Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala.

Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande


Página 2

ÍNDICE
Introdução ........................................................................................................................................ 3
PARTE I: ELABORAÇÃO, CORREÇÃO E ENTREGA DE UM TESTE ................................... 4
1.1. Conceito, objectivos e intervenientes da Avaliação ................................................................. 4
1.2. Modalidades da Avaliação ........................................................................................................ 5
1.3. Tipos de Avaliação ................................................................................................................... 5
1.4. Técnicas e Instrumentos de Avaliação ...................................................................................... 5
1.4.1. Definição de Teste ................................................................................................................. 6
1.4.2. Elaboração de Teste ............................................................................................................... 6
Exemplo do Plano de um teste ......................................................................................................... 8
1.4.3. Correcção e entrega do Teste ou entrega e correcção do teste? ........................................... 10
EXERCÍCIO .................................................................................................................................. 11
PARTE II: PLANIFICAÇÃO DUMA AULA .............................................................................. 12
2.1. Principais conceitos: Planificação, Plano, Aula e Plano de Aula ........................................... 12
2.2. Principais elementos do plano de aulas .................................................................................. 13
Esquema dum plano de aula Modelo ............................................................................................. 15
EXERCÍCIO .................................................................................................................................. 15
Conclusão....................................................................................................................................... 16
Bibliografia .................................................................................................................................... 17
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 3

Introdução
O Processo de Ensino e Aprendizagem é regido por princípios e normas que garantem melhor a
sua operacionalização. E porque os campos de aprendizagem são diversificados, existem as
linhas de orientação que são comuns, estas encontramos na Didáctica Geral e as particulares,
pautadas nas didácticas específicas.

A presente reflexão foca dois aspectos fundamentais do PEA que são avaliação e planificação,
por isso está subordinada pelos seguintes temas: Elaboração, correcção, entrega de um teste e
planificação duma aula.

O objectivo fundamental desta reflexão é de capacitar os professores em matéria da elaboração,


correção, entrega de um teste e de elaboração dum plano de aula.

A pertinência desta reflexão reside na possibilidade de sanar as lacunas sobre a elaboração de um


teste e da elaboração de um plano de uma aula; criando uma mente rica em princípios didácticos
capazes de enfrentar os desafios da carreira docente.

Os conteúdos desenvolvidos são fruto de leitura e síntese de diferentes fontes didácticas que
abordam sobre a matéria, contextualizando à realidade actual do PEA na Escola Secundária de
Nacala Porto.

A estrutura da abordagem comporta duas partes enraizadas no tema. A primeira parte destaca a
elaboração, correcção e entrega de um teste e, a segunda parte contempla a planificação de uma
aula.

Depois de todo o desenvolvimento, apresenta-se a conclusão que oferece a linhas essenciais


desenvolvidas e a bibliografia que transparece os manuais usados para o desenvolvimento do
conteúdo.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 4

PARTE I: ELABORAÇÃO, CORREÇÃO E ENTREGA DE UM TESTE


O teste é um dos instrumento da avaliação. Antes de desenvolver, é necessário clarificar alguns
aspectos relacionados à avaliação no PEA1.

1.1. Conceito, objectivos e intervenientes da Avaliação


Segundo LIBÂNEO (1994, p.195) “avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do
trabalho escolar tanto do professor como dos alunos”. Pode se definir avaliação como um
componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados
obtidos, determinar a correspondência destes com os objectivos propostos para orientar a tomada
de decisão em relação às actividades didácticas.

O Regulamento de Avaliação do Ensino Secundário, na secção I, artigo 5:


a avaliação é uma componente curricular presente em todo processo de ensino e aprendizagem,
a partir da qual se obtêm dados informações, permitindo relacionar o que foi proposto e o que
foi alcançado, analisar criticamente os resultados, formular juízos de valor e tomar decisões,
visando promover o desenvolvimento de competências, melhorar a qualidade de ensino e do
sistema educativo. (INDE2, 2022).

Percebe-se que avaliação é um instrumento do processo de ensino, através do qual se pode


comprovar como estão a ser cumpridos os objectivos e as finalidades de educação.

