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Revisão AV2

P S I C O L O G I A
E X P E R I M E N T A L

F . S C H U L E R
Principais conceitos
• Método é o procedimento ou passo a passo para atingir um objetivo
específico, isto é, para obter um certo conhecimento sobre um objeto de
estudo.

• Hipótese: proposição que se admite, independentemente do fato de ser


verdadeira ou falsa, como um princípio a partir do qual se pode deduzir um
determinado conjunto de consequências; suposição, conjectura. “Previsão” do
que se acha que serão os resultados daquela pesquisa.
Causalidade x Correlação

CORRELAÇÃO CAUSALIDADE

• Resume o grau de relacionamento ou • Explica uma relação de causa e efeito


interdependência estatística entre entre duas coisas, seja objetos,
duas variáveis (X e Y, por exemplo). eventos, variáveis etc.

• Não tem necessariamente uma


relação causal.
• Pesquisa Experimental – Relação de causa e
efeito (sempre tem um nível de comparação seja
entre sujeitos ou intrasujeito). -> inferência causal

Diferenciando • Pesquisa Correlacional – Pesquisa se há relação

tipos de entre variáveis (sem estabelecer relação de causa

Pesquisa
e efeito)

• Pesquisa Quase-Experimental - Procura


estabelecer relações de causalidade em
condições mais naturais
• O método experimental é aquele que

Método permite aos pesquisadores observar as


relações de causa e efeito, por meio de
Experimental Experimentos.

em Psicologia
Hipótese

Os experimentos iniciam-se com uma hipótese acerca de


eventos, que também denominamos de variáveis.

A hipótese mais simples afirma que o evento, influência, causa


ou contribui para um segundo evento, a variável y.

A hipótese é como uma “previsão” que então será testada por


meio de um experimento.
No caso de hipóteses no método
experimental...
• Elas devem explicitar a relação de causa e efeito com verbos como: influencia,
causa, interfere, etc.

• Com relação ao tema, considerem que deve haver um nível de comparação


entre sujeitos ou dos sujeitos com eles mesmos -> EXPERIMENTO!
A ESSENCIA DE UM EXPERIMENTO

Um experimento científico testa uma hipótese usando três


procedimentos fundamentais.

Os pesquisadores deliberadamente manipulam a variável


independente – o evento cuja influência está sendo investigada.

Eles impedem que variáveis estranhas ou irrelevantes afetem os


resultados do estudo.

Eles medem os efeitos da manipulação sobre a variável


dependente.
VI: Variável que está sob o controle do
experimentador/pesquisador – pode ser
manipulada ou alterada.
VD: Variável que depende da VI e que que
vai terá sua alteração medida na experiência.
As Variáveis
Vit: Esses fatores consistem em processos
internos que estabelecem a ligação entre a
situação de estímulo e a resposta observada.
VC: Uma variável de controle é uma variável
mantida constante durante um experimento
por ser controlada pelo experimentador.
Resumindo

• A variável independente é MANIPULADA.

• A variável dependente é OBSERVADA.

• A variável de controle é mantida CONSTANTE.

• A variável interveniente é INTERNA (e portanto,


pouco utilizada).
Delineamentos Experimentais
• O propósito do delineamento experimental consiste em minimizar os efeitos
de variáveis externas e/ou incontroladas, aumentando, desse modo, a
possibilidade de um experimento produzir resultados válidos e coerentes.

• Uma das primeiras decisões consiste em como designar participantes para os


vários níveis da variável independente.

• Duas opções: Delineamento de Grupo ou Delineamento de sujeito único.


ü Intersujeito – Grupos experimental e controle

ü Intrasujeito – Sujeito único


Grupo experimental: são submetidos a mudanças na

Grupo
variável independente

Experimental Grupo controle: não são expostos a mudanças na variável


e Grupo independente.

Controle Em todos os aspectos restantes, os participantes partilham as


mesmas experiências, de modo que as diferenças
observadas na medição da variável dependente são
atribuídas à influência da variável independente.
Equivalência dos grupos

01 02 03
Linha de base: equivaler Pareamento por Randomização: Cada
as habilidades das igualação: A partir da participantes de um
pessoas como pré- linha de base se poderia experimento possui igual
requisito. formar pares de sujeitos probabilidade de ser
que possuíssem colocado em um grupo
resultados iguais ou muito específico.
similares e designar um
para cada grupo.
Delineamento de sujeito único

NESTE CASO SE DESIGNA CADA INDIVÍDUO SERIA, CUIDADO COM OS EFEITOS


TODOS OS PARTICIPANTES, ENTÃO, COMPARADO DA PRÁTICA GERAL,
ISTO É, CADA SUJEITO, PARA CONSIGO MESMO. FACILITANDO A
TODOS OS NÍVEIS DA HABILIDADE QUE ESTÁ
VARIÁVEL INDEPENDENTE. SENDO OBSERVADA E
MEDIDA.
Essência de um Experimento

Um experimento científico testa uma hipótese usando três


procedimentos fundamentais.

