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DIREITO MERCANTIL

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PRINCIPAIS DEFINIÇÕES:

I) EMPRESA:
● É a atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens ou serviços.
II) EMPRESÁRIO​:
● Pessoa que exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção de bens e serviços.
III) SOCIEDADE:
● Pessoa jurídica de direito privado. Contrato no qual as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados
IV) SOCIEDADE EMPRESÁRIA​:
● Contrato, normalmente de pessoa jurídica de direito privado, que tem por objetivo o exercício da atividade própria de
empresário sujeito a registo.
V) EIRELI​:
● Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: é uma pessoa jurídica de direito privado criada com o objetivo de
permitir direta e indiretamente o exercício individual da empresa com limitação de riscos.
VI) ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL​:
● Complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária.
VII) SOCIEDADE SIMPLES:
● Quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa. Aplica-se o regime jurídico comum
VIII) SÓCIO​:
● É um contratante da sociedade, ou seja, aquele que é parte de um contrato social, podendo ser cotista ou acionista
IX) ADMINISTRADOR​:
● É a própria pessoa jurídica da empresa, uma espécie de representante
X) GERENTE​:
● São prepostos permanentes no exercício da empresa, uma espécie de representante
XI) NOME EMPRESARIAL​:
● Identifica o empresário, enquanto sujeito exercente de atividade empresarial
XII) TÍTULO DE ESTABELECIMENTO​:
● Ou nome fantasia : Identifica o local no qual é exercida e vem a contato com o público a atividade de empresário.
XIII) INSÍGNIA​:
● É o nome fantasia figurativo, aquele que possui representações gráficas. Ex: o ‘i’ do itaú.
XIV) MARCA​:
● Identifica os produtos ou serviços, destinada a diferenciá-los dos demais. Ex: A marca “sorriso” de creme dental.
XV) FIRMA​:
● É o modo de assinar, uma espécie de nome empresarial. Nome sobre o qual se exerce uma atividade econômica.

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TIPOS DE SOCIEDADE

I) SOCIEDADES EMPRESÁRIAS:
● S/A: ​Sociedade Anônima
● SCPA: ​Sociedade em Comandita por Ações
● SCS: ​Sociedade em Comandita Simples
● SNC: ​Sociedade em Nome Coletivo
● LTDA: ​Sociedade Limitada

II) SOCIEDADES SIMPLES:


● SSP: ​Sociedade simples pura ( registra no cartório)
● COOP: ​cooperativa (registra na JC)
● SOC. adv: ​Sociedade advogada (registra na OAB)

NOTA:
● Empresário individual: Pessoa Jurídica e EIRELI
● Empresário coletivo: S/A, SCPA, SCS, SNC, LTDA
● Não empresário/Sociedade simples: SSP, COOP, SOC.ADV.

NOTA:
● A sociedade simples poderá se constituir por alguns tipos de sociedade empresária. SNC, SCA E LTDA.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A palavra comércio significa troca de mercadorias; é a parte da economia que estuda os fenômenos pelos quais os bens passam das
mãos de uma pessoa para outra, ou de um a outro lugar.

O direito mercantil surgiu de uma necessidade, na Idade Média de regulamentar as relações entre os novos personagens que se
apresentaram: os comerciantes.
Passando por uma grande evolução, que pode ser dividida em três fases: o sistema subjetivo, o sistema objetivo e o sistema subjetivo
moderno

Fase Pré-histórica​:
● Código de Hamurabi
● Lex rhodia dee jactu
● Nauticum foenus (origem do contrato de seguro)

Fase histórica
● Fase subjetiva: ​Fala-se aqui em sistema subjetivo, porquanto havia a aplicação do chamado critério corporativo, pelo
qual, se o sujeito fosse membro de determinada corporação de ofício, o direito a ser aplicado seria o da corporação, vale
dizer, era a matrícula na corporação que atraía o direito costumeiro e a jurisdição consular. Entretanto, não era suficiente
o critério corporativo, era necessário que a questão também fosse ligada ao exercício do comércio. Tratava-se de um
direito eminentemente profissional

● Fase objetiva: Com o passar do tempo, os comerciantes começaram a praticar atos acessórios, que surgiram ligados à
atividade comercial, mas logo se tornaram autônomos. O melhor exemplo dessa evolução são os títulos cambiários. O
crédito passa a ganhar extrema importância, seja o concedido pelo comerciante, seja aquele recebido por este, surgindo
a atividade bancária. As normas passam a se aplicar a atos objetivamente considerados e não a pessoas. O Código
Napoleônico de 1807 marca o início dessa nova fase do direito comercial, na medida em que acolheu a teoria dos atos
de comércio, passando a disciplinar uma série de atos da vida econômica e jurídica. O direito comercial passa a ser o
direito dos atos de comércio, praticados por ​quem quer que seja, independentemente de qualquer qualificação
profissional, ou participação em corporações

● Fase de empresarialidade: ​Começa com o código civil italiano, com a previsão da teoria da empresa. Nesta fase
histórica, o direito comercial reencontra sua justificação não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da
circulação de bens ou serviços, vale dizer, não são protegidos os agentes que exercem atividades econômicas
empresariais, mas a torrente de suas relações. Diz-se sistema subjetivo moderno, porquanto a concepção passa a ser
centrada em um sujeito, o empresário. A primeira exigência diz respeito à tutela do crédito e a segunda à melhor
alocação dos recursos, que se faz presente com a facilitação da circulação dos bens e da conclusão dos negócios.

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A EMPRESA

A noção inicial de empresa advém de economia, ligada à ideia central da organização dos fatores da produção (capital, trabalho,
natureza), para a realização de uma atividade econômica.

O que é empresa?
● É a atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens ou serviços. Não basta um ato isolado, é
necessária uma sequencia de atos dirigidos a uma mesma finalidade, para configurar empresa.
A economicidade da atividade exige que ela seja capaz de criar novas utilidades, novas riquezas, afastando-se as
atividades de mero gozo.
Há empresa quando a atividade não possui um caráter exclusivamente pessoal, sendo possível o recurso a
colaboradores para se alcançar o fim específico da atividade.
Deve abranger a produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado.

Natureza jurídica da empresa


● A empresa não possui personalidade jurídica, consequentemente não pode ser entendida como sujeito de direitos.
Assim, a empresa enquadra-se na noção de fato jurídico em sentido amplo, pois falamos da atividade e do conjunto de
atos.

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PANORAMA CONSTITUCIONAL

Panorama da liberdade.
● ART 173 CF: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.”

Princípio da livre iniciativa. Liberdade de indústria, comércio, prestação de serviço.


● Assegura a liberdade de empresa e de contrato. É livre o exercício de qualquer ofício ou profissão, atendidas as
exigências constitucionais.

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O EMPRESÁRIO

O empresário é sujeito de direito, ele possui personalidade. Pode ele tanto ser uma pessoa física, na condição de empresário individual,
quanto uma pessoa jurídica, na condição de sociedade empresária, de modo que as sociedades empresárias não são empresas.

ART. 967 CC “ É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início
de sua atividade.

Características do empresário e da sociedade empresária. (PAPO)

● Produção ou circulação de bens ou serviços. Consiste na fabricação e na intermediação (comprar de alguém para
revender). Sua atividade deve ser voltada à satisfação das necessidades alheias, e não para si próprio.
● Atividade econômica​: A atividade deve se desenvolver de modo suficiente para não gerar prejuízos.
● Profissionalismo​: Só é empresário quem exerce empresa de modo profissional, com estabilidade e habitualidade, com a
finalidade de atender as necessidades de mercado.
● Organização​: Consiste na articulação de fatores de produção, tais como capital, matéria-prima ou insumos, mão de obra
alheia e tecnologia. A organização pode ser do trabalho alheio, de bens e de um e outro juntos.

Exclusão do conceito de empresário

● ART 966cc. “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o curso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constitui elemento de
empresa”
Embora tais atividades também sejam econômicas, isto é, também produzem novas riquezas, é certo que seu tratamento
não deve ser dado pelo direito empresarial.

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O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL.

● É a pessoa física que exerce a empresa em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade. É a própria pessoa
física que será o titular da atividade. Ainda que lhe seja atribuído um CNPJ próprio, distinto do seu CPF, não há
distinção entre a pessoa física em si e o empresário individual. Todo seu patrimonio se vincula pelo exercício da
atividade.
● Deve exercer a atividade, a princípio, em seu próprio nome, assumindo obrigações e adquirindo direitos em decorrência
dos atos praticados.
● Precisa ser, como regra geral, absolutamente capaz.
● O incapaz não pode jamais iniciar uma atividade empresarial, mas pode continuar uma atividade que vinha sendo
exercida.
● O empresário individual, quando pessoa física continua a ser registrado na junta comercial, porém possui CPF E CNPJ.
Seus bens tanto no CPF quanto no CNPJ respondem. Na ordem, os do CNPJ respondem primeiro no que diz respeito as
dívidas empresariais. Na ordem, o CPF responde primeiro pelas dívidas de pessoa física.

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SUJEITO DE DIREITOS E IMPEDIMENTOS:

ART 972 CC.


● Podem exercer atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente
impedidos.

IMPEDIMENTOS:
● Quanto aos agentes públicos: Impedidos de ser empresário individual pessoa física, de ser sócio de responsabilidade
ilimitada e de ser administrador. Pode ser sócio da sociedade limitada, pode ser comanditário da sociedade em
comandita.

