, é por meio da linguagem e das relações que as crianças possuem com outras
pessoas que as apropriações se efetivam, permitindo, contudo, que as crianças descubram as
possibilidades sociais que o aprendizado proporciona em seu desenvolvimento. Diante disso,
Vigotsky corrobora que:
O professor assume um papel muito importante nesse processo, pois como mediador da
relação criança e mundo, deve propiciar um ambiente significativo para o desenvolvimento
pessoal, respeitando as formas utilizada pela criança, pois esse é ponto de partida para a
introdução nas normas da linguagem padrão. Martins e Marsiglia (2015) enfatizam que o
educador é o portador dos signos que medeiam a relação da criança com o mundo, tendo a
experiência do uso social dos objetos culturais, por meio dos quais proporcionam a criança a
vivência de operações que organizam atividades interpsíquicas.
Gontijo (2007) diz que as funções psicológicas necessárias às aprendizagens escolares
não se encontram maduras na criança no início da escolarização. Elas são formadas à medida
que a criança aprende, sendo a prática educativa de alfabetização mediadora desse processo.
Por tanto o educador assume um papel muito importante durante a fase de alfabetização escolar.
Uma boa desenvoltura do profissional fará com que as crianças desenvolvam conjuntos
de habilidades já em sua fase inicial de alfabetização, diante do assunto ora abordado:
A relação com pessoas mais experientes de seu grupo cultural, é fundamental para que
as crianças despertem as significações sociais da alfabetização e descubra o uso da linguagem
escrita. Gontijo (2007) os métodos de alfabetização comumente usados nas nossas escolas
partem do princípio de que é necessário propor às crianças no início da alfabetização, certo
número de atividades que lhes permitam desenvolver as habilidades perceptivas (auditivas e
visuais) e motoras.
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Gontijo (2007) corrobora ainda que o desenvolvimento dessas habilidades é um
requisito para a aprendizagem da linguagem escrita. No entanto, é um erro imaginar que
somente o desenvolvimento de tais habilidades poderá auxiliar essa aprendizagem, porque a
apropriação da linguagem escrita na criança se inicia dentro dos limites de um novo sistema. A
linguagem escrita é um sistema de signos e, certamente, a sua aprendizagem modificará as
estruturas perceptivas e motoras presentes no organismo, mas o nível de maturidade dessa
estrutura pouco ajudará na compreensão dessa linguagem.
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Martins e Marsiglia (2015), abordam que a criança precisa organizar previamente relações
funcionais com os objetos pela mediação das palavras, tendo em vista a promoção do “salto de
abstração” requerido pela linguagem gráfica.
Compreende-se que, para que esse processo não seja fonte de equívocos, é importante
enfatizar que as crianças não aprendem a ler e a escrever se não dominarem o aspecto sonoro
da linguagem escrita. E que em nenhum momento os processos de alfabetização devem
desvincular os planos sonoros e semânticos da linguagem escrita.
Desta forma, fundamentando nos estudos de Martins e Marsiglia (2015), podemos
encontrar alguns níveis a partir dos quais poderemos entender as produções das crianças, até o
desenvolvimento pleno da capacidade de escrita:
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Etapa I, pré-escrita (fase pré-instrumental, entre 3 e 4 anos) a criança lança-se
o desafio de “escrever” imitando o adulto, mas sem atribuir significado ao que
a escrita representa e sem função mnemônica, a escrita é um brinquedo.
Etapa II, atividade gráfica diferenciada (entre 4 e 5 anos) as marcas da criança
ainda não têm significado em si mesmas, mas apresentam significado ao
desempenharem função (mnemônica). Etapa III, escrita pictográfica (entre 5
e 6 anos) nesta idade, as crianças já sabem desenhar com certa destreza, mas
não relacionam o desenho a um expediente auxiliar da escrita, assim as noções
do professor devem dirigir-se para que o desenho se torne o símbolo do signo,
o desenho é utilizado como meio de registro, signo-símbolo. Etapa IV, escrita
simbólica (entre 6 e 7 anos) uso da escrita dentro do sistema socialmente
estabelecido sem recorrer as marcas ou desenho. Etapa V, escrita simbólica-
continuação (7 a 10 anos) uso da escrita dentro do sistema socialmente
estabelecido, bem como tendo conhecimento de diferentes gêneros
(MARINS; MARSIGLIA, 2015, p. 49 e seg)
Assim, a etapa IV está descrita como a etapa inicial do ensino fundamental, ampliando o
uso do sistema alfabético para dominar suas particularidades e a etapa V, representando a
continuidade das ações até o final do 5º ano do ensino fundamental, com a finalidade de
complexificação dos domínios relacionados à gramática e aos gêneros (literários ou não).
