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INTRODUÇÃO À
SOBRECARGA
TÉRMICA
Professor (a) :

Me. Ana Paula Micali Figueiredo

Objetivos de aprendizagem
• Compreender o funcionamento do organismo em relação ao calor.

• Identificar como funcionam as trocas térmicas do organismo/ambiente.

• Definir os efeitos fisiológicos e nocivos do calor.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Sobrecarga térmica: conceitos básicos

• Trocas térmicas entre o organismo e o ambiente

• Efeitos fisiológicos e nocivos do calor

Introdução
Caro(a) aluno(a), estudaremos agora os principais conceitos da sobrecarga térmica e os seus efeitos
fisiológicos. Como sabemos, nós, seres humanos, possuímos grande capacidade de tolerar diferenças
climáticas. Contudo, nem todas as condições climáticas são confortáveis ou adequadas para o trabalho
eficiente, necessitando que sejam controladas para que não prejudiquem a nossa saúde.

Atualmente, a maioria das indústrias emprega calor como fonte de energia e, a partir destes processos, o
trabalhador fica exposto às situações térmicas desfavoráveis, e se medidas de controle não forem
tomadas, os danos poderão tornar-se irreparáveis. Cabe a nós, profissionais, estudar as situações e tomar
providências a favor dos trabalhadores expostos, possibilitando oferecer melhorias nas condições
laborais, evitando acidentes e absenteísmo, proporcionando aumento da produtividade, além de maior
conforto, saúde, segurança e qualidade de vida.

Com isto, inicialmente estudaremos os conceitos básicos do equilíbrio térmico no corpo, ou seja, como o
organismo funciona em relação ao calor. Em seguida, discutiremos sobre as trocas térmicas do organismo
com o ambiente, que são realizadas por meio da umidade relativa, do calor radiante, do tipo de atividade
executada, da temperatura e velocidade do ar.

Para finalizar, serão apresentados os efeitos fisiológicos do organismo (sudorese e vasodilatação) e as


suas respectivas consequências devido ao aumento da temperatura.
Sendo assim, esta leitura auxiliará você a familiarizar-se com alguns conceitos básicos relacionados à
sobrecarga térmica e servirá de subsídio para que você possa compreender as normativas que estão em
vigor.

Bons estudos!

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SOBRECARGA TÉRMICA:
CONCEITOS BÁSICOS

Termorregulação

A termorregulação refere-se ao conjunto de sistemas de regulação da temperatura corporal, sendo um


fator importante na vida do ser humano. Este é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de
manter a temperatura corporal dentro de um certo intervalo predeterminado, apesar das variações
térmicas do meio ambiente. Isto faz com que o corpo humano se mantenha quase sempre aquecido e
pronto para a atividade, sem depender de temperatura externa (MAGALHÃES et al., 2001).

A temperatura corporal interna (37 ± 2 °C) é diferente da temperatura superficial da pele, podendo variar
em cada parte do corpo e sofrer maiores variações em contato com a atmosfera externa (IIDA;
GUIMARÃES, 2016).

Deste modo, o objetivo do sistema termorregulador é não permitir que haja enormes alterações na
temperatura interna do corpo humano e, assim, os sistemas vitais possam operar adequadamente, e esta
tarefa é coordenada pelo hipotálamo, que é parte do Sistema Nervoso Central (SNC), responsável por
várias funções. Assim, o hipotálamo regula a temperatura do corpo por meio de impulsos térmicos,
originados em células termossensíveis existentes na pele, nos músculos e em outras partes do organismo
e envia, por meio dos nervos, comandos que acionam mecanismos de compensação, como a
vasoconstrição e a vasodilatação cutâneas e a sudação, que interferem nas trocas térmicas do corpo com
o ambiente, de forma a manter a temperatura interna (RUAS, 2001).

Equilíbrio térmico do corpo humano

O organismo funciona como uma máquina térmica produzindo calor. Este calor é dissipado pelo
organismo humano por meio de trocas contínuas com o ambiente, pelos processos de condução,
convecção e irradiação. Além disso, o calor excedente pode ser eliminado por mecanismos de sudação
(evaporação). Assim, segundo Iida e Guimarães (2016), o organismo mantém o equilíbrio térmico, que
pode ser expresso pela seguinte equação

S =M - W - E±R ±C

Sendo que:

S = calor ganho ou perdido pelo organismo em certo intervalo de tempo. Com o corpo em equilíbrio
térmico, S= 0;

M = calor gerado pelos processos metabólicos; W = energia gasta no trabalho;

E = calor dissipado pela evaporação do suor;

R = calor radiante trocado com o ambiente;

C = calor trocado por condução e convecção com o ambiente.

Na equação, o metabolismo (M) sempre aparece com sinal positivo, ou seja, ele gera calor, enquanto no
trabalho (W), será sempre negativo, ou seja, consome calor. A evaporação (E) também será sempre
negativa, eliminando calor do organismo. Os termos (R e C) podem variar entre positivo e negativo,
dependendo da diferença de temperatura entre o corpo e ambiente. Na maioria das situações, M, W, e E
são os mecanismos mais importantes do equilíbrio térmico (IIDA; GUIMARÃES, 2016). A seguir,
analisaremos melhor cada expressão dessa equação:

Figura 1 - Troca de calor entre o ambiente e o corpo humano


• Metabolismo (M)

É o calor gerado pelo metabolismo resultante da atividade física do trabalhador. Quanto mais intensa for a
atividade física, maior será o calor produzido pelo metabolismo (SALIBA, 2016). O corpo humano gasta
cerca de 60 a 80 Kcal/h com o metabolismo basal, para realizar trabalhos leves, gasta adicionalmente
entre 20 a 50 Kcal/h, para trabalhos moderados com braços, de 70 a 120 Kcal/h e trabalhos pesados,
entre 200 a 500 Kcal/h (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

• Energia gasta no trabalho (W)

A energia gasta no trabalho varia entre 1,6 Kcal/min. Para trabalhos leves, até 16,2 Kcal/ min., sendo que
essa energia vem dos alimentos e depende da capacidade aeróbica.

• Evaporação (E)

A evaporação é o mecanismo mais importante do equilíbrio térmico, sendo o processo de passagem de um


líquido a uma determinada temperatura para a fase gasosa, dispersando o vapor para o ambiente
(SALIBA, 2016).

Segundo Iida e Guimarães (2016), em ambientes acima de 35 °C, a evaporação é o único mecanismo
disponível para o organismo eliminar o calor e manter o seu equilíbrio térmico. Nesta situação, deve-se
reduzir o ritmo de trabalho, pois o organismo trabalha em desvantagem. Em situações de temperaturas
extremas, tornam-se necessárias pausas de recuperação para restabelecer o equilíbrio. Em alguns casos,
essas pausas podem ter duração maior do que a própria atividade .

Além disso, o trabalho físico muito pesado, associado às altas temperaturas, pode provocar desequilíbrio
térmico. Temperaturas de até 39,5 °C podem ser toleradas por curtos períodos de tempo, provocando
sobrecarga térmica e produzindo alterações no Sistema Nervoso Central. Em temperatura corporal acima
de 41 °C, vários tecidos do organismo sofrem danos irreversíveis, podendo levar à morte (IIDA;
GUIMARÃES, 2016).
• Radiação (R)

O corpo humano troca calor continuamente com o ambiente, por radiação. O calor radiante muito intenso
(1.000 cal/h) produz sobrecarga térmica ao corpo, necessitando ser eliminado pelo suor. Quando o ritmo
de calor é maior que a sua capacidade de eliminação, haverá, dentre outros distúrbios de desequilíbrio
térmico, uma redução da capacidade do trabalho (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

• Condução e Convecção (C)

A condução é a transferência de calor entre objetos quentes ou frios por meio de contato direto com o
organismo. Já a convecção ocorre por meio da movimentação da camada de ar próxima à pele (IIDA;
GUIMARÃES, 2016).

“O Brasil é o primeiro país a possuir um aplicativo com capacidade de monitorar a


sobrecarga térmica dos trabalhadores rurais online em todo o seu

território. Esse ganho foi possível com o desenvolvimento do software pela


Fundacentro e com o Acordo de Cooperação Técnica frmado entre a instituição e o
Instituto Nacional de Meteorologia-INMET”. Para saber mais, acesse:
< http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2014/4/brasil--e-o-
primeiro-pais-a-monitorar-sobrecarga-termica-de-trabalhadores-rurais >.

Fonte: Brasil (2014, on-line, grifo do autor)


TROCAS TÉRMICAS ENTRE O
ORGANISMO E O AMBIENTE
As trocas térmicas são influenciadas por diversos fatores, dentre estes, cinco são fundamentais para a
quantificação da sobrecarga térmica (SALIBA, 2016)

Temperatura do ar

A temperatura do ar é um dos fatores mais importantes para a troca de calor por condução e convecção,
cuja transferência de calor depende da diferença entre a temperatura da pele e a temperatura do ar,
sendo que a diferença de calor absorvido ou perdido está diretamente relacionada às diferenças de
temperatura.

Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar é influenciada na troca térmica entre o corpo humano e o ambiente por meio do
mecanismo de evaporação. Deste modo, a perda de calor no corpo por evaporação está relacionada com a
umidade relativa do ar e, consequentemente, quanto maior a umidade relativa do ar, menor será a perda
de calor por evaporação.

Velocidade do ar

A velocidade do ar está diretamente relacionada com as trocas de calor. Quando se tem um aumento da
velocidade do ar no ambiente, ocorrerá uma aceleração de trocas de camadas de ar próxima ao corpo. O
sentido da transmissão do calor poderá favorecer ou não o ganho de calor pelo organismo, dependendo
do gradiente de temperatura (positivo ou negativo). Deste modo, se a temperatura do ar for menor que a
do corpo, acarretará o aumento da perda de calor do corpo para o meio. Em contrapartida, se a
temperatura do ar é maior que a do corpo, será obtido mais calor com o aumento da velocidade do ar.

Calor radiante

Quando um organismo se depara com fontes de calor radiante, esse mesmo organismo acaba absorvendo
calor pelo mecanismo de radiação. Em contrapartida, quando não há fontes, o organismo poderá perder
calor

Tipo de atividade

Quanto maior a intensidade do trabalho executada pelo indivíduo, maior será o gasto energético
produzido pelo organismo.

Os primeiros estudos com critérios de conforto térmico foram realizados na Europa, no


início do século XIX. Em 1916, a Comissão Americana de Ventilação realizou estudos e
pesquisas para detectar as influências termo-higrométricas no rendimento do trabalho,
visando a melhores condições de trabalho em indústrias e em algumas condições de
guerra, devido ao deslocamento das tropas para regiões de diferentes temperaturas.

Fonte: adaptado de Frota e Shiffer (2003).


EFEITOS FISIOLÓGICOS E
NOCIVOS DO CALOR
À medida em que ocorre a sobrecarga térmica, o organismo dispara certos mecanismos para manter a
temperatura interna constante. O sistema de controle térmico emprega três principais mecanismos para
o controle do calor no organismo quando a temperatura corporal se torna extremamente quente
(GUYTON; HALL, 2006):

• Ocorre a diminuição da produção de calor, com inibição dos calafrios e da termogênese químic a.

• Os vasos sanguíneos cutâneos sofrem intensa dilatação em quase todo o corpo, aumentando a troca de
calor para a pele em até oito vezes.

• A perda intensa de calor em elevada velocidade causa a sudorese e a consequente evaporação. Um


aumento adicional de 1 ºC na temperatura corporal provoca sudorese suficiente para remover dez vezes
mais a taxa basal de produção de calor corporal.

Quando os mecanismos citados não forem suficientes para manter a temperatura do corpo em torno de
37 °C, haverá algumas consequências para o organismo, as quais podem se manifestar das seguintes
formas (CAMARGO; FURLAN, 2011; BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2012):

• A exaustão está relacionada à desidratação corporal provocada pelo aumento de temperatura. O


volume sanguíneo diminui e o sistema cardiovascular não consegue garantir o fluxo de sangue para todo o
corpo, comprometendo funções como a produção de energia.

• A câimbra é causada durante a sudorese por meio da perda de água e de sais minerais, principalmente a
perda do cloreto de sódio. Estas alterações são causadas pela aclimatação e pelo estresse térmico sofrido
pelo organismo.
• O edema é causado por algumas alterações fisiológicas decorrentes da aclimatação e do estresse
térmico, causando inchaço nas extremidades do corpo quando exposto em um ambiente quente.

• O choque térmico ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge determinado nível,
colocando em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento.

• A síncope de calor é verificada após um longo período de imobilização em ambiente quente, levando à
concentração sanguínea na circulação venosa da pele e dos músculos. Tal fato leva o cérebro a não
receber oxigênio suficiente devido à diminuição da pressão arterial. Alguns dos sintomas que podem
ocorrer são: sensações de tontura, vertigens, náuseas e suor frio.

• O golpe de calor ou insolação, pode ser considerado uma das consequências mais graves em relação à
,

exposição ao calor. O golpe ocorre em condições de estresse severo, quando um ambiente com
temperaturas elevadas está associado a uma atividade física considerável. Nesta situação, a capacidade
dos mecanismos de termorregulação poderá ser atingida, ocorrendo, desta maneira, uma elevação da
temperatura corporal acima do recomendável.

É importante ressaltar que o calor extremo interfere na produtividade do trabalho e aumenta a incidência
de acidentes laborais.

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ATIVIDADES
1. O organismo funciona como uma máquina térmica produzindo calor e, por meio de alguns mecanismos,
ele mantém o equilíbrio térmico. Em relação aos mecanismos, leia as afirmativas a seguir.

I) A condução ocorre por meio da movimentação da camada de ar.

II)A convecção é a transferência de calor entre determinados objetos por meio de contato direto com o
corpo.

III) A radiação é o mecanismo mais importante devido às trocas de calor contínuas com o ambiente.

IV) A evaporação é o processo de passagem de um líquido, a uma determinada temperatura, para a fase
gasosa.

Está correto o que se afirma em:

a) II, apenas.

b) IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.


2. Conforme estudamos, as trocas térmicas são influenciadas por diversos fatores, dentre esses, cinco são
fundamentais para a quantificação da sobrecarga térmica. Em relação a este assunto, assinale a
alternativa incorreta.

a) Temperatura do ar.

b) Umidade relativa do ar.

c) Pressão atmosférica.

d) Calor radiante.

e) Velocidade do ar.