● Membros do legislativo: Não podem ser administrador ou controladores de sociedades que gozam de favor do
ente ao qual eles estão vinculados
● Membros do executivo: A legislação não proíbe expressamente para o chefe do executivo. Não podem ser
administrador ou controlador de sociedade que goze de favor do ente ao qual eles estão vinculados. EX:
Humberto Souto não poderia ser administrador da alpagatas, porque esta empresa goza de isenção de impostos
municipais. O Zema poderia ser sócio da alpargatas porque ela não goza de impostos estaduais.
● Leiloeiros e corretores de seguros: Não podem ser sócios nem empresários, sob nenhuma condição.

● É vedado ​o exercício da medicina ​com interação ou dependência com as atividades de ótica, laboratório ou farmácia.
Mas pode ser empresário médico.

● O estrangeiro também não pode exercer atividade remunerada, mas pode ser sócio. (Há alguns tipos de vistos
que permitem atividade remunerada aos estrangeiros)

● Há limitações também ao estrangeiro quanto ao jornalismo e atividade de lavra ou minerária.

● Falido não reabilitado​: Quando o falido, após a sentença não conseguiu pagar os credores.

● Se for pago mais de 50% dos débitos quirografários, o falido é reabilitado

● Se o devedor não conseguir pagar todos, após 5 anos da extinção do processo de falência, o falido pode
requerer a extinção de suas obrigações. Se os credores não provarem que os falidos, mesmo depois do prazo,
conseguem pagar a dívida, o juiz profere uma sentença de extinção das obrigações.

● Quando há condenação por crime falimentar, o prazo para pedir extinção das obrigações é de 10 anos.

ART 1011 CC: § 1º Não pode ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda
que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou
contra a economia popular, contra o sistema financeiro, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

NCIA: Tipo de concursal; é um processo que começa, via de regra com uma petição inicial ajuizada por um credor.
ta de contestação, há uma sentença denegatória (dar fim ao processo) ou sentença decretória (dar continuidade ao pr
, surge a figura do falido; também é nomeado um administrador judicial para arrecadar os bens e pagar as dívidas aos c
ndo a ordem pré determinada no art. 83)
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ART 83. LEI 11.101 . A classificação dos créditos na falência obedece à ordem:
● Os créditos derivados da legislação do trabalho
● Os créditos com garantia realização
● Créditos tributários
● Créditos com privilégio especial
● Crédito com privilégio realização
● Créditos quirografários
● Multas contratuais e penas
● Créditos subordinados.
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AUTORIZAÇÃO PARA INCAPAZ DAR CONTINUIDADE À EMPRESA

ART 974
● “ Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”
Incapacidade Superveniente:
● Quando a pessoa era capaz e sofre um acidente, tornando-se incapaz

Continuação por herança:


● Possível dar continuidade no caso do incapaz receber uma herança, pelo princípio da continuação da empresa.

NOTA​: O sócio incapaz :


● Não pode exercer administração da sociedade
● O capital social deve ser totalmente integralizado
● Sua responsabilidade deve ser limitada
● O relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado.

CAPITAL INTEGRALIZADO:
● É a parcela do capital social já “pagas” pelos sócios, que foi 100% colocado em função da empresa.

ALVARÁ:
● Instrumento da autorização judicial para o incapaz dar continuidade à empresa.
● Somente vão responder os bens relacionados à atividade empresarial
● O juiz pode, a qualquer momento revogar o alvará.

No caso de o representante tiver algum impedimento, o juiz nomeia um gerente.

OBS: ART 977 “O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os
imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. ( as pessoas casadas na comunhão universal e na separação
obrigatória não podem ser sócios).
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EIRELI- EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

Pessoa jurídica de Direito Privado. Sociedade na qual possui responsabilidade ilimitado, porém seu instituidor possuem
responsabilidades limitadas.
A EIRELI foi criada com o objetivo de permitir direta ou indiretamente o exercício individual da empresa com limitação de riscos.
Atuará no mundo concreto e terá uma série de direitos e obrigações próprios que não se confundem com os direitos e obrigações de seu
titular. A condição de pessoa jurídica lhe dá uma autonomia patrimonial e obrigacional que permite a separação entre o que diz respeito
à atividade empresarial e o que diz respeito a outras atividades do titular

Aplicar-se-á EIRELI as regras da sociedade limitada, inclusive quanto à separação do patrimônio.

MODELOS DE EIRELI:
● Sociedades unipessoais
● Afetação de um patrimônio
● EIRELI com personalidade própria.

A EIELI no Brasil é uma pessoa jurídica criada como centro autônomo de direitos e obrigações para o exercício individual da atividade
empresarial.

Pessoa jurídica pode constituir EIRELI?


● Embora normalmente ligada à pessoa física, nada impede que a EIRELI seja constituída por pessoas jurídicas, inclusive
as de fins não empresariais para exercício de atividades lucrativas solidárias. O art 980-A diz que a EIRELI será
constituída por uma única pessoa; mas não delimita e nem especifica.

● O titular poderá constituí-la de forma originária ou derivada. A primeira se dá para o início de atividade empresarial. A
segunda se dá para a continuação de uma atividade que já era exercida. Esse ato constitutivo será registrado na Junta
Comercial, deve preferencialmente ser chamado de estatuto, uma vez que não há encontro de vontades na sua origem.

Capital Social​:
● O CC exige um capital mínimo de cem vezes o maior salário mínimo vigente no país, devidamente integralizado no ato
da constituição da EIRELI, é um dos elementos essenciais na sua criação.

ART 980- A
● “ A EIRELI será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado”.

O capital só pode ser formado por dinheiro ou bens.


Nome:
● Terá um nome próprio pelo qual se vinculará no mundo jurídico. É nesse nome que serão assumidas as obrigações
relativas ao exercício da empresa, é esse nome que servirá de referência nas relações da EIRELI com o público e geral.
Nossa legislação admite o uso de dois tipos de nomes pela EIRELI, a denominação e a firma ou razão social.
● A firma ou razão social pode ser utilizada sendo composta naturalmente a partir do nome de seu titular.
● A denominação, pela qual se caracteriza pela não utilização do nome dos sócios, pode ser usada uma expressão de
fantasia, a indicação do local ou apenas a indicação do objeto social.

Administração da EIRELI:
● A EIRELI irá atuar no mundo jurídico, exercendo atividades econômicas empresariais. Quado o órgão age, quem age é
a pessoa jurídica. Por meio do órgão, se faz presente a vontade da pessoa jurídica, daí se falar que o órgão é o
presentante da pessoa jurídica, e não seu representante. Normalmente esse órgão é o próprio titular da EIRELI

Transferência de titularidade e extinção da EIRELI:

● É essencial que seja possível a transmissão da sua titularidade, permitindo que outra pessoa prossiga ainda que
indiretamente com aquela atividade.
● Poderá haver mudança do titular da EIRELI, preservando a empresa em funcionamento, mesmo que com outro titular.
● A falência da EIRLEI não implica falência de seu titular.
● É possível a extinção em razão de fusão, cisão e incorporação, tendo em vista a aplicação do regime das sociedades
limitadas.

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SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Havendo formação de sociedades, elas é que assumirão a condição de empresário, na medida em que as obrigações e o risco da
empresa serão da sociedade.

As sociedades empresárias exercem atividade própria de empresário que esteja sujeito a registro, vale dizer, atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.

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EMPRESÁRIOS RURAIS

As atividades ruais voltadas para o mercado são dotadas de um mínimo de organização, podendo ser enquadradas como empresa. Os
exercentes de tais atividades podem ser denominados empresários rurais .
Os empresários ruais, sejam pessoas físicas, sejam sociedades, que desempenham tal atividade podem se sujeitar ao regime empresarial
ou não, dependendo de uma opção do próprio empresário, de acordo com seu registro. Não há obrigação do registro, mas uma
faculdade.
O empresário rural que se registrar, no registro de empresas, estará sujeito ao regime empresarial e o que não se registrar, ficará sujeito
ao regime civil.
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REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESA

Tal registro tem por finalidade dar publicidade aos atos, tem natureza eminentemente declaratória e apenas excepcionalmente
constitutiva.

A execução das atribuições do registro de empresas é feita pelas juntas comerciais, entidades de âmbito estadual, que podem ser simples
órgãos do Estado ou pessoas jurídicas

O sistema de registro de empresas envolve três tipos de atos:


● matrícula
● arquivamento
● autenticação.

● Matrícula: Determinados profissionais ( leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e


administradores de armazéns gerais) precisam se matricular nas juntas para exercer regularmente sua atividade.
● B) Arquivamento: Está sujeita a arquivamento nas juntas comerciais a inscrição dos empresários e das
sociedades cooperativas. Em relação às sociedades, tal inscrição é condição de aquisição da personalidade
jurídica. O arquivamento deverá ser requerido até 30 dias após a data da assinatura do ato, para que possa
produzir efeitos retroativamente. ( A atual legislação determina o cancelamento automático do registro de
sociedade que passe dez anos sem arquivar qualquer ato, e não comunique a intenção de permanecer em
funcionamento).
● C) Autenticação: Os instrumentos de escrituração da atividade empresarial (livros) devem ser autenticados
pelas juntas comerciais. É uma tentativa de evitar eventuais adulterações que possam afetar o valor probante
dos livros.

