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INSTITUTO POLITÉCNICO PRIVADO INTEGRAL

IPPI – LUBANGO

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM GERAL

Trabalho em grupo de Saúde


mental
Tema: ansiedade nas crianças e adolescentes
Grupo nº 1

Turma: A

Classe: 12ª

Período: Tarde

Docente

__________________

Lubango, 2024
INSTITUTO POLITÉCNICO PRIVADO INTEGRAL

IPPI – LUBANGO

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM GERAL

Elementos do grupo
António Cingue

Ana loreiro

Deise Florinda

Eliudy Manuel

Fluorinda Sipriano

Gabriel Muizes

Luciana Lauriano

Marta Gomes

Manuel Saimon

Suzana Nanbalo

Suzana Sanala

Sara Fernandes

Paulo Ndala

Terelma

Catarina
Introdução

A ansiedadena criança e adolescen é uma reação a situações


potencialmente perigosas, que envolve respostas de adiferentes níveis:
comportamental, somático, cognitivo e emocional. Apesar de se sobrepor ao
medo, é importante compreender a ansiedade visto ser caracterizada por esta
complexiblidade de respostas face à antecipação de uma ameaça, enquanto
que o medo constitui uma emoção sentida quando se sente perigo real.

A ansiedade está presente desde a infância, e detém extrema


importância pois alerta-nos para uma situação de perigo iminente,
proporcionando a análise do que está a ocorrer, e viabilizando uma resposta
protetora da ameaça. Constitui, portanto, um sistema de defesa, que não só é
sensível ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, como também se
relaciona com questões evolutivas (de sobrevivência), mesmo que estas já não
se enquadrem no contexto atual do jovem
CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A ansiedade é uma resposta natural do organismo humano diante de


situações percebidas como ameaçadoras ou desafiadoras.

É importante destacar que a ansiedade ocasional faz parte do


desenvolvimento infantil normal. No entanto, quando a ansiedade se torna
excessiva, persistente e interfere no funcionamento diário da criança ou do
adolescente, pode ser indicativa de uma perturbação de ansiedade a questões
evolutivas. Por exemplo, crianças de 3 e 4 anos que têm medo do escuro pois,
para os nossos antepassados, estava relacionado com a possibilidade de
ameaças que, por não serem facilmente identificáveis, eram mais difíceis de
combater, o que colocaria em risco a sua sobrevivência.

Deste modo, quando a criança é pequena, as questões que a medo de


animais que apenas podem encontrar em locais nos quais eles não
representam uma ameaça à sua integridade física, como os jardins zoológicos.
Tal acontece, pois durante a evolução da espécie humana, estes animais
encontravam-se dispersos por diferentes territórios e constituíam, de diferentes
formas, uma ameaça para a sobrevivência dos humanos.

Assim, existem diversas situações que provocam ansiedade, em


momentos específicos da vida dos jovens. Em algumas destas situações, os
medos e ansiedades são funcionais, por exemplo, o medo das alturas é
adaptativo quando a criança começa a desenvolver a capacidade de
locomoção (gatinhar e, posteriormente, andar), devido à possibilidade de
quedas perigosas que comprometam a sua integridade física. Desta forma, a
ansiedade alerta a criança para se envolver em comportamentos adaptativos
de modo a evitar consequências negativas (neste caso, pode impeli-la a
afastar-se de um lanço de escadas). Contudo, noutras situações, a ansiedade
e medo podem ser vistos como irracionais considerando os padrões atuais,
apesar de serem comuns naquele momento do desenvolvimento, devido
deixam ansiosa estão mais relacionadas com o imaginário.
À medida que a criança cresce e se desenvolve, estes medos começam
a ser mais específicos e realistas, referindo-se a questões do quotidiano. Na
adolescência, fase na qual ocorrem muitas mudanças, subsistem exigências
em diversos domínios e, por isso, existe uma maior probabilidade de
apreensão, ansiedade e receios. Os jovens tendem a preocupar-se com o
desempenho escolar, a aceitação social dos seus pares e, no final desta etapa,
com o seu futuro.