Dentro outros, a avaliação pressupõe os seguintes objectivos (artigo 6, do RAES3):


• Aferir o grau de desenvolvimento de competências do aluno;
• Comprovar a eficiência e a eficácia dos programas, métodos e técnicas de ensino;
• Fornecer, periodicamente, aos alunos e aos pais e/ou encarregados de educação,
informação quantitativa e qualitativa do desempenho do aluno;
• Certificar as competências desenvolvidas pelo aluno, no final de cada ciclo do ensino.

Os principais intervenientes da avaliação são: alunos, professores, direcção da Escola, técnicos da


educação a vários níveis e pais e/ou encarregados de educação.

1
Processo de Ensino e Aprendizagem.
2
Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação.
3
Regulamento de Avaliação do Ensino Secundário.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 5

1.2. Modalidades da Avaliação


Destacam-se como modalidades da avaliação (artigo 8 à 12 do RAES):
a) Avaliação Diagnóstica – realiza-se no início do processo educativo com objectivo de
colher informações sobre o nível inicial de aprendizagem do aluno.
b) Avaliação Formativa – assume um caraácter contínuo e sistemático no processo de ensino
e aprendizagem (é a principal moalidade de avaliação).
c) Avaliação sumativa – ocorre no fim de uma ou mais unidades temáticas, trimestre, ano
lectivo ou ciclo de aprendizagem.

1.3. Tipos de Avaliação


O artigo 26 do RAES refere que os tipos de avaliação a aplicar ao longo do processo de ensino e
aprendizagem são:
a) Avaliação Contínua e Sistemática (ACS) – é uma actividade constante e sistemática com
carácter formativo.
b) Avaliação Trimestral (AT) – realiza-se no final do trimestre lectivo podendo ser escrita
e/ou através de trabalhos práticos de acordo com a natureza da disciplina, para identificar
o nível de aprendizagem dos alunos.
c) Exame - é uma avaliação externa que tem como objectivo comprovar as competências
desenvolvidas pelo aluno, ao longo do processo de ensino e aprendizagem.

1.4. Técnicas e Instrumentos de Avaliação


O artigo 18 do Regulamento de Avaliação do Ensino Secundário destaca os seguintes
instrumentos de avaliação: trabalho de casa; teste; questionários; relatório de pesquisa e de visita
de estudo; caderno do aluno; ficha de exercícios e Portofólio.

Segundo PILETTI (2006, p.197), existem várias técnicas e vários instrumentos de avaliação para
tal, por exemplo avaliação diagnostica pode se utilizar o pré-teste diagnóstico, a ficha de
observação ou qualquer outro instrumento elaborado pelo professor. Para a avaliação formativa
temos as observações, os exercícios, os questionários, as pesquisas. E finalmente, para a
avaliação sumativa, os dois tipos de instrumentos mais utilizados são as provas objectivas e as
provas subjectivas.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 6

1.4.1. Definição de Teste


O artigo 20 do RAES define o Teste como sendo um instrumento de avaliação em que o aluno
responde a um conjunto de questões ou tarefas que lhe são apresentadas.

A partir do teste: faz-se o balanço do desempenho do aluno, para verificar se ele desenvolveu as
competências prescritas; desenvolvem-se actividades de superação a partir do aproveitamento
alcançado pelo aluno e avalia-se o aluno com seu aproveitamento na base da escala de
classificação.

O teste pode ser escrito, oral/gestual ou prático. O teste deve ser corrigido, analisado e entregue
ao aluno até 7 dias após a sua realização.

Os testes escritos subdividem-se em testes de falso ou verdadeiro, de múltipla escolha, de


correspondência, de lacunas, de sinónimo e antónimo, ordenação, de julgamento, de afirmação,
analogia, de problemas, de exercício, de interpretação e de correspondência.

Nas disciplinas da área de actividades práticas e tecnológicas não há obrigatoriedade de


realização de teste escrito. Nas disciplinas de línguas é obrigatória a avaliação da
oralidade/gestualidade, de forma contínua, ao longo do processo de ensino e aprendizagem.

Os resultados do teste oral/gestual devem ser registados nos instrumentos de registo de notas.
Para o aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE), o teste obedece critérios
específicos.

1.4.2. Elaboração de Teste


A elaboração do teste é da responsabilidade do professor. PILETTI (2006), esclarece que as
provas podem ser objectivas, que têm a vantagem da precisão e clareza, elas são mais limitantes
do que as provas subjectivas. As provas subjectivas oferecem mais chance ao aluno para colocar
sua opinião, formar conceitos e generalizações. Contudo ao escolher uma técnica ou instrumento
de avaliação deve-se ter presente o tipo de habilidade que se deseja verificar no aluno.