ART 967:
● É obrigatória a inscrição do empresário no Regístro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início
de sua atividade.

ART 1150:
● O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas
para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.

DREI: Departamento de Registro empresarial e integração.


● È o órgão Federal que determina o que as juntas comerciais devem fazer. Tem o papel de coordenar, supervisionar e
fiscalizar as juntas comerciais, estabelecendo e consolidando normas de registro público de empresas. O DREI não
executa registo de empresas

LEI 8934/94
● Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, observado o disposto nesta Lei, será exercido em
todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais, estaduais e distrital, com as seguintes finalidades:
○ I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis,
submetidos a registro na forma desta lei;
○ II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as
informações pertinentes;
○ III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.

LEI 11589/07

● Estabelece diretrizes e procedimentos para a simplificação e integração do processo de registro e legalização de


empresários e de pessoas jurídicas, cria a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de
Empresas e Negócios - REDESIM ( o REDESIM se aplica também para sociedades simples.)
● Esta Lei estabelece normas gerais de simplificação e integração do processo de registro e legalização de empresários e
pessoas jurídicas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
● Tal lei estabeleceu a pesquisa online de firmas individuais para facilitar e agilizar o processo de registro. Se aplica
também no âmbito dos cartórios.

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Junta Comercial
O QUE FAZ?
● Arquivamento – pessoa
● Autenticação – Livro
● Matrícula – Leiloeiro, tradutor público juramentado, adm. de armazém geral….
● Assentimento – Ato de registro dos usos e costumes. Em MG só há registrado o “cheque visado”.

JUCEMG:
● Se for fazer algo no âmbito administrativo, a JC deve analisar o que o Estado determina, e não o que o DREI determina.

PROCEDIMENTO: (Administrativo ou Judicial)


NOTA: Os prazos são contados a partir da publicação no diário oficial.
NOTA: Os recursos têm efeito devolutivo, e não suspensivo.

ADMINISTRATIVO:

● 1º- Pedido de Reconsideração: caso não concorde com a decisão no âmbito adm. O prazo é de 30 dias para fazer o
pedido.
● 2º- Recurso ao plenário da junta comercial . O prazo é de 10 dias.
● 3º- Recurso para o Ministério do Comércio – órgão vinculado ao DREI – Prazo de 10 dias.

JUDICIAL:
● Pode recorrer diretamente à justiça, não precisando de recursos
● Justiça Federal :Apenas quando a ação for mandado de segurança envolvendo matéria técnica (arquivamento,
assentimento, matrícula e autenticação) .
● Justiça Estadual: Vara da Fazenda pública: Discute matéria administrativa, como o mandado de segurança
administrativa.
● Vara cível: Registra por exemplo ação anulatória de contrato social (falsificação de assinatura). Ação de obrigação de
não fazer.

PRAZO PARA ARQUIVAMENTO:


● 30 dias, prazo legal.
● Se não for levado a registro no prazo legal, o documento só produzirá efeitos a partir da data do despacho.
● Entre as partes que assinaram, o documento produz efeito a partir da assinatura.
● Para terceiro, produz efeito a partir do despacho.

LITISCONSORTE​:
● É um fenômeno que ocorre sempre que uma ação judicial possui mais de um autor/reu. Quando a ação possui mais de
um autor, chamamos de litisconsorte ativo e quando a ação possui mais de um réu, chamamos de litisconsórcio passivo.
● Quando a formação de litisconsórcio é obrigatória, sob pena de o processo não prosseguir, diz-se que há um
litisconsórcio necessário. Para sua ocorrência, é preciso que haja um dos fatores abaixo:
○ - Imposição legal determinando a formação do litisconsórcio
○ - para que a sentença produza seus efeitos será necessária que todos os litisconsorte tenham sido devidamente
citados.
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OBRIGAÇÕES EMPRESÁRIAS

São três as obrigações:


● Registro na Junta Comercial
● Escrituração dos livros obrigatórios
● Levantamento do balanço patrimonial (BP) e do balanço de resultados econômicos (BRE).

LIVROS EMPRESARIAIS: (OBRIGATÓRIOS E FACULTATIVOS)

● OBRIGATÓRIOS COMUNS​: É o diário, que pode ser substituído pelo livro balancetes e balanço o BR e o BRE ficam
no diário.
● OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS:​ São obrigatórios dependendo das circunstâncias.
○ Livro de registro de duplicatas (para emitir duplicatas)
○ Livro de registro de ações nominativas ( para S/A e SCPA, serve para transferir ações)

● FACULTATIVOS:
○ Livro borrador (rascunho do diário)
○ Livro conta corrente (como se fosse uma caderneta para determinado cliente)
○ Livro caixa (registrar entrada e saída de dinheiro)

OBS: O livro caixa pode ser obrigatório se o empresário estiver registrado no Simples Nacional, mas não será um livro decorrente do
direito empresarial, sim do tributário.

OBS: Livros do empresário = São obrigatórios, porém sua obrigatoriedade não decorre do direito empresarial.
-Livro de registro de empregados (CLT)
-Livro de apuração do lucro real (caso o empresário queira pagar impostos sobre o lucro real) – dir.tributário.

USADOS COMO PROVA​: No geral, os livros devem respeitar os requisitos intrínsecos e extrínsecos.
● Extrínsecos: Termo de abertura e encerramento do livro (autenticação)
● Intrínsecos: É o que está dentro do livro. A observância da técnica de contabilidade, deve ser escriturado em idioma
nacional, moeda nacional, ordem cronológica, sem entrelinhas, sem borrões e sem transporte para as margens.

PRINCÍPIO DO SIGILO DOS LIVROS:


● Nenhuma autoridade, juiz ou tribunal pode determinar que o empresário exiba seus livros fora dos casos previstos em
lei.

EXIBIÇÃO:
● Exibição total: O juiz só poderá autorizar exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para
resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem ou em caso
de falência.
● Exibição parcial: Somente a parte referente. Para ser realizada uma exibição parcial, tem que ser realizada uma perícia
contábil com extradição de suma (o que há de mais relevante). A regra é que a exibição seja parcial.
Os livros são exibidos na sede da sociedade, ou seja, no estabelecimento empresarial principal, mas não há problema a
apresentação em local diverso.

PERDA/ROUBO/EXTRAVIO/DETERIORAÇÃO DO LIVRO:

● Nesses casos, deve ser feita uma publicação em jornal de grande circulação para informar o fato.
● Deve comunicar a Junta Comercial em 48 horas.
● Deve comunicar a Receita Federal, Receita Estadual e Secretaria de Fazenda Municipal, para fins tributários.

EFEITOS NEGATIVOS E SANÇÕES DECORRENTES DO NÃO CUMPRIMENTO

O empresário que não se registrou:


● Não tem direito à recuperação de empresa
● O empresário não pode requerer falência de terceiro
● Não tem como ter os livros devidamente escriturados, podendo ser condenado por crime falimentar
● A ausência ou irregularidade do livro faz prova contra.
● Não terá benefícios de Micro empresa ou de Empresa de pequeno porte
● Não pode contratar com o poder público
● Dificuldade de acesso ao crédito.

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PREPOSTOS

É um representante do empresário prepotente ( empresário pessoa física, EIRELI ou sociedade empresária). O preposto é o auxiliar
dependente que exerce determinadas atividades jurídicas dentro da empresa, substituindo o empresário em determinados atos, seja na
órbita interna, seja na órbita externa em relação a terceiros.

- ESPÉCIES:
● Preposto obrigatório: Contabilista ( contador ou técnico em contabilidade)
● Preposto facultativo: Gerente ( é um preposto facultativo permanente e possui uma posição superior às posições dos
outros prepostos ), Vendedor.

RESPONSABILIDADE DO EMPRESÁRIO PREPOTENTE


Pelos atos praticados pelo preposto:
● Responde dentro do estabelecimento empresarial e que tenham relação com a atividade ali exercida.
● Se o ato ocorrer fora do estabelecimento empresarial, o empresário só responde se o preposto tiver uma autorização por
escrito.

RESPONSABILIDADE DO PREPOSTO
● Responsabilidade Subjetiva:
○ Responde perante o empresário prepotente pelo ato culposo. EX: A vendedora olhou a tabela e se confundiu
com o preço, vendendo mais barato. Se o preposto for empregado, para que ele possa responder por ato
culposo, é preciso que haja previsão legal expressa no contrato de emprego.

● Responsabilidade objetiva:
○ Responde pelo ato doloso. Quando o ato é doloso, existe uma responsabilidade solidária de preposto e
empresário prepotente. EX: Um segurança, que no decorrer de uma discussão, bate em um cliente; responde o
preposto e o empresário.

NOTA: O preposto não pode concorrer com o empresário prepotente. O cc autoriza que o empresário prepotente retenha o que o
preposto está devendo até o limite do seu lucro.

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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

É todo complexo de bens organizado para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária.

Esse complexo não precisa, necessariamente, pertencer ao empresário, que pode eventualmente locar bens. O essencial é que esse
complexo de bens seja organizado pelo empresário para o exercício da empresa.

Não se pode atribuir ao estabelecimento empresarial a condição de sujeito de direitos. Ele é um mero instrumento para o exercício da
atividade pelo empresário, que é que assume os direitos e obrigações.
É uma universalidade de fato que integra o patrimônio do empresário : Conjunto de bens reunidos pela vontade do titular.

