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FUNDAMENTOS

E TÉCNICAS
PSICANALÍTICAS

Prof. Msª Eva Maria Lins


EVA LINS

Estrutura e Funcionamento
do Psiquismo
O aparelho Psíquico

Aula 14.03.23
EVA LINS

1. A descoberta da Psicanálise

Qual o 2. O aparelho psíquico

caminho? 3. Onde acho o Inconsciente?


4. Tudo é simbólico
5. Atividade em trios
6. Revisão
EVA LINS

Histeria e
PSICANÁLISE
Qual a relação entre a histeria e a Psicanálise?
A descoberta
da Psicanálise
EVA LINS

Freud foi quem primeiro incentivou a escuta dos sintomas como tratamento
terapêutico.
Século XIX;
A Histeria é uma doença mental e não física;
Percebe-se que existem doenças cujas causas são
psíquicas e não puramente físicas.
EVA LINS
EVA LINS

Não classificar, não delimitar,


não tentar curar. Antes de tudo,
escutar.
A escuta dos sintomas é o
caminho do tratamento
terapêutico freudiano.
A descoberta
da Psicanálise
EVA LINS

Charcot transformou La Salpêtrière em um centro de referência clínico e de


ensino da histeria. Qual a causa da histeria?

As histéricas dão origem a psicanálise: a formulação de um aparelho


psíquico, regido não mais pela consciência, mas sim pelo inconsciente,
formado por meio de uma ação psíquica, o recalcamento, mecanismo de
defesa básico da histeria.
Histeria e Psicanálise EVA LINS

Freud foi quem primeiro incentivou a escuta dos sintomas


como tratamento terapêutico.
Naquela época, podia-se dizer que a psicanálise era a
única psicoterapia: a ênfase é colocada no radical psico e
não puramente físico.
EVA LINS

Estudos sobre a CASOS CLÍNICOS

Histeria (1895) Anna O. Breuer

Emmy von N.
Até que ponto e de que maneira os
procedimentos técnicos descritos nos Estudos e as
descobertas clínicas prepararam terreno para a Miss Lucy Freud
prática da psicanálise?
Um dos principais atrativos é que ele nos permite
rastrear os primeiros passos do desenvolvimento da Katharina
técnica psicanalítica.
O que ele nos relata é a história da descoberta do
inconsciente. Srta. Elisabeth von R.
A descoberta
da Psicanálise
EVA LINS

É através da escuta das histéricas que Freud vai construindo sua teoria. Não
por um caminho prét-a-porter, pronto, acabado, mas pelo que o paciente
aponta como tratamento.

Anna O. : rejeita as sugestões e tentativas de interpretação de Freud e ao


barrar o analista dizendo "Me deixe falar até limpar minha chaminé. Farei a
cura pela palavra", dá origem à técnica do "talking cure"
talking cure EVA LINS

“Me deixe falar até limpar minha chaminé.


HIPNOSE Farei a cura pela palavra"

"Foi o abandono do hipnotismo que ampliou


ainda mais sua compreensão dos processos
mentais. Esse abandono revelou a presença de
CURA PELA mais um obstáculo - a 'resistencia' dos pacientes
FALA ao tratamento, sua relutancia em cooperarem
na sua própria cura"
(Freud, 1895, p. 21)
EVA LINS

PALAVRAS "MÁGICAS"?
"Começamos a compreender a mágica das palavras.
As palavras são o mais importante meio pelo qual um
homem busca influenciar outro;
as palavras são um bom método de produzir mudanças
mentais na pessoa a quem são dirigidas (...)".

(Jorge, 2017, p. 20)


EVA LINS

"Nada mais existe de enigmático,


portanto, na afirmativa de que a
mágica das palavras pode
eliminar os sintomas de doenças,
e especialmente daquelas que se
fundam em estados mentais."