Ao elaborar o teste, o professor precisa considerar os seguintes aspectos:


• Os objectivos usados para o ensino aprendizagem (aplicação de conhecimentos,
habilidades, atitudes);
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 7

• A natureza do comportamento curricular ou área de estudo;


• Os métodos e procedimentos usados no ensino e as situações de aprendizagem;
• As condições de tempo do professor;
• O número de alunos da classe.

Para HAIT (2003, p.296), quando mais dados o professor poder colher no teste, utilizando os
instrumentos variados e adequado aos objectivos propostos, tanto mais informações terá a seu
dispor para replanejar o seu trabalho e orientar a aprendizagem dos alunos.

Por isso, ao elaborar o teste deve considerar os níveis ou categorias de habilidades cognitivas. De
acordo com a classificação de BLOOM4 apud PILETTI (2003, p.197), constituim os principais
níveis ou categorias de habilidades cognitivas:

a) Conhecimento – implica a recordação de dados, factos, números, palavras, datas, teorias e


métodos e processos específicos. É o nível mais baixo que suporta os outros. E as
capacidades a adquirir são: enumerar, definir, descrever, distinguir, identificar, rotular,
classificar, listar, memorizar, ordenar, reconhecer, reproduzir, mostrar, recitar, examinar,
etc.

b) Compreensão – está relacionada com os processos mentais de organizar e reorganizar a


informação para um determinado objectivo, e inclui tradução, interpretação e
extrapolação. As capacidades a adquirir são: comparar, explicar, generalizar, resumir,
identificar, inferir, interpretar, prever, reconhecer, situar, seleccionar, traduzir, etc.

c) Aplicação – implica o uso do conhecimento e da compreensão em novas situações


concretas (específicas). As capacidades a adquirir são: aplicar, calcular, construir,
demonstrar, empregar, esboçar, escolher, escrever, interpretar, operar, praticar, preparar,
resolver, usar, etc.

d) Análise – capacidade de dividir a informação complexa nas suas partes, analisar a relação
entre as partes e o modo como formam um todo. As capacidades a adquirir são: analisar,

4
A Taxonomia de Bloom é uma hierarquia. Cada categoria é baseada no que está abaixo. Por exemplo, a aplicação
depende na compreensão que, por sua vez, depende no conhecimento. Ou mais simplesmente: só se pode aplicar uma
coisa quando se a compreende; e só se pode compreender uma coisa quando se tem conhecimento dela.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 8

comparar, discriminar, distinguir, experimentar, relacionar, testar, esquematizar,


questionar, ordenar, etc.

e) Síntese – trata-se da habilidade para combinar as partes de modo a formar um todo. Na


síntese cada aluno deve exprimir suas próprias ideias, experiências ou pontos de vista.
Não há apenas uma resposta correcta. Qualquer resposta que englobe a expressão própria
e criativa do aluno vai ao encontro do objectivo de síntese. Capacidades a adquirir:
compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, formular, modificar, montar, organizar,
planejar, projectar, etc.

f) Avaliação – implica dar opiniões e tomar decisões (julgar o valor do conhecimento). Não
pode haver uma única “resposta correcta”. As capacidades a adquirir são: avaliar, criticar,
aferir, justificar, julgar, comparar, defender, detectar, escolher, estimar, explicar,
seleccionar, etc.

Exemplo do Plano de um teste

Escola __________________________________________________
Disciplina: _______________________________________________
Classe:___________________________________________________
Turmas: _________________________________________________
Tipo de Avaliação _________________________________________
Professor:________________________________________________

Ordem Pergunta Objectivo Resposta Cotação Nível


Qual dessas ciências
é auxiliar da Identificar os gases
História? variáveis com maior C
01 A Biologia percentagem na 3.0 Conhecimento
B Física atmosfera.
C Geografia
D Química
Por que razão os Explicar a razão da
moçambicanos luta dos Conquista da Compreensão
lutaram contra o moçambicanos independência
regime português? contra o regime 4.0
02 português.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 9

Complete a seguinte
frase usando uma
03 palavra para cada Empregar
espaço: correctamente as Sozinho e
acompanhado, palavras que acompanhado. 3.0 Aplicação
ninguém, não completam o sentido
acompanhado, frase.
sozinho.
Mais vale ______
do que mal
___________.