Aviamento: medida do valor do estabelecimento empresarial, capacidade de produzir lucros, é um atributo, uma qualidade. O
estabelecimento possui um sobrevalor em relação à soma dos valores individuais dos bens que o compõe, relacionado a uma expectativa
de lucros futuros, a sua capacidade de trazer proveitos.
É considerado imaterial, justamente por causa da organização, tal organização aumenta o valor.

Espécies:

● Principal: É a sede, o centro vital. Pode ser onde está a adm ou onde se encontram os bens de maior valor
● Secundários: São as sucursais, filiais, agências, postos de atendimento.

NOTA sobre a sede:


No caso de falência, convém considerar que a sede é onde se encontram os bens de maior valor econômico. No caso de recuperação de
empresa. Convém considerar onde estão a administração e a contabilidade.

Sinônimos de estabelecimento empresarial:


● Fundo de comércio
● Azienda
● Good Will.

Contratos envolvendo estabelecimento empresarial:


Para produzir efeitos perante terceiros, tem que ser averbado na junta comercial e publicado na imprensa oficial.

Alienante/ Alienado = Contrato de aquisição/alienação


Cedente/Cessionário = Contrato de cessão.
Trespassante/Trespassatário = Contrato de trespasse.

- Ao alienar o estabelecimento empresarial, a concordância pode ser expressa ou tácita

Expressa: Quando é assinado o termo de concordância


Tácita:Presunção de quando ocorre a anuência. A notificação tácita só pode ocorrer através do cartório ou judicialmente.

NOTA:
É contado o prazo de 1 ano para o débito escriturado no caso de alguém comprar o estabelecimento com débitos. O adquirente passa
assim a responder pelos débitos.

A alienação de estabelecimento empresarial, sem a concordância dos credores, quando ela é necessária, é um ato de falência

Em regra o adquirente responde pelos débitos escriturados, no após o prazo de um ano, mas isto não se aplica aos casos de débito
trabalhista, tributário e de decorrentes danos causados ao meio ambiente.

Due diligence: É importante que o adquirente faça a diligência para adquirir o estabelecimento, certificando-se do que está sendo
escriturado para saber as responsabilidades que serão assumidas por ele.

Promessa de trespasse​: Um “pré contrato” para atestar se as declarações são verdadeiras; é uma segurança para o comprador.

Forma​: Caso o estabelecimento seja composto de bens imóveis será necessária a escritura pública e o respectivo registro, apenas para
transferência de tais bens. Em síntese, forma dos negócios sobre o estabelecimento empresarial é livre. Exige-se forma escrita para fins
de prova e validade perante terceiros. No caso e bens que exijam forma especial para o negócio, como os imóveis, forma especial
deverá ser obedecida.

Publicidade​: A lei exige que os negócios envolvendo o estabelecimento sejam averbados no registro público de empresas mercantis, à
margem do registro do empresário, e que seja uma publicação na imprensa oficial sobre o negócio.
Compete à junta comercial a exigência de apresentação do comprovante de publicação na imprensa oficial.
A publicidade e a publicação oficial não são condições de validade do negócio, mas condições de eficácia perante terceiros.
Alienação do estabelecimento​: Tratando-se de uma universalidade de fato, é certo que o estabelecimento pode ser alienado como um
todo, como uma coisa coletiva. Pagos os credores, seus interesses deixarão de existir em relação ao trespasse. Mesmo sem o
pagamento, o trespasse poderá ser eficaz se os credores concordarem tácita ou expressamente com a alienação dentro do prazo de 30
dias após sua notificação.

O CC impôs a manutenção da responsabilidade do alienante perante terceiros, sempre na proteção dos interesses destes. Há uma dupla
proteção: o adquirente como titular do estabelecimento passa a ser o devedor da obrigação e o alienante continua solidariamente
responsável. Vale destacar que a responsabilidade do adquirente atinge apenas as obrigações regularmente contabilizadas, isto é, a
sucessão só ocorrerá se houver escrituração e esta estiver regular.

É proibida a concorrência pelo prazo de cinco anos, salvo disposição expressa em contrário . É oportuno esclarecer que não se trata de
uma proibição do execício da mesma atividade anteriormente desenvolvida, mas sim de uma proibição de concorrência entre alienante e
adquirente. O alienante pode continuar desenvolvendo a mesma atividade empresarial, desde que não faça concorrência ao adquirente
do estabelecimento.

Não Transferência do passivo​: O adquirente do estabelecimento estará adquirindo somente o bônus, não adquirindo assim os débitos.
É valida e eficaz somente entre as partes, não produzindo efeitos perante terceiros.

Débitos tributários: Caso o alienante prossiga na exploração ou inicie, dentro do prazo de seis meses a contar da data da alienação,
nova atividade econômica, a responsabilidade do adquirente pela obrigações tributárias será apenas subsidiária, vale dizer, ele somente
será chamado a responder se o alienante não honrar tais obrigações.
Caso o alienante não prossiga e não reestabeleça em seis meses qualquer atividade econômica, a responsabilidade do adquirente será
integral.
De qualquer modo, a responsabilidade tributária do sucessor abrange os tributos devidos e as suas respectivas multas, moratórias ou
primitivas.

Débitos trabalhistas: A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos
respectivos empregados.
Quem tem a propriedade dos bens essenciais ao exercício da atividade terá todas as responsabilidades trabalhistas ligadas a essa
atividade.

Processo de falência e recuperação judicial: Para tornar viável tal alienação, não haverá nenhum tipo de sucessão em relação às
obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária ou trabalhista. Privilegia-se a continuação da atividade que, a longo prazo,
terá maiores benefícios do que o simples pagamento de credores. Os credores também não restarão prejudicados, na medida em que eles
se sub-rogarão no produto da venda dos estabelecimentos isolados.
A transmissão dos créditos, relativos o exercício da atividade, decorre diretamente do trespasse.

Salvo disposição em contrário, o adquirente sub-roga nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não forem
personalíssimos. Trata-se de uma sub-rogação legal que independe da vontade do contratante, excepcionando-se a regra geral de
sucessões nos contratos.

Contrato de Trespasse​: É o contrato que envolve o estabelecimento empresarial. Deve ser registrado na junta comercial e publicado na
imprensa oficial.

Contrato de locação​: Não é transferido no trespasse, são exigidas formalidades adicionais para sua transferência, pois se protege a
manutenção da unidade econômica do estabelecimento, sem, contudo, afetar as relações personalíssimas, nas quais não haverá sucessão.

Proteção ao ponto​: Ação renovatória de locação ( se dá quando é locatário, e não o dono do ponto)

-Requisitos para que o locatário consiga renovar o contrato de locação


I) Contrato escrito e por prazo determinado
II)Exercício de atividade empresarial ou pode ser se pessoa jurídica
III) 5 anos de contrato
IV) 3 anos na mesma atividade
V)A ação tem que ser ajuizada nos primeiros 6 meses do ultimo ano da vigência do contrato

-​Exceção de retomada ​(defesas do proprietário para reaver o imóvel.


I) Insuficiência da proposta do locatário
II)Reforma determinada pela administração
III)Realização de obra que aumente o valor do imóvel ou do negócio
IV) Transferência ou uso próprio
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens (corpóreos ou incorpóreos) organizado, para exercício
da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos,
que sejam compatíveis com a sua natureza.

Conceito: ​é uma universalidade de fato, um bem incorpóreo (serve como garantia para os credores)

Sinônimos: ​fundos de comércio; azienda; ​good will for trade;​ ​good will

Aviamento: ​é o valor (​capacidade de gerar lucros​, qualidade, atributo) do estabelecimento empresarial (cada um tem
o seu aviamento). Ex.: Arezzo no shopping e no feijão semeado não tem mesmo aviamento

Desapropriação de terreno alugado: ​se acontecer desapropriação de imóvel com perda do estabelecimento
empresarial, a indenização também tem que ser paga ao locatário do imóvel e outra ao proprietário separadamente

Espécies: principal é a sede e ​secundários ​são as filiais, sucursais, agências, postos de atendimento, etc. O
estabelecimento que está registrado na JC gera presunção de ser a sede, mas não é isso que prevalece, pois o STF
entende que a sede é onde se encontra o ​centro vital ​das atividades empresariais, podendo ser: 1) onde está os bens de
maior valor econômico; 2) onde está a administração, contabilidade, livros empresariais e onde emanam os poderes. É
importante saber onde fica a sede, pois os processos de falência, recuperação de empresa ou conflito societário tramitam
onde está a sede

TRESPASSE OU CESSÃO OU ALIENAÇÃO

É a transferência onerosa entre trespassante (alienante/cedente) e trespassatário (adquirente/cessionário)

Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá
efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no
Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.

Efeito perante terceiros: ​todo contrato envolvendo estabelecimento empresarial para ter efeitos perante terceiros
precisa ser publicado na imprensa e registrado na Junta Comercial

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do
estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito,
em trinta dias a partir de sua notificação.

Para vender (alienar) o ​único estabelecimento empresarial, tendo credores para pagar, precisa da ​anuência expressa ou
tácita desses credores. ​Expressa: ​é feito um termo de concordância e os credores assinam; ​Tácita: ​o “alienante” manda
uma notificação (comunicado da venda) através do cartório de títulos ou do poder judiciário. Se não houver oposição
dos credores no prazo de 30 dias, presumi-se que eles concordaram. O trespasse pode ser bom para o credor porque
existem casos em que a dívida possa ser cobrada tanto do trespassatário quanto do tranpassante.