(Jorge, 2017, p. 20)


EVA LINS

como funciona
O APARELHO PSÍQUICO ?
Como Freud percebeu a mente humana?
Através da sua noção de aparelho psíquico.
Aparelho Psíquico EVA LINS

Freud desenvolveu uma concepção da existência de um


“aparelho psíquico”, o qual ele concebeu por três perspectivas:

o ponto de vista da “economia” das energias psíquicas,


modelo “topográfico” e
modelo “estrutural”
EVA LINS
ponto de vista
econômico EVA LINS

A “pulsão” – representante psíquico das excitações provenientes do interior do


corpo e que chegam ao psiquismo – é postulada por Freud como um
elemento quantitativo da economia psíquica, ou seja, relacionada a noção de
energia psíquica.

(psíquico)
modelo
topográfico EVA LINS

Freud empregou a palavra “aparelho” para caracterizar uma organização


psíquica dividida em sistemas, ou instâncias psíquicas, com funções
específicas para cada uma delas, que estão interligadas entre si, ocupando
um certo lugar na mente.

Em grego, “topos” quer dizer “lugar”, daí que o modelo tópico designa um
modelo de lugares, sendo que Freud descreveu a dois deles: a 1ª tópica é
conhecida como Topográfica e a 2ª, como Estrutural.
modelo
topográfico EVA LINS
modelo
estrutural EVA LINS

Após Além do princípio do prazer, em 1920, Freud estabeleceu de forma


definitiva a sua concepção do aparelho psíquico conhecido por modelo
estrutural (ou dinâmico).

A palavra “estrutura” significa um conjunto de elementos que separadamente


tem funções específicas, mas interagem permanentemente e influenciam-se
reciprocamente. Diferentemente da 1ª Tópica, que sugere uma passividade, a
2ª Tópica é eminentemente ativa, dinâmica.

Consiste em uma divisão da mente em três instâncias:


o id, o ego e o superego
modelo
estrutural EVA LINS

Id: instância não controlável,


impulso mais natural e primitivo;
Ego: instância da consciência, do
controle, do sujeito social;
Superego: instância da lei, da
proibição, é o superego quem
culpa, que julga.
modelo
estrutural EVA LINS
EVA LINS

onde acho
O MEU INCONSCIENTE?
Pensando no aparelho psíquico visto a partir de seu modelo topográfico, falaremos
sobre o conceito fundamental do inconsciente.
modelo
topográfico EVA LINS

Consciente (cs):

O sistema consciente tem a função de receber informações provenientes das


excitações provenientes do exterior e do interior, que ficam registradas de
acordo com o prazer e/ou, desprazer que elas causam, porém ele não retém
esses registros e representações como depósito ou arquivo deles.
modelo
topográfico EVA LINS

Consciente (cs):

A maior parte das funções perceptivo-cognitivas-motoras do ego – como as


de percepção, pensamento, juízo crítico, evocação, antecipação, atividade
motora, etc., processam-se no sistema consciente, embora esse funcione
intimamente conjugado com o sistema Inconsciente, com o qual quase
sempre está em oposição.
modelo
topográfico EVA LINS

Pré- Consciente (pcs):

Esse sistema foi concebido como estando articulado com o consciente, onde
ele aparece esboçado com o nome de “barreira de contato”, funciona como
uma espécie de peneira que seleciona aquilo que pode, ou não, passar para o
Consciente.

Também funciona como um pequeno arquivo dos registros, não está na cs


completamente, nem no ics, ele "passeia" entre os dois.
modelo
topográfico EVA LINS

Inconsciente (ics):

Contém as “representações-coisa”, as quais consistem em uma sucessão de


inscrições de primitivas experiências e sensações provindas de todos os
órgãos dos sentidos, como o da visão, audição, tato, etc., e que ficaram
impressas na mente da criança numa época em que ainda não haviam
palavras para nomeá-las.
onde acho o inconsciente? EVA LINS

Para você, faz sentido a metáfora do iceberg?


onde acho o inconsciente? EVA LINS

O inconsciente:
NÃO É margem da consciência;
NÃO É inacessível;
NÃO É um lugar caótico, sem leis, mas tem
uma lei e um funionamento próprio.
onde acho o inconsciente? EVA LINS

O inconsciente não é aquilo que se encontra “abaixo”


da consciência, ele está presente na linguagem.

