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Introdução

O presente trabalho tem como tema: estratégia de ensino, destacando


alguns aspectos importantes como os métodos, técnicas e procedimentos.

O processo de ensino e aprendizagem há muito vem sendo alvo de


pesquisas, algumas inclusive propondo estratégias para facilitar a aquisição de
conhecimento por parte do educando.

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Estratégias Utilizadas no Processo Ensino

As estratégias de ensino são métodos ou técnicas desenvolvidas para


serem utilizadas como meio de alavancar o ensino e a aprendizagem.

A palavra ‘estratégia’ possui estreita ligação com o ensino. Ensinar requer


arte por parte do docente, que precisa envolver o aluno e fazer com que ele se
encante com o saber.

Desse modo, o uso do termo “estratégias de ensino” refere-se aos meios


utilizados pelos docentes na articulação do processo de ensino, de acordo com
cada atividade e os resultados esperados.

Anastasiou e Alves (2004, p. 71) advertem que: as estratégias visam à


consecução de objetivos, portanto, há que ter clareza sobre aonde se pretende
chegar naquele momento com o processo de ensino. Por isso, os objetivos que
norteiam devem estar claros para os sujeitos envolvidos – professores e alunos
– e estar presentes no contrato didático, registrado no Programa de
Aprendizagem correspondente ao módulo, fase, curso, etc.

Luckesi (1994) considera que os procedimentos de ensino geram


consequências para a prática docente: para se definir procedimentos de ensino
com certa precisão, é necessário ter clara uma proposta pedagógica; é preciso
compreender que os procedimentos de ensino selecionados ou construídos são
mediações da proposta pedagógica e metodológica, devendo estar
estreitamente articulados; se a intenção é que efetivamente a proposta
pedagógica se traduza em resultados concretos, tem-se que selecionar ou
construir procedimentos que conduzam a resultados, ainda que parciais, porém
complexos com a dinâmica do tempo e da história.

No processo de ensino-aprendizagem, vários são os fatores que


interferem nos resultados esperados: as condições estruturais da instituição de
ensino, as condições de trabalho dos docentes, as condições sociais dos alunos,
os recursos disponíveis. Outro fator é o de que as estratégias de ensino
utilizadas pelos docentes, devem ser capazes de sensibilizar (motivar) e de
envolver os alunos ao ofício do aprendizado, deixando claro o papel que lhe
cabe.

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Métodos de ensino

O uso de formas e procedimentos de ensino deve considerar que o modo


pelo qual o aluno aprende não é um ato isolado, escolhido ao acaso, sem análise
dos conteúdos trabalhados, sem considerar as habilidades necessárias para a
execução e dos objetivos a serem alcançados.

Algumas estratégias de ensino (às vezes denominadas métodos,


instrumentos), com uma breve transcrição individualizada das estratégias, a
partir do entendimento das autoras Anastasiou e Alves (2004).

Aula expositiva dialogada: é uma exposição do conteúdo, com a


participação ativa dos estudantes, cujo conhecimento prévio deve ser
considerado e pode ser tomado como ponto de partida. O professor leva os
estudantes a questionarem, interpretarem e discutirem o objeto de estudo, a
partir do reconhecimento e do confronto com a realidade. (ANASTASIOU;
ALVES, 2004, p. 79).

Estudo dirigido: é o ato de estudar sob a orientação e diretividade do


professor, visando sanar dificuldades específicas. É preciso ter claro: o que é a
sessão, para que e como é preparada. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 84).

Estudo de caso: é a análise minuciosa e objetiva de uma situação real que


necessita ser investigada e é desafiadora para os envolvidos. (ANASTASIOU;
ALVES, 2004, p. 91).

Estudo do meio: é um estudo direto do contexto natural e social no qual o


estudante se insere, visando a uma determinada problemática de forma
interdisciplinar. Cria condições para o contato com a realidade, propicia a
aquisição de conhecimentos de forma direta, por meio da experiência vivida.
(ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 97).

Estudo de texto: é a exploração de ideias de um autor a partir do estudo


crítico de um texto e/ou a busca de informações e exploração de ideias dos
autores estudados. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 80).

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As estratégias aqui apresentadas não são absolutas, nem imutáveis,
constituindo-se em ferramentas que podem ser adaptadas, modificadas, ou
combinadas pelo docente, conforme julgar conveniente ou necessário, de modo
a atender às necessidades específicas de cada turma ou de cada conteúdo

A definição do uso de determinada estratégia de ensino considera os


objetivos que o docente estabelece e as habilidades a serem desenvolvidas em
cada série de conteúdos. No entender de Pimenta e Anastasiou (2002, p. 195)
“a respeito do método de ensinar e fazer aprender (ensino) pode-se dizer que
ele depende, inicialmente, da visão de ciência, de conhecimento e de saber
escolar do professor”.

Petrucci e Batiston (2006) ressaltam que as estratégias apresentadas não


são absolutas, nem imutáveis, constituindo-se em ferramentas que podem ser
adaptadas, modificadas, ou combinadas pelo docente, conforme julgar
conveniente ou necessário.

Pimenta e Anastasiou (2002, p. 214) concebem que “ao aprender um


conteúdo, apreende-se também determinada forma de o pensar e de elaborá-lo,
motivo pelo qual cada área exige formas de ensinar e de aprender específicas,
que explicitem as respectivas lógicas”.