3.Quando os mecanismos de controle de calor não são suficientes para manter a temperatura corporal,
ocorrerão algumas consequências. Em relação a tais consequências, assinale a alternativa incorreta.

a) A câimbra ocorre durante a vasodilatação e é causada pela aclimatação e pelo estresse térmico sofrido
pelo organismo.

b) A perda intensa de calor em elevada velocidade causa a sudorese e a consequente evaporação.

c)Edema é o nome que se dá ao inchaço nas extremidades do corpo devido à exposição do corpo a um
ambiente quente.

d) A exaustão está relacionada à desidratação corporal provocada pelo aumento de temperatura.

e) O choque térmico ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge determinado nível.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), muitas informações importantes sobre a sobrecarga térmica foram somadas ao seu
aprendizado neste estudo. Aqui você aprendeu que o organismo funciona como uma máquina de calor
que realiza trocas contínuas com o ambiente pelos processos de condução, convecção e irradiação, além
de saber que esse organismo elimina calor por meio da evaporação. Abordamos também os diversos
fatores que influenciam as trocas térmicas, dentre eles, a temperatura do ar, o calor radiante, o tipo de
atividade, a umidade relativa e a velocidade do ar.

Em seguida, estudamos os efeitos do calor no organismo, sendo que, quando aumenta a temperatura
ambiente, o nosso organismo dispara alguns mecanismos para manter a temperatura interna. Quando
esses mecanismos não forem suficientes, haverá consequências ao organismo, e estas poderão
manifestar-se de diferentes formas, além de elevar os riscos de acidentes no trabalho, bem como
interferir negativamente na produtividade.

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Material Complementar

Leitura
Manual Prático de Avaliação e Controle de Calor

Autor: Tuffi Messias Saliba

Editora: LTr

Sinopse o Manual Prático de Avaliação e Controle de Calor


:

aborda o reconhecimento, a avaliação e o controle da


exposição ocupacional ao calor e, em especial, aborda os
procedimentos de avaliação.

Higiene Ocupacional - Agentes Biológicos, Químicos e


Físicos

Autor: Ezio Brevigliero; Robson Spinelli; José Possebon

Editora: Senac

Sinopse: reunindo especialistas das ciências biológicas,


químicas e físicas, este livro apresenta detalhadamente as
normas, diretrizes e indicações de segurança das áreas
citadas, demonstrando, por exemplo, como evitar doenças
ocupacionais, qual a forma ideal de armazenamento de
produtos químicos e como as temperaturas extremas de
calor e frio afetam o desempenho e a saúde do profissional.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Trabalho. Brasil é o primeiro país a monitorar sobrecarga térmica de trabalhadores
rurais. Fundacentro 30 abr. 2014. Disponível em: < http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-
,

noticia/2014/4/brasil-e-o-primeiro-pais-a-monitorar-sobrecarga-termica-de--trabalhadores-rurais >.
Acesso em: 14 jun. 2018.

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene Ocupacional Agentes biológicos, químicos : e
físicos. 6. ed. São Paulo: Senac, 2012.

CAMARGO, M. G.; FURLAN, M. M. D. P. Resposta fsiológica do corpo às temperaturas elevadas: exercício,


extremos de temperatura e doenças térmicas. Revista Saúde e Pesquisa Maringá, v.4, n. 2, p. 278-288, ,

maio/ago. 2011.

FROTA, A. B.; SHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico . 7. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fsiologia médica 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
.

IIDA, I.; GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia: Projeto e Produção. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2016.

LAMBERTS, R.; XAVIER, A. A.; GOULART, S.; VECCHI, R. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro
Tecnológico – Departamento de Engenharia Civil. LabEEE – Laboratório de Efciência Energética em
Edifcações I. Conforto e stress térmico. Florianópolis: UFSC, 2011. Apostila 87p. Disponível em: .

< http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/fles/disciplinas/ECV4200_apostila%202011.pdf_2.pdf >. Acesso


em: 14 jun. 2018.

MAGALHÃES, S.; ALBUQUERQUE, R. R.; CORREIA PINTO, J.; PORTO, A. L. M. Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto - Serviço de Fisiologia. Termorregulação. Porto: Universidade do Porto,Ano
Lectivo 2001/02. Texto de Apoio 20p. Disponível em: .

< http://www.uff.br/WebQuest/downloads/Termorreg.pdf >. Acesso em: 14 jun. 2018.

RUAS, A. C. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho São Paulo: Fundacentro, 2001. .

SALIBA, T. M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Calor PPRA. : 7. ed. São Paulo: LTr, 2016.

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), é muito importante não confundir conforto térmico com sobrecarga térmica! São dois
conceitos totalmente diferentes, apesar de parecerem semelhantes. Então, estudaremos um pouco o que
é o conforto térmico.

Segundo Ruas (1999), o conforto térmico pode ser definido como a sensação de bem-estar
experimentada por uma pessoa, como resultado de uma combinação satisfatória entre o ambiente
(umidade relativa, temperatura radiante média, velocidade do ar e temperatura ambiente) e a atividade
desenvolvida, além de levar em consideração a vestimenta utilizada pela pessoa.

De acordo com Lamberts et al. (2011), o conforto térmico é a condição mental que expressa satisfação em
relação ao ambiente térmico. Esse conforto, por ser uma sensação humana, é considerado subjetivo e
dependente de fatores físicos, fisiológicos e psicológicos, portanto, certo ambiente, confortável
termicamente para uma pessoa, pode ser frio ou quente para outra. Assim, entendem-se como condições
ambientais de conforto aquelas que propiciam bem-estar ao maior número possível de pessoas. Sendo
assim, O organismo humano experimenta sensação de conforto térmico quando perde calor para o
ambiente sem recorrer às ações termorreguladoras adicionais (FROTA; SHIFFER, 2003).

O conforto térmico vem sendo pesquisado ao decorrer dos anos, tanto em câmaras climatizadas (controle
das variáveis ambientais e pessoais) como em estudos de campo (não há interferência das variáveis)
(MELO PINTO, 2011). Os estudos térmicos analisam e estabelecem condições necessárias para a
avaliação e a concepção de um ambiente térmico adequado às atividades ocupacionais humanas, bem
como para estabelecer métodos e princípios a uma detalhada análise térmica de um ambiente.

Neste contexto, conforme a NR-17, o conforto térmico é medido pela Temperatura Efetiva, que leva em
consideração a velocidade do ar, a umidade relativa e a temperatura de bulbo seco. A partir destas
variáveis, são realizadas as análises de conforto em locais de trabalho intelectual e que exigem atenção
constante. Antes da publicação da NR-15, a Temperatura Efetiva era usada para a medição da sobrecarga
térmica, o que era um equívoco, sendo regulamentada pela Portaria n. 491/1965, que considerava
insalubre exposições à Temperatura Efetiva maiores que 28 ºC.

Você observou que o conforto térmico é referenciado na NR-17 (que aborda a Ergonomia), sendo
utilizado como parâmetro da Temperatura Efetiva, enquanto a Sobrecarga Térmica é referenciada na NR-
15 (Atividades e Operações Insalubres), sendo utilizado o índice IBUTG.

De acordo com a NR-17, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) velocidade do ar não
superior a 0,75 m/s; b) índice de Temperatura Efetiva entre 20 e 23 ºC; c) umidade relativa do ar não
inferior a 40%. Para se obter a avaliação da velocidade do ar, é utilizado o anemômetro. Já o índice de
Temperatura Efetiva combina a temperatura, a umidade relativa e o movimento do ar em um único índice,
ou seja, ele é determinado por meio das temperaturas de bulbo seco (tbs) e úmido (tbu) e velocidade do ar.
Por fim, a umidade relativa do ar é determinada por meio de um psicrômetro. Pelos valores obtidos das
temperaturas de bulbo úmido e seco, entra-se na carta psicrométrica e obtém-se a umidade relativa do ar.

Assim, o conforto térmico pode ser um estado de espírito que reflete satisfação com o ambiente térmico,
desde que haja a compreensão de que as avaliações sobre isso precisam aplicar um recurso que permita
analisar o grau de satisfação e bem-estar da pessoa, e que também seja capaz de medir o conforto, bem
como o desconforto.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

REFERÊNCIAS

FROTA, A. B. Geometria da insolação . 1. ed. São Paulo: Geros, 2004.

LAMBERTS, R.; XAVIER, A. A.; GOULART, S.; VECCHI, R. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro
Tecnológico – Departamento de Engenharia Civil. LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em
Edificações I. Conforto e stress térmico. Florianópolis: UFSC, 2011. Apostila. 87p. Disponível em:
< http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ECV4200_apostila%202011.pdf_2.pdf >.
Acesso em: 14 jun. 2018.

RUAS, A. C. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho São Paulo: Fundacentro, 2001.
.

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação


.

a Distância; FIGUEIREDO, Ana Paula Micali.

Avaliação de Sobrecarga Térmica e Iluminação.

Ana Paula Micali Figueiredo.


Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.

23 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Avaliação. 2. Sobrecarga. 3. Térmica

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 331.25

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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AVALIAÇÃO E
CONTROLE DE
CALOR
Professor (a) :

Me. Ana Paula Micali Figueiredo

Objetivos de aprendizagem
• Definir os instrumentos utilizados na avaliação e seus respectivos procedimentos e métodos de
amostragem.

• Analisar a norma vigente de sobrecarga térmica.

• Verificar as medidas de controle e aprender a elaborar um laudo técnico.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Instrumentos para avaliação ambiental ocupacional do calor

• Avaliação ocupacional do calor

• Medidas de controle

Introdução
Caro(a) aluno(a), como sabemos, existem alguns parâmetros fundamentais para a quantificação da
sobrecarga térmica, que são: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do ar, calor radiante e
tipo de atividade exercida pelo trabalhador. Para a avaliação da sobrecarga térmica a que o trabalhador
está submetido, é preciso considerar esses parâmetros, pois é por meio deles que serão expressas as
condições reais desta exposição.

Vale ressaltar que quatro desses parâmetros são característicos do meio ambiente e são mensurados por
meio de instrumentos específicos. Para a quantificação do calor produzido pelo tipo de atividade exercida,
deverá ser consultada a norma vigente que, por sua vez, propõe alguns valores.

Então, neste estudo, apresentarei a vocês os tipos de instrumentos utilizados para a avaliação de
exposição ao calor, além de mostrar quais os procedimentos e métodos de amostragem utilizados. Em
seguida, você conhecerá a norma vigente, como realizar a interpretação e a utilização dos quadros e das
fórmulas do Anexo 3 da Norma Regulamentadora n.15. Para finalizar, analisaremos algumas medidas de
controle que influenciam as trocas térmicas, além de aprender a produzir um laudo técnico.

Assim, no final, você será capaz de compreender os instrumentos utilizados para a avaliação ocupacional
ao calor, os procedimentos de avalição e amostragem, as normas vigentes, como evitar a sobrecarga
térmica de acordo com algumas medidas de controle e como elaborar o laudo técnico.
Bons estudos!

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INSTRUMENTOS PARA A
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
OCUPACIONAL DO CALOR
Agora aprenderemos os principais instrumentos utilizados para a avaliação da exposição ao calor
(SALIBA, 2016).

Termômetro de bulbo seco (Tbs)

É um instrumento composto por um termômetro de mercúrio comum, cujo bulbo fica em contato com o ar
sem a presença de calor radiante. A temperatura do ar ambiente deverá ser medida de acordo com o
objetivo da função.

Termômetro de globo (Tg)


É um instrumento utilizado para medir o equilíbrio do ar com o calor radiante. É composto de um
termômetro de mercúrio localizado no centro de uma esfera oca de cobre, medindo 15 cm de diâmetro.
Para realizar a avaliação com o termômetro de globo, o instrumento deverá ser exposto, no mínimo, com
25 minutos de antecedência à leitura. O valor obtido corresponderá à temperatura média de calor
radiante.

Termômetro de bulbo úmido (Tbn)

É um instrumento utilizado para medir a temperatura considerando a umidade do ar. É composto por um
termômetro de mercúrio montado na posição vertical, revestido por um pavio de algodão branco que
deverá envolver totalmente o bulbo de mercúrio. Esse pavio deverá ser mantido úmido em água destilada,
com, no mínimo, meia hora de antecedência do início da medida da temperatura. É imprescindível deixar o
reservatório de água preenchido, bem como manter o restante do pavio úmido.

Atualmente, existem medidores de sobrecarga térmica digitais, que são constituídos


pelo termômetro de bulbo seco, termômetro de globo e termômetro de bulbo úmido.
Este equipamento mede as três temperaturas e já calcula o IBUTG (Índice de Bulbo
Úmido Termômetro de Globo). Todavia, recomenda-se que o profissional confira se os
cálculos foram feitos corretamente, os refazendo de forma manual e conferindo o
resultado.

Fonte: Silva (2015).

Psicômetro

O psicômetro mede a umidade relativa do ar. Este instrumento pode ser eletrônico ou constituído por
dois termômetros idênticos, colocados paralelamente. Um deles é constituído por um algodão umedecido
com água destilada durante a medição. Após a estabilização, são realizadas duas leituras: temperatura de
bulbo seco e temperatura de bulbo úmido. Além disso, a circulação do ar é um fator importante a ser
considerado.

Figura 1 - Psicômetro
Fonte: TPM Equipos ([2018], on-line)1 .

Anemômetros

É um instrumento utilizado para medir a velocidade do ar. Existem diversos tipos de anemômetros: de pás
giratórias, basculantes e de pressão, sendo que os mais indicados são aqueles sensíveis a pequenos fluxos
de ar e que podem realizar medidas contínuas da movimentação de ar não direcional.

Figura 2 - Anemômetro

Procedimentos de avaliação e amostragem

Segundo a NHO-6 (BRASIL, 2002), a avaliação da exposição ao calor é realizada por meio da análise da
exposição de cada trabalhador, pelo seu ciclo de exposição. Deste modo, as medições devem ser
realizadas de maneira a considerar 60 minutos corridos de exposição, que correspondem à condição de
sobrecarga térmica mais desfavorável.
As temperaturas que devem ser consideradas são a temperatura de bulbo úmido natural (Tbn), a
temperatura de globo (Tg) e a temperatura de bulbo seco (Tbs). Esta última deverá ser considerada apenas
quando a coleta for em ambiente externo (BRASIL, 2002).

As leituras das temperaturas deverão ser realizas após a estabilização do conjunto na situação térmica
que está sendo avaliada e devem ser repetidas a cada minuto. Deverão ser realizadas, no mínimo, três
amostragens, até que a variação entre elas esteja dentro de um intervalo de ± 0,2 °C (BRASIL, 2002).