04 Assinala com V
(verdadeiro) ou F Distinguir a
(falso) a sequência sequência lógica da A–F Análise
lógica da formação formação duma B–V
de uma frase: frase. C-F 3.0
A Verbo, objecto e
sujeito.
B Sujeito, verbo e
objecto.
C Objecto, verbo e
sujeito.
05 Dentre várias
definições da Sintetizar a Amor a
Filosofia, é comum definição da sabedoria 4.0 Síntese
que a palavra Filosofia.
Filosofia,
etimologicamente
significa...
06 “Todos indivíduos
são iguais perante a Avaliar a
lei.” classificação Nome e 3.0
Classifique morfológica das preposição Avaliação
morfologicamente as palavras.
palavras sublinhadas?

Fonte: Adaptado pelos autores

Na hora de elaborar o teste é preciso utilizar o conteúdo ministrado em sala de aula e sua forma
de apresentação. O ideal é evitar surpresas, porque elas tendem a levar o aluno ao erro.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 10

Ao escrever perguntas para testes use verbos como definir, descrever, nomear, seleccionar,
mostrar, fornecer uma definição ou escolher a resposta correcta, porque são concretos e o aluno
entende claramente o que se espera deles nestas perguntas.

1.4.3. Correcção e entrega do Teste ou entrega e correcção do teste?


A correção de um teste ou prova é um sistema capaz de analisar as questões acertadas e erradas
pelo aluno e dar um peso diferente para cada uma delas.

A adequada correcção de provas, assim como a revisão dos resultados obtidos, pode ajudar a
identificar conceitos e métodos com os quais os alunos estão tendo dificuldade; ou pode ainda
destacar questões bem ou mal construídas.

Em casos de perguntas abertas ou sugestivas, o professor, no acto de correcção deve clarificar o


peso da resposta do aluno em relação ao peso geral da resposta correcta. O artigo 30 do RAES,
apresenta a escala e critérios de classificação. A escala de classificação divide-se em cinco níveis
que se expressam qualitativa e quantitativamente.

Escala de classificação Critérios de classificação

Nível Qualitativa Quantitativa O aluno

1º Excelente (E) 19 a 20 • Revela capacidades acima da média;


valore • Cumpre com distinção as exigências do Programa
de Ensino;
• Aplica consciente e criativamente os
conhecimentos adquiridos.
2º Muito Bom (MB) 17 a 18 • Cumpre as exigências do Programa de Ensino;
valores • Tem conhecimentos profundos que sabe aplicar
consciente e criativamente.
3º Bom (B) 14 a 16 • Cumpre no essencial as exigências do Programa
valores de Ensino; Tem conhecimentos seguros e sabe
aplicá-los.
4º Satisfatório (S) 10 a 13 • Cumpre as exigências do Programa de Ensino,
valores mas com algumas lacunas; Tem conhecimentos
pouco seguros e aplica-os com dificuldades.
5º Não satisfatótio 0 a 9 valores • Não cumpre as exigências do Programa de
Ensino; Em geral, realiza as tarefas só com ajuda
do professor.
Fonte: RAES
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 11

Os primeiros quatro (4) níveis (Excelente, Muito Bom, Bom e Satisfatório) são considerados
positivos e o último (Não Satisfatório) é negativo.

A escala de classificação é de aplicação obrigatória e é válida para todas as actividades de


avaliação devendo as classificações numéricas trimestrais/semestrais, anuais e finais ser
arredondadas às unidades mais próximas (p. ex. 9,5 valores = 10 valores; 9,4 valores = 9 valores).

O professor deve registar, durante o ano, todas as classificações na caderneta e mapa de avaliação
do professor que incluem a apreciação geral do nível de assimilação bem como a classificação
qualitativa e quantitativa.

Recordar que o teste deve ser corrigido, analisado e entregue ao aluno até 7 dias após a sua
realização.

O professor deve fazer a entrega presencialmente o teste ao aluno e mostrar disponibilidade para
a sua reclamação, caso necessário.

Para mais eficiência da correcção do teste, é prático o professor primeiro entregar a prova ao
alunos e depois fazer a respectiva correcção.