Quando a ​anuência necessária não é obtida, pode ser decretada a falência. A ​alienação irregular (sem anuência) torna
o trepasse ineficaz mesmo se o adquirente já tiver pago, isto é, o contrato não produzirá efeitos e o estabelecimento
voltará a ser do alienante (adquirente precisa se certificar se houve a anuência). Se não for comprovada a boa-fé do
adquirente, este receberá no processo de falência como um credor quirografário, mas se esta for comprovada ele “fura a
fila de credores” e é pago primeiro (recebe o que pagou) através de um pedido de restituição

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

S​olidariedade: ​não se presume, ela decorre da lei ou da vontade das partes. A ​solidariedade ​entre o alienante e o
adquirente pelos débitos do alienante (que estejam ​escriturados​) existe durante o período de ​1 ano​. ​Quanto a débitos
vencidos ​esse prazo será ​do a partir da publicação do contrato de alienação. Entretanto, ​se o débito não está vencido
(débitos vincendo), a solidariedade de um ano será a partir do vencimento. Nos dois casos, depois de passado o prazo de
1 ano, só o ​adquirente ​será responsável por aquilo que está escriturado (o que não está escriturado é de
responsabilidade do ​alienante​)

Débito trabalhista: ​o adquirente responderá por eles, pois o empregado tem direito de receber considerando o
estabelecimento que é sua garantia. Há responsabilidade solidária (durante o prazo prescricional de 2 anos) se hover
fraude na transferência, em contrário será o adquirente

Débito tributário (prazo prescricional de 5 ou 10 anos): ​não precisa está escriturado. A ​responsabilidade é
subsidiária ​(só responde se o alienante não puder pagar; depois do alienante) se o alienante continuar exercendo
empresa ou voltar a exercer no prazo de 6 meses contando da data da alienação, ainda que em ramo diverso. Fora esses
casos o adquirente pagará o débito tributário integralmente
Débito ambiental:​ segundo o STJ o adquirente e o alienante respondem mesmo não havendo escrituração

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos
estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a
responsabilidade do alienante.

Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos
devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao
cedente.

Devida diligência (​due duligence​):​ adquirente confere se há débitos do alienante

Cláusula de não transferência dos débitos (não transferência do passivo)​: é a cláusula que consta que o adquirente
comprou o estabelecimento sem as suas dívidas. Porém, ela só é válida entre as partes, não produzindo efeitos contra
terceiros (estes podem cobrar dos dois nos casos permitidos mesmo havendo a cláusula). Assim, se o terceiro cobrar a
dívida do adquirente, este tem que pagar, mas possui ação de regresso contra o alienante

Promessa de trespasse: ​é aconselhável ao adquirente fazer o contrato de promessa antes do trespasse. Adquirente paga
uma parte e o alienante declara tudo o que ele falou com o adquirente (depois disso o adquirente paga o resto) e
estabelece uma multa caso haja falsa declaração

Leilão, processo de falência e recuperação de empresa: ​quem adquire nesses casos, não terá nenhuma
responsabilidade sob os débitos, inclusive os trabalhistas (entendimento do STF)

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao
adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do
estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

Cláusula de não restabelecimento/concorrência: ​previne a concorrência desleal do alienante. ​Aspecto temporal: ​no
contrato de compra e venda (não no trespasse), o alienante não pode concorrer com o adquirente no prazo de 5 anos;
Aspecto material: ​não pode concorrer com a mesma atividade; ​Aspecto espacial: ​se for abrir uma padaria em
determinado local que não apresente concorrência a outra padaria, não tem problema (essa é uma exceção dos princípios
da livre concorrência e livre iniciativa)

PROTEÇÃO AO PONTO

Ponto: ​é o lugar onde o empresário encontra sua clientela para fins de realizar uma atividade empresarial. Quando o
empresário é dono do ponto, a proteção ao ponto ocorre pelo direito de propriedade do próprio empresário. Se o ponto
for alugado, a proteção será pela renovação do contrato de locação

Ação renovatória de aluguel: ​é a renovação compulsória ajuizada pelo locatário contra o locador. Se a ação for
julgada procedente, o locador é obrigado a renovar o contrato (somente em contrato de locação, não havendo ação
renovatória, o locador pode continuar com a atividade no local)

Requisitos cumulativos para a ação renovatória: 1) exercer atividade empresarial (pessoa jurídica sem exercer essa
atividade também pode ajuizar ação renovatória, ex.: escola); ​2) contrato escrito com prazo determinado; ​3) exercer a
mesma atividade nos últimos 3 anos; ​4) ​o prazo do contrato ou a soma dos prazos tem que ser no mínimo 5 anos; ​5) a
ação deve ser ajuizada nos últimos 6 meses (prazo decadencial) do último ano de vigência do contrato

Exceção de retomada: ​é a defesa do locador na ação renovatória. Este pode alegar: ​1) ​insuficiência do valor do aluguel
proposta pelo locatário (precisa de perícia); ​2) realização de obra determinada pela administração pública; ​3) ​realização
do obra que aumente o valor do imóvel; ​4) ​uso próprio ou para transferência de estabelecimento empresarial de
sociedade (que exista a mais de 1 ano) na qual o proprietário, ascendente, descendente ou cônjuge do locador seja
majoritário (controlador); ​5) ​proposta de aluguel melhor de terceiros

Casos em que o locador deve pagar indenização: 1) ​proposta melhor de terceiro; ​2) ​retomante insincero (apresentou
um motivo para retomada, mas não o cumpriu em 90 dias); ​3) quando o locador ou sociedade que transferiu
estabelecimento para o imóvel, continuar exercendo a mesma atividade do locatário (quando há arrendamento (aluguel
do negócio) não precisa da indenização)

Luvas: ​é uma obrigação pecuniária, isto é, o valor cobrado pelo proprietário para fazer contrato de locação ou para
renovar esse contrato (luvas só são permitidas para fazer o contrato, mas não para renová-lo)

SHOPPING CENTER
Conceito: ​é um estabelecimento empresarial maior integrado por outros estabelecimentos menores, prevalecendo nos
contratos locatários a liberdade entre empreendedor/locador e lojista/locatário, sendo uma relação de condomínio,
devendo, o lojista, observar o convênio do shopping (todos pagam a convenção de condomínio). Nas relações de
shopping prevalecerão as condições pactuadas pelas partes (empreendedor locador e lojista locatário)

Natureza jurídica: ​em geral há locações, mas pode haver proprietários de lojas (não usa o Código do Consumidor para
locações de nenhuma espécie, nem shopping center)

Res sperada:​ ​é recebida pelo empreendedor locador e integra um ​valor variável (porcentagem do valor arrecadado pelo
lojista locatário) que não será pago pelo lojista proprietário e um ​valor fixo​ (aluguel)

Ação renovatória/ação locatícia: ​o lojista locatário pode entrar com ação renovatória (será necessário a ação de
despejo feita pelo empreendedor) e, na exceção de retomada, o empreendedor locador não pode alegar que usará a loja
para uso próprio ou que seu cônjuge, descendente ou ascendente o usará

Despesas: ​é vedado ao locador a cobrança de valores quanto à estrutura do imóvel, ex.: pintar o shopping.
O empreendedor locador não é obrigado a indenizar despesas causadas por terceiros, ex.: tiroteio

FRANQUIA

O franqueador buscar expandir através do franqueado (necessariamente subordinado) marca, patente ou know how

Franquia ​é um contrato misto (alugar marca/patente + prestação de serviços) ​e atípico (lei 8.955/94 trata das
obrigações anteriores ao contrato e não das obrigações durante a vigência do contrato) ​de licença (locação) ​de uso de
marca ou patente e de prestação de serviços de organização empresarial (prestado pelo franqueador que ensina a
ganhar dinheiro, como devem ser os empregados, etc) ​com exclusividade (ex.: shopping inteiro) ​ou
semi-exclusividade​ (ex.: em um andar do shopping)

Obrigações: o franqueado deve apresentar uma COF (circular de ofertas de franquia) que é um dossiê (conjunto de
documentos) que contém a minuta de contrato e informações pessoais das pessoas que saíram da franquia no último ano
(entregar a COF 10 dias antes da assinatura do contrato). Haverá a ​nulidade relativa do contrato de franquia se não
observar os 10 dias: tudo gasto pelo franqueado será reembolsado (indenização). Se houver informação falsa ou
omissão do nome de algum antigo franqueador (que gera também falsidade ideológica) pode haver ​nulidade total​. Por
fim, geralmente há cláusula no contrato que fala que conflitos de interesse serão resolvidos por ​câmara de arbitragem​,
mas se for da esfera penal, necessariamente será na justiça

O contrato deve ser registrado no INDI (instituto nacional de propriedade industrial), mas isso não é requisito de
validade do contrato, serve apenas para produzir efeitos perante terceiros.

