Trabalho Thaynara

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FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DE

GOIATUBA

Bacharelado em Direito

ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR

Goiatuba
Novembro de 2015
ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR

Thaynara Cristina da Silva

Projeto de Pesquisa do Curso Bacharelado


em Direito da Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas de Goiatuba apresentando
ao Conselho de Pesquisa e Extensão da
FAFICH. Prof. Orientador: Mário Lúcio
Tavares Fonseca

Goiatuba
Novembro de 2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................5

2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................7

3 CONCLUSÃO......................................................................................12

4 REFERÊNCIAS...................................................................................13
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RESUMO:

O presente artigo tem como objetivo geral apontar o estudo sobre o problema do
abuso sexual infantil intrafamiliar, que tem sido uma enorme preocupação com os
vários índices de crescimento da violência e suas diferentes formas de
manifestação.

Apontar que a família tem uma grande significância por desenvolver a educação dos
filhos e motivar maneiras dos mesmos no meio social. O dever da família na
evolução de cada individuo tem uma grande importância. Pois só assim pode se
construir uma pessoa adulta com uma determinada autoestima, e também
aprendendo a enfrentar desafios da vida e assumir um comprometimento.

Tentar compreender os aspectos a respeito do abuso sexual infantil intrafamiliar.


Estudar a lei respeito do abuso sexual infantil intrafamiliar. Conhecer sobre a
doutrina da Proteção Integral direcionada à infância. Compreender o estudo da
jurisprudência em casos de abuso sexual infantil intrafamiliar.

PALAVRA-CHAVE: Abuso sexual, violência intrafamiliar, intervenção.


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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade de oferecer conhecimentos sobre a questão


temática que envolve o abuso sexual infantil intrafamiliar sofrida por crianças e
adolescentes e o descaso da sociedade em relação ao assunto. O abuso sexual é
uma experiência de ameaça á qual a criança responde por abandono, medo e
horror. As conseqüências do abuso sexual infantil apresentam sintomas que podem
aparecer em várias fases da vida com isso atrapalhando o desenvolvimento da
criança.

As crianças que sofrem abuso sexual infantil necessitam uma atenção maior
de adultos, que ouçam e acreditem, que apesar de tudo assumem sua
responsabilidade por não ter sido capazes de protegê-las.

O artigo 227 da Constituição Federal Brasileira de 1988 determina: “É dever


da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

O Direito da Criança e do Adolescente é um conjunto de disposições que tem


por objetivo reger a atividade comunitária, em relação ao menor. Até pouco tempo,
havia a denominação “direito do menor” para indicar a legislação que visava a
proteger os não adultos. Tal nomenclatura aliava-se à ideia de que a criança e o
adolescente eram menores em sua importância, em contraposição ao adulto.

A infância é bastante importante para a humanidade, é dela que serão moldados os


cidadãos do futuro. É na infância que moldamos nosso caráter, nossa moral e
nossos valores. Para Içame TIBA: “quando os pais permitem que a criança faça tudo
o que tem vontade e não lhe estabelecem limites na medida certa para a idade, ela
não desenvolve plenamente o uso da razão, vivendo um estilo animal de vida”.

Segundo Içami TIBA, “o progressivo que não tem organização nem empenho
obtém piores resultados que aquele que empreende com disciplina e ética. A
formação de um cidadão feliz e competente para o trabalho requer bastante
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disciplina”. Neste sentido são identificadas as raízes culturais brasileiras que


levaram ao aparecimento do abuso sexual infantil, hoje uma “moléstia social”.

O presente artigo tem como método de pesquisa a base em artigos já


publicados que relatam o tema em questão.
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2 DESENVOLVIMENTO

1. A Doutrina da Proteção Integral no cenário da infância e adolescência


brasileira.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 foi inovadora ao


adotar a Doutrina da Proteção Integral na questão da infância e adolescência no
Brasil. A referida doutrina teve seu crescimento primeiramente em âmbito
internacional, em convenções e documentos na área da criança, dentre os quais se
destaca a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança de 1989, aprovada
por unanimidade pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Conforme Liberati
(2003, p. 20), a Convenção “representou até agora, dentro do panorama legal
internacional, o resumo e a conclusão de toda a legislação garantista de proteção à
infância".