As considerações acima nos levam a compreender que o desenvolvimento é
determinado pelo ambiente sócio- cultural, sendo que apresenta variações de acordo com o
ambiente do sujeito, e nesta situação, interferi no modo de agir dos indivíduos.
É através da música que a criança alcançar sua liberdade e estimula sua capacidade de
desenvolver suas aptidões e reparar suas fraquezas. Pois como toda arte, a música expressa
valores e pode servir de meios para a construção do conhecimento, desenvolver o gosto musical,
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, concentração.
A brincadeira se faz muito presente na infância, Dornelles (2001) afirma que a
brincadeira é algo de pertence à criança, à infância. Através do brincar a criança experimenta,
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organiza-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e recria, a cada brincadeira, o mundo
que o cerca. O brincar é a forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir
consigo, com o outro, com o mundo.
Assim também ocorre com a música, pois a medida em que se brinca ou até mesmo
assisti algo que contém música a criança amplia suas experiências, a música vai se tornando
mais socializadora a tudo aquilo que implica uma vida coletiva. É também através da música
que as crianças compreendem seu esquema corporal, pois existem canções que retratam o
esquema corporal, proporcionando às crianças um maior entendimento sobre as partes que
contém seu corpo.
A música possibilita no desenvolvimento do esquema corporal da criança, coordenação
motora, lateralidade, expressividade e criatividade.
A criança tem noção do seu tamanho quando se espicha para alcançar o que
deseja, quando se encolhe para caber dentro de uma caixa... Ela aprende a
controlar os esfíncteres e também aprende o que significa prender-soltar,
fechado- dentro-fora e tantas outras noções que as experiências corporais
propiciam (MAFFIOLETTI, 2001, p. 124).
Nesse sentido, é por meio das interações que se estabelece através da música que as
crianças desenvolvem um repertório que permitirá comunicar-se pelos sons. Brito (2003)
complementa que os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o
desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os
adultos quanto com a música.
Vale ressaltar que, cada criança é única e que se desenvolve no seu próprio tempo,
percorrendo seu próprio caminho no sentido da construção do seu conhecimento. Aprendendo
e se relacionando com os sons no seu tempo-espaço, de acordo com o que ela aprende em seu
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dia a dia. Brito (2003, p. 41) O modo como as crianças percebem, apreendem e se relacionam com os
sons, no tempo-espaço, revela o modo como percebem, apreendem e se relacionam com o mundo que
vêm explorando e descobrindo a cada dia.
As crianças precisam ter experiências concretas com objetos que emitem sons,
instrumentos musicais ou outros e formar um vocabulário específico para
referir a eventos sonoros. O manuseio de objetos sonoros cria situações em
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que será possível agrupar ou separar os sons, classificar e seriar
(MAFFIOLETTI, 2001, p. 130).
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2.6 Como Trabalhar a Música na Alfabetização
A música é um grande instrumento de motivação para a criança, de tal forma que venha
despertar o espírito crítico de equipe, imaginação, responsabilidade e interesse pelo estudo,
pois, trabalhar com a música na sala de aula estimula a criança a pensar, refletir, analisar e
desenvolver valores essenciais para uma vida.
A dificuldade que enfrentam as crianças dentro do ciclo de alfabetização mostra
antemão uma nova forma para ajudar na hora de alfabetizar, novas maneiras foram criadas,
métodos foram utilizados para retratar a alfabetização e o letramento infantil, cooperando para
minimizar essa dificuldade temos a contribuição da música neste aspecto.
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Obviamente, respeitar o processo de desenvolvimento da expressão musical
infantil não deve se confundir com a ausência de intervenções educativas.
Neste sentido, o professor deve atuar-sempre- como animador, estimulador,
provedor de informações e vivências que irão enriquecer e ampliar a
experiência e o conhecimento das crianças, não apenas do ponto de vista
musical, mas integralmente, o que deve ser o objetivo prioritário de toda
proposta pedagógica, especialmente na etapa da educação infantil (BRITO,
2003, p. 45).
Diante disso, compreende-se que para que se faça da música um instrumento adequado
é preciso conhecer o contexto em que foram escritas, deve-se ter em mente como estão inseridas
para posteriormente trabalhá-la em sala de aula, lembrar principalmente que as letras e as
melodias musicais expressão reações, sentimentos e pensamentos, podendo ser usufruídos pelos
educadores com objetivo de despertar, instigar na criança à consciência crítica e a sensibilidade
à música.