A ideia do iceberg é falaciosa justamente porque o


inconsciente não está nas profundezas, nem é
desconhecido, ele está no cotidiano e diariamente
temos contato com ele.
o que é o
Inconsciente ? EVA LINS

O conceito de inconsciente é anterior a Freud, mas antes, ele


era definido como algo indefinido, do qual não se sabe e nem
se pode conhecer.

É através de Freud que o inconsciente toma forma e conceito,


é ele quem define sua formação e funcionamento.
Inconsciente EVA LINS

É comum ouvir a noção de inconsciente como caótico, misterioso, inefável e ilógico:


“o inconsciente de Freud não é de modo algum o inconsciente romântico da criação
imaginante. Não é o lugar das divindades da noite”.

Freud declara que não há nada de arbitrário, aleatório, ou sem


sentido nos acontecimentos psíquicos, mas todos eles são determinados
pela lei inconsciente.
Inconsciente EVA LINS

O inconsciente possui uma ordem, uma sintaxe; ele é estruturado e estruturado


como uma linguagem.

“Dizer que uma representação é inconsciente ou que está no inconsciente não


significa outra coisa senão que ela está submetida a uma sintaxe diferente
daquela que caracteriza a consciência. O inconsciente é uma forma e não
um lugar ou uma coisa. Melhor dizendo: ele é uma lei de articulação e
não a coisa ou o lugar onde essa articulação se dá” (Garcia-Roza).
EVA LINS

Estrutura e Funcionamento
do Psiquismo
O inconsciente é simbólico

Aula 21.03.23
EVA LINS

Tudo é
SIMBÓLICO!
O caminho para perceber o inconsciente no dia-a-dia
A EVA LINS

INTERPRETAÇÃO
É SEMPRE
DA ORDEM DO
SINGULAR

Quando falamos de inconsciente, falamos de


representações de palavras, no um-a-um
EVA LINS

agora me diz,

O que você vê?


EVA LINS
EVA LINS
EVA LINS
EVA LINS
EVA LINS
EVA LINS
O que
significa?
EVA LINS

Vamos tentar
decifrar?
EVA LINS

vamos
REVISAR?
Nessa etapa da disciplina, vamos trabalhar os conceitos freudianos fundamentais
para entender o funcionamento psíquico inconsciente.
Revisão: Assinale V ou F nas assertivas abaixo: EVA LINS

I) O sistema pcs foi concebido como estando articulado com o consciente, onde ele aparece esboçado
com o nome de “barreira de contato”, funciona como uma espécie de peneira que seleciona aquilo que
pode, ou não, passar para o Consciente.

II) O consciente funciona como um pequeno arquivo dos registros, de modo que a ele cabe sediar a
fundamental função de conter as “representações-palavra” (conforme Freud, 1915), que consiste num
conjunto de inscrições mnêmicas de palavras ouvidas e de como foram significadas pela criança.

III) O sistema consciente tem a função de receber informações das excitações provenientes do exterior e
do interior, que ficam registradas de acordo com o prazer e/ou, desprazer que elas causam, porém ele
não retém esses registros e representações como depósito ou arquivo deles.
Revisão: Assinale V ou F nas assertivas abaixo: EVA LINS

IV) O pré-consciente contém as “representações-coisa”, as quais consistem em uma sucessão de


inscrições de primitivas experiências e sensações provindas de todos os órgãos dos sentidos, como o da
visão, audição, tato, etc., e que ficaram impressas na mente da criança numa época em que ainda não
haviam palavras para nomeá-las.