Os medos e ansiedades têm, portanto, um propósito relacionado com


as tarefas ou competências a serem adotadas numa determinada fase do
desenvolvimento, por exemplo, uma competência a adquirir entre o primeiro e
segundo ano de vida é a locomoção. Quando deixam de ser funcionais, estes
medos e ansiedades tendem a diminuir ou desaparecer.

A ansiedade deixa de ser normativa, de estar associada à norma ou ser


natural, se interfere acentuadamente (ou seja, se perturba, daí se falar em
perturbações de ansiedade), com o funcionamento da criança ou adolescente,
em diversas áreas, impedindo que desempenhe as suas atividades do
quotidiano. Esta interferência deve ser constatada ao longo de,
aproximadamente, seis meses. Contudo, este critério pode variar conforme o
tipo de ansiedade e a idade do jovem, podendo representar um menor espaço
de tempo para crianças mais novas. Tal acontece quando existem,
simultaneamente, um conjunto de fatores que conduzem a um exagero
desmensurado do perigo, ou a uma perceção do perigo quando o mesmo não
existe.
Factores de vulnerabilidade relacionados com a psicopatologia na
infância –ansiedade

Cognitivo : cognições de control diminuído sobre eventos ou situações (


se achas que não consegues mas … depressa vem ansiedade … )

Afectivo: dificuldade em regular e munitorizar expressões emocionais.


Social: vinculação insegura e/ou evitamento social e isolamento. ( não
saber o que esperar da mãe, pode deixa-la exposta ao perigo ).

Biológico: hereditariedade ( aparece muito ), inibição comportamental,


desregulação subsistemas neurológicos.

As causas da ansiedade
As causas da ansiedade em crianças e adolescentes envolvem
diversos fatores biológicos, ambientais e também emocionais. Destacamos
aqui algumas das principais causas do desenvolvimento da ansiedade nessas
fases da vida:
 Causa hereditária, relacionada à genética que é passada de geração em
geração;
 A aprendizagem no meio em que vive, caracterizada como um fator
ambiental. Aqui, a criança aprende as reações observando os pais e
parentes. Há a questão do bullying, indisciplina, agressão ou construção
familiar desestruturada, que prejudica a interação social;
 O estilo de educação da criança, tanto protetora demais como crítica
demais, o que acaba gerando mais pressão;
 Pais indisponíveis, alteração financeira, rejeição ou nascimento de um
irmão;
 Situações traumáticas;
 Episódios de estresse, como separação dos pais;
 Má concepção do que sente e da vivência

Os principais sintomas os sinais de ansiedade


As manifestações da ansiedade variam com a idade e nível de
desenvolvimento da criança. São alguns sinais comuns de ansiedade em
crianças e adolescentes:
A ansiedade infantil pode apresentar sintomas emocionais, físicos,
comportamentais e relacionados ao pensamento. Tristeza, medo, culpa,
preocupação e alterações de humor são alguns dos principais sintomas
emocionais que podem ser apresentados na criança e no adolescente.
Como sintomas comportamentais, temos as crises de choro, falta de
concentração, isolamento e desânimo em realizar as atividades que antes eram
corriqueiras. A agitação, dores no corpo, músculos tensos, tonturas e insônia,
são alguns sinais físicos que a ansiedade pode apresentar. O pessimismo, a
falta de confiança, a baixa auto-estima e a autocrítica se caracterizam como
sintomas relacionados ao pensamento.

Sintomas físicos, como dores de estômago, dores de cabeça,


náuseas, tontura ou dificuldade para dormir. Comportamentos de evitamento,
como evitar atividades, desafios ou situações que possam provocar ansiedade,
como ir à escola, participar de eventos sociais ou falar em público, entre outros.