Motivo que reforça a necessidade de cautela ao utilizar a música na alfabetização,
podendo ser trabalhada como interpretação de texto e outras formas que instiguem as crianças
nos temas presentes nas letras ou mesmo para descontração.
Discute-se muito o fato de que o trabalho com a música estaria muito mais relacionado
com a ilustração, memorização de estilos, de forma geométricas do que as reflexões que a
música propicia ao desenvolvimento pleno do ser humano. Reforçando a ideia de que o
educador deve propiciar um ambiente rico e estimular as crianças constantemente através da
música.
Neste sentido, compreende-se que, trabalhar com a musicalização nos possibilita uma
diversidade de experiências humanas traduzidas na própria música, podendo aproximar as
crianças do conhecimento inerte da música e mais que isto da própria humanidade.
A diversidade permite as crianças a construção de hipóteses e aprimora suas condições
de ouvintes sensíveis das suas próprias produções e as dos outros. Maffioletti (2001) destaca
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que com relação às atividades musicais, parece que os avanços da psicologia e do pensamento
infantil não conseguem modificar a prática docente. As regularidades observadas diariamente
são incorporadas como absolutamente normais, enquanto os conhecimentos novos são
ignorados e rejeitados pelo pensamento habitual.
Trabalhar com a música na sala de aula estimulará a cooperação, sociabilidade,
solidariedade, respeito, integração, espírito de equipe, imaginação domínio de si mesmo e uma
infinidade de outros sentidos e valores, nesta perspectiva é que se baseia a intensão da música
como instrumento da aprendizagem.
Compreende-se que o trabalho com a linguagem musical deve ser prazeroso para ambos,
tanto educador quanto criança, e isto só será possível se houver uma conscientização cada vez
maior da importância de respeitar a expressividade de cada um e de o educador criar
oportunidades para que a criatividade esteja sempre presente em sala de aula.
Brito (2003, p. 43) enfatiza que neste sentido, importa, prioritariamente, a criança, o
sujeito da experiência, e não a música, como muitas situações de ensino musical insistem em
considerar. A educação musical não deve visar a formação de possíveis músicos do amanhã,
mas sim a formação integral das crianças de hoje. Um trabalho pedagógico-musical deve se realizar
em contextos educativos que entendam a música como processo contínuo de construção, que envolve
perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir.
A música como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove
equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o
desenvolvimento do raciocínio, em especial a questões reflexivas voltadas para o pensamento
infantil.
Não é para formar músicos que a música vem ganhando espaço nas escolas, a música
ajuda a afinar a sensibilidade das crianças, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve
o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser forte desencadeador de emoções.
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A música pode ser trabalhada de forma interdisciplinar, levando em conta uma
perspectiva temática, proceder a uma análise textual da letra, ressaltando aspectos intertextuais,
culturais, discursivos e estudos de elementos que auxiliem no desenvolvimento que a música
possibilita.
A música trabalhada como instrumento lúdico e que faça sentido para ambos, pode fazer
parte do cotidiano escolar e das crianças, colaborando com o processo de tornar pessoas críticas,
tornando-os cidadãos livres para agir, pensar e transformar sua realidade.
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das crianças. Brito (2003) enfatiza ainda que os pequenos idiofones, por suas características,
são os instrumentos mais adequados para o início das atividades musicais com crianças. Sacudir
um chocalho, ganzá ou guizo, raspar um reco-reco, percutir um par de clavas, um triângulo ou
coco são gestos motores que podem ser realizados desde cedo.
Brito relata ainda:
Além disso, construir instrumentos musicais ou objetos sonoros, tornam as aulas mais
instigantes, fazendo com que a criança se perca nesse mundo de imaginação e pura criatividade.
Tornar a aula prazerosa para as crianças é extremamente importante, pois a música possibilitará
maior internalização das aprendizagens vivenciadas durante as aulas.
Brito (2003) afirma que as crianças se relacionam de modo mais íntimo e integrado com
a música quando também produzem os objetos sonoros que utilizam para fazer música, o que
não significa que essas peças devam substituir o contato com instrumentos convencionais,
industrializados ou confeccionados artesanalmente.
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Para a construção dos instrumentos musicais é preciso, antes de tudo, selecionar e
organizar o material que será utilizado, diante disso o autor menciona que:
A atividade de construção será mais rica e significativa se o fazer seja prazeroso para
ambos, nessa questão o confeccionar instrumentos artesanalmente assume especial importância
para o processo de desenvolvimento das crianças, cooperando com a capacidade de criar,
reproduzir e produzir.