Para Luckesi (1994, p. 155) “os procedimentos de ensino articulam-se em


cada pedagogia tanto com a ótica teórica quanto com a ótica técnica do método.
Os procedimentos operacionalizam resultados desejados dentro de uma
determinada ótica teórica”.

De posse dessas informações, os professores deveriam estruturar sua


didática, de modo a contemplar as diversas possibilidades que facilitem e elevem
os resultados do processo de ensino.

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Técnicas de ensino

As técnicas são o produto da aprendizagem repetitiva de procedimentos


que são correspondentes à aprendizagem verbal, onde ocorre a aquisição
repetitiva de informação.

Segundo Pozo (1998 p.5), na utilização de estratégias o aluno deve se


apropriar dessas formas de saber fazer, não como meras rotinas, mas como algo
que ele pode controlar, planejar e guiar.

Entretanto, é importante esclarecer que para que haja aprendizagem de


estratégias, é necessário que o aluno saiba algumas técnicas nas quais as
estratégias se sustentam, ou seja, rotinas a partir das quais o aluno possa utilizar
uma estratégia.

É papel da educação orientar os alunos a serem mais autônomos, a dar-


lhes mais estratégias do que técnicas (POZO, 1998, p.5,)

Como a qualidade do ensino está relacionada com a aprendizagem do


aluno, as técnicas de ensino-aprendizagem são importantes para conseguir
atingir essa qualidade.

Desse modo, essas estratégias devem ser muito bem pensadas pelo
professor, o qual deve ter bastante cuidado não só no planeamento, mas
também na execução dessas ideias quando escolhemos uma estratégia de
ensino, devemos analisar se ela é realmente adequada para aquele conteúdo e
se consegue atingir, de maneira positiva, a maioria dos alunos em sala.

Devemos considerar também a idade dos alunos e a série na qual eles se


encontram. Isso significa que uma estratégia adequada para o ensino
fundamental nem sempre é adequada para o ensino médio.

Por exemplo: não podemos esquecer ainda que, para adotar uma
estratégia de ensino, é importante conhecer os alunos e suas peculiaridades.
Nesse caso, deve-se realizar avaliações diagnósticas, as quais visam à análise
dos conhecimentos prévios dos alunos antes do início de qualquer atividade. Se
um aluno não possui nenhum conhecimento a respeito de um determinado
assunto, não podemos, por exemplo, exigir que ele seja capaz de resolver um
problema sobre o tema.
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Procedimentos de ensino

Os procedimentos são entendidos como um conjunto de ações


ordenadas, orientadas para a realização de uma meta. Na classificação dos
procedimentos pode-se estabelecer uma distinção entre técnicas (também
chamadas destrezas, habilidades, hábitos) que consistem em rotinas de ação
automatizadas e as estratégias (também conhecidas por táticas e planos) que
envolvem um uso deliberado de procedimentos para obter determinadas metas
(POZO, 2002).

Os procedimentos de ensino podem ser caracterizados segundo três


grandes estilos: o ensino individualizado, o ensino socializado e o ensino socio
individualizado.

O ensino, para ser desencadeado na sala de aula, requer que o professor


o desenvolva através do uso de certos procedimentos didáticos, os quais se
constituem pelas várias formas de atuação do professor e dos alunos, tendo em
vista a consecução dos objetivos de ensino. Portanto, os procedimentos
didáticos expressam, em linhas gerais e específicas, a ação docente e discente
capaz de conduzir ao alcance dos objetivos.

Os procedimentos de ensino constituem-se pela indicação clara, objetiva,


precisa das ações a serem vivenciadas pelos alunos e estabelecidas pelo
professor e/ou alunos conforme organização integrada horizontal e vertical dos
conteúdos e objetivos, seguidos de atividades de desenvolvimento e finalizando
por atividades sintetizadoras.

Estas situações poderão estar centradas no professor, caso o ensino seja


diretivo, isto é, o professor será o organizador do ensino, cabendo a ele a seleção
de objetivos, conteúdos, avaliação etc. O aluno participará apenas como
elemento desencadeado. Caberá ao professor tomar decisões, apresentar
ideias, definir limites. Em oposição, temos o ensino centrado no aluno, a quem
cabe a responsabilidade de tomar a decisão, escolher os procedimentos que
considerar relevantes.

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Conclusão

As estratégias de ensino são os meios utilizados pelos docentes na


articulação do processo de ensino, de acordo com cada atividade e os resultados
esperados. Na escolha de qual a melhor estratégia para utilizar em determinado
momento, há que se ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele
momento. Além disso, as estratégias de ensino utilizadas pelos docentes, devem
ser capazes de sensibilizar (motivar) e de envolver os alunos ao ofício do
aprendizado, deixando claro o papel que lhe cabe

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Referência bibliográfica

ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate.


Estratégias de ensinagem. In: ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos.
ALVES, Leonir Pessate. (Orgs.). Processos de ensinagem na universidade.
Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3. ed. Joinville: Univille,
2004. p. 67-100.
DELORS, Jacques (Org.). Educação. Um tesouro a descobrir. Relatório para a
UNESCO da Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI. 10.
ed.. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO: 2006.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.
PETRUCCI, Valéria Bezzera Cavalcanti; BATISTON, Renato Reis. Estratégias
de ensino e avaliação de aprendizagem em contabilidade. In: PELEIAS, Ivam
Ricardo. (Org.) Didática do ensino da contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2006.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos.
Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002.

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