O tempo de permanência do trabalhador em cada situação térmica deverá ser medido, sendo
determinado por meio da média aritmética de, no mínimo, três repetições de cronometragens, obtidas
pela observação do trabalhador na execução de seu trabalho. Além disso, torna-se necessária a
observação da identificação das atividades físicas exercidas pelo trabalhador para estimar o calor
produzido pelo metabolismo, que será determinado pela coleta de, no mínimo, três cronometragens
durante a execução do trabalho (BRASIL, 2002).

AVALIAÇÃO OCUPACIONAL DO
CALOR
Para realizar a avaliação ocupacional do calor, são utilizados diversos índices que levam em conta os
fatores ambientais e fisiológicos que influenciam na sobrecarga térmica. Atualmente, o índice mais
utilizado no mundo para a exposição ao calor é o IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo),
que é adotado pelas Normas NR-15, Anexo 3 da Portaria 3.214, em 1978, com base na ACGIH e na NHO-
6 da Fundacentro (SALIBA, 2016).

O índice IBUTG leva em consideração todos os parâmetros que influenciam na sobrecarga térmica. Além
disso, permite o cálculo de períodos adequados de trabalho por meio de uma equação matemática que
correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente interno ou externo (SALIBA, 2016).
• Ambientes internos ou externos sem carga solar

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 T g

• Ambientes externos com carga solar

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

sendo que:

Tbn = Temperatura de bulbo úmido natural (°C).

Tg = Temperatura de globo (°C).

Tbs = Temperatura de bulbo seco (°C).

O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade desenvolvida, que pode ser avaliada por classe
ou por tarefa (Tabela 3). A legislação prevê um regime de trabalho em função do valor do IBUTG e do tipo
de atividade para duas situações: regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio
local (Tabela 1) e regime de trabalho intermitente com descanso em outro local (Tabela 2). Os tempos de
descanso são períodos trabalhados para todos os fins legais (SESI, 2007).

Tabela 1 - Classificação do tipo de atividade em regime de trabalho intermitente com descanso no próprio
local

Fonte: Brasil (1978).


Tabela 2 - Limites de tolerância para exposição ao calor em regime de trabalho intermitente com período
de descanso em outro local

Fonte: Brasil (1978).

Para o cálculo do metabolismo, temos a seguinte equação:

sendo que:

M = Taxa de metabolismo médio ponderada para uma hora.

Mt = Taxa de metabolismo no local de trabalho.

Tt = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.

Md = Taxa de metabolismo no local de descanso.

Td = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.

As taxas de metabolismo (Mt e Md) deverão ser consultadas na Tabela 3. Para o cálculo do IBUTG médio
ponderado para uma hora, devemos utilizar a seguinte equação:
sendo que:

IBUTGt = Valor do IBUTG no local de trabalho.

IBUTGd = Valor do IBUTG no local de descanso.

Tt e Td = Idem metabolismo.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td =
60 minutos corridos.

Tabela 3 - Taxas de metabolismo por tipo de atividade

Fonte: Brasil (1978).

Segundo a ACGIH, os limites de tolerância referem-se às condições de sobrecarga


térmica a que a maioria dos trabalhadores possam estar expostos, sem sofrer nenhum
efeito adverso à sua saúde. Esses limites baseiam-se no pressuposto de que a maioria
dos trabalhadores aclimatizados, com vestimentas adequadas e que estejam ingerindo
quantidade adequada de água e sal, deveriam ser capazes de realizar as suas funções de
maneira efetiva nas condições de trabalho.

Fonte: adaptado de Saliba (2016).

Exercício resolvido
a) Em uma avaliação ocupacional de calor em uma indústria, foram obtidos os seguintes dados:

• Tbn (Temperatura de bulbo úmido natural) = 21 ºC

• Tg (Temperatura de globo) = 39 ºC

• Tbs (Temperatura de bulbo seco) = 32 ºC

Calcule o IBUTG com carga solar e sem carga solar.

• IBUTG com carga solar:

IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

IBUTG = 0,7 * 21 + 0,2 * 32 + 0,1 * 39 = 25º C

• IBUTG sem carga solar:

IBUTG = 0,7 Tb n + 0,3 Tg

IBUTG = 0,7 * 21 + 0,3 * 39 = 22,5 ºC

Após o cálculo do IBUTG, devemos calcular o IBUTG Média Ponderada no tempo durante os 60 minutos
de trabalho.

• Para o IBUTG com carga solar (atividade 1) o tempo considerado deverá ser de 40 minutos, e para o
IBUTG sem carga solar (atividade 2), deverá ser considerado o tempo de 20 minutos.

Partiremos agora para o cálculo do M (Taxa de Metabolismo Média Ponderada). Esta questão da
caracterização do metabolismo das atividades pelo Quadro n. 3, NR-15, é um pouco subjetivo, pois são
poucas as opções para tal caracterização.

Vamos considerar as duas atividades como moderada .

• Atividade 1: de pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação M = 220
Kcal.
• Atividade 2: em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar M = 300 Kcal.

De acordo com o Quadro n. 2 da NR15, a Taxa de Metabolismo Média Ponderada encontrada de 247
Kcal/h, a taxa imediatamente superior a esse valor é de 250 Kcal/h. O IBUTG Média Ponderada
encontrado foi de 24,3 ºC, inferior a 28,5, portanto, a atividade não é considerada insalubre .

MEDIDAS DE CONTROLE
Para um ambiente considerado insalubre, ou seja, com o IBUTG acima dos limites de tolerância, devem ser
tomadas medidas de controle para a redução do calor. A seguir, veremos as medidas de controle coletiva e
administrativa e a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) (BREVIGLIERO; POSSEBON;
SPINELLI, 2012; BELTRAMI; STUMM, 2013; SALIBA, 2016).

Medida coletiva
Os fatores que influenciam na sobrecarga térmica são condução/convecção, radiação, metabolismo e
evaporação. Portanto, deve-se estudar medidas de controle que reduzam a taxa de metabolismo,
promovam a movimentação geral do ar, reduzam o processo de emissão de calor e liberação de vapor de
água e utilização de barreiras para fontes de calor radiante (ACGIH, 2011).

• Taxa de metabolismo: a redução do calor produzido pelo metabolismo é obtida por meio de
automatização da operação, de forma a minimizar o esforço físico do trabalhador.

• Convecção: as trocas de calor por convecção podem ser reduzidas por meio da redução da
temperatura do ar. Isto pode ser conseguido por meio da velocidade adequada do ar. Por exemplo:
utilização de ventiladores direcionados aos trabalhadores no ambiente de trabalho.

• Radiação: as superfícies que excedem 35 °C são fontes de radiação infravermelha e podem aumentar
a carga térmica do local. Para reduzir o calor radiante, a medida mais eficiente é a utilização de
barreiras que reflitam os raios infravermelhos.

• Evaporação: devem ser criadas condições que favoreçam a evaporação do suor e que também
auxiliem na manutenção do equilíbrio térmico.

Medidas administrativas

• O treinamento é de elevada importância para os trabalhadores, os quais receberão instruções


quanto à prática correta de suas funções, evitando esforços físicos desnecessários ou longos períodos
de permanência no ambiente crítico. É importante conscientizar o trabalhador sobre o risco que
representa a exposição do calor intenso, incentivando o uso correto dos EPIs, alertando-o sobre a
importância da salubridade e promovendo a utilização e a manutenção correta das medidas de
proteção no ambiente.

• A limitação do tempo de exposição é feita por meio da recuperação térmica em local apropriado do
trabalhador exposto ao calor. O tempo de recuperação depende das condições térmicas desse local e
pode ser calculado pelos índices de sobrecarga térmica, atendendo aos limites recomendáveis pela
NR-15.

• A aclimatação ao calor consiste em uma adaptação fisiológica gradual do organismo em um


ambiente, aumentando a capacidade individual de suportar a sobrecarga térmica. A aclimatação
requer a realização de atividades físicas em condições de sobrecarga térmica similares àquelas
previstas para o trabalho, sendo que a aclimatização será total em duas semanas.

• O controle médico deverá ser realizado em todos os trabalhadores que estão expostos ao calor.
Conforme a NR-7 (BRASIL, 1978), além dos exames técnicos previstos, o trabalhador deverá realizar
outros exames de rotina para detectar possíveis problemas em estágios iniciais.

• Quando as medidas coletivas não forem tecnicamente viáveis para a eliminação do risco, deverá ser
utilizado o Equipamento de Proteção Individual (EPI) Todavia, mesmo com a utilização de EPI, não se
.

afasta o risco de sobrecarga térmica.


Figura 3 – Operador com equipamento de proteção individual

Outras medidas de controle que poderão ser adotadas para a redução da sobrecarga térmica:
agendamento de atividades para os meses mais frios do ano ou para os períodos mais frescos do dia;
aumento do tempo de descanso; melhoria na metodologia do processo; aumento da equipe de trabalho
exposta; redução da temperatura de trabalho; eliminação de toda a perda ou geração desnecessária de
calor para o ambiente; aumento da velocidade do ar sobre o trabalhador; reposição de líquidos e sais
minerais.

Segundo a revista “Consultor Jurídico” (2016, on-line)² uma empresa firmoutermo de


,

ajuste de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, comprometendo-se a


reduzir o excesso de calor de uma fábrica e não mais fornecer, de forma indiscriminada
e descontrolada, qualquer medicamento, complemento vitamínico ou repositor
eletrolítico. Durante a investigação, constatou-se que funcionáriosfizeramuso do
medicamento sem qualquer acompanhamento médico. Para saber mais, acesse:
< https://www.conjur.com.br/2016-jun-07/empresa-faz-acordo-mpt-reduzir-calor-
fabrica >.

Fonte: a autora.

Modelo de laudo técnico de avaliação ocupacional de


calor

I) Empresa avaliada

Dados da empresa

Empresa: xxxxx
CNPJ: xxxxxx

II) Metodologia de avaliação

Para a quantificação do calor, utilizaram-se os termômetros de bulbo úmido natural, globo e bulbo seco,
conforme Anexo 3 NR-15, da Portaria n. 3.214.

O IBUTG foi montado de modo que as leituras sejam representativas das condições sob as quais os
trabalhadores estavam expostos (próximos à boca e ao abastecimento do forno). As leituras foram obtidas
após 30 (trinta) minutos de estabilização. Durante a medição, a boca do forno foi aberta duas vezes
(colocar e retirar os pães) e foi abastecido uma vez o forno com lenha.

III) Descrição das condições de exposição avaliadas

Função: padeiro

Descrição das atividades:

• Confeccionar o pão.

• Abrir o forno para colocar ou retirar o pão.

• Colocar lenha no forno.

• Limpar e organizar o ambiente.

Local de trabalho:

• Sala de panificação.

• Sala de forno.

• Sala de abastecimento do forno.

Fontes geradoras:

• A atividade consistia em colocar e retirar os pães do forno e era executada por um período de 30 (trinta)
minutos. O forno permanecia fechado a maior parte do tempo e era aberto somente para colocar ou
retirar os pães. O forno era abastecido rapidamente com pedaços de madeira, apenas uma vez ao dia.

Avaliação quantitativa
Observações:

IV) Conclusão

O Anexo 3, NR-15, Portaria n. 3.214, em seu Quadro 2, estabelece que, para M = 215 Kcal/h, = 250 Kcal/h,
o máximo IBUTG permitido é de 28,5 °C. Como a exposição do trabalhador apresentou IBUTG = 24,3°C,
não há risco de sobrecarga térmica. Além disso, essa exposição ao calor não caracteriza a atividade como
insalubre, nem gera o direito a aposentadoria especial.

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ATIVIDADES
1. Na exposição ao calor, podem ser utilizados diversos índices que levam em conta os fatores ambientais
e fsiológicos que influenciam a sobrecarga térmica. Atualmente, qual é o índice mais utilizado no mundo
para a exposição ao calor? Assinale a assertiva correta.

a) TGU – Temperatura de globo úmido.

b) IST – Índice de sobrecarga térmica.

c) IBUTG – Índice de bulbo úmido termômetro de globo.

d) TBS – Termômetro de bulbo seco.

e) II - Índice termômetro de globo úmido.

2.Em um plantio de cana-de-açúcar, os trabalhadores desempenhavam o corte manual da cultura,


desempenhando uma elevada geração de calor metabólico.

As temperaturas foram coletadas em campo e, em seguida, obteve-se os seguintes valores: Tbs = 40 °C, Tg
= 31 °C e Tbn = 26 °C. Para esta situação, qual é o valor do IBUTG? Assinale a alternativa correta.

a) 29,5 °C.

b) 30,0 °C.

c) 28,4 °C.

d) 32,0 °C.
e) 32,5 °C.

3. As medidas de controle para o calor visam a alterar os fatores que influenciam as trocas térmicas. A
respeito das medidas de controle, assinale a alternativa incorreta.

a) O treinamento é importante para o trabalhador ter conhecimento de sua atividade e evitar esforços
físicos desnecessários ou longos períodos de permanência no ambiente crítico.

b)O tempo de exposição é realizado por meio da recuperação térmica em local apropriado do trabalhador
exposto ao calor.

c) A aclimatação ao calor consiste em uma adaptação fsiológica gradual do organismo em um ambiente.

d) Com a utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo o risco de sobrecarga térmica
extingue-se.

e) O controle médico deverá ser realizado em todos os trabalhadores que estão expostos ao calor.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), neste estudo, foram apresentados os instrumentos utilizados para a avaliação da
sobrecarga térmica, entre eles, o termômetro de bulbo seco (Tbs), o termômetro de globo (Tg), o
termômetro de bulbo úmido (Tbn), o psicrômetro e o anemômetro. Você aprendeu como realizar um
procedimento de avaliação de acordo com a NHO-6 que, segundo esta norma, deverá ser por meio da
exposição de cada trabalhador pelo seu ciclo de exposição.

Verificamos que o índice mais utilizado para medição da sobrecarga térmica é o IBUTG, que, de acordo
com a norma, possui dois tipos de medição em ambiente abrigado ou não, sem exposição ao sol e com a
exposição do trabalhador ao sol. Conforme a NR-15, a avaliação deverá ser realizada no horário mais
crítico de exposição do trabalhador, além de considerar o tipo de atividade e o local de descanso, que
poderá ou não ser no próprio local de trabalho.