V) O inconsciente designa a parte mais arcaica do aparelho psíquico, onde, por meio de uma herança
genética, existem as repressões primárias (que não chegam a cs) e as repressões secundárias (emergem
disfarçadamente nas formações ics).
EVA LINS

atividade em
GRUPOS
Vamos hoje ordenar as ideias do que foi visto até agora
Revisão: Elaborem, em grupo, a resposta da questão abaixo: EVA LINS

1) Freud criou a concepção da existência de um “aparelho psíquico”, que ele concebeu tanto do ponto de
vista da “economia” das energias psíquicas, como também por meio de “modelos”, como o “topográfico”
e o “estrutural”. Considerando o texto referência para esse estudo e as explicações dadas em sala de aula,
discorra sobre o aparelho psíquico.
Revisão: Assinale V ou F nas assertivas abaixo:
EVA LINS

2) O aparelho psíquico caracteriza uma organização psíquica dividida em sistemas, ou instâncias


psíquicas, com funções específicas para cada uma delas, interligadas entre si, ocupando um certo lugar
na mente. Sobre o aparelho psíquico, assinale V ou F, para as alternativas a seguir:

1. Freud definiu o aparelho psíquico do ponto de vista estrutural composto pela interação dos três
sistemas: Id, Ego e o Superego, tendo em vista que a palavra “estrutura” significa um conjunto de
elementos que separadamente tem funções específicas, que interagem permanentemente e
influenciam-se reciprocamente.
2. No modelo topográfico, a pulsão é o representante psíquico das excitações provenientes do interior do
corpo e que chegam ao psiquismo, como um elemento quantitativo da economia psíquica.
Revisão: Assinale V ou F nas assertivas abaixo:
EVA LINS

2) O aparelho psíquico caracteriza uma organização psíquica dividida em sistemas, ou instâncias


psíquicas, com funções específicas para cada uma delas, interligadas entre si, ocupando um certo lugar
na mente. Sobre o aparelho psíquico, assinale V ou F, para as alternativas a seguir:

1. Freud estabeleceu sua concepção do aparelho psíquico do modelo estrutural (ou dinâmico), que
consiste em uma divisão da mente em três instâncias: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.
Diferentemente da 1ª Tópica, que sugere uma passividade, a 2ª Tópica é eminentemente ativa,
dinâmica.
2. No modelo topográfico, o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente (Ics), o pré-
consciente (Pcs) e o consciente (Cs).
3. No modelo do aparelho psíquico do ponto de vista econômico, ele seria composto por três sistemas: o
inconsciente (Ics), o pré-consciente (Pcs) e o consciente (Cs).
EVA LINS

Estrutura e Funcionamento
do Psiquismo
O recalque e as formações inconscientes

Aula 28.03.23
EVA LINS

somos todos
RECALCADOS
Sobre o recalque e as formações inconscientes.
EVA LINS

O recalque é um mecanismo de defesa.


EVA LINS
conceito EVA LINS

do recalque
O recalcamento é considerado o mecanismo de defesa mais antigo e
importante retratado por Freud.

Este conceito remete à noção de inconsciente como um processo, através


do qual se expulsa da consciência o representante ideativo de uma pulsão,
ou seja, é uma ação para manter fora da consciência as representações
inaceitáveis.
EVA LINS

O recalque é um processo inconsciente,


portanto, não é algo que se controla pela
consciência.
EVA LINS

ja .
v e
i n
o d e
ônim
sin
é

o

reclaque
EVA LINS
condição EVA LINS

do recalque
O recalque busca a evitação do desprazer;
A condição para recalque é que o motivo do desprazer seja maior que o
prazer da satisfação.

“O recalque não é um mecanismo de defesa existente desde o início, não


pode surgir antes que se haja uma separação entre atividade psíquica
consciente e inconsciente, e que a sua essência consiste apenas em rejeitar e
manter algo afastado da consciência”.
condição EVA LINS

do recalque
O recalque busca a evitação do desprazer;
A condição para recalque é que o motivo do desprazer seja maior que o
prazer da satisfação.