O franqueado tem responsabilidade perante o consumidor, mas se algo relacionado a algum produto da franquia ocorrer
quem responde é o franqueador (relação franqueado e franqueador não são reguladas pelo CDC)

COMÉRCIO ELETRÔNICO: ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL VIRTUAL

Caracterizado pela negociação através de envio e recepção de dados de forma eletrônica, normalmente, o meio de
acesso é a internet, sendo irrelevante a natureza do produto ou serviço negociado. A diferença do estabelecimento
virtual e o comum é o acesso, já que um é pela internet e o outro necessita de deslocamento físico. É identificado pelo
nome de domínio (​www.oi.com.br​), quando o final é “BR” é registrado na associação civil NIC (núcleo de informação)

Tipos de comércio eletrônico: 1) Business to business (B2B), empresário para empresário, Código Civil; 2) Business
to consumer (B2C), empresário para consumidor, CDC; 3) Consumer to consumer (C2C), consumidor para consumidor
através de intermédio, CC em regra, mas se for fornecedor vendendo bens todos os dias na OLX e quando a OLX
coloca 5 estrelas para o vendedor e o comprador quiser processar a OLX porque sofreu o golpe desse vendedor 5
estrelas, será o CDC

Art. 49.​ O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento
do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o
direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Direito de arrependimento: só existe quando a relação é regida pelo CDC (B2B não há direito de arrependimento) e se
for através de foto, catálogo, amostra, telefone ou internet. O prazo é de 7 dias
Decreto de regulamentação: criado em 2013 por Dilma, fala que o site deve divulgar endereço e CNPJ para que seja
exercitado o direito de arrependimento e as etapas desse direito. Seu descumprimento pode gerar suspensão das
atividades, multas ou interdição

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DIREITO SOCIETÁRIO

Art. 44.​ São pessoas jurídicas de direito privado: II - as sociedades; (e outras)

Art. 45.​ Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua
inscrição no registro.

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços,
para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

Art. 985.​ A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus
atos constitutivos (1.150).

Sociedade: ​a palavra sociedade tem dois sentidos, contrato e pessoa jurídica de direito privado. A sociedade deixa de
ser um contrato quando é registrada na JC ou CRPJ. É um ​contrato plurilateral​, associativo (associação de pessoas) ou
aberto, isto é, os sócios têm finalidade comum e ​interesses convergentes​: que a sociedade exerça sua atividade,
produza lucro e que seja aberta para a adesão de outras pessoas. Os direitos e obrigações dos sócios geralmente são
idênticos na qualidade (ex.: todos votam) e diferente na quantidade (ex.: diferente n° de quotas)

Efeitos do início da personalidade jurídica: ​titularidade negocial (ser parte em um contrato), responsabilidade
patrimonial (ter bens em seu nome) e capacidade processual (ajuizar ação)

TIPO SOCIETÁRIO

É uma casca, forma, modelo legal de regência das relações entre os sócios, dos sócios com a sociedade, dos sócios com
a administração da sociedade e com terceiros, bem como entre todos esses

1) Quanto ao regime jurídico

● Simples

● Empresárias

2) Quanto à estrutura econômica

● Sociedades de pessoas: são as ​SNC e SCS ​onde considera-se as qualidade pessoais dos sócios (herdeiros
não tem o direito de assumir)

● Sociedades de capital: são as ​S/A e SCPA onde considera-se o aspecto financeiro. Nelas os herdeiro tem
direito de se tornarem cotistas e as ações podem ser vendidas livremente sem conhecimento ou
concordância dos outros acionistas (livre circulação)

● Sociedades híbridas: ​são as ​LTDA ​onde considera-se o aspecto financeiro e as qualidades dos sócios. O
art. 1057 estabelece que é livre a venda entre os sócios nas LTDAs, mas para vende para terceiros precisa
da anuência dos sócios que tenham mais de ¼ da quotas (se A e B tem mais de ¼ juntos, também e
discordam, não será possível a venda), isto é, para esses com mais de ¼ a limitada será ​pessoal ​(para os
que tiverem menos de ¼ a entrada será livre, isto é, “​de capital​”)

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio,
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um
quarto do capital social. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para
os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios
anuentes.

3) Quanto ao ato constitutivo


● Estatutárias:​ o ato constitutivo é um estatuto, ​S/A, SCPA e COOPERATIVAS​. Nelas, os nomes dos
sócios/acionistas/cotistas são encontrados nos livros

● Contratuais:​ ​o ato constitutivo é um contrato social (contém os nomes)

4) Quanto à responsabilidade

● Limitada​: ​S/A​ e ​LTDA

● Ilimitada​: ​SNC

● Mista/híbrida​: ​SCPA ​e ​SCS​ (comanditário tem resp. limitada e comanditado tem resp. ilimitada)

Obs.: ​o estatuto das ​cooperativas​ que irá estabelecer se será limitada ou ilimitada e se houver omissão, será ilimitada.
Mesmo o estatuto estabelecendo que a responsabilidade é limitada (perante terceiros), é possível que as
despesas e prejuízos​ sejam divididos entre os cooperados (resolve-se em assembléia), proporcionalmente a
quantidade de uso dos “aparelhos” da cooperativa

5) Quanto à personificação

● Não personificadas​: não tem personalidade jurídica (nunca teve ou teve e perdeu), ​sociedade comum​ e
sociedade em conta de participação​. Despersonificadas está dentro de não personificadas, são aquelas
que perderam a personalidade

● Personificadas​: as 5 sociedades empresárias + as 3 sociedades simples (tem personalidade)

Art. 983.​ A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a
sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às
normas que lhe são próprias. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta
de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas
atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo.

6) Quanto à nacionalidade

● Nacional/brasileira​: constituída pelas normas brasileiras e tem sede da administração no Brasil

● Estrangeira​: constituída por norma estrangeira, tem sede fora e precisa de autorização p/ funcionar no B

SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

SOCIEDADES EM COMUM

Sociedade em comum: ​é a “sociedade entre o fato e o registro” que inclui as ​sociedades de fato (não tem contrato
escrito), as ​sociedades irregulares (tem um contrato que não foi levado a arquivamento no órgão competente) e as
despersonificadas (tinha um contrato escrito e perdeu a personalidade jurídica). Seus sócios têm ​responsabilidade
solidária e ilimitada​, porém o ​sócio que não contratou em nome da sociedade (o que fez a compra não pode) pode
alegar benefício de ordem (primeiro responde os bens da sociedade e depois os bens pessoais), mas será parte no
processo porque não deixa de responder solidariamente

Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo
disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade
simples.

Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade,
mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.

Terceiros: ​um terceiro pode provar a existência da sociedade por qualquer meio (é benéfico para ele porque todos
responderão pela dívida). Porém nas relações entre os sócios, somente pode ser provado se for lícito (enriquecimento
ilícito é proibido então pode ajuizar ação contra isso, mas o lucro não pode ser provado). Isso existe para incentivar as
pessoas a não criarem sociedades sem contrato

Art. 988.​ Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.

Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de
ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.

SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo
sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes. Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e,
exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.

Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se
por todos os meios de direito.

SCP: ​não são registradas e por isso não possui nome empresarial, porém é uma sociedade regular muito utilizada na
prática que é exercida pelo sócio ostensivo (ex.: quem vai fazer os exames) em seu próprio nome e o sócio participante
fica oculto (ex.: o dono do equipamento)

Ostensivo: ​responsabilidade ilimitada

Participante: ​responsabilidade limitada (só responde por aquilo que investiu/’emprestou’). Nas operações em que
houver intermediação do participante (ex.: “passa lá pra olhar”), ele responderá igualmente ao ostensivo

Exemplo: ​Gabriel é dono de um lote (participante). Marcela pede para passar o imóvel para o nome dela (ostensiva) e
em troca G receberá 3 aptos do imóvel que será construído no lote; médico que faz endoscopia (ost.) não tem dinheiro
para comprar o aparelho e usa o aparelho de outro médico (part.), tendo o lucro repartido entre os dois

Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em
qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar
a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros,
sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.

Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta
de participação relativa aos negócios sociais. § 1​o​ A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos
sócios. § 2​o​ A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo
saldo constituirá crédito quirografário. § 3​o​ Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que
regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.

Falência: ​se o sócio ostensivo falir, a sociedade deverá ser extinta, já que ele exerce a atividade. Se o participante falir,
o ostensivo continuará gerando dinheiro para o participante e ajudará no pagamento de credores. Sendo assim, o
administrador judicial que vai analisar se é melhor extinguir ou continuar a SCP

Bem do participante: ​para o participante é melhor dispor o bem em comodato ou aluguel (do que transferi-lo), pois
assim eles não serão alienados em possível falência do ostensivo

***​Registro: ​não necessita de registro, mas é recomendado porque os credores dessa sociedade vão querer alegar que
era uma sociedade em comum para o participante responder solidária e ilimitadamente. Apesar de não necessitarem de
registro, tem que ser ​declaradas ​para a receita federal e podem ter CNPJ para fins tributários (não é uma pessoa jurídica
porque não tem personalidade)

Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso
dos demais.

Obs.: ​o sócio ostensivo não pode admitir outro sócio participante sem a anuência do primeiro participante

Sociedade de propósito específico: ​só existe na prática

Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto
para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei
processual. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no
mesmo processo.

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NOME EMPRESARIAL

Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo,
para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a
denominação das sociedades simples, associações e fundações.

