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As Diferentes Tendências e

Concepções do Ensino de Arte


na Educação Escolar

Rivaldo José de Souza Silva


Caracterização
• desenvolvimento do pensamento artístico e da
percepção estética;
• desenvolve a sensibilidade, a percepção e a
imaginação;
• realizar formas artísticas e apreciar e conhecer as
formas produzidas pelo aluno, pelos colegas, pela
natureza e nas diferentes culturas;
• relacionar-se criadoramente com as outras
disciplinas do currículo;
Caracterização
• compreender a relatividade dos valores;
• perceber sua realidade cotidiana;
• observação crítica do que existe na sua cultura
e dos objetos e formas;
• reconhecer a dimensão social das
manifestações artísticas em cada cultura;
• aprendizagem limitada, falta a dimensão da
força comunicativa, da sonoridade, das cores e
formas.
Arte e educação
• o ensino e a aprendizagem da arte e a produção
artística foi desenvolvida em todos os tempos;
• Arte na educação escolar é caracterizada no
século XX em várias partes do mundo;
• confluência da antropologia, da filosofia, da
psicologia, da psicanálise, da crítica de arte, da
psicopedagogia e das tendências estéticas da
modernidade;
• deslocamento do ensino tradicional para a
manifestação espontânea e auto-expressiva;
Tendência Idealista-Liberal de
Educação Escolar em Arte