Busca sempre uma inferência causal! (-> Causalidade).

Controle das Medição e


Manipulação da VI Variáveis Observação
irrelevantes da VD
Ética na pesquisa
Órgãos que regulamentam a pesquisa no Brasil

• Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep):


Instância máxima de avaliação ética em protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos,
tendo composição multi e transdisciplinar reúne representantes de diferentes áreas do
conhecimento para cumprir sua principal atribuição, que é a avaliação dos aspectos éticos
das pesquisas que envolvem seres humanos no Brasil.
A Comissão do Conep elabora e atualiza as diretrizes e normas para a proteção dos
participantes de pesquisa e coordena o Sistema CEP – Comitês de Ética em Pesquisa.
A Plataforma Brasil é o sistema oficial de lançamento de pesquisas para análise e
monitoramento do Sistema CEP/CONEP.
Alguns cuidados

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) – p/menores de idade.

Proteção contra danos e perda de dignidade

Sigilo e privacidade

Direito a recusar ou se retirar


Correção por parte dos pesquisadores de quaisquer efeitos indesejáveis (ex. ansiedade,
vergonha, etc.)
Condicionamentos
Condicionamento
Clássico ou Respondente
• Pavlov (Cachorro) & Watson (Albert)

• Sempre envolve um reflexo inato! (Este acontece


independente da vontade da pessoa)

• Paradigma: Estímulo e Resposta

• Na presença do Estímulo uma Resposta é eliciada.


• Os princípios do condicionamento respondente
podem ser aplicados a uma infinitude de situações
para explicar o nosso agir, principalmente podem
Condicionamento ser aplicados para explicarem nossas reações

Clássico ou emocionais, pois parte daquilo que sentimos e


expressamos quando nos emocionamos, são
Respondente respostas reflexas.
Vocabulário do
Condicionamento
Clássico (Respondente)
• Estímulo incondicionado

• Resposta incondicionada

• Estímulo Neutro

• Estímulo condicionado

• Resposta condicionada
Exemplos
1. Bia sempre assiste a filmes de terror na TV acompanhada de uma grande tigela de
pipocas. Toda vez que vê pipoca se sente angustiada e assustada. Ela não entende o
porque.

2. Jorge foi a uma festa onde bebeu muita vodca e comeu muito amendoim. Durante a
madrugada, passou mal e vomitou. diversas vezes. Mesmo depois de algum tempo,
não podia ver um amendoim que tinha ânsias de vomito.
Condicionamento Operante
Burrhus Frederic Skinner.
Comportamento Operante

Classificamos como operante o comportamento aquele que produz


consequências (modificações no ambiente) e é afetado por elas.

Portanto, as consequências do que fazemos nos mantêm no mesmo


caminho, ou não.

Uma resposta emitida pelo organismo produz uma alteração no


ambiente (uma consequência): R -> C
As consequências de nossos comportamentos vão
influenciar suas ocorrências futuras

Aumentam a frequência do Comportamento Diminuem a frequência do Comportamento

Se o comportamento é influenciado ou até mesmo controlado


por suas consequências, podemos:
- Manipular as consequências dos comportamentos para
melhor compreendê-lo;
- Modificar o comportamento ao programar as
consequências para determinados comportamentos.
Tipos de
Reforço Comportamento Comportamento
Negativo de fuga de esquiva
Via de regra dois tipos de
comportamento
operante são mantidos
por reforço negativo: Visa sempre o
alívio/ remoção de
um estimulo
aversivo
Exemplo de Reforço Negativo

Joana decide limpar sua bagunça na cozinha (o comportamento) para evitar entrar em uma briga com
seu marido. (remoção do estímulo aversivo).

Se o marido de Joana chegar e ver a cozinha bagunçada, começa brigar.

Logo:
Comportamento de esquiva: prevenção Comportamento de fuga: remediação Prevenir é melhor que remediar!
Exemplos

1. No shopping Pedro grita e se joga no chão para que os pais


Reforço Positivo
comprem um boneco. Os pais compram um boneco. Com relação ao
comportamento de Pedro o que podemos dizer?