Brito (2003) aborda que conteúdos situados no domínio específico da linguagem
musical, a atividade de construção de instrumentos dialoga com outros eixos de trabalho: a
reciclagem de materiais, por exemplo, remete a conteúdos ligados à educação ambiental, às
relações entre natureza e sociedade, eixo presente no referencial curricular nacional para a
educação infantil
As crianças ao construírem instrumentos musicais se refazem, buscando maneiras de
tornarem visível sua expressão musical, ao mesmo tempo em que ultrapassam esse caminho
por meio de novas possibilidades, desenvolvendo assim atitudes de respeito e reconhecimento
sobre à diversidade. Compreende-se que a música como instrumento de alfabetização é
extremamente importante na educação das crianças e também dos adultos.
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3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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QUADRO 1- Pesquisa documental
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4. ANÁLISE DA PESQUISA
1
Monografia de especialização intitulada A importância da música no processo de alfabetização.
Desenvolvido por Rosangela Aparecida Marques de Morais Bragatto. A pesquisa tem como intuito
analisar, identificar e refletir sobre como a música pode auxiliar no processo de alfabetização. Pesquisa
realizada em duas Escolas Pública do Município de Umuarama, região noroeste do Paraná. Disponível
em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4740/1/MD_EDUMTE_II_2012_37.pdf
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Diante dessa perspectiva da possibilidade do uso da música na sala de aula, compreende-
se que a música em suas variadas formas de ser trabalhada é um instrumento importantíssimo
no processo de alfabetização. Pois estimula e auxilia em diversas situações que possam
favorecer a aprendizagem.
A música é tratada pela autora Bragatto (2012) como meio de comunicação entre
pessoas e o mundo. Dessa forma, observa-se a partir dai a utilização da perspectiva histórico-
cultural, assim como a comparação com a fala no início do desenvolvimento da criança, onde
Rego (1995) enfatiza que a função primordial da fala é o contato social.
Primeiramente compreendemos a música como desencadeadora de emoções, neste
sentido a música tratada como forma de expressão contribui segundo Bragatto (2012) para o
diálogo interno e externo do ser humano. neste contexto é possível que a música seja muito
mais que um complemento pedagógico na escola.
Como identificamos em Martins; Marsiglia (2015) a escola traz para dentro da sala de
aula as vivências do aluno, dentre elas as músicas que estão no dia-a-dia das crianças, diante
disso o professor vai transformar essas vivências em ciência em conteúdo, e são esses conteúdos
que estão imbricados na música que vão desenvolver essas funções psíquicas nas crianças.
Realmente concordo com a autora Bragatto (2012), que a música está para além dos
conteúdos escolares, no entanto, a música enquanto instrumento no processo de alfabetização
é um instrumento aliado para a melhoria das estratégias de ensino e aprendizagem nessa etapa
de ensino.
A autora Bragatto (2012) aborda ainda a música como uma das melhores estratégias de
ensino aprendizagem, pois cabe ao educador o modo que irá utilizar para alcançar seus
objetivos, e de forma prazerosa estimular o desenvolvimento intelectual e emocional da criança.
Corrobora ainda que a musicalização perpassa por todas as áreas do conhecimento e pode
acontecer através de atividades lúdicas visando o desenvolvimento e aperfeiçoamento da
percepção auditiva, imaginação, coordenação motora, memorização, socialização,
expressividade, percepção espacial, etc. É algo que acontece de fora para dentro, sendo que
cada um vai internalizando os conhecimentos adquiridos mais os conhecimentos já existentes
para então formar e concretizar um novo conhecimento.
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Vale ressaltar que o educador deve compreender a importância de aceitar e valorizar as
diferenças de cada criança.
Percebe-se antemão a necessidade de se fazer do espaço escolar um lugar descontraído,
alegre e que favoreça a expressividade, interação e o conhecimento da criança.
Neste contexto, Bragatto (2012) aborda a interação como processo de construção do
conhecimento, cujo principal objetivo é despertar e desenvolver o gosto pela música,
estimulando e contribuindo com a formação global do ser humano através da socialização.
É através das interações socias que ocorrem o desenvolvimento pleno do ser humano:
Como já constatamos acima, o desenvolvimento pleno do ser humano de fato ocorre por
meio do convívio social através do contato com membros de sua espécie, neste sentido, vale
ressaltar a importância do professor como mediador no processo ensino-aprendizagem.
O professor como mediador, deve estar preparado para orientar e selecionar aquilo que
é favorável para a aprendizagem das crianças, pois a música quando bem trabalhada,
desenvolve inúmeros valores na criança. Diante disso deve-se aproveitar das possibilidades de
desenvolvimento que a música proporciona no processo de alfabetização.