EXERCÍCIO
Cada grupo de disciplina vai elaborar uma pergunta de um dos níveis cognitivos, segundo a
taxonomia de Bloom.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 12

PARTE II: PLANIFICAÇÃO DUMA AULA


E inconcebível qualquer acção humana, por menor que ela seja, sem que haja o estabelecimento
de metas e acções a serem executadas. A educação, como uma das mais importantes acções da
humanidade, não poderia se furtar duma planificação consciente, visando uma melhor actuação
docente e um aprendizado significativo. Porém, nota-se, entre alguns professores, certo
comodismo no trato com a seriedade na educação. Uma delas é quanto ao acto de planejar as
aulas, estabelecer competências e traçar habilidades com as quais se deseja proporcionar a
transmissão do conhecimento.

Diante disso, o interesse desta reflexão pelo tema, deveu-se não só pelo que ele tem de
importância, como também pela busca por maiores conhecimentos para sua formação
profissional.

2.1. Principais conceitos: Planificação, Plano, Aula e Plano de Aula


Segundo PILETTI (1999, p60):
Planificação é hoje uma necessidade em todos os campos de actividade. Planificar é
estudar, é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema e (acrescente) ainda
que consiste em produzir em termos mais concretos e operacionais e o que o professor faz
na sala de aula para alcançar os seus objectivos.

Para LIBÂNEO (1992, p. 221) a planificação global da escola “é um processo de racionalização,


organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do
contexto social”.

Ainda, de acordo com LIBÂNEO (1994, p. 24), “plano é um documento utilizado para o registo
de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem
fazer”. Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a
definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se pode responder às questões indicadas
acima.

A planificação do docente é um alicerce que resguarda as funções de organizar, liderar e


controlar, tornando-se um instrumento fundamental para o professor elaborar e planejar seu dia-
a-dia escolar através do plano de aulas.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 13

Aula é um conjunto dos meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo
de ensino em função da actividade própria do aluno no processo de aprendizagem escolar, ou
seja, a assimilação consciente e activa dos conteúdos (Cfr. LIBÂNEO, 1994, p.177).

Por isso, a aula é toda situação didáctica na qual se põem objectivos, conhecimentos, problemas,
desafios com fins instrutivos e formativos que incitam as crianças e jovens a aprender

Segundo LIBÂNEO (1992) citado por TAVARES (2001, p.117):


O plano de aula é uma previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou
conjunto de aulas e tem um carácter bastante específico. Ele detalha o plano de ensino e o
que se pode fazer de concreto. Os tópicos que foram previstos em linhas gerais são
especificados e sistematizados, para uma melhor acção didáctica em sala.

Nestes termos, NÉRICE (1991, p.97) sustenta que o “plano de aula é um projecto de actividades,
destina-se a indicar elementos concretos de realização da unidade didáctica e consequentemente
do plano do curso”.

Por isso, mesmo para um professor experiente, é impossível entrar em sala de aulas sem antes
planificar a aula. É por isso que os profissionais que entendem bastante de didática insistem na
idéia de planificação como algo que requer horário, discussão, esquematização e certa
formalidade. Agindo-se, assim, tem-se uma garantia de que as aulas vão ganhar qualidade e
eficiência.

PILLETTE (2007) suatenta que: o plano de aula é a forma predominante do PEA. “É na aula
que organizamos e criamos as situações docentes, isto é, as condições e meios necessários para os
alunos assimilarem activamente conhecimentos, habilidades e desenvolvam suas capacidades
cognitivas.”

2.2. Principais elementos do plano de aulas


A planificação da aula é um instrumento essencial para o professor definir as estratégias pedagógicas,
conforme o objetivo a ser alcançado, criteriosamente adequado para as diferentes turmas, com
flexibilidade suficiente, caso necessite de alterações.