• Pedagogia Tradicional
• Pedagogia Nova
• Pedagogia Tecnicista
Pedagogia Tradicional em Arte
• raízes no séc. XIX e percorre o séc. XX até hoje;
• libertação pelos conhecimentos escolares;
• modelo desenvolvido pelos adultos, ensino
mecanizado, desvinculados do cotidiano, ênfase
no professor, transmissão de informações;
• no Brasil predominava a cópia do natural;
• apresentação de modelos para alunos imitarem;
• adoção de um padrão de beleza;
Pedagogia Tradicional em Arte
• início do século XX: disciplinas Desenho,
Trabalhos Manuais, Música e Canto Orfeônico;
• transmissão de padrões e modelos das
culturas predominantes;
• habilidades manuais, os “dons artísticos”, os
hábitos de organização e precisão;
• visão utilitarista e imediatista da arte;
• Transmissão dos códigos, conceitos e
categorias, ligados a padrões estéticos;
Pedagogia Tradicional em Arte
• Desenho: desenho decorativo (painéis),
desenho do natural (cópia), desenho
geométrico (construções), desenho
“pedagógico” (ilustrações);
• Teatro e Dança: finalidade de apresentação
(Natal, Páscoa ou Independência, outras);
• Música: Canto Orfeônico, idéias de
coletividade e civismo, LDB/61 substituído
pela Educação Musical;
Pedagogia Tradicional - Barras decorativas
Pedagogia Tradicional - Barras decorativas
Pedagogia Tradicional em Arte
• Johann Friedrich Herbart (1776-1841),
desenvolveu métodos tradicionais;
• João Amós Comenius, livro Didática Magna
(1627), método para ensinar as artes;
• a partir de 1950 entram no currículo as
matérias Música, Canto Orfeônico e Trabalhos
Manuais;
• conclusão: o conteúdo reprodutivista mantém
a divisão social existente na sociedade.
Pedagogia Nova - Livre expressão
• contrapõe-se ao ensino tradicional pela valorização da
criatividade da criança e princípios democráticos;
• propõe experiências cognitivas progressivas, ativas, e
considera o interesse, motivações, inciativas e
necessidades dos alunos;
• contradições: valorização de talentos especiais, foco no
“processo criador da criança e não no produto”,
“aprender a fazer fazendo”;
• “deixar fazer” sem nenhuma intervenção;
• presença do termo criatividade nos planejamentos,
porém sem definição do termo;
Pedagogia Nova - Livre expressão
• Desenho e Artes Plásticas: busca a espontaneidade, o
crescimento ativo e progressivo do aluno;
• atividades de artes plásticas: espaço de invenção,
autonomia, descobertas, e auto-expressão dos alunos.
• Educação Musical: novos métodos ativos europeus,
música sentida, tocada, dançada;
• Utilização de jogos, percussão, rodas e brincadeiras;
• desenvolvimento auditivo, rítmico, expressão corporal,
socialização das crianças, experimentação,
improvisação e criação;
Pedagogia Nova - Livre expressão
Manifestações fora da escola: aproximações
• “Semana de Arte Moderna de São Paulo”, em
1922
• final de 60 e 70: festivais da canção e das
novas experiências teatrais - festivais teatrais
escolares;
Pedagogia Nova - Livre expressão
• anos 40: “Movimento da Educação através da
Arte”, Robert Read e Viktor Lowenfeld,;
• anos 60: E. B. Feldman, Thomas Munro e Elliot
Eisner, ancorados em John Dewey;
• revisão crítica da livre expressão e da natureza
da arte como forma de conhecimento;
• baseados na linguística estrutural, na estética,
na pedagogia, na psicologia cognitivista;
Pedagogia Nova - Livre expressão
• “Que tipo de conhecimento caracteriza a arte?”
• “Qual a função da arte na sociedade?”
• “Qual a contribuição específica que a arte traz
para a educação do ser humano?”
• “Como as contribuições da arte podem ser
significativas e vivas dentro da escola?”
• “Como se aprende a criar, experimentar e
entender a arte?”
• “Qual a função do professor nesse processo?”
Livre expressão
Livre expressão
Livre expressão
Pedagogia Nova - Livre expressão
• Conclusão: visa proporcionar condições
metodológicas para o aluno exprimir-se
subjetiva e individualmente;
• o “aprender fazendo” o capacitaria a atuar
cooperativamente na sociedade.
Arte-Educação
• na década de 1970 surgiu o movimento Arte-
Educação;
• iniciou fora do ambiente escolar a partir de ideias
da Escola Nova e Educação Através da Arte;
• propõe ação criadora, ativa e centrada no aluno;
• busca novas metodologias de ensino e
aprendizagem em arte nas escolas;
• valoriza o professor, redimensiona seu trabalho e o
insere profissional e politicamente na sociedade;
Arte-Educação
• Em 1982 surge a Associação de Arte-Educadores do
Estado de São Paulo (Aesp), e em 1987 a Federação
Nacional dos Arte-Educadores do Brasil (Faeb);
• Ana-Mae Barbosa nos livros John Dewey e o Ensino de
Arte no Brasil (2001) e Arte-Educação no Brasil (1978)
aprofunda as concepções da Pedagogia Nova.
• LDB n. 9.394/96 – art. 26, Arte é componente curricular
obrigatório na educação básica;
• Ed. Artística é substituída por Arte, incluída na área de
linguagens, e não mais uma mera atividade;
Pedagogia Tecnicista em Arte
• desenvolveu-se na segunda metade do séc. XX nos
EUA e no Brasil entre 1960 e 1970;
• atendeu ao mundo tecnológico em expansão;
• preparação de indivíduos mais competentes para o
mercado de trabalho;
• há uma interligação dos elementos curriculares –
objetivos, conteúdos, estratégias, técnicas,
avaliação;
• visa o controle dos resultados estabelecidos pelos
professor;
Pedagogia Tecnicista em Arte –
Educação Artística
• a Educação Artística foi introduzida pela lei n.
5.692/71;
• valorizava a tecnicidade e a profissionalização em
detrimento da formação da cultura humanística e
científica;
• atividades desvinculadas do saber artístico;
• professor considerado como técnico;
• a Educação Artística abarcou professores de
Desenho, Música, Trabalhos Manuais, Canto Coral
e Artes Aplicadas;
Pedagogia Tecnicista em Arte –
Educação Artística
• detectou-se uma formação docente insuficiente
para a atuação polivalente;
• falta de condições de trabalho e uso inadequado
de recursos materiais;
• prática de ensino diluída e pouco fundamentada
nas escolas;
• formação de professores em Ed. Artística sem
preocupação com o conhecimento de arte;
• valorização de aspectos técnicos, construtivos e
espontâneos.
Tendência Realista-Progressista de
Educação Escolar em Arte

• Pedagogia libertadora
• Pedagogia libertária
• Pedagogia histórico-crítica
Pedagogia Libertadora
• representada por Paulo Freire;
• objetiva a transformação social das classes
populares;
• conduz para a consciência dos fatos vividos;
• trabalha com alfabetização de adultos;
• alunos e professores dialogam em igualdade;
• solucionam situações-problemas;
Pedagogia Libertária
• representada por Michel Lobrot, Célesin
Freinet, Maurício Tragtenberg, Miguel Arroyo;
• experiências de autogestão, não diretividade e
autonomia de grupos de alunos e professores;
• Independência teórica e metodológica, sem
amarras sociais (Summerhill, 1960).
Pedagogia histórico-crítica
• sociedade e escola são partes integrantes;
• critica a reprodução da estrutura social vigente;
• a escola define conteúdos vivos, concretos,
ligados à realidade;
• não parte de um saber artificial, de fora para
dentro, nem do saber espontâneo;
• traz a experiência do aluno em confronto com
outros saberes;
• o professor é mediador e não detentor de todo
saber.
BNCC

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