De acordo com Martins; Marsiglia (2015) alfabetizar é tarefa essencial para
humanização do indivíduo e precisa realizar-se da maneira mais primorosa possível, levando
em conta os indivíduos aos quais se destina as condições de realização do ensino e a exímia
formação de seus professores.
Neste sentido, os professores devem estar atentos sobre a importância que a música vem
exercendo nas salas de aula, pois estimula os alunos a adquirir uma linguagem formal tanto oral
quanto escrita, e facilita o processo de aprendizagem, possibilitando assim uma alfabetização
prazerosa. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional (2001) é de suma importância
que o professor escolha o modo a ser trabalhado adequado para que favoreça uma boa
construção do conhecimento:
42
práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e refletir sobre elas
(BRASIL, 2001, p. 47-48).
Como mediador dessa troca e diversidade de gênero, o professor deve estar preparado
para observar e analisar aquilo que é favorável para a aprendizagem das crianças. Pois a música
quando bem trabalhada é uma forte aliada à alfabetização. É importante que o professor respeite
o nível de desenvolvimento em que se encontra a criança, adaptando atividades de acordo com
suas necessidades.
Com base nos resultados obtidos na pesquisa de Bragatto (2012), conclui-se que o uso
da música em sala de aula diariamente ou semanalmente, amplia as possibilidades de
socialização, conhecimento, interação e de criação nas crianças. Sendo que as canções são
ensinamentos que contribuem para o pleno desenvolvimento da criança, levando-as a
desenvolver suas habilidades e competências e assim alcançar as possibilidades de
alfabetização que se faz presente na musicalização.
No quadro2 a autora Andrade (2012) evidencia a música como um instrumento de
auxílio no desenvolvimento infantil e em salas de educação infantil. Observando assim se o
professor se apropria da música como um instrumento facilitador de seu trabalho pedagógico e
se o mesmo acha importante a utilização da música na educação.
L²: A música Verificar como está sendo Realizada na escola Castor Conforme os dados
como trabalhada a música nas do Rêgo, cidade de obtidos, percebe-se
instrumento salas de educação infantil Mamanguape-Pb. que a música é um
facilitador da e analisar como a música instrumento
aprendizagem na pode auxiliar no processo fundamental que
educação de ensino aprendizagem, a auxilia a
infantil. fim de conhecer os aprendizagem além
conceitos que cada de auxiliar no
docente tem a respeito do desenvolvimento de
Autor: Annielly tema em questão. diversas habilidades.
da Silva A coleta desses dados
Andrade. faz-se necessária, mas
(2012). é preciso a
sensibilização dos
2
Trabalho de conclusão de curso intitulado A música como instrumento facilitador da
aprendizagem na educação infantil. Desenvolvido por Annielly da Silva Andrade. A pesquisa tem
como intuito verificar e analisar se a música pode auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
Pesquisa realizada na Escola Castor do Rêgo, cidade de Mamanguape-Pb. Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1327/1/PDF%20-
%20Annielly%20da%20Silva%20Andrade.pdf
43
educadores para
despertar a
conscientização
quanto às
possibilidades da
música para favorecer
o bem-estar e o
crescimento do saber
dos alunos, pois ela
fala diretamente ao
corpo, à mente e as
emoções.
44
Dessa forma o processo de desenvolvimento da criança ocorre no decorrer de seu
processo de aprendizagem, assim com o auxílio da música ambos se tornam mais fácil, levando
as crianças a uma nova fase de desenvolvimento, explorando assim seus costumes e valores. A
autora Andrade (2012) traz grande relevância quando aborda que a música como forma de
aprendizagem tende no meio educacional formar indivíduo questionador e explorador de seus
valores e costumes.
Sendo assim, o objetivo central não é priorizar a música, mas sim a formação integral
das crianças:
45
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa de Andrade (2012), percebe-se que a
música é um instrumento fundamental que auxilia a aprendizagem além de despertar a
sensibilização dos educadores quanto as possibilidades de favorecer o bem estar e o crescimento
do saber dos alunos, pois a música é um forte desencadeador de emoções. vale ressaltar a
importância de o professor estar atento as possibilidades que a música trás para a alfabetização
infantil, pois ela trabalha com o corpo, a mente e as emoções das crianças.
O quadro3 evidencia a importância do trabalho com a música na sala de aula, em turmas
de alfabetização, focalizando também a maneira como esse trabalho é desenvolvido.