“O recalque não é um mecanismo de defesa existente desde o início, não


pode surgir antes que se haja uma separação entre atividade psíquica
consciente e inconsciente, e que a sua essência consiste apenas em rejeitar e
manter algo afastado da consciência”.
UMA QUESTÃO NA TRADUÇÃO:
EVA LINS

é Recalque ou Repressão?
O recalque é um mecanismo inconsciente que atua ao nível da
primeira censura.
É um processo que ocorre na fronteira entre os sistemas Ics e Pcs, e
opera sobre as ideias que aí se encontram.
UMA QUESTÃO NA TRADUÇÃO:
EVA LINS

é Recalque ou Repressão?
A repressão é um mecanismo consciente que atua ao nível da
segunda censura.
Podemos situar a repressão entre o consciente e o pré-consciente.
Trata-se da exclusão de algum material do campo da consciência.
As motivações morais desempenham um papel predominante na
repressão.
momentos EVA LINS

do recalque
Existem dois momentos do recalcamento: o originário e o propriamente
dito;
O recalcamento originário é o afastamento de uma significação, não aceita
pelo consciente;
Posteriormente, intervém o recalcamento propriamente dito, o
recalcamento das pulsões oral, anal, escópica e invocante, ou seja, de
todas as pulsões ligadas aos orifícios reais do corpo.
o recalque
originário EVA LINS

O recalcamento originário é o afastamento de uma significação que não é


aceita pelo consciente.

Nessa primeira fase, a da fixação ou inscrição, ocorre o recalcamento


originário. Desta fase, origina-se o inconsciente.
Ela procede e dá condições necessárias para todo recalcamento e é o
mecanismo segundo o qual a pulsão é inibida em seu desenvolvimento,
permanecendo fixada num estágio infantil, mantendo-se inconsciente.
o recalque
secundário
A segunda fase, a do recalcamento secundário ou recalcamento
EVA LINS

propriamente dito, é um processo ativo, diferente do recalcamento primário,


que é de natureza mais passiva.

Esta fase é o efeito do conflito entre o sistema inconsciente e o sistema pré-


consciente-consciente, sendo exercido a partir deste último, ele afeta os
derivados mentais do representante recalcado, ou sucessões de pensamentos
que, originando-se em outra parte, tenham entrado em ligação associativa
com ele.
o recalque
secundário EVA LINS

Um processo essencialmente ativo, por oposição ao recalcamento primário,


que é de natureza mais passiva;

Uma pressão posterior


Aquilo sobre o qual o recalcamento incide é o representante psíquico da
pulsão e não sobre a pulsão ela mesma
O recalcamento incide apenas sobre o representante ideativo e não sobre
o afeto
o retorno
do recalcado
A terceira fase, o retorno do recalcado, implica no retorno do conteúdo
EVA LINS

recalcado de maneira distorcida.

O retorno do recalcado pode consistir ou em uma simples “escapada” do


processo de recalcamento, válvula de escape funcional e útil (sonho,
fantasias), ou em uma forma às vezes já menos anódina (lapsos, atos falhos),
ou, ainda, em manifestações francamente patológicas de fracasso real do
recalcamento (sintomas).
o retorno
do recalcado EVA LINS

O recalque produz uma formação substitutiva


Formações inconscientes

“A pulsão é inteiramente suprimida, de modo que dele nada se encontra, ou


aparece como um afeto, qualitativamente nuançado de alguma forma, ou é
transformado em angústia”
sobre o trauma EVA LINS
sobre o trauma: caso Emma EVA LINS