2. Beatriz finge que está com dor de cabeça na hora de fazer a lição. A
Reforço negativo –
mãe permite que ela vá para cama sem fazer a lição. Com relação ao Condicionamento
de esquiva.
comportamento de Beatriz podemos dizer?
1. Dona Laura mandou que Paulo fosse tomar banho e ele a xingou .
Como consequência, D. Laura tirou do quarto de Paulo o Punição Negativa
videogame que ele havia ganho de aniversário por um mês.

2. Joana estava dirigindo e passou no sinal vermelho. Ganhou uma Punição positiva
multa e pontos negativos na carteira de motorista. (Adição de um
estimulo aversivo)
Extinção operante
Esquemas Intermitentes

Razão Razão Intervalo Intervalo


fixa variável fixo variável
Exemplo
• Uma jovem checa sistematicamente sua rede social para identificar se as fotos por ela
postadas receberam Likes.Ela mantém esse comportamento mesmo que em algumas
vezes suas fotos recebam “curtidas” de seus seguidores, e em outras não.Essa situação
indica que o comportamento de checar os likes de suas fotos em sua rede social é
mantido por um esquema de reforçamento.............
Modelagem
• A modelagem é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações
sucessivas de um comportamento-alvo.

• O resultado final desse procedimento é um novo comportamento.

• O reforço diferencial consiste em reforçar algumas respostas que obedecem a


alguma critério e não reforçar outras respostas.

• Imediaticidade do reforço.

• Ex. Bebê aprendendo a dizer “mamãe”; Caixa de Skinner.

• Ex. aprendizagem de um instrumento musical. A pessoa vai melhorando a medida


que vai recebendo o reforço até chegar no comportamento alvo.
Contingência

• Em sentido geral, contingência pode significar qualquer relação de dependência entre


eventos (sejam estes ambientais ou comportamentais).

• Se trata do termo técnico para enfatizar como a probabilidade de um evento poder ser
afetada ou causada por outros eventos.

• Assim, os enunciados apresentam-se como “regras” que especificam essas relações


entre eventos.

Fórmula da Contingência:

SE... ENTÃO...
CONTIGUIDADE

• “Contiguidade implica
simplesmente a justaposição de
eventos – no espaço ou no tempo,
independente de causação”.
(Catania, 1993, p.61)

• Relação temporal
Análise Funcional do
Comportamento
Análise Funcional do Comportamento
• Analisar o comportamento funcionalmente refere-se a uma busca de função do
comportamento, e não de sua estrutura ou forma (topografia).

• A tarefa da análise funcional, consiste basicamente em encaixar o


comportamento em um dos dois paradigmas (respondente ou operante) e
encontrar seus determinantes.

• Assim, podemos prever o comportamento (prever sua ocorrência) e controlar o


comportamento (aumentar ou diminuir sua probabilidade de ocorrência).
Paradigma respondente

Principal determinante: Estímulo antecedente


Paradigma operante

Principal determinante: Estímulo consequente


Vejam este caso

• João é um garotinho que mora apenas com a mãe e ela trabalha fora
o dia inteiro. A atenção da mãe é um reforçador poderosíssimo para
João. Ele é capaz de fazer qualquer coisa para obter um pouco da
atenção da mãe. Ela, entretanto, quando chega em casa, já está
cansada e ainda tem muito trabalho pela frente.
• A “paciência está esgotada”. João emite muitas respostas diferentes:chama o
nome da mãe, leva um brinquedo até ela, começa a contar um episódio que se
passou durante a ausência da mãe e a mãe não lhe dá atenção. João então
começa a fazer travessuras como por exemplo puxar a toalha da mesa até que
caia o prato, colocar o sapato da mãe na boca, escalar perigosamente o fogão,
etc. Imediatamente a mãe dá atenção para João, repreendendo-o verbalmente.

• As travessuras se tornaram mais frequentes


Baseado no relato acima faça um esquema do comportamento de
João.

1. Esse comportamento de levar um brinquedo até ela, começar a


contar um episódio que se passou durante a ausência da mãe e a
mãe não lhe dá atenção. Esse comportamento para por qual
processo? Extinção

2. Porque as travessuras de João aumentaram? Reforço Positivo

3. O que a mãe pode fazer? Reforçar positivamente os comportamentos desejados.


Contingência Tríplice
• "Uma formulação adequada da interação entro um organismo e seu ambiente
deve sempre especificar três coisas:

(1) a ocasião em que a resposta ocorre,

(2) a própria resposta

(3) as consequências reforçadoras.