 Perfecionismo extremo e medo de cometer erros.


 Nervosismo, inquietação ou irritabilidade frequentes.
 Dificuldade de concentração e distração constante.
 Sensação de preocupação constante e dificuldade em relaxar.
 Pensamentos negativos e catastrofizantes, antecipando sempre o pior
cenário possível.

.
Quando os seus sintomas não são tratados adequadamente ou não são
percebidos, o transtorno pode trazer consequências graves à criança e ao
adolescente. Depressão, fobia, baixa auto-estima e isolamento são alguns dos
efeitos que a ansiedade pode causar.

As perturbações de ansiedade mais comuns em criançase dolescente


incluem:
De acordo com uma pesquisa realizada pelo professor de psiquiatria da
Faculdade de Medicina da USP, Fernando R. Asbahr, 10% de todas as
crianças e adolescentes terão problemas com algum tipo de transtorno de
ansiedade.. Entre os tipos, é possível destacar os seguintes:
 Transtorno de ansiedade generalizada: tipo de ansiedade de alta
intensidade que prejudica a vida cotidiana. Geralmente, interfere na
atenção, no sono, causa exaustão e desconforto físico.

 Fobia social: é a preocupação excessiva em participar de eventos


sociais ou apresentações. Esse tipo de ansiedade pode se desenvolver
na infância e causar prejuízos nas relações tanto pessoais como
profissionais.

 Fobia simples: relacionada ao medo de algo específico, como sangue,


animais, altura etc.
 Síndrome do pânico: crise de ansiedade que possui curta duração.
Pouco comum entre crianças e adolescentes, pode causar tremores e
taquicardia, por exemplo.
 Transtorno de ansiedade por separação: esse é um transtorno
recorrente em crianças pequenas, quando é separada dos pais ou
familiares que sejam próximos. Pode causar grande medo e sofrimento
ao pequeno, assim como náuseas e palpitação.
 Estresse pós-traumático: corresponde à recordação de algum
acontecimento traumático que apresentou grande impacto na vida da
pessoa. Pesadelos e flashbacks são comuns nesse tipo de ansiedade.
 Agorafobia: se desenvolve especificamente na adolescência,
principalmente para quem já possui a síndrome do pânico. É
caracterizada pelo medo de situações ou lugares que possam gerar
constrangimento.
 Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): esse tipo de ansiedade
corresponde a medos irracionais ou pensamentos obsessivos. Algumas
pensamentos e atividades cotidianas se tornam repetitivos e podem
interferir na qualidade de vida.
 Mutismo seletivo: extremamente comum em crianças, se refere à
dificuldade de se expressar em algumas situações, o que acaba fazendo
com que o pequeno deixe de participar de atividades sociais. Em
crianças na primeira fase da vida, o transtorno de ansiedade por
separação é o mais recorrente.

A ansiedade generalizada, a fobia simples e social e o pânico começam


a se desenvolverem na sequência. Entretanto, o quadro clínico varia de criança
para criança. Já em crianças maiores, a ansiedade se desenvolve pelo medo
de agressões ou morte, que são os mais comuns. Adolescentes, geralmente,
ficam mais ansiosos quando precisam fazer alguma apresentação aos colegas.
Tratamento da ansiedade
O tratamento da ansiedade em crianças e adolescentes envolve um
diagnóstico completo e uma abordagem multidisciplinar que pode incluir:
Psicoterapia cognitivo-comportamental: tipo de terapia que ajuda a
criança ou adolescente a identificar e modificar padrões de pensamento
negativos e irracionais, além de aprender estratégias de enfrentamento
saudáveis. Pode incluir técnicas como reestruturação cognitiva, exposição
gradual a situações temidas e treino de competências sociais.
Terapia familiar: A ansiedade pode afetar toda a família, por isso é
benéfico envolver os membros da família no tratamento. A terapia familiar pode
ajudar a melhorar a comunicação, reduzir a tensão e promover o apoio
emocional à criança ou adolescente.
Medicamentos: Em casos mais graves de perturbação de ansiedade,
um profissional de saúde mental pode prescrever medicamentos para ajudar a
controlar os sintomas. No entanto, a prescrição de medicamentos para crianças
e adolescentes geralmente é considerada em último caso e é supervisionada
deperto por um médico.
Educação e apoio: É importante que a criança ou adolescente e sua
família recebam informações e educação sobre ansiedade. Isso pode ajudar a
normalizar os sintomas e promover estratégias saudáveis.