3
Artigo intitulado Relação Entre Música, Alfabetização e Letramento. Desenvolvido por Elisnara
Samanta Feier; Sueli Gedoz. A pesquisa tem como intuito de aprofundar o tema estudado. Pesquisa
realizada na Rede Municipal de Cascavel. Disponível em:
https://www.univel.br/sites/default/files/conteudo-
relacionado/relacao_entre_musica_alfabetizacao_e_letramento.pdf
46
Ao abordar sobre a alfabetização Feier e Gedoz (2015) relatam que hoje ela é vista como
um processo de aprendizagem que basicamente e superficialmente consiste em aprender a ler e
a escrever. O ato de ler é uma conquista que a criança desenvolverá no decorrer de seu convívio
social:
Compreende-se que a leitura como uma conquista da criança, abre espaço para novas
capacidades que a mesma alcançará no decorrer do seu ensino-aprendizagem e no decorrer da
alfabetização. A alfabetização é um processo complexo, onde pode-se dizer que o letramento é
uma prática que surgiu para colaborar com o desenvolvimento da alfabetização.
Gontijo (2007) enfatiza que a alfabetização é um processo complexo, pois envolve a
apropriação de um conjunto de processos que precisa ser ensinado.
É visto que a alfabetização e o letramento acontecem de maneira associada, pois o
letramento valoriza elementos da escrita e da leitura que fazem parte do cotidiano das crianças.
Neste aspecto a música é um dos gêneros textuais que contribui enormemente para o processo
de ensino-aprendizagem.
O processo de ensino se concretiza somente quando a criança estiver pronta para
concretizar sua aprendizagem:
4
Artigo intitulado A Música na Sala de Aula- a música como recurso didático. Desenvolvido por
Ana Claudia Moreira; Halinna Santos; prof. Irene S. Coelho. A pesquisa tem como intuito gerar
conhecimentos para a aplicação da prática. Pesquisa realizada em uma Escola Municipal localizada na
Zona Urbana, bairro Vila Nova, Cubatão. Disponível em:
https://periodicos.unisanta.br/index.php/hum/article/viewFile/273/274
48
QUADRO 5- A música como recurso didático
TÍTULO OBJETIVO LOCAL RESULTADO
L4: A música na Gerar conhecimentos para Em uma escola municipal Conforme resultados
sala de aula- a aplicação prática, localizada na zona urbana, da pesquisa, as
música como dirigidos à solução de bairro Vila Nova, Cubatão. maiorias dos
recurso didático. problemas específicos, professores
neste trabalho, pesquisados utilizam
Autores: Ana encontramos na música o a música como
Claudia Moreira; subsídio necessário para instrumento de apoio
Halinna Santos; uma aula mais dinâmica no processo de ensino
Prof. Irene S. capaz de obter a atenção e aprendizagem e a
Coelho. (2014). participação dos minoria têm
educandos. dificuldades para
trabalhar com música
no Ensino
Fundamental.
49
Pela exploração, pela pesquisa e criação, pela integração do subjetivo e
objetivo, de sujeito e objeto, pela elaboração de hipóteses e comparação de
possibilidades, pela ampliação de recursos, respeitando as experiências
prévias, a maturidade, a cultura do aluno, seus interesses e sua motivação
interna e externa (BRITO, 2003, p. 52).
Respeitar as experiências que cada criança realiza através da música, é acima de tudo
de suma importância para o professor, pois o professor com conhecimentos em educação
musical, poderá compreender com mais clareza os objetivos da música na alfabetização,
rompendo com práticas tradicionais, fragmentadas que se sustentam de acordo com as autoras
Moreira; Santos; Coelho (2014) no adormecimento de rotinas da escola.
O trabalho na área de música soma ausências de profissionais responsáveis pela
educação infantil:
Por tanto é necessário que dentro desse processo educativo os professores levem em
conta a importância do aprendizado e formação das crianças que a música possibilita, pois de
acordo com as autoras Moreira; Santos; Coelho (2014) só assim poderá procurar reconhecer
que a música é um instrumento facilitador do processo ensino-aprendizagem e, por tanto deve
ser possibilitado e incentivado seu uso em sala de aula. Corrobora ainda que a música como
qualquer outra arte sempre esteve presente no decorrer do desenvolvimento da humanidade.
Abordam ainda que é necessário que os professores se reconheçam como sujeitos
mediadores de cultura dentro do processo educativo e que leve em conta a importância do
aprendizado das artes no desenvolvimento e formação das crianças como indivíduos produtores
e reprodutores de cultura. Confirmando as constatações, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (2001) um olhar para toda a produção de música do mundo revela que a
existência de inúmeros processos e sistemas de composição ou improvisação e todos eles têm sua
importância em função das atividades na sala de aula.