Identificamos algumas medidas de controle para um ambiente considerado insalubre. Dentre essas
medidas, vimos a importância de treinar os trabalhadores e conscientizá-los sobre a utilização de trajes
adequados de acordo com a atividade laboral desempenhada, o tempo de exposição, a adaptação
fsiológica gradual do organismo em um ambiente e a importância do auxílio médico.

Por fim, foi exposto um modelo de laudo técnico de avaliação ocupacional de calor e alguns itens que
devem constar no laudo, como: metodologia de avaliação, descrição das condições de exposição avaliadas,
fontes geradoras, avaliação quantitativa e conclusão (medidas de controle).

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Material Complementar

Leitura
Ergonomia - Projeto e Produção

Autor: Itiro Iida; Lia Buarque de Macedo Guimarães

Editora: Blücher

Sinopse os autores fizeram uma grande atualização,


:

introduzindo principalmente as mudanças provocadas pela


aplicação da informática e dos novos meios de
comunicação nas interações do sistema humano-máquina-
ambiente de trabalho. Além disso, nas últimas décadas,
alargou-se a abrangência da ergonomia, com a visão
macroergonômica e com maior respeito a certas minorias
populacionais, como as pessoas idosas, obesas e portadoras
de deficiências. Sempre que possível, os autores se
basearam em pesquisas brasileiras ou naquelas com
possíveis aproveitamentos em nossas situações de
trabalho. A aplicação dos conhecimentos deste livro
contribuirá para melhorar o desempenho humano no
trabalho, reduzindo erros, acidentes, estresses e doenças
ocupacionais. Ao mesmo tempo, contribuirá para aumentar
o conforto e a eficiência dos trabalhadores, com evidentes
resultados favoráveis de custo/ benefício.

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REFERÊNCIAS
ACGIH. Association Advancing Occupational and Environmental Health. 2011 Guide to Occupational
Exposure Values Cincinnati: ACGHI, 2011.
.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Fundacentro. Norma de Higiene Ocupacional – NHO06:


Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor. São Paulo: Fundacentro,2002.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214,de 8 de


junho de 1978 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das
.

Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:


< http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf >. Acesso em: 14 jun. 2018.

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene Ocupacional Agentes biológicos, químicos
: e
físicos. 6. ed. São Paulo: Senac, 2012.

GALLOIS, N. S. P. Análise das condições de stress e conforto térmico sob baixas temperaturas em
indústrias frigoríficas de Santa Catarin a. 2002. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

LAMBERTS, R.; XAVIER, A. A.; GOULART, S.; VECCHI, R. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro
Tecnológico – Departamento de Engenharia Civil. LabEEE – Laboratório de Efciência Energética em
Edifcações I. Conforto e stress térmico. Florianópolis: UFSC, 2011. Apostila 87p. Disponível em:
.

< http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/fles/disciplinas/ECV4200_apostila%202011.pdf_2.pdf >. Acesso


em: 14 jun. 2018.

REIS, F. R. D. Avaliação e controle do risco de estresse térmico dos trabalhadores no corte manual de
cana-de-açúcar. Rev. Bras. Med. Trab ., São Paulo, v. 12, n. 2, p. 73-78, 2014.
SALIBA, T. M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Calor : PPRA. 7. ed. São Paulo: LTr, 2016.

SESI. Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Técnicas de Avaliação de Agentes Ambientai s:
Manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007. Disponível em:
< http://www.cpnnr18.com.br/uploads/documentosgerais/tcnicas_de_avaliao_de_agentes_ambientais_.pd
f >. Acesso em: 14jun. 2018.

SILVA, A. P. Temperaturas extremas: calor e frio. Manual técnico para a avaliação da exposição
ocupacional ao calor e frio. São Paulo: LTr, 2015.

REFERÊNCIAS ON-LINE

¹ Em: < http://tpmequipos.com/1009826_DT-8896-Psicometro-Digital-6-en-1-Cem.html >. Acesso em: 14


jun. 2018.

²Em: < https://www.conjur.com.br/2016-jun-07/empresa-faz-acordo-mpt-reduzir-calor-fabrica >. Acesso


em: 14 jun. 2018

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), nos aprofundaremos um pouco mais sobre o que é o estresse térmico e as suas possíveis
causas e consequências. Primeiramente, é importante saber que o conforto e o estresse térmico estão
relacionados às sensações humanas e também é subjetivo, além disso, dependem de fatores físicos,
fisiológicos e psicológicos. Porém, o estresse térmico é o estado psicofisiológico que uma pessoa está
submetida quando ela se encontra exposta às situações ambientais extremas de frio ou calor, e o conforto
térmico é quando uma pessoa expressa satisfação com o ambiente térmico por meio de trocas de calor do
corpo com o meio.

Segundo Reis (2014), o estresse térmico ocorre quando há um aumento excessivo da temperatura
corporal ocasionado pelo aumento do metabolismo (sobrecarga fisiológica), influenciado ou não pelas
condições ambientais (sobrecarga térmica). Por isto, quando trabalhos pesados são desenvolvidos
continuamente sob alta temperatura, combinada, por sua vez, com alta umidade, o aumento da
temperatura corporal pode exceder a 38 ºC e a perda de líquido pelo suor pode exceder um litro por hora,
predispondo à desidratação. Além disso, qualquer indivíduo, em algum momento do dia, pode ser
submetido às situações de estresse térmico no exercício de suas funções laborais ou mesmo no dia a dia.
Sendo que crianças recém-nascidas e pessoas idosas estão mais propensas a sofrer estresse térmico e
devem ser protegidas da exposição às condições térmicas desfavoráveis.

Quando o trabalhador realiza as suas atividades em ambiente com temperaturas inadequadas, tais
situações afetarão o sistema de troca de calor do corpo com o ambiente, interferindo no sistema
termorregulador. Tal fato pode levar o indivíduo a desenvolver, dentre outros sintomas, a debilitação do
estado geral de saúde, como fadiga, queda do rendimento no trabalho, erros de percepção e raciocínio e o
aparecimento de sérias perturbações psicológicas que podem conduzir ao esgotamento e à debilidade
física. Em vista disto, é fundamental o conhecimento a respeito das condições ambientais que possam
levar a esse estado, bem como observar o tipo de trabalho e o tempo de exposição do indivíduo a tal
situação (LAMBERTS et al., 2011).
Além disso, ambientes superaquecidos podem levar à incidência de estresse térmico nas pessoas que
trabalham com máquinas. Estas alterações podem apresentar-se em nível de menor complexidade, como
cansaço e sonolência, redução do desempenho físico e aumento de erros devido à perda de atenção e
concentração. Porém, podem-se tornar perigosas quando as reações físicas e a perda de concentração
provocarem acidentes de trabalho e lesão térmica. Tal fato ocorre porque o organismo humano não
suporta variações de temperaturas acima de 4 °C em sua temperatura interna sem queda da capacidade
física e mental do indivíduo (GALLOIS, 2002).

Por outro lado, a manutenção da temperatura no interior do corpo exige um esforço significativo, que
poderá interferir na capacidade de concentração e na realização de trabalhos, podendo limitar o tempo
máximo de exposição às condições térmicas que originam a situação de tensão térmica. Entretanto, em
ambientes industriais, é frequente a ocorrência de situações de “estresse térmico”, devido ao calor
excessivo. Nestas situações, a concentração e a capacidade física dos trabalhadores serão afetadas e,
consequentemente, comprometerão a produtividade da empresa e, não menos importante, criarão
condições favoráveis à ocorrência de acidentes de trabalho (LAMBERTS et al., 2011).

Com isso, podemos observar a importância de se ter um ambiente de trabalho favorável para a execução
das atividades de trabalho a fim de possibilitar melhorias nas condições laborais, evitando acidentes e
absenteísmo, promovendo aumento da produtividade e melhorias na qualidade dos serviços prestados,
proporcionado também maior conforto, saúde, segurança e qualidade de vida aos trabalhadores.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

REFERÊNCIAS

GALLOIS, N. S. P. Análise das condições de stress e conforto térmico sob baixas temperaturas em
indústrias frigoríficas de Santa Catarina 2002. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
.

Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

LAMBERTS, R.; XAVIER, A. A.; GOULART, S.; VECCHI, R. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro
Tecnológico – Departamento de Engenharia Civil. LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em
Edificações I. Conforto e stress térmico. Florianópolis: UFSC, 2011. Apostila 87p. Disponível em:
.

< http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ECV4200_apostila%202011.pdf_2.pdf >.


Acesso em: 14 jun. 2018.

REIS, F. R. D. Avaliação e controle do risco de estresse térmico dos trabalhadores no corte manual de
cana-de-açúcar. Rev. Bras. Med. Trab. São Paulo, v. 12, n. 2, p. 73-78, 2014.
,

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação


.

a Distância; FIGUEIREDO, Ana Paula Micali.

Avaliação de Sobrecarga Térmica e Iluminação.

Ana Paula Micali Figueiredo.


Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.

30 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Avaliação. 2. Sobrecarga. 3. Térmica

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 6135

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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TEMPERATURAS
EXTREMAS: FRIO
Professor (a) :

Me. Ana Paula Micali Figueiredo

Objetivos de aprendizagem
• Definir os efeitos fisiológicos e nocivos do frio e identificar os instrumentos para a avaliação
ocupacional do frio.

• Analisar as normas vigentes de exposição ao frio.

• Verificar as medidas de controle e aprender a elaborar um laudo técnico.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Conceitos gerais: frio

• Avaliação ocupacional ao frio

• Medidas de controle

Introdução
Caro(a) aluno(a), como sabemos, a exposição ao frio é resultante principalmente dos processos industriais
de indústrias alimentícias, onde as baixas temperaturas são utilizadas para a conservação dos alimentos.

O trabalho em ambientes extremamente frios constitui-se em um risco potencial à saúde dos


trabalhadores, podendo causar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes e até mesmo a morte,
quando o trabalhador fica preso acidentalmente em ambientes frios ou imerso em água gelada. Os
trabalhadores devem estar protegidos contra a exposição ao frio de modo que a temperatura central do
corpo não fique abaixo de 36 °C.

Com isto, inicialmente estudaremos os efeitos fisiológicos do organismo (vasodilatação e tremor) e os


seus efeitos nocivos, dentre eles, a hipotermia e a predisposição para acidentes: em ambientes de frio
intenso, há a predisposição para doenças de vias respiratórias e daremos ênfase para as complicações
dermatológicas. Em seguida, estudaremos quais instrumentos são utilizados para a avaliação ocupacional
ao frio.

Posteriormente, você conhecerá a norma vigente e como realizar a interpretação do Anexo 9 da Norma
Regulamentadora n.15. Além de fazer o complemento desta norma estudando alguns artigos existentes
na Consolidação das Leis do Trabalho.
Para finalizar, serão apresentadas algumas medidas de controle do ambiente, tornando o ambiente de
trabalho adequado a fim de evitar a sobrecarga térmica. Por último, você aprenderá como executar um
laudo técnico de exposição ao frio.

Bons estudos!

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CONCEITOS GERAIS: FRIO


Quando o corpo humano está exposto a um ambiente frio, o organismo toma atitudes com a finalidade de
manter a temperatura central do corpo constante. Segundo Gallois (2002), uma pessoa adequadamente
vestida pode suportar variações de temperatura entre -50 até 100 °C. Entretanto, o organismo não tolera
uma variação de temperatura na parte central do corpo acima de 4 °C sem que haja consequências da
capacidade física e mental. Esta manutenção de temperatura é essencial para garantir a vida e a
capacidade de trabalho.

Efeitos fisiológicos e nocivos à saúde

Para o controle do frio no organismo, são emitidas respostas fsiológicas, sendo que a capacidade do corpo
de resistir ao frio dependerá de fatores físicos (de ordem pessoal) e de fatores subjetivos do indivíduo,
como raça, tipo biofísico, idade etc. Os mecanismos de controle da temperatura corporal em ambientes
frios são (PARSONS, 2003):

• A vasoconstrição ocorre para evitar a perda excessiva de calor e manter a temperatura corporal estável,
reduzindo o fluxo sanguíneo proporcionalmente à queda de temperatura corpórea.
• O tremor ou o tiritar é uma manifestação de atividade muscular generalizada em cada região do corpo,
onde os agonistas são estimulados e os antagonistas também. O resultado é uma atividade muscular de
eficiência mecânica praticamente nula, com produção muito alta de calor.

Do mesmo modo que o calor intenso provoca alterações no organismo, o frio também poderá causar
diversas alterações no trabalhador e, em situações inadequadas, poderá causar doenças sérias. Quando o
trabalhador está exposto às situações de estresse térmico, este provocará um conjunto de reações
orgânicas a fatores de ordens diversas (físicos, químicos, emocionais, infecciosos etc.) capazes de
perturbar o equilíbrio do organismo (homeostase) (BELTRAMI; STUMM, 2013).

Os postos de trabalho onde os trabalhadores sofrem exposição ocupacional ao frio são: em regiões frias a
céu aberto, trabalho em câmaras frias ou em navios frigorificados, pesca, mergulho, trabalho de
embalagem e armazenagem de carne, frutas e sorvetes, e muitas outras ocupações profissionais (MATOS,
2007).

Segundo Matos (2007), os fatores que mais colaboram para a hipotermia e as ulcerações ocasionadas pelo
frio são a exposição ao vento e à umidade. Algumas condições de saúde poderão interferir nos efeitos
causados pelo frio, como alergias, problemas vasculares, fumo, bebidas alcoólicas e utilização de certos
medicamentos. A umidade causa efeito lesivo ao corpo em ambientes frios em razão da diminuição do
calor. A água é de 25 a 30 vezes mais condutiva de calor que o ar, significando que o trabalhador, em
tempo úmido, pode perder de 25 a 30 vezes mais calor do corpo do que se este estivesse seco. Outro fator
importante é o vento, que aumenta a suscetibilidade do indivíduo à hipotermia devido à sua capacidade
de causar perda de calor por convecção e evaporação.

De acordo com Gallois (2002) e Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012), alguns estados patogênicos
podem ocasionar lesões causadas pelo frio, podendo afetar o nosso organismo. Dentre essas lesões,
podemos citar:

• Hipotermia: em ambientes frios sem a proteção adequada, o corpo não consegue manter o balanço
térmico, e a temperatura interna corpórea diminui, ocorrendo a hipotermia. A temperatura central cai e o
hipotálamo perde a capacidade termorreguladora.

• Predisposição para acidentes: em ambientes de frio intenso, ocorre a diminuição da habilidade manual
e, consequentemente, aumentam as chances do trabalhador de realizar alguma operação de risco,
podendo resultar em acidente.