Nome empresarial: ​é um bem móvel incorpóreo caracterizado por uma expressão lingüística através da qual o
empresário exerce sua atividade e se obriga nos atos a ela pertinentes

Caractere subjetivo: ​o nome empresarial serve para identificar a pessoa do empresário ou sociedade

Caractere objetivo: ​é o que confere valor patrimonial ao nome empresarial

Princípio da novidade: ​não pode existir mesmo nome empresarial (idênticos ou semelhantes) na mesma junta
comercial. A proteção ao nome é em nível estadual e há especialidade, isto é, a proteção é em atividade de mesmo ramo
(exceção: nomes notórios como a coca cola). Não se confunde com o título de estabelecimento que não é registrado,
mas tem certa proteção (não pode ser registrado como marca, nome fantasia de terceiro)

Princípio da veracidade: ​exige conformidade com a realidade fática ou jurídica. Ex.: “Alvarenga irmão Ltda” não
pode ser meu e de Marcela porque não somos irmãs; “XX Farmácia” usado para uma padaria

Sociedade simples: ​não tem nome empresarial, mas seu nome é equiparado a este para efeitos de proteção. Problema!!
CRPJ é municipal, então só é possível fiscalizar em âmbito municipal

Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser,
designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os
nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua
abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma
social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.

Art. 1.158. ​Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua
abreviatura. § 1​o​ A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo
indicativo da relação social. § 2​o​ A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o
nome de um ou mais sócios. § 3​o​ A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.

Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único.
Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.

Firma: ​tem como origem o nome do ​empresário individual pessoa física ​(firma individual) ou do ​sócio da sociedade
(firma/razão social)

Firma individual: com nome completo do empresário (sem omissões), mas pode haver abreviações do nome e compor
uma palavra após o nome que identifique melhor a pessoa ou atividade exercida, ex.: “João, o padeiro”. Se o nome
completo e com todas as possíveis abreviações já existirem, coloca-se o CPF

Firma social: ​pode conter o sobrenome (não precisa do nome completo) de só um dos sócios

Denominação: ​é formada por palavra ou expressão de uso comum/vulgar ou elemento fantasia. Ex.: “Alvorada Ltda”
(elemento fantasia); “Casa de Carne São João” (expressão comum ou vulgar). A partir de 2002, na denominação é
preciso identificar o objeto social (atividade) sendo vedado o uso de palavras genéricas (ex.: comércio,
empreendimento); se for mais de uma atividade, basta colocar uma. Isso ocorre porque o administrador da sociedade
não pode realizar ato que não tenha relação com a atividade (empresas anteriores a 2002 podem continuar usado o nome
ser a especificação do objeto social)

Híbrido: ​características de firma e denominação (nome + palavra vulgar/comum ou nome fantasia). No contrato estará
firma ou denominação mesmo se for híbrido

● Pessoa física: ​firma individual

● SCPA, EIRELI e LTDA​: firma ou denominação ou híbrido (pode ser qualquer um), indicando o tipo
societário

● LTDA: depois do CC, 2002 não é possível que conste nome de pessoa jurídica na Ltda (ex.: “Palimontes
papelaria Ltda e Cia Ltda” ​Quando a Ltda tiver firma só pode constar o nome do sócio pessoa física. Se o
administrador esquecer-se de usar o Ltda no nome empresarial (quando for fazer algum contrato), ele passará a
ter responsabilidade solidária e ilimitada

● Cooperativa:​ denominação com o vocábulo “cooperativa”

● SNC e SCS: ​firma social com o nome do comanditado, se usar o nome do comanditário, esse passará a ter
responsabilidade ilimitada (únicas que não indicam o tipo de sociedade no nome)

● S/A: denominação designativa do objeto social (tem que colocar S/A no final ou companhia/CIA no início ou
meio, nunca no final). Pode haver um nome em S/A como homenagem, mas não deixa de ser denominação

● Obs.: ​usa-se ‘CIA’ no final para identificar que há mais de um sócio

● Microempresa e empresa de pequeno porte: não precisa indicar o objeto social e tem que colocar ME ou
EPP (ME ≠ EPP)

● Sociedade em conta de participação:​ não pode ter firma ou denominação

Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento,
por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a
qualificação de sucessor.

Inalienável: ​nome empresarial é inalienável por ser um direito personalíssimo, mesmo tendo seu aspecto objetivo
(valor patrimonial). Mas o possuidor do nome pode autorizar alguém a usá-lo

Art. 1.165.​ O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.

Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no
registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto
neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.

Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com
violação da lei ou do contrato.

Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o
exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.

Princípio da especialidade: ​é possível nomes iguais se as atividades forem de ramos diferentes

Elemento fantasia do nome empresarial = marca: ​a marca é tem proteção em nível nacional e identifica um produto
ou serviço; já o nome empresarial identifica a pessoa. Desse modo, se o elemento fantasia do nome empresarial for
igual a marca, o possuidor do nome pode pedir anulação, mas findo o prazo para isso haverá coexistência e o possuidor
do nome terá que usar o nome completo

Nome de terceiro​ não pode ser usado como marca, mas se for acompanhado de desenho, este receberá proteção

Proteção nacional: ​para o nome empresarial ter proteção a nível nacional, ele deve ser registrado em todas as juntas
comerciais do Brasil (todos os estados)

Trespasse: ​no caso de trespasse, o adquirente poderá continuar usando o nome do alienante, precedido de seu próprio
nome (ex.: era G. L. Ltda, passar a ser André Crisóstomo sucessor de G. L. Ltda)

Alteração do nome empresarial: ​é ​voluntária quando ocorre mediante registro não obrigatório na junta comercial e é
obrigatória nos casos em que houver mudança na categoria de sócios, dissolução parcial da sociedade (se o nome
daquele que saiu estiver na firma. A sociedade de advogado pode manter o nome do sócio que faceleu), transformação
do tipo societário, se for decretada a falência (acrescenta-se “falida”), se estiver em recuperação de empresa
(acrescenta-se “em recuperação”)

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

TEORIA MAIOR OU SUBJETIVA (NORMAS GERAIS)

Art. 50.​ Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
O credor ou o MP podem requer a desconsideração para fazer com que os ​bens pessoais dos sócios passem a
responder pela dívida da sociedade (se a responsabilidade dos sócios for ilimitada isso já acontece). Ademais, no
processo que pede a desconsideração da personalidade, a decisão só valerá para o autor do mesmo (é episódica), pois a
sociedade não terá a sua personalidade extinta (em regra isso só acontece a requerimento do sócio), continuando, assim,
a apresentar personalidade, já que esta só é desconsiderada no caso concreto. Nessa decisão que julga procedente a
desconsideração da personalidade jurídica cabe ​recurso de agravo de instrumento

É adotada a ​teoria maior ​da desconsideração da personalidade jurídica ​como regra, isto é, só pode haver a
desconsideração se houver ​abuso ​da personalidade jurídica ​– podendo ser ​desvio de finalidade ​(ex.: cria a sociedade
só para fazer uma transferência de imóvel sem pagar tributo) ou ​confusão patrimonial (pessoa do sócio confundir com
pessoa da sociedade, ex.: pagar escola do filho com cheque da sociedade) – ou ​dissolução irregular – para haver uma
dissolução regular é necessário um fazer ​distrato que deve ser registrado na JC ou cartório, isso só ocorre se for
apresentada ​certidão negativa de débitos tributários​. Ao invés de mostrar essa certidão, pode mostrar uma
declaração que torna ilimitada e solidária a responsabilidade de todos os sócios (seria igual a consequência da
desconsideração). Então, se o indivíduo está irregular quanto aos tributos e não quer realizar a declaração de
responsabilidade, resta a ele a possibilidade de requerer a ​autofalência que é uma forma regular de dissolução da
sociedade (se não fizer uma dessas possibilidades, haverá uma dissolução irregular). No caso do abuso de personalidade
jurídica, somente o sócio responsável por ela terá seus bens atingidos pela desconsideração. Já no caso da dissolução
irregular, todos os sócios terão seus bens atingidos pela desconsideração

Direito de defesa: ​a regra é que o direito de defesa seja antecipado, isto é, antes dos bens passarem a responder pelos
débitos, há a defesa por parte dos sócios. Assim, só depois da decisão que os bens respondem. Porém, se houver algum
indício que os sócios querem “sumir” com seus bens, o juiz pode deferir uma ​tutela provisória para bloquear os bens
enquanto houver não houver a decisão (sobretudo no direito do trabalho)

Código tributário: ​fala que deve haver desconsideração quanto ao administrador se ato ilícito tiver sido praticado. A
jurisprudência é pacífica quando entende que o ato ilícito de pagar tributos, isoladamente, não é suficiente para gerar a
desconsideração

Sociedades anônimas (S/A): ​nas sociedades anônimas, de acordo com a jurisprudência, só pode haver desconsideração
para atingir bens de administradores diretores e do acionista controlador (majoritário)

TEORIA MENOR OU OBJETIVA (NORMAS ESPECÍFICAS)

A ​teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica fala que é possível a desconsideração com a simples
prova de que a sociedade não tem bens suficientes para pagar seus débitos (não precisa provar abuso ou dissolução
irregular). Essa teoria só se aplica a três casos: direito ambiental (previsão legal), direito do consumidor (previsão legal)
e direito do trabalho (jurisprudência). A jurisprudência que incluiu o direito do trabalho tem a justificativa de que o
trabalhador é hipossuficiente (mais fraco) como o consumidor, que a verba do trabalhador tem natureza alimentar (horas
extras, 13°, etc) e a CF prevê a valorização do trabalho

SOCIEDADES EMPRESÁRIAS, CONTRATUAIS E PERSONIFICADAS DE TIPO MENOR

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

As SNC só podem ter sócios ​pessoas físicas com responsabilidade ​solidária e ilimitada​, porém subsidiária, podendo
alegar a ordem, respondendo, assim, primeiro os bens da sociedade e depois os bens particulares dos sócios. Tem como
nome empresarial necessariamente uma ​firma e são regidas supletivamente pelas normas da sociedade simples pura,
isto é, se o contrato ou os artigos específicos da SNC não disporem algo, usar-se-á os das SSP

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios,
solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por
unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo
antecedente.