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa das autoras Moreira; Santos; Coelho
(2014) a música é uma linguagem presente no dia a dia do indivíduo, portanto, os educadores
precisam refletir sobre o valor do ensino da música nas escolas. A vivência musical promovida
pela musicalização permite na criança o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de
modo integrado, por meio do brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações
musicais.
50
No quadro5 as autoras Londero; Noal (2011) tende à inserção da música na sala de aula,
a fim de estimular o aprendizado dos educandos para a aprendizagem da leitura e escrita. A fase
da alfabetização é o período em que as crianças avançam em suas aprendizagens e sentem-se
mais realizadas por isso. Os educadores são os responsáveis por levar metodologias atualizadas
e instigantes para que as crianças se sintam preparados e confiantes para aprender a ler e
escrever.
5
Artigo intitulado Música na Alfabetização de Crianças do 1º Ano do Ensino Fundamental da Escola
Municipal Fundamental Dona Leopoldina de Ijuí/RS. A pesquisa tem como intuito conhecer mais sobre como
utilizar a música em suas diferentes formas de expressão. Pesquisa realizada na Escola Municipal Fundamental
Dona Leopoldina de Ijuí/RS. Disponível em:
https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/2562/Londero_Ana_Clara_Bandeira.pdf?sequence=1&i
sAllowed=y
51
cantadas, lidas,
recreadas.
Fonte: Elaborado pela autora.
52
Martins; Marsiglia (2015) abordam a abrangência e a complexidade do processo de
alfabetização, não ensejamos concluí-lo sem, minimamente, destacar o papel essencial da
literatura infantil e as necessárias ações pedagógicas com ela tendo em vista potencializar, desde
a mais tenra idade, o trato da criança com a conversão da linguagem oral em linguagem escrita.
No período de alfabetização a música pode ser utilizada para estimular e despertar o
interesse das crianças, pois através da musicalização o processo de alfabetização infantil se
desenvolve com mais entusiasmo e alegria e sem pressão, acontecendo, assim, o verdadeiro
conhecimento.
Com base nos resultados obtidos na pesquisa de Londero; Noal (2011), a música na fase
de aprendizagem facilita o processo de alfabetização, pois se constitui como um instrumento
pedagógico de grande relevância no cotidiano escolar favorecendo o equilíbrio entre corpo e
mente, oportunizando a aprendizagem de forma criativa e participativa dos educandos,
preparando-os para a fase de alfabetização e ao mesmo tempo auxiliando-os neste processo, no
qual aprendem a ler e escrever, desenvolvendo assim sua criatividade, expressividade,
imaginação, memória, percepção e sempre aprendendo através das canções escritas, cantadas,
lidas, recreadas.
53
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho de conclusão de curso teve por objetivo analisar qual o papel que a
musicalização desempenha na alfabetização infantil e na formação social da criança.
Com base na construção teórica e na análise documental foi possível identificar a
importância da música para a transformação social e formação integral da criança, sendo que a
mesma é um instrumento prazeroso, interativo e com múltiplas possibilidades para a
alfabetização infantil, pois auxilia na transformação tanto interior, como processos cognitivos,
afetivos e psicomotores, quanto processos exteriores a criança, como a relação com outros
sujeitos e o meio.
Vale ressaltar que na fase de alfabetização, o desenvolvimento não ocorre de forma
espontânea, mas por meio de processos planejados em etapas, é a partir daí que a música entra
como um importante instrumento da aprendizagem, cabe ao professor levar em conta a relação
desse instrumento ao desenvolvimento da criança de acordo com seu convívio social. A partir
daí é importante que outros sujeitos de sua cultura também auxiliem seu desenvolvimento
educacional.
É através da necessidade de um membro mais experiente da cultura para auxiliar o aluno
em seu desenvolvimento que destacamos a importância do educador como mediador dessa
aprendizagem, pois nessa fase, a alfabetização infantil, o educador permitirá que esse processo
de ensino-aprendizagem, decorra por meio de vários instrumentos, e especificamente com o
uso da musicalização, possa se tornar mais breve e prazeroso possível.
A música tem forte influência na fase de alfabetização infantil, pois proporciona o
desenvolvimento pleno das crianças, assim como inúmeros valores que levaram para o resto da
vida, assim como: sociabilidade, interação, paciência, respeito ao próximo, lateralidade, senso
rítmico, coordenação motora etc, mas principalmente por se compor um gênero textual
riquíssimo de elementos da linguagem escrita e oral.