Mudanças no estilo de vida: Promover um estilo de vida saudável que


inclua uma dieta equilibrada, exercícios regulares, sono adequado e redução
do estresse pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade.

Educação para saúde


Além destes, o apoio emocional dos pais e cuidadores é fundamental.
O envolvimento ativo e o estabelecimento de uma comunicação aberta e
empática podem ajudar a criança ou adolescente a sentir- se compreendido e
seguro.
É importante criar um ambiente tranquilo e estruturado, estabelecer
rotinas e limites claros, e incentivar a criança ou adolescente a expressar seus
sentimentos e preocupações. Conselhos para lidar com problemas de
ansiedade.
Compreenda a ansiedade Informe-se sobre o que é a ansiedade e como
ela pode afetar as crianças e adolescentes. Isso ajudará a desenvolver empatia
e compreensão.
Ofereça um ambiente acolhedor e seguro, onde a criança ou
adolescente se sinta confortável para expressar seus sentimentos e
preocupações. Estabeleça uma comunicação aberta e empática.
A ansiedade muitas vezes surge da incerteza. Criar rotinas e estruturas
diárias pode ajudar a dar uma sensação de previsibilidade e controle.
Ensine estratégias de relaxamento
Respiração profunda, mindfulness ou meditação são alguns exemplos.
Essas técnicas podem ajudar a reduzir a ansiedade e promover a calma.
Incentive a prática de exercício físico. A atividade física regular tem benefícios
comprovados na redução do stress e da ansiedade. Incentive a criança ou
adolescente a praticar exercício físico que seja de seu interesse.
Ajude a criança ou adolescente a desenvolver capacidades para lidar
com a ansiedade, como identificar pensamentos negativos e substituí-los por
pensamentos mais realistas e positivos.
Evite superproteção
Embora seja importante oferecer apoio emocional, também é essencial
permitir que a criança ou adolescente enfrente situações desafiadoras para
desenvolver capacidades de enfrentamento.
Procure ajuda profissional
Se a ansiedade persistir e interferir significativamente na vida da criança
ou adolescente, procure ajuda de um profissional de saúde mental.
Lembre-se sempre
Cada caso é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades
individuais da criança ou adolescente.
É fundamental que os pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam
atentos aos sinais de ansiedade nas crianças e procurem ajuda especializada
em saúde mental, pedopsiquiatria ou psicologia infantil, quando necessário.
Identificar e tratar precocemente as perturbações de ansiedade pode ajudar as
crianças a desenvolverem-se de forma mais saudável e a reduzir o impacto
negativo da ansiedade nas suas vidas. Consulta de Pedopsiquiatria
Conclusão

No entanto ansiedade corresponde a um sentimento de tensão, medo e


preocupação inerentes ao ser humano e, até certo ponto, considerada normal.
A partir do momento em que esse sentimento passa a ser excessivo, a
ansiedade pode se tornar uma doença psicológica, comumente conhecida
como um transtorno de ansiedade.

Quando o medo e a preocupação se tornam constantes, esse


sentimento passa a ser algo perturbador e chega a limitar a pessoa,
atrapalhando até mesmo as suas atividades cotidianas. Se uma criança ou
adolescente se estiver a sentir tão perdido que a sua vida está a ser
prejudicada a vários níveis, deve procurar-se ajuda especializada.

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