Art. 1.041.​ O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no ​art. 997​, a firma social.

Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do
contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.

Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do
devedor. Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando: I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; II - tendo
ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias,
contado da publicação do ato dilatório.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no ​art. 1.033​ e, se empresária,
também pela declaração da falência.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES​

As SCS tem que ter pelo menos um sócio ​comanditado (responsabilidade solidária, ilimitada e subsidiária) ​e um
sócio ​comanditário (responsabilidade limitada)​, operando necessariamente sob uma ​firma/razão social que deve
levar o nome do sócio comanditado (se colocar o nome do comanditário ele responderá solidariamente desde que os
nomes sejam diferentes). Além disso, a ​administração da sociedade incumbe ao ​comanditado​. No caso de faltar o
comanditado (morte ou sai da sociedade), terá que ser colocado um administrador provisório. Não se pode ultrapassar
180 dias com falta de uma das categoriais de sócio, pois isso gera a dissolução total da atividade; porém, isso não é
fiscalizado e a sociedade geralmente continua a exercer a sociedade de maneira irregular, passando o comanditário a ter
responsabilidade solidária, ilimitada e subsidiária. Ademais, em caso de morte do comanditário, as quotas podem passar
para os herdeiros, com a morte de sócio comanditado isso não é possível (herdeiros recebem a sua parte em dinheiro).
Pode ser regidas pelas normas das SNC e, conseqüentemente, SSP

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas
físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo
valor de sua quota. Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.

Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem
compatíveis com as deste Capítulo. Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos
sócios da sociedade em nome coletivo.

Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não
pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às
responsabilidades de sócio comanditado. Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade,
para negócio determinado e com poderes especiais.

Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota
do comanditário, em conseqüência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.

Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer
lucros, antes de reintegrado aquele.

Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus
sucessores, que designarão quem os represente.

Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade: I - por qualquer das causas previstas no ​art. 1.044​; II - quando por
mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. Parágrafo único. Na falta de sócio
comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II
e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.

SOCIEDADE SIMPLES PURA

As SSP são regidas pelos artigos 997 a 1038 e estes se aplicam a todas as outras sociedades empresárias e simples com
exceções das S/A e SCPA. Ademais, as SSP só podem existir para aquelas empresas que exercem profissão intelectual
de natureza artística, científica e literária. Não é muito utilizada porque a responsabilidade dos sócios é ​ilimitada
(geralmente escolherão as LTDA)

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas
pelas partes, mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da
sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens,
suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as
prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da
administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. É ineficaz em
relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.

Art. 1.023.​ Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.
Art. 175.​ O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na
constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

Esse artigo fala como deve ser elaborado e alterado um contrato social de todas as sociedades (respeita-se os requisitos
do art. 104), com exceção das sociedades em comum que não precisam seguir solenidades. Todo contrato deve ter um
título (não está no art. 997); ​identificação das partes e da sociedade (​denominação ou firma​; ​objeto social e sede​);
prazo determinado ou indeterminado​; ​capital social (serve de impulso para a atividade e parâmetro para a divisão
das quotas); as ​quotas de cada sócio e como elas devem ser pagas (a vista ou a prazo e com qualquer bem que tenha
valor econômico); o ​administrador (pessoa natural); a ​participação dos sócios nos lucros e nas perdas
proporcionalmente as suas quotas (falando o ano de exercício que isso será analisado), sendo nula a cláusula que
impede um sócio de participar de lucros e perdas e a desproporcionalidade é cláusula facultativa; e se tiver um sócio que
pagará as suas quotas em prestação de serviço (​sócio de indústria​), deve constar como isso será feito (nas LDTA e S/A
não é possível os sócios pagarem suas quotas em serviço). Além disso, há uma antinomia entre os art. 997 e 1023: o art.
997 fala que deve constar no contrato se a responsabilidade dos sócios é ​subsidiária ou não (para ser subsidiária é
necessária que seja solidária) e o art 1023 fala que os sócios responderão pelo saldo. Então, entende-se o inciso VIII do
artigo 997 fala de solidariedade, pois, não sendo solidária, os sócios responderão proporcionalmente. Por fim, o art 175,
lei 6404 expõe que é obrigatório constar no contrato qual é o exercício social

OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS

Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam
quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais.

A obrigação dos sócios começa com a assinatura do contrato e se extingue quando acabar a sociedade cumprida todas as
suas obrigações (essa parte final é somente para aquelas em que o sócio tem responsabilidade ilimitada)

Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios,
expresso em modificação do contrato social.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o
consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Parágrafo único. Até dois anos depois
de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

Obrigação 1

O sócio precisa da anuência de outros sócios para ceder suas quotas para terceiros, bob pena da cessão ser ineficaz

Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e
aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo
dano emergente da mora. Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à
indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os
casos, o disposto no​§ 1o do art. 1.031​.

Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela
solvência do devedor, aquele que transferir crédito.

Obrigação 2

O sócio tem a obrigação de pagar suas quotas do capital social, sendo aquele que não paga, o sócio remisso. O sócio
remisso pode ser: ​1) excluído da sociedade (mesmo se tiver pago parte das quotas); ​2) ter sua participação reduzida (ex.:
A pagou 15 de suas 30 quotas, passará a ter participação proporcional as 15); ​3) ​ser ajuizada ação contra ele (ação de
execução ou de cobrança)

Ação de execução x ação de cobrança​: se um contrato foi feito por escritura pública ou escritura privada com duas
testemunhas, ele será ​título executivo extrajudicial​. A Nesse caso, se o sócio for remisso poderá ser executada contra
ele, uma ​ação de execução​. Em contrapartida, se o contrato for particular sem duas testemunhas, será feita ​ação de
cobrança​. A diferença é que na execução, o réu é citado para pagar; na cobrança, o réu é citado para comparecer em
audiência e, se perder, terá que pagar. Nos dois casos, se a sociedade for prejudicada por esse inadimplemento do sócio
remisso (ex.: se tivesse o dinheiro, a sociedade tinha comprado materiais mais baratos, a vista), poderá pedir
indenização (se for ação de cobrança poderá pedir no mesmo processo e se for ação de execução será pedido em
processo diferente)

Quotas por transmissão de bens​: A passou casa para a sociedade X para integralizar suas quotas, porém, logo após
isso, sem tetos entraram com ação de usucapião. Esse sócio responderá por ​evicção (perda de direito através de decisão
judicial)
Quotas por cessão de crédito: ​no direito civil comum, o cedente não responde pela insolvência do devedor. Já em caso
da integralização de quotas por meio de cessão de crédito, o sócio cedente do crédito responderá caso o devedor se torne
insolvente

Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em
atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído.

Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas
quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do
valor das quotas.

Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.

Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a
realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.

Obrigação 3: ​Os sócios respondem pelo recebimento de lucros ilícitos (decorre de atividade ilícita) ou fictícios (decorre
de simulação dos balanços). A penalidade será devolver esse lucro

DIREITOS DOS SÓCIOS

Direitos patrimoniais: 1) participar do lucro da sociedade; ​2) participar do acervo social (conjunto de bens) em caso de
liquidação (quando a sociedade acabar, o sócio tem direito aos bens, mas não antes disso porque a pessoa do sócio não
se confunde com a pessoa da sociedade)

Art. 1.021. Salvo estipulação que determine época própria, o sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e
documentos, e o estado da caixa e da carteira da sociedade.

Direitos pessoais: 1) direito de voto; ​2) direito de fiscalizar (art. 1.021). O administrador que tem a posse desses
documentos, tendo que mostrá-los para os sócios, porém pode existir cláusula facultativa no contrato que especifique
quando esses documentos serão mostrados. Se o administrador se negar a fazê-lo, haverá crime de supressão de
documentos; ​3) direito de preferência (direito de adquirir novas participações societárias no caso de aumento do capital
social de forma proporcional)

Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo
indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo
determinado, provando judicialmente justa causa. Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os
demais sócios optar pela dissolução da sociedade.

Direito híbrido (pessoal + patrimonial): ​direito de retirada (direito do sócio deixar de ser sócio). Ex.: vai mudar uma
LDTA para SNC e um sócio não concorda (pessoal), ele poderá sair da sociedade, recebendo o valor de suas quotas
(patrimonial). Se a sociedade funciona por prazo ​indeterminado​, o sócio poderá sair por qualquer motivo, basta
notificar os sócios remanescentes com antecedência de 60 dias, tendo eles o direito de fazer a ​dissolução total da
sociedade nos primeiros 30 dias desses 60; caso contrário, depois de findo o prazo, só poderá haver ​dissolução parcial
(saída do sócio que requereu o direito de retirada). Por outro lado, se a sociedade funcionar por prazo ​determinado​, o
sócio só poderá exercer a retirada se houver tido algo grave, justa causa

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