Os principais elementos do plano duma aula são:


a) Objectivos específicos – expressam as aspectativas do professor sobre o que deseja dos
alunos no decorrer do processo do ensino, sabendo que cada matéria determina exigências
e resultados esperados da actividade dos alunos referentes aos conhecimentos,
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 14

habilidades, atitudes, convicções cuja aquisição e desenvolvimento ocorre no processo de


transmissão e assimilação dos conteúdos do ensino e aprendizagem (LIBÂNEO, (1994,
p.121).

b) Tempo – em cada função didáctica deve haver uma determinação de tempo mediante a
manipulação do conteúdo projectado.

c) Função didáctica – são as etapas ou momentos do Processo de Ensino e Aprendizagem,


que têm o carácter geral e necessário e, permitem organizar as actividades cognitivas do
aluno no decorrer de uma aula. Destacam, numa aula, principalmente, quatro momentos
ou funções didácticas: Introdução + motivação; Mediação + Assimilação; Domínio +
Consolidação e Controlo + Avaliação.

d) Conteúdo – são um conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e


atitucionais de actuação social, organizados pedagógica e didacticamente tendo em vista a
assimilação activa e aplicação na prática da vida.

e) Actividades – referem-se às acções do professor e do aluno durante a aula.

f) Conteúdo – refere-se aos tópicos significativos mais importantes que serão objecto de
estudo durante a aula.

g) Metodologia – a escolha das estratégias deve ser decorrente/estar coerente com o que
visam os objectivos (essas estratégias permitem ao aluno atingir aqueles objectivos).
Podem ser: expositivo, elaboração conjunta ou trabalho independente.

h) Recursos didácticos – Segundo NÉRICI (1991, p.99), “material didáctico é todo e


qualquer recurso físico além do professor, utilizado no contexto dum método ou técnica
de ensino, a fim de auxiliar o professor a transmitir a sua mensagem e o educando a mais
eficientemente realizar a sua aprendizagem”.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 15

Esquema dum plano de aula Modelo


Nome da Escola:
Ano:
Data:
Disciplina:
Classe e turma:
Nome do Professor:
Unidade:
Tema:

Objectivos específicos:
Tempo Função didáctica Conteúdo Actividades Métodos Recursos
Professor Aluno
Introdução e
Motivação
Mediação e
Assimilação
Domínio e
consolidação
Controlo e Avaliação

EXERCÍCIO
Cada grupo de disciplina elaborar um plano de aula.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 16

Conclusão
A avaliação desempenha um papel preponderante para a compreensão das mudanças verificadas
durante o processo de ensino-aprendizagem. É através da avaliação que o professor procura tirar
as dúvidas existentes e compreende os seus alunos no que diz respeito ao seu crescimento em
termos de educação.

A avaliação é um processo que decorre em todas as situações de aprendizagem. Todavia, serve de


um processo para a tomada de conhecimento por parte dos alunos e professores do nível de
aprendizagem e da assimilação da matéria.

É através dos testes que o professor orienta de forma válida as decisões individuais e colectivas.
Para conhecer um certo algo equivale o avaliá-lo, atribuir-lhe um valor.

A actividade de elaborar um plano de aula, aplicar em sala actividades de ensino e,


posteriormente, refletir sobre o processo, mostra um caminho que pode auxiliar os professores a
ampliarem e melhorarem seu nível de conhecimento quanto ao acto de planificar, uma vez que
grande parte dos docentes sai das formações com deficiências nos próprios conteúdos que terá
que ensinar.

Deste modo, este trabalho é voltado para todos os professores, atuantes ou em formação, para que
tenham maior compreensão sobre a necessidade de se planificar, num processo interativo,
coletivo e que, principalmente, apontem caminhos para a reflexão sobre questões que envolvem o
plano de aula.
Seminário de Capacitação dos Professores da E. S. de Nacala. Por: Tito Raimundo e Filomena Alberto Sarande
Página 17

Bibliografia
BLOOM, B. S. e outros (1973). Taxionomia de objectivos educacionais e domínio cognitivo.
Porto Alegre, globo.

HAIDT, Regina (2003). Curso de Didáctica Geral. 7ed. Editora João Guizzo. São Paulo.

INDE, MINED (2022). Regulamento de Avaliação do Ensino Secundário. Maputo.

LIBÂNEO, José Carlos (1992). Didática. São Paulo: Cortez.

LIBÂNEO, José Carlos (1994). Tendências pedagógicas da prática escolar. In: LUCKESI, C.C.
Filosofia da Educação, São Paulo: Cortez.

NÉRICE, Imídeo Giuseppe (1991). Didáctica Geral. Editora Fundo de Cultura.

PILETTI, Claudino (2007). Didáctica Geral. 23ª ed. S. Paulo.

Você também pode gostar