No caso Emma, Freud prosseguiu em suas investigações, chegando à ideia


oculta: aos oito anos de idade, ao entrar em uma confeitaria, fora
molestada pelo proprietário. Esta foi a ideia que sofreu o processo de
recalcamento primário.
O riso dos vendedores estabeleceu um vínculo associativo com a
lembrança do riso do proprietário da confeitaria durante o atentado. Além
disso, o proprietário agarrou-lhe por cima das roupas. As roupas e o riso
fornecem os elementos para o símbolo que toma o lugar da representação
ausente.
sobre o trauma: caso Emma EVA LINS

Especificando a natureza do trauma, Freud diz que as representações


penosas para o ego, que são, por isso, recalcadas, sempre têm cunho
sexual;
O trauma, portanto, é de natureza sexual;
É a sexualidade presente nestas lembranças que gera angústia e, em
função disso, precisam ser afastadas da consciência;
sobre o trauma: caso Emma EVA LINS

As vivências traumáticas aconteceram antes da puberdade, quando não era


possível caracterizá-las como de origem sexual.

Quando, na puberdade, determinada vivência aciona a recordação do fato


vivido no passado, a recordação desperta uma liberação sexual que, naquela
época, não podia ser liberada e que, no tempo presente, é convertida em
angústia.

É somente na puberdade que a lembrança adquire, com atraso, o significado


traumático.
sobre o trauma: caso Emma EVA LINS

A causa que aciona o distúrbio histérico se mantém, por um tempo,


adormecida, para só mais tarde ganhar um caráter traumático.

O fato de Emma se sentir atraída por um dos vendedores aos doze anos é o
que permite a ligação associativa com o atentado anterior. Deste modo, a
lembrança desperta um afeto que não pôde ser suscitado no passado.

A puberdade tornou possível uma interpretação diferente do acontecimento.


É A REPRESENTAÇÃO QUE GERA O TRAUMA
EVA LINS

“Um determinado fato não é traumático no momento


que ocorre, mas apenas depois de transformado em
lembrança e associado a outro que lhe confere o sentido
traumático”
Sigmund Freud
EVA LINS

A histérica
sofre de
reminiscências.
(do que resta, sobra)
A origem da histeria se situa nas implicações do
recalque desta vivência real quando ela adquire um
significado traumático.
A maneira como o sujeito se defende desta lembrança
é recalcando-a, ou seja, convertendo a angústia em
sintoma somático.
Quanto maior o EVA LINS

recalque, mais
forte o sintoma
Quanto maior o recalcamento, maior a compulsão para criar ideias excessivamente intensas, e, com
isso, maior a dificuldade de associação destas representações com a causa original.

O recalcamento, neste caso, rompe o vínculo, fazendo com que a causa original perca sua
capacidade referencial e denotativa
sobre o trauma: caso Emma EVA LINS
EVA LINS

As formações
INCONSCIENTES
Sobre as formações inconscientes e a Psicopatologia da vida cotidiana
A PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA EVA LINS

"SOLUÇÃO DE COMPROMISSO".

As formações do inconsciente são reflexo de um


conflito entre os sistemas ics/cs.
A PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA EVA LINS

Ao colocar os atos falhos na mesma categoria das manifestações das psiconeuroses, damos um
sentido e uma base a duas afirmativas que se ouve repetir com frequência, que entre o estado
nervoso normal e o funcionamento nervoso anormal, não existe um limite claro e marcado.

Todos os fenômenos em questão, sem nenhuma exceção, permitem que se chegue aos materiais
psíquicos reprimidos incompletamente e que, embora recalcados pela consciência, não perderam
toda a possibilidade de se manifestar e se exprimir".
Sigmund Freud
A PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA EVA LINS
por suas formações, temos acesso ao inconsciente

ESQUECIMENTOS DE
PALAVRAS E NOMES;
LAPSOS DA PALAVRA OU
ESCRITA;
ERROS DE LEITURA E ESCRITA;
EQUÍVOCOS,
ATOS FALHOS...