• Predisposição para doenças de vias respiratórias: as mudanças severas de temperaturas em curtos


espaços de tempo corroboram o aparecimento de doenças pulmonares, gripes, entre outros, uma vez que
as vias respiratórias se encontram resfriadas, o que possibilita a patogenização de germes e comensais.

• Complicações dermatológicas: as lesões causadas nos tecidos pela ação do frio proporcionam
manifestações diversas, especialmente nas extremidades (mãos, pés, face, orelhas). Entre as doenças
dermatológicas mais comuns causadas pelo frio, estão:

As ulcerações, que ocorrem quando a temperatura do tecido cai abaixo do ponto de congelamento e
resulta em danos ao tecido. Os sintomas incluem as mudanças de cor da pele para o branco ou o amarelo
acinzentado, surgimento de dores e, posteriormente, bolhas.

A frostbite se dá por lesões que atingem preferencialmente as extremidades devido à intensa


vasoconstrição e a presença de microcristais de gelo nos tecidos. Os mecanismos dão-se pela ação direta
do frio, ocasionando desnaturação proteica com consequente inativação enzimática local.
O fenômeno de Raynaud é uma condição na qual ocorre um exagero na resposta à temperatura fria, sendo
causado pela vasoconstrição (estreitamento) dos vasos sanguíneos (artérias e arteríolas), que resulta na
redução do fluxo sanguíneo para a pele (isquemia), enquanto a cianose (arroxeamento da pele) é causada
pela diminuição da oxigenação nos pequenos vasos sanguíneos (arteríolas e capilares).

O pé de imersão é uma lesão causada pelo frio quando o pé é mantido em botas e em meias molhadas e
geladas durante vários dias, provocando estagnação do sangue e paralisação dos pés e pernas.

Enregelamento de membros é uma lesão comum causada pela exposição ao frio intenso ou pelo contato
com objetos extremamente frios. Ocorre quando a temperatura do tecido cai abaixo de 0 °C. Os vasos
sanguíneos podem ficar lesados gravemente e de maneira irrecuperável, e a circulação sanguínea pode ser
interrompida no tecido afetado.

Instrumentos para avaliação ocupacional do frio

Para realizar a avaliação ocupacional ao frio, devem ser levadas em consideração apenas a temperatura e
a velocidade do ar. Esta última poderá proporcionar um aumento significativo na exposição às baixas
temperaturas e isto está relacionado ao seguinte fato: quanto maior a velocidade do ar e menor a
temperatura do local de trabalho, maior deverá ser o isolamento da roupa protetora, e menor o tempo no
qual o trabalhador pode ficar exposto. A combinação entre a velocidade do ar e a temperatura de bulbo
seco é denominada de temperatura equivalente. Quanto maior for a velocidade do vento e menor a
temperatura do local de trabalho, maior deverá ser o isolamento da roupa protetora e menor o tempo no
qual o trabalhador poderá ficar exposto (MATOS, 2007).

A temperatura do ar é medida com um termômetro de bulbo seco comum em graus Celsius, com
graduação negativa o suficiente para a temperatura utilizada (preferencialmente -50 °C). Não podemos
levar em consideração as outras variáveis, como a umidade relativa e a velocidade do ar, ou seja, não
podemos utilizar a Temperatura Efetiva, o IBUTG ou outro tipo de índice (MATOS, 2007). Para medir a
velocidade do ar, deve ser utilizado o anemômetro, que deverá medir na escala de quilômetro por hora
(km/h).

Takeda e Moro (2015) avaliaram a taxa de frequência de acidentes de trabalho em um


abatedouro de frangos onde os seus vários locais tinham diferentes temperaturas, e
obtiveram como resultado que a evolução dos acidentes na empresa não possuía uma
forma padronizada, porém, as taxas de frequência de acidentes seguiam uma forma
padronizada, na qual a faixa de temperatura variando entre 10 ºC e 15 ºC apresentará a
maior taxa de frequência de acidentes em cada ano avaliado. Para saber mais, acesse:
< http://www.revistaespacios.com/a15v36n20/15362012.html#dos >.

Fonte: o autor.
AVALIAÇÃO OCUPACIONAL AO
FRIO
Segundo a legislação brasileira referente à exposição ao frio, nenhum método de avaliação
termoambiental é considerado, mas somente instruções e considerações bem superficiais que devem ser
realizadas durante o trabalho, ou seja, para estabelecer limites de tolerância para o frio seria necessário
desenvolver metodologias adequadas para a avaliação ocupacional. Essas considerações são distribuídas
em diversas normas, difundidas, por sua vez, em outras normas regulamentadoras instituídas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), órgão responsável pelo estabelecimento das normas de
proteção, segurança e saúde do trabalhador.

Nas considerações presentes no Anexo 9 da NR-15, instituída pela Portaria n. 3.214/1978, cita-se:

As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais


que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho (BRASIL, 1978, p. 1).

Podemos observar que a normativa trata esse item de maneira subjetiva, destacando apenas a exposição
em câmaras frigoríficas ou em locais similares. Todavia, o que podemos considerar como câmaras
frigorificas? A NR-36 (Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes
e Derivados), poderia trazer essa definição, porém, não a possui.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) possui algumas informações a mais sobre a exposição ao frio.

Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de


instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta
adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas,
isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem
protegidos contra as radiações térmicas.

Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas
dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho (BRASIL, 1943; 1977, on-line).

Observando estes dois artigos, notamos a importância da utilização dos EPIs e de medidas coletivas de
proteção. Além disso, no art.178 é determinado que o MTE possui competências para definir os limites de
tolerância para a exposição do trabalhador ao frio. Para caracterizar a presença do frio, a CLT nos fornece
mais algumas informações a respeito em seu art. 253, relativo ao trabalho em frigorífico.

Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para
os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será
assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo
como de trabalho efetivo.

Parágrafo único. Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que
for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do
Ministério do Trabalho, Industria e Comércio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus) (BRASIL, 1943, on-
line).

O parágrafo único do art. 253 definiu o que deve ser considerado em um ambiente artificialmente frio,
separando por zonas climáticas. O mesmo parágrafo cita que deve ser usado o mapa oficial do Ministério
do Trabalho, Indústria e Comércio (MTE), sendo que o MTE adota o mapa de climas do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Por exemplo, o Paraná, especificamente a região Sudoeste, enquadra-se
no clima mesotérmico, caracterizando como frio abaixo da temperatura de 10°C. Conclui-se que qualquer
ambiente artificialmente frio nessa região, que esteja abaixo de 10 ºC, será considerado prejudicial à
saúde (levando em conta os demais parâmetros, principalmente o tempo de exposição), conforme o
parágrafo único do art. 253 da CLT, será considerado um ambiente artificialmente frio o que for inferior a
10 ºC na quinta, sexta e sétima zonas climáticas.
Está disponível o mapa de climas do IBGE, utilizado como mapa oficial pelo Ministério
do Trabalho, Indústria e Comércio. Para saber mais, acesse:
< ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/climatologia/mapas/brasil/clima.pdf
>.

Fonte: o autor.

Complementado o Anexo n. 9 da NR-15, que não estabelece limites mínimos para a exposição ao frio, a
NR-29 apresenta, por meio da Tabela 1, as jornadas de trabalho para determinadas faixas de temperatura,
admitindo a alternância entre trabalho e repouso/recuperação fora do ambiente frio, independentemente
do EPI utilizado pelo trabalhador.

Tabela 1 - Regime de trabalho diário em baixas temperaturas

*faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o IBGE. ** faixa de
temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de acordo com o IBGE. *** faixa de
temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o IBGE.

Fonte: adaptado de Brasil (1997, on-line).

Conforme pudemos observar, a Tabela 1 expõe a relação entre as faixas de temperatura de bulbo seco,
com a máxima exposição diária permissível para pessoas adequadamente vestidas para a exposição ao
frio. Além disso, podemos observar que a primeira parte da Tabela é exatamente a interpretação do art.
253 da CLT com o mapa oficial do IBGE.
MEDIDAS DE CONTROLE
Para um ambiente considerado insalubre, ou seja, em ambientes extremamente frios, é bastante
complicada a análise da neutralização do agente pelo uso de EPI. Além disso, a respiração do ar frio é
aquecida e já chega aos pulmões em temperatura ideal. Exemplo disso são os habitantes dos trópicos, que
respiram o ar extremamente gelado. Quanto mais extrema essa temperatura, mais difícil fica para o
sistema respiratório realizar o aquecimento do ar respirado. Então, para que realmente seja controlada a
questão da insalubridade, devem ser adotadas medidas de controle além do EPI, tais como (SILVA, 2015):

• Revezamento durante as atividades.

• Evitar trabalho solitário.

• Evitar trabalhos que causem sudorese excessiva.

• Certificar que a roupa não está molhada.

• Evitar umedecimento de partes do corpo.

• Estabelecimento de pausas para descanso.

• Sala de descanso apropriada e climatizada.

• Evitar assentos metálicos ou desprotegidos.

• Hidratação.

• Monitoramento da saúde dos trabalhadores.

• Automação das atividades.


• Exames médicos periódicos

Como medidas de controle no ambiente, podemos destacar:

• Controle da temperatura e velocidade do ar.

• Aclimatação por meio de exposição gradual ao frio.

• Adoção de procedimentos adequados em ambientes frios.

• Treinamentos adequados.

Segundo a ACGIH (2011, on-line), os trabalhadores devem ser treinados nos procedimentos de segurança
e saúde. Os programas de treinamento deveriam incluir, no mínimo, instruções em:

a. Procedimentos adequados de reaquecimento e tratamento de primeiros socorros.

b. Uso adequado de vestimentas.

c. Hábitos adequados de alimentação e ingestão de líquidos.

d.Reconhecimento de sinais e sintomas de hipotermia iminente ou de resfriamento excessivo do corpo


mesmo quando não ocorrem tremores.

e. Práticas de trabalho seguro.

Segundo a revista “Consultor Jurídico” (2016, on-line) ¹ trabalhar em qualquer lugar


,

artifcialmente frio garante ao empregado o intervalo para a recuperação térmica,


mesmo não executando as suas atividades no interior de câmara frigorífca. Para saber
mais, acesse: < https://www.conjur.com.br/2016-out-03/ambiente-artifcialmente-frio-
garante-pausa-recuperacao-termica >.

Fonte: a autora.

Modelo de laudo técnico (insalubridade, exposição ao


frio)

1) OBJETIVO
O presente Laudo Pericial tem por objetivo a apuração da existência de insalubridade na(s) atividade(s)
laborais executadas pela Reclamante, em conformidade com os critérios previstos nos Anexos da NR-15,
Portaria n. 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, com suas modificações e acréscimos
posteriores; em atendimento ao Termo de Audiência, folha XX dos autos.

2)ALEGAÇÕES DO RECLAMANTE DESCRITAS NA


INICIAL

O Reclamante alega na inicial que: Durante todo pacto laboral, esteve em contato permanente,
diariamente, com os agentes insalubres, por ter de adentrar em Câmaras Frigoríficas.

O Reclamante, na função de Açougueiro, laborava com produtos frios e congelados, entrando e saindo,
continuamente, nas câmaras congeladas e resfriadas, abastecendo balcões frigoríficos, retirando,
estocando e arrumando mercadorias das câmaras congeladas e resfriadas, dentre outras, atividades que
se desenvolvia durante todo o dia. Em média, 15 vezes ao dia, e entorno de 10/15 minutos em cada uma
delas, tinha que entrar nestes locais para desenvolver sua atividade.

3) INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A DILIGÊNCIA

A diligência pericial foi realizada no dia 05 de abril de 2017 às 13h30m, nas dependências da Reclamada
situada à Rua XXXX, n. XX, bairro XX, no município de Maringá/ PR; com a presença do Reclamante.

4) METODOLOGIA

Para a elaboração e conclusões periciais, este Perito usou dos seguintes critérios/procedimentos:
Apuração das funções exercidas pelo Reclamante; Apuração das atividades e locais de trabalho do
Reclamante; Prestação de informações pelo Reclamante e pela Reclamada, consulta a documentos e
registros; Inspeção dos locais de trabalho do Reclamante; Análise de todas as etapas de execução das
atividades de atribuição do Reclamante; Identificação qualitativa dos agentes insalubres com potencial de
causar danos à integridade física do Reclamante, se existentes nas suas atividades e/ou locais de trabalho.
O perito entrevistou os Informantes citados no subitem 4.1, exercendo suas atribuições conforme
preceitua o Código de Processo Civil.
4.1) INFORMANTES

As informações sobre as atividades e locais de trabalho da Reclamante, referentes ao período do seu


pacto laboral com a Reclamada, foram obtidas com as seguintes pessoas: O Reclamante compareceu,
informou suas atividades, locais de trabalho e acompanhou a(s) vistoria(s) e pesquisa(s) realizadas na
Reclamada.

5) DADOS FUNCIONAIS DA RECLAMANTE

Cargo: Açougueiro

Data: início/promoção: 2.5.2016

Horário de Trabalho: de segunda a sábado das 07h00min às 15h00min, com intervalo das 12h00min às
13h00min para almoço.

O Reclamante encontra-se exercendo suas atividades laborais no cargo de Açougueiro até a presente
data da diligência, realizada em 5.4.2017.

6) DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO RECLAMANTE

Corte e preparo de carnes na sala de preparo; atendimento a clientes; retirada de mercadorias da câmara
resfriada e da câmara congelada; recebimento e estocagem de mercadorias na câmara resfriada e na
câmara congelada; reposição do setor externo do Açougue: balcão e ilha de congelados.

7) CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DE TRABALHO

A Reclamada tem como atividade econômica principal o comércio varejista de mercadorias em geral, com
predominância de produtos alimentícios. A Reclamada está registrada, conforme verificado no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica e nos autos, no endereço: Rua XXX, n. XX bairro XX, no município de
Maringá/PR. Neste local, o Reclamante executou suas atividades durante o pacto laboral. A Reclamada
possui uma câmara de congelamento e duas câmaras refrigeradas, sendo uma destinada ao setor de frios
e a outra específica para o setor de Açougue, denominada câmara de resfriados do Açougue. A Reclamada
informou que o monitoramento da temperatura das câmaras é realizado através de observação visual do
termômetro localizado na parte externa das mesmas. Quando observada qualquer anomalia em relação
às temperaturas, é realizada manutenção para reparação das câmaras. Não foi apresentado nenhum
registro de controle de temperatura das câmaras e de aferição/ calibração dos termômetros. O
Açougueiro laborava nas instalações com as seguintes características: Sala de Preparo: Comprimento:
5,39 m; Largura: 2,55 m; Pé direito: 2,95 m; Altura até o evaporador: 2,25 m; Câmara de Congelados:
Comprimento: 6,40 m; Largura: 4,37 m; Pé direito: 2,07 m

8) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

A elaboração da prova pericial e a análise de insalubridade nas atividades e no local de trabalho do


Reclamante foram realizadas com base nos seguintes diplomas legais:

Art. 189 da Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V do Título II da Consolidação
das Leis do Trabalho, relativo a atividades e operações insalubres;

Art. 191 da Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de1977, que altera o Capítulo V do Título II da Consolidação
das Leis do Trabalho, relativo a medidas a serem adotadas para a eliminação ou neutralização da
insalubridade;

Art. 253 da Seção VII do Capítulo I do Título III da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo aos serviços
frigoríficos; Portaria n. 21, de 26 de dezembro de 1994 do Ministério do Trabalho e Emprego;

Norma Regulamentadora n. 15 - NR-15 e seus Anexos, Portaria n. 3.214/78 do Ministério do Trabalho e


Emprego, com suas modificações e acréscimos posteriores, que estabelece os critérios para avaliação das
atividades e operações insalubres;

Norma Regulamentadora n. 6 - NR-6 da Portaria n. 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, com


suas modificações e acréscimos posteriores, que estabelece diretrizes sobre Equipamento de Proteção
Individual – EPI.

9) FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA E CIENTÍFICA

Referências bibliográficas.

10) ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE AGENTES


INSALUBRES - RISCOS FÍSICOS
Após a realização da análise das atividades desenvolvidas pelo Reclamante em seu local de trabalho, o
subitem a seguir apresenta o resultado das avaliações dos agentes potencialmente insalubres.

10.1 FRIO - NR-1 - ANEXO 9: Reconhecido na avaliação qualitativa. As partes informaram que as
atividades na câmara de congelados e câmara resfriada são executadas pelo Reclamante nas seguintes
situações: absenteísmo ou folga semanal de um dos operadores de câmara; ausência momentânea por
motivos diversos de um dos operadores de câmara durante a jornada de trabalho; absenteísmo ou folga
semanal do encarregado do Açougue; ausência momentânea por motivos diversos do encarregado do
Açougue durante a jornada de trabalho; quadro de pessoal insuficiente.

O quadro de operadores de câmara está incompleto, atualmente, há somente 2 operadores de câmara,


sendo um operador no horário das 06h00min às 14h30min e um operador no horário das 13h50min às
22h00min. O Reclamante se expos aos efeitos danosos do frio, tendo em vista seu acesso habitual à
câmara de congelados com temperatura mínima variando de (0 a -10 ºC); foi informado pelas partes que o
Reclamante adentra a referida câmara diariamente, com frequência média variando de 3 a 5 vezes ao dia
e duração média de 5 minutos por vez.

O Reclamante adentra à câmara de congelados e permanece no interior da mesma, de 5 a 10 minutos


durante a execução da estocagem de mercadorias na referida câmara. Foi realizada a medição da
temperatura com termômetro de bulbo de seco na câmara de congelados com a porta aberta e no
momento da diligência foi registrada a temperatura de -4 ºC. O Reclamante se expõe aos efeitos danosos
do frio, tendo em vista seu acesso à câmara de resfriados do Açougue com temperatura mínima variando
de (6 a 0 º C); foi informado pelas partes que o Reclamante adentra a referida câmara diariamente, com
frequência média variando de 3 a 5 vezes ao dia e duração média de 3 minutos por vez.

O Reclamante adentrava à câmara de resfriados e permanecia no interior da mesma, de 5 a 10 minutos


durante a execução da estocagem de mercadorias na referida câmara. A temperatura medida, com
termômetro de bulbo seco na câmara de resfriados, no momento da diligência, foi de 3 ºC.

O Reclamante esteve e ainda está sujeito aos efeitos danosos causado pelo choque térmico, resultante
das entradas e saídas nas câmaras artificialmente frias. O Reclamante tem acesso habitual à sala de
preparo para corte e preparo de carnes; foi informado pelas partes que a frequência do Reclamante nesta
ocorria diariamente, de acordo com a demanda e necessidade de execução da atividade, com duração de
10 a 20 minutos por vez.

A temperatura mínima na sala de preparo é de 13 ºC, este valor é superior à temperatura de 12 ºC que
caracteriza ambiente artificialmente frio no município de Maringá. Foi realizada a medição da
temperatura com termômetro de bulbo seco na sala de preparo e, no momento da diligência, foi
registrada a temperatura de 14 ºC. A Reclamada informou que, na ausência dos operadores ou em
situações com solicitações simultâneas de retirada de mercadorias das câmaras, o encarregado do
Açougue é o responsável por adentrar as câmaras.

Entretanto, não há documento ou procedimento formal que comprove a referida orientação. Os


Açougueiros adentram a câmara fria e a câmara congelada de forma habitual e rotineira. Este Perito
Oficial constatou, na diligência, que os Açougueiros entram nas câmaras sem o uso da proteção adequada.
A este respeito, a normativa vigente determina: NR-15 - ANEXO N. 9 FRIO 1. As atividades ou operações
executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. A Norma Regulamentadora, no Anexo n.
9, não fixou limites para exposição ao frio, estabelecendo o critério qualitativo para a caracterização da
insalubridade por este agente, entretanto, a CLT, ao tratar de serviços frigoríficos, no Capítulo I - Das
Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho, Seção VII - Dos Serviços Frigoríficos. Art.
253. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40
(quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso,
computando este intervalo como de trabalho efetivo. Segundo a Portaria n. 21/94, o mapa oficial do MTE,
a que se refere o art. 253 da CLT, a ser considerado para fins de insalubridade é o Mapa - Brasil Climas - do
IBGE, publicado em 1978 e que define as zonas climáticas brasileiras. A cidade de Maringá está inserida
na quarta zona climática do referido mapa e, para temperatura abaixo ou igual a 12 °C, deve-se considerar
o ambiente artificialmente frio. Desta forma, as câmaras de congelados e resfriados do Açougue, onde o
Reclamante realizava parte de suas atividades diárias, são consideradas artificialmente frias pela
normativa vigente. Dentre os efeitos provocados pela exposição ao frio, temos: enregelamento dos
membros; pés de imersão; ulceração do frio; doenças reumáticas e respiratórias.

13) UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO

Em diligência, ficou apurado que o Reclamante fazia uso de: uniforme; botas de PVC; luvas de aço e blusa
de manga comprida. Os EPIs fornecidos pela Reclamada, conforme apurado, não neutralizam a ação do
agente insalubre.

Os EPIs indicados para trabalhos realizados neste local são: blusão, luvas, calça, meias e botas térmicas;
máscara. Conforme informado pelas partes durante a diligência, o blusão e a luva térmica existentes no
Reclamado para proteção contra baixas temperaturas, eram/são de uso coletivo e ficavam disponíveis
próximos à porta da câmara de resfriados, o que desnatura o princípio básico do EPI - Equipamento de
Proteção Individual.

14) RESPOSTAS AOS QUESITOS DA RECLAMANTE

1. Quais as funções exercidas pelo Reclamante ao longo do pacto laboral?

2. Quais as atividades exercidas pelo Reclamante no desempenho destas funções?

3. Quais locais o Reclamante frequentava no desempenho de suas atividades?

4. O Reclamante frequentava câmaras frias ou resfriadas ou congeladas?

5.Com qual frequência o Reclamante frequentava esses lugares (câmaras frias ou resfriadas) e quanto
tempo permanecia nesses lugares?

6. Qual a temperatura desses lugares (câmaras frias ou resfriadas)?


7. Estes lugares ficavam próximos a algum forno? Ou outro setor de temperatura alta? Qual a temperatura
desse lugar?

8.Qual a temperatura externa do local externo onde o Reclamante trabalhava, quando ele não estava
dentro das câmaras frias ou resfriadas?

9. O Reclamante usava EPI fornecido pela Reclamada? Qual?

10. Se existia EPI, ele era individual, para cada um dos funcionários que trabalhavam entrando na câmara
fria ou resfriada ou congelada? Ou era apenas um para todos?

11. Qual o estado do EPI utilizado pelo Reclamante? O Reclamante sempre usava o EPI? Se não usava, por
qual motivo?

12. O Reclamante usava algum equipamento capaz de impedir a absorção do frio pelas vias respiratórias?

13. O Reclamante, em resposta às questões anteriores, estava exposto a algum agente nocivo insalubre?
Qual o grau desta insalubridade?

14. Os agentes nocivos à saúde estavam acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos?

15. O Reclamante estava exposto aos efeitos danosos do choque de temperatura em decorrência dos dois
ambientes frequentados por ele (externo e interno das câmaras frias ou resfriadas ou congeladas)?

16. O EPI fornecido oferecia proteção a quais partes do corpo do Reclamante?

17. Havia proteção às vias respiratórias? Ao pescoço? Às mãos?

18. O EPI fornecido pela Reclamada, no estado em que era usado e/ou foi encontrado, está de acordo com
a NR-6?

15) RESPOSTAS AOS QUESITOS DA RECLAMADA

1. Apontar qual o período trabalhado pelo Reclamante junto à Reclamada e sua evolução funcional.

2. Detalhar, no exercício das funções, as tarefas desempenhadas pelo Reclamante no decorrer do contrato
de trabalho.

3. Esclarecer se na loja há operadores de câmaras frias e qual seria a função dos referidos operadores.

4. O Reclamante tinha permissão para adentrar as câmaras frigoríficas e de resfriamento no decorrer de


toda a jornada de trabalho?

5. O Reclamante trabalhava em contato com o agente frio?

6. O Reclamante recebeu EPI?

7. Considerando o EPI, as funções do Reclamante e a existência de operadores de câmaras frias, a


atividade do Reclamante pode ser considerada insalubre?
8. Nas câmaras frigoríficas, há advertência aos empregados sobre a obrigatoriedade da utilização do EPI?

16) CONCLUSÃO

Após pesquisas e avaliações realizadas com base na Norma Regulamentadora NR-15, nas apurações em
diligência e no que se depreende dos autos, passa o Perito Oficial a apresentar sua conclusão. Durante seu
pacto laboral na função de Açougueiro, o Reclamante esteve exposto ao agente potencialmente insalubre:
FRIO. Nas operações ou atividades que exponham os trabalhadores aos efeitos danosos do frio, sem o uso
da proteção adequada, fica caracterizada a insalubridade em grau médio, conforme o Anexo 9 da NR-15.
Face ao apurado, é entendimento técnico deste Perito Oficial, à luz da razão e com a devida segurança,
que há caracterização de insalubridade em grau médio nas atividades exercidas pelo Reclamante na
função de Açougueiro, conforme fundamentação no Laudo Pericial. Salvo maior entendimento do Juízo.
Até provar o contrário, o Perito aqui designado, considerou como de boa-fé todas as informações verbais
ou escritas utilizadas na elaboração do presente trabalho técnico; que, no entanto, a responsabilidade
última quanto à sua veracidade é dos próprios autores ou informantes.

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ATIVIDADES
1.Para realizar a avaliação ocupacional ao frio, quais as duas variáveis que deverão ser levadas em
consideração para a análise? Assinale a alternativa correta.

a) Temperatura e velocidade do ar.

b) Umidade relativa e temperatura do ar.

c) Temperatura radiante e velocidade do ar.

d) Temperatura de globo úmido e temperatura radiante.

e) Velocidade do ar e umidade relativa.

2. Conforme o art. 253: “os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40
minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de repouso”. Qual será este tempo de repouso?
Assinale a alternativa correta.

a) 10 minutos.

b) 15 minutos.

c) 20 minutos.

d) 25 minutos.

e) 30 minutos.
3. Em relação à medida de controle do ambiente, assinale a alternativa incorreta.

a) Controle da temperatura e velocidade do ar.

b) Aclimatação por meio de exposição gradual ao frio.

c) Adoção de procedimentos adequados em ambientes frios.

d) Treinamentos adequados.

e) Automação das atividades.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), neste estudo, aprendemos o efeito do frio no organismo, sendo que, quando ocorre a
diminuição da temperatura corporal, o nosso organismo dispara alguns mecanismos para manter a
temperatura interna, dentre eles, a vasodilatação e o tremor. Quando esses mecanismos não forem
suficientes, poderão ocorrer algumas doenças, como a hipotermia e as lesões dermatológicas. Além disso,
aprendemos que o instrumento utilizado para a medição da exposição ao frio é um termômetro de bulbo
seco comum em graus Celsius, com graduação negativa.

Verificamos que a NR-15 é bem restrita para que o avaliador possa caracterizar a insalubridade na
exposição dos trabalhadores, dependendo indiretamente de outros artigos da CLT, como os arts. 177, 178
e 253.

Foram identificadas algumas medidas de controle para um ambiente considerado insalubre, dentre essas
medidas, identificamos a importância da realização de treinamento, da adoção de procedimentos
adequados em ambientes frios, da aclimatação por meio de exposição gradual do frio, do controle da
temperatura e da velocidade do ar.

Por fim, foi exposto um modelo de laudo técnico de avaliação ocupacional ao frio, e alguns itens que
devem constar nele: objetivos, alegações gerais, metodologia, dados funcionais, descrições das atividades,
características do local de trabalho, fundamentação legal, análise e avaliação de agentes insalubres,
utilização de equipamentos de proteção e conclusão.

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Material Complementar

Leitura
Manual Técnico para a Avaliação da Exposição
Ocupacional ao Calor e ao Frio

Autor: Alexandre Pinto da Silva

Editora: LTr

Sinopse: esta obra é focada na avaliação ocupacional de


dois agentes físicos, o calor e o frio, para que os
profissionais de saúde e segurança do trabalho possam
embasar tecnicamente as suas conclusões sobre a
exposição a esses dois agentes, que, se não devidamente
avaliados e controlados, podem ser extremamente
prejudiciais à saúde do trabalhador.

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REFERÊNCIAS
ACGIH. Association Advancing Occupational and Environmental Health. 2011 Guide to Occupational
Exposure Values Cincinnati: ACGHI, 2011.
.

BELTRAMI, M.; STUMM, S. Instituto Federal do Paraná – Educação a Distância. Rede e-Tec Brasil. Higiene
no Trabalho Curitiba: IFPR, 2013.
.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1° de maio de 1943 Aprova


. a Consolidação das Leis do Trabalho.
Disponível em: Acesso em: 15 jun. 2018.
.

______. Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977 Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis
.

do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Disponível em:


< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art1 >. Acesso em: 15 jun. 2018.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214, de 8 de


junho de 1978. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Anexo n. 9 Aprova as Normas
.

Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a


Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:
< http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15-ANEXO9.pdf > Acesso em: 15 jun.
.

2018.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214, de 8 de


junho de 1978 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das
.

Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:


< http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf >. Acesso em: 15 jun. 2018.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria SSST n. 53, de 17
de dezembro de 1997 Aprova o texto da Norma Regulamentadora NR-29, relativa à segurança e saúde
.
no trabalho portuário. Disponível em: < https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=181625 > . Acesso
em: 15 jun. 2018

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene Ocupacional Agentes biológicos, químicos
: e
físicos. 6. ed. São Paulo: Senac, 2012.

GALLOIS, N. S. P. Análise das condições de stress e conforto térmico sob baixas temperaturas em
indústrias frigoríficas de Santa Catarina. 2002. 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

MATOS M. P. Exposição ocupacional ao frio. Revista Nacional da Carne São Paulo,


, p. 86-98, nov. 2007.

PARSONS, K. Human thermal environments – The effects of hot, moderate and cold environments on
human health, comfort and performance. 2. ed. New York: Taylor & Francis, 2003.

SILVA, A. P. Temperaturas extremas calor e frio. Manual técnico para


: a avaliação da exposição
ocupacional ao calor e frio. São Paulo: LTr, 2015.

TAKEDA, F.; MORO, A. R. P. Taxa de frequência de acidentes de trabalho em locais com diferentes
temperaturas em um abatedouro de frangos. Espacios, Caracas, v. 36, n. 20, p. 12-14, 2015.

REFERÊNCIAS ON-LINE

¹Em: < https://www.conjur.com.br/2016-out-03/ambiente-artifcialmente-frio-garante-pausa-


recuperacao-termica >. Acesso em: 15 jun. 2018

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), neste momento, aprofundaremos um pouco mais e aprenderemos o que é uma atividade
insalubre. Então, vamos lá!

Uma atividade é considerada insalubre quando expõe os trabalhadores a agentes nocivos à saúde acima
dos limites de tolerância permitidos. As condições de trabalho insalubre estão expostas na NR-15, na
Portaria n. 3.214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego, a qual descreve quais agentes químicos,
físicos e biológicos são prejudicais à saúde do trabalhador, e estabelece os limites de tolerância do
organismo a estas agressões. Segundo a NR-15, o limite de tolerância é a concentração ou a intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente e que não causará
danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

Levando em consideração estes aspectos, não podemos confundir trabalho penoso e perigoso com
atividades insalubres. Entende-se que o trabalho penoso é aquela atividade que causa cansaço, desgaste,
fadiga e demanda excessiva de força física e mental. São os casos intermediários, nem insalubres, nem
perigosos, mas que podem fazer o trabalhador desenvolver doenças e até levar à morte. Trabalho
perigoso é considerado aquele onde o empregado desenvolve uma atividade perigosa ou está exposto a
produtos inflamáveis (como gasolina, álcool, dentre outros), ou explosivos em condições de risco, os quais
podem tirar a vida do trabalhador na ocorrência de um único acidente, como uma explosão.

A caracterização da insalubridade será realizada por meio de um laudo técnico assinado por um
engenheiro de segurança do trabalho ou por um médico do trabalho devidamente habilitado, além de fixar
adicional aos trabalhadores expostos à insalubridade quando é impraticável a sua eliminação ou
neutralização.

A eliminação ou a neutralização da insalubridade pode ocorrer tanto com a adaptação do ambiente de


trabalho de forma a atender aos limites técnicos de exposição do trabalhador à insalubridade, conforme
definido nas normas regulamentadoras, como também por meio da utilização de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs).

Como a legislação determina quais os agentes considerados nocivos à saúde, não será aceitável apenas o
laudo pericial para que o trabalhador tenha direito ao respectivo adicional. É preciso que a atividade
exposta pelo laudo pericial como insalubre esteja prevista na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho, tal como definido pela NR-15. A jornada de trabalho deverá ser reduzida em situações em que o
trabalhador se encontra em condições insalubres, com valores acima do limite de tolerância,
considerando que a exposição prolongada a agentes agressivos pode causar danos irreparáveis à saúde do
trabalhador.

Além disso, o trabalho em condições insalubre assegura ao trabalhador a percepção do adicional de


insalubridade equivalente a 40% (grau máximo), 20% (grau médio) e 10% (grau mínimo). No caso de
incidência do trabalhador a mais de um fator insalubre, apenas será considerado aquele de grau mais
elevado para efeito de acréscimo salarial. O adicional de insalubridade, portanto, é pago ao trabalhador
que exerce a sua atividade em ambiente nocivo à saúde, e o seu percentual é calculado de acordo com a
classificação do grau com divergência na base de cálculo, predominantemente sendo calculado sobre o
salário mínimo, dada a base legal supracitado.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214, de 8 de


junho de 1978 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das
.

Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:


< http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf >. Acesso em: 15 jun. 2018.

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação


.

a Distância; FIGUEIREDO, Ana Paula Micali.

Avaliação de Sobrecarga Térmica e Iluminação.

Ana Paula Micali Figueiredo.


Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.

32 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Avaliação. 2. Sobrecarga. 3. Térmica

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 331.25

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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ILUMINAÇÃO

Professor (a) :

Me. Ana Paula Micali Figueiredo

Objetivos de aprendizagem
• Definir iluminação e conhecer os seus efeitos fisiológicos.

• Analisar as normas que são utilizadas em relação aos aspectos de iluminação no ambiente de trabalho e
conhecer os procedimentos de avaliação utilizados.

• Entender a importância de um bom planejamento de iluminação e elaborar um laudo técnico.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Iluminação: considerações iniciais

• Avaliação de iluminância

• Planejamento da iluminação

Introdução
Caro(a) aluno(a), neste estudo, você aprenderá alguns conceitos fundamentais de iluminação e que são de
extrema relevância para todos aqueles que visam a compreender, ainda que de forma geral, alguns efeitos
que o mal planejamento da iluminação poderá trazer para nós, trabalhadores.

Atualmente, a luz é um elemento indispensável às nossas vidas. Tal situação faz com que a encaremos de
forma natural e que ignoremos a real necessidade de conhecê-la e compreendê-la. No decorrer dos anos,
os sistemas de iluminação evoluíram, e hoje temos diversos tipos de equipamentos disponíveis para as
mais diversas aplicações.

Desta maneira, sabemos que a qualidade da luz é decisiva no desempenho das atividades e em nosso bem-
estar. Além disso, saber controlar a qualidade e a quantidade de iluminação do ambiente é de extrema
importância para ter um adequado ambiente de trabalho.

Inicialmente, discutiremos sobre os tipos de iluminação e os seus efeitos fisiológicos provocados no


organismo. Em seguida, por sua vez, estudaremos as normas vigentes e os procedimentos de avaliação.
Por fim, veremos como realizar um bom projeto de iluminação e a execução de um laudo técnico.

Assim, ao término desse estudo, você será capaz de compreender os conceitos fundamentais de
iluminação que influenciam o ambiente de trabalho, além de executar laudos técnicos.
Espero que você possa aproveitar bem o conteúdo e que eu consiga contribuir para o seu desempenho
acadêmico.

Bom estudo!

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ILUMINAÇÃO:
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para a elaboração de projetos de iluminação em posto de trabalho, é necessário conhecer as variáveis
fotométricas. Dentre essas variáveis, podemos destacar (IIDA; GUIMARÃES, 2016):

Quadro 1 - Definição das principais variáveis fotométricas usadas na iluminação


Fonte: Iida; Guimarães (2016).

Conforme as normas de segurança do trabalho, em relação à iluminação, devemos verificar se os níveis de


iluminamento estão de acordo com o que as normas estabelecem para cada atividade realizada, de
maneira que não haja excesso ou falta de iluminamento (BELTRAMI; STUMM, 2013).

Segundo Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012), existem duas formas básicas de iluminação, sendo que o
posto de trabalho deverá conter iluminação adequada de acordo com as atividades desenvolvidas no
ambiente.

• Iluminação natural : é aquela gerada pela luz solar, e o seu aproveitamento pode ser de maneira direta
ou indireta.

• Iluminação artificial é aquela gerada por um sistema elétrico, sendo que esse tipo de iluminação pode
:

ser geral (do ambiente de trabalho, uniformemente distribuída) ou suplementar (instalada próxima ao
trabalhador com o objetivo de ter maior iluminação).

Efeitos fisiológicos da luz

Quando não há uma iluminação adequada no posto de trabalho, podemos observar algumas
consequências, tais como: fadiga visual, diminuição da produtividade e maiores riscos de acidente de
trabalho. Além disso, existem alguns fatores que influenciam na capacidade da discriminação visual, como
a faixa etária, as diferenças individuais, a quantidade de luz, o tempo de exposição e o ofuscamento (SESI,
2007; IIDA; GUIMARÃES, 2016).

Quantidade de luz

No decorrer dos anos, os sistemas de iluminação nos ambientes de trabalho foram dimensionados de
modo a economizar energia elétrica. Na década de 50, os valores recomendados oscilavam em torno de
10 a 50 lux, bem inferiores aos recomendados atualmente.

Nos dias atuais, além do desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes e econômicas, as recomendações
são até dez vezes mais intensas. A iluminação deficiente e a consequente fadiga visual podem causar até
20% de todos os acidentes de trabalho.
Queiroz et al. (2010) analisaram os impactos da iluminação inadequada em área de
internação hospitalar. Os autores obtiveram como resultado o fato de que a iluminação
estava inferior aos valores recomendados pela legislação, ressaltando o elevado índice
de acidentes de trabalho e de absenteísmo. Para saber mais, acesse:
< https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos10/3_ILUMINACAO%20REVISADO.pdf >
.

Fonte: a autora.

Tempo de exposição

Para a determinação do tempo de exposição de um objeto, este dependerá de seu tamanho, seu contraste
e nível de iluminamento. Em alguns casos, é necessário apenas um segundo para que haja uma correta
determinação. Quando os objetos são pequenos e o contraste é baixo, poderá ocorrer um aumento no
tempo necessário. Por exemplo, se o contraste for reduzido de 70% para 50%, o tempo de identificação
aumentará em quatro vezes (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

Além disso, os olhos possuem dificuldade em analisar objetos em movimento. Por exemplo, quanto maior
a velocidade de uma esteira transportadora, maiores as chances de alguns objetos passarem
despercebidos, diminuindo a eficiência da identificação.

Figura 1 - Esteira transportadora de objetos

Ofuscamento

Quando há objetos ou superfícies de grande luminância, ocorre a redução da eficiência visual, ou seja, o
ofuscamento. Ele poderá ser causado pelo sol, por reflexões em superfícies polidas, pela presença de
lâmpadas no campo visual, entre outros. A retina é capaz de adaptar-se a diferentes níveis de luminância,
desde que os contrastes não sejam muito grandes. Além disso, quanto mais escuro for o ambiente, maior
será a vulnerabilidade dos olhos ao ofuscamento (IIDA; GUIMARÃES, 2016).
Segundo Iida e Guimarães (2016), existem diversos tipos de ofuscamento, como o desconforto visual,
provocado pela presença de pontos luminosos no campo de visão, distraindo a atenção e produzindo
fadiga e incapacitação para enxergar, que ocorre quando há luzes muito intensas que surgem
repentinamente no campo visual, podendo levar à “cegueira” temporária.

O ofuscamento pode ser direto, quando ocorre a presença de forte brilho no campo visual, ou indireto,
causado por reflexão. A medida mais eficaz para acabar com o ofuscamento é a eliminação da fonte de
brilho e a substituição de fontes refletoras no campo visual. Por exemplo, a troca dos monitores CRT
( Cathode Ray Tube ) por monitores LCD (Liquid Crystal Display ).

Fadiga visual

A fadiga visual é uma manifestação de desconforto, de dor e de irritação visual. Essas manifestações
acabam diminuindo a eficiência da visão e podem causar dores de cabeça, náuseas e irritabilidade e,
consequentemente, haverá quedas no rendimento e na qualidade do trabalho (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

Algumas atividades são mais suscetíveis à fadiga visual, dentre elas, aquelas que exigem grande
concentração. Assim, para evitar a fadiga, se torna importante um cuidadoso planejamento de iluminação,
assegurando a focalização do objeto a partir de uma postura confortável. A luz também deve ser
planejada, para não produzir sombras, ofuscamentos ou reflexos indesejáveis.

Por outro lado, com o aumento da idade, diminuem a precisão na discriminação de pequenos detalhes e a
sensibilidade dos olhos, necessitando do aumento de iluminação para prevenir a fadiga visual.

AVALIAÇÃO DE ILUMINÂNCIA
Instrumentos para avaliação da iluminação

O equipamento utilizado na avaliação da iluminação é o luxímetro. Este instrumento possui uma


fotocélula, que, função do ângulo de incidência, deverá estar corrigida para a sensibilidade do olho
humano. A fotocélula funciona como um sensor, que, por sua vez, é lido pelo medidor e fornecerá o nível
de iluminância na unidade de medida lux (BELTRAMI; STUMM, 2013).

Avaliação de iluminância

A NR-17 dispõe sobre as condições ambientais de trabalho, e no item 17.5.3 são apresentadas as normas
estabelecidas em relação aos aspectos de iluminação de locais de trabalho (BRASIL, 1978).

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento,
reflexões incômodas, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de
iluminância estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de
trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a
sensibilidade do olho humano em função do ângulo de incidência.

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um
plano horizontal a 0,75 m do piso.

Conforme a NBR 5413 (BRASIL,1992), para a definição da iluminância, é recomendado considerar os


seguintes procedimentos: sendo os valores de iluminância por classe de tarefas visuais (Tabela 1) e o uso
adequado da iluminância especifíca, que é determinado por três fatores (Tabela 2).

Tabela 1 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais


Fonte: ABNT (1992).

Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada

Fonte: ABNT (1992)

De acordo com a tabela da NBR ISO 5413 (ABNT,1992) o procedimento deverá ser realizado da seguinte
maneira:

a. Analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1).

b. Somar os três valores encontrados, algebricamente, considerando o seu sinal.

c.Quando o valor total é igual a -2 ou -3, se usa a iluminância mais baixa do grupo, é utilizada a
iluminância superior quando a soma for +2 ou +3; nos outros casos, se utiliza o valor médio.

