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Unidade'III

Texto'da'12ª'aula'– 30/08
LOPES, José'Reinaldo'de'Lima.'O"direito"na"história.'São'
Paulo:'Atlas,'2011,','p.'165I187.
Direito'na'Idade'Moderna
• Com as expansões ultramarinas, houve uma demanda por novas questões jurídicas, tais como: direito de
conquista e de descoberta, de posse, de invenção, de tesouro, de direito acerca do mar, de alteridade
(índios e negros, pluralidade e tolerância), de formação dos Estados modernos e do sistema econômico
mundial;
• Ascensão do debate no que tange ao direito natural (elaborado entre os séculos XVII e XVIII e que servirá de
base para o discurso da revolução francesa), imiscuindoJse em questões como poder régio, tolerância
religiosa, liberdade individual e de ação privada, mercado, individualização de contrato, autonomia de
vontade, propriedade, transferência etc.);
• Jusnaturalismo: reafirmação do sujeito e da razão individual. PrescindeJse do homem animal políQco
aristotélico e do conceito organicista da sociedade corporaQva medieval. Viés contratualista do direito (os
homens não comungam interesses convergentes, são naturalmente egoístas e se opõem mutualmente).
Destarte, urgia uma nova reflexão jurídica alicerçada na perseguição de uma éQca de deveres comuns, do
cumprimento de regras sociais, com que então refinaJse a disQnção entre público e privado;
• O jusnaturalismo mais caracterísQco da Europa do Norte prestou homenagem à filosofia de Descarte e de
Kant, associandoJse ao Iluminismo na busca por uma razão críQca, negando o direito da Alta Idade Média.
Se tornará a filosofia natural do direito;
• Malgrado o direito natural tenha seu albor com os teólogos juristas espanhóis, foram os luteranos e os
germânicos que lhe deram forma final dentro de suas faculdades de direito por intermédio de disciplinas
basilares nos cursos jurídicos;
• Elogio ao tratadismo, ou seja, uma exposição sistemática de forma dedutiva;
• Escola de Salamanca: precursora do jurisnaturalismo moderno. Francisco de Vitória (1480E1546)
considerado o fundador do moderno direito internacional em função de seus tratados sobre liberdade
natural dos índios. Francisco Suárez (1548E1617) marca a efetiva transição do sistema tomista medieval para
a nova escolástica da reforma católica, inicia a exposição dedutivista do direito (esmiúça a diferença entre o
direito subjetivo – uis dominativum – e o direito objetivo positivo – ius praeceptivum);
• Hugo Grócio (1583E1645): injusto “é tudo o que se opõe a uma comunidade ordenada de seres
individualmente racionais”, “tudo o que não é injusto é Direito”;
• Thomas Hobbes (1588E1679): o principal contrato é o de sujeição ao soberano, que tem por escopo a
manutenção da paz. Nessa esteira, o direito não visa a obtenção da justiça, senão a manutenção a paz, pois
o Estado tem por finalidade a obtenção e manutenção da ordem (a autoridade somente perde seu caris
quando perde sua capacidade de manter a ordem). O estado assume o direito, e aos súditos só restam os
direitos reconhecidos pelo soberano;
• John Locke (1632E1704): “a razão para a obediência a uma lei na sociedade civil consiste em confiar na razão
dos seus semelhantes”, logo, não é a autoridade que obriga ao direito, mas a razão. O direito à propriedade
é um direito natural, pois deriva diretamente do trabalho humano (mas somente quando houver
abundância, ou seja, condenaEse o desperdício e encorajaEse a poupança). “Não se pode tolerar os
intolerantes” – “aqueles que negam iguais direitos a seus opositores não podem ser tolerados”;
• Escola prussiana, Samuel Pufendorf (163281694), introduziu o pensamento de Hobbes no império prussiano.
Adepto do método deduCvista do jusnaturalismo moderno. Foi o precursor de duas caracterísCcas que
triunfarão no século XIX: a) voluntarismo (a lei como expressão da vontade do legislador) e b) individualismo (o
todo equivale à soma dos indivíduos da sociedade). É considerado predecessor do direito burguês e liberal;

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