(Skinner, 1953, p.5).


Tipos de
Análise Moleculares
(microanálises)
Molar
(macroanálises)
Funcional
Molecular – (Micro)
• O recurso básico para a composição de analises moleculares é a tríplice
contingência, que envolve a identificação de antecedentes, respostas e
consequências.

• Além disso, podem ser acrescentados efeitos (emocionais e/ou de frequência


da resposta) e o processo comportamental envolvido na contingência
analisada (reforçamento positivo, reforçamento negativo, punição positiva,
punição negativa ou extinção).
Molar – (Macro)
• Tomando como base as análises moleculares, é preciso buscar análises mais
amplas a partir de informações coletadas ao longo do tempo. Com o objetivo
de obter maior compreensão sobre um caso, a análise do terapeuta deverá
incluir a investigação da construção de padrões comporta- mentais, isto é, a
realização de uma análise molar (macroanálise).

• A proposta da análise molar é integrar os repertórios atuais e aos aspectos


históricos que provavelmente contribuíram para a instalação/aquisição dos
padrões comportamentais do paciente.
Bandura
T E O R I A D A A P R E N D I Z A G E M
S O C I A L
Experimento do João
bobo
• Objetivo do Experimento: analisar o
comportamento das crianças ao ver modelos
adultos mostrando comportamentos agressivos.

• 72 crianças (36 meninas e 36 meninos de 3-5 anos


de idade, todas alunas da creche da Universidade
de Stanford).

• As crianças foram organizadas em 3 grupos: 24


foram expostas ao modelo agressivo, 24 ao
modelo não agressivo, e o restante ao grupo de
controle.
Experimento do João Bobo

VI – Modelos agressivos e não


agressivos.

VD – Comportamento das crianças


com o boneco João Bobo.

VC – Sala com brinquedos, tempo,


local, etc.

Delineamento Experimental –
intersujeito: Grupos Experimentais e
Controle.
Bandura determinou que as crianças expostas ao
modelo agressivo eram mais propensas a agir
Conclusões do com agressões físicas do que aquelas que não
experimento foram expostas a esse modelo.
As crianças eram mais influenciadas por modelos
de seu próprio gênero.

Entre as crianças que haviam estado presentes no


cenário do modelo agressivo, o número de
ataques físicos exibidos foi maior nos meninos do
que nas meninas.
As crianças tendem imitar aquilo que veem em
seus modelos ou figuras de referência.

https://www.youtube.com/watch?v=p5s7VHNnzbg
Teoria da Aprendizagem Social
APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO

• A teoria de Aprendizagem social se baseia na imitação, isto é, na aprendizagem


por observação.

• Observação de Modelos, que podem ser pessoas reais ou simbólicos.

• Bases: Condicionamento Operante de Skinner + Atividades Cognitivas


Fontes do Reforçamento na Imitação

REFORÇAMENTO
VICARIANTE: O
REFORÇAMENTO DIRETO:
aprendizado a partir da AUTO REFORÇAMENTO:
Quando o comportamento
observação de outras “ser imitado se torna
imitativo resulta diretamente
pessoas e das reforçador”. Ex. Artistas.
em reforçamento.
comsequencias obtidas por
elas.
Autoeficácia

Nosso sentimento de adequação, eficácia e competência para lidarmos


com a vida.

O valor que o indivíduo atribui à sua eficiência pessoal.

Julgamentos sobre autoeficácia parecem ter profunda influência sobre


o que fazemos ou deixamos de fazer.

“Confiar em si mesmo não garante sucesso, mas não fazê-lo garante


fracasso” (Bandura).
Por fim... Qual a
importância da
Análise do
Comportamento?
Um analista do comportamento tem como
tarefas identificar contingências que estão
operando (ou inferir quais as que podem ou
devem ter operado), quando se depara com
determinados comportamentos ou processos
comportamentais em andamento, bem como
propor, criar ou estabelecer relações de
Importância na contingência para o desenvolvimento de certos
processos comportamentais.
Análise do
comportamento É através da manipulação de contingências que
se pode estabelecer ou instalar
comportamentos, alterar padrões (como taxa,
ritmo, sequência, espaçamento), assim como
reduzir, enfraquecer ou eliminar
comportamentos dos repertórios dos
organismos.

Ex. Método ABA


Boa prova J

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