5.2.3 A maioria das tarefas visuais apresenta, pelo menos, média precisão.

5.2.4 Em 5.3, para cada tipo de local ou atividade, três iluminâncias são indicadas, sendo a seleção do valor
recomendado feita da seguinte maneira:

5.2.4.1 Das três iluminâncias, considerar o valor do meio, devendo este ser utilizado em todos os casos.

5.2.4.2 O valor mais alto, das três iluminâncias, deve ser utilizado quando:
a. a tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos;

b. erros são de difícil correção;

c. o trabalho visual é crítico;

d. alta produtividade ou precisão são de grande importância;

e. a capacidade visual do observador está abaixo da média.

5.2.4.3 O valor mais baixo das três iluminâncias pode ser usado quando:

a. Refletâncias ou contrastes são relativamente altos.

b. A velocidade e/ou precisão não são importantes.

c. A tarefa é executada ocasionalmente.

Quando não houver determinada atividade citada na norma NBR 5384 (ABNT, 1992), poderá ser utilizada
a Tabela 1 dessa norma para generalizar os tipos de ambiente não citado.

Para saber mais sobre os valores considerados de iluminância para cada tipo de
atividade, consulte o manual da NBR-5412 produzido pela ABNT.

Fonte: a autora.

Procedimentos de avaliação e amostragem

Para uma correta leitura dos níveis de iluminamento, deve-se realizar a calibragem do luxímetro e expor o
instrumento na luz com quinze minutos de antecedência à coleta para que a célula fotoelétrica possa
estabilizar. Além disso, o instrumento deverá ficar de maneira paralela à superfície. É importante observar
a existência de sombra do trabalhador sobre o instrumento, podendo interferir no resultado final. Sendo
que, para ter resultados eficazes, as leituras deverão ser realizadas nas piores situações de exposição, por
exemplo, em dias nublados ou quando houver reflexão de luz no ambiente de trabalho (BREVIGLIERO;
POSSEBON; SPINELLI, 2012).

Conforme a NR-17 e a NBR 5413 (BRASIL, 1978), quando não há um campo de trabalho definido, este
deverá ser em um plano horizontal a 0,75 metros do piso, de forma que a leitura deverá ser realizada
nesta posição.

Além disso, deverão ser realizadas algumas amostragens, visando a recolher dados de alguns pontos de
tarefas visuais para avaliar a eficiência e a adequação do sistema de iluminação, não sendo necessário o
levantamento de todos os pontos existentes, mas sim, amostralmente, de todos os tipos de tarefas visuais
e de áreas de circulação ou passagem (SESI, 2007).
PLANEJAMENTO DA
ILUMINAÇÃO
Para ter um bom projeto de iluminação, dependerá de ele ser bem projetado desde as etapas iniciais,
fazendo uso adequado da iluminação natural e da suplementação com iluminação artificial. A luz natural,
além de ter boa qualidade, proporciona economia de energia, tomando cuidado apenas com a incidência
direta da iluminação em paredes envidraçadas, evitando, assim, o aquecimento do ambiente. Com isto,
por meio do uso adequado de cores e contrastes, haverá um bom ambiente de trabalho, onde as pessoas
se sentirão confortáveis, ocorrendo um aumento de produtividade.

Modelo de laudo técnico de avaliação de iluminância

O presente laudo tem por objetivo apresentar as condições de iluminamento no estabelecimento em


referência, e orientar o empregador para as providências de adequação dos níveis de iluminamento nos
postos de trabalhos.

I – Metodologia de avaliação

Para a quantificação do calor, foi utilizado o luxímetro, conforme a NR-17 da Portaria n. 3.214 (BRASIL,
1978). O luxímetro foi colocado em cima da mesa do escritório, de modo que o trabalhador não fizesse
sombra sobre o equipamento. As leituras foram obtidas após quinze minutos de estabilização.

II - Descrição das condições de exposição avaliadas


Função: Secretária

Descrição das atividades:

• Atender pacientes.

• Atender aos telefonemas.

• Realizar a separação de documentos.

• Realizar check-in e novos cadastros de pacientes no computador.

Local de trabalho: Sala de aproximadamente 20m2 pé direito de 3 metros, laje, piso de porcelanato,
,

paredes de alvenaria, ar-condicionado, iluminação artificial com lâmpadas LED.

Fatores determinantes: a idade da secretária é de 35 anos, a atividade é considerada de precisão


importante, a cor predominante das paredes e do piso é branco, cujo índice de refletância é superior a
70%.

III – Conclusão

A iluminância avaliada no momento da perícia foi superior a 500 lux, considerada adequada, de acordo
com a NBR 5413, para iluminação de interiores, que prevê, para essa atividade, uma iluminação mínima de
500-1000 lux.

Em 2013, a ABNT criou a norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 para substituir e
cancelar a norma ABNT NBR 5413:1992. Devido à alteração de alguns conceitos
técnicos e a critérios rígidos de avaliação, a NR-17 não adotou esta normativa. Então
vale ressaltar que, conforme a nota técnica 224-2014, deverá ser considerada, para fins
de avaliação, a norma ABNT NBR 5413:1992.

Fonte: a autora.

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ATIVIDADES
1. Em relação aos nossos estudos sobre a fadiga visual, assinale a assertiva incorreta.

a) A fadiga visual é uma manifestação de desconforto, de dor e de irritação visual.

b) Com o aumento da idade, aumentam a precisão na discriminação de pequenos detalhes e a


sensibilidade dos olhos.

c)Algumas atividades são mais suscetíveis à fadiga visual, dentre elas, as que exigem grande
concentração.

d) Para evitar a fadiga, é importante um cuidadoso planejamento de iluminação.

e) A fadiga pode causar dores de cabeça, náuseas e irritabilidade no trabalhador.

2. Conforme a NR-17, quando não há um campo de trabalho, em qual altura deverá ser realizada a leitura
de iluminamento? Assinale a alternativa correta.

a) 0,25 m.

b) 0,50 m.

c) 0,75 m.

d) 1 m.

e) A leitura poderá ser realizada diretamente no chão.


3. Um depósito de matéria-prima de uma siderúrgica teve o seu nível de iluminamento medido, e o valor
obtido foi igual a 180 lux. Sabe-se que, neste depósito, há trabalhadores com idade média de 31 anos,
pratica-se a atividade de estudo considerada de precisão importante, a cor predominante das paredes e
do piso é o cinza-claro e o índice de refletância é de 30%. Com base nestes dados e no Quadro a seguir, o
iluminamento desse depósito está de acordo com o que estabelece a norma NBR 5413? Assinale a
alternativa correta.

Fonte: ABNT (1992).

a) A iluminância está adequada, pois o valor mínimo recomendado pela norma é de 100 lux.

b) A iluminância está adequada, pois o valor mínimo recomendado pela norma é de 200 lux.

c) A iluminância está adequada, pois o valor mínimo recomendado pela norma é de 300 lux.

d) A iluminância não está adequada, pois está acima de 150 lux. Deve-se realizar a adequação deste
ambiente.

e)A iluminância não está adequada, pois está acima de 300 lux. Deve-se realizar a adequação deste
ambiente.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), neste estudo, você aprendeu os termos técnicos básicos utilizados na iluminação, ou
seja, a definição de intensidade luminosa, fluxo luminoso, iluminamento, luminância e reflectância. Depois
estudamos que a iluminação inadequada pode causar fadiga visual, diminuição da produtividade e maior
risco de acidente de trabalho, sendo que o nível de iluminamento interfere diretamente no mecanismo
fisiológico da visão.

Na sequência, abordamos o tipo de instrumento utilizado para a avaliação da iluminação. Além de


conhecermos um pouco da Norma Regulamentadora n.17 e a Norma Técnica NBR ISO 5413
(BRASIL,1992) que indicarão alguns fatores determinantes da iluminância adequada, a classificação da
iluminância por tarefas visuais e por atividades. Em seguida, aprendemos os procedimentos de avaliação e
amostragem.

Por fim, estudamos que um bom planejamento na etapa inicial de um projeto poderá fazer toda diferença
para obter um ambiente com iluminação adequada. Com isto, concluímos com a elaboração de um laudo
técnico de avaliação de iluminância.

Espero ter sido proveitoso para você esse estudo e que eu possa ter contribuído com o seu
desenvolvimento intelectual!

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Material Complementar

Leitura
Iluminação - Teoria e Projeto

Autor: Delio Pereira Guerrini

Editora: Érica

Sinopse: direcionada aos profissionais das áreas de


Engenharia e Arquitetura, como também aos alunos de
cursos técnicos e superiores, esta publicação destaca os
temas essenciais da iluminação com uma linguagem simples
e objetiva. Conceitua luz e espectro eletromagnético, visão
e iluminação. Traz uma abordagem da cor, incluindo a sua
temperatura e o índice de reprodução, e também define a
física da luz. Apresenta as fontes artificiais da luz com as
últimas inovações, como LEDs e indução magnética, além
de diagramas fotométricos.

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REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Iluminância de interiores: NBR ISO 5413 Rio de .

Janeiro: ABNT, 1992.

______. Iluminação de ambientes de trabalho. Parte 1: Interior: NBR ISO 8995-1 Rio de Janeiro: ABNT,
.

2013.

BELTRAMI, M.; STUMM, S. Instituto Federal do Paraná – Educação a Distância. Rede e-Tec Brasil. Higiene
no Trabalho Curitiba: IFPR, 2013.
.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 3.214, de 8 de


junho de 1978. NR 17 – Ergonomia Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II,
.

da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:
< http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf >. Acesso em: 14 jun. 2018.

IIDA, I.; GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia Projeto


: e Produção. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2016.

QUEIROZ, M. T. A.; PAGIOLA, R. G., FERREIRA, W. L.; PEREIRA, P. C. A.; OLIVEIRA, G. S. J. F. Estudo de
caso: Impactos da iluminação inadequada em área de internação hospitalar. In: SIMPÓSIO DE
EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA - SEGeT. 6, 2010, Resende. Anais... Resende: SEGeT, 2010.
Disponível em: < https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos10/3_ILUMINACAO%20REVISADO. pdf >.
Acesso em: 15 jun. 2018.

SESI. Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Técnicas de Avaliação de Agentes Ambientais :

Manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007. Disponível em: < http://www.cpnnr18.com.br/


uploads/documentosgerais/tcnicas_de_avaliao_de_agentes_ambientais_.pdf >. Acesso em: 15 jun. 2018.

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), agora nos aprofundaremos nos princípios da iluminação no ambiente de trabalho (IIDA;
GUIMARÃES, 2016).

O primeiro princípio expõe que o planejamento da iluminação deverá ser adequado para cada tipo de
tarefa, sendo planejado em função de duas variáveis: a acuidade visual e o contraste figura/fundo. A
acuidade dependerá dos detalhes contidos nas tarefas, além do aumento do nível de iluminamento
favorecer a percepção de pequenos detalhes. Por outro lado, o contraste dependerá da diferença de
luminância entre a figura e o fundo, sendo que o nível de iluminamento será maior quando o contraste
diminui.

O segundo princípio ressalta a importância do aproveitamento da luz natural, sendo relevante a utilização
desta luz sempre que for possível. Além disso, a luz natural possui boa qualidade e custo relativamente
baixo. Contudo, deve-se evitar a incidência de luz direta solar sobre superfícies envidraçadas.

O terceiro princípio evidencia a importância da combinação geral com a iluminação localizada. Em geral,
cada tipo de tarefa exige um diferente nível de iluminamento. Deste modo, poderá ser realizada a
iluminação que é localizada em pontos onde há maior exigência visual para executar tarefas, e nos pontos
que exigir maior precisão, deverá ser colocado um ponto adicional de luz.

O quarto princípio salienta que devem ser evitadas transições bruscas de iluminamento em ambientes
contínuos. Quando as diferenças de claridade forem grandes, ou o tempo de adaptação for muito curto, é
possível provocar cegueira temporária e desconforto. Mudanças muito frequentes de claro/escuro ou
vice-versa causam fadiga visual e, para evitar isto em um ambiente de trabalho, é ideal que a proporção de
iluminamento da tarefa e do ambiente seja, no máximo, de 3:1.
O quinto princípio enfatiza que deverá ser realizada a redução da luz ambiental para a operação de
instrumentos luminosos, ou seja, quando o trabalho exige fixações visuais contínuas, a redução da luz
ambiental contribuirá para o aumento do contraste no local.

O sexto princípio aponta que o ofuscamento deverá ser reduzido ou eliminado por meio de diversas
medidas, que poderão ser adotadas isoladamente ou combinadas entre si: usar vários focos de luz ao
invés de um único, proteger os focos com luminárias ou anteparos, colocando um obstáculo entre a fonte
e os olhos, aumentar o nível de iluminamento ambiental em torno da fonte de ofuscamento, para diminuir
o brilho relativo, colocar as fontes de luz o mais longe possível da linha de visão, evitar superfícies
refletoras, substituindo-as pelas superfícies difusoras.

O sétimo princípio destaca a eliminação ou a redução de sombras, ressaltando que as sobras podem
produzir desconforto pela transição claro/escuro e, assim, podem ser reduzidas quando se utilizam
múltiplas fontes de luz ou iluminação indireta. Nem sempre as sobras devem ser totalmente eliminadas,
pois elas podem fornecer informações uteis, indicando formas, profundidades e direções. Nestes casos,
deverão ser combinadas iluminação direta e indireta sobre as atividades.

O oitavo e último princípio ressalta a combinação das luzes com as cores dos objetos, sendo que as cores
dos objetos dependem da cor da luz incidente. Geralmente, quando nos referimos às cores, se supõe a
incidência de luz natural. Com luzes artificiais, essas cores podem mudar conforme o espectro das
lâmpadas. A qualidade das cores é importante em algumas tarefas, como as de inspeções visuais e de
design gráfico, além disso, as paredes, os tetos e outras superfícies deverão ser pintadas de cores claras e
foscas, para reduzir a absorção da luz e evitar reflexos.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

REFERÊNCIAS

IIDA, I.; GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia Projeto


: e Produção. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2016.

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação


.

a Distância; FIGUEIREDO, Ana Paula Micali.

Avaliação de Sobrecarga Térmica e Iluminação.

Ana Paula Micali Figueiredo.


Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.

25 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Avaliação. 2. Sobrecarga. 3. Térmica

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 331.25

CIP - NBR 12899 - AACR/2

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