Na análise dos documentos, compreendemos que a música em suas variadas formas de
ser trabalhada é um instrumento importantíssimo no processo de formação humana. Pois,
juntamente com o educador apresenta diversas situações e possibilidades que possam favorecer
a aprendizagem.
Como já levantado na hipótese, o que encontramos na pesquisa foi que música na
aprendizagem das crianças contribui significativamente para o processo de alfabetização
infantil, pois desenvolve diversos valores e habilidades nas crianças, permitindo descobrir e
54
recriar sua verdadeira identidade, favorecendo assim em seu desenvolvimento e
proporcionando uma prática escolar prazerosa tanto para a criança, quanto para o educador.
A pesquisa documental de Bragatto (2012), possibilitou a compreensão de que a música
no processo de alfabetização, torna o ambiente mais descontraído, agradável, leve e envolvente.
Podendo ser trabalhada de forma interdisciplinar, o que auxilia na concentração, memorização
e ludicidade. Proporcionando as crianças a desenvolver-se significativamente, contando com
os diversos elementos de aprendizagem contidos na música.
A pesquisa de Andrade (2012), nos remete a compreensão de que a música é uma
linguagem que expressa sensações, sentimentos e emoções, portanto, a música como linguagem
e forma de conhecimento é uma aliada ao ensino-aprendizagem em sala de aula, possibilitando
um crescimento educacional na criança e favorecendo sua alfabetização.
Na Pesquisa de Feier; Gedoz (2015), a alfabetização é vista como um processo de
aprendizagem que, com a ajuda da musicalização, dentro da escola, favorecerá o
desenvolvimento das crianças. A música é abordada como instrumento da alfabetização e do
letramento que contribui para o seu processo de ensino aprendizagem, além disso, colaborando
no processo de alfabetização infantil.
A pesquisa documental de Moreira, Santos e Coelho (2014), expôs-nos que a música é
um meio de interação da criança com o mundo e posteriormente consigo mesma. Dessa forma,
a música é uma linguagem presente no dia a dia do indivíduo e que contribui para o
desenvolvimento de diversas capacidades, como: expressar-se de modo integrado, imitar,
inventar e reproduzir, etc, assim como também a integração entre professor/aluno.
Na pesquisa de Londero e Noal (2011) a música é compreendida como um recurso
pedagógico de grande relevância para o cotidiano escolar, onde a inserção da música na sala de
aula, estimula o aprendizado das crianças para a alfabetização, acontecendo, assim, o verdadeiro
conhecimento.
Considerando a importância desse instrumento no processo de ensino-aprendizagem, a
música, verdadeiramente, possibilita a construção de novos caminhos para a alfabetização
infantil, e as pesquisas deixaram transparecer que as aulas podem ser mais agradáveis e
produtivas quando unimos bem estar e prazer no que fazemos.
Portanto, com a presente pesquisa, longe de concluirmos, identificamos que a influência
da musicalização no processo de alfabetização infantil ocorre de maneira significativa, pois
tende a contribuir para o processo de formação humana. Podendo ser trabalha de forma
interdisciplinar, levando em conta a construção do conhecimento das crianças, colaborando
55
com o processo de alfabetização. A musicalização quando tomada como instrumento de
alfabetização poderá contribuir para que o aluno se torne um sujeito livre para agir, pensar e
transformar sua realidade.
56
REFERÊNCIAS
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CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva. Educação infantil: pra que
te quero? / organizado por Carmem Maria Craidy e Gládis Elise P. da Silva Kaercher. - Porto
Alegre: Artmed, 2001.
DORNELLES, Leni Vieira. Educação infantil: pra que te quero? / organizado por Carmem
Maria Craidy e Gládis Elise P. da Silva Kaercher. - Porto Alegre: Artmed, 2001.
FELIPE, Jane. Educação infantil: pra que te quero? / organizado por Carmem Maria Craidy
e Gládis Elise P. da Silva Kaercher. - Porto Alegre: Artmed, 2001.
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Disponível em: <https://www.univel.br/sites/default/files/conteudo-
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LONDERO, Ana Clara Bandeira; NOAL, Eronita Ana Cantarelli. Música na alfabetização de
crianças do 1º ano do Ensino fundamental da Escola Municipal Fundamental Dona
Leopoldina de Ijuí/RS¹. Disponível em:
57
<https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/2562/Londero_Ana_Clara_Bandeira.pdf?sequ
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MOREIRA, Ana Claudia; SANTOS, Halinna; COELHO, Prof. Irene S. A música na sala de
aula- a música como recurso didático. Disponível em:
<https://periodicos.unisanta.br/index.php/hum/article/viewFile/273/274>. Acesso em 18 de Jun
de 2020.
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