A Convenção definiu a base da Doutrina da Proteção Integral ao proclamar


um conjunto de direitos de natureza individual, difusa, coletiva, econômica, social e
cultural, reconhecendo que criança e adolescente são sujeitos de direitos e,
considerando sua vulnerabilidade, necessitam de cuidados e proteção especiais.
Exige a Convenção, com força de lei internacional, que os países signatários
adaptem as legislações às suas disposições e os compromete a não violarem seus
preceitos, instituindo, para isto, mecanismos de controle e fiscalização.
(VERONESE; OLIVEIRA, 2008).

O Brasil, com base nas discussões sobre a Convenção, adota no texto


constitucional de 1988 a Doutrina da Proteção Integral, consagrando-a em seu art.
227.

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.”
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Esse artigo tem uma grande riqueza que traz muitas possibilidades de
reflexão. Há uma clareza relevante, onde os direitos da criança e do adolescente
são de responsabilidade das gerações adultas. A família, a sociedade e o Estado
são explicitamente reconhecidos como as três instâncias reais e formais de garantia
dos direitos elencados na Constituição e nas leis.

Segundo Saraiva (2002), pela primeira vez na história brasileira, a questão da


criança e do adolescente é abordada como prioridade absoluta e a sua proteção
passa a ser dever da família, da sociedade e do Estado.

Contudo, a interferência prática desta opção constitucional coube à legislação


especial, aprovada em 13 de julho de 1990, através da promulgação da Lei Federal
Nº 8.069/90 – o Estatuto da Criança e do Adolescente.

“A gama de direitos elencados basicamente no art. 227 da Constituição


Federal, os quais constituem direitos fundamentais, de extrema
relevância, não só pelo seu conteúdo como pela sua titularidade,
devem, obrigatoriamente, ser garantidos pelo Estatuto, e uma forma de
tornar concreta essa garantia deu-se, justamente, por meio do Estatuto
da Criança e do Adolescente, o qual tem a nobre e difícil tarefa de
materializar o preceito constitucional.” (VERONESE, 1996, p. 94).

O artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente esclarece a proteção


complementar instaurada pela nova doutrina, ao afirmar que a criança e ao
adolescente são garantidos todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa
humana, bem como são sujeitos a proteção integral.

“Art.3° A criança e o adolescente gozam de todos os direitos


fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.”

Segundo Freud (1916/1917) o desenvolvimento humano se dá pelo


desenvolvimento psicossexual da criança, através de processos inconscientes. Em
suas investigações sobre a neurose percebeu que a grande maioria dos conflitos e
desejos reprimidos do adulto referia-se a conflitos de ordem sexual ocorridas nos
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primeiros anos de vida dos indivíduos e então observou que as ocorrências deste
período de vida deixavam marcas profundas na estruturação da personalidade.

Ao mesmo tempo em que Freud sustentava a hipótese de que os sintomas da


histeria eram originados por uma situação de sedução sexual vivida na primeira
infância, onde um adulto perverso foi seu agente, começou a questionar a existência
material dessa sedução. É nesse momento que Freud iniciou uma investigação geral
a respeito do tema sexualidade, e introduziu a fantasia na constituição das cenas
rememoradas que irão imprimir as lembranças da infância. Agora, o infantil é
deslocado da realidade vivida para a realidade psíquica, atravessada pela fantasia e
marcada pelo recalque.

2. Jurisprudências a respeito do abuso sexual infantil

DIREITO CIVIL, DA CRIANÇA E ADOLESCENTE. AÇÃO DE DESTITUIÇÃO


DO PODER FAMILIAR. ABUSO SEXUAL. CRIANÇA DE CINCO ANOS. AUSÊNCIA
DE PROVAS. IMPROCEDÊNCIA. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. OBJETO DE
APRECIAÇÃO EM SEDE PRÓPRIA. SENTENÇA MANTIDA.

1. A destituição do poder familiar é medida excepcional e extrema que


somente pode ser deferida se indene de dúvidas a prática de fatos atentatórios à
segurança e formação da criança.

2. A ruptura dos laços familiares entre pais e filhos exige a existência de prova
inequívoca, conforme determinam os arts. 1.637 e 1.638 do Código Civil. 2.1. A fala
da criança, que contava com apenas cinco anos, sem amparo em outros elementos
de prova, é insuficiente para demonstrar a prática de atos libidinosos pelo pai em
seu desfavor.