... Podem ser considerados como manifestações do inconsciente, nas seguintes três condições:
1. não devem ultrapassar um certo limite fixado por nosso juízo, isto é, aquilo que chamamos de "os
limites do ato normal";
2. devem ter o caráter de um distúrbio momentâneo;
3. não podem ser caracterizados assim a não ser que os motivos nos escapem e que fiquemos
reduzidos a invocar o "acaso" ou a "falta de atenção".
Sigmund Freud
conflito EVA LINS

FORMAÇÃO/ SOLUÇÃO DE COMPROMISSO:

Meio pelo qual o recalcado irrompe na consciência, à qual só pode retomar se


não for reconhecido, retorna então disfarçado em sonho, sintoma, ...

Através da formação de compromisso, a defesa permanece compatível com a


satisfação, resultando em um modo desviado do desejo inconsciente.
EVA LINS

Como ocorre?
CONDENSAÇÃO

Através dos mecanismos ics:


DESLOCAMENTO
O que é a condensação? EVA LINS

Mecanismo pelo qual uma representação inconsciente concentra os


elementos de uma série de outras representações.

É observada em todas as formações do inconsciente.

Lacan percebe a condensação comparando-a com a figura de linguagem


da metáfora.
O que é o deslocamento? EVA LINS

FORMAÇÃO/ SOLUÇÃO DE COMPROMISSO:

Uma quantidade de afetos se desprende da representação inconsciente, a


qual está ligada, indo ligar-se a uma outra. Esta última representação
recebe, então, uma intensidade de interesse psíquico desproporcional, em
relação àquela, que normalmente deveria comportar, enquanto que a
primeira, desinvestida, fica como que recalcada.

Lacan comparou o deslocamento com a metonímia.


EVA LINS

SONHOS

FORMAÇÕES ATOS FALHOS, LAPSOS

INCONCIENTES
CHISTES

SINTOMAS
EVA LINS

Falha cometida ao se falar ou escrever,


que consiste em substituir por uma
outra a palavra que se queria dizer.

Lapso
(slip) A psicanálise considera o lapso como
um tipo de ato falho, que consiste na
interferência do inconsciente na
expressão falada ou escrita.
EVA LINS

Lapso:
EVA LINS

Jogo espirituoso que utiliza os próprios


recursos da linguagem, para explicar a
satisfação particular que ele provoca.

Chiste
(joke) O mero e simples jogo de palavras, por
exemplo, em suas sonoridades. No
chiste o sujeito pode tomar a
palavra, e fazer rir.
EVA LINS

Chistes:
EVA LINS

Ato pelo qual um sujeito substitui, sem


querer, uma intenção a que visa
deliberadamente, por uma ação ou
conduta totalmente imprevistas.

Ato falho O ato falho é um autêntico ato


psíquico; que o sujeito executa sem o
saber.Para Lacan, o ato falho é, na
verdade, um ato bem sucedido.
EVA LINS

O objetivo principal ao estudar sobre os


fenomenos ics não é perceber o ato
Ato falho falho, em si, como objeto direto de
estudo, mas da intencionalidade do
falante diante do fenômeno.
EVA LINS

Ato falho:
EVA LINS

Ato falho:
EVA LINS

O objetivo principal ao estudar sobre os


fenomenos ics não é perceber o ato
Sonhos falho, em si, como objeto direto de
estudo, mas da intencionalidade do
falante diante do fenômeno.
A interpretação dos sonhos EVA LINS

A INTERPRETAÇÃO É DADA EM UMA "LÍNGUA PRIVADA"

O trabalho da interpretação do sonho é feito pelo próprio sonhador, que


observa no discurso os momentos de angústia, que conhece desde a infância.

Esse trabalho recomeça de uma maneira inversa o trabalho do sonho, só


podendo ser concluído "em uma língua privada", própria do sonho desse
sonhador.
EVA LINS

Bibliografia Básica:
Garcia-Roza, Luis. Freud e o Incosciente. 24.ed. – Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.

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