3. A pretensão autoral não autoriza o provimento parcial do recurso para se


determinar a suspensão parcial do pátrio poder, ou, ainda, a sua suspensão
temporária, por falta de amparo legal e porque a regulamentação de visitas ou de
guarda compartilhada deverá ser discutida em ação própria.

4. A acurada análise dos fatos e provas indica que a manutenção do pátrio


poder é a medida que melhor atende aos interesses da criança e ao princípio da
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proteção integral garantido na Constituição Federal em seu artigo 227 e pelo


Estatuto da Criança e do Adolescentes, em seus artigos 18 e 157. 5. Apelo
improvido.

O jurista Ubaldino Calvento já reconhecia a existência de três escolas no I


Congresso Ibero-Americano de Juízes de Menores realizado na Nicarágua,
definindo-as como:

1. Doutrina da proteção integral – partindo dos direitos das crianças,


reconhecidos pela ONU, a lei asseguraria a satisfação de todas as necessidades
das pessoas de menor idade, nos seus aspectos gerais, incluindo-se os pertinentes
a saúde, educação, recreação, profissionalização, etc.

2. Doutrina do Direito Penal do Menor – somente a partir do momento em que


o menor pratique ato de delinquência interessa ao direito.

3. Doutrina intermédia da situação irregular – os menores são sujeitos de


direito quando se encontrarem em estado de patologia social, definida legalmente. É
a doutrina brasileira.

O surgimento da Lei nº 8069/90, ou simplesmente Estatuto da Criança e do


Adolescente, trouxe grandes avanços para a responsabilidade menoril, tentando
aproximar-se da realidade social desfrutada pelo Brasil, que é das mais amargas
face ao vertiginoso crescimento da marginalização de menores. Promotores e Juízes
da Infância e da Juventude são categóricos ao afirmar que tal Diploma determinou
critérios bem mais rígidos de punição, ao mesmo tempo em que criou medidas de
recuperação aplicáveis aos menores que ainda possuem condições para tal.

A Lei nº 9.086/90 traz a possibilidade, há muito


esperada pelos profissionais envolvidos com a
proteção da criança, de afastamento do agressor
da moradia comum, sempre que verificada a
hipótese de opressão ou abuso sexual impostos
pelos pais ou responsável (art. 130 do ECA), sendo
que “a provisional autorizada pelo artigo deve ser
concedida liminarmente, sem audiência do
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agressor, ad cautelam, exatamente para não


frustrar a proteção, apesar de terapêutica” VIEIRA,
1992.

3. As vitimas e as consequências do abuso sexual

As consequências do abuso sexual são delicadas, e ainda mais delicadas,


quando o abuso é praticado por um membro da família, por quem deveria proteger a
criança ou o adolescente.

O abuso, entre os tipos de violência contra a criança e o adolescente, é


considerado o mais grave em termos de prejuízos psicológicos:

"O abuso sexual pode ser considerado uma Síndrome de Segredo, pois, na
maioria das vezes, as crianças encontram dificuldades em revelar o que lhes
aconteceu. Uma das razões para isso é a falta de preparo de quem recebe a
denúncia para lidar com o tema. [...] é necessário que o profissional tenha
capacidade pessoal e profissional para lidar com o assunto, assim como uma
estrutura de apoio2".

O abuso sexual deixa a maioria das pessoas incomodada. É triste pensar que
adultos causem dor física e psicológica nas crianças para satisfazer seus próprios
desejos, especialmente quando esses adultos são amigos ou confiáveis membros
da família.
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3 Conclusão

Conclui-se que crianças que sofrem abuso sexual infantil não apresentam
sintomas externos.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília,


DF: Esplanada dos Ministério, 2004.

TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. 75. ed. São Paulo: Integrare,
2006.

LIBERATI, Wilson Donizete. Adolescente e ato infracional. Medida


socioeducativa é pena? -São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003.

VERONESE, Josiane Rose Petry; Oliveira, Luciane de Cássia Policarpo.


Educação versus Punição: a educação e o direito no universo da criança e do
adolescente. Blumenau: Nova Letra, 2008.

SARAIVA, João Batista Costa. Direito penal Juvenil: adolescente e ato


infracional: garantias processuais e medidas socioeducativas. 2.ed. ver. ampl. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2002.

FREUD, S. (1905) Três ensaios sobre a teoria da sexualidade.In: Obras


psicológicas completas: Edição Standard Brasileira. Vol. VII. Rio de Janeiro: Imago,
1996.

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